Ebook Ansiedade - Thomaz
Ebook Ansiedade - Thomaz
Ebook Ansiedade - Thomaz
O ser humano possui outras instâncias que fazem com que esse
movimento tenha características múltiplas. E essa é a graça da vida.
A imprevisibilidade, a eterna alteração de estados. Imagina se
soubéssemos de cabo a rabo o que iria acontecer na nossa vida. Depois
de agir dessa forma, vai acontecer isso e aquilo. Que coisa mais
chata se tudo fosse assim! Grande parte das coisas aqui nessa
Terra são meros acidentes. Preferir a vida de forma automática é dar
um sentido equivocado para a existência.
Digo para vocês que a solução destes problemas está na grande parte
das vezes na nossa frente, no entanto nada na psicologia costuma
ser evidente ou muito óbvio. Gravem isso! Ajuste nos hábitos,
exercícios de contemplação, a confissão das próprias misérias,
assumir a realidade interna e externa, são práticas que temos que
adotar. Em um primeiro momento, esses hábitos parecem estranhos.
No entanto, eu te prometo que a aplicação deles em tua rotina vão
fazer com que a boa ansiedade seja uma grande aliada na
tua vida.
Para perceber isso com maior clareza, para realmente notar que existe
uma ordem natural dos acontecimentos, é preciso aliviar um
pouco a tensão. Para isso eu quero que tu escrevas em um papel os
bons momentos que tu já passaste nessa vida. Aqueles
acontecimentos que te trazem boas sensações. Tranquilidade,
aconchego, acolhimento, paz. Depois, quero que tu leias cada coisa
escrita fecha o olha e imagina ela acontecendo novamente. E isso com
TODOS os elementos possíveis. Se tu fizeres bem esse exercício tu vais
ver que ele não tem fim. Nós queremos sempre mais! Não
ficamos satisfeitos.
Precisamos mudar a lente desses óculos para ver tudo com mais
clareza. Sem pressão, sem aceleração. Aos poucos. É assim que se
desenvolve uma nova habilidade. Primeiro percebendo e se sentindo
atraído por ela; depois incluindo homeopaticamente ela na tua rotina.
Não precisa acelerar. basta não parar. É uma dinâmica para a
vida toda. Questiona sempre o que passa na tua cabeça.
Questiona esses medos, os pensamentos, as possibilidades criadas.
Não bastava ele ter tudo ao seu alcance, não importava se tudo fosse
bom, importava para ele ter o CONTROLE de tudo. Por querer muito
esse controle, ele simplesmente pôs tudo a perder e foi expulso desse
lugar onde tudo era perfeito.
Agora pensa comigo: grande parte das vezes nós queremos ter o
controle de todas as coisas. “ah seria tão bom se eu pudesse dominar
e escolher como as coisas vão acontecer? Você tem certeza disso? Será
que seria tão bom assim mesmo? Como seria esse mundo para
chamar de seu?
Vamos agora voltar nosso olhar para o outro. Para o outro que te
acompanha nessa caminhada da vida. Aqueles que pisam o mesmo
chão que tu. Que mesmo que não imaginemos, carrega também essa
ânsia controladora, fruto do desamor. Essa disposição de voltar a
nossa atenção para os que nos cercam, tem tudo a ver com as coisas
que estamos falando aqui. Ainda mais quando centro da nossa
conversa que é a ansiedade.
As nossas ações aqui nesse mundo têm sempre essa dubiedade. Não
somos anjos que temos SEMPRE o nosso olhar voltado
integralmente para o outro. Não podemos cair nesse autoengano. Eu
busco ser alguém agradável porquê de fato isso é bom para os outros,
mas ao mesmo tempo tu vai sair ganhando também, tu vais ser mais
aceito em grupos, as pessoas vão passar a gostar mais da tua presença
e assim por diante.
Primeiro, temos que nos dedicar mais naquelas coisas que temos mais
dificuldade. Isso diz muito para quem por algum motivo já desistiu
de algo, de uma faculdade, de um empregou etc. Se esse teu
cenário te cobra muito, excede as tuas capacidades, volta o
teu esforço para isso, a tua dedicação tem que estar ali. Não
abandonar e não desistir. Abandonando ou desistindo nós
acostumamos o nosso cérebro a fugir de situações adversas quando,
na verdade, em situações específicas, o que mais temos que fazer é
enfrentar as dificuldades. Melhorar sempre. Isso é o que destaca
os ótimos dos medianos.
Para algo ser estudado, primeiro deve ser escolhido. Temos que
saber escolher. Nós amamos somente aquilo que escolhermos.
Somos amados pois fomos escolhidos por Deus. Não amar
genericamente, como o tal “amor à humanidade”, mas o amor
escolhido, que não é uma armadilha, é amar em particular. Escolher
não deve ser uma atitude adolescente diante das coisas. Escolher é
reconhecimento aquele ponto no qual a vida nos pergunta. É aquilo
Essas ocupações que a vida nos cobra, o estudo e o trabalho, não são
realidades “soltas”. Há sempre articulações com outros elementos da
nossa existência. Um desses elementos são realmente os momentos
em que “não fazemos nada”. Devemos valorizar esses períodos.
Estamos mergulhados em muitas demandas da vida, várias
exigências, nosso olhar não sabe para onde se voltar. Por isso temos
que fortalecer os recursos interiores para atender os
recursos exteriores que nos cercam. Devemos nos respeitar um
pouco mais, tomar posse de nós mesmos.
Esse tipo de prática, nos chama a contar a nossa história para nós
mesmos, ou para Deus se você quiser chamar assim. Precisamos
desenvolver uma rotina de contar a própria história diante de um
observador onisciente, dizendo a verdade de tudo o que fazemos,
assumir a nós mesmos, iluminando as partes escuras do nosso
caráter. Chegando no final de dia com algumas conclusões diante de
nós mesmos. Esse é o processo de polimento desse diamante
que é a vida.
Para iniciarmos a vencer a insônia temos que fazer uma dieta das
telas. Afastar do celular, afastar da televisão. Principalmente ficar
longe das redes sociais. As redes sociais despertam um olhar para a
realidade um tanto distorcido, alimentamos nosso olhar com aquilo
que não temos. Elencar um momento específico para consumir
conteúdo das redes sociais.
Outra dieta é que temos que fazer para dormir bem é a dieta dos
sons. A insônia ocorre, muitas vezes, pelo excesso de informação que
habita nossos sentidos. E não costumamos dar atenção para o que
chega aos nossos ouvidos. Já percebeu o quanto as músicas que tu
escutas podem influenciar na tua aceleração noturna? Não somente
as músicas, mas o barulho da área urbana da cidade, buzinas, carros,
etc. Isso nos sobrecarrega de uma forma brutal.
Se, por exemplo, somos alguém que deixa as coisas para amanhã, no
trabalho essa prática será recorrente também. Para o ansioso isso
é matador. Outro ponto presente nos ambientes de trabalho é a
reclamação, o que já se tornou algo normalizado em várias relações.
Parece que é obrigatório murmurar, ter impressões negativas sobre as
coisas. Quem que quer conviver com uma pessoa reclamona?
Absolutamente ninguém.
Existe um provérbio latino que diz age quod agis, ou seja, esteja
presente naquilo que fazes. Estar integralmente presente ao dar
atenção para um cliente, ao atender um paciente, torna as relações
mais positivas. Quando alguém na relação não está presente isso é
facilmente notado, e é chato demais! Ninguém quer conviver com
alguém assim.
Como falamos algumas vezes aqui, um dos erros mais comum que
cometemos é não perceber a realidade a nossa volta, o nosso
microcosmo. As vezes queremos opinar sobre o macrocosmo, sobre
as realidades externas e mega interessantes, como política, grandes
histórias etc. No entanto, não podemos desprezar o que está
próximo e o que está dentro de nós.
O diário tem que ser algo que só você lê, pois é um exercício de
autoconhecimento, é um retrato das aventuras interiores. Ele
desperta a autoconfiança que deve morar em nós. Isso deve ser
feito sem julgar a si mesmo, seu pudor, sem censura. É como
uma prática de higiene mental. Pensamentos, desejos, preocupações,
dúvidas, tudo cabe no diário.