Clínica - Infectologia
Clínica - Infectologia
Clínica - Infectologia
Tratamento medicamentoso
O objetivo do tratamento é tornar a carga
viral indetectável em até 6 meses, ou seja,
fazer a doença ser intransmissível.
No tratamento são associadas três drogas
de duas classes diferentes, pensando na
menor toxicidade para o paciente. Os
esquemas devem ser individualizados,
Carga viral principalmente em pacientes com
É um teste de detecção precoce (menor comorbidades.
janela imunológica), já que detecta o RNA Primeira linha
viral. TDF/3TC + DTG.
ELISA 4º geração Segunda linha
Detecta anticorpos e proteínas (P24). TDF/3TC/EFV (único comprimido).
Western blot Em recém-nascidos
Detecta proteínas do vírus (P24). A prescrição do xarope de zidovudina é
preconizada em todos os recém-nascidos
Teste rápido de mãe HIV positivo nas primeiras 4 horas
É um imunoensaio simples, o qual oferece após o parto e mantido até a quarta
resultado em até 30 minutos. semana de vida.
Pode ser feito por diversos métodos -
punção digital e saliva oral (auto-teste). Efeitos adversos da TARV
São sensíveis e específicos. - Tenofovir: disfunção renal e perda
Também são usados em situações de de massa óssea
emergência: acidente com material - Efavirenz: insônia e pesadelos
biológico e gestante que não fez - Inibidores da protease: diarreia
pré-natal. - Dolutegravir: ganho de peso
- Zidovudina (AZT): granulocitopenia
Diagnóstico de HIV e anemia
São feitos dois testes rápidos: TR1 + TR2. - Abacavir: hipersensibilidade
Se os dois estiverem positivos, a amostra
é reagente, portanto, já pode ser iniciado Falha virológica
o tratamento com TARV. Após 6 meses de uso da TARV, espera-se
que a carga viral esteja
Classes dos medicamentos indetectável/intransmissível. Entretanto,
Inibidores da transcriptase reversa se o paciente não aderir corretamente ao
- Tenofovir (TDF) tratamento e a CV ainda for detectável,
- Lamivudina (3TC) ele é considerado falho. Se constatada a
- Abacavir falha, pede-se exame de genotipagem
- Efavirenz (EFV) para constatar mutações virais e para
Inibidores da protease mudar o esquema de tratamento.
- Darunavir/ritonavir
- Atazanavir/ritonavir
Inibidores da integrase
- Raltegravir
- Dolutegravir (DTG)
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
No trato gastrointestinal
Candidíase oroesofágica
Linfoma primário
Manifesta-se com odinofagia e placas
É a neoplasia mais frequente em pessoas
esbranquiçadas em orofaringe.
vivendo com HIV. Está altamente
associada ao vírus Epstein barr (EBV).
O tratamento é por radioterapia e TARV.
A lesão é periventricular com efeito de
massa.
Herpes simples
Lesões bolhosas na boca.
Criptococose cerebral
Pode causar meningite ou
meningoencefalite, portanto a pesquisa de
líquor deve ser feita.
Os sintomas são cefaléia progressiva,
febre, vômitos e hipertensão
intracraniana, que é a principal
complicação. A lesão é paraventricular.
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
Sífilis
É a IST mais importante em saúde
Sífilis secundária
pública. Sua transmissão ocorre por via
As manifestações da sífilis secundária
sexual e também pode ser transmitida
surgem de 4 a 8 semanas após o
verticalmente, da mãe para o feto, por
desaparecimento do cancro duro. A
transfusão de sangue ou por contato
espiroqueta é disseminada pela corrente
direto com sangue contaminado.
sanguínea produzindo, principalmente,
lesões mucocutâneas generalizadas
Abordagem de ISTs (roséolas sifilíticas), além de edema dos
Investigação linfonodos e, menos comumente,
- Perguntar se houve contato sexual sintomas em outros órgãos.
desprotegido Além desses sintomas clássicos, pode
- Avaliar o estágio da sífilis haver alopecia em placas no couro
(primária = contágio maior) cabeludo, madarose, febre, perda de
- Considerar reinfecção apetite, mal-estar, anorexia, náuseas e
Notificação fadiga.
A notificação é compulsória, inclusive em De acordo com o aparecimento desses
casos de transmissão vertical. sintomas, a sífilis secundária pode ser
Avaliação classificada como:
- Testar a sífilis - Precoce: menos de 1 ano após
- Testar anti-HIV, HBV, HCV e HAV exposição sexual
- Testar parceiros sexuais - Tardia: mais de 1 ano após
- Orientação e vacinação para exposição sexual
hepatite
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
Diagnóstico
Existem exames diretos, feitos por
microscopia de campo escuro ou biópsia
de lesão; e testes imunológicos, divididos
em treponêmicos e não-treponêmicos.
Atualmente, os testes treponêmicos são
feitos primeiro, e os resultados positivos
são confirmados por um teste
não-treponêmico.
Testes não-treponêmicos
Os testes não-treponêmicos são
OBS: toda erupção cutânea sem causa inespecíficos, podendo reagir a outras
determinada deve ser investigada com causas, como: lúpus, hepatite crônica,
testes para sífilis. vacinação e gestação.
Sífilis terciária O teste VDRL e os testes rápidos com
Aproximadamente um terço das pessoas reaginas plasmáticas (RPR, rapid plasma
sem tratamento desenvolve sífilis tardia. reagin) são testes reagentes sensíveis,
Nessa doença, as lesões podem ser simples e baratos, utilizados para triagem,
classificadas clinicamente como: mas não completamente específicos para
- Sífilis cardiovascular sífilis. Os resultados podem ser
- Neurossífilis apresentados de forma quantitativa com
- Sífilis gomatosa terciária benigna títulos (positivo para a diluição de 1:16).
Testes treponêmicos
Detectam anticorpos anti-treponema de
modo qualitativo e são específicos para a
sífilis. Os mais importantes são:
- Teste de absorção de anticorpo
treponêmico fluorescente
(FTA-ABS)
- Ensaio de hemaglutinação para T.
Além disso, pode-se subclassificar a pallidum (TPHA)
neurossífilis em: Se os testes treponêmicos não
- Assintomática: pode causar confirmarem a infecção por treponema,
meningite leve após um teste não-treponêmico positivo, o
- Meningovascular: resulta de resultado é considerado biologicamente
inflamação das artérias do cérebro falso-positivo.
ou da medula espinal Testes não-treponêmicos e treponêmicos
- Parenquimatosa: resulta de não se tornam positivos até 3 a 6
meningoencefalite crônica que semanas após a infecção inicial. Assim,
um resultado negativo não exclui sífilis até
depois de 6 semanas. Os títulos
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
Resultados Tratamento
Pacientes tiveram sífilis É feito com três doses de penicilina
Um teste não-treponêmico é feito. Um benzatina para a maioria das infecções.
aumento de 4 vezes no título sugere nova Além do tratamento do paciente, deve-se
infecção ou tratamento falho. avaliar todos os parceiros sexuais da
Pacientes não tiveram sífilis pessoa diagnosticada com sífilis.
Testes treponêmicos e não-treponêmicos
são feitos. Os resultados dos testes
determinam os próximos passos:
- Resultados positivos em ambos os
testes: esses resultados sugerem Infecções associadas a
nova infecção assistência em saúde
- Resultado positivo no teste São infecções que se iniciam após 48 a
treponêmico, mas resultado 72 horas de internação hospitalar.
negativo no teste
não-treponêmico: um segundo Pneumonia associada à ventilação
teste treponêmico é feito para mecânica (PAV)
confirmar o teste positivo. Se os É definida como episódio de pneumonia
resultados dos testes que acomete pacientes após, no mínimo,
não-treponêmicos são 48h de internação. Esse tempo é o
repetidamente negativos, o estimado para que a microbiota do
tratamento não é indicado internado mude de acordo com os germes
- Resultado positivo em teste do hospital.
treponêmico, resultado negativo no Fisiopatologia
teste não-treponêmico, mas a O principal mecanismo de contaminação é
história sugere exposição recente: pela microaspiração de gotículas da
um teste não-treponêmico é orofaringe. Essa infecção ocorre tanto no
repetido 2 a 4 semanas após a paciente intubado, quanto em pacientes
exposição para certificar-se de que em ventilação espontânea.
qualquer nova infecção é Microbiologia
detectada Os germes mais comuns são:
- Bacilos gram-negativos (BGN)
entéricos
- Pseudomonas
- MRSA e MSSA
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
- Acinetobacter Diagnóstico
Fatores de risco Depende de duas hemoculturas
- Ventilação mecânica periféricas positivas + hemocultura da
- Biofilme formado no tubo ponta do cateter.
- Aspiração de conteúdo gástrico Se a hemocultura do cateter crescer
- Tempo de internação longo 2 horas antes da hemocultura periférica, a
- Tempo de uso de ATB prolongado infecção associada ao cateter é positiva.
Tratamento Tratamento
Até o resultado dos exames, é necessário Baseado em dois pilares: retirar o cateter
fazer o tratamento da suspeita de + uso de antibióticos por 10 a 14 dias.
infecção com antibióticos de início
imediato, que devem ser usados de
acordo com fatores de risco para germes
multirresistentes, sendo esses:
- ATB nos últimos 90 dias Febre
- Choque séptico É definida como a elevação da
- Síndrome do desconforto temperatura axilar acima de 37.8ºC, em
respiratório agudo resposta a alguma injúria ou anomalia.
- Mais de 5 dias de hospitalização
- Injúria renal aguda Classificação
1. Febre discreta:
Infecção sanguínea associada a - De 37.8ºC a 38.4ºC
cateter (ICSAC) 2. Febre moderada:
Como o sangue é um líquido estéril, se - De 38.5ºC a 39ºC
houver crescimento bacteriano nesse 3. Febre extrema (hipertermia):
tecido, trata-se de colonização/infecção - A partir de 40.5ºC
por germes. No caso de infecção
sanguínea em pacientes com dispositivos Febre X Hipertermia
intravasculares, se não existir um foco Febre
infeccioso óbvio, ela pode ser atribuída ao Ocorre pela elevação da temperatura
catéter. corporal acima da faixa de normalidade
Fatores de risco associada ao aumento no ponto de ajuste
- Tempo longo usando o cateter hipotalâmico. A febre ocorre pela ação de
- Condições não estéreis de fatores pirogênicos sobre o centro
inserção termorregulador do hipotálamo, elevando
- Cuidados com o cateter o limiar térmico e desencadeado
- Sítio de inserção: artéria femoral respostas metabólicas de produção e
infecta mais conservação de calor (tremores,
- Trombose em cateter vasoconstrição periférica, aumento do
Microbiologia metabolismo basal).
Os germes mais comuns são os Hipertermia
presentes na pele: Ocorre quando a variação de temperatura
- Bacilos gram-positivos corporal, não é acompanhada do ajuste
- Staphylococcus aureus hipotalâmico, causando o aumento
- Enterococo descontrolado da temperatura e redução
- Candida sp da capacidade de perda de calor (suor).
Essa condição não responde ao uso de
antitérmicos.
Infectologia Clínica por Thayla Schweig
Tratamento
É direcionado a causa da febre:
1. Inflamação ou infecção:
- Anti-inflamatórios
- Antibióticos
- Antifúngicos
2. Sem causa evidente: trata-se os
sintomas do paciente
- Paracetamol
- Dipirona
- Antieméticos