O documento discute o direito à cidade no Brasil, definido constitucionalmente como o direito de todos os cidadãos usufruírem igualitariamente da estrutura e espaços públicos urbanos. No entanto, na prática esse direito é frequentemente violado através da segregação socioeconômica, remoções forçadas, gentrificação e priorização dos interesses do capital sobre os da população. Isso gera desigualdades espaciais e dificulta a realização de um modelo urbano mais democrático e humano.
O documento discute o direito à cidade no Brasil, definido constitucionalmente como o direito de todos os cidadãos usufruírem igualitariamente da estrutura e espaços públicos urbanos. No entanto, na prática esse direito é frequentemente violado através da segregação socioeconômica, remoções forçadas, gentrificação e priorização dos interesses do capital sobre os da população. Isso gera desigualdades espaciais e dificulta a realização de um modelo urbano mais democrático e humano.
O documento discute o direito à cidade no Brasil, definido constitucionalmente como o direito de todos os cidadãos usufruírem igualitariamente da estrutura e espaços públicos urbanos. No entanto, na prática esse direito é frequentemente violado através da segregação socioeconômica, remoções forçadas, gentrificação e priorização dos interesses do capital sobre os da população. Isso gera desigualdades espaciais e dificulta a realização de um modelo urbano mais democrático e humano.
O documento discute o direito à cidade no Brasil, definido constitucionalmente como o direito de todos os cidadãos usufruírem igualitariamente da estrutura e espaços públicos urbanos. No entanto, na prática esse direito é frequentemente violado através da segregação socioeconômica, remoções forçadas, gentrificação e priorização dos interesses do capital sobre os da população. Isso gera desigualdades espaciais e dificulta a realização de um modelo urbano mais democrático e humano.
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DIREITO À CIDADE
o Direito à Cidade seria o direito da população
do local comandar, orientar e pressionar todo o processo urbano, em oposição aos interesses meramente relacionados ao capital e a absorção do excedente desse—que teria marcado o surgimento e expansão dos centros urbanos. “a liberdade de construir e reconstruir a cidade e a nós mesmos” O conceito foi desenvolvido pelo sociólogo francês Henri Lefebvre em seu livro de 1968 Le droit à la ville. Ele define o direito à cidade como um direito de não exclusão da sociedade urbana das qualidades e benefícios da vida urbana. É um conceito que trata da importância de um ambiente urbano digno para todos os seus moradores e da necessidade de dividir-se todos os benefícios e problemas do ambiente urbano de forma igual. O direito à cidade não é para ser entendido como um direito legal individual. Muitas vezes, é visto como uma utopia social e como reivindicações coletivas inspiradas em ideias e sugestões de movimentos sociais para um mundo melhor. Este é um slogan para os movimentos em todo o mundo, que lutam contra as manifestações de muitas cidades modernas, em que os processos e serviços públicos foram privatizados e onde o desenvolvimento é impulsionado principalmente se não exclusivamente por empresas e mercados. DIREITO À CIDADE NO BRASIL O direito à cidade, definido no Brasil pela Constituição Federal de 1988 e regulamentado por lei posterior chamada de “Estatuto da Cidade”, é uma garantia que todo brasileiro tem de usufruir da estrutura e dos espaços públicos de sua cidade, com igualdade de utilização. No Brasil, o Estatuto da Cidade ( lei 10.257) de 2001 inscreveu o direito à cidade na lei federal. Na prática, a aplicação do Estatuto da Cidade – e, por consequência, a utilização do direito à cidade – é uma questão muito discutida, tanto em termos urbanísticos quanto sociais. Percebe-se uma série de violações recorrentes a este direito garantido constitucionalmente. Sabe-se, por exemplo, que algumas cidades com forte apelo turístico para classes mais altas no Brasil utilizam- se do pretexto de programas sociais para “devolver” determinadas pessoas – em geral, pedintes, pessoas sem renda ou andarilhos – para sua cidade de origem. Em casos menos extremos, mas igualmente graves, sabe-se de áreas urbanas que são quase que exclusivamente frequentadas por determinadas classes sociais, havendo, inclusive, discriminação (como a atenção de seguranças e forças policiais). Outra ofensa direta ao direito à cidade é, por exemplo, a poluição e a degradação ambiental de ambientes urbanos (como rios, mares, praças e parques). Lefebvre desenvolveu o conceito a partir da reflexão sobre a segregação sócio-econômica e seu fenômeno de afastamento. Ele refere-se à “tragédia dos banlieusards”, pessoas forçadas a viver em guetos residenciais longe do centro da cidade. Mapa de Paris com a distribuição por média salarial anula em euros. Hausmann
HAUSSMANN ENTRE 1853 E 1870.
PEREIRA PASSOS 1903 – RIO DE JANEIRO No contexto das rápidas transformações no Rio de Janeiro em preparação para a Copa do Mundo de 2014 e as Olimpíadas de 2016 e a falta de participação pública nestas transformações, o direito coletivo à cidade está seriamente comprometido. Os moradores de favelas são especialmente afetados, com milhares de pessoas enfrentando a ameaça de remoção, passando por remoção ou que já foram removidos de suas casas. Em protestos e debates por toda a cidade, os moradores do Rio estão questionando até que ponto a sua cidade está sendo modelada sem eles e para os outros. Em todo esse cenário, portanto, no qual o capital fala mais alto que o interesse dos cidadãos como um todo, o direito à cidade acabou tornando-se um dos direitos mais negligenciados e desrespeitados não apenas no Brasil, mas no mundo como um todo. A malha urbana apresenta por isso claros sinais de segregações e desigualdades espaciais, com a concentração de melhor infra-estrutura, serviços básicos, equipamentos e locais de lazer em locais centrais das cidades ou próximos de bairros mais ricos. Até mesmo os shoppings, em muitos casos, tornam-se locais segregacionistas, nos quais tacitamente se diferencia os shoppings ditos dos pobres e o dos ricos. Nesse âmbito todo, entende-se os motivos que levaram ao surgimento dos chamados “rolêzinhos” há um tempo no país e toda a carga simbólica e social que carregam em si. Essa população mais pobre além de ser jogada para as periferias da cidade ou em locais com baixa densidade ou inexistência de aparelhos públicos que visam atender suas necessidades mais básicas, se vê expropriada muitas vezes de seus próprios lares, por motivos diversos. Desaloja-se para construção de ruas, avenidas e estradas; para construções de parque olímpicos e “portos maravilhas”; expropria-se sem qualquer diálogo com a população que já se encontrava nos locais senão por décadas, com certeza por vários anos. GENTRIFICAÇÃO Expulsa-se também, embora de forma indireta e velada, através da gentrificação (que é muito diferente da revitalização urbana) populações que viviam também há anos naqueles locais e que não mais podem viver ali depois do aumento do custo de vida (habitação, alimentação e etc), ocasionado por melhorias de infra-estrutura realizadas no níveis locais com dinheiro público, mas com benesses diretas para o setor imobiliário Os tempos modernos exigem uma necessidade urgente de novos modelos de urbanização, mais democrático, humanos e sustentáveis, que não fiquem no mero discurso. Novas formas de se viver a cidade, porque ela é e sempre será nossa, e pra isso precisa ser ocupada todos os dias. E por todos. As ruas e outros espaços públicos, ainda hoje, apesar do advento de tecnologias, são espaços essenciais para a socialização e o encontro de todos que lutam por mudanças. Locais de encontro das diversidades, de fortalecimento de movimentos da sociedade civil, de promoção cultural, impulsionamento de economias locais, de empoderamento de minorias. É na rua ainda hoje que as mudanças ganham forças para acontecer e é lá também, tomando todos esses lugares que são nossos por direito, que se torna possível sermos mais forte que o interesse de privatizar nossa democracia e nossos espaços. Fortaleçamos nosso sentimento de pertencimento à cidade, a fim de que possamos moldá-la de acordo com os interesses coletivos e não individuais. E muito menos do capital. No entanto, é necessário considerar a multiplicidade de grupos e interesses humanos. Imagina-se, por exemplo, que transformar uma praça antiga e pouco cuidada em um local adequado para a prática de esportes radicais sobre rodas (como o ciclismo e o skatismo, por exemplo) seja algo benéfico para a cidade. Quando isso ocorre, pode-se esquecer, por exemplo, do grupo de pessoas que utilizava a praça, mesmo que em condições ruins, para descansar, tomar sol e conviver sem a prática de nenhum esporte. Pode-se considerar, também, a demanda de cidadãos que vivem em torno daquela área urbana e gostariam de praticar esportes diferentes, mas não possuem local adequado para isso nas proximidades. É um caso onde a multiplicidade da utilização urbana conflita diretamente, mesmo que em uma atitude onde tenta cumprir o Estatuto da Cidade de maneira bem intencionada. SÃO PAULO • É a cidade mais populosa do Brasil, do continente americano, da lusofonia e de todo o hemisfério sul. • Minhocão • Avenida Paulista • Cracolândia Minhocão em São Paulo. Minhocão em São Paulo. Minhocão fechado para o trânsito e aberto à população em São Paulo. Avenida Paulista Avenida Paulista fechada ao trânsito aos domingos e feriados Cracolândia em São Paulo Projeto de revitalização da Cracolândia As cidades são para quem? Quem pode usufruir do direito à cidade? Quais elementos históricos permanecem atuando sobre a sociedade brasileira que a faz repetir – mesmo que de formas não idênticas – processos como o bota abaixo do começo do século XX?