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CRENÇAS RELIGIOSAS E PRINCÍPIOS ÉTICOS

Os valores coletivos e individuais dependem das culturas familiar e social. O contexto


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pensamos e tomamos decisões.
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até a demarcação de classes e papéis sociais.

©Wikimedia Commons/Alois Greil

Essas ilustrações representam a moda barroca dos séculos XVII e XVIII na Europa, principalmente na França e na Alemanha.
Você imagina encontrar pessoas utilizando essas roupas atualmente? Por quê?

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Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 69


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as pessoas e lidamos com situações. A ética pressupõe liberdade e responsabilidade e
nos ajuda a responder a perguntas como: Eu posso? Eu devo?
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ser justo? Ou como agir de forma a garantir o bem de todos? A ética exige constante
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lavra “moral” deriva do latim e é a aplicação do conjunto de valores éticos numa situação
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determinada sociedade ou cultura.
Veja no quadro a comparação entre ética e moral.

©Shutterstock/Ermess
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combatida pelas normas morais daquela sociedade. O
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manos são iguais e têm direito à liberdade. Esse princípio
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70 Passado, presente e fé | Volume 8


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na legislação e também nas religiões.

Judaísmo: Na Torá, existem mais de 600 man-


damentos, que regem vários aspectos da vida,
destacando valores como a generosidade, a hospi-
talidade, a boa vontade para ajudar, a honestidade
e o respeito pelos pais. Um princípio fundamental é
não fazer mal aos outros.

Cristianismo: Os valores cristãos se baseiam na


vida e nos ensinamentos de Jesus Cristo. O Sermão
da Montanha, registrado no Evangelho de Mateus,
é uma das principais bases para os cristãos, que
também têm como princípio fundamental não
fazer mal aos outros.

Islã: O islamismo é uma religião prática, com ins-


truções sobre como viver em um sistema chamado
xariá, para orientar a tomada de decisões morais
e legais. Enraizadas no Alcorão, essas instruções
também acolhem a opinião de líderes religiosos.
O Alcorão é o principal fundamento dos valores
muçulmanos. Também existe a Suna, que consiste
nos relatos da vida do profeta Mohammad.

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 71


Hinduísmo: A ética hindu está ligada à lei da causa
e do efeito. O fiel hindu procura, com base nos seus
méritos e esforços, ter uma conduta moral que lhe
garanta viver melhor em outra vida. O carma é o
efeito que as nossas ações causam no futuro e nas
próximas vidas, e o darma é o conceito do caminho
correto que cada pessoa deve seguir. Os hindus
seguem o chamado Sanatana dharma, ou Darma
Eterno.

Budismo: A ética budista está fundamentada no


caminho das oito vias e, de forma semelhante
ao hinduísmo, adere à lei do carma, mas segue
o Buddha dharma. Tal como outras religiões de
origem indiana, como o hinduísmo e o jainismo,
no budismo há o acúmulo de mérito ou demérito
(carma bom ou mau) como resultado do compor-
tamento.

Religiões afro-brasileiras: cada orixá rege ou va-


loriza certas aptidões ou virtudes. Os fiéis seguem o
que é definido pelo seu orixá ou guia espiritual, que
o conduzirá no modo de ser, agir e estar no mundo.
Alguns dos principais valores são a preservação
ambiental e a busca do equilíbrio nas relações.

72 Passado, presente e fé | Volume 8


ALTERIDADE E RESPEITO
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de princípios e valores que os guiam no dia a dia. Alguns valores estão ligados direta-
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outro e tentar sentir o que ele sente.
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nossas qualidades.

©Shutterstock/Pressmaster

Como a vida social nos dias atuais pode ser bastante agitada, às vezes não
nos damos conta de quem está ao nosso lado e perdemos a oportunidade
de exercitar a empatia e a solidariedade com quem precisa.

Converse com os colegas sobre as seguintes questões:


1. O que a sua religião, a sua filosofia de vida ou os valores que você segue dizem sobre
como se comportar em relação ao próximo?

2. O que significa enxergar o outro como um ser diferente?

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 73


As fábulas são histórias que transmitem valores. Leia com atenção o texto a seguir e
descubra de que princípio trata a fábula.

Olhando através de um buraco na parede, ©Shutte


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um ratinho viu o fazendeiro e a sua esposa
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abrindo um pacote com uma ratoeira. ira.

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Correu ao pátio para avisar aos outros
os

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animais que havia uma ratoeira na casa
a
da fazenda.
Mas nem a galinha, nem o porco, o,
nem a vaca deram importância ao aviso o
do ratinho, pois nenhum deles entrava va
na casa da fazenda; logo, essa ratoeira
a não
podia lhes fazer mal. Ele, então, voltou
ou para o
seu buraco abatido e se sentindo sozinho.
De madrugada, ouviu-se o barulho da ratoeira pegando uma vítima. A esposa do
fazendeiro correu para a cozinha, onde estava a ratoeira, e, no escuro, não percebeu
que ela tinha prendido uma cobra venenosa, que logo a picou.
O fazendeiro, vendo que a mulher tinha febre, preparou uma canja de galinha
para a esposa. Chamaram um médico para tratá-la, mas a febre permaneceu por
alguns dias, causando preocupação dos amigos e vizinhos. Para recepcionar o grande
número de visitantes, o fazendeiro preparou carne de porco.
Dias depois, após muita preocupação de todos, a mulher se recuperou. Para
comemorar a recuperação da esposa, o fazendeiro ofereceu um churrasco para toda
a família.

Moral da história: Da próxima vez que souber que alguém está diante de um problema
e acreditar que isso não lhe diz respeito, lembre-se de que, quando há uma ratoeira
na casa, toda a fazenda está em perigo. O problema de um é o problema de todos.

1. Na fábula, destaca-se um valor. Qual é?

a) Respeito
b) Honestidade
c) Empatia
d) Justiça

74 Passado, presente e fé | Volume 8


2. O que o ratinho pretendia ao avisar os outros animais da existência de uma ratoeira
na fazenda?

a) Receber a ajuda dos amigos para se defender da ratoeira.


b) Divertir-se com a reação dos amigos.
c) Espalhar um boato.
d) Ameaçar os animais.
3. Que tipo de atitude a galinha, o porco e a vaca tiveram?

a) Amigável
b) Tolerante
c) Justa
d) Egoísta
4. Sobre a moral da história, assinale V para as alternativas verdadeiras e F para as
falsas.

( ) Numa comunidade, devem existir alteridade, amizade, solidariedade e união


entre as pessoas.
( ) O problema do outro não nos diz respeito.
( ) Cada um deve pensar apenas em si mesmo.
( ) O bem-estar de todos os membros de uma comunidade deve ser um objetivo
comum.
5. Quando alguém nos diz que está diante de um problema, qual deve ser a nossa
atitude?

ÉTICA DA RECIPROCIDADE E INTERDEPENDÊNCIA


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à ética da reciprocidade e da empatia. Esse princípio é encontrado em diversas religiões
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Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 75


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Judaísmo: “O que é odioso para ti, não o faças a


outrem. Isto é toda a Torá; tudo o mais é a interpre-
tação dela. Vai e aprende-a.” (Talmud, Shabbat 31.ª)

Cristianismo: “Tudo o que quereis que os homens


vos façam, fazei-o vós a eles. Esta é a Lei e os
profetas.” (Mateus 7, 12)

Islamismo: “Nenhum de vocês crê verdadeiramen-


te até que deseje aos outros o que deseja para si
mesmo.” (Imam al-Nawawi, Hadith 13)

Hinduísmo: “Este é o resumo de qualquer dever:


não faças aos outros nada que te magoasse se te
fizessem a ti.” (Mahabharata 5: 1517)

Budismo: “Não firas os outros de um modo que


não gostarias de ser ferido.” (Udanavarga 5:18)

EL-AYOUTY, Yassin. (Ed.) Interfaith Imperatives Post 9/11. Westport: Praeger, 2004. p. 158-159. Tradução livre.

Para alguns povos de língua bantu, da África Subsaariana, a palavra “ubuntu” é um


conceito que se refere à interdependência dos seres humanos, ou seja, à maneira como uns
precisam dos outros. Esse conceito inclui respeito pela religiosidade, pela individualidade e
pela particularidade dos outros.

Escreva bilhetes para, pelo menos, cinco colegas da turma expressando respeito
e generosidade com eles. Você pode ressaltar uma virtude ou uma qualidade deles ou
escrever uma frase de incentivo.

76 Passado, presente e fé | Volume 8


1. Preencha as lacunas utilizando as palavras do quadro.

possibilidades futuro decisões


resultados responsabilidade

a) Algumas precisam ser tomadas com muita


.
b) Todas as de uma decisão devem ser bem
analisadas.
c) As decisões que tomamos podem definir o nosso .
d) Se bastante praticada, a nossa capacidade de decidir de maneira consciente
pode garantir bons .
2. Nas tomadas de decisões, alguns passos podem ser dados no sentido de refletir sobre
as possibilidades, as consequências e os valores éticos que devem ser considerados.
Numere os passos de acordo com a ordem na qual eles devem ocorrer.
( ) Decisão.
( ) Busca de informações.
( ) Identificação da situação.
( ) Escolha da melhor alternativa.
( ) Identificação das alternativas.

3. O que são valores?

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 77


4. No quadro abaixo, ilustre um momento da sua vida no qual você precisou tomar uma
decisão importante que influenciou seu futuro. Em seguida, anote: Que possibilidades
você avaliou naquele momento? Qual foi a decisão tomada? Qual foi o resultado?

78 Passado, presente e fé | Volume 8


5. No caça-palavras a seguir, encontre seis valores considerados importantes por várias
religiões diferentes.

F C T O S M N E S T R U I O H E
G C E T S C O H V C T E G S U P
R E S P E I T O B S E U R Z M K
O Z O B I R E N A O A I O A I M
P Y T Q C A N E O L P J S V L F
P E R I U I T S D I I S T E D R
L W P F J Ç I T E D F T I P A E
C O R D I A L I D A D E U G D V
M N E U R B Ç D A R A P A J E S
I H U M R O P A O I Q O Z U H A
L Z S D S B E D U E W S Ç S N I
D Q O A P Q F E T D E C Z T P O
A A L D I A L O F A S N P I D P
U Ç I E R Z O P E D T N J Ç E R
I U D Z O T I U H E I O E A P U

6. Pesquise no dicionário o significado das palavras encontradas no caça-palavras.

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 79


7. Pesquise em jornais ou revistas reportagens que relatem atitudes baseadas em valores
pessoais ou coletivos. Cole essas reportagens aqui e apresente-as aos colegas.

80 Passado, presente e fé | Volume 8


8. Converse com os colegas a respeito das seguintes questões:

a) Qual decisão você tomou com base em um dos valores estudados neste capítulo?
Que valor foi esse? Em qual situação?
b) Qual é a importância dos valores estudados neste capítulo para a sua vida?
9. Qual é a importância dos valores individuais e coletivos para a vida em sociedade?
Cite um exemplo.

10. Leia o trecho da reportagem sobre o discurso que o papa Francisco proferiu a alguns
juízes da Itália em fevereiro de 2019.

Foto ©Vatican Media


[...] No discurso aos presentes, o
Papa também destacou o valor primá-
rio da justiça, “indispensável para o
correto funcionamento de todo âmbito
da vida pública e para que cada um
possa conduzir uma vida serena”.
Ele lembrou que a tradição filo-
sófica apresenta a justiça como uma
virtude cardeal por excelência. Nesse
sentido, a justiça é uma virtude, não é
um traje ocasional para se vestir ape-
nas para as festas, mas para ser usado |
Papa Francisco cumprimenta um magistrado italiano
sempre, uma vez que influencia não
somente as escolhas concretas, mas também os propósitos. E é dita virtude cardeal
porque indica a direção correta. “Sem justiça, toda a vida social fica bloqueada”. [...]

EM DISCURSO a magistrados, Papa destaca valor fundamental da justiça. Disponível em: <https://noticias.
cancaonova.com/especiais/pontificado/francisco/em-discurso-magistrados-papa-destaca-valor-fundamental-
da-justica/>. Acesso em: 15 abr. 2019.

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 81


De acordo com o texto, faça o que se pede a seguir.
a) Marque X na alternativa que contém o tema do discurso do papa proferido aos
juízes italianos.
( ) A importância da humildade.
( ) A importância da solidariedade.
( ) A importância da justiça.
b) O que significa a frase dita pelo papa Francisco: “Sem justiça, toda a vida social
fica bloqueada”?

11. Marque V para as afirmativas verdadeiras e F para as falsas.

( ) A ética é uma conduta e a moral é um princípio.


( ) A moral tende a mudar com o tempo, mas a ética tende a ser duradoura.
( ) A ética é a regra e a moral é a aplicação da regra.
( ) A moral é teoria e a ética é prática.
12. Reescreva as frases que estão incorretas corrigindo-as.

13. Faça um resumo dos princípios éticos presentes nas seguintes religiões:

a) Cristianismo.

82 Passado, presente e fé | Volume 8


b) Budismo.

c) Islamismo.

14. A reciprocidade e a empatia são valores que nos auxiliam a compreender e a respeitar
as pessoas que têm pensamentos, religiões e culturas diferentes de nós. Elabore uma
história em quadrinhos em que haja situações de reciprocidade, empatia e respeito
entre pessoas diferentes.

Capítulo 3 | Crenças, convicções e atitudes 83


Objetivos
Compreender o desenvolvimento dos meios de comunicação e o seu impacto nas
religiões.

Discutir a linguagem religiosa nos diversos meios tecnológicos e o alcance da sua


divulgação por esses meios.

COMUNICAÇÃO E MÍDIA
A comunicação é um tipo de troca. Podemos trocar informações, conhecimentos,
ideias, sentimentos, entre outros. Para haver troca, é preciso interação, conexão entre as
pessoas. Agora, imagine o que ocorre quando as pessoas se encontram e não conseguem
se comunicar por não falarem a mesma língua ou não compreenderem gestos. Seria
possível haver troca nessa situação?
Algumas culturas utilizam provérbios
para transmitir conhecimentos e lições de
vida. Há um provérbio chinês, por exemplo,
que conta uma história em que ocorrem dois
encontros. No primeiro, duas pessoas se en-
contram, cada uma leva um pão; elas trocam
os pães e cada uma sai do encontro com um
pão. No segundo encontro, duas pessoas se
encontram, cada uma leva uma ideia; elas
trocam as ideias e cada uma sai do encontro
‘†—ƒ•‹†‡‹ƒ•Ǥ ••‘•‹‰‹ϐ‹ ƒ“—‡ǡ†‹ˆ‡”‡-
temente da troca de objetos, a troca de ideias
©Shutterstock/MBI sempre acrescenta.

Para haver diálogo entre as pessoas, é necessário que a comunicação entre elas seja
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1. As pessoas envolvidas na comunicação: É necessário haver alguém para transmitir a


mensagem e alguém para recebê-la. Para que o diálogo ocorra, os papéis dos interlo-
cutores (de transmissão e de recepção da mensagem) precisam ser constantemente
alternados.
2. O que é comunicado e com que finalidade: Toda comunicação transmite uma
mensagem com uma finalidade, ou seja, com um objetivo: ensinar, narrar um fato,
divertir, convencer, etc. É importante que os interlocutores compreendam a linguagem
(verbal ou não verbal) usada para transmitir essa mensagem. Dessa forma, poderão
absorver a informação transmitida.

6 Passado, presente e fé | Volume 8


©Shutterstock/Syda Productions

Comunicação e religião
estão relacionadas, pois as
duas surgem de necessida-
des humanas. Os meios de
comunicação têm origem
na necessidade humana de
se expressar, e a religião
surge da necessidade de
compreender a natureza e
os acontecimentos da vida.
Para entendermos os outros e sermos compreendidos, é preciso
desenvolver a competência comunicativa, ou seja, a capacidade
de usar as diferentes linguagens (verbal, corporal, visual, sonora ou
digital) em diversas situações de comunicação.

Em duplas, discutam as questões a seguir e anotem suas respostas.


a) Vocês acham importante trocar ideias? Por quê?

b) De que forma vocês se comunicam ou trocam ideias?

c) Com quem vocês costumam trocar mais ideias? O que essas trocas têm ensinado
a vocês?

Capítulo 1 | Religião, mídia e tecnologia 7


COMUNICAÇÃO RELIGIOSA
Os elementos religiosos, como as narrativas e os símbolos, podem fazer parte da
mensagem a ser comunicada. Antes da invenção e da popularização da escrita, as tradições
religiosas eram comunicadas oralmente e por meio de representações visuais. Depois,
passaram a ser incluídas em livros, jornais, revistas, vídeos, entre outros.
Atualmente, com os meios de comunicação digital e as redes sociais, diversas mensa-
gens podem ser transmitidas em tempo real, inclusive mensagens de conteúdo religioso,
conectando pessoas do mundo todo. Por meio dessas mensagens, podem-se transmitir
conhecimentos religiosos, unir comunidades, tirar dúvidas a respeito de fundamentos
das religiões, criar laços de solidariedade, etc.
©Shutterstock/Macrovector

Religião e comunicação –
conexão com o mundo.

8
A mensagem religiosa pode utilizar
símbolos, porém a transmissão das regras

©Shutterstock/Stuart Miles
e dos fundamentos de uma religião tem
base nos mesmos elementos de comuni-
cação vistos anteriormente: as pessoas en-
volvidas, o que é comunicado e com que O sentido da vida faz parte da
ϐ‹ƒŽ‹†ƒ†‡Ǥ mensagem de diversas religiões.

As crenças e as práticas religiosas variam de acordo com a cultura, mas, em geral,


as religiões guiam as ações e as experiências de fé dos seus membros por meio de um
conjunto de símbolos e de sentimentos de dedicação ao sagrado, que são manifestações
de uma realidade transcendental, além do que podemos ver e tocar. Um dos principais
conceitos comunicados pelas religiões se relaciona ao sentido da vida.

Leia o quadro a seguir, que apresenta um exemplo de elementos da comunicação


religiosa.

As pessoas envolvidas
Deus, deuses, divindades, líder religioso e seres humanos.
na comunicação
Fundamentos da religião, crenças, regras de comportamento com a finalidade de
O que é comunicado
que as pessoas sigam os ensinamentos religiosos para alcançar uma vida feliz ou a
e com que finalidade
salvação da sua alma.

Agora é a sua vez! Escolha uma religião que você admira ou da qual faça parte e
preencha o quadro de acordo com ela.

As pessoas envolvidas
na comunicação

O que é comunicado
e com que finalidade

Capítulo 1 | Religião, mídia e tecnologia 9


©Shutterstock/Mazur Travel

ALCANCES DA COMUNICAÇÃO
Os meios de comunicação têm alcances diferentes, ou seja, atingem públicos dife-
rentes. É o que chamamos de amplitude da comunicação.
Um tipo de comunicação é a comunicação interpessoal. Ela envolve um grupo
consideravelmente pequeno de pessoas, que podem ser vizinhos, amigos, colegas de
escola ou de trabalho, etc. Esse tipo de comunicação pode ser realizada por meio da fala,
de cartas, do telefone, de e-mails, de redes sociais, etc.
Outro tipo de comunicação é a comunicação de massa – também conhecida como
mídia –, que alcança um número muito grande de pessoas ao mesmo tempo, em dife-
rentes cidades, estados e países. É o caso da comunicação realizada por meio de jornais,
revistas, emissoras de rádio, televisão, internet, entre outros.
Em relação às religiões, atualmente podemos perceber comunicações nessas duas
amplitudes. Quando as crenças e os fundamentos religiosos são transmitidos nas famí-
lias e em reuniões da comunidade religiosa, trata-se de uma comunicação interpessoal.
Quando celebrações religiosas são transmitidas pela televisão ou pela internet, ou quando
um líder religioso ou um membro de uma comunidade religiosa comunica ensinamentos
por meio de vídeos, áudios, textos na internet, na televisão, em redes sociais ou no rádio,
trata-se de comunicação de massa.

~ Multidão reunida para acompanhar, pelo telão,


um discurso do líder budista Dalai Lama, em 2017

10
Responda às perguntas a seguir e, depois, compartilhe suas respostas com a turma.
a) Você conheceu algum líder religioso pelos meios de comunicação de massa?
Cite o nome dele e a religião da qual ele faz parte.

b) Quais conteúdos veiculados pelos meios de comunicação de massa mais inte-


ressam a você?

COMUNICAÇÃO E LINGUAGEM RELIGIOSA


©Shutterstock/Yodamclaren

Muitas vezes, a comunicação religiosa é feita por uma


linguagem própria. Os sinos, por exemplo, constituem
meios de comunicação desde a Antiguidade. Além de
informar a presença de autoridades e a abertura dos
banhos, na Grécia e em Roma, os sinos eram utilizados
em ritos para afastar males ou homenagear divindades.
Nas comunidades católicas medievais, um grande sino
anunciava fatos especiais, como nascimentos e mortes,
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da invenção e da popularização dos relógios. Esse costume
permanece em muitas cidades, inclusive do Brasil.
Algumas religiões mantêm orações e mantras nas lín-
guas originais em que foram produzidos. Os mantras do
budismo e do hinduísmo são pronunciados em sânscrito
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tradição judaica, os textos sagrados costumam ser lidos No b
N budismo tibetano, os fiéis escre-
vem orações ou mantras em bandeiras
em hebraico, assim como a entoação de algumas orações e
e as penduram em um tipo de varal.
expressões sagradas. No islamismo, expressões e orações, Para eles, é como se o vento que passa
como a chamada “99 nomes de Deus”, são proclamadas ou pelas bandeiras pronunciasse as ora-
ções escritas nelas.
lidas em árabe.
Capítulo 1 | Religião, mídia e tecnologia 11

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