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UNIVERSIDADE CATÓLICA DE MOÇAMBIQUE

CENTRO DE ENSINO A DISTÂNCIA

A Morfologia (classes gramaticais)

Nome de Estudante:
Rita Matope Airone.
Código de Estudante: 708235657

Curso: Licenciatura em Ensino de Português


Disciplina: Língua Portuguesa II.
Ano de Frequência: 2º Ano
Tutor: Dr..

Chimoio, Março de 2024


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Classificação
Nota
Categorias Indicadores Padrões Pontuação
do Subtotal
máxima
tutor
 Capa 0.5
 Índice 0.5
Aspectos  Introdução 0.5
Estrutura
organizacionais  Discussão 0.5
 Conclusão 0.5
 Bibliografia 0.5
 Contextualização
(Indicação clara do 1.0
problema)
 Descrição dos
1.0
Introdução objectivos
 Metodologia
adequada ao
2.0
objecto do
trabalho
 Articulação e
domínio do
discurso
Conteúdo académico 2.0
(expressão escrita
cuidada, coerência
/ coesão textual)
Análise e
 Revisão
discussão
bibliográfica
nacional e
2.
internacionais
relevantes na área
de estudo
 Exploração dos
2.0
dados
 Contributos
Conclusão 2.0
teóricos práticos
 Paginação, tipo e
tamanho de letra,
Aspectos
Formatação paragrafo, 1.0
gerais
espaçamento entre
linhas
Normas APA 6ª  Rigor e coerência
Referências edição em das
4.0
Bibliográficas citações e citações/referência
bibliografia s bibliográficas
Folha para recomendações de melhoria: A ser preenchida pelo tutor

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Índice
1. Introdução ..................................................................................................................... 3
1.1. Objectivos .................................................................................................................. 3
1.1.1. Objectivo Geral....................................................................................................... 3
1.1.2. Objectivos específicos ............................................................................................ 3
1.2. Metodologia ............................................................................................................... 3
2. Morfologia .................................................................................................................... 4
2.1. Classes de palavras .................................................................................................... 4
2.2. Palavras variáveis e invariáveis ................................................................................. 4
2.2.1. Classe dos substantivos .......................................................................................... 5
2.2.1.1. Classificação dos substantivos ............................................................................ 5
2.2.2. Classe dos adjectivos .............................................................................................. 6
2.2.2.1. Classificação dos adjectivos ................................................................................ 6
2.2.3. Classe do artigo ...................................................................................................... 7
2.2.3.1. Classificação do artigo......................................................................................... 7
2.2.4. Classe dos pronomes .............................................................................................. 8
2.2.4.1. Classificação dos pronomes................................................................................. 8
2.2.5. Classe dos numerais ............................................................................................. 10
2.2.5.1. Classificação dos numerais ................................................................................ 10
2.2.6. Classe dos verbos ................................................................................................. 11
2.2.6.1. Classificação dos verbos .................................................................................... 11
2.2.7. Classe dos advérbios............................................................................................. 12
2.2.7.1. Classificação dos advérbios ............................................................................... 12
2.2.8. Classes das preposições ........................................................................................ 13
2.2.8.1. Classificação das preposições ............................................................................ 14
2.2.9. Classe de conjunções ............................................................................................ 14
2.2.9.1. Classificação das conjunções............................................................................. 14
2.2.10. Classe de interjeições ......................................................................................... 15
2.2.10.1. Classificação das interjeições .......................................................................... 16
Conclusão ....................................................................................................................... 17
Referências Bibliográficas .............................................................................................. 18
3

1. Introdução
Para a vários autores que encontra-se abordo do trabalho, a morfologia é o estudo das
palavras quanto à(s) sua(s): estrutura e forma; flexões e classificação.

Em outras palavras, em morfologia, estudamos as unidades básicas significativas, ou


seja, os morfemas (radical, desinências...) que constituem os vocábulos, definindo-os e
descrevendo-os. Também é objecto da morfologia o estudo das classes das palavras.

As palavras são divididas em dez classes gramaticais, justamente pelo que elas indicam,
pelo que elas significam. São elas: substantivo, artigo, adjectivo, numeral, pronome, verbo,
advérbio, preposição, conjunção e interjeição.

1.1. Objectivos
1.1.1. Objectivo Geral
 Discutir o conceito da morfologia.

1.1.2. Objectivos específicos


 Apresentar a classificação das palavras;
 Dar exemplos para cada classe gramatical.

1.2. Metodologia
Vale aqui ressaltar que para a realização do presente trabalho nos baseamos
inteiramente no método bibliográfico. Isto é, a partir do levantamento de referências teóricas já
analisadas, e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos científicos, páginas de
web sites.
4

2. Morfologia
Antes de abordarmos sobre as classes de palavras, é de suma importância conhecermos
o que é a morfologia.

Na linguística, a Morfologia é o estudo da estrutura, da formação e da classificação das


palavras. Assim sendo, a morfologia está agrupada em dez classes, denominadas classes de
palavras ou classes gramaticais.

Assim, de acordo com Pinto, Lopes e Neves (2001, p.105) a morfologia é a parte da
gramática que estuda as palavras na sua formação e flexão, dentro das classes gramaticais que
a pertencem.

Desta forma, pode-se dizer que a palavra morfologia vem do grego e significa o estudo
da forma (em seu sentido literal) ou estudo da figura. Tem como objectivo o estudo da
estrutura e dos processos de flexão e formação dos vocábulos, bem como a classificação dos
vocábulos.

2.1. Classes de palavras


Na visão de (Pinto, Lopes & Neves, 2001, p.106) todas as palavras, quer se trate de
frases simples ou mais complexas, podem ser agrupadas numa das dez classes apresentadas:
nomes ou substantivos, adjectivos, determinantes, pronomes, numerais, verbos, advérbios,
preposições, conjunções e interjeições.

2.2. Palavras variáveis e invariáveis


Todas as palavras podem ser divididas em dois grandes grupos: palavras variáveis (que
inclui seis primeiras classes) e palavras invariáveis (classes dos advérbios, preposições,
conjunções e interjeições) (Pinto, Lopes & Neves, 2001, p.106).

Por outro lado (Cunha & Cintra, 2004), dizem que as classes de palavras podem
também ser agrupadas em variáveis e invariáveis, de acordo com a possibilidade ou a
impossibilidade de se combinarem com os morfemas flexionais ou desinências.

Desta feita, são variáveis os substantivos, os adjectivos, os artigos e certos numerais e


pronomes, que se combinam com morfemas gramaticais que expressam o género e o número;
5

o verbo, que se liga a morfemas gramaticais denotadores do tempo, do modo, do aspecto, do


número e da pessoa.

São invariáveis, os advérbios, as preposições, as conjunções e certos pronomes, classes


que não admitem se lhes agregue uma desinência.

Ainda para (Cunha & Cintra, 2004, p.59), a interjeição, vocábulo-frase, fica excluída de
qualquer classificação.

2.2.1. Classe dos substantivos


Trazemos alguns conceitos de substantivos, colhidos em obras de estudiosos de
reconhecido saber linguístico, para análise e reflexão.

De acordo com (Bechara, 2005, p.87) “Substantivo é o nome com que designamos os
seres em geral – pessoas, animais e coisas”

Por outro lado, (Luft, 1979, p.102) advoga que “Substantivo (nome substantivo) é a
palavra que designa um ser e, sintaticamente, pode funcionar como núcleo de sujeito,
predicativo e objecto”.

Por fim entende-se que “Substantivo é a palavra com a qual nomeamos os seres em
geral, e as qualidades, ações ou estados considerados em si mesmos, independentemente dos
seres com que se relacionam”. (Monteiro, 1991, p.61).

Atento aos diferentes conceitos acima mencionados, chega-se a conclusão de que os


substantivos são palavras variáveis que servem para designar os seres como pessoas, animais,
objectos, qualidades e coisas, como por exemplo:
O João é esperto.
Não sei se irei a Nampula.
Passei em Física.

2.2.1.1. Classificação dos substantivos


Na visão de Cintra e Cunha (2004), os substantivos classificam-se em:
 Substantivos próprios e comuns
Quando se aplica a todos os seres de uma espécie ou quando designa uma abstração, o
substantivo é chamado comum. Quando se aplica a determinado individuo da espécie, o
substantivo é chamado próprio.
6

 Substantivos colectivos:
Colectivos são substantivos comuns que, no singular, designam um conjunto de seres ou
coisas da mesma espécie.
Ex: Cento e vinte milhões de moçambicanos pensam assim.
O povo moçambicano pensa assim.

 Substantivos concretos e abstractos


Chama-se concretos os substantivos que designam os seres propriamente ditos, isto é, os
nomes das pessoas, e lugares, de instituições, de um género, de uma espécie ou de um dos
seus representantes. Ex: Homem – Pedro; Cidade – Lisboa; Árvore – Cedro, Cão – Cavalo.

2.2.2. Classe dos adjectivos


Aos adjectivos, são geralmente conhecidos como palavras que servem para qualificar ou
dar qualidades ao substantivo ou nome. Ex: O Gabriel é esperto.

Assim, para (Pinto, Lopes e Neves, 2001) o adjectivo serve para precisar o significado
do nome, ao juntar-lhe características que o delimitam. Tomemos como exemplo o nome
casa, que juntamos com um adjectivo: casa pequena.

Desta feita, percebe-se que o adjectivo é um modificador do substantivo. E serve:


i. Para caracterizar os seres, os objectos ou as noções nomeadas pelo substantivo,
indicando-lhes:
a) Uma qualidade (ou defeito): inteligência lúcida. Homem perverso.
b) O modo de ser: pessoa simples. Rapaz delicado.
c) O aspecto ou aparência: céu azul Vidro fosco.
d) O estado: casa arruinada Laranjeira florida.
ii. Para estabelecer com o substantivo uma relação de tempo, de espaço, de matéria, de
finalidade, de propriedade, de procedência, etc.

2.2.2.1. Classificação dos adjectivos


Para (Pinto, Lopes e Neves, 2001, p.120) a maioria dos adjectivos tem uma forma para
o masculino e outra para o feminino – são chamados adjectivos biformes:
Ex: homem alto / mulher alta ramo seco / terra seca
7

Mas há muitos adjectivos que têm a mesma forma para o masculino e para o feminino –
são chamados de adjectivos uniformes.
Ex: homem inteligente / mulher inteligente. solo fértil / área fértil.

Nos adjectivos compostos, só o segundo elemento toma a forma do feminino, como


ilustra os exemplos a seguir:
Luso-brasileiro / luso-brasileira. Heroi-cómico / heroi-cómica

Por ora, tendo visto os que os autores dizem sobre a classificação dos adjectivos,
percebe-se que os mesmos classificam-se em três maneiras, sendo a primeira, adjectivos
biformes, que tem uma forma para o feminino e outra para o masculino. Nos adjectivos
uniformes, entende-se que tem a mesma forma que é usada para o feminino assim como para
o masculino. E por fim, temos os adjectivos compostos, apenas o segundo elemento recebe a
forma do feminino.

2.2.3. Classe do artigo


“O artigo é uma partícula que precede o substantivo, assim, à maneira de “marca” dessa
classe gramatical” (Monteiro, 1991, p. 84).

“Artigo é a palavra que se antepõe aos substantivos que designam seres determinados
(o, a, os, as) ou indeterminados (um, uma, uns, umas)” (Bechara, 1970, p. 113).

2.2.3.1. Classificação do artigo


 Definido: o, a, os, as.
 Indefinido: um, uma, uns, umas.
O artigo definido emprega-se para designar os seres que são conhecidos e o indefinido
para seres que não são conhecidos (Pinto, Lopes e Neves, 2001, p.126).
Ex: O rapaz viu o filme. Um rapaz viu um filme.
O rapaz viu um filme

Na 1ª frase, tanto o rapaz como o filme aparecem identificados (não é qualquer rapaz ou
qualquer filme), são apresentados como conhecidos. Na segunda frase, rapaz aparece como
não identificado, mas continuamos a saber que se trata de determinado filme. Finalmente, na
3ª frase, o rapaz volta a aparecer identificado, enquanto filme é apresentado como não
identificado.
8

2.2.4. Classe dos pronomes


É sobejamente conhecido que pronome quer dizer “em vez do nome”. O emprego dos
pronomes permite evitar a repetição de uma palavra ou atá de uma frase.

“Pronome é a palavra que denota o ente ou que a ele se refere, considerando-o apenas
como pessoa do discurso.” (Said Ali, 1965 p. 91).

Por outro lado, “pronome é toda a palavra que não expressa por si um conceito
determinado, mas reproduz formalmente um conceito antes emitido; ou indica um conceito
determinado pelo mesmo ato da palavra ou por uma ação (um gesto) que acompanha o ato da
palavra.” (Lenz, apud Luft, 1979, p. 115).

Assim sendo, conclui-se que o pronome é a expressão que designa os seres sem dar-lhes
nome nem qualidade, indicando-os apenas como pessoa do discurso.

Por outras palavras, pode-se dizer que os pronomes desempenham na oração as funções
equivalentes às exercidas pelos elementos nominais. Isto é, servem para representar um
substantivo; para acompanhar um substantivo determinando-lhe a extensão do significado.

2.2.4.1. Classificação dos pronomes


Ainda para (Lenz, apud Luft, 1979, p.116) os pronomes podem ser: pessoais,
possessivos, demonstrativos, indefinidos, interrogativos e relativos.

Pronomes pessoais remetem às três pessoas do discurso e podem ser:


 1ª pessoa: eu (singular), nós (plural);
 2ª pessoa tu (singular), vós (plural);
 3ª pessoa ele, ela (singular); eles, elas (plural).
Ex: A Carla passou aqui com o irmão. Ela estava com pressa. (ela = a Carla).

 Pronomes possessivos
A sua forma é igual à dos determinantes possessivos. Indicam possuidor ou os vários
possuidores do objecto ou dos objectos designados pelo nome que substituem.
Ex: Podes contar com a minha amizade. Eu contarei com a tua.
A Ana elogiou os teus desenhos, mas também gostou dos meus.
9

 Pronomes demonstrativos
Como já vimos quando falamos este, esse e aquele, designam proximidade ou
afastamento e, relação ao locutor (quem fala) e ao destinatário (a quem se fala).
Ex: Este livro é bom, mas esse não presta.
Gosto mais dessa camisola do que daquela.

 Pronomes indefinidos
Do mesmo modo que os determinantes indefinidos, os pronomes que lhes correspondem
podem exprimir uma referência vaga, imprecisa.
Ex: Ninguém se mostrou disposto a ceder.. Tudo aquilo é aborrecido
Não há nada mais certo do que a morte.

 Pronomes interrogativos
O pronome interrogativo introduz uma pergunta sobre a pessoa ou coisa que o sintagma
ou o grupo nominal (que foi substituído pelo correspondente pronome interrogativo)
designaria. O sintagma nominal é substituído pelo pronome interrogativo pode aparecer
expresso na resposta:
Ex: Quem é que chegou? / Foi o João.
ou mesmo antes:
- Tenho quinze anos. E tu, quantos tens?

Quem emprega-se só para as pessoas, que para as pessoas e seres inanimados, e quê e onde
para seres inanimados. Qual e quais usam-se tanto para animados e como para inanimados.
Ex: Quem veio hoje? Que homem és tu? De que horas estás a falar?
Disse o quê? Onde vamos? (onde = a que lugar).

 Pronome relativo
O pronome relativo faz referência ao individuo ou objecto designado pelo sintagma
nominal da primeira frase e vem imediatamente a seguir. Esse sintagma nominal é o
antecedente e a oração introduzida pelo pronome relativo chama-se oração relativa.

Aos olhos de Pinto, Lopes e Neves (2001, p.136) o pronome relativo pode desempenhar
a função de sujeito como de complemento directo.
Ex: Ofereço-te uma rosa. A rosa cheira muito bem.
Ofereço-te uma rosa que cheira muito bem. (sujeito)
10

O homem é operário. Vi o homem,


O homem que vi é operário. (compl. directo).

Tendo vistos a ideia dos autores e exemplos fica fácil compreender que os pronomes
relativos são pronomes que se referem a um termo (um nome) anterior, o antecedente e, em
geral, podem ser substituídos por “qual, quais” sem alterar o sentido do enunciado.

2.2.5. Classe dos numerais


Para indicarmos uma quantidade exacta de pessoas ou coisas, ou para assinalarmos o
lugar que elas ocupam numa serie, empregamos uma classe especial de palavras denominada
numerais (Cunha & Cintra, 2004, p.255).

Num outro prisma, Pinto, Lopes e Neves (2001, p.137) simplificam dizendo que os
numerais são palavras que indicam uma quantidade de indivíduos ou coisa.

Assim, pode-se compreender que os numerais são palavras que servem para indicar: (a)
uma quantidade exacta de seres (ex. três); (b) o lugar que eles ocupam em uma série (ex.
terceiro); (c) aumento proporcional da quantidade de seres, a sua multiplicação (ex. triplo); (d)
a divisão dos seres (ex. um terço). São chamados, respectivamente, de cardinais, ordinais,
multiplicativos e fracionários.

2.2.5.1. Classificação dos numerais


De acordo com (Albuquerque, 2008, p. 69) os numerais classificam-se da seguinte
maneira:
 Cardinais – indicam quantidade. Ex.: João Pedro que, apesar de ter apenas sete anos,
sabe ler muito bem.
 Ordinais – indicam ordem ou posição em uma determinada série. Ex.: O segundo
motor começou a engasgar.
 Multiplicativos – indicam multiplicação. Em outras palavras pode se dizer que
indicam o aumento proporcional, a sua multiplicação. Ex.: Eu dou o dobro da quantia
paga por ele pela casa.
 Fraccionários – indicam a diminuição proporcional, a sua divisão. Ex.: Um terço da
população necessita de auxílio.
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 Numerais colectivos – são os que, mesmo no singular, indicam um grupo de seres


(Pinto, Lopes & Neves, 2001, p.137). Equivalem a nomes. Ex: Eles formam um trio
notável.

2.2.6. Classe dos verbos


Pinto, Lopes e Neves (2001, p.137), dizem que os verbos são palavras que exprimem a
acção, as qualidades ou estados, situando-os no tempo.
Ex: A Helena foi à rua. O António anda adoentado.

Para Albuquerque (2008, p.59) o verbo “é uma palavra que exprime ação, estado, fato
ou fenómeno.” (...) “Dentre as classes de palavras, o verbo é a mais rica em flexões. Com
efeito, o verbo reveste diferentes formas para indicar a pessoa do discurso, o número, o
tempo, o modo e a voz.

Ao conjunto ordenado das flexões ou formas de um verbo, dá-se o nome de conjugação


(Cegalla, 2005, p. 194).

Atento aos conceitos acima referenciados, conclui-se que o verbo é uma palavra de
forma variável que exprime o que se passa, isto é, um acontecimento representado no tempo.
Na oração exerce a função obrigatória de predicado.
Ex: Um dia, Olinda desapareceu para sempre.
Como estavam velhos! Anoitecera já de todo.

2.2.6.1. Classificação dos verbos


Na perspectiva de (Cunha & Cintra, 2004, p.270) os verbos classificam-se da seguinte
maneira:
 Quanto a flexão: o verbo pode ser regular, irregular, defectivo e abundante.
Os regulares flexionam de acordo com o paradigma, modelo que representa o tipo
comum da conjugação. Tomando-se por exemplo, cantar, vender e partir como paradigmas
da 1ª, 2ª e 3ª conjugação.

 São irregulares os verbos que se afastam do paradigma de sua conjugação, como dar,
estar, fazer, ser, pedir, vir e vários outros.
 Abundantes são verbos que possuem duas ou mais formas equivalentes. De regra, essa
abundancia ocorre no particípio. Assim, o verbo aceitar apresenta os particípios
12

aceitado, aceito e aceite; o verbo entregar, os particípios entregado e entregue, o


verbo matar, os particípios matado morto.
 Quanto à função: o verbo pode ser principal ou auxiliar.
 Principal: é o verbo de significação plena, nuclear de uma oração. Ex: Estudei
português.
 Auxiliar: a forma verbal composta é constituída por um verbo principal – estufar
(estudado, estudada, estudar) que exprime sobretudo o significado do verbo, e um
verbo auxiliar ter (tem), ser (foi), andar (anda a) que auxilia o principal, transmitindo
algumas características próprias da classe dos verbos, como sejam: tempo, modo,
pessoa, e até o aspecto e a voz.
Ex: O Hermenegildo anda a brincar.

2.2.7. Classe dos advérbios


Os advérbios são palavras que servem para determinar ou intensificar o sentido do
verbo, do adjectivo ou do outro advérbio. Em muitos casos, exercem essa função junto do
verbo (Pinto, Lopes & Neves, 2001, p.137).

Ex: Não percebeste bem o que te quis dizer.


Estávamos descansados, quando repentinamente, começou a chover.

Por seu turno (Cunha & Cintra, 2004, p.365) corroboram que o advérbio é,
fundamentalmente, um modificador do verbo. Ex: O almoço decorreria agora lentamente.

Assim, importa referir que partindo da ideia dos autores anteriormente mencionados,
compreende-se que os advérbios são palavras que modificam e intensificam o sentido do
verbo, podendo, no entanto, exercer a função do adjunto adverbial nos predicados.

2.2.7.1. Classificação dos advérbios


Na perspectiva de (Albuquerque, 2008, p. 65) os advérbios classificam-se da seguinte
maneira:
 Nominais
a) Lugar: longe, perto, dentro, fora, ali, lá, acolá, embaixo ...
b) Tempo: depois, logo, cedo, antes, hoje, amanhã, sempre ...
c) Modo: (i) bem, mal, melhor, devagar;
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d) Adjectivos adverbializados: alto/ baixo; (i) palavras terminadas em “ –mente”:


rapidamente:
e) Dúvida: talvez, quiçá, porventura, decerto...
f) De afirmação: certamente, efectivamente, sim, deverás, realmente...
g) Intensidade: muito, pouco, bastante, menos, tão, pouco...
h) Negação: nunca, não, jamais, nada...

 Pronominais
 Não-interrogativos
a) Demonstrativos: lugar (aqui, aí), tempo (ontem, amanhã), modo (assim).
b) Relativos (pron. relativo sem antecedente): de modo (como), de tempo (quando no
tempo em que), lugar (onde).
c) Indefinidos: de lugar (algures, alhures), tempo (sempre, nunca).
d) Quantificativos: (indefinidos) chamados de advérbios de intensidade: muito/pouco,
mais/menos, tanto/quanto.

 Interrogativos
a) Lugar: onde.
b) Tempo: quando.
c) Modo: como.
d) Causa: por que.

2.2.8. Classes das preposições


“Chamam-se preposições as palavras invariáveis que relacionam dois termos de uma
oração: o primeiro (antecedente) é explicado ou completado pelo segundo (consequente).”
(Cunha e Cintra, 2004, p.375).
Ex: Antecedente Preposição Consequente
Vou a Roma
Todos saíram de casa
Concordo com você

Não obstante Pinto, Lopes e Neves (2001, p.151) afirmam que as preposições são
palavras invariáveis que estabelecem uma relação entre elementos da frase.
14

Ex: Jantei com ele (verbo e pronome) Comprei uma pulseira de prata
(nome e nome)
Fugiu durante a guerra. (verbo e nome).

2.2.8.1. Classificação das preposições


Na visão de Albuquerque (2008, p.74) as preposições classificam-se em:
 Essenciais: são aquelas sempre classificadas como preposições: a, ante, após, até,
com, contra, de, desde, em, entre, para, perante, por (per), sem, sob, sobre, trás.
 Acidentais: são palavra de outras classes que funcionam, às vezes, como preposição:
afora, conforme, consoante, durante, exceto, fora, mediante, não obstante, salvo,
segundo, tirantes, etc.

Um aspecto não menos importante que vale mencionar é que as relações entre as
palavras podem também ser exercidas por mais de uma palavra que funcionam como
preposição, ou seja, por meio das locuções prepositivas.

2.2.9. Classe de conjunções


Aos olhos de Pinto, Lopes e Neves (2001, p.155) as conjunções são palavras invariáveis
que servem para relacionar orações ou elementos semelhantes da mesma oração.

Por outro lado, (Cunha & Cintra, 2004) argumentam que as conjunções são vocábulos
que servem para relacionar duas orações ou dois termos semelhantes da mesma oração.

Por ora, conclui-se que as conjunções são palavras invariáveis que servem para ligar
palavras, grupos de palavras e orações.
Ex.: João e Maria (ligando duas palavras)
Queres sorvete ou preferes chocolate? (ligando duas orações)

2.2.9.1. Classificação das conjunções


De acordo com (Albuquerque, 2008, p.79), as conjunções dividem-se em:
 Coordenativas: estabelecem uma coordenação entre dois termos de uma oração ou
entre duas orações independentes. Podem ser:
 Aditivas: e, nem, não só... mas também;
 Alternativas: ou, ou... ou, ora...ora, quer...quer, seja...seja… tanto;
15

 Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, no entanto, entre• conclusivas: logo,


pois, portanto, por conseguinte, por isso;
 Explicativas: que, pois, porque, porquanto.
 Subordinativas: iniciam orações que mantêm uma relação de dependência sintáctica
de outra, chamada principal. Podem ser:
 Causais: que, porque, como, já que...
 Condicionais: se, acaso, contanto que, uma vez que...
 Conformativas: como, conforme, consoante, segundo...
 Comparativas: que, (do) que (relacionadas a “mais, menos, maior, menor, melhor,
pior”), qual (relacionada a “tal”), como (relacionada a “tal, tão, tanto”), como se...
 Concessivas: embora, conquanto, ainda que, posto que...
 Consecutivas: que (relacionada a “tal, tão, tanto, tamanho”), de modo que, de sorte
que...
 Finais: para que, a fim de que, porque...
 Proporcionais: à medida que, ao passo que, à proporção que...
 Temporais: apenas, mal, quando, antes que, enquanto, depois que...
 Integrantes: que, se, como (=que)...; introduzem orações que equivalem a
substantivo, ao contrário das demais conjunções subordinativas que (estas, expressam
circunstâncias ou relações).

2.2.10. Classe de interjeições


Para (Cunha & Cintra, 2004) a interjeição é uma espécie de grito que traduzimos de
modo vivo as nossas emoções.

A mesma reacção emotiva pode ser expressa por uma de uma interjeição.
Inversamente, uma só interjeição pode corresponder a sentimentos variados e, até, opostos. O
valor de cada forma interjectiva depende fundamentalmente de cada contexto e da entoação.

Assim, compreende-se que interjeições são palavras com que, de maneira espontânea,
exprimimos vivamente as nossas emoções. São frequentes nas frases exclamativas e
costumam ser acompanhadas de ponto de exclamação.
Ex: Ah! que grande asneira fizeste.
Oxalá! chegamos a tempo!
16

2.2.10.1. Classificação das interjeições


Classificam-se as interjeições segundo o sentimento que denotam. Entre as mais usadas,
podemos enumerar (Cunha & Cintra, 2004):
a) De alegria: oh! oh! oba! opa!
b) De animação: avante! Coragem! Eia! Vamos!
c) De aplauso: bis! Bem! Bravo! Viva!
d) De desejo: oh! oxalá!
e) De dor: ai! Ui!
f) De espanto ou surpresa: ah! Chi! Hi! Ué! Puxa!
g) De impaciência: hum! Hem! Irra!
h) De invocação: alo! Ó! Psiu! Psi!
i) De silêncio: psiu! Silencio!
j) De suspensão: alto! Basta! Alto lá!
k) De terror: ui! Uh!

Então, como vimos, as interjeições são palavras invariáveis que servem para representar
as emoções expressadas pelo sujeito.
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Conclusão
Chegado a este ponto, conclui-se que a Morfologia é o estudo da estrutura, da formação
e da classificação das palavras. A peculiaridade da morfologia é estudar as palavras olhando
para elas isoladamente e não dentro da sua participação na frase ou período.

Conclui-se ainda que na morfologia existe dez classes gramaticais, sendo seis variáveis
e quatro invariáveis. Palavras variáveis que inclui seis primeiras classes (artigo, adjectivo,
numeral, pronome, verbo) e palavras invariáveis (classes dos advérbios, preposições,
conjunções e interjeições).
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Referências Bibliográficas
Albuquerque, M. (2008). Morfóloga do português. Brasil: UFSM.

Bechara, E. (2005). Moderna gramática portuguesa. Rio de Janeiro: Lucerna.

Cunha, C. & Cintra, L. (2004). Breve gramatica do português moderno. Lisboa, Portugal:
Plural Editores.

Luft, C. (1979). Moderna gramática brasileira. Porto Alegre: Globo.

Monteiro, J. (1991). Morfologia Portuguesa. Campinas. São Paulo: Pontes.

Pinto, J. Lopes, M. & Neves, M. (2001). Gramatica do português moderno. Lisboa, Portugal:
Alicerce editora.

Said Ali, P. (1965). Gramática secundária da Língua Portuguesa. São Paulo:


Melhoramentos.

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