10anosdocodigocivil 239
10anosdocodigocivil 239
10anosdocodigocivil 239
239
PROTEÇÃO CONTRATUAL NO
DIREITO BRASILEIRO
VISÃO DO DIREITO CIVIL SOB PRISMA DE INFLUÊNCIA
CONSTITUCIONAL – PRINCÍPIOS
que essas coisas não tenham sofrido modificações essenciais, que designa a
cláusula tida como um pressuposto contratual, resultante da teoria da impre-
visão, para evitar o enriquecimento ilícito de uma das partes e obrigando a
outra à restituição do montante auferido indevidamente.
É óbvio que o atual Código Civil buscou na Teoria da Imprevisão o
equilíbrio econômico-financeiro do contrato, fundado na ideia moral de
que o credor comete uma suprema injustiça quando usa de seu direito com
absoluto rigor pretendendo enriquecer-se à custa de seu devedor, seguindo
a opinião do civilista francês Georges Ripert (1880/1959), considerado o
maior defensor do controle do direito pela moral, pois este entendia inexis-
tir diferença de domínio, de conteúdo, de natureza ou de finalidade entre
o direito e a moral, mas só diferença de forma.
Importante comentar a matéria pertinente à Sucessão Heredi-
tária no atual Código Civil, em que na ordem de vocação hereditária–
tomando-se, ainda, o disposto no Código Civil de 1916/1917 – observa-se
que se deferia a sucessão legítima em terceiro lugar ao cônjuge sobreviven-
te, conforme o previsto no art. 1.603, inciso III (daquele Código), isto é,
o cônjuge era o terceiro a ser chamado na linha da vocação hereditária.
Vale dizer que, somente à falta de descendentes, é que se poderia receber
herança se, ao tempo da morte do outro, não estava dissolvida a sociedade
conjugal (art. 1.611).
Do que conta o Código julgado bom, o cônjuge supérstite passa a
concorrer de igual para igual com os descendentes do de cujus, a não ser
que já apresente direito à meação, consoante o regime de bens adotado no
casamento e, faltando os descendentes, concorre com os ascendentes. No-
te-se que o cônjuge, além de meeiro, será posicionado, também, como
herdeiro necessário, ao lado dos descendentes e dos ascendentes do faleci-
do, salvo nos casos devidamente comprovados de indignidade ou de deser-
ção. É bom lembrar que o mesmo ocorrerá, por força da Lei-nº 8.971/94,
com o “companheiro” ou “companheira” sobrevivente de união estável.
Cumpre realçar, finalmente, que o comentado Código Civil torna
mais simples a elaboração dos testamentos, quando reduz o número de
Série Aperfeiçoamento de Magistrados 13t10 Anos do Código Civil - Aplicação, Acertos, Desacertos e Novos Rumos Volume I
247
Comercial de 1850, sim, no artigo 131, inciso I, em que pese pouca im-
portância tenha este dispositivo legal frente à doutrina e à jurisprudência
pátria. Contudo, com o advento do Código de Defesa do Consumidor,
Lei-nº 8.078/90, que trata dos direitos dos consumidores, introduziu-se
expressamente o princípio da boa-fé objetiva, inclusive como norma ex-
pressa reguladora das relações de consumo. Por outro lado, mais recen-
temente, com a promulgação do Novo Código Civil Brasileiro, Lei-nº
10.406, de 10 de janeiro de 2002, que entrou em vigor em 10 de janeiro
de 2003, consta expressamente previsão legal de aplicação objetiva do
princípio da boa-fé. Aproveitamos a oportunidade para transcrever os
artigos que entraram em vigor, regulando definitivamente a aplicação de
relevante princípio:
“Art. 113. Os negócios jurídicos devem ser interpretados confor-
me a boa-fé e os usos do lugar de sua celebração.
SÍNTESE CONCLUSIVA
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
LIVROS