Garantia Da Constituição em Mocambique
Garantia Da Constituição em Mocambique
Garantia Da Constituição em Mocambique
1.Introdução.......................................................................................................................3
2.Contextualização............................................................................................................4
2.1.Garantia constitucional............................................................................................4
2.2.Conceito de Constituição.........................................................................................4
2.2.1.Concepções sobre a Constituição......................................................................5
2.3.Função do estado na garantia dos direitos sociais...................................................6
2.3.1.Garantias e remédios constitucionais................................................................7
2.3.2.Mandado de Segurança.....................................................................................7
2.3.3.Mandado de Segurança Colectivo.....................................................................9
2.3.4.Mandado de Injunção........................................................................................9
3.A Acção Directa de Inconstitucionalidade por Omissão..............................................13
Conclusão........................................................................................................................15
Bibliografias....................................................................................................................16
1.Introdução
A diferenciação, contudo, diz Buzaid (2009), não deve ser levada ao extremo. Por
vezes, a mesma norma constitucional alberga um direito e uma garantia. Aprofundando
o tema, não se pode olvidar que o direito de impetrar mandado de segurança, mandado
de injunção, habeas data, habeas corpus ou de propor acção popular traduz o exercício
do direito constitucional de acção do boletim da república. Assim, segundo Buzaid
(2009), todo remédio constitucional é garantia fundamental, mas não vale a recíproca.
Note-se que não é qualquer direito que encontra amparo nos remédios constitucionais,
mas apenas os direitos mais caros da civilização, quais sejam, aqueles qualificados
como fundamentais.
2.1.Garantia constitucional
2.2.Conceito de Constituição
Todo Estado possui uma Constituição, que é o seu modo de ser, de se organizar e
funcionar. Também pode ser chamada por outros termos, como Carta Magna, Lei
Maior, entre outros.
Percebe-se que, mesmo quanto aos Estados onde a Constituição não conste escrita em
um texto próprio, como na Inglaterra (onde as normas constitucionais são baseadas no
costume), é correcto dizer que possuem Constituição, já que a forma escrita não é
requisito desta. Ainda, as Constituições actuais não tratam apenas do Estado, mas
também elencam direitos aos seus cidadãos e estrangeiros, e mecanismos judiciais e
administrativos para efectivação de tais direitos.
Alexandre de Moraes nos brinda com o conceito "ideal" de Constituição, como triunfo
do movimento constitucional do século XIX, ao transcrever as seguintes palavras do
mestre português Canotilho:
[...] meios postos à disposição dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção
das autoridades competentes, visando sanar, corrigir, ilegalidade e abuso de poder em
prejuízo de direitos e interesses individuais. Alguns desses remédios revelam-se meios
de provocar a actividade jurisdicional, e, então, têm natureza de acção; são acções
constitucionais [...] São, pois, espécies de garantias, que, pelo seu carácter específico e
por sua função saneadora, recebem o nome de remédios, e remédios constitucionais,
porque consignados na Constituição.
2.3.2.Mandado de Segurança
Desta forma, importante ressaltar que o mandado de segurança caberá contra os actos
discricionários e os actos vinculados, pois nos primeiros, apesar de não se poder
examinar o mérito, deve-se verificar se ocorreram os pressupostos autorizadores de sua
edição e, nos últimos, as hipóteses vinculadoras da expedição do acto.
O mandado de segurança pode ser utilizado para a execução forçada do ato omitido pelo
Poder Público, por intermédio da autoridade coactora, almeja-se o mandado, a ordem. O
ato impugnado pode ser comissivo ou omissivo.
Deve-se compreender ato de autoridade não apenas aqueles que se originam na entidade
pública em si, mas também os perpetrados por administradores de entidades para
estatais, inclusive os que exercem funções delegadas. Nos termos do art. 1º, §1º, da lei
de regência são equiparados a autoridades os representantes ou órgãos de partidos
políticos e os administradores de entidades autárquicas, bem como os dirigentes de
pessoas jurídicas ou as pessoas naturais no exercício de atribuições do poder público,
somente no que disser respeito a essas atribuições.
O mandado de segurança colectivo pode ser impetrado por certas entidades para
salvaguarda de interesses comuns dos seus associados. Pode ser utilizado por partido
político com representação no Congresso, organização sindical, entidade de classe ou
associação legalmente constituída e em funcionamento há pelo menos um ano, em
defesa dos interesses de seus membros ou associados.
2.3.4.Mandado de Injunção
Atente-se ainda que, no intuito de reforçar a imperatividade das normas que traduzem
direitos e garantias fundamentais, a Constituição de 1975 institui o princípio da
aplicabilidade imediata dessas normas, nos termos do art. 5º, § 1º. Este princípio realça
a força normativa de todos os preceitos constitucionais referentes a direitos, liberdades e
garantias fundamentais, prevendo um regime jurídico específico endereçado a estes
direitos. Vale dizer, cabe aos Poderes Públicos conferir eficácia máxima e imediata a
todo e qualquer preceito definidor de direito e garantia fundamental.
Para Flávia Piovesan (2010, p. 130), compete ao poder Judiciário quando da concessão
do mandado de injunção:
Para Celso Bastos (2010, p. 221), no mandado de injunção: A solução para o problema
há de se obter conferindo ao magistrado a possibilidade de em cada caso escolher um
tipo de solução que melhor possa atender aos legítimos interesses dos impetrantes, sem
a necessidade de transmudar-se o julgador em legislar. A solução há-de ser, como
vimos, adaptada ao caso concreto, sempre muito variável porque também variável é o
tipo de integração que se requer. Não se nega que, em muitas hipóteses, ao magistrado
seja dado prover a situação com directrizes suficientes para conferir operacionalidade ao
direito do impetrante.
José Afonso da Silva (2011, p. 409) esclarece a aplicabilidade imediata dos direitos
fundamentais:
[...] em primeiro lugar, significa que elas são aplicáveis até onde possam, até onde as
instituições ofereçam condições para seu atendimento. Em segundo lugar, significa que
o Poder Judiciário, sendo invocado a propósito de uma situação concreta nelas
garantida, não pode deixar de aplicá-las, conferindo ao interessado o direito reclamado,
segundo as instituições existentes.
[...] posição concretista geral: através de normatividade geral, o STF legisla no caso
concreto, produzindo a decisão efeitos erga omnes até que sobrevenha norma integrativa
pelo Legislativo; posição concretista individual directa: a decisão, implementando o
direito, valerá somente para o autor do mandado de injunção, directamente; posição
concretista individual intermediária: julgando procedente o mandado de injunção, o
Conclui-se, desta forma, que o mandado de injunção tem natureza mandamental, o que
prestigia adequadamente o instituto inserido em nosso ordenamento pelo Constituinte
ordinário. A Constituição da república, ao adoptar o Mandado de Injunção, concedeu ao
poder Judiciário um encargo que não ofende o princípio da tripartição dos poderes, pois,
pelo sistema dos freios e contrapesos, torna-se necessário o controle da actividade
legislativa.
A Constituição da república, na maior parte dos direitos sociais arrolados no art. 6º,
sujeita à legislação posterior para sua aplicação, e caso a normatização não exista será
necessários os instrumentos constitucionais, que neste caso são a acção directa de
inconstitucionalidade por omissão e o Mandado de Injunção.
A acção directa de inconstitucionalidade por omissão não será proposta para a prática
do acto administrativo no caso concreto, e sim visando a expedição da norma para o
implemento do preceito constitucional, que, sem ela, não pode ser aplicado. Vislumbra-
se por meio da acção de inconstitucionalidade por omissão, possibilitar o processo de
transformação das normas constitucionais de eficácia limitada em normas de eficácia
plena.
Chegando o fim deste trabalho, foi possível concluir que a Constituição da república
inclui entre as garantias individuais o direito de petição, o habeas corpus, o mandado de
segurança, o mandado de injunção, o habeas data, a acção popular, aos quais
encontram-se na doutrina e na jurisprudência, o nome de remédios de Direito
Constitucional, ou remédios constitucionais, no sentido de meios postos à disposição
dos indivíduos e cidadãos para provocar a intervenção das autoridades competentes,
visando sanar, corrigir, ilegalidade e abuso de poder em prejuízo de direitos e interesses
individuais. Alguns desses remédios revelam-se meios de provocar a actividade
jurisdicional, e, então, têm natureza de acções constitucionais.
O objectivo desse trabalho é levar aos futuros pesquisadores e toda academia em geral,
que as informações sobre seus direitos, que raramente conhecem principalmente os
remédios constitucionais que o próprio cidadão pode impetrar a seu favor ou de outrem,
sem precisar de advogados ou de pagamentos. São direitos garantidos no artigo 5º da
constituição da república que protegem seu direito a liberdade, ao direito de ir e vir e
contra abusos, é exercer realmente a democracia e cidadania com respeito à dignidade
humana, sem necessidade de advogados ou pagamentos.