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Universidade Aberta UNISCED

Faculdade de Direito

Curso de Licenciatura Em Direito

Os Sujeitos do Direito Internacional Público

Guido Nomeado Duarte

Tete, Março de 2024


Universidade Aberta UNISCED

Faculdade de Direito

Curso de Licenciatura Em Direito

Os Sujeitos do Direito Internacional Público

Trabalho de Campo da cadeira de Direito


Internacional Público a ser submetido na
Coordenação do Curso de Licenciatura em
Direito da UNISCED.

Guido Nomeado Duarte

Tete, Março de 2024

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Índice
1. Introdução .......................................................................................................................... 4

1.1. Objectivos ....................................................................................................................... 4

1.1.1. Gerais ........................................................................................................................... 4

1.1.2. Específicos ................................................................................................................... 4

1.2. Metodologias .................................................................................................................. 4

2. Os Sujeitos do Direito Internacional Público .................................................................... 5

2.1. Conceito do Direito Internacional Público ..................................................................... 5

2.1.1. Objecto de estudo do Direito Internacional Público .................................................... 5

2.2. Identificação dos Sujeitos de Direito Internacional Público .......................................... 5

2.2.1. O Estado ...................................................................................................................... 6

2.3. O Indivíduo Como Sujeito de Direito Internacional Público ......................................... 8

2.4. Noção de Organização Internacional .............................................................................. 9

2.5. Personalidade Internacional ............................................................................................ 9

2.6. Personalidade Internacional Das Organizações Internacionais ...................................... 9

3. Conclusão ........................................................................................................................ 11

4. Referências bibliográficas ............................................................................................... 12

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1. Introdução
O presente trabalho é referente a cadeira de Direito Internacional Público e tem como
tema: Os Sujeitos do Direito Internacional Público. Nesta senda, falar em sujeitos no
Direito, é compreender que essas pessoas possuem personalidade jurídica, ou seja, a
capacidade de adquirir direitos e contrair obrigações.

Deste modo, nem todos possuem essas prerrogativas, somente aqueles que são
considerados sujeitos de direito. Na seara do direito internacional público, ser sujeito de
direito internacional é poder agir, seja actuando como pólo em determinada demanda
judicial seja celebrando tratados internacionais.

Portanto, do ponto de vista lógico, serão considerados como sujeitos de direito


internacional público, em regra, segundo a doutrina moderna, os Estados, as organizações
internacionais e os indivíduos.

1.1. Objectivos

1.1.1. Gerais
 Conhecer os Sujeitos do Direito Internacional Público.

1.1.2. Específicos
 Definir Direito Internacional Público
 Identificar os Sujeitos do Direito Internacional Público
 Caracterizar os Sujeitos do Direito Internacional Público
 Caracterizar o Estado enquanto sujeito do Direito Internacional Público

1.2. Metodologias
Para a realização do presente trabalho do campo, foi feito com base na pesquisa
bibliográfica. A pesquisa bibliográfica é feita a partir do levantamento de referências
teóricas já analisadas e publicadas por meios escritos e electrónicos, como livros, artigos
científicos, páginas web sites. Qualquer trabalho científico iniciasse com uma pesquisa
bibliográfica, que permite ao pesquisador conhecer o que já se estudou sobre o assunto.

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2. Os Sujeitos do Direito Internacional Público

2.1. Conceito do Direito Internacional Público


Na opinião do prof. Carlos Blanco Morais, entende-se que o DIP é um direito incompleto e
ainda não totalmente formado. É incompleto porque lhe faltam alguns atributos do direito
nos sistemas jurídicos internos, nomeadamente, a coercibilidade, que nos permite
distinguir por exemplo, o direito da moral.

Direito Internacional Público é o ramo do direito que tem por objectivo promover a
regulação da sociedade internacional, buscando a convivência pacífica dos seus membros e
a promoção da cooperação internacional com vistas a encontrar soluções para os problemas
comuns da humanidade.

Neste contexto, podemos concluir que o Direito Internacional Público é o conjunto de


normas que regulam as relações entre Estados soberanos e organizações internacionais.
Responsável por moldar a ordem global, abrange temas como tratados, diplomacia e
resolução de conflitos.

2.1.1. Objecto de estudo do Direito Internacional Público


Desta forma, o Direito Internacional Público tem por objecto o conjunto de normas
jurídicas internacionais, isto é, que não são produzidas no âmbito de um Estado e nem
próprias do direito nacional.

2.2. Identificação dos Sujeitos de Direito Internacional Público


Sujeitos são todos aqueles cujas acções estão ligadas ou previstas no direito internacional
público. A conduta desses sujeitos pode ser passiva, quando o sujeito é destinatário da
norma; activa, quando o sujeito tem capacidade para actuar no plano internacional. Ou
seja, a personalidade jurídica tem íntima ligação com a conduta activa ou capacidade de
agir.

O domínio de sujeitos de direito Internacional Publico é a premissa fundamental para que


possamos conhecer quem são estas entidades e saber qual é o papel que elas desempenham
na arena internacional.

De acordo com alguns autores como André Gonçalves Pereira e Fausto de Quadros no seu
manual de Direito Internacional Público dizem que é sujeito Internacional quem for

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susceptível de ser titular de direitos e suporte de obrigações resultantes directa e
indirectamente de uma norma de Direito internacional.

Partindo deste princípio, destacaremos três correntes que se têm defrontado neste campo a
mencionar abaixo:

a) Teoria Clássica

Esta teoria convém dizendo que somente os Estados são sujeitos de Direito Internacional.
Desta maneira, o Estado e a pessoa jurídica internacional são duas noções que se
identificam. Esta defesa monolítica que teve como defensores Von Liszt, Anizilotti e
outros, foi ultrapassada, pois hoje reconhecem como sujeito de Direito Internacional para
além do Estado as organizações Internacionais, os Indivíduos, etc.

b) Teoria Individualista

Esta teoria diz ao contrário do que vimos na teoria clássica. A teoria Individualista diz que
não é o Estado o único sujeito de Direito Internacional, isto é, antes do indivíduo.

Baseando deste princípio, constata-se que o indivíduo é o verdadeiro sujeito numa


sociedade qualquer, a conclusão não pode modificar-se na sociedade internacional. O
verdadeiro sujeito na ordem jurídica internacional será todo o indivíduo que em cada
Estado tenha a seu cargo a direcção das relações internacionais ou que intervenham
activamente nelas. Por cima da sociedade integrada, que é o Estado, e para além dela, estão
as relações individuais motivadas pela sociedade natural.

c) Teorias eleticas

Esta teoria diz que os sujeitos aqui são o Estado, as organizações internacionais é o próprio
indivíduo. Esta orientação é a adoptada ou defendida por grosso modo dos publicistas.

2.2.1. O Estado
O Estado corresponde ao governo de um povo em determinado território, sendo que este
governo pode ser democrático ou autocrático. Para simplificarmos, temos apenas alguns
tipos ideais: Estado Moderno; Estado liberal clássico; Estado de Direito; Estado
Democrático.

a) Estado Moderno: antes da configuração clássica assentada na Paz de Westfália


(1648), Hobbes já retratava de forma imperiosa o que seria reservado à soberania

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como reserva de forças do Estado centralizado. A Razão de Estado já fora
anunciada por Nicolau Maquiavel (de certo modo ligado ao Estado-Nação), mas em
Thomas Hobbes a soberania é avocada como essencial, indissolúvel, ilimitada. Em
Hobbes, trata-se de um Estado Policial, voltado à necessidade de se assegurar a
vida a cada cidadão.
b) Estado liberal clássico, Estado Gendarme ou Guarda-Noturmo: reserva a prestação
da Segurança Pública e outros serviços essenciais ao Estado e descarta os demais
serviços (sociais) aos recursos individuais disponíveis, aos interesses de mercado
ou à sorte de cada um.
c) Estado de Direito: após a centralização do Poder Político a separação dos poderes
e a atenção à vontade geral (Montesquieu e Rousseau) viriam assegurar que o poder
seria melhor controlado, evitando-se todo possível regresso ao autoritarismo. O
período revolucionário (Revolução Americana e Francesa, no século XVIII)
inauguraria um debate acerca da soberania popular, como forma de
regular/legitimar o poder e limitar o próprio sentido de soberania como poder
absoluto.
d) Estado Democrático: no pós-guerra, que se iniciara na Primeira Grande Guerra e
se confirmara na Segunda Guerra Mundial, verificou-se a urgência de se construir
outras salvaguardas à soberania popular. Primeiro, salvaguardas que contivessem a
infusão de guerras injustas ou o cometimento de crimes contra a humanidade, como
fora o nazi-fascismo; depois, para que se construíssem bases efectivamente
democráticas e que aprofundassem as formas de participação na construção da
cidadania.

Neste contexto, podemos concluir que o Estado é uma construção lógica e política, com
clara densidade cultural e com reflexos jurídicos, baseada num pacto de não-agressão e que
gera um contrato de convivência

O Estado, para ser considerado como tal, deve reunir três elementos:

 A População

População é um termo mais amplamente utilizado para referir-se a um grupo de pessoas


que habitam uma determinada região, estado ou cidade, por exemplo. Nesse caso,

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poderíamos dizer. Ou ainda, define-se como População o agregado de indivíduos de ambos
os sexos que vivem em conjunto, formando uma comunidade”.

 Território

O território é usualmente definido como uma área do espaço delimitada por fronteiras a
partir de uma relação de posse ou propriedade, seja essa animal ou humana.

A importância do território como elemento constitutivo do Estado é muito grande. Por um


lado, marca o domínio dentro do qual o Estado exerce a sua soberania.

Para o geógrafo suíço, Claude Raffestin, o território não é precisamente estabelecido


apenas pela construção e delimitação de fronteiras. Para que um território seja estruturado,
mais do que isso são necessárias a sua afirmação e a apropriação a partir de uma relação de
poder. Territorializar, nesse sentido, significa manifestar um poder em uma área específica.

 O poder político ou a soberania

O Estado Soberano é aquele que não se encontra numa situação de dependência jurídica ou
geral em relação a outro Estado e exerce o poder político no seu território. Na verdade, o
poder político é um elemento importante do Estado, e sem ele não se pode considerar
soberano. Este poder político pode ser definido como a faculdade exercida por um povo de,
pôr autoridade própria, não recebida de outro poder, instituir órgãos que exerçam o
senhorio de um território e nele criem e imponham normas jurídicas, dispondo dos
necessários meios de coacção.

2.3. O Indivíduo Como Sujeito de Direito Internacional Público


A pessoa natural, por sua vez, era o objecto das normas internacionais e da acção estatal no
cenário externo e, quando pudesse reagir no cenário internacional, o faria estritamente
dentro do marco estabelecido pelos Estados.

O argumento base do Direito Internacional Publico é um conjunto de normas que apenas


rege relações entre Estados soberanos. O indivíduo era visto como objecto das relações
entre Estados soberanos.

Os primeiros sinais de consideração do indivíduo como sujeito da relação de Direito


Internacional Publico surgem como resultado dos efeitos da Primeira Guerra Mundial,
sendo que muitas pessoas sofreram com os efeitos das mesmas entre os Estados. Com

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efeito, levantou-se a questão de saber se estes indivíduos podiam intentar acções contra os
Estados intervenientes na guerra para obter uma indemnização

Logo, para que o indivíduo seja considerado sujeito de Direito Internacional público é
necessário que haja um Tratado que disponha no sentido de abrir ao indivíduo
personalidade a nível Internacional.

2.4. Noção de Organização Internacional


Organização Internacional pode definir-se como uma associação voluntária de sujeitos do
Direito Internacional, constituída mediante um tratado Internacional e regula nas relações
entre partes por normas de Direito Internacional, e que se concretiza numa entidade de
carácter estável, dotada de um ordenamento jurídico interno próprio, e de órgãos próprios,
através dos quais prossegue fins comuns aos membros da Organização, mediante a
realização de certas funções e o exercício dos poderes necessários que tenham sido
conferidos.

Todavia, a OI é uma entidade com vontade própria. Desta vontade resulta o facto de todos
os actos por si praticados serem-lhe juridicamente imputáveis.

2.5. Personalidade Internacional


A personalidade é à aptidão para a titularidade de direitos e de obrigações. A personalidade
associa-se à capacidade, que é a possibilidade efectiva de que uma pessoa, natural ou
jurídica, exerça direitos e cumpra obrigações. A personalidade une-se à capacidade, que é a
possibilidade efectiva de que uma pessoa, natural ou jurídica, exerça direitos e cumpra
obrigações.

O exame da personalidade internacional alude, em regra, à faculdade de actuar


directamente na sociedade internacional, que comportaria o poder de criar as normas
internacionais, a aquisição e o exercício de direitos e obrigações fundamentadas nessas
normas e a faculdade de recorrer a mecanismos internacionais de solução de controvérsias.

2.6. Personalidade Internacional Das Organizações Internacionais


O Sujeito de Direito Internacional a Organização Internacional, tal como outros sujeitos,
tem personalidade jurídica Internacional. A personalidade de uma Organização
internacional consta do seu acto de constituição, onde se encontram vertidos os direitos e

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obrigações próprias da Organização, susceptíveis de produzir manifestações de vontade
que lhe sejam juridicamente imputáveis, e não aos Estados membros.

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3. Conclusão
Após ter feito o presente trabalho da cadeira de DIPu, chega-se a conclusão de que o
sujeito de direito é dado pelo ordenamento jurídico a todas as pessoas, indivíduos ou
colectividade, portadores de direitos e obrigações.

Contudo, sujeitos de Direito Internacional Público são todos os entes ou entidades cujas
condutas estão previamente previstas pelo Direito Internacional Público ou contidas no
âmbito ou obrigações internacionais e que tenham possibilidade de actuar directa ou
indirectamente no plano internacional.

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4. Referências bibliográficas
 Silva, R. L. (2008). Direito internacional público. Belo Horizonte: Del Rey.
 UnISCED. Manual de Direito Internacional Publico. Beira.
 Varella, M. D. (2009). Direito internacional público. São Paulo: Saraiva.

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