Abnt NBR 15115 2004
Abnt NBR 15115 2004
Abnt NBR 15115 2004
790/0001-95
Primeira edição
30.06.2004
Válida a partir de
30.07.2004
ICS 13.030
Número de referência
ABNT NBR 15115:2004
10 páginas
© ABNT 2004
© ABNT 2004
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Impresso no Brasil
Sumário Página
Prefácio...............................................................................................................................................................iv
Introdução ..........................................................................................................................................................iv
1 Objetivo ..................................................................................................................................................1
2 Referências normativas ........................................................................................................................1
3 Definições ..............................................................................................................................................2
4 Materiais .................................................................................................................................................2
5 Equipamentos........................................................................................................................................3
6 Execução................................................................................................................................................3
6.1 Generalidades........................................................................................................................................3
6.2 Condições físicas da superfície de apoio da camada de agregado reciclado................................4
6.3 Transporte do agregado reciclado ......................................................................................................4
6.4 Distribuição do material........................................................................................................................4
6.5 Compactação .........................................................................................................................................4
6.6 Condições gerais...................................................................................................................................5
6.7 Execução de revestimento primário....................................................................................................5
7 Controle..................................................................................................................................................5
7.1 Controle tecnológico dos materiais ....................................................................................................5
7.2 Controle de execução ...........................................................................................................................6
7.2.1 Controle tecnológico da camada executada:.....................................................................................6
Exemplar para uso exclusivo - Convênio Sistema CONFEA/CREA/MUTUA - ABNT -
Prefácio
A Associação Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) é o Fórum Nacional de Normalização.
As Normas Brasileiras, cujo conteúdo é de responsabilidade dos Comitês Brasileiros (ABNT/CB), dos
Organismos de Normalização Setorial (ABNT/ONS) e das Comissões de Estudo Especiais Temporárias
(ABNT/CEET), são elaboradas por Comissões de Estudo (CE), formadas por representantes dos setores
envolvidos, delas fazendo parte: produtores, consumidores e neutros (universidades, laboratórios e outros).
A ABNT NBR 15115 foi elaborada no Comitê Brasileiro de Construção Civil (ABNT/CB–02), pela Comissão
de Estudo de Agregados Reciclados de Resíduos Sólidos da Construção Civil para Pavimentação
(CE–02:130:05). O Projeto circulou em Consulta Pública conforme Edital nº 11 de 28.11.2003, com o número
Projeto 02:130.05-002.
Introdução
A necessidade da gestão e manejo corretos dos resíduos da construção civil, de forma a tornar viáveis
destinos mais nobres para os resíduos gerados nesta atividade, foram estabelecidos pelo Conselho Nacional
do Meio Ambiente, por meio da Resolução CONAMA nº 307, de 5 de julho de 2002.
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O atendimento aos limites a serem respeitados e o potencial de uso destes resíduos remetem a um conjunto
de Normas Brasileiras que abrangem os resíduos sólidos da construção civil, resíduos volumosos e resíduos
inertes, incluindo as diretrizes para projeto, implantação e operação de áreas de triagem, áreas de reciclagem
e aterros, bem como o estabelecimento de requisitos para os agregados reciclados que podem ser gerados e
sua aplicação em obras de engenharia.
1 Objetivo
Esta Norma estabelece os critérios para execução de camadas de reforço do subleito, sub-base e base de
pavimentos, bem como camada de revestimento primário, com agregado reciclado de resíduo sólido da
construção civil, denominado “agregado reciclado”, em obras de pavimentação.
2 Referências normativas
As normas relacionadas a seguir contêm disposições que, ao serem citadas neste texto, constituem
prescrições para esta Norma. As edições indicadas estavam em vigor no momento desta publicação.
Como toda norma está sujeita a revisão, recomenda-se àqueles que realizam acordos com base nesta que
verifiquem a conveniência de se usarem as edições mais recentes das normas citadas a seguir.
A ABNT possui a informação das normas em vigor em um dado momento.
ABNT NBR 6457:1984 – Amostra do Solo – Preparação para ensaio de compactação e ensaios de
caracterização
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ABNT NBR 7185:1986 – Solo – Determinação da massa específica aparente "in situ", com emprego do
frasco de areia
ABNT NBR 7809:1983 – Agregado graúdo – Determinação do índice de forma pelo método do paquímetro
3 Definições
Para os efeitos desta Norma, aplicam-se as definições das ABNT NBR 7207, ABNT NBR 11170 e
ABNT NBR 11171, e as seguintes:
3.1 resíduos sólidos da construção civil classe “A”: Resíduos provenientes de construções, reformas,
reparos ou demolições de obras de construção civil, definidos como classe “A” pela resolução
CONAMA nº 307/2002, na qual incluem-se tijolos, blocos cerâmicos, concreto em geral, agregados pétreos,
argamassas, telhas, camadas asfálticas de pavimentos e outros, adequados à execução de camadas de
reforço do subleito, sub-base e base, bem como camada de revestimento primário
3.2 agregado reciclado: Material granular, obtido por britagem ou beneficiamento mecânico, de resíduos
da construção civil classificados como resíduo de construção classe “A”, conforme 3.1, que apresenta as
características técnicas descritas na seção 4, para aproveitamento em obras de pavimentação.
3.4 reforço do subleito, sub-base e base de agregado reciclado para pavimento: Camadas de
agregado reciclado, cujas técnicas executivas e controle de qualidade estão descritos nas seções 4 a 7.
4 Materiais
A camada de reforço do subleito, sub-base e base de agregado reciclado deve ser executada com materiais
que atendam aos seguintes requisitos:
a) deve ser evitada a presença de madeiras, vidros, plásticos, gessos, forros, tubulações, fiações elétricas
e papéis ou quaisquer materiais orgânicos ou não inertes, classificados como classe “B”, “C” e “D” pela
Resolução CONAMA nº 307;
b) o agregado reciclado deve apresentar curva granulométrica, obtida por meio do ensaio da
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ABNT NBR 7181, bem graduada, não uniforme, com coeficiente de uniformidade Cu 10 (Cu = D60 / D10);
c) a porcentagem que passa na peneira 0,42 mm (nº 40) deve ficar entre 10% e 40%;
d) os agregados reciclados devem ser classificados quanto ao tipo de emprego possível na execução de
camadas de pavimentos, segundo parâmetros de Índice de Suporte Califórnia (CBR), obtidos por meio
do ensaio da ABNT NBR 9895, conforme abaixo discriminado:
― material para execução de reforço de subleito: CBR 12%, expansão 1,0% (energia de
compactação normal, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457);
― material para execução de sub-base: CBR 20%, expansão 1,0% (energia de compactação
intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457);
― material para execução de base de pavimento: CBR 60%, expansão 0,5% (energia de
compactação intermediária, conforme ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 6457); é permitido o uso como
material de base somente para vias de tráfego com N 106 repetições do eixo-padrão de 80 kN no
período de projeto;
e) no caso de materiais que não atendam às exigências da alínea anterior, estes podem ser estabilizados
granulometricamente, conforme a ABNT NBR 11804, ou com adição de cimento e/ou cal hidratada, e
neste caso ser submetidos ao ensaio de resistência à compressão simples, após 7 dias de cura,
devendo apresentar resistência de no mínimo 2,1 MPa, em corpos-de-prova moldados na energia de
compactação especificada;
f) a porcentagem máxima admissível, em massa, para grãos de forma lamelar, obtida conforme a
ABNT NBR 7809, é de 30%;
5 Equipamentos
O conjunto de equipamentos básicos indicados para execução da camada de agregados reciclados
compreende:
a) pá carregadeira;
b) caminhão basculante;
c) caminhão-tanque irrigador;
d) motoniveladora;
i) grade de discos;
6 Execução
6.1 Generalidades
Se a camada de pavimento exigir uma espessura final superior a 20 cm, ela deve ser subdividida em
camadas parciais. A espessura mínima de qualquer camada de base, sub-base ou reforço de subleito deve
ser de 10 cm, após a compactação.
a) a camada sobre a qual é executado o reforço do subleito, a sub-base ou a base deve ter sido executada
de acordo com as condições em projeto. Eventuais defeitos existentes devem ser reparados antes da
distribuição da camada de agregado reciclado;
b) caso a execução da camada de agregado reciclado não seja efetuada imediatamente após a execução
da camada de apoio (camada subjacente) e, de modo especial, quando essa camada de apoio tiver sido
exposta à chuva devem ser efetuadas as seguintes verificações:
― o teor de umidade deve situar-se dentro do intervalo de 3% em relação à umidade ótima obtida no
ensaio de compactação em laboratório;
― as áreas nas quais o teor de umidade e o grau de compactação não atendam aos limites
especificados devem ser reexecutadas.
O agregado reciclado deve ser transportado para o local de aplicação, devidamente protegido contra
intemperismo ou contaminação.
a) a distribuição do material solto deve ter uma espessura suficiente para que após a compactação atinja a
espessura de projeto;
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b) a distribuição do material sobre a camada subjacente deve ser realizada com distribuidor de agregados,
capaz de distribuir o agregado reciclado em espessura uniforme, sem produzir segregação;
c) excepcionalmente, a distribuição do agregado reciclado pode ser procedida pela ação de motoniveladora,
devendo, neste caso, ser adotado um critério de trabalho que assegure a qualidade do serviço;
d) a espessura de cada camada individual acabada deve se situar no intervalo de 10 cm, no mínimo, a
20 cm, no máximo;
6.5 Compactação
b) a energia de compactação a ser adotada na execução da camada de agregado reciclado deve ser no
mínimo de:
c) o teor de umidade da mistura, por ocasião da compactação da camada de agregado reciclado, deve
estar compreendido no intervalo de 1,5% em relação à umidade ótima obtida no ensaio de
compactação executado com a energia especificada;
d) a compactação da camada de agregado reciclado deve ser executada mediante o emprego de rolos
compactadores do tipo pé-de-carneiro vibratório e liso vibratório;
e) nos trechos em tangente, a compactação deve evoluir partindo das bordas para o eixo e, nas curvas,
partindo da borda interna para a borda externa. Em cada passada, o equipamento utilizado deve recobrir
ao menos a metade da faixa anteriormente comprimida;
f) durante a compactação, se necessário, pode ser promovido o umedecimento da camada para correção
da umidade;
h) o grau de compactação mínimo exigido para a camada acabada deve ser de 100% em relação à massa
específica aparente seca máxima obtida em laboratório, na energia especificada. O número de passadas
do compactador deve ser definido em função dos trechos experimentais executados;
i) em lugares inacessíveis aos equipamentos de compressão, ou onde seu emprego não for recomendável,
a compactação requerida deve ser feita por meio de compactadores portáteis manuais ou mecânicos.
b) a camada de agregado reciclado deve, quando necessário, ser drenada através de lastro sob a sarjeta.
Esse lastro deve estar interligado ao sistema de drenagem da via.
O anexo A apresenta recomendações técnicas para execução de camada de revestimento primário de ruas
em terra (cascalhamento), com utilização de agregado reciclado.
7 Controle
Devem ser procedidos os ensaios ou verificações indicados em 7.1 a 7.3.
a) ensaio de granulometria, conforme ABNT NBR 7181, com determinação do coeficiente de uniformidade e
verificação da porcentagem de material que passa na peneira de 0,42 mm, a cada lote equivalente a
700 m2 de camada acabada, com no mínimo três determinações;
b) determinação da massa específica aparente seca, umidade ótima e Índice de Suporte Califórnia (CBR) e
expansão, de acordo com as ABNT NBR 7185, ABNT NBR 7182 e ABNT NBR 9895, respectivamente,
para cada lote equivalente a 2 000 m2 de camada acabada, com no mínimo três determinações;
c) determinação da porcentagem de grãos lamelares, conforme ABNT NBR 7809, sempre que houver
variação nas características do agregado utilizado ou a cada lote equivalente a 700 m2 de camada
acabada.
a) o teor de umidade na pista, por método expedito normalizado, a cada 700 m2 de camada, imediatamente
antes do início das operações de compactação;
b) a massa específica aparente seca in situ, de acordo com a ABNT NBR 7185, imediatamente após a
conclusão das operações de compactação, espaçadas no máximo a cada 50 m de pista, alternando
borda direita, eixo, borda esquerda, ou a cada 400 m2 de camada, com no mínimo três determinações.
a) a espessura: logo após a execução da camada, devem ser feitos locação e nivelamento do eixo e das
bordas, a cada 20 m, envolvendo no mínimo cinco pontos da seção transversal;
Os serviços devem ser aceitos, desde que os valores individuais dos ensaios de granulometria, lamelaridade
e Índice de Suporte Califórnia atendam aos limites definidos nesta Norma.
No que diz respeito ao grau de compactação (calculado com base na massa específica aparente seca in situ,
e referida à massa específica aparente seca máxima obtida no ensaio de compactação realizado com
amostra retirada imediatamente antes da rolagem da camada), a camada só deve ser aceita:
X K.S 100%
onde:
X é a média aritmética dos valores de graus de compactação obtidos (em porcentagem), calculada
pela seguinte equação:
N
X
i 1 i
X
N
N 2
Xi X
i 1
S
N 1
N K N K N K
3 1,05 10 0,77 30 0,66
4 0,95 12 0,75 40 0,64
5 0,89 14 0,73 50 0,63
6 0,85 16 0,71 100 0,60
7 0,82 18 0,70 - -
8 0,80 20 0,69 - -
9 0,78 25 0,67 - -
Condição necessária:
X K.S L
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onde:
O serviço executado pode ser aceito, com base no controle de espessura e de acabamento, desde que
atendidas as seguintes condições:
b) a espessura média da camada e (em centímetros) deve ser determinada pela seguinte equação:
K.S
e X
N
onde:
X é a média aritmética dos valores individuais medidos (em centímetros), calculada pela seguinte
equação:
N
X
i1 i
X
N
N 2
Xi X
i 1
S
N 1
A espessura média e, calculada estatisticamente segundo a expressão acima referida não deve ser menor do
que a espessura de projeto menos 1 cm.
Em caso de aceitação, dentro das tolerâncias estabelecidas, de uma camada de agregado reciclado com
espessura média inferior à de projeto, a diferença deve ser compensada estruturalmente na camada a ser
superposta.
Em caso de aceitação, dentro das tolerâncias estabelecidas, da camada de agregado reciclado com
espessura superior à de projeto, a diferença não deve ser deduzida da espessura da camada superior.
N K N K N K
3 1,88 10 1,38 30 1,33
4 1,63 12 1,36 40 1,30
5 1,53 14 1,35 50 1,29
6 1,47 16 1,34 100 1,28
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7 1,44 18 1,33 - -
8 1,41 20 1,33 - -
9 1,40 25 1,32 - -
Quando for prevista a imprimação impermeabilizante da camada de agregado reciclado, recomenda-se sua
execução logo após a conclusão da compactação. Recomenda-se ainda que, antes da aplicação da pintura
betuminosa, a superfície esteja adequadamente limpa e isenta de materiais soltos.
Anexo A
(normativo)
A.1 Objetivo
Este anexo tem como objetivo definir os procedimentos técnicos a serem seguidos na execução de
revestimento primário de vias de terra (cascalhamento) com uso de agregado reciclado.
A.2 Definição
Considera-se revestimento primário com agregado reciclado o serviço de melhoria das condições de
trafegabilidade de vias não pavimentadas, compreendendo a regularização e compactação mecânica, para
conformação transversal e longitudinal de greide, bem como a execução de camada de rolamento a partir da
utilização de agregado reciclado.
O preparo do subleito consiste na conformação geométrica (transversal e longitudinal) do leito da via, bem
como sua escarificação, correção de umidade do solo e compactação. Deve ser observado que:
― o preparo do subleito deve acontecer na profundidade média mínima de 15 cm, a contar da cota do leito
conformado em toda largura e extensão da plataforma a ser revestida;
― a superfície acabada do subleito preparado e conformado não deve apresentar bolsões de solos moles
ou saturados, com perda de capacidade estrutural, ou instáveis, devendo, nessas ocorrências, ser feita
a substituição do material existente por material de boa qualidade.
NOTAS
1 Nos locais em que há concentração de umidade e é inviável sua correção para fins de compactação, deve-se
proceder à sua substituição ou estabilização por cravação de fragmentos de agregado reciclado com dimensão entre
50 mm e 100 mm, desde que não haja limitações de elevação do greide da via.
2 Na presença de redes subterrâneas (água, esgoto etc.) em profundidades que impeçam a escarificação ou
compactação para o preparo de subleito, deve ser verificada a possibilidade de alteamento do greide do leito da via ou,
então, de rebaixamento da(s) rede(s).
A execução da camada de revestimento primário com emprego de agregado reciclado deve obedecer às
exigências contidas nesta Norma.
― granulometria: contínua e bem graduada, não uniforme, com coeficiente de uniformidade (Cu) maior ou
igual a 10;
― porcentagem de material que passa na peneira de 0,42 mm (n° 40): entre 10% e 40%;
― Índice de Suporte Califórnia (CBR) 20% e expansão 1,0% - energia de compactação normal;
― deve ser isento de materiais nocivos ao meio ambiente ou à saúde do trabalhador (produtos químicos,
amianto etc.).
A camada de revestimento primário (cascalhamento) com utilização de agregado reciclado deve observar:
― grau de compactação (%) deve ser de no mínimo 100% em relação ao ensaio de compactação (energia
normal).