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PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
4ª Turma
R E LAT Ó R I O
Com contraminuta.
É o relatório.
VOTO
PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
4ª Turma
VOTO
Nesse sentido:
1. A 1a. Seção desta Corte, julgando recurso sob o rito do art. 543-C do CPC, REsp.
1.158.766/RJ (Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 22.9.2010), entendeu que, nos termos do art. 573 do
CPC, c/c 28 da Lei 6.830/80, a cumulação de várias execuções fiscais é uma faculdade
outorgada ao juiz e não um dever.
2. No caso, por se tratar de uma faculdade e não de um dever do Juiz em reunir todas as
execuções fiscais, não há razão para modificação do julgado. Ademais, não estava obrigado
o Tribunal de origem, em sede de Agravo de Instrumento, analisar todas as questões que são
próprias do mérito recursal dos Embargos à Execução, sob pena até mesmo de incorrer em
supressão de instância.
(STJ, AgInt no AREsp 758834/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe
06/02/2017)
II - À falta de análise das matérias de ordem pública pelo Juiz da execução, a manifestação
em grau de recurso é inoportuna, sob pena de supressão do primeiro grau jurisdição.
1. Não obstante a prescrição seja matéria de ordem pública, não é factível o exame em sede
recursal, sem que antes sejam submetidas ao magistrado singular.
2. A par disto, ainda no que concerne à prescrição, é imprescindível a oitiva da parte
contrária, haja vista que ela pode, eventualmente, sustentar a ocorrência de causa
interruptiva.
1. Do exame dos autos, verifica-se que, nos presentes autos, a autora não opôs agravo legal
em face da decisão monocrática de fls. 185/187, tendo, apenas, oferecido pedido de
reconsideração.
2. Tendo sido equivocada a prolação do acórdão de fls. 198/203 por este órgão Colegiado,
impõe-se o reconhecimento de sua nulidade.
III - Os sócios Rita de Cássia Garrutte Martins e Wagner Martins buscam por meio da
oposição de exceção de pré-executividade a exclusão do nome deles do pólo passivo da
execução fiscal.
VI - Agravo improvido.
Com efeito, a matéria deve ser analisada pelo MM. Juízo singular, respeitados o
contraditório e a ampla defesa, tendo em vista que o recurso deve ater-se aos limites
impostos pela natureza e conteúdo da decisão agravada.
Assim, não analisado o pleito, não há razão para esta Corte firmar
posicionamento acerca do pedido, devendo ele ser julgado primeiramente pelo juiz
singular, sob pena de malferir o princípio do juiz natural e suprimir-se um grau de
jurisdição.
Nesse sentido:
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON LINE. PEDIDO POSTERIOR À ENTRADA EM
VIGOR DA LEI N. 11.382/2006. DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS
DILIGÊNCIAS EM BUSCA DE BENS.
1. Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da
pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.
Em dezembro de 2019, foi firmado Acordo de Cooperação Técnica entre o Conselho Nacional
de Justiça – CNJ, o Banco Central e a Procuradoria da Fazenda Nacional – PGFN, visando
o desenvolvimento de novo sistema para substituir o BacenJud e aprimorar a forma de o
Poder Judiciário transmitir suas ordens às instituições financeiras.
O CNJ disponibilizará aos Tribunais que utilizam o Processo Judicial Eletônico – PJE
integração com o SISBAJUD, com automação do envio das ordens judiciais e análise das
respostas encaminhadas pelas instituições financeiras.
2. Justifica-se o bloqueio via SISBAJUD pela maior abrangência da pesquisa, que alcança
contas (fintechs, contas de investimento, aplicações financeiras em renda fixa ou variável,
fundos de investimento) antes não alcançadas pelo antigo BACENJUD.
4. Recurso tecnológico colocado à disposição do Juízo, com vistas a alcançar o fim precípuo
de satisfação do crédito executado. Possibilidade de utilização da ferramenta, resguardada
à parte executada a demonstração de eventual prejuízo a advir dos bloqueios realizados.
1. Não se ressente dos vícios a que alude o art. 535 do CPC a decisão que contenha
argumentos suficientes para justificar a conclusão adotada.
(AgRg no REsp 863.808/PE, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, julgado em
06.05.2008, DJ 15.05.2008 p. 1).
1. Agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao recurso especial da
parte agravante.
2. O acórdão a quo, em ação executiva fiscal, asseverou ser possível ao credor recusar bem
ofertado à penhora, tendo em vista não ter sido obedecida a ordem prevista no art. 11, da
Lei nº 6.830/80, além de considerá-lo bem de difícil alienação.
3. Não tendo a devedora obedecido à ordem prevista no art. 11, da Lei nº 6.830/80, visto
que em primeiro lugar está o dinheiro e não os bens indicados, é lícito ao credor a sua
recusa e ao julgador a não aceitação da nomeação à penhora dos bens, pois a execução é
feita no interesse do exeqüente e não do executado. Precedentes.
É
(AgRg no REsp nº 511367/MG, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, Primeira Turma, julgado em
16.10.2003, DJ 01.12.2003, p. 268).
É como voto.
EMENTA
1. O MM. Juiz de origem determinou a manifestação da União Federal, ora agravada, acerca
da oferta dos bens móveis, bem como do percentual de 5% do faturamento da empresa em
garantia à execução.
2. Inviável ao Tribunal manifestar-se, nesta oportunidade, acerca da matéria haja vista não
ter sido enfrentada pelo MM. Juiz a quo, sob pena de supressão de grau de jurisdição.
3. Com efeito, a matéria deve ser analisada pelo MM. Juízo singular, respeitados o
contraditório e a ampla defesa, tendo em vista que o recurso deve ater-se aos limites
impostos pela natureza e conteúdo da decisão agravada.
4. Assim, não analisado o pleito, não há razão para esta Corte firmar posicionamento acerca
do pedido, devendo ele ser julgado primeiramente pelo juiz singular, sob pena de malferir o
princípio do juiz natural e suprimir-se um grau de jurisdição.
5. A jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça assentou entendimento, inclusive no
âmbito de julgamento de recurso repetitivo, no sentido de que, a partir de 20.01.2007 (data
da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006), o bloqueio de ativos pelo Bacenjud tem
primazia sobre os demais meios de garantia do crédito, não sendo mais exigível o prévio
esgotamento das diligências para encontrar outros bens penhoráveis, aplicando-se os arts.
835 e 854 do CPC, c.c. art. 185-A do CTN e art.11 da Lei 6.830/80.
6. Releva notar que o SisbaJud - Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário substituiu
integralmente o BacenJud, estabelecendo a denominada “teimosinha” – reiteração
automática da ordem de bloqueio eletrônico, na forma assentada pelo Conselho Nacional de
Justiça.
7. A constrição online, via “teimosinha”, já vem sendo autorizada no âmbito desta Corte,
bem como do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Precedentes: TRF3, AI 5007427-
69.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal HELIO EGYDIO DE MATOS
NOGUEIRA, Primeira Turma, julgado em 07/07/2022, intimação via sistema em
14/07/2022; TRF3, AI 5003165-76.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal LUIZ
ALBERTO DE SOUZA RIBEIRO, Relator para Acórdão Desembargador Federal MAIRAN
GONCALVES MAIA JUNIOR, Sexta Turma, julgado em 24/06/2022, publicado no DJEN
de 29/06/2022; TJ/SP, Agravo de Instrumento 2071032-02.2021.8.26.0000; Relator: Luis
Fernando Nishi; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 9ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 25/05/2021; Data de Registro: 25/05/2021; TJ/SP,
Agravo de Instrumento 2133297-40.2021.8.26.0000; Relatora: Ana de Lourdes Coutinho
Silva da Fonseca; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 40ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 08/07/2021; Data de Registro: 08/07/2021.
10. Não conhecida parte da pretensão recursal e, na parte conhecida, agravo de instrumento
improvido.
ACÓRDÃO
Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Quarta Turma, à
unanimidade, decidiu não conhecer de parte da pretensão recursal e, na parte conhecida, negar
provimento ao agravo de instrumento, nos termos do voto da Des. Fed. MARLI FERREIRA
(Relatora), com quem votaram a Des. Fed. MÔNICA NOBRE e o Des. Fed. MARCELO SARAIVA.
Ausente, justificadamente em razão de férias, o Des. Fed. ANDRÉ NABARRETE (substituído pelo
Juiz Fed. Convocado SIDMAR MARTINS) , nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.