Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Pje 285689496

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 11

PODER JUDICIÁRIO

TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO


PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
4ª Turma

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5032158-32.2022.4.03.0000


RELATOR: Gab. 12 - DES. FED. MARLI FERREIRA
AGRAVANTE: C M L INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Advogado do(a) AGRAVANTE: DANIELE LAUER MURTA - SP283005-A
AGRAVADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL
OUTROS PARTICIPANTES:

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
4ª Turma

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5032158-32.2022.4.03.0000


RELATOR: Gab. 12 - DES. FED. MARLI FERREIRA
AGRAVANTE: C M L INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Advogado do(a) AGRAVANTE: DANIELE LAUER MURTA - SP283005-A
AGRAVADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL

R E LAT Ó R I O

A Excelentíssima Senhora Desembargadora Federal MARLI FERREIRA


(Relatora):

Trata-se de agravo de instrumento interposto por C M L INDÚSTRIA E


COMÉRCIO LTDA. em face de decisão que, em execução fiscal, indeferiu pedido de
suspensão/cancelamento da reiteração da ordem de bloqueio via sistema SISBAJUD
(teimosinha).

Em síntese, (...) requer o provimento deste Agravo de Instrumento, com o


cancelamento do bloqueio online pelo sistema SISBAJUD [teimosinha], até que
a Agravada manifeste quanto aos pedidos formalizados no mérito, visto o
amplo prejuízo que a Empresa Agravante vem sofrendo com vossas contas bancárias
bloqueadas, devendo se utilizar do princípio menos gravoso para a Empresa, bem como
preenchendo os requisitos do artigo 805, parágrafo único, do CPC; a uma, por não ter
ocorrido a publicação da decisão da exceção de pré-executividade, possuindo a Empresa
prazo para recurso; a outra, pela indicação de bens móveis pertencentes a Executada;
além de, possuir crédito judicial com trânsito julgado que torna ilíquida a presente
execução; e por fim, a penhora de 5% de vosso faturamento, limitada a penhora ao lucro
operacional da Agravante. (...).

Com contraminuta.

É o relatório.

VOTO

PODER JUDICIÁRIO
Tribunal Regional Federal da 3ª Região
4ª Turma

AGRAVO DE INSTRUMENTO (202) Nº 5032158-32.2022.4.03.0000


RELATOR: Gab. 12 - DES. FED. MARLI FERREIRA
AGRAVANTE: C M L INDUSTRIA E COMERCIO LTDA
Advogado do(a) AGRAVANTE: DANIELE LAUER MURTA - SP283005-A
AGRAVADO: UNIAO FEDERAL - FAZENDA NACIONAL

VOTO

A Excelentíssima Senhora Desembargadora Federal MARLI FERREIRA


(Relatora):

Inicialmente, releva notar que o MM. Juiz de origem determinou a


manifestação da União Federal, ora agravada, acerca da oferta dos bens móveis, bem como
do percentual de 5% do faturamento da empresa em garantia à execução.
Logo inviável ao Tribunal manifestar-se, nesta oportunidade, acerca da matéria
haja vista não ter sido enfrentada pelo MM. Juiz a quo, sob pena de supressão de grau de
jurisdição.

Nesse sentido:

PROCESSUAL CIVIL E TRIBUTÁRIO. AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO


ESPECIAL. EXECUÇÃO FISCAL. CONCESSÃO DE EFEITO SUSPENSIVO, DIVERSIDADE
DE PARTES. REUNIÃO DE VÁRIAS EXECUÇÕES FISCAIS. FACULDADE DO JUIZ.
AGRAVO INTERNO DESPROVIDO.

1. A 1a. Seção desta Corte, julgando recurso sob o rito do art. 543-C do CPC, REsp.
1.158.766/RJ (Rel. Min. LUIZ FUX, DJe 22.9.2010), entendeu que, nos termos do art. 573 do
CPC, c/c 28 da Lei 6.830/80, a cumulação de várias execuções fiscais é uma faculdade
outorgada ao juiz e não um dever.

2. No caso, por se tratar de uma faculdade e não de um dever do Juiz em reunir todas as
execuções fiscais, não há razão para modificação do julgado. Ademais, não estava obrigado
o Tribunal de origem, em sede de Agravo de Instrumento, analisar todas as questões que são
próprias do mérito recursal dos Embargos à Execução, sob pena até mesmo de incorrer em
supressão de instância.

3. Agravo Interno do particular desprovido.

(STJ, AgInt no AREsp 758834/PR, Rel. Ministro NAPOLEÃO NUNES MAIA FILHO, DJe
06/02/2017)

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. EXCEÇÃO DE


PRÉ-EXECUTIVIDADE. EXCEPCIONALIDADE DA MEDIDA. PRESCRIÇÃO.

I - A prescrição é matéria cognoscível pela via da exceção de pré-executividade, desde que


não demande dilação probatória. Precedentes no STJ.

II - À falta de análise das matérias de ordem pública pelo Juiz da execução, a manifestação
em grau de recurso é inoportuna, sob pena de supressão do primeiro grau jurisdição.

III - In casu, é necessário o prévio conhecimento e exame da prescrição pelo Juiz da


execução.

IV - Agravo de instrumento parcialmente provido.

(TRF3, AI nº 0029812-24.2007.4.03.0000/SP - Rel. Desembargadora Federal ALDA BASTO


- julgado em 09.05.2013 - publicado no e-DJF3 Judicial 1 em 21.05.2013)

AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. INCLUSÃO DE SÓCIOS NO PÓLO


PASSIVO DA AÇÃO. PRESCRIÇÃO. SUPRESSÃO DE GRAU. CONTRADITÓRIO.

1. Não obstante a prescrição seja matéria de ordem pública, não é factível o exame em sede
recursal, sem que antes sejam submetidas ao magistrado singular.
2. A par disto, ainda no que concerne à prescrição, é imprescindível a oitiva da parte
contrária, haja vista que ela pode, eventualmente, sustentar a ocorrência de causa
interruptiva.

3. É inviável ao tribunal manifestar-se sobre a matéria de defesa, nesta oportunidade, sob


pena de supressão de grau de jurisdição e ofensa ao princípio do contraditório.

4. O agravante não afastou a fundamentação da decisão agravada, de modo que não se


sustenta a alegação de inexistência de ato fraudulento.

5. O exame da questão relativa à não ocorrência de fraude demanda efetiva dilação


probatória, somente viável em sede de embargos à execução.

6. Agravo regimental prejudicado, agravo de instrumento parcialmente conhecido e, na


parte conhecida, desprovido.

(TRF3, AI nº 0014623-30.2012.4.03.0000/SP - Rel. JUIZ Federal Convocado PAULO


SARNO - julgado em 07.03.2013 - publicado no e-DJF3 Judicial 1 em 15.03.2013)

QUESTÃO DE ORDEM - NULIDADE DO JULGADO - AGRAVO DE INSTRUMENTO -


EXECUÇÃO FISCAL - SÓCIO - LEGITIMIDADE PASSIVA - PRESCRIÇÃO - MATÉRIA NÃO
CONHECIDA - SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA - PEDIDO DE RECONSIDERAÇÃO E
EMBARGOS DE DECLARAÇÃO PREJUDICADOS

1. Do exame dos autos, verifica-se que, nos presentes autos, a autora não opôs agravo legal
em face da decisão monocrática de fls. 185/187, tendo, apenas, oferecido pedido de
reconsideração.

2. Tendo sido equivocada a prolação do acórdão de fls. 198/203 por este órgão Colegiado,
impõe-se o reconhecimento de sua nulidade.

3. Questão de ordem para anular o julgamento realizado em 15 de março de 2012.

4. Em homenagem aos princípios constitucionais da celeridade e economia processuais (art.


5º, LXXVIII, CF), impõe-se o julgamento do agravo de instrumento.

5. Constatada a dissolução irregular da sociedade, reconhece-se a responsabilidade do sócio


e sua legitimidade para figurar no polo passivo da execução quanto aos débitos executados
durante o período em que figurou como gerente da empresa.

6. Embora a prescrição consista em matéria de ordem pública, seu conhecimento pelo


Tribunal sem que antes tenha sido suscitada em primeiro grau configura em supressão de
instância, vedada pelo ordenamento jurídico.

7. Pedido de reconsideração prejudicado. Embargos de declaração prejudicados.

(TRF3, AI nº 0029911-23.2009.4.03.0000/SP - Rel. Desembargador Federal MAIRAN


MAIA - julgado em 06.09.2012 - publicado no e-DJF3 Judicial 1 em 20.09.2012)

PROCESSO CIVIL: AGRAVO LEGAL. ARTIGO 557 DO CPC. DECISÃO TERMINATIVA.


EXECUÇÃO FISCAL. ADMISSIBILIDADE DA OPOSIÇÃO DE EXCEÇÃO DE PRÉ-
EXECUTIVIDADE. QUESTÕES DE ORDEM PÚBLICA. ILEGITIMIDADE DE PARTE. ÔNUS
DA PROVA.
I - O agravo em exame não reúne condições de acolhimento, visto desafiar decisão que, após
exauriente análise dos elementos constantes dos autos, alcançou conclusão no sentido do
não acolhimento da insurgência aviada através do recurso interposto contra a r. decisão de
primeiro grau.

II - A recorrente não trouxe nenhum elemento capaz de ensejar a reforma da decisão


guerreada, limitando-se a mera reiteração do quanto afirmado na petição inicial. Na
verdade, a agravante busca reabrir discussão sobre a questão de mérito, não atacando os
fundamentos da decisão, lastreada em jurisprudência dominante.

III - Os sócios Rita de Cássia Garrutte Martins e Wagner Martins buscam por meio da
oposição de exceção de pré-executividade a exclusão do nome deles do pólo passivo da
execução fiscal.

IV - A doutrina e a jurisprudência consagraram a admissibilidade da oposição de exceção


de pré-executividade para discussão de questões de ordem pública, relativas às condições da
ação e que possam ser conhecidas de ofício pelo juiz - dentre as quais se enquadra a
ilegitimidade de parte -, desde que não demandem dilação probatória. Desta feita, pode o
Magistrado determinar a exclusão dos sócios do pólo passivo da execução fiscal em sede de
exceção de pré-executividade nos casos em que a ilegitimidade deles seja evidente de
imediato, insuscetível de controvérsia, utilizando-se, para isso, dos documentos anexados ao
incidente processual.

V - Analisar a questão da ilegitimidade de parte neste recurso implicaria em supressão de


instância, pelo simples fato de o Magistrado singular não ter apreciado o mérito da exceção,
o que sugere que tal atribuição seja a ele conferida.

VI - Agravo improvido.

(TRF3, AI nº 0005926-25.2009.4.03.0000/SP - Rel. Juiz Federal Convocado FERNANDO


GONÇALVES - julgado em 03.07.2012 - publicado no e-DJF3 Judicial 1 em 12.07.2012)

Com efeito, a matéria deve ser analisada pelo MM. Juízo singular, respeitados o
contraditório e a ampla defesa, tendo em vista que o recurso deve ater-se aos limites
impostos pela natureza e conteúdo da decisão agravada.

Assim, não analisado o pleito, não há razão para esta Corte firmar
posicionamento acerca do pedido, devendo ele ser julgado primeiramente pelo juiz
singular, sob pena de malferir o princípio do juiz natural e suprimir-se um grau de
jurisdição.

Não conheço do recurso nesta parte.

No tocante à constrição on line, a jurisprudência do E. Superior Tribunal


de Justiça assentou entendimento, inclusive no âmbito de julgamento de
recurso repetitivo, no sentido de que, a partir de 20.01.2007 (data da entrada em vigor
da Lei n. 11.382/2006), o bloqueio de ativos pelo Bacenjud tem primazia sobre os demais
meios de garantia do crédito, não sendo mais exigível o prévio esgotamento das diligências
para encontrar outros bens penhoráveis, aplicando-se os arts. 835 e 854 do CPC, c.c. art.
185-A do CTN e art.11 da Lei 6.830/80.

Nesse sentido:
TRIBUTÁRIO. PROCESSUAL CIVIL. AUSÊNCIA DE VIOLAÇÃO DO ART. 535 DO CPC.
EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA ON LINE. PEDIDO POSTERIOR À ENTRADA EM
VIGOR DA LEI N. 11.382/2006. DESNECESSIDADE DE ESGOTAMENTO DAS
DILIGÊNCIAS EM BUSCA DE BENS.

1. Não há violação do art. 535 do CPC quando a prestação jurisdicional é dada na medida da
pretensão deduzida, com enfrentamento e resolução das questões abordadas no recurso.

2. A Corte Especial e a Primeira Seção do STJ, respectivamente, ao apreciarem


o REsp 1.112.943/MA, Rel. Min. Nancy Andrighi, julgado em 15.9.2010, DJ
23.11.2010, e o REsp 1.184.765-PA, Rel. Min. Luiz Fux, julgado no dia 24.11.2010,
segundo a sistemática prevista no art. 543-C do CPC e na Resolução 8/2008 do
STJ, confirmaram a orientação no sentido de que, no regime da Lei n.
11.382/2006, não há mais necessidade do prévio esgotamento das diligências
para localização de bens do devedor para que seja efetivada a penhora on line.

3. Hipótese em que o pedido foi requerido e deferido no período de vigência da Lei n.


11.382/2006, permitindo-se a localização e a constrição dos ativos financeiros em conta da
executada, por meio do sistema Bacen Jud, até o limite do valor exequendo.

Agravo regimental improvido.

(AgRg no REsp 1425055/RS, Rel. Ministro HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma,


julgado em 20/02/2014, DJe 27/02/2014, destaquei)

Releva notar que o SisbaJud - Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário


substituiu integralmente o BacenJud, estabelecendo a denominada “teimosinha” –
reiteração automática da ordem de bloqueio eletrônico, na forma assentada pelo Conselho
Nacional de Justiça:

Em dezembro de 2019, foi firmado Acordo de Cooperação Técnica entre o Conselho Nacional
de Justiça – CNJ, o Banco Central e a Procuradoria da Fazenda Nacional – PGFN, visando
o desenvolvimento de novo sistema para substituir o BacenJud e aprimorar a forma de o
Poder Judiciário transmitir suas ordens às instituições financeiras.

Visando cumprir os comandos constitucionais de razoabilidade duração do processo e


eficiência da prestação jurisdicional, bem como reduzir os riscos na tramitação física de
documentos contendo informações sigilosas, foi desenvolvido o Sistema de Busca de Ativos
do Poder Judiciário – SISBAJUD.

O principal objetivo do desenvolvimento do novo sistema foi a necessidade de renovação


tecnológica da ferramenta, para permitir inclusão de novas e importantes funcionalidades,
o que já não era possível com o Bacenjud, tendo em vista a natureza defasada das
tecnologias nas quais foi originalmente escrito.

Além do envio eletrônico de ordens de bloqueio e requisições de informações básicas de


cadastro e saldo, já permitidos pelo Bacenjud, o novo sistema permitirá requisitar
informações detalhadas sobre extratos em conta corrente no formato esperado pelo sistema
SIMBA do Ministério Público Federal, e os juízes poderão emitir ordens solicitando das
instituições financeiras informações dos devedores tais como: cópia dos contratos de
abertura de conta corrente e de conta de investimento, fatura do cartão de crédito, contratos
de câmbio, cópias de cheques, além de extratos do PIS e do FGTS. Podem ser bloqueados
tanto valores em conta corrente, como ativos mobiliários como títulos de renda fixa e ações.

Com a arquitetura de sistema mais moderna, em breve será liberada no


SISBAJUD a reiteração automática de ordens de bloqueio (conhecida como
“teimosinha”), e a partir da emissão da ordem de penhora on-line de valores, o
magistrado poderá registrar a quantidade de vezes que a mesma ordem terá
que ser reiterada no SISBAJUD até o bloqueio do valor necessário para o seu
total cumprimento. Esse novo procedimento eliminará a emissão sucessiva de
novas ordens da penhora eletrônica relativa a uma mesma decisão, como é
feito atualmente no Bacenjud.

O CNJ disponibilizará aos Tribunais que utilizam o Processo Judicial Eletônico – PJE
integração com o SISBAJUD, com automação do envio das ordens judiciais e análise das
respostas encaminhadas pelas instituições financeiras.

Em suma, o foco é reduzir os prazos de tramitação dos processos, aumentar a efetividade


das decisões judiciais e aperfeiçoar a prestação jurisdicional, com o constante
aperfeiçoamento desse novo sistema.

Vale ressaltar que a constrição online, via “teimosinha”, já vem sendo


autorizada no âmbito desta Corte, bem como do Tribunal de Justiça do Estado de São
Paulo, conforme aportam os recentes julgados a seguir colacionados:

PROCESSO CIVIL. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL. LOCALIZAÇÃO DE


BENS. BLOQUEIO ONLINE. SISBAJUD. REITERAÇÃO AUTOMÁTICA. POSSIBILIDADE.
RECURSO PROVIDO.

1. O Superior Tribunal de Justiça já consolidou entendimento, em julgamento submetido ao


rito do artigo 543-C do CPC - Código de Processo Civil de 1973, no sentido de que é possível o
deferimento da penhoraonlinemesmo antes do esgotamento de outras diligências.
Precedente.

2. Justifica-se o bloqueio via SISBAJUD pela maior abrangência da pesquisa, que alcança
contas (fintechs, contas de investimento, aplicações financeiras em renda fixa ou variável,
fundos de investimento) antes não alcançadas pelo antigo BACENJUD.

3. O SISBAJUD permite a programação de cobrança (teimosinha) até a penhora completa,


mediante ferramenta criada pelo CNJ, cujo objetivo é eliminar a emissão sucessiva de novas
ordens de penhora eletrônica, aumentando a efetividade das decisões judiciais e
aperfeiçoando a prestação jurisdicional.

4. Em respeito à orientação jurisprudencial e ao princípio de que aexecuçãose realiza


nointeresse do credor(art. 797, CPC), deve ser reformada a decisão agravada a fim de
autorizar a pesquisa de bens da agravada via SISBAJUD, com reiteração automática na
forma requerida pela agravante.

5. Agravo de Instrumento provido.

(TRF3, AI 5007427-69.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal HELIO EGYDIO


DE MATOS NOGUEIRA, Primeira Turma, julgado em 07/07/2022, intimação via sistema
em 14/07/2022)
AGRAVO INTERNO. AGRAVO DE INSTRUMENTO. EXECUÇÃO FISCAL.
SISBAJUD/BACENJUD. REITERAÇÃO PROGRAMADA. PRINCÍPIO DA MÁXIMA
UTILIDADE. POSSIBILIDADE DE UTILIZAÇÃO DA FERRAMENTA. RECURSO PROVIDO.

1. Encontra-se pacificado pelo C. Superior Tribunal de Justiça, mediante o procedimento dos


recursos repetitivos, o entendimento segundo o qual, após a vigência da Lei nº 11.382/2006,
é desnecessário, para a concessão da constrição de ativos financeiros por meio do sistema
BACENJUD, o esgotamento das diligências para a localização de bens penhoráveis em nome
do executado.

2. Dentre os princípios que regem o processo de execução, encontra-se o da Máxima


Utilidade. Segundo tal princípio, a execução promovida deve ser útil ao credor, de modo a se
expropriaro máximo de bens com vistas à satisfação do crédito. Trata-se de princípio de
resultado no processo de execução.

3. A chamada "teimosinha" - reiteração automática de ordens de bloqueio -constitui


funcionalidade implementada com a substituição do BACENJUD pelo SISBAJUD, nos
termos esclarecidos pelo Conselho Nacional de Justiça.

4. Recurso tecnológico colocado à disposição do Juízo, com vistas a alcançar o fim precípuo
de satisfação do crédito executado. Possibilidade de utilização da ferramenta, resguardada
à parte executada a demonstração de eventual prejuízo a advir dos bloqueios realizados.

5. Agravo interno provido.

(TRF3, AI 5003165-76.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal LUIZ ALBERTO


DE SOUZA RIBEIRO, Relator para Acórdão Desembargador Federal MAIRAN
GONCALVES MAIA JUNIOR, Sexta Turma, julgado em 24/06/2022, publicado no DJEN de
29/06/2022)

AGRAVO DE INSTRUMENTO AÇÃO DE COBRANÇA EM FASE DE CUMPRIMENTO DE


SENTENÇA Decisão recorrida que indeferiu o pedido de bloqueio permanente de ativos
financeiros da executada via SISBAJUD Ferramenta que substituiu integralmente o
BACENJUD 2.0 a partir de setembro de 2020, ampliando a eficácia do processo de bloqueio
de ativos dos devedores Possibilidade de reiteração automática de ordens de bloqueio
("teimosinha") até a satisfação integral do débito executado Ausência de violação ao
princípio da menor onerosidade ao devedor (art. 805 do CPC) RECURSO PROVIDO.

(TJ/SP, Agravo de Instrumento 2071032-02.2021.8.26.0000; Relator: Luis Fernando Nishi;


Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 9ª Vara Cível; Data
do Julgamento: 25/05/2021; Data de Registro: 25/05/2021).

AGRAVO DE INSTRUMENTO - EXECUÇÃO SISBAJUD REITERAÇÃO TENTATIVA DE


BLOQUEIO PELA FERRAMENTA DENOMINADA "TEIMOSINHA" - Pretensão de reforma
da r. decisão que indeferiu pedido de bloqueio pelo sistema Sisbajud Cabimento - Hipótese
em que se justifica a reiteração das medidas pretendidas, pelo decurso de tempo relevante
desde a última tentativa de bloqueio - Princípio da efetividade da execução impõe a
utilização de novas ferramentas legitimamente disponibilizadas e desenvolvidas pelo CNJ -
Autorização da utilização da ferramenta não apresenta elementares para configuração do
crime de abuso de autoridade (Lei 13.869/19, art.36) - RECURSO PROVIDO.
(TJ/SP, Agravo de Instrumento 2133297-40.2021.8.26.0000; Relatora: Ana de Lourdes
Coutinho Silva da Fonseca; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro Central
Cível - 40ª Vara Cível; Data do Julgamento: 08/07/2021; Data de Registro: 08/07/2021).

Assim, possível à utilização em busca de ativos da agravada via SISBAJUD,


com reiteração automática.

Ademais, a execução se faz em benefício do credor. O artigo 805 do Código de


Processo Civil, ao estabelecer que a execução deve ser processada pelo modo menos gravoso
ao devedor, não visou, por outro lado, inviabilizar ou dificultar o recebimento do crédito
pelo credor.

Acompanho a jurisprudência dominante no Superior Tribunal de Justiça:

TRIBUTÁRIO - EXECUÇÃO FISCAL - INSS - BENS INDICADOS À PENHORA - ALEGADA


VIOLAÇÃO DO ART. 535, II DO CPC - A FAZENDA PODE REQUERER EM QUALQUER
FASE DA EXECUÇÃO O REFORÇO OU A SUBSTITUIÇÃO DA PENHORA.

1. Não se ressente dos vícios a que alude o art. 535 do CPC a decisão que contenha
argumentos suficientes para justificar a conclusão adotada.

2. Se o bem ofertado pela executada à penhora não atendeu à ordem de nomeação


estabelecida no art. 11 da Lei n. 6.830/80 ou o valor da execução, tem a credora o direito à
substituição do bem oferecido à penhora ou o seu reforço em qualquer fase da execução, o
que afasta o alegado cerceamento de defesa. Agravo regimental improvido.

(AgRg no REsp 863.808/PE, Rel. Min. HUMBERTO MARTINS, Segunda Turma, julgado em
06.05.2008, DJ 15.05.2008 p. 1).

PROCESSUAL CIVIL. AGRAVO REGIMENTAL. EXECUÇÃO FISCAL. PENHORA. RECUSA


DE BENS NOMEADOS. POSSIBILIDADE. ORDEM PREVISTA NO ART. 11, DA LEI
6.830/80. PRECEDENTES.

1. Agravo regimental interposto contra decisão que negou seguimento ao recurso especial da
parte agravante.

2. O acórdão a quo, em ação executiva fiscal, asseverou ser possível ao credor recusar bem
ofertado à penhora, tendo em vista não ter sido obedecida a ordem prevista no art. 11, da
Lei nº 6.830/80, além de considerá-lo bem de difícil alienação.

3. Não tendo a devedora obedecido à ordem prevista no art. 11, da Lei nº 6.830/80, visto
que em primeiro lugar está o dinheiro e não os bens indicados, é lícito ao credor a sua
recusa e ao julgador a não aceitação da nomeação à penhora dos bens, pois a execução é
feita no interesse do exeqüente e não do executado. Precedentes.

4. Questão que é de simples aplicação da legislação pertinente e da jurisprudência seguida


pelas egrégias Turmas deste Sodalício.

5. Agravo regimental não provido.

É
(AgRg no REsp nº 511367/MG, Rel. Min. JOSÉ DELGADO, Primeira Turma, julgado em
16.10.2003, DJ 01.12.2003, p. 268).

Ante o exposto, não conheço de parte da pretensão recursal e, na parte


conhecida, nego provimento ao agravo de instrumento.

É como voto.

EMENTA

AGRAVO DE INSTRUMENTO. TRIBUTÁRIO. EXECUÇÃO FISCAL. BENS OFERECIDOS


À PENHORA. MATÉRIA NÃO CONHECIDA. SUPRESSÃO DE INSTÂNCIA.
CONSTRIÇÃO. SISBAJUD (ANTIGO BACENJUD). REITERAÇÃO AUTOMÁTICA.
POSSIBILIDADE.

1. O MM. Juiz de origem determinou a manifestação da União Federal, ora agravada, acerca
da oferta dos bens móveis, bem como do percentual de 5% do faturamento da empresa em
garantia à execução.

2. Inviável ao Tribunal manifestar-se, nesta oportunidade, acerca da matéria haja vista não
ter sido enfrentada pelo MM. Juiz a quo, sob pena de supressão de grau de jurisdição.

3. Com efeito, a matéria deve ser analisada pelo MM. Juízo singular, respeitados o
contraditório e a ampla defesa, tendo em vista que o recurso deve ater-se aos limites
impostos pela natureza e conteúdo da decisão agravada.

4. Assim, não analisado o pleito, não há razão para esta Corte firmar posicionamento acerca
do pedido, devendo ele ser julgado primeiramente pelo juiz singular, sob pena de malferir o
princípio do juiz natural e suprimir-se um grau de jurisdição.
5. A jurisprudência do E. Superior Tribunal de Justiça assentou entendimento, inclusive no
âmbito de julgamento de recurso repetitivo, no sentido de que, a partir de 20.01.2007 (data
da entrada em vigor da Lei n. 11.382/2006), o bloqueio de ativos pelo Bacenjud tem
primazia sobre os demais meios de garantia do crédito, não sendo mais exigível o prévio
esgotamento das diligências para encontrar outros bens penhoráveis, aplicando-se os arts.
835 e 854 do CPC, c.c. art. 185-A do CTN e art.11 da Lei 6.830/80.

6. Releva notar que o SisbaJud - Sistema de Busca de Ativos do Poder Judiciário substituiu
integralmente o BacenJud, estabelecendo a denominada “teimosinha” – reiteração
automática da ordem de bloqueio eletrônico, na forma assentada pelo Conselho Nacional de
Justiça.

7. A constrição online, via “teimosinha”, já vem sendo autorizada no âmbito desta Corte,
bem como do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo. Precedentes: TRF3, AI 5007427-
69.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal HELIO EGYDIO DE MATOS
NOGUEIRA, Primeira Turma, julgado em 07/07/2022, intimação via sistema em
14/07/2022; TRF3, AI 5003165-76.2022.4.03.0000, Relator Desembargador Federal LUIZ
ALBERTO DE SOUZA RIBEIRO, Relator para Acórdão Desembargador Federal MAIRAN
GONCALVES MAIA JUNIOR, Sexta Turma, julgado em 24/06/2022, publicado no DJEN
de 29/06/2022; TJ/SP, Agravo de Instrumento 2071032-02.2021.8.26.0000; Relator: Luis
Fernando Nishi; Órgão Julgador: 32ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 9ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 25/05/2021; Data de Registro: 25/05/2021; TJ/SP,
Agravo de Instrumento 2133297-40.2021.8.26.0000; Relatora: Ana de Lourdes Coutinho
Silva da Fonseca; Órgão Julgador: 13ª Câmara de Direito Privado; Foro Central Cível - 40ª
Vara Cível; Data do Julgamento: 08/07/2021; Data de Registro: 08/07/2021.

8. Possível à utilização em busca de ativos da agravada via SISBAJUD, com reiteração


automática.

9. A execução se faz em benefício do credor. O artigo 805 do Código de Processo Civil, ao


estabelecer que a execução deve ser processada pelo modo menos gravoso ao devedor, não
visou, por outro lado, inviabilizar ou dificultar o recebimento do crédito pelo credor.
Precedentes do STJ.

10. Não conhecida parte da pretensão recursal e, na parte conhecida, agravo de instrumento
improvido.
ACÓRDÃO

Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, a Quarta Turma, à
unanimidade, decidiu não conhecer de parte da pretensão recursal e, na parte conhecida, negar
provimento ao agravo de instrumento, nos termos do voto da Des. Fed. MARLI FERREIRA
(Relatora), com quem votaram a Des. Fed. MÔNICA NOBRE e o Des. Fed. MARCELO SARAIVA.
Ausente, justificadamente em razão de férias, o Des. Fed. ANDRÉ NABARRETE (substituído pelo
Juiz Fed. Convocado SIDMAR MARTINS) , nos termos do relatório e voto que ficam fazendo parte
integrante do presente julgado.

Você também pode gostar