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Aula 9

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Nutrição Animal CONSULTAR

MATERIAL
Profa. Dr. Ana Paula Pessim de Oliveira HÍBRIDO
Curso: Medicina Veterinária
2º SEMESTRE DE 2023

AULA 9

Classificação dos alimentos e


análise bromatológica

Rio de Janeiro, RJ
Outubro 2023
1
Aula 9
• Análise bromatológica: Objetivo e importância.

• Classificação dos alimentos

• Principais sistemas de análise.

• Coleta de amostra.

2
Classificação básica dos alimentos

Origem
Animal e Vegetal

Aminoácidos

Suplementos

3
Classificação AAFCO e NRC (1963)
Classificação dos alimentos
1. ALIMENTOS VOLUMOSOS
Alto teor de fibras: > 18% de FB ou > 25% de FDN Feno

Baixo teor energético


Ex: Forragens frescas ou conservadas e restos culturais

Forragem frescas Silagem


4
Classificação dos alimentos
2. ALIMENTOS CONCENTRADOS
Baixo teor de fibras: < 18% de FB ou < 25% de FDN
Alto teor energético
Milho
2.1. CONCENTRADO ENERGÉTICO: < 20% de PB
- Grãos de cereais e seus subprodutos (aveia, milho, arroz)
- Raízes e tubérculos (Mandioca, batata)
- Subprodutos da indústria (Melaço, polpa cítrica, polpa de beterraba)

Aveia

Polpa cítrica Polpa de


Melaço beterraba Arroz
Raízes Tubérculos 5
Classificação dos alimentos
2. ALIMENTOS CONCENTRADOS
Baixo teor de fibras: < 18% de FB ou < 25% de FDN
Alto teor energético
2.2. CONCENTRADO PROTEICO: > 20% de PB Farelo de algodão
Farelo de soja
- Vegetal: soja, algodão, girassol
- Animal: farinha de carne, de sangue, de vísceras, de peixe

Caroço de algodão
Farelo de algodão

Farinha de vísceras de aves Farinha de sangue Farinha de penas hidrolisadas

Farinha de peixe Farinha de carne e ossos suína Farinha de carne e ossos bovina 6
Farelo de girassol
Classificação dos alimentos
3. SUPLEMENTOS ALIMENTARES
Ingrediente ou mistura de ingredientes capaz
de suprir a dieta ou o concentrado em
Sal mineral
aminoácidos, vitaminas e minerais, sendo
permitida a adição de aditivos.

Quando é usado:
- Para fechar a formulação da ração
- Quando há deficiência ou carência nutricional

Sal mineral, Aminoácidos; Vitaminas, Antioxidantes (C e E);


Vitamina D; Flavonoides; Ácido linoleico conjugado; Ácido
linoleico; Minerais; Fibras alimentare, Uréia 7
EXEMPLO
Composição de ingredientes
Farinha de vísceras de frango, farinha de torresmo, glúten de milho*, glúten de trigo, plasma
sanguíneo desidratado de suíno, celulose, ervilha moída desidratada, quirera de arroz, polpa
desidratada de beterraba, gordura de frango, óleo refinado de peixe, hidrolisado de fígado de
suíno, acácia nilótica, ácido cítrico, bentonita, BHA (Butilhidroxianisol), BHT
(Butilhidroxitolueno), cloreto de amônio, cloreto de potássio, cloreto de sódio, cúrcuma
(Curcuma longa), fosfatidilcolina, gelatina hidrolisada, L-carnitina, levedura de cervejaria
inativada desidratada, metionina, sulfato de amônio, taurina, acetato de DL-alfa-tocoferol,
acetato de retinol, ácido ascórbico monofosfato, ácido fólico, ácido pantotênico, biotina,
bissulfito de menadiona nicotinamida, cianocobalamina, cloreto de colina, colecalciferol, niacina
(ácido nicotínico), piridoxina, riboflavina, tiamina, ferro aminoácido quelato, iodeto de cálcio,
manganês aminoácido quelato, selenometionina hidroxi análoga, sulfato de cobre
pentahidratado, sulfato de ferro, sulfato de manganês, sulfato de zinco monohidratado, zinco
aminoácido quelato.
*Contém glúten de milho transgênico (espécies doadoras de gene: Bacillus thuringiensis e/ou
Agrobacterium tumefaciens e/ou Streptomyces viridochromogenes e/ou Zea mays).

8
Composição química
Níveis de garantia

Ração possui diferentes


ingredientes.

Os ingredientes pode conter


diferentes nutrientes.

Os nutrientes possuem
diferentes valores
energéticos.

9
Ração (processamento)

Ração farelada Peletizada Ração extrusada


• Aumenta a superfície de contato, • Reduzo desperdício de alimento.
aumentando a taxa de digestão. • Quebra molecular
• Dietas peletizadas contribuem no
• Facilita a mistura do produto dos • Esterilização
aumento do desempenho animal.
ingredientes. • Forma
• Reduz a capacidade de seleção.
• Diminui o tempo de permanência no • Gelatinização do Amido
• Destruição dos agentes patogênicos.
rúmen. • Proteína : desnatura e texturiza
• Reduz a capacidade de seleção das • Modificação térmica do amido e ptn.
partículas pelos animais (aves) • Aumenta a aceitabilidade.
• Facilita os processos industriais
subsequentes: Peletização e Extrusão 10
Análise
bromatológica
dos alimentos

11
Alimento
Energia

Água (umidade) Matéria Seca (MS)

Matéria orgânica (MO) Matéria mineral (MM)

Proteína (PB) Macroelementos


Lipídeos (EE) Microelementos
Carboidratos Não estruturais (ENN)
Toxidez
Carboidratos Estruturais (FB e FDN/FDA/LIG)
Palatabilidade Andriguetto,1981.
Vitaminas
12
BROMATOLOGIA E NUTRIÇÃO ANIMAL
BROMATOLOGIA
 Ciência que estuda os alimentos (composição nutricional do alimento).
 Objetivo: analisar de forma detalhada a composição química, o valor
nutricional e energético, suas propriedades físicas e seus efeitos no
organismo.

NUTRIÇÃO ANIMAL
Envolve o estudo das exigências nutricionais visando atender as necessidades em
determinados nutrientes, específico para uma espécie e categoria animal.

Reúne o conhecimento de diferentes áreas, tais como Bromatologia,


Fisiologia Animal , Comportamento e bem-estar animal.
IMPORTÂNCIA DA ANÁLISE
BROMATOLÓGICA
 Nutrição animal
(conhecimento da composição química ou nutricional dos alimentos).

 Identificar a pureza e integridade dos ingredientes


(observação direta de contaminantes ou de alterações significativas na composição).

 Possibilita o balanceamento nutricional de dieta


(misturar ingredientes de modo a balancear os nutrientes de uma dieta).

 Identificação de componentes tóxicos (segurança para uso).


14
Sistemas de avaliação de alimentos para animais

Método de Weende (1864) Método Van Soest (1967)


Agrupamento de nutrientes em categorias: Agrupamento de nutrientes em categorias:

Água Conteúdo celular (PTN solúvel, NNP


solúvel, lipídeos, amido, açúcares, pectina)
Cinzas/Matéria Mineral (MM)
Parede Celular (FDN) CEL-HEM-LIG
Proteína Bruta (PB) (inclusive o NNP)
Extrato Etéreo (EE) Ligno-celulose CEL-LIG e
(FDA) Compostos
Fibra Bruta (FB) (celulose e parte da lignina) lignificados
Lignina
Extrativo Não Nitrogenado (ENN) (LDA)

Proteína Bruta (PB). Método de Kjedahl (1883) 15


SISTEMA DE WENDE
ALIMENTO
MATÉRIA SECA ÁGUA (umidade)
MATÉRIA
MATÉRIA ORGÂNICA MINERAL
PROTEÍNA
COMPOSTOS NÃO NITROGENADOS BRUTA

EXTRATO
CARBOIDRATOS ETÉREO

EXTRATIVO NÃO FIBRA BRUTA


NITROGENADO

16
Tabela com as especificações dos componentes químicos das frações.

Embalagem *A matéria seca é obtida: MS = 100 - %Umidade


das Rações **O %ENN = 100 – (%UM + %PB + %EE + %MM + % FB)
17
Coleta
de
amostras
Etapa muito importante!

•Precisa ser representativa


•Feita em todos os lotes
•Realizada por profissional treinado
18
Avaliação
macroscópica

Aspecto: OBS: Não existe lote homogêneo


cor, cheiro, granulometria,
empelotamento... Já é claro para a maioria dos analistas que não
há amostragem significativa, no máximo
representativa
Presença de contaminantes:
insetos, bolores, material
estranho...

19
Fonte: Profa. Dra. Valquíria Cação da Cruz, UNESP Dracena.
Processo de amostragem
Todo
Amostra Amostra
Parcial Parcial
Amostra Amostra
Parcial Amostra Parcial
Parcial

Amostra composta
Homogeneização
Amostra média
Alíquota
Amostra
laboratorial 20
Tamanho da amostra a ser colhida
Produtos ensacados:
Ferramenta: calador.
Metodologia: vertical, horizontal e obliquamente (diagonal).
Coleta:
Lotes de 1 a 10 sacos: todos.
Lotes de 11 a 100 sacos: 10 sacos.
Lotes de mais de 100 sacos: 10% dos sacos.
Representatividade da amostra: 1 kg.
Laboratório: saco plástico ou pano encerado.

21
Fonte: Ângela Fonseca Rech, v.31, n.1, p.33-36, jan./abr. 2018.
Necessidade de amostragem em profundidades
diferentes.
22
https://slideplayer.com.br/slide/356572/
Vídeo: Calador Pneumático.
https://www.youtube.com/watch?v=0QiLbZdPsLM

23
https://www.pegasusscience.com/site/br/atuacao/amostragem-para-analise
Tamanho da amostra a ser colhida
Amostras de pastagem e capineira:
Parte aérea: quadrado de 0,5 cm x 0,5 cm.
Área amostrada: no mínimo 10-12 amostras / ha.
Evitar bordaduras e margens de rios
Representatividade da amostra: 1 a 2 kg.
Laboratório: saco plástico.

Envio: refrigerado ou congelado


Fonte: Ângela Fonseca Rech, v.31, n.1, p.33-36, jan./abr. 2018.
Tamanho da amostra a ser colhida
Amostras de feno:
Coleta:
1 a 10 fardos: todos.
Lotes de 11 a 100 fardos: 10 fardos.
Lotes de mais de 100 fardos: 20 + 2% dos fardos.
Representatividade da amostra: 1 kg.
Laboratório: saco plástico.

Informações importantes: idade e


época de corte, condições e técnica
de confecção, armazenagem.
25
Fonte: Ângela Fonseca Rech, v.31, n.1, p.33-36, jan./abr. 2018.
Tamanho da amostra a ser colhida
Amostras de silagens:
 Após a abertura do silo.
 Coleta: - Silagem ensacada (3 amostras a cada 5 -10 sacos)
- Silo convencional (8 a 10 pontos íntegros depois de retirada a 1ª camada.
Representatividade da amostra: 2 kg.

 Laboratório: saco plástico duplo


(retirar o ar).
Envio: refrigerado ou congelado.

26
Fonte: Ângela Fonseca Rech, v.31, n.1, p.33-36, jan./abr. 2018.
Análise bromatológica dos
Curso: Medicina Veterinária alimentos
2º SEMESTRE DE 2023

Aula 10
Determinação da Matéria Seca Total
(MSTotal)

Rio de Janeiro, RJ
Outubro 2023 27
Relembrando.....

Matéria Natural x Matéria Seca (Total)

 Contém água; forma original do


alimento.  Sem água; obtido somente em
laboratório.
 Mas tem seu teor de matéria seca.
28
A determinação da
MS é o passo inicial
para podermos
expressar todos os
resultados das
análises e torná-los
comparáveis quanto
ao teor de nutrientes.

Fonte: https://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=26758

25g (MS) -------------100 (100 % amostra) % Nutriente (MS) = Peso do nutriente (MN) X 100
2,03g (PB) ----------- X ou Peso da MS
X = 8,1
29
Determinação do teor de Matéria Seca Total
(MS total %)
 Importante para comparar alimentos quanto aos teores dos nutrientes.

Para chegar no valor do teor de


“matéria seca total” são necessários
procedimentos laboratoriais.

O percentual de MS reflete o teor de


umidade que o alimento apresentava
quando chegou no laboratório para
ser analisado.

30
Determinação do teor de Matéria Seca Total
(MS total %)

 Categorias de amostras
Princípio
A) Amostras suficientemente A umidade da amostra é perdida por
volatilização causada pelo calor. A
secas para serem finamente
percentagem é calculada por diferença
moídas de peso da amostra, antes e depois do
tratamento de calor (gravimetria).
B) Amostras que precisam ser
pré-secas antes de serem moídas
MS total (%)
31
Necessita pré-secagem (ASA %)

Esse alimento é moído e segue direto para a secagem definitiva (ASE%) 32


Determinação do teor de Matéria Seca Total (MS total %)
 Pré-secagem – amostras com alto teor de umidade.
1. Pesagem inicial. Porque realizar a
2. Pré-secagem (ASA% - amostra seca ao ar): pré secagem?
Estufa de circulação de ar forçada.
Temperatura: 55 a 60ºC
Tempo: 16 horas a 48 horas.

Imagem: Vinícius P. Silva 28


Pré-secagem – amostras com alto teor de umidade.

2. Pré-secagem (ASA% - amostra seca ao ar):

Amostras após a pré-secagem


34
Determinação do teor de Matéria Seca Total (MS total %)
2. Pré-secagem (ASA% - amostra seca ao ar):
Material necessário

BALANÇA DE
PRECISÃO

ESTUFA
com circulação de ar forçada

Sacos de papel / Bandejas de alumínio


35
Fonte: Silva e Queiroz, Análise de Alimentos Métodos Químicos e Biológicos, UFV, 2005.
Pré-secagem (ASA%)
Peso (g) Capim Concentrado
Bandeja vazia 101,5 *
Peso da amostra úmida 233,6 *
Bandeja + amostra seca parcial* 174,3 *
Peso da amostra seca parcial 72,8 *
(que saiu da estufa a 55oC)
Percentual da amostra seca parcial (%) 31,16 *
* ASA% (amostra seca ao ar)
72,8
ASA = 174,3 – 101,5
ASA = 72,8
= 31,16
233,6 36
Determinação do teor de Matéria Seca Total (MS total %)
3. Moagem (Utilizar peneira de 1 mm)
Material necessário

Pincel e espátula

MOINHO TIPO WILEY MICROMOINHO WELEY


Facas de facas Para menor quantidade de amostra

Vídeo: https://www.youtube.com/watch?v=2RwPgZWzhQo Sacos plásticos 37


4. Secagem definitiva – amostra com + de 80% MS.

- Estufa a 135º C por 2 horas.

- Estufa a 105ºC por 16 horas.


ASE%
- Estufa a 100ºC por 24 horas. Secagem definitiva

5. Dessecador por 1 hora.

6. Pesagem final.
38
Fonte: Silva e Queiroz, Análise de Alimentos Métodos Químicos e Biológicos, UFV, 2005.
4. Secagem definitiva – amostra com + de 80% MS.
Material necessário

BALANÇA ANALÍTICA
Pesagem Final
Anota-se o peso ESTUFA
Descarta a amostra após á determinação Secagem a 105°C
39
(Propriedades originais alteradas pelas reações de Maillard)
4. Secagem definitiva – amostra com + de 80% MS.

PINÇA TENAZ
CADINHO

ESPÁTULA DESSECADOR
PESA-FILTRO 40
Para esfriar e não absorver umidade
Determinação do teor de Matéria Seca Total (MS total %)

Passos para a
determinação
da ASE

Vídeo: https://eaulas.usp.br/portal/video?idItem=26758
(Assistir a partir de 3:27 min) 41
Secagem definitiva (ASE%)
Capim Concentrado
Pesa Filtro vazio (g) 39,9714 40,1235
Peso da Amostra (g) 2,5112 2,0056
Pesa Filtro +ASE (g) (ou cadinho) 42,3446 42,0562
(amostra seca em estufa 105º)
Peso da amostra seca em estufa 105º (g) 2,3732 1,9327
Percentagem 94,50 96,36
2,3732
ASE = 42,3446 – 39,9714
ASE = 2,3732
= 94,50
2,5112 42
Cálculo da MS Total
MS Total = % ASA x % ASE
100
 Capim verde = 31,16 x 94,50 = 29,44 % de MS
100
 Concentrado = 96,36 % de MS

Cálculo da Umidade
Umidade = 100 - MS Capim Verde = 100 – 29,44 = 70,56 %
Concentrado = 100 – 96,36 = 3,64 % 43
Determinação do teor de Matéria Seca Total (MS total %)

MS Total = % ASA x % ASE


44
100
Análise bromatológica dos alimentos

 Determinação de:
 Matéria Mineral, CONSULTAR
 Fibra Bruta, MATERIAL
 Extrato Etéreo e HÍBRIDO
 Proteína Bruta

45
AVISOS
Aula prática: Laboratório de análises bromatológicas

 Confecção do relatório de aula prática: Determinação da MStotal

 A atividade será realizada em grupos de 4 ou 5 pessoas

 Trazer calculadora

 Obrigatório o uso de jaleco, sapato fechado e cabelo longo preso

46

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