Zebrafish
Zebrafish
Zebrafish
ESTUDOS DO MICROPLÁSTICO EM
MODELO EXPERIMENTAL DE ZEBRAFISH:
COMPORTAMENTO E ENCÉFALO
SÃO PAULO
2022
ALEX LUCIANO FERNANDES
SÃO PAULO
DEZEMBRO / 2022
Fernandes, Alex Luciano.
Estudos do microplástico em modelo experimental de
zebrafish: comportamento e encéfalo / Alex Luciano Fernandes. -
2022.
84 f. : il. color. + CD-ROM.
Banca Examinadora
Leonardo da Vinci
AGRADECIMENTOS
Agradeço ao Prof. Dr. Thiago Berti Kirsten pela oportunidade, sabedoria, dedicação,
afetuosidade e, sobretudo, pela receptividade que demonstrou desde o nosso primeiro
encontro. Tê-lo como orientador foi uma honra para mim. Muito obrigado!
Ao Prof. Dr. Eduardo Fernandes Bondan, do Programa de Pós-Graduação em
Patologia Ambiental e Experimental da Universidade Paulista pela confecção e análise das
lâminas de imuno-histoquímica do GFAP correspondente ao meu projeto.
À Profa. Dra. Ivana Barbosa Suffredini pela gentil colaboração nas complexas análises
estatísticas relacionadas às avaliações diárias.
Ao mestrando Daniel Lago, que participou das etapas de análise comportamentais
diárias e coletas de órgãos dos animais para avaliações posteriores.
Ao técnico do laboratório de Anatomia Patológica, Paulo Ailton Vedovato pela
contribuição da parte histológica e processamento do material.
À Amanda Tolosana Mendes Fustinoni, Diretora Comercial da Duster Indústria e
Comércio de Espanadores Ltda., pela gentileza em fornecer os microplásticos da empresa
Braskem S. A.
Ao Wilton Pereira, técnico do Laboratório de Experimentação Animal, pela paciência
e disposição nos momentos em que precisei de suas contribuições.
Agradeço aos demais professores do Programa de Pós-Graduação em Ambiental e
Experimental da UNIP pelos ensinamentos e conhecimentos compartilhados.
Agradeço a Universidade Paulista pela infraestrutura oferecida; desde os setores
administrativos, as estruturas do laboratório e demais áreas para a realização dos
experimentos. Em especial a Vice-Reitoria de Pós-Graduação e Pesquisa.
Agradeço a CAPES/PROSUP pela bolsa concedida durante toda a realização do
trabalho.
Agradeço aos colegas da Pós-Graduação pela amizade e companheirismo.
Agradeço aos meus pais, Domingos Fernandes (in memoriam) e Maria Aparecida
Luciano Fernandes (in memoriam) pelo amor, dedicação e por priorizar a educação como base
da nossa formação.
Agradeço a minha esposa, Carla Montuori Fernandes, grande incentivadora e
responsável pelo início da minha vida acadêmica, sempre ao meu lado nos momentos difíceis,
demonstrando o amor que existe entre nós.
Aos peixes que cederam sua vida, para que de maneira respeitosa, pudéssemos realizar
um experimento que agregasse valor à ciência.
RESUMO
Figura 1 – Confecção dos microplásticos. Processo de confecção dos dois tipos de microplásticos
(polietileno e polipropileno). (A e B) Plásticos virgens adquiridos em formato de esfera da fabricante
(BRASKEN, Mais Polimeros do Brasil LTDA, Cajamar, São Paulo, Brasil); (C) microplásticos
confeccionados por trituração mecânica e peneirados em peneira de granulometria, de modo a garantir
tamanho ≤ 1,2 mm; (D) diferentes concentrações de microplásticos, mínima, média e máxima,
estocados para a exposição dos zebrafish nos aquários ........................................................................ 53
Figura 9 – Peso corporal. Efeitos da exposição aos microplásticos polietileno (PE) e polipropileno
(PP), em concentrações mínima, média e máxima no peso corporal (g) de zebrafish adultos. Os grupos
cujos nomes terminam em 1 referem às concentrações mínima (0,1 mg/L), grupos cujos nomes
terminam em 2 referem às concentrações médias (1,0 mg/L) e grupos cujos nomes terminam em 3 e 4
referem às concentrações máximas (10,0 mg/L). Os grupos cujos nomes terminam em 1, 2 e 3, bem
como o grupo controle (CON) referem à exposições por 96h e grupos cujos nomes terminam em 4
referem à exposições por 192h. A avaliação foi realizada no dia terminal da exposição (n = 10
peixes/grupo). *p<0.05 (ANOVA de uma via seguido do pós-teste de Tukey). Os resultados são
expressos como box & whiskers, mostrando todos os valores ................ Erro! Indicador não definido.
Figura 10 – GFAP. Efeitos da exposição aos microplásticos polietileno (PE) e polipropileno (PP), em
concentrações mínima, média e máxima na expressão da proteína glial fibrilar ácida (GFAP) em
astrócitos no tronco encefálico de zebrafish adultos. Os grupos cujos nomes terminam em 1 referem às
concentrações mínima (0,1 mg/L), grupos cujos nomes terminam em 2 referem às concentrações
médias (1,0 mg/L) e grupos cujos nomes terminam em 3 e 4 referem às concentrações máximas (10,0
mg/L). Os grupos cujos nomes terminam em 1, 2 e 3, bem como o grupo controle (CON) referem à
exposições por 96h e grupos cujos nomes terminam em 4 referem à exposições por 192h. A avaliação
foi realizada no dia terminal da exposição (n = 8 peixes/grupo, 2 fotomicrografias de cada seção
individual do tronco cerebral). Análise morfométrica de seções imunomarcadas com GFAP (objetiva
40X). *p<0.05, **p<0.01 e ***p<0.001 (ANOVA de uma via seguido do pós-teste de Tukey). Os
resultados são expressos como box & whiskers, mostrando todos os valoresErro! Indicador não
definido.
SUMÁRIO
1. INTRODUÇÃO .................................................................................................................... 42
1.1 Microplástico: características e impactos ambientais ..................................................... 42
1.2 Zebrafish: características e uso em pesquisas experimentais ......................................... 45
2. OBJETIVOS ......................................................................................................................... 50
2.1 Objetivos específicos ...................................................................................................... 50
3. METODOLOGIA................................................................................................................. 51
3.1 Declaração de ética ......................................................................................................... 51
3.2 Microplástico .................................................................................................................. 51
3.3 Zebrafish ......................................................................................................................... 54
3.4 Exposição, grupos e delineamento experimental ............................................................ 55
3.5 Distribuição espacial diária nos aquários, aspectos gerais de saúde e letalidade ........... 57
3.6 Comportamento .............................................................................................................. 58
3.7 Peso e sexo ...................................................................................................................... 59
3.8 GFAP no encéfalo ........................................................................................................... 59
3.9 Análises estatísticas ........................................................................................................ 60
3.10 Próximos passos ............................................................................................................ 61
4. RESULTADOS .................................................................................................................... 62
4.1 Distribuição espacial diária nos aquários, aspectos gerais de saúde e letalidade ..... Erro!
Indicador não definido.
4.2 Comportamento ............................................................... Erro! Indicador não definido.
4.3 Peso e sexo ....................................................................... Erro! Indicador não definido.
4.4 GFAP no encéfalo ............................................................ Erro! Indicador não definido.
5. DISCUSSÃO ........................................................................................................................ 63
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................................... 64
REFERÊNCIAS ....................................................................................................................... 65
ANEXOS Anexo 1 – Certificado de aprovação do Projeto junto a CEUA/UNIP ................... 74
Anexo 2 – Emenda de aprovação do Projeto junto a CEUA/UNIP ...................................... 75
Anexo 3 – Certificado de qualidade, características e procedência dos plásticos ................ 76
Anexo 4 – Atestado de procedência e saúde dos peixes ....................................................... 80
Anexo 5 – Dados estatísticos suplementares das análises multivariadas realizadas para a
distribuição espacial diária dos peixes .................................................................................. 81
42
1. INTRODUÇÃO
O zebrafish (Danio rerio) é um pequeno peixe teleósteo tropical de água doce, que
pertence à família Cyprinidae. É originário do rio Ganges, no leste da Índia, além do
46
Bangladesh, Nepal e norte de Mianmar (SPENCE et al., 2006). Trata-se de uma espécie que,
na fase adulta, apresenta medida em torno de 4-5 cm e traz como característica corpo
cilíndrico e padrão, com 7 a 9 listras horizontais claras e escuras, que percorrem todo o corpo
e se alternam em tons de azul escuro sobre prata, com coloração verde ou amarela na região
dorsal (GERLAI et al., 2000; PAULL et al., 2010).
Eles exibem dimorfismo na maturidade sexual, com diferenças na coloração que
surgem após seis semanas de vida. Na fase reprodutiva, os machos apresentam coloração
amarelo dourado na parte ventral, são mais afilados e leves que as fêmeas, que apresentam cor
prateada e arredondadas, principalmente na região ventral, características que se tornam mais
evidentes próximo do período da desova (GERLAI et al., 2000; PAULL et al., 2010).
A capacidade de desova de uma fêmea se estabelece em torno de 200 a 300 ovos
fertilizados por semana e completa sua embriogênese em 72 horas, passando por estágios bem
definidos; a saber: a fase de zigoto, clivagem, blástula, gástrula, segmentação, faringula e fase
filotípica, em que o tubo neural está formado com as vesículas cefálicas e estruturas
sensoriais, assim como a musculatura segmentar e as extremidades; as nadadeiras estão
presentes, o coração na região ventral do corpo e os arcos branqueais na região bucal. Ao final
do processo da embriogênese, forma-se uma larva com morfogênese praticamente completa,
livre-natante e que exibe visíveis movimentos oculares, da mandíbula e nadadeiras
(PARICHY et al., 2009). Os embriões do zebrafish medem em torno de 0,7 mm de diâmetro,
são opticamente transparentes e podem atingir a maturidade sexual dentro de dois a três meses
(GERLAI et al., 2000; SPENCE et al., 2008).
O zebrafish tem se constituído como um modelo muito procurado para experimentos
científicos, já que compartilham aproximadamente 70% de semelhança genética com os
humanos, com aspectos morfológicos e fisiológicos semelhantes, tais como sistema nervoso
central, sistema esquelético complexo, células hematopoiéticas múltiplas (eritrócitos, células
mieloides, linfócitos B e T etc.) e sistema cardiovascular (LIESCHKE; CURRIE, 2007;
KALUEFF; STEWART; GERLAI, 2014). Assim, quando genes causadores de doenças em
humanos são injetados nos embriões de zebrafish, os peixes em crescimento acabam por
adquirir grande parte dessas enfermidades. Deve-se destacar que o corpo translúcido do do
embrião do zebrafish permite melhor visualização de órgãos e processos biológicos in vivo,
sem a necessidade de procedimentos invasivos. Além disso, essa espécie é favorável a
abordagens genéticas avançadas e seu genoma totalmente sequenciado está disponível desde
2013. As vantagens de incorporá-los como modelo de experimento se relacionam ao fato de
ter um baixo custo de manutenção em cativeiro, possuírem alta fecundidade e
47
Desse modo, o objetivo do presente projeto foi de estudar os efeitos de diferentes tipos
de microplástico em parâmetros comportamentais e encefálicos de zebrafish, para, em
condições controladas, propor um modelo experimental para o estudo do microplástico.
49
Também foi objetivo entender aspectos neurobiológicos relacionados aos prejuízos induzidos
pelo microplástico, para contribuir com o entendimento dos mecanismos neurobiológicos.
50
2. OBJETIVOS
3. METODOLOGIA
Este projeto foi submetido para a Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA-
UNIP) e só foi iniciado experimentalmente após sua aprovação, sob número 4386210222
(Anexo 1). Os procedimentos estão de acordo com as normas e procedimentos éticos relativos
ao uso de animais de laboratório. Essas diretrizes são baseadas nas normas do National
Institutes of Health (Bethesda, MD). Os experimentos foram realizados de acordo com os
protocolos de boas práticas de laboratório com métodos de garantia de qualidade. Todos os
esforços possíveis foram realizados para minimizar o sofrimento dos animais.
3.2 Microplástico
Foram estudados dois tipos de microplástico, o PE e o PP, devido ao fato deles serem
comumente encontrados no sistema digestório de peixes de água doce e marinha de diferentes
regiões do mundo, como na Colômbia (GARCIA et al., 2021), no Rio Nilo (KHAN et al.,
2020) e nos EUA e Canadá (HENDRICKSON; MINOR; SCHREINER, 2018). Inclusive,
existem estudos com protocolos experimentais de exposição em zebrafish (LEI et al., 2018).
Os dois tipos de plásticos foram adquiridos na forma virgem, pura, de um fabricante
fornecedor certificado (BRASKEN, Mais Polimeros do Brasil LTDA, Cajamar, São Paulo,
Brasil). Os certificados de qualidade, as características físicas e atestados de pureza e
procedência dos plásticos PE e PP estão disponíveis no Anexo 2.
O dois microplásticos foram confeccionados por processo de trituração mecânica, com
constatação de partículas de no máximo 1,2 mm por meio de peneira (inox) de granulometria.
Foram confeccionadas soluções para cada um desses microplásticos em três diferentes
52
3.3 Zebrafish
Um total de nove grupos foi avaliado neste estudo. Cada grupo foi composto por dez
zebrafish. Durante os procedimentos experimentais, cada grupo ficou em um aquário de vidro
(20 × 20 × 20 cm, aerado usando compressores de ar e com controle de temperatura por
termostato). A água utilizada nestes aquários experimentais foi proveniente do aquário de
manutenção. Os zebrafish de cada um dos nove grupos foram expostos as seguintes
condições:
(1) Grupo controle (CON): água controle;
(2) Grupo PE1: solução contendo concentração mínima de PE, com exposição por quatro
dias (96h);
(3) Grupo PE2: solução contendo concentração média de PE, com exposição por quatro
dias (96h);
(4) Grupo PE3: solução contendo concentração máxima de PE, com exposição por quatro
dias (96h);
(5) Grupo PE4: solução contendo concentração máxima de PE, com exposição por oito
dias (192h);
(6) Grupo PP1: solução contendo concentração mínima de PP, com exposição por quatro
dias (96h);
(7) Grupo PP2: solução contendo concentração média de PP, com exposição por quatro
dias (96h);
(8) Grupo PP3: solução contendo concentração máxima de PP, com exposição por quatro
dias (96h);
(9) Grupo PP4: solução contendo concentração máxima de PP, com exposição por oito
dias (192h).
também aspectos gerais da saúde animal e eventual taxa de letalidade. A distribuição espacial
dentro dos aquários foi avaliada em dois contextos: resposta de alarme e distribuição do tipo
basal, explicadas no próximo item.
A cada 24h a água do aquário era gentilmente agitada com auxílio de bastão de vidro a
fim de ressuspender eventual microplástico depositado no fundo e então os zebrafish eram
alimentados.
No dia terminal (T), os zebrafish foram avaliados individualmente quanto a
parâmetros comportamentais. Imediatamente depois, os zebrafish foram submetidos à
eutanásia, pesados, sexados e foram coletados seus encéfalos. O encéfalo foi processado para
técnica de imuno-histoquímica de quantificação da expressão de GFAP (marcador de
astrócitos).
O início das exposições aos microplásticos, as avaliações diárias e comportamentais,
bem como a eutanásia foram sempre realizados entre 9h00 e 11h00 AM para minimizar
variações induzidas por alterações no ritmo circadiano dos zebrafish.
A Figura 3A ilustra os aquários experimentais onde cada um dos nove grupos foi
exposto ou não aos diferentes tipos de microplásticos em diferentes protocolos de
concentrações e dias de exposição.
57
Os zebrafish dos nove grupos experimentais foram avaliados diariamente, a cada 24h,
quanto sua distribuição espacial dentro de cada aquário experimental (Figura
( 3A) em duas
situações diferentes. Primeiro, os zebrafish foram expostos a uma situação aversiva de
58
abertura de porta sanfonada disposta imediatamente à frente dos aquários, com 1 metro de
distância entre o aquário e a porta, de modo que cada peixe era exposto a um distúrbio visual
e auditivo. Essa resposta ambiental aversiva foi chamada de reação de alarme. O segundo
contexto avaliado na distribuição espacial diária dos peixes foi após 120 segundos da situação
aversiva, considerado como uma distribuição espacial basal. Para os dois parâmetros (reação
de alarme e distribuição basal) foi anotado a quantidade de peixes de cada aquário dispostos
nos extratos: superior, intermediário e inferior. Os zebrafish respondem a comportamentos
aversivos e que causam ansiedade procurando extratos mais inferiores do aquário (KALUEFF
et al., 2013).
Ao término das avaliações diárias de reação de alarme e distribuição espacial basal, os
peixes eram individualmente inspecionados quanto a aspectos gerais de saúde e eventuais
padrões comportamentais anômalos, incluindo mudança de postura e coloração, segundo
catálogo de comportamento do zebrafish (KALUEFF et al., 2013).
Além disso, diariamente foi monitorado eventual letalidade dos zebrafish, para
fornecer a taxa de letalidade.
3.6 Comportamento
No dia terminal das avaliações diárias (após 96h ou 192h, a depender do grupo
experimental), cada um dos dez zebrafish de cada um dos nove grupos foi individualmente
alocado em aquários de vidro pequenos (21 × 10 × 21,5 cm de largura) contendo água do
aquário de manutenção. A parede frontal de cada aquário era dividida em nove retângulos
iguais (7 × 5 cm, Figura 3B). A análise comportamental era iniciada imediatamente após a
inserção suave do zebrafish no meio do aquário. A sessão de análise de 10 minutos era sempre
filmada em uma sala pequena e silenciosa, sem a presença do experimentador em seu interior.
Os aquários eram isolados visualmente entre si por meio de papel pardo disposto na parte
exterior de cada aquário, de modo a impedir a comunicação visual entre zebrafish durante a
gravação da análise comportamental simultânea dos dez zebrafish de cada grupo. As
condições da sala de análise comportamental e da filmagem foram as mesmas daquelas
descritas anteriormente (LEME et al., 2018). Os parâmetros analisados incluíram: latência
(em segundos) para alcançar os quadrantes superiores do aquário pela primeira vez;
frequência de atividade exploratória (número total de quadrantes percorridos, contabilizando
somente quando o corpo inteiro do zebrafish entrou em cada quadrante); tempo total (em
59
segundos) de permanência nos quadrantes superiores do aquário; tempo total (em segundos)
de permanência nos quadrantes inferiores do aquário; e tempo total (em segundos) de
movimentos erráticos (episódios de mudanças bruscas na direção e/ou velocidade e/ou
disparos rápidos [dartings], movimentos em ziguezague, saltos, movimentos circulares e
reação de alarme). Esses parâmetros representam diferentes padrões de comportamento
relacionados a mudanças motoras, exploratórias, intoxicação, deficiências do sistema
respiratório e expressão de ansiedade e foram baseados em um catálogo de comportamento do
zebrafish (KALUEFF et al., 2013).
paramétricos de peso, comportamento e órgãos entre os nove grupos. Nestes casos, cada
zebrafish foi considerado a unidade experimental.
Parâmetros não paramétricos relativos ao tempo de movimentos erráticos foram
analisados pelo teste de Wilcoxon de classificação sinalizada, considerando-se o valor
hipotético igual a zero, que é relativo aos movimentos observados para o grupo controle. Para
esta análise, a unidade experimental foi cada aquário com dez zebrafish, de modo a realizar a
somatória dos valores de cada grupo.
O nível de significância de 5% (p< 0,05) foi considerado suficiente para mostrar
diferenças significativas em todos os dados analisados. Os dados são expressos como média e
respectivos erros-padrão, medianas, ou como box & whiskers, mostrando todos os valores.
4. RESULTADOS
5. DISCUSSÃO
6. CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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2017.
74
ANEXOS
Anexo 1 – Certificado de aprovação do Projeto junto a CEUA/UNIP
75
CLUSTER ANALYSIS
Imported data
Analysis begun: sexta-feira, 11 de novembro de 2022 19:01:52
Analysing 4 variables x 27 cases
UPGMA
Euclidean
Objects
Node Group 1 Group 2 Dissimil. in group
1 PP3.AR.I (2) CON.AR.B (3) 0 2
2 Node 1 PE1.AR.B (3) 0 3
3 Node 2 PE2.AR.B (3) 0 4
4 Node 3 PE3.AR.B (3) 0 5
5 Node 4 PE4.AR.B (3) 0 6
6 Node 5 PP1.AR.B (3) 0 7
7 Node 6 PP2.AR.B (3) 0 8
8 Node 7 PP3.AR.B (3) 0 9
9 Node 8 PP4.AR.B (3) 0 10
10 CON.AR.S (1) PE1.AR.S (1) 1 2
11 PP2.AR.S (1) PP3.AR.S (1) 1 2
12 CON.AR.I (2) PE1.AR.I (2) 1 2
13 PP2.AR.I (2) Node 9 1 11
14 PE4.AR.S (1) PP1.AR.S (1) 1.732 2
15 PE4.AR.I (2) PP1.AR.I (2) 1.732 2
16 Node 11 PP4.AR.S (1) 1.825 3
17 Node 13 PP4.AR.I (2) 2.161 12
18 Node 14 Node 16 3.66 5
19 Node 15 Node 17 4.381 14
20 Node 10 PE2.AR.S (1) 5.05 3
21 Node 12 PE2.AR.I (2) 5.05 3
22 Node 20 Node 18 8.178 8
23 PE3.AR.S (1) Node 19 8.58 15
24 Node 23 Node 21 9.842 18
25 Node 22 PE3.AR.I (2) 10.026 9
26 Node 25 Node 24 16.736 27
82
PCA variableloadings
Axis 1 Axis 2
T-3 0.263 -0.958
T-2 0.553 0.065
T-1 0.512 0.219
T 0.602 0.173
CLUSTER ANALYSIS
Imported data
Analysis begun: sexta-feira, 11 de novembro de 2022 19:11:39
Analysing 4 variables x 27 cases
UPGMA
Euclidean
Objects
Node Group 1 Group 2 Dissimil. in group
1 CON.BB.B (3) PP1.BB.B (3) 0 2
2 Node 1 PP3.BB.B (3) 0 3
3 PE4.BB.B (3) PP2.BB.B (3) 0 2
4 Node 2 PP4.BB.B (3) 1 4
5 CON.BB.S (1) PE1.BB.S (1) 2 2
6 PP2.BB.I (2) PP4.BB.I (2) 2 2
7 PE1.BB.B (3) PE3.BB.B (3) 2 2
8 Node 4 Node 3 2.059 6
9 PE2.BB.S (1) PE4.BB.S (1) 2.828 2
10 Node 5 Node 9 2.96 4
11 PE2.BB.I (2) PE4.BB.I (2) 3 2
12 PP1.BB.I (2) PE2.BB.B (3) 3 2
13 PP1.BB.S (1) PP2.BB.S (1) 3.162 2
14 PE1.BB.I (2) Node 6 3.384 3
15 Node 13 PP4.BB.S (1) 3.461 3
16 Node 14 PP3.BB.I (2) 4.241 4
17 Node 12 Node 7 4.407 4
18 Node 15 PE3.BB.I (2) 5.02 4
19 Node 16 Node 11 5.112 6
20 Node 10 Node 18 5.596 8
21 PE3.BB.S (1) Node 19 6.089 7
22 Node 17 Node 8 6.369 10
23 Node 20 Node 21 6.501 15
24 PP3.BB.S (1) CON.BB.I (2) 6.708 2
25 Node 23 Node 24 8.638 17
26 Node 25 Node 22 9.643 27
84