Afonso 2010
Afonso 2010
Afonso 2010
Por:
Marcos André Gomes Dias Afonso
Lisboa
2010
Agradecimentos
Um especial obrigado à minha mãe, pai e irmão, por todo o apoio, preocupação,
afecto e atenção, agora e sempre.
III
Resumo
V
Abstract
The Mankind sustainability in many areas has been assured by the use of fossil
fuels as primary energy sources. Due to the exponential increase of energy consumption
and consequent decline in these resources, the necessity of finding alternative energy
sources started to gain importance. Technological advances in the production of
electricity from renewable resources have enabled the installation of these systems all
over the World. The high cost associated with installing these systems still represents a
trade barrier, so their designing operational is desirable. This effort is only possible with
the knowledge of weather conditions and energy parameters of these systems on-site.
The work in this Thesis focuses on developing a system that integrates
information about weather conditions and energy parameters of systems of power
generation from renewable sources. This work has allowed the implementation of a
system able to continuously acquire data of wind speed and direction, temperature and
solar radiation, and energetic parameters of one or more renewable energy systems. To
validate the developed application, it was analyzed data of a wind generator and a set of
photovoltaic panels installed at the Department of Electrical Engineering in Faculty of
Science and Technology. The application developed in this Thesis allows, in addition to
the acquisition of weather data and energy, their monitoring and correlation through a
simple and attractive graphical interface, providing an easy interactivity with the user.
VII
Índice de Matérias
Agradecimentos ...................................................................................................................... III
Resumo.................................................................................................................................... V
IX
4.2 Medição da radiação solar .................................................................................. 41
4.3 Medição da temperatura ..................................................................................... 45
4.3.1 Termómetros de expansão de fluidos e bimetálicos .................................... 47
4.3.2 Termopares ................................................................................................ 48
4.3.3 Termorresistências e termístores ................................................................ 49
4.3.4 Semicondutores ......................................................................................... 50
4.3.5 Pirómetros ................................................................................................. 51
4.4 Estações Meteorológicas .................................................................................... 52
4.5 Estado da arte..................................................................................................... 53
4.5.1 Sistemas de Monitorização comerciais ....................................................... 53
4.5.2 Sistemas de Monitorização e Correlação não comerciais ............................ 59
X
Bibliografia........................................................................................................................... 114
XI
Índice de figuras
Figura 2.1- Em altitude, a força de atrito é nula - o vento geostrófico sopra da zona de alta para
baixa pressão paralelamente às isóbaras. ........................................................................... 9
Figura 2.2 - Na superfície actua a força de atrito - o vento atravessa as isóbaras com um ângulo
tanto maior quanto for a força de atrito. ............................................................................ 9
Figura 2.3- Rosa-dos-ventos (Fonte:www.cne-escutismo.pt) ................................................... 12
Figura 2.4- Velocidade direcções médias do vento (12-Abril 2010) ......................................... 13
Figura 2.5- Rosa-dos-ventos com dados da direcção e velocidade do vento (12-Abril 2010) .... 14
Figura 2.6- Aumento da velocidade do vento com a altura, e consequentemente aumento da
potência do vento (Adaptado de: United States Department of Energy) ........................... 16
Figura 2.7- Diagrama de potências envolvidas numa turbina eólica ......................................... 17
Figura 2.8- Variabilidade ideal da velocidade do vento numa turbina eólica [1] ....................... 19
Figura 3.1 - Espectro Electromagnético (Fonte: Coastal Carolina University) .......................... 24
Figura 3.2 - Intensidade da radiação solar [10] ........................................................................ 25
Figura 3.3 – Componentes da radiação solar global ................................................................. 26
Figura 3.4 – Irradiância média mensal num plano inclinado (38,7º) em Lisboa [16] ................. 27
Figura 3.5 –Representação típica da radiação solar e do pico de horas de sol (PSH) para um dia
limpo (Fonte: [15]) ......................................................................................................... 28
Figura 3.6 - Princípio de funcionamento de uma célula fotovoltaica (Adaptado de: www.apec-
vc.or.jp/e/) ...................................................................................................................... 29
Figura 3.7 – Circuito eléctrico equivalente simplificado de uma célula fotovoltaica [1]............ 30
Figura 3.8 – Curva típica representativa de Tensão-Corrente de células fotovoltaicas [15] ....... 31
Figura 3.9 – Curva típica representativa de Tensão-Potência de células fotovoltaicas [15] ....... 32
Figura 3.10 – Influência da irradiância nas características I-V nas células fotovoltaicas (Fonte:
[15]) ............................................................................................................................... 34
Figura 3.11 – Influência da temperatura da célula nas características I-V nas células
fotovoltaicas (Fonte: [15]) .............................................................................................. 35
Figura 4.1 – Anemómetro de copos (Fonte: www.sciencescope.co.uk) .................................... 38
Figura 4.2 – Anemómetro direccional (Fonte: www.nssl.noaa.gov) ......................................... 39
Figura 4.3 – Anemómetro 2-D capaz de medir a velocidade e direcção do vento (Fonte:
www.novalynx.com) ...................................................................................................... 39
Figura 4.4 – Os anemómetros em 2-D ignoram a componente vertical do vento. Este
anemómetro 3-D mede a velocidade do vento em três dimensões baseada no tempo de
deslocamento de sinais acústicos ultrasónicos. (Fonte: www.novalynx.com) ................... 40
Figura 4.5 – Sensor de direcção de vento (Fonte: www.envcoglobal.com) ............................... 41
XIII
Figura 4.6 –Piranómetro com temopilha em pormenor ............................................................ 43
Figura 4.7 – Piranómetro Eppley Model PSP, instrumento de referência de primeira classe,
definido pela WMO [15]................................................................................................. 43
Figura 4.8 – Piranómetro com um sistema de sombreamento para medição da radiação difusa.
Este sistema necessita do ajuste à orbita do Sol regularmente (Fonte: www.volker-
quaschning.de) ............................................................................................................... 43
Figura 4.9 – Piranómetro baseado em silício ........................................................................... 44
Figura 4.10 – Piranómetro com fotodiodo decélula silício ....................................................... 44
Figura 4.11 – Pireliómetro capaz de medir radiação solar directa, seguindo continuamente o Sol
....................................................................................................................................... 45
Figura 4.12 – Pireliómetro em pormenor (Fonte: www.powerfromthesun.net) ......................... 45
Figura 4.13 – Termopar do tipo K usado num forno eléctrico .................................................. 48
Figura 4.14 – Termístores do tipo PTC .................................................................................... 50
Figura 4.15 – Termístores do tipo NTC ................................................................................... 50
Figura 4.16 – Operador a verificar a temperatura do sistema de ventilação .............................. 51
Figura 4.17 – Estação meteorológica Davis Vantage Pro 2 ...................................................... 54
Figura 4.18 – Ligação da consola Davis Vantage Pro 2 a um computador pessoal [37] ............ 55
Figura 4.19 – Ligação do Weather Envoy. a um computador pessoal [38]................................ 55
Figura 4.20 – Interface do programa WeatherLink ................................................................... 56
Figura 4.21 – Basic Weather Station BWS200 Series .............................................................. 57
Figura 4.22 – Interface do programa Visual Weather [39]........................................................ 58
Figura 4.23 – Rosa-dos-ventos desenhada pelo programa Visual Weather [39] ........................ 59
Figura 5.1 – Modelo Conceptual do sistema desenvolvido ....................................................... 62
Figura 5.2 – Integração de sistemas em detalhe ....................................................................... 63
Figura 5.3 – Sistemas de Produção de Energia a partir de fontes Renováveis ........................... 64
Figura 5.4 – Gerador eólico de baixa potência instalado no Departamento de Engenharia
Electrotécnica ................................................................................................................. 64
Figura 5.5 – Potência gerada em função da velocidade do vento, segundo o fabricante (Fonte:
Manual do equipamento) ................................................................................................ 65
Figura 5.6 – Painéis fotovoltaicos instalados no Departamento de Engenharia Electrotécnica .. 66
Figura 5.7 – Contadores de energia UPT210 instalados no DEE .............................................. 67
Figura 5.8 – Estação Meteorológica ........................................................................................ 68
Figura 5.9 – Datalogger Em50 ................................................................................................ 70
Figura 5.10 – Formato das mensagens numa comunicação série .............................................. 73
Figura 5.11 – Anemómetro Davis Cup .................................................................................... 74
Figura 5.12 – Piranómetro PYR (Fonte: www.decagon.com) ................................................... 76
Figura 5.13 – Resposta espectral do Piranómetro Apogee [26] ................................................. 76
XIV
Figura 5.14 – Sensor de temperatura ECT e escudo de radiação (Fonte: www.decagon.com) ... 77
Figura 5.15 – Escudo de radiação construído a partir de vários pratos de plástico..................... 79
Figura 5.16 – Estação meteorológica instalada no Departamento de Engenharia Electrotécnica.
Legenda: (1) Anemómetro; (2) Piranómetro; (3) Termómetro e escudo de radiação......... 79
Figura 5.17 – Sistema desenvolvido (CORE) e ligações associadas. ........................................ 80
Figura 5.18 – Sistema desenvolvido (CORE) em pormenor ..................................................... 81
Figura 5.19 – Bloco responsável pela comunicação e aquisição de dados ................................. 83
Figura 5.20 – Rotina Connect responsável pela ligação entre o computador pessoal e o
instrumento (Adaptado de: www.mathworks.com) .......................................................... 84
Figura 5.21 – Rotina Write Read Data responsável pela escrita e leitura de dados .................... 85
Figura 5.22 – Rotina Configuration responsável pela configuração do equipamento ................ 86
Figura 5.23 – Rotina Read Memory Data responsável pelo carregamento de dados da memória
do datalogger Em50 ........................................................................................................ 87
Figura 5.24 – Rotina Read Real Time Data responsável pela leitura de dados instantâneos dos
sensores ligados ao datalogger Em50 .............................................................................. 88
Figura 5.25 – Bloco responsável pelo processamento de dados ................................................ 88
Figura 5.26 – Bloco responsável pela correlação de dados. ...................................................... 92
Figura 5.27 – Dados referentes à velocidade do vento (a vermelho), e aplicação de vários filtros:
....................................................................................................................................... 95
Figura 5.28 – Potência eléctrica produzida por um painel fotovoltaico ..................................... 96
Figura 5.29 – Bloco responsável pela interface com o utilizador .............................................. 97
Figura 5.30 – Interface principal da aplicação desenvolvida .................................................... 97
Figura 5.31 – Interface do programa responsável pela escolha de dados para correlação .......... 99
Figura 5.32 – Interface do programa para apresentação e tratamento de dados correlacionados 99
Figura 5.33 – Interface do programa para apresentação da rosa-dos-ventos. ........................... 100
Figura 6.1 – Velocidade do vento (cima). Direcção do vento (baixo) ..................................... 101
Figura 6.2 – Rosa-dos-ventos ................................................................................................ 102
Figura 6.3 – Velocidade do vento (cima). .............................................................................. 103
Figura 6.4 – Velocidade do vento (cima). Potência eléctrica gerada (baixo) ........................... 104
Figura 6.5 – Potência do vento ( ) e potência eléctrica gerada ( ) (cima).............. 106
Figura 6.6 – Potência eléctrica gerada em função da velocidade do vento .............................. 106
Figura 6.7 – Radiação solar (cima). Temperatura ambiente (baixo) ........................................ 107
Figura 6.8 – Radiação solar (cima). Potência eléctrica gerada (baixo) .................................... 108
Figura 6.9 –Potência eléctrica gerada em função da radiação solar......................................... 109
Figura 6.10 –Irradiância (cima). Rendimento da conversão de energia solar (baixo) .............. 110
Figura 6.11 – Temperatura ambiente (cima). Potência eléctrica gerada (baixo). ..................... 110
XV
XVI
Índice de Tabelas
XVII
Capítulo 1
Introdução
A Humanidade nem sempre foi dependente do uso de combustíveis fósseis como fonte
de energia, como é na actualidade. Em termos de produção de energia, o final do século XVIII
era dominado por técnicas de uso do vento, água (moinhos) e lenha para satisfazer todas as
necessidades energéticas.
Devido aos melhoramentos no motor a vapor por James Watt em 1769, a adopção deste
na indústria, e mais tarde com o aparecimento do motor de combustão interna, rapidamente
alguns equipamentos mecânicos que fazem uso do vento e água são substituídos. O carvão
torna-se assim a fonte de energia mais importante nesta época.
No início do século XX e com a popularização do tráfego motorizado, o petróleo torna-
se uma fonte de energia indispensável. A lenha como matéria energética perde a sua
importância na indústria e surgem as centrais hidroeléctricas. O gás natural ganha importância
depois da Segunda Guerra Mundial, e a energia nuclear na década de 60. Actualmente os
combustíveis fósseis – carvão, petróleo e gás natural – representam mais de 85% da procura
de energia primária Mundial [1].
1
2 Capítulo 1 Introdução
mais variadas cidades do Mundo, graças a muitas destas Estações Meteorológicas instaladas
localmente.
Os dados adquiridos por estes sistemas, podem ter aplicação em serviços públicos de
meteorologia, na agricultura, na aviação, na navegação, e previsão e atenuação do impacto de
desastres naturais. Usados por aeroportos para melhorar a eficiência e assegurar a segurança
na aviação e para previsão meteorológica, por serviços florestais para prever incêndios, estes
sistemas constituem também, uma ferramenta de grande relevância para a monitorização local
de sistemas de energias renováveis, como por exemplo um gerador eólico ou um sistema de
células fotovoltaicas [3].
1.2 Objectivos
Energia Eólica
A força de gradiente de pressão é a força que gera o vento e é a que controla a maior
parte dos movimentos de massas de ar na atmosfera. Esta força refere-se ao movimento
7
8 Capítulo 2 Energia Eólica
horizontal (latitudinal) do ar, das zonas de alta para baixa pressão. Depois de iniciado o
movimento do ar, entram outras forças em acção, mas apenas para modificar o movimento e
não para produzi-lo – força de Coriolis e força de atrito.
A força de Coriolis produz um desvio na circulação do ar devido à rotação da Terra.
Devido a este efeito de Coriolis, o movimento do ar de zonas de alta para baixa pressão no
Hemisfério Norte, sofre uma deflexão para a direita, enquanto no Hemisfério Sul, o ar que se
move das altas para baixas pressões é deflectido para a esquerda. A força de Coriolis tem
valor máximo nos pólos e é igual a zero no equador. A todas a latitudes, excepto a do
equador, a força de Coriolis depende directamente da velocidade do vento [9].
A força de atrito é referente ao atrito entre o ar em movimento e a superfície acidentada
da Terra, causando um abrandamento e mudança na direcção do vento, e depende do nível de
irregularidade do solo por onde o ar se desloca e da sua velocidade. Em geral esta força é
importante apenas à superfície, em toda a camada limite atmosférica 1, em altitudes entre os 30
e 3 km, dependendo da estabilidade atmosférica [9].
1
A Camada Limite Atmosférica (CLA) ou Camada Limite Planetária (CLP) como também é
conhecida, situa-se na baixa troposfera e sofre directamente a influência da superfície.
2
As isóbaras são referentes a linhas de um mapa que ligam pontos de igual pressão atmosférica, medido
em bares.
Capítulo 2 Energia Eólica 9
Figura 2.1- Em altitude, a força de atrito é nula - o vento geostrófico sopra da zona de alta
para baixa pressão paralelamente às isóbaras.
Figura 2.2 - Na superfície actua a força de atrito - o vento atravessa as isóbaras com um
ângulo tanto maior quanto for a força de atrito.
Existem outros tipos de vento, para além dos já citados, que se distinguem pelas forças
que neles actuam. Os mais importantes são:
O vento ciclostrófico, associado a ciclones tropicais e ventos de grandes
velocidades;
O vento barostrófico, onde apenas se manifesta a força de gradiente de pressão,
e está relacionado com o movimento do vento devido às oscilação de
temperatura terrestre e marítima. Os melhores exemplos de ventos deste tipo são
os ventos brisa terrestre e brisa marítima.
10 Capítulo 2 Energia Eólica
Na secção anterior vimos que o vento resulta basicamente da interacção de várias forças
presentes na atmosfera terrestre. Acima da camada limite atmosférica existem basicamente
ventos geostróficos e gradientes que se movem paralelamente às linhas isóbaras. A camada de
interesse para instalação das turbinas eólicas é à superfície, na camada limite atmosférica.
Nesta camada, a velocidade e direcção dos ventos são modificadas devido às forças de atrito e
obstáculos presentes. Isto origina ventos turbulentos, que causam grandes variações na
velocidade do vento. Adicionalmente, a presença de mares e grandes lagos provoca a
circulação de grandes massas de ar (ventos barostróficos), semelhante aos ventos geostróficos.
O vento que interage com as turbinas eólicas num determinado local, resulta de uma
combinação dos ventos à superfície com os ventos em altitude. Para um aproveitamento da
energia presente nos ventos é necessário perceber as suas características principais. O vento é
caracterizado pela sua velocidade e a sua direcção (e a grande variabilidade destas grandezas),
que são afectados por vários factores:
Características climáticas;
Altura acima do nível do solo;
Rugosidade do solo;
Localização geográfica;
Obstáculos presentes.
Como veremos na secção 2.5, tanto a potência mecânica disponível nos ventos como a
potência mecânica que a turbina conseguirá aproveitar é fortemente dependente da velocidade
do vento.
A velocidade dos ventos pode ser expressa em várias unidades de medida, relacionando
o espaço e tempo, sendo que a mais utilizada neste documento será a do Sistema Internacional
de Unidades (SI), ou seja, metro por segundo (m/s). Na próxima tabela são representadas
várias unidades de medida usadas para expressar a velocidade do vento (Tabela 2.1).
Capítulo 2 Energia Eólica 11
Escala Velocidade do
Descrição Influência em terra
Beaufort Vento (m/s)
0 < 0,3 O fumo sobe na vertical
Calmo
1 0,3 – 1,5 O fumo move-se indicando a direcção do vento
Direcções Graus
Subcolaterais azimutais
Nor-Nordeste (NNE) 22.5º
Lés-Nordeste (ENE) 67.5º
Lés-Sueste (ESE) 112.5º
Su-Sueste (SSE) 157.5º
Su-Sudoeste (SSO) 202.5º
Oés-Sudoeste (OSO) 247.5º
Oés-Noroeste (ONO) 292.5º Figura 2.3- Rosa-dos-ventos
Nor-Noroeste (NNO) 337.5º (Fonte:www.cne-escutismo.pt)
No próximo gráfico (Figura 2.4) é possível observar uma variação média da velocidade
do vento e sua direcção, calculadas de 10 em 10 minutos, ao longo de um dia. Estes dados
foram lidos por uma estação meteorológica privada situada no Cais do Sodré, Lisboa [11].
Capítulo 2 Energia Eólica 13
Figura 2.5- Rosa-dos-ventos com dados da direcção e velocidade do vento (12-Abril 2010)
comportamento do vento no local onde este será instalado. É por isso essencial que o sistema
instalado para aquisição de dados sobre o vento se encontre no mesmo local e à mesma altura
que o gerador eólico que se pretenda monitorizar.
A camada superficial na camada limite atmosférica representa a camada de interesse
para a instalação de turbinas eólicas, até uma altura aproximada de 100 metros [12]. Pode ser
feita uma estimativa do potencial do vento em função da altura ao solo, recorrendo à seguinte
expressão matemática (que advém da aplicação da lei logarítmica de Prandtl [13]):
(2.1)
Tabela 2.6 – Classificação dos solos segundo a sua rugosidade (Adaptado de [1])
Comprimento
Classificação do
característico de Descrição
solo
rugosidade (m)
1 Mar 0.0002 Mar aberto
2 Calmo 0.005 Superfície plana lamacenta
3 Aberto 0.03 Terreno aberto e plano, pasto
4 Aberto/Rugoso 0.1 Terreno agrícola com baixa densidade populacional
5 Rugoso 0.25 Terreno agrícola com alta densidade populacional
6 Muito Rugoso 0.5 Parque com árvores e arbustos
Na instalação de turbinas eólicas é importante analisar bem a que alturas deverão ser
colocadas. A velocidade do vento disponível no topo de uma turbina eólica instalada numa
altura elevada é bastante superior à velocidade do vento à altura típica de 10 metros (Figura
2.6).
Figura 2.6- Aumento da velocidade do vento com a altura, e consequentemente aumento da potência
do vento (Adaptado de: United States Department of Energy)
Através das turbinas eólicas, a energia cinética contida no vento é convertida em energia
mecânica pelo movimento de rotação das pás do rotor, que por sua vez é convertida em
energia eléctrica pelo gerador. Se considerarmos um determinado volume de ar de massa m, a
movimentar-se com uma velocidade v, a sua energia cinética será:
(2.2)
(2.3)
(2.4)
(2.5)
(2.6)
Quando a potência do vento é usada para gerar energia eléctrica através das turbinas
eólicas, é necessário que estes sistemas aproveitem a maior parte da potência mecânica do
vento. Na secção anterior foi visto que o vento possui uma determinada potência mecânica
disponível para ser aproveitada (equação 1.6). No entanto esta potência que poderá ser
convertida por turbinas eólicas, não é totalmente convertida em potência útil mecânica no
Capítulo 2 Energia Eólica 19
veio da turbina. O movimento do vento através de uma turbina eólica pode ser analisado
como mostrado na Figura 2.8. Existem duas velocidades do vento que são importantes
analisar, a velocidade do vento antes (v1) e a velocidade depois (v2) de atravessar a turbina.
Neste processo existe a perda de energia devido à rotação das pás da turbina que geram
potência mecânica.
Figura 2.8- Variabilidade ideal da velocidade do vento numa turbina eólica [1]
(2.7)
A velocidade do vento que passa nas pás da turbina eólica pode ser calculada através da
média da velocidade do vento antes v1 e depois v2 de passar pelas pás:
(2.8)
Deste modo o fluxo de massa de ar que passa através das pás vem:
(2.9)
20 Capítulo 2 Energia Eólica
A potência extraída pelas pás das turbinas é a diferença entre a potência do vento
que entra e a potência do vento que sai. A partir das equações 1.3 e 1.9, a potência mecânica
útil através da área A vem:
(2.10)
(2.11)
O físico alemão Albert Betz calculou o valor máximo teórico de coeficiente de potência
, que é conhecido como “Limite de Betz” ou “coeficiente de potência de Betz”. Este físico
concluiu que para atingir esse valor máximo, a relação ideal entre velocidades de vento antes
( ) e depois ( ) da turbina seria tal que = . O limite de Betz vem assim:
(2.12)
Se uma turbina eólica reduzir a velocidade do vento inicial para um terço, isto é, o
vento que sai da turbina vem , o valor teórico máximo da potência poderá ser
calculado ( equação 1.12), e representa aproximadamente 60 por cento da potência
disponível no vento [1]. A potência máxima idealizada extraída do vento se considerarmos
será:
(2.13)
Capítulo 2 Energia Eólica 21
Energia Solar
A energia solar é a energia que sustenta vida na Terra para todas as plantas, animais e
pessoas, e representa a fonte natural de energia renovável mais importante, sendo responsável
por todos os fenómenos ambientais na superfície do planeta.
Esta energia solar é transmitida para o nosso planeta através de ondas
electromagnéticas, que podem ser representadas também por partículas (fotões). A Terra
funciona como um enorme colector de energia solar recebendo esta energia que é usada de
variadas formas, tal como a luz do dia para a fotossíntese das plantas, aquecimento de massas
de ar produzindo ventos e evaporação de oceanos resultando em chuvas que por sua vez
formam rios e permitem o aproveitamento de energia hídrica.
Existem maneiras de aproveitar esta energia solar directamente, para aquecimento, por
exemplo através de painéis solares térmicos ou para geração de electricidade através de
células fotovoltaicas (PV3); e maneira indirectas, aproveitando a energia dos ventos, biomassa
e hídrica. A energia solar que chega à superfície terrestre numa hora ( ) é superior
a toda a energia consumida no planeta durante um ano ( ) [15].
Nesta secção será feito uma descrição da radiação solar proveniente do Sol na superfície
terrestre e aproveitamento desta característica para produção de energia eléctrica,
nomeadamente através de células fotovoltaicas.
3
Do inglês “Photovoltaics”.
23
24 Capítulo 3 Energia Solar
O Sol é constituído por cerca de 80% de hidrogénio, 20% de hélio e apenas 0,1% de
outros elementos. Através de processos nucleares de fusão entre estes elementos é libertada
uma grande quantidade de energia [1].
Esta energia solar é emitida através de uma radiação electromagnética. A radiação
electromagnética propaga-se na forma de uma onda, através do espaço com componentes
eléctricas e magnéticas e é caracterizada pelo seu comprimento de onda e frequência. A
radiação electromagnética pode ser classificada pelo seu comprimento de onda ou frequência
em vários tipos de radiação (Figura 3.1).
radiação ultra-violeta cerca de 7%. A radiação emitida em raios X, raios gama ou ondas de
rádio representa apenas 1% da radiação solar.
A energia proveniente do Sol não chega toda à superfície terrestre. Enquanto no espaço
a radiação solar é praticamente constante, na Terra esta varia com o dia do ano, hora do dia,
com a latitude e com o estado da atmosfera. A radiação solar que atinge a superfície terrestre
pode ser convertida em diferentes tipos de energia como calor ou electricidade usando
diferentes tecnologias. Os sistemas térmicos tiram partido da radiação solar para, por
exemplo, aquecer água, cozinhar, aquecimento térmico e secagem [10]. Por sua vez, as
células fotovoltaicas são usadas para gerar electricidade para aplicações ligadas à rede
eléctrica ou para sistemas autónomos. As células fotovoltaicas respondem de maneira
diferente para diferentes comprimentos de onda, sendo que, uma célula baseada em silício
cristalino pode usar todo o espectro visível, mais alguma parte do espectro de infravermelhos.
No entanto a energia da parte do espectro de infravermelhos, tal como para radiações com
comprimentos maiores é demasiado pequena para produzir uma corrente eléctrica. A luz com
muita ou muito pouca energia não é utilizável por uma célula fotovoltaica para produzir
electricidade, em vez disso é transformada em calor. A razão principal pela qual as células
fotovoltaicas não possuem rendimentos de 100% é devido ao facto de estas não responderem
a todo o espectro da radiação solar, não conseguindo absorver toda a energia proveniente do
Sol.
26 Capítulo 3 Energia Solar
As medidas da energia total solar na superfície são normalmente expressas pela radiação
solar total medidas num plano horizontal ou num plano inclinado. Normalmente o plano
4
Dispersão de ondas - Se o meio oferecer mais resistência à passagem de certos comprimentos de onda
do que outros, as velocidades das ondas no meio serão diferentes e consequentemente a forma da onda inicial
mudará com o decorrer da sua passagem, havendo uma dispersão da onda electromagnética.
Capítulo 3 Energia Solar 27
inclinado que maximiza a radiação solar absorvida tem uma inclinação aproximadamente
igual à latitude do local [16].
Figura 3.4 – Irradiância média mensal num plano inclinado (38,7º) em Lisboa [16]
5
PSH – Do inglês “Peak Sun Hours”.
28 Capítulo 3 Energia Solar
Figura 3.5 –Representação típica da radiação solar e do pico de horas de sol (PSH)
para um dia limpo (Fonte: [15])
nestas células é o silício, ao qual são adicionadas substâncias, ditas dopantes, de modo a criar
um meio adequado ao estabelecimento do efeito fotovoltaico, isto é, conversão directa da
potência associada à radiação solar em potência eléctrica DC. Uma destas camadas possuí
carga positiva (tipo N), e a outra carga negativa (tipo P). Quando a luz penetra a célula, alguns
dos fotões provenientes desta luz são absorvidas pelos átomos do semicondutor, libertando
electrões da camada negativa da célula (tipo P) que circulam através do circuito externo,
voltando depois à camada positiva (tipo N). Este fluxo de electrões produz uma corrente
eléctrica (Figura 3.6). A carga externa poderá ser vista como um dispositivo que necessite de
corrente eléctrica, seja uma lâmpada, uma bateria ou até mesmo a rede eléctrica.
Condições STC
Irradiância ( ) G=1000
Temperatura da célula (ºC) T=25
A complexa estrutura física de uma célula fotovoltaica pode ser representada por um
circuito eléctrico equivalente através de componentes eléctricos discretos, cujo
comportamento é bem conhecido (Figura 3.7).
Figura 3.7 – Circuito eléctrico equivalente simplificado de uma célula fotovoltaica [1]
Na Figura 3.7, o termo representa a corrente gerada a partir da potência solar que
incide sobre célula solar, e é constante para uma determinada radiação solar incidente [16]. A
corrente aos terminais do circuito que alimentará uma determinada carga (por exemplo uma
simples lâmpada, ou a rede eléctrica) é dada por:
(3.1)
Sendo que:
– Corrente gerada pela energia solar (A)
– Corrente inversa de saturação do diodo (A)
V – Tensão aos terminais da célula (V)
Capítulo 3 Energia Solar 31
Através do gráfico da Figura 3.8 pode-se observar dois parâmetros importantes, usados
para descrever o desempenho da célula fotovoltaica: a tensão de circuito aberto , e a
corrente de curto-circuito .
Quando é feito um curto-circuito à célula, a corrente atinge o seu valor máximo ( )ea
tensão através desta é zero.
(3.2)
(3.3)
(V) (3.4)
Para ambos os parâmetros, os seus valores são característicos da célula solar em questão
e dados pelos fabricantes para determinadas condições de radiação solar incidente e
temperatura (condições STC).
Voltando à Figura 3.8, e para o circuito aberto ou para o curto-circuito, a potência é zero.
Entre o circuito aberto e o curto-circuito, a potência de saída será maior que zero.
Se considerarmos que a célula solar é conectada a uma resistência variável, R, o seu
ponto de funcionamento será determinado pela intersecção da característica I-V da célula
solar com a característica I-V da carga. Na figura a característica I-V para uma carga resistiva
é representada por uma linha recta com declive 1/V=1/R. Para uma carga resistiva pequena, a
célula funcionará na região AB da curva, onde a célula se comporta como uma fonte de
corrente praticamente constante, quase igual à corrente de curto-circuito ( ). No entanto,
para uma grande carga resistiva, a célula funcionará na região DE da curva, onde a célula se
comporta mais como uma fonte de tensão constante, quase igual à tensão de circuito aberto
( ).
(3.5)
(3.6)
A partir desta equação e por métodos iterativos podemos calcular a tensão máxima
externa e a correspondente corrente é . [16]
O valor máximo de potência (ponto C da Figura 3.8), que corresponde à potência
máxima entregue à carga, é designado por ponto de máxima potência (MPP6) e dado por:
(3.7)
Outro parâmetro importante é o factor de forma (fill factor- FF) e é definido por:
(3.8)
6
MPP - Do inglês, maximum power point.
34 Capítulo 3 Energia Solar
(3.9)
Onde, “A” representa a área da célula ), e “G” a radiação solar incidente por
unidade de superfície ( ).
Os dois grandes factores que influenciam a potência eléctrica gerada pelas células
fotovoltaicas são sem dúvida a irradiância e a temperatura da célula. A característica I-V para
uma célula solar na Figura 3.8 é válida para uma certa radiação solar e temperatura da célula
(tipicamente as condições STC)
A Figura 3.10 mostra a característica I-V a variar com a irradiância incidente. A corrente
de curto-circuito aumenta linearmente com a irradiância, enquanto a tensão de circuito
aberto varia pouco. Desta forma a potência de saída aumenta também com o aumento da
irradiância.
Figura 3.10 – Influência da irradiância nas características I-V nas células fotovoltaicas
(Fonte: [15])
de curto-circuito varia muito pouco, e por vezes é desprezada para cálculos [15]. A
potência de saída decresce também com o aumento da temperatura, tal como o rendimento da
célula.
Figura 3.11 – Influência da temperatura da célula nas características I-V nas células
fotovoltaicas (Fonte: [15])
Nos capítulos anteriores foi possível descrever de uma maneira simplificada a influência
que as condições meteorológicas têm nos sistemas de energias renováveis. A grande
variabilidade dos factores meteorológicos no tempo e no espaço condicionam muito a
potência produzida por estes sistemas de energia, sendo que a medição das condições torna-se
uma forma de dinamizar e melhorar os seus desempenhos.
O conhecimento preciso das condições meteorológicas apenas será possível através de
equipamento específico capaz de fazer uma leitura precisa e rigorosa. De seguida são
descritos vários sensores utilizados para obter dados sobre o vento, temperatura e radiação
solar.
37
38 Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas
A velocidade do vento é sem dúvida o parâmetro mais importante do vento a ser medido
[18]. A velocidade do vento é medida com um instrumento chamado anemómetro. Através do
anemómetro a velocidade do ar é convertida num movimento rotativo que por sua vez é
convertido num determinado valor de saída eléctrico. Existem vários tipos de anemómetros:
Figura 4.4 – Os anemómetros em 2-D ignoram a componente vertical do vento. Este anemómetro
3-D mede a velocidade do vento em três dimensões baseada no tempo de deslocamento de sinais
acústicos ultrasónicos. (Fonte: www.novalynx.com)
Este estabilizador vertical é ligado a um sensor que converte a posição para um sinal
eléctrico possível de se medir. Existem tipicamente três tipos de sensores de direcção:
resistivos, magnéticos e os menos usuais os ópticos. Os resistivos dizem respeito a
potenciómetros que utilizam contactos deslizantes para introduzir uma variação na tensão
eléctrica, enquanto os magnéticos, normalmente dizem respeito a sensores de posição por
efeito de Hall, que usam este efeito para produzir uma tensão eléctrica sem a necessidade de
contacto. Os sinais eléctricos são normalmente descodificados para graus azimutais (0 ->
360º) correspondendo a pontos cardeais, colaterais e subcolaterais (Capítulo 2).
O piranómetro é usado para medir a radiação solar total (difusa mais directa) dentro de
um campo hemisférico de visão, enquanto o pireliómetro é usado para medir a radiação solar
directa numa incidência normal da radiação [17].
7
Uma termopilha é o nome que se dá a um conjunto de termopares ligados em série
8
Um termopar representa uma junção entre dois tipos diferentes de metais que produz uma tensão
proporcional a uma diferença de temperatura. Os termopares são dispositivos eléctricos com larga aplicação para
medição de temperatura.
Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas 43
Figura 4.7 – Piranómetro Eppley Model PSP, Figura 4.6 –Piranómetro com temopilha em pormenor
instrumento de referência de primeira classe, (Fonte: www.powerfromthesun.net)
definido pela WMO [15]
Figura 4.9 – Piranómetro baseado em silício Figura 4.10 – Piranómetro com fotodiodo decélula silício
(Fonte: www.kippzonen.com) (Fonte: www.apogeeinstruments.com)
Um piranómetro ideal é capaz de medir todo o espectro solar, entre 280 a 2800 nm
(Capítulo 3). No entanto, cerca de 90% da energia da luz solar está entre os 300 a 1100 nm
Todos os piranómetros são projectados para serem usados numa posição horizontal
permanente para a qual foram calibrados.
10
Um fotodíodo é um tipo de fotodetector capaz de converter luz numa corrente ou tensão eléctricas,
dependendo do modo de operação.
Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas 45
Figura 4.11 – Pireliómetro capaz de medir radiação solar directa, seguindo continuamente o Sol
(Fonte: www.volker-quaschning.de/)
(4.1)
Para a medição da temperatura são usados vários tipos de instrumentos, e todos eles
deduzem a temperatura através da mudança de alguma característica física de um material que
varia com a temperatura. Existem vários tipos de dispositivos capazes de medir a temperatura,
dos quais os mais comuns:
Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas 47
4.3.2 Termopares
Os termopares apresentam várias vantagens como o seu baixo custo, são bastante
robustos e confiáveis, apresentam um grande alcance de temperatura, uma baixa impedância e
a variação de um termopar para outro é bastante pequena, não necessitando normalmente de
recalibração [18]. No entanto a tensão gerada é baixa, e não linear com a temperatura -
normalmente são usadas tabelas ou equações predefinidas para converter a tensão para a
respectiva temperatura.
Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas 49
Figura 4.15 – Termístores do tipo NTC Figura 4.14 – Termístores do tipo PTC
(Fonte: www.gr.digikey.com) (Fonte: www.jestineyong.com)
4.3.4 Semicondutores
4.3.5 Pirómetros
Existem muitas variações deste tipo de instrumentos, no entanto este assunto foge um
pouco ao intuito desta Dissertação, de modo que este tipo de sensores não será mais
aprofundado.
52 Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas
Uma estação meteorológica não é mais do que um sistema que interliga vários sensores
(como os descritos anteriormente) capazes de retirar informação sobre as condições
meteorológicas, com um datalogger capaz de processar e gravar esses dados e transferi-los
para um computador pessoal. Um datalogger (ou data recorder) consiste num dispositivo
electrónico que é usado para gravar dados numa memória interna local, durante um certo
período de tempo. Normalmente são bastante pequenos, alimentados por baterias, e
constituídos por um microprocessador e uma memória interna. Alguns possuem sensores
internos, ou ligação para vários sensores. A ligação ao computador pessoal poderá ser feita
por porta USB, série ou paralela. Os dataloggers usados nas estações meteorológicas
normalmente encontram-se em caixas isolantes para evitar danos devido às condições
meteorológicas adversas, preparados assim, para uma exposição contínua no exterior.
Resumindo, uma estação meteorológica é normalmente constituída por um datalogger e
vários sensores ligados a este, entre eles os mais comuns:
Nesta secção será feita uma análise comparativa de vários sistemas de monitorização
comerciais e de sistemas de monitorização e correlação não comerciais.
Estes sensores são ligados a um transmissor que transmite os dados para uma consola.
Através do transmissor, a versão com fios envia esses dados usando um cabo que pode ter um
comprimento máximo de 300 metros, enquanto a versão sem fios usa comunicação rádio de
baixa potência que pode transmitir até cerca de 300 metros num campo de visão aberto. A
versão sem fios possibilita a retransmissão de dados entre várias consolas. Existe também a
possibilidade adicionar alguns dos sensores sem fios, que transmitem directamente para a
consola, para uma distribuição de sensores mais flexível.
A consola consiste num receptor que armazena os dados dos sensores e os processa e
possui sensores internos de temperatura, humidade e pressão barométrica. Na versão com fios
a consola é ligada ao transmissor alimentando-o. A consola por sua vez é alimentada por um
adaptador de CA e possui 3 baterias do tipo C como backup. Na versão sem fios não é
necessária a alimentação com o adaptador CA, visto que as mesmas 3 baterias do tipo C
possuem uma autonomia de mais de 9 meses, segundo o fabricante. No caso da versão sem
fios, o transmissor é alimentado por energia solar e possui baterias de backup. A consola
possui um LCD onde todos os dados capturados pelos sensores podem ser visualizados. É
possível aceder à informação sobre as condições meteorológicas no próprio momento,
visualizar o histórico e uma previsão das condições futuras, tal como definir alarmes,
configurar parâmetros da estação, visualizar gráficos, seleccionar sensores, entre outras. Esta
consola permite a ligação com um computador pessoal, para que os dados possam ser
acedidos por um software específico (Figura 4.18).
Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas 55
Para isso é necessária a compra de um pacote chamado WeatherLink que é constituído por um
datalogger e um software específico da Davis Instruments, compatível com este e vários
outros modelos. Este datalogger pode ser ligado a um computador pessoal através da
combinação deste com a consola, ou de um dispositivo Weather Envoy. Este dispositivo
combinado com o datalogger é capaz de receber dados do transmissor ligado aos sensores
sem ser necessária a consola e transferi-los para o computador. O datalogger é normalmente
ligado por USB ao computador pessoal (Figura 4.19).
data de gravação, e vários valores obtidos pelos sensores específicos, entre outros registos de
identificação. Estes dados podem mais tarde ser transferidos para o computador com o auxílio
do software de nome WeatherLink. Este software permite a visualização em tempo-real das
condições meteorológicas e o tratamento destes dados, criando gráficos diários, semanais ou
anuais sobre as leituras dos sensores de uma ou mais estações meteorológicas (Figura 4.20).
A Vantage Pro 2 representa mais do que uma simples estação meteorológica caseira e é
uma das melhores opções em termos de versatilidade, tendo boas referências por parte de
muitos utilizadores privados ou estabelecimentos escolares e científicos. Este modelo tem
uma das melhores relações preço/qualidade para estações meteorológicas. No entanto para o
utilizador mais avançado que pretende sensores específicos vê-se obrigado a comprar uma
estação base com sensores que não necessita. A quantidade exagerada de alarmes, gráficos e
opções disponíveis na consola pode ser considerado desnecessário para algum tipo de
utilizador.
Este modelo base pode ser adquirido na versão com ou sem fios e é constituída por um
conjunto de sensores, uma caixa isolante que contém um datalogger (modelo CR200/CR216)
e a fonte de alimentação recarregável, e um painel solar de 5 Watts que ajuda a manter as
baterias carregadas. A versão sem-fios inclui um transmissor de rádio com um alcance de
aproximadamente 1 km num campo de visão aberto. A estação vem com sensores que são
ligados e alimentados pelo datalogger capazes de medir: velocidade e direcção do vento,
temperatura e humidade relativa. Para a medição da radiação solar e da precipitação sensores
adicionais terão de ser comprados. O datalogger já incluído, onde todos os sensores são
conectados é responsável pelo armazenamento e tratamento de dados de leitura dos sensores,
e permite gravar 512 kbytes em memória equivalente a aproximadamente 128.000 leituras.
Os dados guardados em memória pelo datalogger podem ser transferidos para um
computador pessoal através de um cabo RS232, para distâncias aconselhadas até 15 metros. A
versão sem fios deste modelo permite uma comunicação para distâncias até 1 km em campo
de visão aberto. Para distâncias maiores é possível existir a compra de hardware próprio para
58 Capítulo 4 Medição das condições meteorológicas
uma comunicação por GSM, GPRS, linha fixa de telefone, modems de pouco alcance ou
satélite. A ligação entre o datalogger e o computador é feita através de um software bastante
simples, o PC200W, fornecido com a compra desta estação. Este software permite tanto a
recepção de dados guardados no datalogger como de dados em tempo real referentes aos
sensores. Permite também definir algumas configurações do datalogger como o relógio, e
enviar simples programas que o controlam.
Apesar de não existir nenhum software de tratamento e análise de dados especificado
compatível com este modelo de estação meteorológica, existe a possibilidade de adquirir o
software Visual Weather da Campbell Scientific compatível com outros modelos – ET107,
ET106, Toro T107, ou estações montadas especificamente para o utilizador da Campbell
Scientific.
Este programa permite o controlo e configuração de mais do que uma estação ao mesmo
tempo, permite o armazenamento de dados, a criação de gráficos em tempo-real, relatórios
estatísticos diários, semanais ou mensais, a criação de gráficos personalizados como rosas-
dos-ventos, e o cálculo de algumas variáveis relativas à meteorologia, como a
evapotranspiração (Figuras 4.22 e 4.23).
Sistema Desenvolvido
ENERGIA METEO
UTILIZADOR
62
Capítulo 6 Resultados Experimentais 63
Weather
Station
Energy meter
Wind Energy
CORE
User Interface
Energy
Data Base
Energy meter
Solar Energy
A Figura 5.2 resulta da junção de vários blocos importantes. O bloco “CORE” como
bloco central de integração, interliga a base de dados de energia com a estação meteorológica
e com o utilizador. A base de dados de energia contém dados adquiridos diariamente
provenientes de contadores de energia ligados a dois sistemas de energias renováveis, eólica e
solar. O bloco “CORE” é o núcleo do sistema, responsável pela aquisição de dados
meteorológicos. Para além disso, correlaciona os dados adquiridos da estação meteorológica
com os dados de energia adquiridos da base de dados. É também pretendido uma interface
com o utilizador que permita a parametrização da estação meteorológica e visualização dos
dados.
Definido o modelo conceptual do sistema, será descrito nas próximas secções a
implementação prática de todos estes blocos.
sistema de energia solar. A Figura 5.3 destaca que fracção do sistema global proposto será
detalhada nesta secção.
Weather
Station
Energy meter
Wind Energy
CORE
User Interface
Energy
Data Base
Energy meter
Solar Energy
Parâmetro Valor
Potência nominal (W) 2000
Tensão nominal (V) 120
Diâmetro das pás do rotor (m) 3,2
Velocidade do vento de arranque (m/s) 3,2
Velocidade de vento nominal (m/s) 9
Velocidade de vento de segurança (m/s) 16
Rotação das pás nominal (rpm) 400
Alternador de Magnetos
Gerador
Permanentes
Material das pás Fibra de vidro
Número de pás 3
O gerador eólico é ligado a um rectificador/inversor, que por sua vez é ligado à rede do
edifico.
66 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
Área total ( )
Capítulo 6 Resultados Experimentais 67
Cada um destes conjuntos é ligado a um inversor SWEA UWT-I-250, que por sua vez
são ligados em paralelo e finalmente ligados à rede do edifício.
Para a aquisição de dados, foram utilizados dois contadores de energia, ambos da marca
Algodue Elettronica, modelo UPT210. Cada um foi ligado a um dos sistemas de geração
descritos anteriormente. Estes contadores são ligados depois dos rectificadores/inversores,
para que os parâmetros lidos digam respeito aos parâmetros de energia entregue à rede.
Weather
Station
Energy meter
Wind Energy
CORE
User Interface
Energy
Data Base
Energy meter
Solar Energy
O datalogger Em50 é um dispositivo que possui uma memória não volátil capaz de
armazenar dados de 5 sensores diferentes. O datalogger possui ligação para 5 sensores
diferentes, sendo a comunicação com um computador pessoal feita através de um cabo stereo-
USB. O datalogger requer uma alimentação de 5 baterias AA. Este é protegido por um
invólucro/caixa preparado para ser usado no exterior, resistente ao mau tempo, ao impacto e
aos raios UV (Figura 5.9).
70 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
11
Firmware é o conjunto de instruções operacionais programadas directamente no hardware de um
equipamento electrónico.
Capítulo 6 Resultados Experimentais 71
directamente em série com o Em50 para a transferência de dados. Após a leitura da memória
do datalogger, os dados em formato raw são convertidos para as respectivas unidades
consoante o sensor (secção 5.4.2.1). A memória interna tem a capacidade de armazenar 36864
leituras, sendo que cada leitura corresponde a um conjunto de valores dos portos. Se existir
algum porto desligado, isto é sem sensor, será guardado em memória um valor igual a zero (0)
para o correspondente porto. Para a aplicação desenvolvida serão usados apenas três sensores
e consequentemente 3 portos. Como o datalogger possui 5 portos, em 2 portos o valor
guardado em formato raw será sempre zero (0).
Como o Em50 tem a capacidade de armazenar 36864 leituras, o seu valor será atingido
num tempo que varia com o intervalo de medição escolhido pelo utilizador. Quando o valor
máximo de leituras é atingido, os valores de leituras mais antigos são substituídos pelos novos
valores. A tabela seguinte mostra o tempo de duração até a memória atingir a capacidade
máxima relativamente ao intervalo de medição escolhido.
Especificações
Portos de entrada 5, 12-bit analógicos ou 32-bit digital
Tipo de porto Conector P2 estéreo 3.5 mm (TRS conector)
Fonte de alimentação 5 baterias AA alcalinas ou de lítio
Resistente ao tempo adverso, impacto e aos raios UV (IP 5512,
Invólucro
NEMA 3R13)
Condições de operação De 60º -40ºC (com uma humidade relativa de 100%)
Conector P2 estéreo com porta série dedicada, para uso com o
Comunicação
adaptador USB da Decagon
Capacidade de memória 1 MB (36864 leituras para todos os portos)
Tipo de memória Flash do tipo não volátil
estes comandos permitem escolher vários parâmetros de configuração, aceder a valores dos
sensores, e descarregar os dados armazenados na memória interna.
Os parâmetros de comunicação por omissão (default communication parameters) são:
A Figura 5.10, ilustra o formato das mensagens dos dados numa comunicação série.
No caso do formato das mensagens suportado pelo Em50, também é usada a definição
“8-N-1”, que significa, um Start bit, oito bits de dados, sem bit de paridade e com um Stop
bit.
O Em50 também usa o carácter carriage return (CR, valor 13 na tabela ASCII) para
terminar cada linha. O carriage return é usado como um carácter de controlo do código
ASCII, e neste caso serve para identificar o final de uma linha de texto, ou seja o final de cada
linha de comando enviada. Os comandos de controlo predefinidos aceites pelo datalogger
serão discutidos no Capítulo 5.4.
74 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
Em relação à direcção do vento o datalogger Em50 calcula este valor a cada minuto. O
valor do potenciómetro ligado ao estabilizador vertical (direcção do vento) e o número de
pulsos contados pelos “copos” ou pás rotacionais (magnitude) são usados para calcular a
direcção do vento em componentes X e Y. Os componentes X e Y são usados para calcular a
direcção do vento “dominante” no intervalo de medição escolhido pelo utilizador. Se não
existir vento medido pelas pás rotacionais, o valor lido para a direcção do vento será zero
(Norte) apesar da direcção física real do estabilizador vertical [25].
Para a velocidade do vento, o Em50 apenas usará os pulsos medidos pelas pás
rotacionais, sempre num intervalo de um minuto. O valor mais elevado será o valor que o
datalogger assumirá como o valor de rajada de vento (wind gusts). A média de todas as
contagens feitas a cada minuto será a velocidade média do vento para cada intervalo de
medição [25]. O datalogger divide estes valores por 6 para ter décimos de pulsos por segundo
ou deci-pulsos por segundo.
Para intervalos iguais a um minuto, o valor da rajada de vento e o valor da velocidade
média do vento serão sempre iguais, pois o anemómetro guarda o número de vezes que as pás
do sensor rodam ao fim de um minuto, calculando assim a velocidade a cada minuto. O
mesmo não acontece para intervalos superiores a um minuto. Se o intervalo de medição
escolhido for de, por exemplo, dez minutos, a rajada de vento será o maior valor medido nas
últimas 10 amostras retiradas em cada minuto, enquanto a velocidade média do vento será a
média das últimas 10 amostras retiradas em cada minuto.
Capítulo 6 Resultados Experimentais 75
É importante referir que o Em50 tem que guardar dados do anemómetro continuamente
para que a velocidade do vento seja calculada. O datalogger usa o tempo entre cada medição
para calcular a velocidade do vento. Isto significa que quando são feitas leituras em tempo
real, os valores não serão os mais rigorosos.
Na montagem do anemómetro é necessário a ajuda de uma bússola com os pontos
cardeais para que a direcção do vento lida do anemómetro seja a correcta. O anemómetro
deverá retornar zero graus (0º) quando o vento se dirigir de Norte para Sul, e cento e oitenta
graus (180º) quando o vento de dirigir de Sul para Norte (Capítulo 2).
O alcance e precisão do anemómetro Davis Cup foram testados em túneis de vento, e
conseguem medir ventos até aproximadamente 67 m/s (150 mph). Segundo o fabricante este
anemómetro conseguiu medir ventos de aproximadamente 78 m/s (175 mph) no furação
Andrew em 1992 nos E.U.A, antes de a sua torre desabar. Na tabela 5.6 são apresentadas as
especificações do fabricante do anemómetro e também de acordo com o funcionamento deste
com o datalogger [25].
Especificações Gerais
Copos/pás rotacionais e switch
Tipo de Sensor – Velocidade do vento
magnético
Estabilizador vertical e
Tipo de Sensor – Direcção do vento
potenciómetro
Comprimento do Cabo 12 metros
Alcance
Velocidade do Vento 0-58 m/s ( 129 mph, 209 km/h)
Direcção do vento 0º-360º
Precisão
Velocidade do Vento +- 5%
Direcção do vento +- 7%
Resolução
Velocidade do Vento 0,45m/s (1mph, 1,6km/h)
Direcção do vento 1º (0-355º)
Precisão +- 5%
Alcance 0 – 1750 (0 – 350 )
Ângulo zénite15 de 45º: +- 1%
Resposta cosseno
Ângulo zénite de 75º: +- 5%
De -40ºC a 55ºC.
De 0 a 100% de humidade relativa.
Condições de operação
Concebido para uso no exterior,
podendo ser submerso em água.
Cabo 3 metros de cabo de par entrelaçado
O sensor usado para medir a temperatura do ar foi o ECT Temperature, que consiste
num termómetro baseado num termístor (Capítulo 4). É aconselhável que quando usado para
medições da temperatura do ar, o sensor seja protegido por um escudo de radiação solar, para
não receber directamente radiações solares, melhorando a qualidade dos dados medidos
(Figura 5.14).
15
O ângulo de zénite é definido como o ângulo entre o raio de incidência do Sol e a normal a um plano
horizontal.
78 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
Material Quantidade
Mastro em aço inoxidável 2
Suportes vários para sensores 2
Abraçadeiras para suportes 3
Abraçadeiras para mastro 2
Weather
Station
Energy meter
Wind Energy
CORE
User Interface
Energy
Data Base
Energy meter
Solar Energy
Cada um destes blocos será descrito nas próximas secções, desenvolvendo toda a parte
que diz respeito à implementação da aplicação de software.
Weather
Station
Communication/
Data Processing
Data Aquisition
5.4.1.1 Connect
Através da ferramenta MATLAB foi criado um objecto série que permite estabelecer
uma interface externa com dispositivos ligados à porta série. Foi criado um objecto do tipo
serial com os parâmetros de comunicação do dispositivo definidos por omissão. Este objecto
série, terá um buffer de saída que permite o envio de dados para o equipamento, e um buffer
de entrada que permite a leitura de dados enviados pelo equipamento, conforme representado
na Figura 5.20.
84 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
Connect
Supondo que o equipamento estará ligado à porta série “COM1”, será feita uma ligação
entre o software e o hardware, através do objecto “serial” (Figura 5.20). É importante referir
que para além de definir a porta série a que se encontra ligado o datalogger, é necessário
definir os vários parâmetros de comunicação (Subcapítulo 5.3) para existir uma ligação bem
sucedida. Este procedimento será essencial para todo o programa, porque será através da
criação do objecto série que toda a comunicação será feita, para enviar comandos de controlo
e receber dados retornados pelo datalogger Em50.
Com o objecto "serial" criado, desenvolveu-se um procedimento capaz de enviar
comandos de controlo, e ler dados retornados pelo datalogger Em50. Esta rotina de nome
Write Read Data será usada em todos os procedimentos que exijam a escrita e leitura de
dados do equipamento, nomeadamente os procedimentos: Configuration, Read Real Time
Data e Read Memory Data.
O procedimento Write Read Data representa uma rotina de escrita e leitura de dados, e
está directamente dependente da rotina Connect, onde é criado o objecto série. Isto significa
que esta rotina não funcionará se antes não for executada a rotina Connect, porque o software
não estará conectado ao equipamento. É através do objecto série criado em Connect que a
rotina conseguirá enviar e receber dados. Todos os procedimentos que necessitem de escrever
e ler dados usarão esta rotina. A seguinte figura representa graficamente a rotina
implementada.
Capítulo 6 Resultados Experimentais 85
Write_Read_Data
Figura 5.21 – Rotina Write Read Data responsável pela escrita e leitura de dados
(Adaptado de: www.mathworks.com)
5.4.1.3 Configuration
Configuration
Interval=Write_Read_Data
(“get -w)
Como se pode observar pela figura, vários comandos de controlo são enviados para
receber informações sobre o equipamento, como a versão do firmware do hardware, o estado
da bateria, que sensores estão atribuídos a cada porto, entre outras. Vários parâmetros são
configurados, como a definição do dia e hora do relógio interno do datalogger, assim como o
filtro de redução de ruído eléctrico de 50 Hz.
New_data=Write_Read_Data NO
START New_data > 0
(“dump -enum -new 65535”)
YES
Data=Write_Read_Data
(“dump -new 20”)
NO YES NO
Data=Write_Read_Data All package Data=Write_Read_Data
Last package? END
(“ack”) received? ( “nack”)
YES
Status=Read_data
(“dump -write”)
Figura 5.23 – Rotina Read Memory Data responsável pelo carregamento de dados
da memória do datalogger Em50
Scan_Data=Write_Read_Data YES
START Stop Reading? END
(“scan”)
NO
Pause(delay)
Figura 5.24 – Rotina Read Real Time Data responsável pela leitura de dados
instantâneos dos sensores ligados ao datalogger Em50
Recordando o modelo conceptual da Figura 5.18, o bloco Data Processing pode ser
analisado em pormenor. Este bloco será responsável pelo tratamento dos dados recebidos
pelas rotinas anteriormente descritas, nomeadamente através dos procedimentos Memory
Data Processing e do Real Time Data Processing. Em ambos, os dados processados podem
ser exportados para ficheiros MS Excel diários, que são guardados numa base de dados
interna do computador onde a aplicação é executada.
Os dados adquiridos pelo procedimento Read Memory Data são fornecidos em pacotes.
No máximo são devolvidas pack leituras, como especificado pelo comando de controlo dump
–new [pack] (Capítulo 8). Cada leitura é retornada em formato de texto contendo a data e hora
de aquisição da leitura, e os valores de cada porto no formato raw separados por virgulas,
terminando com o carácter CR (carriage return), como mostrado em seguida:
DateTime,raw1,raw2,raw3,raw4,raw5\r
No procedimento Real Time Data Processing o formato das mensagens das leituras
recebidas é semelhante ao retornado em “Memory Data Processing”, mas sem o campo
“DateTime” e a separação entre valores lidos dos portos é feita com dois espaços em branco:
Após a conversão dos dados das leituras, a função Export to Excel faz uma exportação
destas leituras para ficheiros diários MS Excel consoante o campo DateTime convertido. O
resultado será a criação de vários ficheiros diários MS Excel nomeados com a data do dia das
leituras (“aaaammdd.xls”) contendo informação sobre as condições meteorológicas, no
formato:
A B C D E F
2 Measurement Time Wind Direction Wind Gusts Avg Wind Speed Temperature Solar Radiation
3 (HH:MM:SS) (º) (m/s) (m/s) (ºC) (W/m^2)
4 00:00:00 0 2,1126 2,1126 20,19 0
5 00:01:00 348 2,515 2,515 20,19 0
6 00:02:00 0 2,515 2,515 20,24 0
… … … … … … …
1024 17:00:00 248 2,012 2,012 34,93 646,36
1025 17:01:00 286 1,9114 1,9114 35,18 642,7
1026 17:02:00 308 1,3078 1,3078 35,33 640,87
1027 17:03:00 291 1,6096 1,6096 35,3 639,04
… … … … … … …
92 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
Método Descrição
Filtra uma sequência de dados. Este filtro representa uma
1 D Filter (Filtro de 1 Dimensão) implementação da forma directa II transposta da equação
às diferenças [27].
Moving average filter (Filtro de
Filtro de média. Aplica um filtro passa baixo com
média com janela movível)
coeficientes iguais ao recíproco da janela (span) escolhida.
Para o filtro de média com janela movível é necessária a escolha do valor para a janela,
maior ou igual a 3 e sempre ímpar. Para um filtro de média com janela de valor 5, os dados
presentes no vector “y” são suavizados de acordo com o seguinte algoritmo:
Capítulo 6 Resultados Experimentais 95
….
Figura 5.27 – Dados referentes à velocidade do vento (a vermelho), e aplicação de vários filtros:
Filtro de 1-D, Filtro de média com janela movível, Lowess e Loess.
A energia será calculada através das áreas, encontrando o valor médio de cada intervalo
multiplicado pela largura do intervalo. A energia total será a soma de todas as áreas
calculadas. Para o cálculo do integral numérico pela regra dos trapézios foi usada uma função
predefinida da ferramenta MATLAB®.
5.4.4 Interface
Para além desta janela principal do programa, é possível abrir outra janela onde é feita a
escolha de dados a correlacionar. (Figura 5.31). As variáveis a correlacionar encontram-se
apresentadas na Tabela 5.14.
Capítulo 6 Resultados Experimentais 99
Figura 5.31 – Interface do programa responsável pela escolha de dados para correlação
Resultados Experimentais
Para o período em análise, a Figura 6.1 apresenta os valores obtidos para as condições
meteorológicas relacionadas com o recurso eólico (velocidade e direcção do vento).
A cada um dos gráficos foi aplicado o filtro Lowess com uma janela (span) de 0,05,
para eliminar as frequências do vento associadas às zonas micrometeorológicas do espectro
do vento [12]– representado a preto na Figura 6.1. A primeira característica observada pelos
gráficos desenhados é a grande variabilidade da velocidade e direcção do vento. No intervalo
de dias escolhido a Estação do ano diz respeito ao Verão, caracterizada por uma
predominância de ventos de velocidades de baixa intensidade, classificados como brisas
ligeiras ou moderadas na escala de Beaufort (Tabela 2.2). Essa predominância pode ser
observada no gráfico, onde a velocidade do vento durante o intervalo de dias escolhido não
ultrapassa o valor de 10 m/s. Em relação à direcção do vento, são visíveis maioritariamente
ventos de Norte (0 e 360º) e de Este (90º). A aplicação do filtro na zona onde os ventos são
maioritariamente de Norte (0 e 360º), onde existem vários saltos no gráfico entre 0 e 360º,
pode levar a uma imagem distorcida da situação real, visto os valores 0 e 360º representarem
a mesma direcção para o vento. Para uma melhor visualização da predominância da direcção
do vento foi desenhada uma rosa-dos-ventos referente ao intervalo dias em questão.
A partir dos valores adquiridos da velocidade do vento, sabendo a área circular das pás
da turbina atravessada pelo vento ( , com R=1,6 m) e calculando a densidade do ar a
partir da temperatura lida de cada leitura (Tabela 2.7), foi possível calcular a potência
mecânica do vento com a seguinte equação:
(6.1)
Tal como descrito na secção 2.5, verifica-se que a potência disponível do vento é
superior à potência eléctrica gerada pela turbina eólica, devido a todas as perdas associadas.
Como seria de esperar, a potência do vento e potência eléctrica são directamente
proporcionais ao cubo da velocidade do vento (equação 1.6).
Na próxima imagem foi analisada em mais pormenor apenas a potência eléctrica.
Por análise dos gráficos podem ser observados vários picos de potência que dizem
respeito aos valores de geração máxima da turbina eólica. Estes valores de potência estão
associados a velocidades de vento na ordem dos 4 a 10 m/s. Embora o gerador eólico possua
uma potência estipulada de 2000 W para velocidades de vento de 9 m/s ( Tabela 5.1), a
potência máxima produzida pelo gerador eólico neste intervalo de dias foi cerca de 1200 W
para velocidades de 8 m/s. Aliado à velocidade, também a direcção do vento influenciará o
rendimento do gerador. Isto é, em alturas em que a direcção do vento varie com frequência,
haverá perdas de aproveitamento do potencial do vento, devido à inércia inerente ao sistema
mecânico do gerador eólico em orientar a turbina com a nova direcção do vento. A partir do
gráfico anterior da potência eléctrica gerada é possível determinar a energia total produzida
Capítulo 6 Resultados Experimentais 105
durante o período em análise. A energia eléctrica produzida pelo gerador eólico durante este
período foi de 8,72 kWh. Tendo em conta que, para o mesmo período o Departamento de
Engenharia Electrotécnica teve um consumo energético de 2076 kWh, o gerador eólico
apenas cobriu cerca de 0,42 % do consumo energético total do edifício. Embora este valor
seja muito pequeno, o que não representa uma surpresa, é preciso ter presente que o gerador
eólico tem uma potência máxima de 2 kW, as velocidades do vento atingidas neste período
foram relativamente baixas, para além que este edifício encontra-se aberto 24 horas diárias e
com muitos equipamentos constantemente ligados.
O coeficiente de potência para cada instante pode ser calculado através da seguinte
equação:
(6.2)
(6.3)
A partir da Figura 6.7 pode ser observado o andamento da radiação solar ao longo de
sete dias. Para cada dia é observado uma curva típica de radiação solar ( Figura 3.5), atingindo
o seu valor máximo de cerca de 1000 entre as 13 e 14 horas. A temperatura observada
apresenta um andamento semelhante ao da radiação solar, mas mais variável ao longo do
tempo. Um dos factores que condiciona muito a temperatura é a velocidade do vento. Essa
influência pode ser observada comparando o dia 23 com o dia 26, que embora apresentem
curvas de radiação solar com valores muito semelhantes, o mesmo não acontece para a
temperatura. As temperaturas máximas atingidas nos dias 23 e 26 são respectivamente 29 ºC e
40 ºC. As velocidades do vento no dia 23 foram superiores às atingidas no dia 26,
influenciando as temperaturas atingidas (Figura 6.1 – Velocidade do vento).
108 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
A radiação solar foi comparada com a potência eléctrica gerada pelos painéis
fotovoltaicos.
O rendimento máximo de conversão de potência solar dos painéis solares, nas condições
STC, será então de 7,2 %. No entanto para as condições reais no intervalo de dias em questão,
é possível através da potência solar disponível ( ) (variável com a radiação solar) e da
potência eléctrica gerada ( ), calcular o rendimento de conversão de potência solar:
Consequentemente, foi obtido o seguinte gráfico (Figura 6.10), onde se pode observar
rendimentos máximos de cerca de 5,2 %, nas horas de maior intensidade de radiação solar
incidente.
110 Capítulo 5 Sistema Desenvolvido
No entanto, devido às temperaturas elevadas no dia 26, pode ser observada uma potência
eléctrica ligeiramente menor quando comparada com as potências atingidas no dia 23 e 29.
Nunca esquecendo a radiação solar existente, esta observação pode, de certa forma,
demonstrar que a potência eléctrica gerada pode decrescer com o aumento da temperatura, tal
como o rendimento da célula (Figura 3.11).
A potência eléctrica produzida pelas células fotovoltaicas será sempre fortemente
dependente da radiação solar nunca esquecendo a temperatura em questão. É importante
existir sempre uma análise paralela entre estas duas variáveis dependentes entre si.
Capítulo 7
Conclusões
113
Bibliografia
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114
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[39] Campbell Scientific, VisualWeather - Software for Weather Stations.: Campbell
Scientific, 2009.
116
Anexos
Comandos de
Descrição
controlo gerais
get [param] Obtém o valor do parâmetro [param]
set [param] Define o valor do parâmetro [param]
show Retorna informação sobre o dispositivo (bom para detecção de erros)
Retorna os valores lidos dos sensores de todos os 5 portos, retornando os
scan
dados no formato raw.
dump [param] Controla a transferência de dados armazenados em memória por pacotes
Elimina todos os dados guardados em memória (O comando yes é enviado
erase
logo depois, para confirmar a eliminação de todos os dados)
Comandos
set [param] e Descrição
get [param]
get –batt Retorna o estado da bateria do dispositivo (Apenas leitura)
Velocidade de transmissão (baud rate). Quando usado com “set”, o valor de [rate]
set –baud
poderá ser :
[rate]
0 (9600 – por omissão)
117
1 (19200)
2 (38400)
3 (57600)
4 (115200)
Retorna a velocidade de transmissão (baud rate) definida pelo utilizador com o
get –baud
comando “set –baud [rate]”
get –error Retorna o número de resets feitos ao dispositivo e erros de memória ocorridos.
set –error 0 Elimina o valor de “error” para zero
Nome do dispositivo ou ID. O valor [name] tem um limite máximo de 8 caracteres
set –i [name]
alfanuméricos (espaços são ilegais).
get –i Retorna o nome do dispositivo ou ID.
get –sn Retorna o número de série do dispositivo (leitura)
get –ver Retorna a versão de firmware do dispositivo (leitura)
Data do dispositivo. Para definir o valor da data [date] usar o seguinte formato: set –
set –d [date]
d yyyy-mm-dd.
get –d Retorna a data do dispositivo.
Hora do dispositivo. Para definir o valor da hora [time] usar o seguinte formato: set
set –t [time]
–t hh:mm
get -t Retorna a hora do dispositivo.
Intervalo de medição para armazenamento de dados em memória, em minutos. O
set –w
valor do intervalo [interval] é definido em minutos de 1 a 1440 (24 horas). Para 10
[interval]
segundos o valor será “999”, e para desactivar a gravação de dados “0”.
get –w Retorna o intervalo de medição definido.
Aplica um filtro de redução de ruído eléctrico proveniente do sistema de
alimentação de corrente alternada. O valor [cycle] é escolhido de forma a
set –padc
corresponder à frequência da rede eléctrica onde o sistema é usado. Para a América
[cycle]
do Norte e maior parte da Ásia, o valor é de 60 Hz (valor por omissão), enquanto
na Europa é 50 Hz.
Retorna a frequência da rede escolhida para a aplicação do filtro de redução de
get –padc
ruído eléctrico.
Associa a cada porto [n] um tipo de sensor [value].
O valor [n] representa o número do porto e poderá ter valores de 1 a 5. O valor
[value] representa um número de identificação para cada tipo de sensor. Para os
set –port [n]
sensores adquiridos o valor [value] poderá ser:
[value]
186 – Anemómetro Davis Cup,
250 – Piranómetro PYR Solar Radiation,
254 – Termómetro ECT Temperature,
118
255 – Nenhum sensor atribuído ao porto.
Retorna os números de identificação de sensores [value], para cada porto, definidos
get – port
anteriormente com o comando “set”.
119