Crédito Aos Consumidores e Crédito Hipotecário - Produtos
Crédito Aos Consumidores e Crédito Hipotecário - Produtos
Crédito Aos Consumidores e Crédito Hipotecário - Produtos
Introdução
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Credor ou mutuante
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Devedor ou mutuário
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O intermediário de crédito é a pessoa, singular ou coletiva, que participa no processo de concessão de
crédito:
• Apresentando ou propondo contratos de crédito a consumidores;
• Prestando assistência a consumidores nos atos preparatórios de contratos de crédito mesmo que não
tenham sido apresentados ou propostos por si;
• Celebrando contratos de crédito com consumidores em nome das instituições mutuantes;
• Prestando serviços de consultoria, através da emissão de recomendações personalizadas sobre
contratos de crédito.
O intermediário de crédito não está autorizado a conceder crédito, nem a intervir na comercialização de outros
produtos ou serviços bancários, como, por exemplo, depósitos a prazo ou serviços de pagamento.
Podem atuar como intermediários de crédito determinadas pessoas singulares ou empresas (por exemplo,
stands de automóveis ou lojas de eletrodomésticos), que atualmente estão sujeitas a um conjunto de
requisitos para o exercício desta atividade, nos termos do Decreto-Lei n.º 81-C/2017, de 7 de julho.
A contratação de um crédito deve pressupor, por parte do cliente, uma análise cuidada das
características do produto, devendo a instituição de crédito apresentar o tipo de crédito mais
adequado às necessidades e expetativas de cada cliente, em concreto, pois existem
diferenças significativas de características, condições e custos.
Como podem os clientes obter informações sobre os empréstimos dos quais são
responsáveis?
• Crédito à habitação
• Crédito aos consumidores
Crédito à habitação
• Contrato de crédito cuja finalidade seja financiar a realização de obras e que não
estejam garantidos por hipoteca ou por outro direito sobre coisa imóvel;
• Contrato de crédito com reafectação da cobertura hipotecária (equity release)4 em que
o mutuante:
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A reafectação da cobertura hipotecária ocorre quando já existe uma hipoteca sobre um imóvel a garantir um
crédito que, entretanto, foi sendo pago e vai ser novamente utilizado.
A título de exemplo, considere um crédito hipotecário de 100 000 € cujo valor atual da dívida é de 70 000 €;
poderá ser concedido financiamento até ao montante máximo dos 30 000 € remanescentes.
O crédito aos consumidores também é celebrado com clientes particulares fora do âmbito da
atividade comercial, empresarial ou empresarial e destina-se à compra de outro tipo de bens
e serviços, como automóveis, eletrodomésticos ou serviços de educação e saúde, por
exemplo.
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Crédito para diversos fins.
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Crédito para compra de carro.
• Crédito à habitação
Introdução
O crédito aos consumidores é um contrato de crédito celebrado com particulares, sem fins
comerciais ou profissionais, para financiar a aquisição de bens de consumo,
designadamente, computadores, viagens, automóveis, ou fazer face a encargos com
educação ou saúde.
• Garantidos por hipoteca sobre coisa imóvel ou por outro direito sobre coisa imóvel
• Cuja finalidade seja a de financiar a aquisição ou manutenção de direitos de
propriedade sobre terrenos ou edifícios existentes ou projetados
• Concedidos por prestamistas
• De locação que não prevejam o direito ou a obrigação de compra do bem locado
• Concedidos sem juros e outros encargos
• Concedidos pelo empregador aos seus empregados, sem juros ou com taxa anual de
encargos efetiva global (TAEG) inferior às taxas praticadas no mercado
Crédito pessoal
Crédito automóvel
Finalidade
Montante
Prazo
Disponibilização do Crédito
Reembolso
Taxa de juro
A taxa de juro fixa é a mais comum no crédito pessoal; contudo, como já foi
referido, poderão também existir contratos com taxa variável, por exemplo,
indexada à Euribor.
Recorde que no crédito aos consumidores há um regime de taxas máximas,
calculadas e divulgadas trimestralmente pelo Banco de Portugal.
Comissões
Despesas
Seguros
Os prémios de seguros que a instituição de crédito possa exigir são também uma
componente do custo do crédito pessoal.
▪ Comissões aplicáveis;
▪ Seguros;
▪ Despesas;
Garantias
Como forma de diminuir o custo da taxa de juro a pagar pelo cliente, também é
usual solicitar-se o penhor de aplicações, que o banco poderá executar em caso
de incumprimento do mutuário.
Revogação
Crédito Automóvel
Finalidade
• Viaturas automóveis;
• Motorizadas, incluindo moto quatro;
• Caravanas e autocaravanas.
Finalidade
Montante
Prazo
Disponibilização do Crédito
Custos do Crédito
Como vimos, nos casos em que não há lugar a reserva de propriedade, são
tipicamente exigidas garantias como, por exemplo, a fiança ou a livrança com
aval.
Revogação
Contrato pelo qual a sociedade de locação financeira se obriga a conceder a outro o gozo de
uma coisa – por exemplo, um automóvel – contra retribuição fixada antecipadamente 8.
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Nos primeiros 14 dias de calendário após a assinatura de um contrato de crédito pessoal, o cliente pode
desistir desse contrato sem indicar qualquer motivo.
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Durante o contrato, a propriedade do bem é da locadora, apesar da escolha do bem ser da total e exclusiva
responsabilidade do locatário.
O valor residual é o montante através do qual o locatário (cliente) compra o bem locado à
locadora no final do contrato e que corresponde a uma percentagem sobre o valor
contratado. Esta opção de compra deve ser fixada a um preço que se espera que seja
suficientemente inferior ao justo valor do bem à data do exercício da opção, de tal modo
que, à data da locação, seja quase certo que a opção venha a ser transferida.
Montante
Prazo
Reembolso
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No caso das viaturas, liquidado o valor residual, são emitidos os documentos necessários à transferência do
registo de propriedade na Conservatória do Registo Automóvel, se bem que durante o contrato, o nome do
locatário conste no Título do Registo de Propriedade.
▪ Legalização da viatura;
Garantias
Revogação
O Aluguer de Longa Duração (ALD) é um contrato através do qual uma empresa (locador)
adquire um bem móvel (neste caso, um automóvel) cuja utilização cede por determinado
prazo, mediante o pagamento de rendas periódicas, a um determinado cliente (locatário).
Renting
Contudo, devemos referir que é a substância e não a forma do contrato que conferem ao
ALD esta dualidade.
Cartão de Crédito
Conta-Cartão
Quando o titular utiliza este cartão na função para a qual foi emitido, ou seja,
para pagamentos ou adiantamentos de dinheiro (cash advance), está a beneficiar
de um crédito concedido pela entidade emitente.
Podem ser emitidos vários cartões sobre a mesma conta-cartão. Nestes casos, o
limite de utilização, o limite disponível e o valor máximo autorizado em cada
utilização são determinados em função dessa conta e podem variar de cartão
para cartão. A utilização de qualquer dos cartões implica a diminuição
proporcional do limite globalmente disponível.
Alguns cartões de crédito são emitidos virtualmente (isto é, não têm existência
física) e apenas podem ser utilizados na Internet. São cartões virtuais de crédito.
Utilização
Universal
Privativos
Reembolso
Este consiste no pagamento de 100% do saldo em dívida. Neste caso não são
pagos quaisquer juros sobre o montante de crédito utilizado (“crédito gratuito”).
Este “crédito gratuito” inicial tem um prazo que se estende desde que se efetua
uma compra até à data de pagamento do primeiro extrato do cartão
subsequente à compra e em que a mesma vem incluída. Este período de “crédito
gratuito” pode ir até 50 dias.
Neste caso são pagos juros sobre o montante de crédito utilizado e que não foi
pago no fim do mês.
Este crédito “renovável” (revolving) vence juros que são faturados em cada
extrato mensal subsequente.
Os juros são calculados com base na Taxa Anual Nominal (TAN), a qual é
usualmente uma taxa fixa.
Revogação
Vantagens
Linha de Crédito
Vantagens
A disponibilização dos fundos ou a forma que vai assumir a sua utilização por parte do
mutuário depende do que ficou estabelecido no contrato.
O cliente poderá utilizar a totalidade da verba colocada à sua disposição ou apenas parte
dela, ficando geralmente definidas “tranches” mínimas que o mutuário se obriga a mobilizar
quando necessita de fundos.
Caso o cliente tenha disponibilidade de capital, pode ir efetuando entregas para a conta
corrente, diminuindo assim o saldo devedor, sobre o qual está a pagar juros. Estes
reembolsos antecipados não conduzem à supressão do crédito, que permanece ativo até ao
vencimento estipulado, podendo o cliente retomar os levantamentos até ao limite
estabelecido.
Se o cliente utilizar toda a verba, pagará os juros a ela inerentes; se utilizar apenas parte da
verba, pagará os juros correspondentes a essa parte e poderá ser cobrada uma comissão de
imobilização, pelo montante não utilizado.
A gestão do capital pode ser feita de acordo com as necessidades do cliente, pagando juros
apenas pelos montantes realmente utilizados.
Facilidades de descoberto
Tal como nos outros contratos de crédito aos consumidores, o cliente tem
também direito a receber uma Ficha de Informação Normalizada (FIN), antes da
contratação da facilidade de descoberto, onde estão descritas as condições e
custos associados ao contrato, nomeadamente a TAEG.
Para além das informações a fornecer em extrato ao cliente, este deve também
ser informado das alterações da taxa nominal ou de quaisquer encargos a pagar
antes da sua entrada em vigor. Contudo, esta informação pode ser dada no
extrato de conta se a alteração da taxa nominal resultar da modificação da taxa
de referência e esta for devidamente publicada.
Recorde que esta modalidade de crédito também está sujeita ao regime de taxas
máximas, que poderão ser consultadas no site do Banco de Portugal.
Os bancos não pedem garantias para este tipo de crédito e cobram juros a taxas,
normalmente, elevadas.
Os juros são contados dia a dia sobre o saldo em dívida e cobrados mensalmente,
por débito na conta de depósitos à ordem.
Ultrapassagem de Crédito
Principais Regimes
Enquadramento
Reforço das garantias de que o consumidor, seja mutuário ou fiador, tem condições para
tomar uma decisão racional e esclarecida sobre as características do crédito a celebrar,
sendo entregue a respetiva FINE com validade, pelo menos, durante 30 dias.
Adesão dos mutuantes a, pelo menos, duas entidades habilitadas a realizar arbitragens de
conflitos.
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O contrato não pode ser assinado antes de terem decorrido 7 dias após a data de aprovação.
CCC / Crédito aos Consumidores e Crédito Hipotecário - Produtos
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(…)
Diretiva 2014/17/UE
Conhecida como Diretiva do Crédito Hipotecário.
2014 Tendo em conta a experiência internacional, o legislador europeu decidiu
desenvolver a primeira Diretiva aplicada aos contratos de crédito aos
consumidores para imóveis de habitação, com vista a assegurar um mercado de
crédito mais transparente, eficiente e competitivo.
• Montante;
• Empréstimos em moeda estrangeira;
• Prazo;
• Sistemas de amortização;
• Modalidades de reembolso;
• Taxa de juro;
• Garantias.
Montante
Prazo
É comum procurar que o financiamento esteja liquidado até o cliente atingir 65,
70, 75 ou 80 anos de idade.
Apesar de não ser uma imposição legal, o Banco de Portugal recomendou que
fosse respeitado o limite de maturidade original dos empréstimos de 40 anos
nos contratos de crédito à habitação e crédito com garantia hipotecária ou
equivalente celebrados desde 1 de julho de 2018, bem como a convergência
gradual para uma maturidade média de 30 anos até final de 2022.
Sistemas de amortização
▪ Constantes;
▪ Progressivas; ou
▪ Mistas.
Assim:
Uma parte de Outra parte de
Cada amortização de +
= juros
Prestação capital
Modalidades de reembolso
Taxa de juro
Garantias e contrapartidas
Repare que:
Desde 1976 que foi criada uma linha de crédito especial de financiamento à aquisição ou
construção de habitação própria para as pessoas com deficiência 11.
Note que:
A partir de 1 de Janeiro de 2015 entraram em vigor novas regras aplicáveis aos empréstimos
bonificados à habitação para pessoas com deficiência, aprovadas pela Lei n.º 64/2014, de
26 de agosto.
Esta Lei estabelece um regime autónomo para a concessão de crédito à habitação a pessoas
com deficiência e prevê a aplicação de uma taxa de juro bonificada, desde que preenchidas
as condições de acesso ao regime.
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Decretos-Lei n.ºs 43/1976, de 20 de Janeiro e 230/1980, de 16 de julho.
Neste âmbito, são considerados deficientes:
• Das Forças Armadas aqueles que, no cumprimento do serviço militar, tenham adquirido um grau de
incapacidade não inferior a 30%;
• Civis e das Forças Armadas, não compreendidos no ponto anterior, com grau de incapacidade não
inferior a 60%.
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Declaração de Incapacidade ou Cartão de Deficiente das Forças Armadas
• O montante financiado não pode ser superior ao montante legalmente definido 13;
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Este valor é atualizado anualmente de acordo com o Índice de Preços do Consumidor-IPC
Contudo, as instituições podem solicitar a contratação desse seguro como garantia do risco
associado ao empréstimo.
Se a taxa de juro contratada for inferior à TRCB, a bonificação é calculada tendo em conta a
diferença entre essa taxa de juro contratada e 65% da taxa de referência do Banco Central
Europeu.
Vamos agora fazer uma breve abordagem aos regimes sujeitos a legislação específica:
Saiba que:
• Abra ou mantenha aberta uma conta de depósito à ordem, caso em que o mutuante
deve aceitar uma conta numa instituição que não a sua;
• Constitua um ou mais contratos de seguro adequado, relacionado com o contrato de
crédito, caso em que o mutuante deve aceitar o contrato de seguro de um prestador
que não seja o da sua preferência, se esse contrato salvaguardar um nível de garantia
equivalente ao do contrato proposto pelo mutuante.
Ideias-chave
• Regime geral