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Caderno de Farmacologia - Ufma (2015.1)

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Caderno De

Farmacologia
(Centésima Primeira Turma De Medicina Da Universidade Federal Do
Maranhão)
INTRODUÇÃO
Ana Josephy da Silva Costa

A farmacologia é conceituada como a ciência que estuda a interação entre uma


substância química e um organismo vivo ou sistema biológico, resultando em
um efeito maléfico que pode ser chamado de efeito tóxico. Nenhum
medicamento é isento de efeito maléfico. Assim todo medicamento deve ter
uma bula para contemplar os efeitos chamados de colaterais que nada mais é
do que um efeito esperado do medicamento. Já os efeitos adversos são
resultados da interação da medicação com um organismo e com um sistema
biológico. Também é um efeito esperado da própria dinâmica da medicação.

Estudos que contemplam a investigação de novos medicamentos tem como um


dos objetivos investigar essas reações em pacientes ou mesmo animais de
laboratório. Contudo, apesar de o medicamento ter um efeito maléfico, este não
pode se sobrepor ao efeito benéfico, senão não seria mais um medicamento e
sim uma substância tóxica.

O medicamento sempre surge a partir de uma substância chamada de droga.


Droga é qualquer componente químico que em contato com o organismo
biológico modifica o seu sistema. Qualquer substância química que altere por
exemplo a dinâmica do sistema cardiovascular-renal ou renal-cardiovascular ou
que altere o sistema renina-angiotensina ou mesmo qualquer outro
componente celular é chamada de droga. Se essa droga gera efeitos benéficos
que vão servir para a cura, prevenção ou diagnóstico de enfermidades poderá
originar um medicamento. Estudos são aprimorados nessa droga para que ela
se torne um medicamento para disponibilizar no mercado.

Droga: é toda e qualquer substância natural ou de origem sintética que se


introduzida no organismo modifica as suas funções.
Medicamento: produtos tecnicamente modificados, ou seja, produtos
farmacêuticos obtidos e elaborados com a finalidade de cura, prevenção,
diagnósticos e alívio de sintomas.

Remédio não é um medicamento. Um remédio é um produto tecnicamente


elaborado, não é um produto farmacêutico. É qualquer coisa que a população
utilize para um efeito benéfico. Por exemplo: chá de uma planta. Se essa planta
não for estudada e não tem o produto tecnicamente elaborado, patenteado,
com nome de marca ou fantasia ou até mesmo um nome genérico, ela não é
medicamento, ela é um remédio. Está servindo para fins paliativos. Outros
exemplos de remédio são: chá de mastruz, chá de boldo e chá de hortelã.
Exemplo de medicamento extraído de uma planta é a Digoxina que já está
presente em uma formulação farmacêutica ou em comprimido ou em drágeas
tecnicamente elaborada. Plantas de forma milenar vêm originando milhares de
drogas e medicamentos.

Remédio: toda substância ou medida utilizada para curar uma determinada


enfermidade. remédio é um conceito mais amplo que medicamento; conversas, terapias, alimentos e
atividades físicas podem ser considerados remédios por promover um bem estar
Fármaco: é a substância química que tem uma estrutura química estudada,
elaborada, tecnicamente já definida que tá presente na medicação, no
medicamento. sua estrutura e efeito (benefico) já são conhecidos, bem como de seus possiveis
efeitos colaterais
Por exemplo, o tylenol é o medicamento que contém o fármaco paracetamol e
contém outros componentes adjuvantes ou coadjuvantes como por exemplo o
amido, água e celulose, se for um comprimido. Os coadjuvantes não têm efeito
terapêutico como no caso da celulose e o amido no exemplo acima. Além dos
coadjuvantes todo medicamento possui um fármaco que é chamado de
princípio ativo.

Na ​farmacologia é estudada a cinética do fármaco, quanto tempo é absorvido,


quanto tempo é eliminado do organismo, quais as vias de administração. O
fármaco é o alvo da farmacologia. É ele que a gente estuda um sítio de ação
para saber a interação com a célula e gerar resposta terapêutica.

Fármaco​ é o princípio ativo do medicamento.


O ​placebo tem tudo que a formulação da medicação tem, exceto o princípio
ativo, exceto o fármaco. É um comprimido de açúcar, é um comprimido só com
um amido, os coadjuvantes necessários, mas não tem o fármaco que é o que
faz o efeito farmacológico. O placebo é muito utilizado em estudos clínicos,
quando são definidas as reações adversas dos medicamentos. Por exemplo,
um medicamento X foi testado em animais, agora será testado em seres
humanos. O ser humano tem fatores psicológicos que podem mudar as
reações. Cada indivíduo tem um fator psicológico. E essa variabilidade interfere
na ação medicamentosa. Para eliminar esse fator de otimização ou não
otimização de resultados são utilizados os placebos. São testados em um
grupo de população o medicamento e em outro grupo são administrados os
placebos.

Posologia é a ciência que estuda a dosagem do medicamento. É a frequência


com que estes medicamentos devem ser administrados no paciente. Dessa
forma, posologia é determina de quantas em quantas horas o fármaco deve ser
introduzido no paciente, independente da via a ser utilizada.

A ​meia-vida é o tempo que o fármaco leva para a metade dele ser eliminado,
excretado. Existe um pico alcançado no plasma em determinado tempo que é o
tempo de meia-vida. Se o tempo de meia-vida do fármaco é de 6 horas, então
não se pode administrar o fármaco de 3 em 3 horas porque vai acumular no
organismo, pois o pico dele tá sendo atingido em 6 horas. E também não
poderá administrar o fármaco de 12 em 12 horas porque em 6 horas ele já está
na metade, então se esperar 12 horas para administrar novamente, o fármaco
já foi todo eliminado do organismo do paciente e não terá manutenção do efeito
terapêutico esperado. Então o clínico tem que ter conhecimento do tempo de
meia-vida dos fármacos para poder estabelecer a posologia.

A posologia é determinada de acordo com a cinética do medicamento, com o


movimento do medicamento no organismo e a passagem dele do local
administrado até a corrente sanguínea. É possível adotar uma posologia de
tempos próximos, ou de 6 em 6 horas ou em até de 8 e 8 horas para não ter
tanta perda no plasma. E é importante frisar essa informação para o paciente,
pois ao esquecer de tomar o medicamento no almoço, o paciente pode achar
necessário tomar dois comprimidos no jantar, o que pode provocar um efeito
tóxico.

Efeito tóxico é quando o fármaco tem uma ação principal de ser prejudicial, ou
seja, o seu efeito maléfico é mais predisponente que o seu efeito benéfico.
Pode até servir para algumas finalidades, mas é tão maléfico que não pode se
tornar medicamento. É o exemplo da cocaína. Cocaína tem o mesmo efeito da
adrenalina, é uma droga por modificar o sistema biológico e é ilícita porque
pode levar a morte dependendo da dose. A cocaína estimula tanto o coração
que o paciente pode apresentar em um infarto, um processo de isquemia e
morrer de overdose. Então a cocaína quando foi descoberta não foi tornada
medicamento, ela ficou como droga.

Outro exemplo é o da talidomida que foi por muito tempo utilizada por
gestantes para conter vômitos atuando no sistema nervoso central, mas com o
tempo, mesmo após já ter sido lançada no mercado foi confirmado que ela era
teratogênica, causando mal formação fetal. Na época ela foi retirada do
mercado e mas hoje voltou com o uso estrito hospitalar e para o tratamento de
pessoas com câncer e hanseníase. A talidomida continua sendo medicamento
em baixas doses.

Veneno é um produto bruto extraído diretamente de animais e que possui


toxinas. As toxinas já são a substância conhecida que é prejudicial e pode ser
produzida por algum organismo, por exemplo, toxina de vírus e bactérias.

As ​formas farmacêuticas é a forma como os medicamentos são apresentados,


que podem ser líquidas, sólidas ou gasosas. Uma das mais comuns, são os
comprimidos, drágeas e cápsulas que são exemplos de formas farmacêuticas
sólidas. O comprimido é todo medicamento que tá na forma de pó que quando
comprimido pode adquirir a forma circular. As drágeas são em pó, são mais
duras que os comprimidos, dificilmente se consegue dividir uma drágea ao
meio, pois é formada de grânulos que são partículas maiores. A estrutura
química do medicamento é que vai definir se vai ser comprimido ou drágea. Um
exemplo de drágea é a neusadina e as pílulas. A forma farmacêutica está

toxina geralmente possui origem biológica/inorgânica


relacionada a maior absorção ou menor absorção do fármaco. Por exemplo, o
comprimido é mais fácil de dissolver no organismo do que uma drágea que é
um grânulo. Assim, quando um comprimido é administrado, a ação esperada
pode ser mais rápida do que uma drágea. A cápsula é um medicamento na
forma de pó que não pode ser um comprimido, porque se ele fosse um
comprimido, seria degradado pelo suco gástrico e existe medicamentos que
não podem sofrer ação do pH ácido do estômago. O medicamento em pó será
envolvido por uma gelatina solúvel que vai ser degradada no intestino (pH=7,5
a 8).

Essa é uma tabela comparando alguns medicamentos. A aspirina é


disponibilizada na forma de comprimidos revestidos tamponados que é a
Aspirina Buffered. Já a Aspirina Prevent, muito utilizada para pacientes que já
tiveram infarto agudo do miocárdio ou histórico de tro

bose, é revestida para não sofrer ação do pH ácido. E, a Aspirina Infantil que
tem uma liberação convencional. O início de ação de cada uma pode ser
modificado de acordo com a forma farmacêutica, apesar de todos serem
comprimidos, mas há a modificação do tipo de comprimido.

Ainda com relação as formas farmacêuticas tem-se os supositórios, xarope,


elixir e emulsão. O supositório tem uma forma alongada com base de glicerina,
gelatina ou manteiga de cacau. É útil para medicamentos que precisam ser
administrados via retal, principalmente em pacientes que estão com vômitos ou
que não podem tomar medicamentos via oral. O xarope é um medicamento
que associa açúcar e água ou mel e água (comum para criança). O elixir é um
medicamento que associa álcool, como o elixir paregórico para dor abdominal,
cólicas abdominais. A emulsão é a combinação de líquidos que seriam
imiscíveis entre si, lipossolúvel e hidrossolúvel, utilizando-se de um agente
emulsificante, diminuindo a tensão entre as duas superfícies, permitindo o
contato. Geralmente as emulsões precisam ser agitadas antes da
administração para permitir o contato da fase oleosa com a fase aquosa. Essas
formas farmacêuticas são líquidas. Por exemplo, a vitamina D é uma vitamina
lipossolúvel e para ser absorvida é preciso usar um agente emulsificante e,
portanto, a forma farmacêutica se chama emulsão.
Nesse quadro se encontram as várias formas farmacêuticas e as diferenças
entre elas. Formas farmacêuticas que são líquidos orais são de mais rápida
absorção porque o produto já está dissolvido, o corpo não terá o trabalho para
fazer o processo chamado dissolução. Os medicamentos em gotas são mais
rápidos que elixis, emulsões ou qualquer forma líquida, porque elas são
prontamente para absorção oral. Se for drágea, ainda vai dilacerar para depois
dissolver, tendo absorção mais lenta em relação aos comprimidos que só
precisam dissolver antes da absorção. A vantagem do comprimido é permitir a
tomada de doses maiores, às vezes o conta-gotas tem apenas 10 ml e de
acordo com o peso corporal tem-se um limite de gotas para administração e o
custo se torna maior, pois se o paciente estiver fazendo um tratamento de 10
dias, o gotas não terá conteúdo suficiente. Já o comprimido possui uma cartela
de 10 comprimidos, 30 comprimidos que permite uma posologia de uso mais
prolongado.
PRINCÍPIOS GERAIS:FARMACOLOGIA
Ana Josephy da Silva Costa

A farmacologia estuda o modo pelo qual a função dos sistemas é afetada pelos
mediadores químicos. Para entender o que é a farmacologia deve-se entender
o que é mediador químico. Mediador químico é toda substância química
produzida endogenamente, ou seja, no nosso próprio organismo, que agem em
moléculas chamadas de receptores. Esses receptores estão localizados em
células que são chamadas células-alvo; o contato do mediador químico com o
receptor provoca um efeito ou resposta biológica. Então a farmacologia parte
desse princípio que a substância química para gerar um efeito biológico tem
que primeiramente interagir com moléculas chamadas de receptores.

Por exemplo, se for administrado isoproterenol em um animal ou ser humano


pode ocorrer uma lesão isquêmica cardíaca. O isoproterenol tem uma estrutura
química semelhante à adrenalina e interage com receptores do coração, que é
a célula-alvo, originando a resposta biológica que é a lesão isquêmica. Esses
receptores são proteínas de membrana chamadas de receptores
beta-adrenérgicos. O sistema autonômico é dividido em dois, o simpático e o
parassimpático. O parassimpático libera no terminal pós-sináptico acetilcolina e
o simpático libera noradrenalina.

Os receptores adrenérgicos são receptores de noradrenalina porque fazem


parte do sistema simpático. O isoproterenol é uma molécula que tem
similaridade estrutural com a adrenalina e a noradrenalina e ele age no coração
nesses receptores, estimulando o coração a aumentar a frequência cardíaca.
Porém, a oferta de oxigênio para esse coração não consegue atender e em um
momento vai ocorrer a chamada injúria ou lesão isquêmica. Isquêmica por falta
de aporte de oxigênio o que provoca a necrose e caracteriza o infarto.

A farmacologia parte desse pressuposto. Não existe substância química que


age e gere resposta e não atue em receptor. Toda substância química tem um
receptor em célula-alvo. Esse receptor pode ser uma enzima, uma proteína de
membrana, um canal proteico, uma bomba de membrana. É a partir do
receptor que se obtém a resposta biológica.

O medicamento pode ter efeitos principais e colaterais. Então o isoproterenol


pode gerar um efeito broncodilatador no tratamento da asma, mas tem efeitos
colaterais que por não ser específico, e agir também no coração e em outros
órgãos, mas principalmente no coração, nos mesmos receptores do pulmão. O
efeito colateral do isoproterenol seria a taquicardia, portanto ele deve ser
administrado de forma moderada nos pacientes, e contraindicado se o paciente
tiver predisposição a infartos. O berotec é outro exemplo clássico que vai gerar
como efeito principal um efeito broncodilatador podendo ser administrado tanto
por inalação, quanto por via oral em gota, pois não é degradado pelo suco
gástrico. Ele também age em receptores beta-adrenérgicos, porém de acordo
como número de gotas que é a dose (posologia) pode promover taquicardia,
então só é permitido o berotec no máximo de 4 a 5 gotas no paciente, mesmo
com 3 gotas já se observa o efeito terapêutico. O berotec é geralmente
associado a outro broncodilatador que tem um mecanismo de ação diferente, a
resposta dele não é em receptor beta-adrenérgico, essa associação é feita com
o atrovent e assim a dose pode ser aumentada em até 10 a 15 gotas.

Além dos efeito colaterais é importante também conhecer a interação


medicamentosa. Quando se sabe o efeito colateral, pode-se fazer a interação
entre dois medicamentos para poder somar o efeito e diminuir a dose de um
que tem o efeito maléfico e prejudicial, como é o caso do berotec que
geralmente é usado associado.

O princípio básico da farmacologia diz também que as drogas devem exercer


alguma influência química em um ou mais constituintes das células
(receptores) para produzir uma resposta farmacológica. Esses receptores
podem estar localizados na membrana das células, no citoplasma ou no
núcleo. Quando eles são localizados na membrana da célula, geralmente a
molécula do fármaco que vai agir nos receptores são moléculas que têm
dificuldade em atravessar a membrana, que são fármacos com características
hidrossolúveis ou ácidos fracos e bases fracas. Quando eles agem no
citoplasma das células, geralmente fala-se de medicamentos altamente
lipossolúveis, como é o caso dos corticosteroides, da betametasona,
dexametasona que tem receptores citoplasmáticos. E existem as drogas que
agem a nível nuclear, como os receptores de estrógenos, receptores de
hormônios sexuais. As moléculas das drogas necessitam estar ligadas a
receptores para que elas funcionem, sendo que a ação de uma droga se deve
a interações químicas convencionais entre as drogas e os tecidos
(células-alvo). Uma droga pode ter várias células-alvo, onde ela tiver receptor
vai interagir, por isso nenhuma droga é 100% específica.

✓ Alguns tipos de atividades terapêuticas:

Alopatia: engloba todas as atividades que utilizam medicamentos, por exemplo,


a fitoterapia que são medicamentos à base de plantas e a própria alopatia de
medicamentos tecnicamente elaborados em laboratórios, que são
sinteticamente confeccionados. Prescrever dipirona, tylenol, tudo isso é técnica
dentro da alopatia.

Homeopatia: outra linha de atividade terapêutica que engloba a prescrição de


medicamentos homeopáticos e para isso deve haver uma especialidade em
homeopatia que defende a ideia de que a atividade pode ser melhorada pela
diluição da droga, quanto mais vezes a droga estiver diluída, melhor o efeito do
medicamento.

Vacinas: utilizam microrganismos mortos, atenuados ou modificados


geneticamente proteínas reguladoras, como hormônios, fatores de crescimento
ou ocitocinas.

Com um campo tão abrangente, a farmacologia comporta divisões e


subdivisões. Seus ramos principais são:

✓ FARMACOGNOSIA​: Ramo da farmacologia que estuda a origem dos


fármacos. ORIGEM: Natural, sintética, semi-sintética.

✓ FARMACOTÉCNICA​: Estuda a preparação de fármacos.

✓ FARMACOCINÉTICA​: Estuda o movimento dos fármacos no organismo.


✓ FARMACODINÂMICA​: Estuda a ação do fármaco e o mecanismo desta
ação no organismo.

✓ TOXICOLOGIA​: É o ramo que estuda os efeitos colaterais dos fármacos.

✓ CRONOFARMACOLOGIA​: Estuda o horário em que o remédio deve ser


administrado.

✓ FARMACOGENÉTICA​: Estuda a ação dos fármacos sobre os genes.

✓ IMUNOFARMACOLOGIA​: Estuda a ação dos fármacos sobre o sistema


imune.

✓ FARMACOEPIDEMIOLOGIA​: Estuda o comportamento dos fármacos


em uma comunidade (RAM, risco/benefício e custo do med).

✓ FARMACOTERAPIA​: Estuda a aplicação dos fármacos nas doenças


(Farmacologia Clínica).

✓ TOXICOLOGIA SELETIVA: termo aplicado ao uso de drogas como


agentes quimioterápicos ou pesticidas.

✓ FARMACOLOGIA PRÉ-CLÍNICA​: eficácia e RAM’s (Reações Adversas


ao Medicamento) do fármaco nos animais;

✓ FARMACOLOGIA CLÍNICA​: eficácia e RAM’s do fármaco no homem;

✓ FARMACOVIGILÂNCIA​: detecção de RAM’s, validade, concentração,


apresentação, eficácia farmacológica, industrialização, comercialização, custo,
controle de qualidade de medicamentos (MS).

ESTÁGIOS DE PRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DE FÁRMACOS

A maioria dos novos fármacos ou produtos farmacêuticos é descoberta ou


desenvolvida por meio das seguintes abordagens:
geralmente os projetos são financiados por ind. farmacêuticas (busca por patente, dura 10 anos)
muitos são descobertos ao acaso durante a pesquisa inicial
Descoberta do fármaco (2-5 anos)

1- Seleção do alvo:

Os fármacos contemporâneos são planejados para atuar, principalmente,


através da modulação seletiva da resposta biológica de proteínas alvo. Uma
etapa inicial de extrema relevância neste processo é a seleção do alvo
molecular, que engloba diversos fatores, como o entendimento da fisiopatologia
da doença em questão, o detalhamento da via bioquímica envolvida, a seleção
de uma ou mais proteínas alvo e, a validação e o estudo do envolvimento do
alvo no tratamento ou cura da disfunção ou doença humana.18 Os fármacos
têm como alvos moleculares enzimas, receptores acoplados à proteína G
(GPCRs - G protein-coupled receptors), receptores nucleares e canais iônicos,
entre outros. -abordagem fisiológicaa partir de conhecimento prévio do processo
da doença, é feita umapesquisa para afetar diretamente esse efeito
2- Escolha do guia; (efeito direto numa proteína específica, por ex)-alteração moleculara
partir de um medicamento existente, são feitas alterações em sua
3- Otimização do guia; estrutura para melhorar seu rendimento/efeito e reduzir efeitos
colaterais, por ex-screening randomicousado para produtos naturais,
é um teste dos efeitos de plantas e de seus efeitos
testes in-vitro, in-silico, in-vivo terapêuticos-screening virtualutiliza software/simulações entre o
Avaliação pré-clínica (2 anos)​: farmaco e receptores de determinadas doenças (caro) / docagem
molecular
1- Farmacocinética concentração plasmática, biodisponibilidade, eliminação do organismo

2- Toxicidade alterações micro/macro no organismo por meio de exames

3- Formulação posologia, via de administração, atividade terapeutica

4- Síntese

Desenvolvimento clínico

Para que a FDA (Food and Drug Administration) dos EUA aprove o pedido de
um medicamento em investigação, este fármaco deve ser submetido a uma
avaliação clínica no ser humano que envolve 4 fases:

Fase I 20 a 80 para verificar possíveis efeitos adversos e sua duração

Teste em voluntários saudáveis após o estudo experimental.

Fase II 100 a 300 para o uso efetivo

Estudos clínicos com pessoas que apresentam a doença para a qual a droga é
considerada eficaz. segurança no uso e biodisponibilidade

Fase III cerca de milhares de pacientes

Grande número de pacientes em centros de pesquisa médica recebem o


medicamento. Essa maior amostragem, fornece informações sobre efeitos
comparação entre produtos (se já houver um similar), análise de efeitos e custo-benefício
adversos incomuns ou raros. A FDA irá aprovar o pedido da nova droga se os
resultados dos estudos da fase III forem satisfatórios.

Fase IV amplo mercado (maior variabilidade genética)

É voluntária e envolve a vigilância dos efeitos terapêuticos do medicamento


após a sua comercialização, ao se concluir a fase III. A companhia
farmacêutica recebe relatórios de médicos e outros profissionais de saúde
sobre os resultados terapêuticos e as reações adversas da droga. Alguns
medicamentos, por exemplo, demonstraram ser tóxicos e foram retirados do
mercado após aprovação inicial.

CARACTERÍSTICAS DE UMA DROGA

✓ Massa molecular (Dalton)


✓ Forma, por exemplo, caso seja uma proteína: estrutura
terciária/quartenária
✓ Solubilidade (lipossolúvel ou hidrossolúvel)
✓ Ligação em proteínas tissulares (moléculas-alvo)

ALVOS DE LIGAÇÃO DAS DROGAS

As drogas agem em moléculas receptoras com a qual uma molécula da droga


deve se combinar para produzir efeitos específicos. As principais
moléculas-alvo das drogas são:

✓ Enzimas
✓ Moléculas transportadoras
✓ Canais iônicos
✓ Receptores
✓ DNA/RNA

FARMACOTERAPIA: ​uso de drogas para tratar doenças

Ao escolher um fármaco para tratar determinada afecção, deve-se levar em


consideração não apenas a eficácia da droga, mas também outros fatores
como o tipo de terapia que o paciente irá receber, pois nem toda terapia é
igual. Desse modo, o tipo de terapia vai depender da gravidade, da urgência e
do prognóstico da condição do paciente, podendo incluir:

✓ Terapia aguda: ocorre quando o paciente está gravemente enfermo e


houver necessidade de uma terapia intensiva aguda;
✓ Terapia empírica: Baseada mais na experiência prática do que
exclusivamente em dados científicos;
✓ Terapia de manutenção: para pacientes com condições crônicas que
não se resolvem;
✓ Terapia de reposição: para repor substâncias que estão faltando no
organismo
✓ Terapia de suporte: Não trata a causa da doença, porém mantém outros
sistemas orgânicos ameaçados até a resolução da afecção do paciente;
✓ Terapia paliativa: utilizada em doenças terminais para que o paciente se
sinta o mais confortável possível;

CONCEITOS DE FARMACOLOGIA

1- Nomenclatura das drogas

Os medicamentos podem ser identificados por três nomes diferentes:

✓ Nome químico: nome científico que descreve com precisão sua estrutura
anatômica e molecular. Ex.: ácido acetilsalicílico.
✓ Nome genérico: denominação do fármaco ou princípio ativo de registro
legalmente obrigatório em embalagem. Ex.: o ácido acetilsalicílico tem o nome
genérico de aspirina (nome simples/comum)
✓ Nome comercial: é um nome fantasia escolhido pela companhia
farmacêutica que vende o produto (devem ser acompanhados pelo símbolo ®).
Ex.: Bufferin​®

2- Medicamento de referência

É um produto inovador registrado no órgão federal responsável pela vigilância


sanitária e comercializado no país, cuja eficácia, segurança e qualidade foram
comprovadas cientificamente junto ao órgão federal competente. Esses
medicamentos possuem um nome comercial e geralmente são os mais
receitados pelos médicos. Quando o fabricante registra um medicamento
original, o laboratório é beneficiado pela Lei das Patentes, tornando a fórmula
de propriedade exclusiva do fabricante. Após certo prazo, a fórmula pode ser
reproduzida em outros laboratórios.

3- Medicamentos genérico

É uma cópia do medicamento de referência, que pretende ser com este


intercambiável, tendo o mesmo princípio ativo, a mesma dosagem, mesma
forma farmacêutica (xarope, comprimido, etc.) e é administrado pela mesma via
de administração. Não possui nome comercial, sendo identificado apenas pelo
nome do seu princípio ativo. Passa por vários testes de qualidade,
necessitando ser aprovado pela ANVISA para garantir que é idêntico ao de
referência. É produzido após a expiração da proteção patentearia ou de outros
direitos de exclusividade. Toda embalagem de medicamento genérico deve ter
o nome do princípio ativo e logo abaixo o texto “Medicamento Genérico – Lei nº
9787/99”. Recentemente foi incluída na embalagem uma tarja amarela com a
letra “G” em destaque, e a frase “Medicamento Genérico”. São mais baratos
pois não exigem investimentos financeiros e de tempo em pesquisas científicas
ou divulgação para classe médica.

me too - imitação do medicamento de referência (alguns podem trazer inovação parcial)


4- Medicamento similar

É um medicamento que como o genérico possui o mesmo princípio ativo, a


mesma dosagem e forma farmacêutica do medicamento de referência, mas
não são submetidos a testes de qualidade e aprovação pela ANVISA como os
genéricos.

5- Farmacocinética:​ ​“O que o organismo faz com o medicamento”

Estuda as ações de um medicamento à medida que ele passa pelo organismo


através inter-relação dos processos de: absorção, distribuição,
biotransformação e excreção.

6- Farmacodinâmica:​ ​“O que o medicamento faz com o organismo”

Estuda mecanismos de ação da droga, que levam às alterações bioquímicas e


fisiológicas no organismo. A resposta decorrente desta ação é o efeito do
medicamento.

7- Efeitos adversos:

O efeito desejado de um medicamento é denominado Resposta Terapêutica


Esperada. Uma reação adversa (efeito colateral ou efeito adverso) a
determinado fármaco é uma resposta prejudicial e indesejável. Estão
relacionados às doses (doses altas) ou à hipersensibilidade do paciente.

8- Interações medicamentosas:

Podem ocorrer interações farmacológicas entre medicamentos ou entre


fármacos e medicamentos ou entre fármacos e alimentos.

Tipos:

✓ Efeitos aditivos: Ex.: 2 analgésicos


✓ Efeito potencializador (sinérgico): Ex.: álcool e ansiolíticos
✓ Efeitos antagonistas
✓ Alteração da absorção e distribuição: Ex.: ligação em proteínas
plasmáticas
✓ Alteração do metabolismo e excreção: Ex. drogas que inibem a enzima
P450.
Farmacocinética

Ana Josephy da Silva Costa

Carolina Rodrigues Cunha Guimarães Drumond

Gabriel de Sousa Santos Castro

o que o corpo faz com o medicamento


Entende-se por farmacocinética o estudo de todo o percurso - desde
administração, passando pela absorção, distribuição, biotransformação até a
excreção – de um fármaco no organismo.

Obs.: ​Esse trajeto do fármaco pelo organismo, assim como a quantidade da


dose eficaz, a classe do medicamento, a eficácia, varia de pessoa para pessoa,
estabelecendo assim uma variabilidade individual, denominada
INDIOSSINCRASIA. algumas doses de medicamentos devem ser ajustadas para atender
a pessoa da melhor forma

1. ​AS VIAS DE ADMINISTRAÇÃO


Forma de entrada dos fármacos no organismo. É o local que escolhemos para
administração de um medicamento para que ele exerça seus efeitos de modo
local ou sistêmico (se for absorvido). Toda forma farmacêutica tem sua via de
administração. As vias de administração estão relacionadas com as formas
farmacêuticas, com os objetivos terapêuticos e com as condições físicas e
patológicas dos pacientes.

Via de administração → Absorção

→ Biodisponibilidade

Estão relacionadas com:

✓ Formas farmacêuticas
✓ Objetivos Terapêuticos
✓ Condições físicas e patológicas do paciente

A maioria dos medicamentos devem atravessar inúmeras barreiras biológicas


antes de atingir o local de ação. O problema é saber se ele poderá atingir ou
não o seu local de ação, visto que OS FÁRMACOS NÃO ATUAM À
DISTÂNCIA. O ideal seria que os medicamentos fossem administrados no local
de ação, pois traria vantagens como:

✓ Menor latência
✓ Menor posologia
✓ Maior eficácia
✓ Menor toxidade

Em geral, a via escolhida é aquela que nos permite obter maior disponibilidade
e uma concentração mais adequada junto a biofase, que seja de fácil
administração, baixo custo, riscos diminuídos e que não cause desconforto ao
paciente. A via de administração em geral influencia significativamente a
velocidade, duração e intensidade dos efeitos. Podem ser de:

✓ Ação Local: Fármaco age no local onde foi administrado


✓ Ação Sistêmica: Fármaco deve chegar a corrente sanguínea para depois
ser distribuído ao local de ação.

Podem ser classificadas também em:

Via Enteral:​ Recebe-se a substância via trato digestivo.

→Via Oral

→Via Sublingual

→Via Retal

Via Parental: Recebe-se a substância por outra forma que não pelo trato
digestivo.

Vias diretas

→Intradérmica

→Subcutânea

→Intramuscular

→Endovenosa

Vias Indiretas

→Respiratória

→Vaginal

→Cutânea

Formas e as Vias de Administração


-Boca e Faringe: Tinturas, pastilhas, colutórios, gargarejos

-Olhos, orelhas, nariz: Gotas, pomadas, irrigação, spray

-Oral: Comprimidos, cápsulas, drágeas, soluções, emulsões, suspensões,


oleosas, grânulos

-Brônquios e pulmões: Inalações, aerossóis, spray, pós finos (cromoglicato)

-Uretra: Geleias, soluções para irrigação

-Vagina: Comprimidos, geleias, óvulos, cremes, pós, ducha

-Canal anal: Pomadas, supositórios

✓ Via Oral

Método mais comum e utilizado de administração de fármacos.

Fatores que afetam a absorção oral:

o Motilidade gastrointestinal
o Fluxo sanguíneo esplâncnico
o Tamanhos das partículas e formulações
o Fatores físico-químicos

A área de superfície representa um dos fatores mais importantes na


determinação da velocidade de absorção ao longo do tubo gastrointestinal. A
absorção segue a seguinte linha de crescimento:

Intestino delgado > estomago > intestino grosso > esôfago

O que torna o intestino delgado mais importante, em especial o duodeno, é a


absorção de drogas ácidas fracas.

VANTAGENS

- Comum

- Simples

- Segura

- Econômica

DESVANTAGENS

o Limitação da absorção: A absorção é frequentemente errática e


incompleta, além de ser lenta, portanto, não apropriada para
emergências.
o Irritantes da mucosa gástrica
o Pode ocorrer interações com outras drogas e nutrientes
o Pode ser metabolizada pelos sucos digestivos (insulina) ou no
fígado (diazódio, testosterona, lidocaína)
o Pode causar náusea e vômitos
o Sabor desagradável
o Altamente dependente do nível de consciência do paciente devido
a dificuldade de deglutição
o Certas drogas simplesmente não são absorvidas
o Fenômeno de 1ª passagem
Fenômeno da 1ª passagem

Paracetamol (pró- fármaco) boca estômago intestino corrente


sanguínea

1ª passagem >Fígado

✓ Via Sublingual

Administração sob a língua

VANTAGENS

- Rápida absorção

- Evita inativação pelo suco gástrico

- Evita 1ª passagem fenômeno onde o farmaco é metabolizado pelo fígado, fazendo com que este
tenha a concentração significativamente reduzida antes mesmo de entrar na
DESVANTAGENS corrente sanguínea

- Poucas formas farmacêuticas

- Pode ser administrada em pacientes inconscientes

✓ Via Retal
VANTAGENS

- Produção de efeito local ou sistêmico

- Utilização em pacientes incapazes de tomar medicação pela boca

DESVANTAGEM

- Absorção muitas vezes não é confiável


a introdução do medicamento não pode ser muito profunda, sobre risco de cair na circulação que vai
para o fígado, sofrendo assim metabolismo de 1 passagem

✓ Via Parental (Indiretas)

Via Cutânea

Pode ser administrada via pomadas, loções, cremes, patchs, etc, tendo efeito
geralmente local.

Via Intradérmica

Usada para fins diagnósticos e possui geralmente efeito local.

✓ Via Parental (Diretas) injeções intramuscular/intravenosa/subcutânea, por ex


evitando atravessar a pele e as
Via Subcutânea mucosas

Fármacos administrados no tecido adiposo (debaixo da pele)

VANTAGENS

- Pronta absorção a partir de soluções aquosas

- Pouca necessidade de um treinamento maior

- Evita o meio gastrointestinal (e efeito de primeira passagem)

- Absorção lenta e regular (mais lenta que a intramuscular)

DESVANTAGENS

- Não pode-se utilizar grandes volumes (até 2ml)

- Mais dolorosa que a via intramuscular e endovenosa

- Risco potencial de lesão tissular

- Variabilidade absortiva a partir de diferentes locais


Via Intramuscular

Depósito profundo no tecido muscular.

VANTAGENS

- Absorção rápida ou lenta com relativa segurança (A absorção não é igual


para todos os músculos e varia com o tipo de solução, sendo rápida com
aquosa e lenta com oleosa, e do fluxo sanguíneo.

- Pode-se usar qualquer tipo de solução (aquosa, oleosa, suspensão e


emulsão) {Em geral espera-se que o pH e tonicidade sejam idênticos ao dos
líquidos orgânicos}

- Ação sistêmica rápida/ Altas doses

- Em geral menos dolorida que a subcutânea

DESVANTAGENS

- Não pode exceder 5ml

- Injeção intravascular

- Formação de abscessos

- Lesão de nervos (nervo ciático – glúteo)

RECOMENDAÇÕES

- Para auxílio na absorção, submeter a área a calor e massagens

- Para retardar absorção, manipular gelo

- Posicionar a agulha perpendicularmente ao músculo

- Realizar assepsia do local

- Pessoal treinado

Via Endovenosa

Fármaco é injetado diretamente na corrente sanguínea.

VANTAGENS

- Sem absorção (menor latência)


- Efeitos imediatos (muito útil para emergências)

- Pode ser administrado grande volume de substâncias

- Biodisponibilidade de 100%

- Maior precisão na dosagem

- Permite controlar a velocidade de administração

- Permite administrar substâncias irritantes e com pH e tonicidade diferentes


dos líquidos orgânicos

- Permite administrar grandes volumes e por tempo prolongado (gota-a-gota)

DESVANTAGENS

- Complicações como: acidentes embólicos, infecções, extravasamento,


necrose, sobrecarga circulatória, reações alérgicas.

- Efeito imediato torna a via endovenosa mais perigosa principalmente para o


sistema cardiovascular e sistema nervoso central

- Maior risco de reações alérgicas e infecções

- Não serve para substâncias oleosas ou que precipitem (risco de embolia)

- Dificulta a automedicação

- Mais dispendiosa

- Requer pessoal competente

- Irritação no local (as vezes por extravasamento)

- Flebite (principalmente nos menores vasos – em geral com substâncias


irritantes)

Via Respiratória

Pode ser administrada via instilação nasal (Neosoro – nafazolina), nebulização


(Berotec – fenoterol), spray e aerossol.

VANTAGENS

- Grande área de superfície e ricamente vascularizada

- Permite rápida absorção (rápido ataque)


- Dose facilmente ajustada e menor posologia (efeitos locais)

- Para efeitos locais (máxima a relação custo e benefício)

- Menos efeitos sistêmicos (menor toxidade)

- Sem efeito de primeira passagem

DESVANTAGENS

- Técnica de utilização (requer certo grau de coordenação)

- Paciente com doença pulmonar deve ser capaz de inalar adequadamente

- Variabilidade nas respostas

- Requer partículas menores que 1u

- Irritação (desencadeia mecanismos de defesa)

- Custo mais elevado

- Riscos de toxidade sistêmica (principalmente sistema cardiovascular)

Via Vaginal

Possui efeitos locais e pode ser administrada na forma de gel, supositórios,


soluções e pomadas.
Via intratecal - punção lombar (l2-l5) espaço subaracnoideo
opioides, anestesicos e antimetabolicos

Intraóssea - proximo ao joelho (1/3 proximal da tíbia e 1/3 distal do femur)


quando demais opções nao obtem sucesso

CHOQUE ANAFILÁTICO

É uma reação alérgica intensa que ocorre minutos após a exposição a uma
substância causadora de alergia, chamada alergeno. Alguns exemplos são a
penicilina e picada de animais. Tem como sintomas:

- Sensação de desmaio

- Taquicardia

- Dispneia

- Náusea e vômitos
- Dores gástricas

- Pode ocorrer parada cardíaca

2. ABSORÇÃO

Absorção é a passagem do fármaco do seu local de administração até a


corrente sanguínea. A via endovenosa não sobre absorção, e, por isso, sua
resposta farmacêutica é imediata. Logo, essa via torna-se perigosa, porque
dificilmente consegue-se reverter o efeito do medicamento administrado por
essa via, caso o paciente venha a ter uma reação de hipersensibilidade.

afeta principalmente a biodisponibilidade (porçao do farmaco que efetivamente alcanca o plasma)


Fatores que influenciam a absorção:

✓ Escolha da via de administração e doses: geralmente, as vias


injetáveis são mais rápidas. As vias enterais podem ou não ser mais lentas que
as parenterais. Uma droga lipossolúvel administrada por via oral e por via
intramuscular terá um tempo de resposta menor nessa última, pois após o
tecido adiposo tem-se uma camada altamente vascularizada, alcançando a
corrente sanguínea mais rapidamente. Já a via oral depende de uma série de
fatores gastrointestinais: esvaziamento gástrico, densidade de
microvilosidades, se o paciente tiver constipação ou gastrite etc. Em relação às
doses, quanto mais fármaco, mais demorada a absorção.

se o farmaco possuir carga/ionização, será mais dificil atravessar a membrana


✓ Fatores físico-químicos do fármaco: ​se refere a sua característica de
lipossolubilidade, passando mais facilmente pela membrana plasmática. Caso
o fármaco tenha característica de hidrossolubilidade, a absorção é dificultada,
pois passam mais dificilmente pelas barreiras biológicas, dependendo de
bombas e transportadores que garantem sua passagem.

✓ Local anatômico da absorção: ​uma região mais vascularizada facilita a


absorção. Em animais de laboratório, aplica-se o medicamento na região
peritoneal, região altamente vascularizada, onde a absorção é imediata,
semelhante à absorção por via intravascular. Exemplos de regiões muito
vascularizadas: região sublingual, mucosas em geral, peritônio, região
pulmonar. + intestino delgado

✓ Tamanho e formato da molécula: moléculas de alto peso molecular


têm mais dificuldade de atravessar as membranas biológicas.

✓ Movimentos transmembranas: ​O fármaco passa através das


membranas de diferentes tecidos do organismo, que podem interferir na
absorção, de acordo com as características de lipossolubilidade e
hidrossolubilidade. Exemplos de barreiras: mucosa gastrointestinal, pele,
pulmão, parede capilar.

Na ​mucosa gastrointestinal​, as microvilosidades interferem diretamente na


absorção. Em pacientes com constipação, excesso de flatulências, entre outros
problemas gástricos, recomenda-se a utilização de outra via de administração.

A ​parede dos capilares e o ​endotélio vascular também atuam como barreiras.


O endotélio vascular contém proteoglicanas, que lhe conferem carga elétrica,
podendo repelir o fármaco que também possui carga. A parede dos capilares
possuem fenestras (poros) que impedem a passagem de fármacos com grande
peso molecular.

Toda droga ingerida, para chegar na corrente sanguínea, sofre ação do ​epitélio
gastrointestinal​; o ​sistema linfático também interfere na condução dessa droga.
A ​barreira hematoencefálica prediz a ação de determinadas drogas no SNC.
Essa barreira é um conjunto de células que unidas formam espaços que podem
ou não permitir a passagem do fármaco, de acordo com sua lipossolubilidade;
os muitos lipossolúveis tem dificuldade de atravessá-la. O ​sistema circulatório
cerebral​ também contém membranas que atuam como barreiras.

✓ Membrana plasmática

Sua característica de lipossolubilidade explica a facilidade que substâncias

ainda há diferença entre os estados físicos do fármaco, alterando a velocidade de absorção


lipossolúveis têm de atravessá-la. Já substâncias hidrossolúveis dependem de
fenestras dessa região, usando canais proteicos (íons) ou bombas
transportadoras específica para esses fármacos.

As membranas podem ser permeáveis, impermeáveis ou, em sua maioria, semi


permeáveis.

✓ Mecanismos de transporte

As drogas, de acordo com seu gradiente eletroquímico, pode sofrer passivos


passivos (difusão simples e difusão facilitada) ou ativos (transporte ativo e
pinocitose).

o Difusão simples:
▪ Mais frequente, pois a maioria dos fármacos é lipossolúvel
▪ O fármaco passa da região mais concentrada para a menos concentrada
▪ A favor de um gradiente de concentração
▪ Sem gasto de energia

o Difusão facilitada

▪ Substâncias hidrossolúveis

▪ A favor de um gradiente de concentração

▪ Sem gasto de energia

▪Participação direta da membrana, utilizando suas proteínas carreadoras ou


transportadoras específicas pro fármaco

▪ Ex: transporte de glicose

o Transporte ativo

▪ Fármaco move-se contra gradiente de concentração

▪ Macromoléculas hidrossolúveis
▪ Com gasto de energia

▪ Ex: bombas

o Pinocitose

▪ Membrana celular se invagina em torno do fármaco

▪ Engloba/invagina

▪ Formam-se vesículas que se destacam da membrana

▪ Liberam fármaco no meio intracelular

▪ Exige energia celular

▪ Não necessita de transportadores

3. ​DISTRIBUIÇÃO

Distribuição é a passagem do fármaco da circulação sanguínea para os


tecidos-alvo. Ela pode ou não ser ampla. Os corticosteroides tem ampla
distribuição, atingindo quase todos os tecidos corporais.
Após a absorção, o fármaco pode ser: a albumina é uma proteina plasmática que possui importante
papel na distribuição dos fármacos, pois estes se ligam à
▪ Armazenado nos tecidos proteína, permitindo sua distribuição pelo corpo. Ao
▪ Atingir sítios-alvo contrário, fármacos livres (nao ligados à albumina) são
rapidamente metabolizados. Medicamentos distintos podem
▪ Metabolizados competir pela ligação com a proteína, prejudicando o efeito
de um dos fármacos (risco de intoxicação)
▪ Excretados diretamente (como é o caso de drogas muito hidrossolúveis)
A distribuição dos fármacos nos tecidos do organismo não é uniforme. Pode-se
ter uma maior distribuição para tecidos específicos. essa concentração num tecido específico pode
retardar o efeito do fármaco
✓ Sangue
✓ Músculo
✓ Tecidos específicos: fígado/rins/cérebro
✓ Tecidos de armazenamento: tecido adiposo (ex: tiopental); ossos (ex:
tetraciclinas); fígado (ex: quinacrina). retina (cloroquina)
Existem sítios/barreiras especias:
✓ Barreira hematoencefálica: muitas drogas tendem a se localizar em todos
os tecidos alvos, mas esta barreira impede que essas drogas atinjam o
sistema nervoso central. Isso é benéfico pois muitas drogas causam
dependência química.
✓ Barreira placentária
A distribuição depende da ligação às proteínas plasmáticas. De acordo com a
afinidade droga-proteína, o fármaco pode se estabelecer numa forma ligante
(droga+proteína) ou numa forma livre. A forma ligante serve como reservatório,
enquanto o fármaco na forma livre é responsável pela resposta farmacológica.
À medida que a forma livre é consumida nos sítios de ligação, libera-se uma
fração da droga reserva. Essa forma ligante pode estar tanto nos tecidos de
armazenamento quanto no plasma.
Em relação às proteínas plasmáticas, deve-se frisar a competição existente
entre elas pelo mesmo sítio de ligação. Um exemplo seria uma droga ligada à
albumina que pode ser deslocada por outra droga que possua maior afinidade
pela albumina. Um exemplo seria a varfarina (droga deslocada) junto com o
kamilon (utilizada para fins pediátricos, droga deslocadora); esta última pode
deslocar a concentração de varfarina presente na albumina, aumentando o
risco de hemorragia.
Em um caso de hipoalbuminemia, ou seja, uma quantidade reduzida de
albumina, faz com que uma maior quantidade de fármaco fique livre. Esse
excesso causa uma resposta farmacológica acima da necessária, podendo
causar efeito tóxico.

Volume aparente de distribuição (VAD)


Relação entre a quantidade de droga no corpo inteiro e a existente no plasma;
É o volume no qual a droga teria que se dissolver a fim de atingir a mesma
concentração em que se encontra no plasma.
Pacientes com insuficiência renal ou gestantes, que apresentam edema, vão
ter alteração no VAD, pois possuem deslocamento de líquido intersticial
(interfere na concentração plasmática), logo a distribuição dos fármacos é
alterada, necessitando de um ajuste de dose.
um VAD maior indica que o farmaco possui maior afinidade a tecidos em relação à albumina/plasma
assim, ele fica mais livre no organismo (mais distribuível) e não preso a essa proteina
VAD = dose/concentração plasmática
se o fármaco fica mais livre, ele é mais rapidamente metabolizado, o que é prejudicial em casos onde
queremos que este alcance um órgão específico ou tenha um efeito mais prolongado
Fatores que alteram a distribuição das drogas:
✓ Propriedades físico-químicas dos fármacos farmacos nao ionizados atravessam a membrana
✓ pH do meio mais facilmente
✓ Solubilidade da droga/coeficiente de partição óleo-água
✓ Peso molecular
✓ Ligação às proteínas plasmáticas
✓ Fluxo sanguíneo

Meia-vida plasmática das drogas


a meia vida biologica dos farmacos pode ser maior, pois eles ficam mais tempo fazendo efeito, ou seja, mesmo
desaparecendo do plasma, o farmaco ainda pode estar ligado a um tecido e assim continua agindo no organismo ----
boa parte dos farmacos possui meia vida plasmatica e biologica parecidas

Tempo em que determinada concentração da droga leva para reduzir-se à


metade.
Exemplo: a dose inicial de uma droga foi de 40 mg; 1 hora depois, sua massa é
de 20 mg. Logo, sua meia-vida é de 1 hora. Nesse caso, o ideal é que ela seja
administrada de hora em hora, para garantir sua biodisponibilidade.
Baseado no tempo de meia-vida, considera-se a triancinolona, a betametasona
e a dexametasona corticoides de longa duração. Já a hidrocortisona, a
cortisona e a prednisona são corticoides de ação curta. Os de ação
intermediária são a prednisolona e a metilprednisolona.

4 3. BIOTRANSFORMAÇÃO

A biotransformação é importante para garantir a eliminação do fármaco, suas


finalidades gerais são:

a) Finalizar a ação do medicamento, ou seja, detoxificar ou inativar


compostos
b) Facilitar a excreção, formando produtos mais polares ou menos
lipossolúveis
c) Ativar, ativar pró-fármacos, alterar o perfil farmacocinético, quando
ocorre metabolismo de primeira passagem, ou forma metabólitos ativos, como
é o caso dos anti-histamínicos. A intenção é deixar o fármaco mais
hidrossolúvel, pois a principal via de eliminação é através do mecanismo renal,
pela urina, ainda assim, existem fármacos que são excretados em sua forma
inalterada, ou por sua baixa lipossolubilidade ou por ser muito hidrossolúvel.
Geralmente, a ocorrência são de reações que metabólitos inativos mais
polares, para excreção, mediadas por enzimas específicas, enquanto as
reações que produzem metabólitos com atividade biológica potente ou
propriedades tóxicas são menos frequentes.

Consiste na metabolização do fármaco pelo organismo gerando metabolitos


mais polares, inativos que são rapidamente excretados pelo corpo. No entanto,
em alguns casos, são gerandos metabolitos com atividade biológica potente ou
propriedades toxicas. Geralmente estas reações ocorrem na esdera hepática
mais precisamente no reticulo endoplasmático liso que possui enzima
transformadoras do fármaco.

● Importância

A principal importância da biotransformação é a inativação de um composto


ativo que está modificando o organismo. Porém, alguns fármacos podem ser
administrados na forma inativa (pró-farmacos) e serem ativados no processo
de biotransformação. Uma importância secundária é transformar fármacos em
substâncias mais polares facilitando sua eliminação renal.

● Finalidades

d) Finalizar a ação do medicamento, ou seja, detoxificar ou inativar compostos


e) Facilitar a excreção, formando produtos mais polares ou menos
lipossolúveis
f) Ativar, ativar pró-fármacos, alterar o perfil farmacocinético, quando ocorre
metabolismo de primeira passagem, ou forma metabólitos ativos, como é o
caso dos anti-histamínicos. A intenção é deixar o fármaco mais
hidrossolúvel, pois a principal via de eliminação é através do mecanismo
renal, pela urina, ainda assim, existem fármacos que são excretados em
sua forma inalterada, ou por sua baixa lipossolubilidade ou por ser muito
hidrossolúvel. ​Geralmente, a ocorrência são de reações que metabólitos
inativos mais polares, para excreção, mediadas por enzimas específicas,
enquanto as reações que produzem metabólitos com atividade biológica
potente ou propriedades tóxicas são menos frequentes.
g) Reações envolvidas na biotransformação, as reações de
biotransformação dos fármacos são classificadas em reações funcionais de
fase 1 ou reações biossintéticas (conjugação) de fase 2.

grupos de enzimas que metabolizam varios fármacos (ou um específico)


Reações de fase 1:​ as reações de fase 1 introduzem ou expõe um grupo
obs: o uso de inibidores enzimáticos faz com que alguns fármacos (geralmente pró-farmacos) percam
seu efeito, já que as enzimas não poderão ativa-los (ex: omeprazol (inibidor) + antiplaquetário
clopidogrel)
funcional no fármaco parental. Geralmente essas reações levam a perda da
atividade farmacológica, embora haja exemplos de aumento da atividade.
Normalmente os produtos resultantes desta reação são produtos hidroxilados.
As reações de fase 1 necessitam indiscutivelmente da presença de enzimas
denominadas citocromo P450 (CyP450) sendo as mais importantes a CyP1,
CyP2 e CyP3. Estas reações dependem ainda da presença de um doador de
elétrons representado pelo NADPH derivado principalmente do ciclo do ácido
cítrico. Veja a reação molde abaixo:

Reações de fase 2:​ levam a formação de uma ligação covalente entre um


grupo funcional no fármaco ou metabólito de fase 1 com:
● Ácido glicurônico
● Sulfato
● Glultationa
● Aminoácidos
● Acetatos endógenos

Tais conjugados geralmente altamente polares em geral são inativos e


rapidamente excretados.

● Local da biotransformação
Qualquer tecido examinado possui a capacidade de biotransformação. No
entanto, o principal órgão responsável por este processo é o fígado e em
segundo plano trato digestivo, rins e pulmões. Os processos enzimáticos
envolvidos nas reações de fase 1 são metabolizados principalmente no REL e
os de fase 2 principalmente no citosol.

● Fatores que alteram o metabolismo dos fármacos (aspectos


clínicos)
Variação genética: Em um numero crescente de enzimas relacionadas ao
metabolismo de fármacos foram identificadas variações alélicas com atividades
catalíticas diferentes da forma selvagem. Isso pode conseqüentemente alterar
a quantidade de fármaco metabolizada em indivíduos diferentes.
Determinantes ambientais: a atividade da maioria das enzimas que
metabolizam os fármacos pode ser modulada pela exposição a certos
compostos exógenos. Em alguns casos pode tratar-se de um fármaco que
quando administrado com outro leva a interação medicamentosa. Alem disso,
os micronutrientes da dieta e outros fatores ambientais podem fazer
modulações positivas ou negativas das enzimas denominadas indução e
inibição.
Inibição: as inibições das enzimas que metabolizam os fármacos podem levar
ao aumento da concentração plasmática do fármaco parental e as reduções
dos metabólitos, efeitos farmacológicos exagerados ou prolongados, alem do
aumento da probabilidade da ocorrência de toxicidade farmacológica.
Indução: no caso de fármacos que são inativados durante a metabolização
ocorrerá uma diminuição dos efeitos do fármaco. No caso de pró-farmacos
ocorrerá uma exarcebação dos efeitos.

● FATORES QUE AFETAM O METABOLISMO


o Espécie: por exemplo os Homens conjugam fenóis e álccois com ácido
glicurônico, gatos não.
o Raça: que deterina a predisposição para aparecimento de determinado
agravo ou doença e a respostas terapêutico.
o Sexo: ​nas crianças os hormônios sexuais pouco afetam o metabolismo,
mas nos adultos sim. Hormônios masculinos aumentam a atividade
microssomial e os femininos diminuem (cit P450). A fase do ciclo menstrual
também influencia: progesterona diminui o metabolismo, fase progesterônica, e
estrógenos são indiferentes, fase estrogênica, tanto que mulheres
menopausadas, que não possuem o fase estrogênica, temo metabolismo
acelerado.
o Fatores endócrinos: tiroxina acelera o metabolismo, elevado no
hipertireoidismo, glicocorticoides também aceleram, em diabéticos a
metabolização é mais lenta por oxidação (o tratamento com insulina corrige a
deficiência→ quem dera! Não corrige, melhora.), há grande liberação de
radicais livres, superóxidos (o que pode levar a oxidação de vasos, fazendo o
paciente migrar para hipertensão, doença cardiovascular
o Idade: por exemplo, em bebês o clorafenicol causa Síndrome cinzenta,
caracterizada por quadro de cianose, colapso cardiovascular e distensão
abdominal. Crianças e idosos apresentam elevada sensibilidade devido a
diminuição da atividade microssomial (cit. P450).
o Jejum e desnutrição: ​reduzem a síndrome de proteínas funcionais ou
esgotam as reservas de glicina- diminuem a taxa metabólica. O efeito do jejum
sobre o hexobarbital é o aumento no tempo de biotransformação.
o Nutrientes: as proteínas são importantes para a síntese de enzimas,
sua falta diminui a atividade metabólica; o excesso de glicídios (DB por
exemplo) diminui a síntese de citP450, diminuindo o metabolismo oxidativo;
lipídios são importantes para a integridade da membrana microssomial, no
retículo endoplasmático,falta ou excessos podem comprometer atividade
hepática, por exemplo na esteatose hepática (gordura hepática), não há uma
boa função da NDPH, ocorrendo transporte anormal de elétrons; dieta pobre
em vitamina A diminui a atividade do citocromo P450 e compromete o
metabolismo; magnésio diminui atividade da cit P450 deficiência de vitamina C
reduz metabolismo por hidroxilação, principalmente pela absorção de ferro no
organismo; ácidos graxos essenciais (ácido linoleico e linolênico), obtidos
através de ômega 3 e ômega 5 e aumentam a atividade das oxidases,
“antioxidantes naturais”, são importantes para atividade metabólica; vitamina E,
importante para transporte de elétrons; couve, repolho, brócolis e nabo
estimulam o metabolismo, xantinas (derivados de chá, café- teofilina, cafeína)
são indutores enzimáticos.
o Medicamentos na pediatria
Crianças não são adultos pequenos, há especificidades cinéticas e
farmacodinâmicas, principalmente no trato gastrintestinal (TGI), sistema
cardiovascular e trato renal; não há ensaios clínicos específicos (questões
éticas). Deve haver ajuste de dose, quando realmente necessário o uso de
fármacos.
o Medicamentos na gravidez
Condição em que há alterações farmacocinéticas, do esvaziamento gástrico,
da motilidade intestinal, que interferem na absorção, aumento da volemia,
débito cardíaco e fluxo plasmático renal, diminuição relativa de proteínas
plasmáticas, que interferem na distribuição (biodisponibilidade), alterações do
metabolismo hepático, interfere na biotransformação, e aumento da diurese,
que interfere na excreção.

A ​biotransformação é tida majoritariamente no fígado, mas também ocorre


nos pulmões, rins, pele e intestino. É ​fígado é majoritário porque possui um
conjunto de enzimas, denominadas CYPs, citocromos P450, são responsáveis
por hidrossolubilização de moléculas (hidrossolúveis ou lipossolúveis) e atuam
em duas fases (fases 1e 2), sendo que nesse órgão elas atuam na fase 1, em
reações de oxirredução. Essas ​reações da fase I introduzem ou expõem um
grupo funcional do composto original, geralmente com participação de radicais
hidroxila (-OH), amida (-NH​2​) e sulfidrilas (-SH), eletronegativos, que geram
uma polaridade na molécula, tornando-a mais hidrossolúvel. Drogas pouco
lipossolúveis não passam por essa fase, vão diretamente para a segunda.

Elas atuam através de um sistema oxidase de função mista ou ​Sistema


Citocromo P450​, que utiliza dois conjuntos de enzima as citocromo P450,
que possui várias variações genéticas, sendo uma grande família com várias
subunidades, ​e a NADPH-Citocromo P450 redutase​. Encontradas por volta
do citoplasma e a nível interno do retículo endoplasmático rugoso.

Um exemplo de mecanismo é a formação do complexo CYP-droga, mediante


presença de íons férricos (Fe​+3​), que atuam como cofator. Consome-se uma
molécula de oxigênio por molécula de substrato, com um átomo de oxigênio
aparecendo no produto e o outro, na forma de água (OGA et al., 1988; OGA,
1996).
O substrato forma um complexo com a forma oxidada do citocromo P450, que
recebe um elétron procedente do NADPH, via NADPH-citocromo P450
redutase. Esse elétron reduz o Fe3+ para Fe2+. O complexo, então, liga-se à
molécula de O2 e capta mais um elétron procedente também do NADPH. Esse
segundo elétron, às vezes, procede do NADH e é transportado pelo citocromo
b5 redutase, de modo a desmembrar o O2 molecular em átomos de oxigênio,
altamente reativos e instáveis (radical livre). Um radical livre é uma molécula ou
fragmento molecular contendo um ou mais elétron não pareado em sua última
camada orbital (GREGUS & KLAASSEN, 1995).

Um desses átomos liga-se à droga, resultando em substrato oxidado, que se


desliga do complexo enzimático. O outro átomo de oxigênio é utilizado na
produção da molécula de água. A enzima, por sua vez, oxida-se para reiniciar o
novo ciclo. Reduções ocorrem em condição de baixa concentração de oxigênio
molecular. Quanto mais hidroxilas mais solúvel é a molécula. O ferro se
desacopla do complexo e será oxidado, recobrando sua forma anterior à
reação.

Caso os produtos das reações da fase I sejam suficientemente hidrolisáveis,


serão eliminados, caso contrário, ​sofrerão reações de fase II​, reações de
conjugação. Haverá a complexação da molécula já mais polar devido à fase I
com moléculas altamente polares, como ácido glicurônico, ácido sulfúrico e
ácido acético.

Relembre: algumas drogas passam apenas pela fase II da biotransformação e


já se encontram em estado compatível com a eliminação (drogas pouco
lipossolúveis), outras necessitam serem processadas nas duas fases para que
haja essa compatibilidade, outras, ainda, não necessitam de alteração alguma,
como a Penicilina.

A importância do CYP450 recai no fato de ele representar o principal


mecanismo para metabolização das drogas ativas endógenas e xenobióticas,
ser importante fonte de variabilidade inter-individual no metabolismo de drogas,
como é o caso dos negros que são intolerantes a lgumas drogas
anti-hipertensivas, explicar efeitos alguns tóxicos e efeitos de correntes da
interação entre várias drogas, algumas drogas inibem e outras estimulam a
ação das CYPs. Existem trabalhos que mostram também a interação de
plantas com as CYPs, por exemplo repolho, alface, agrião interferem no
metabolismo e na farmacoterapia da hipertensão.

Curiosidade: biotransformação do metanol. ​O metanol é metaboliza, no


fígado, pela mesma enzima do etanol, a álcool-desifdrogenase (o que significa
que existe competição entre etanol e metanol), que o transforma ao
intermediário formaldeído, posteriormente convertido em ácido fórmico, que
pode causar cegueira. A intoxicação por metanol gera visão embaçada,
formigamento na conjuntiva. Nesse caso, faz-se gotejamento de etanol, para
que a enzima cesse a metabolização do metanol.

As ​reações tipo II​, citossólicas, não ocorrem a nível de retículo e nem são
microssomas, e consiste em conjugação a moléculas bastante polares,
possibilitando a excreção. As enzimas presentes são sintetases e transferases.
Por exemplo, o Xantinon, que é metionina, importante como coadjuvantes
dessas enzimas com o ácido glicurônico. São dos tipos glicuronidação,
acetilação e sulfonação.

Indução enzimática consiste na ativação da expressão das CYPs, por exemplo


o fenobarbital, barbitúrico inibidor do SNC, da mesma família do Tiopental,
anestésico.

Inibição enzimática é o oposto, quando há diminuição da velocidade da


biotransformação, o que pode culminar em efeito tóxico.

4​. BIOEXCREÇÃO
O fármaco pode ser removido do organismo em sua forma inalterada, caso seja
hidrossolúvel, ou como metabólito polar, caso seja lipossolúvel, tendo, portanto,
que passar pelo processo de biotransformação. Dos pulmões e do fígado o
fármaco é então direcionado aos rins, nos quais passará a ser excretado
através da urina, ou ainda poderá ser excretado através do trato digestório
(como bile ou fezes), pelos pulmões (no ar exalado), pelas secreções das
glândulas mamárias, pelo suor, pela saliva, lágrimas etc. Todavia, excreção
pela urina e pelas fezes são as vias mais importantes de eliminação das
drogas.

EXCREÇÃO RENAL:

A excreção renal das drogas envolve a filtração e a secreção. A filtração ocorre


no glomérulo renal e a secreção ocorre ao longo do néfron. A presença de
nefropatias pode prejudicar a excreção de algumas drogas. Dados
consideráveis sugerem que a excreção renal das drogas apresenta uma
correlação com a capacidade de excreção da creatinina pelos rins.

Embora a excreção renal da creatinina ocorra por filtração e por secreção, a


fração excretada através de cada mecanismo altera em favor da secreção na
medida do decréscimo da função renal. Provavelmente essa relação também
se aplica a drogas filtradas e secretadas pelos rins.

Em função da relação entre pKa e o pH, o pH da urina determina a fração de


moléculas da droga no estado ionizado, e, portanto, a fração filtrada da droga
que não será reabsorvida por difusão através da superfície luminal do néfron.
Por exemplo, o ácido salicílico, que é um ácido fraco (pKa 3,0) é quase que
totalmente metabolizado antes de ser excretado na urina. Entretanto, se o pH
urinário aumentar, uma fração maior da droga administrada aparece inalterada
na urina.
medicamentos que alteram a vasoconstrição das arteríolas aferente/eferente
O aumento do fluxo urinário aumenta também a eliminação renal de algumas
drogas, uma vez que o tempo de contato com a superfície luminal diminui,
reduzindo o tempo de reabsorção das moléculas não-ionizadas.

FILTRAÇÃO GLOMERULAR: passam para a urina todos os fármacos


dissolvidos no plasma que se encontrem na forma livre e com peso molecular
inferior a 70,000 D. apenas partículas pequenas e com poucas cargas (negativas)

SECREÇÃO TUBULAR: DE forma passiva ou mediante transporte ativo. Tanto


a fração livre como a conjugada a proteínas (reversivelmente), porém o
acontece mesmo quando os fármacos ainda estao ligados a
transporte ativo pode saturar-se. proteinas

REABSORÇÃO TUBULAR: Os fármacos voltam à circulação sistêmica


mediante difusão passiva. A reabsorção passiva de substâncias ácidas e
básicas dependem do pH do meio.

Via Biliar - o fármaco passa pelo fígado, sofrendo (ou nao) metabolização, se junta aos sais biliares no
caminho do intestino, onde será excretado na forma de fezes
fatores que alteram
doenças do fígado (hepatopatias)
estase biliar
alteração na circulação hepática
indução ou inibição enzimatica

recirculação entrehepatica - metabolismo de fase 2 - conjugação do fármaco com algumas moleculas


(em especial ao glucoronideo). As enzimas do intestino são capazes de clivar/separar essas moléculas,
fazendo com que o fármaco volte a ser livre, prolongando seu efeito.
mecanismo de ação do farmaco/droga no organismo
podem agir diretamente na célula devido a grande lipossolubilidade

mecanismo de ação - onde e como o farmaco atua

Farmacodinâmica
Carolina Rodrigues Cunha Guimarães Drumond

A ​farmacodinâmica estuda a inter-relação da concentração de uma droga e a


estrutura alvo, bem como o respectivo mecanismo de ação. No que concerne
ao mecanismo de ação, os fármacos podem ser classificados em ​dois
grandes grupos​:

a) Fármacos estruturalmente inespecíficos​, cuja atividade resulta da


interação com pequenas moléculas ou íons encontrados no organismo. As
ações dessas drogas dependem, em última análise, de suas propriedades
físico-químicas tais como a solubilidade, o pKa, o poder oxi-redutor e a
capacidade de adsorção. ex antiacidos, antidiarretico, etc

b) Fármacos estruturalmente específicos​, cuja atividade resulta da interação


com sítios bem definidos apresentam, portanto o, um alto grau de seletividade.
As drogas desse grupo também apresentam uma relação definida entre sua
estrutura e a atividade exercida.o fato de haver outras estruturas que também possuem afinidade
podegerar efeito colateral do farmaco
b.1. Fármacos que interagem com enzimas

b.2. Fármacos que interagem com proteínas carregadoras

b.3. Fármacos que interferem com os ácidos nucléicos

b.4.Fármacos que interagem com receptores

Receptor ou alvo farmacológico: Receptores são estruturas moleculares


altamente especializadas, que tem no organismo afinidade de se inteirar com
substâncias endógenas com função fisiológica, e que podem também reagir
com substâncias exógenas, que tenham características químicas e estruturais
comparáveis às substâncias que ocorrem naturalmente no organismo.
Refere-se à macromolécula (ou ao complexo macromolecular) com o qual o

receptores de superfície/enzimas/canais ionicos/dna


fármaco interage para produzir uma resposta celular.

As funções dos receptores são: reconhecer seus ligantes, acoplar aos seus
ligantes com elevada afinidade, atuar como transdutor, determinar as relações
entre dose da droga e efeito farmacológico, são responsáveis pela seletividade
das drogas e determinam ações dos agonistas e antagonistas.

OBS: Os receptores dos fármacos geralmente se localizam nas superfícies das


células, mas também podem estar localizados nos compartimentos
intracelulares específicos (p. ex., núcleo).

Fármacos​: são componentes moleculares que interagem com moléculas


específicas do organismo, produzindo respostas bioquímicas e fisiológicas
dentro desse organismo.

Interação ​fármaco + receptor ​= A partir destas interações intermoleculares


entre fármaco e receptor pode ocorrer tanto uma resposta biológica positiva
como negativa. Por exemplo, respostas positivas podem produzir uma resposta
fisiológica imediata, tais como a abertura de uma canal iônico ou,
alternativamente, a ligação de uma micromolécula ao receptor pode impedir
uma resposta fisiológica ao dar início à inibição de uma série de eventos
biológicos associados.

Ação: ​Combinação da droga com o receptor que gera alteração


conformacional do receptor (se for agonista) ou a impossibilidade de alteração
conformacional (se antagonista).
agonista - mimetizador de efeito (sao similares) ex susbtancias similares a adrenalina
antagonista - bloqueiam/impedem a ligação sem gerar efeito, competindo pelo sitio de ligação
Tipos de ação das drogas:

1) Estimulação: aumento da atividade de células quando atingidas


pelos fármacos.
2) Depressão: diminuição da atividade das células quando atingidas
por fármacos.
3) Irritação: irritação das células que implica em dano celular.
4) Reposição ou substituição: reposição de alguma função
fisiológica. Ex: hormônios sintéticos.
5) Antiinfecção: destruição ou neutralização de organismos
patógenos.

Dose:
1) Dose terapêutica: dose-padrão.
2) Dose profilática: relacionada com a DE50. dose terapeutica para 50% dos individuos
3) Dose tóxica: gera efeitos indesejados. Relacionada com a DL50.
4) Dose de manutenção: manter a concentração de equilíbrio e
evitar a variação terapêutica.
5) Dose de impregnação: para alcançar a concentração desejada.

a) Dose padrão
C
b) DE50: dose que produz 50% da resposta máxima. Quanto menor,
maior a segurança do fármaco.
c) DL50: dose letal para 50% dos indivíduos. Quanto maior, maior a
segurança do fármaco.
DT50 - dose toxica para 50% dos individuos

Obs:​ Quanto menor a quantidade para se causar óbito, mais tóxica a droga.

Efeito:​ manifestação da ação farmacológica mediante a interação do fármaco


com o receptor.

Fatores que influenciam os efeitos:

1) Intrínsecos: condicionais (variabilidade individual, reação


idiossincrásica, espécie, idade, peso e composição corpórea, gênero) e
constitucionais (estado fisiológico, patológico e psicológico).
2) Extrínsecos: inerentes ao fármaco (físico-química, formulações), à
administração (via de administração, dose, condições de uso (tolerância,
taquifilaxia (tolerância imediata) e dependência) e ao ambiente
(temperatura, luz, ruído e habitat).

Relação dose-resposta: ​a resposta do agonista depende da droga


administrada. Quanto maior a dose, maior o efeito, porém se aumentar muita a
dose após efeitos máximo pode causar efeitos indesejáveis.

Janela terapêutica:​ faixa entre a dose eficaz mínima e a dose máxima


permitida. Quanto maior, mais seguro é o medicamento.

Índice terapêutico:​ DL50/DE50

Consequências da ligação fármaco-receptor: ​A afinidade de uma droga por


algum componente macromolecular específico da célula e sua atividade estão
intimamente relacionados a sua estrutura química. A configuração espacial, o
arranjo atômico, e a disposição da molécula determinam especificidade e
encaixe com o receptor farmacológico. Se a estrutura do fármaco for específica
ao receptor ocorrerá uma interação farmacológica à situação, podendo ou não
decorrer em atividade intrínseca.

Chama-se agonista os fármacos que se ligam aos receptores e mimetizam os


efeitos reguladores dos compostos enfógenos; agonista parcial de produzir a
resposta máxima dos tecidos; o agonista inverso é a droga que apresenta
afinidade e atividade intrínseca contraria a ação original da mesma; o agonista
total é o fármaco que é capaz de produzir a resposta a droga que apresenta
afinidade pelo receptor e atividade intrínseca na célula; agonista parcial é
aquela que possui afinidade e atividade intrínseca reduzida; o agonista inverso
é a droga que apresenta afinidade e atividade intrínseca contrária a ação
original da mesma; o agonista total é o fármaco que é capaz de produzir a
resposta máxima dos tecidos.
dados dois medicamentos distintos com a mesma ação, um pode gerar uma resposta mais eficiente que
o outro (maior efeito para uma menor dose). Ainda, pode-se dizer que o agonista é uma substancia que,
ligada a um receptor, é capaz de produzir o mesmo efeito biológico de um ligante endógeno
ex: endorfina/morfina -> analgésico; noradrenalina/dobutamina -> aumento da fc;
enquanto o agonista ativa os receptores, o agonista inverso os inativa (leva ao estado de repouso)
antagonista é capaz de se ligar ao receptor, porém nao gera efeito, bloqueando assim o sítio ativo e
impedindo a ação do agonista.

O antagonista são fármacos que se ligam aos receptores sem efeito regulador,
porém sua ligação bloqueia a ligação dos agonistas endógenos. Antagonista
competitivo reversível compete com o agonista pelos receptores do sítio de
ação, com o aumento da dose do agonista há deslocamento do antagonista do
receptor, há efeito máximo- o gráfico possui deslocamento para a direita.
Antagonista competitivo irreversível o aumento da dose do agonista não
desloca o antagonista, o antagonista se dissocia muito lentamente do receptor,
não há efeito máximo, uma vez que se estabelece uma ligação covalente entre
o receptor e o antagonista, impedindo que o agonista se ligue. O antagonista
não competitivo bloqueará algum ponto da cadeia de produção da resposta
biológica, não necessariamente o receptor- o gráfico possui deslocamento para
a direita e redução do efeito máximo.

GEROU EFEITO → NÃO É ANTAGONISTA


agonista inverso não é antagonista!!!

O conhecimento da localização e função do receptor de fármacos permite ao


farmacologista prever com segurança os efeitos colaterais e interações que
possam ocorrer com o uso clínico dos medicamentos. O estudo do mecanismo
de ação da droga é de grande importância, não só para o uso racional
adequado e consciente da droga, como para a elucidação de fenômenos
fisiológicos e bioquímicos nos diversos níveis da estrutura do organismo.

mais rapidos, porem resposta mais simples, isto é, hiper ou


Receptores de membrana hipopolarização (ex musculos)

Receptores ionotrópicos​, o neurotransmissor abre o canal iônico direto.


Exemplos: receptores nicotínicos e de acetilcolina.

Receptores metabotrópicos (intracelulares), o neurotransmissor abre o canal


iônico indiretamente, frequentemente exige a presença de um segundo
mensageiro para modificar a excitabilidade do neurônio pós sináptico,
geralmente a proteína G. são os mais abundantes. Exemplo: receptores beta
adrenérgicos. muscarínico

OBS:​ Vantagem da comunicação por meio de 2º Mensageiro.


resposta um pouco mais lenta porem mais elaborada devido a cascata de reações
- Amplificação do sinal inicial

- Modulação da excitabilidade neuronal

- regulação da atividade intracelular

Receptores ligados a tirosina quinase:​ quando ativados formam dímeros e


são capazes de ativar muitas proteínas. Ex: receptores de insulina e de fatores
de crescimento. auto-fosforilação: é capaz de ativar outros receptores de tirosina
resposta relativamente demorada

Receptores nucleares:​ ligados ao DNA. resposta mais demorada (e relativamente mais perigosa)
sintese de proteinas ex hormonios

Proteína G: A proteína G ativada age sobre uma molécula efetora, neste caso,
um canal iônico, cuja condutância será indiretamente modificada.

Receptores intracelulares

Pequenas moléculas hidrofóbicas de sinalização (hormônios esteroides e


tireoidianos) atravessam a membrana da célula-alvo para se ligarem a
receptores intracelulares localizados no citoplasma ou no núcleo desta célula.
Eles ativam ou reprimem a transcrição gênica. Ex: receptor de glicocorticoide.
Provocam resposta a longo prazo.

Receptores fisiológicos

Um grupo importante de receptores farmacológicos são as proteínas, que


normalmente atuam como receptores de ligandos reguladores endógenos.
Esses alvos farmacológicos são conhecidos como receptores fisiológicos.

Os fármacos que se ligam aos receptores fisiológicos e simulam os efeitos


reguladores dos compostos sinalizadores endógenos são conhecidos como
agonistas.

Os fármacos que bloqueiam ou reduzem a ação de um agonista são


conhecidos como antagonistas.
Muitos fármacos importantes na prática clínica apresentam especificidade
ampla porque eles conseguem interagir com vários receptores em diversos
tecidos. Essa especificidade ampla poderia aumentar a utilidade clínica de um
fármaco, mas também contribui para a ocorrência de vários efeitos adversos
atribuídos às interações difusas. Um exemplo de fármaco que interage com
vários receptores é a amiodarona, usada para tratar arritmias cardíacas. No
músculo cardíaco, a amiodarona inibe os canais de Na+, Ca+ e K+ e inibe não
competitivamente os receptores beta-adrenérgicos.

Sinalização celular: ​-moléculas sinalizadoras.

-receptores proteicos.

Moléculas sinalizadoras; ​também chamadas de mediadores químicos.

-Neurotransmissores; mensageiros liberados por células nervosas ex:


acetilcolina, noradrenalina, GABA.

-Hormônios do sistema endócrino: insulina, hormônios tireóideos,


glicocorticoides.

-Hormônios do sistema imunológico: imunoglobulinas, citocinas.

-Outros: Prostaglandinas, óxido nítrico, fatores de crescimento.

Moléculas sinalizadoras + receptores proteicos.

Os receptores da superfície celular usam uma variedade de mecanismos de


sinalização de membrana para transdução da mensagem carreada pelo
agonista para o interior da célula. Esses mecanismos, no caso dos sistemas
neuronais, são representados por alteração na voltagem transmembrana e
como consequência em excitabilidade neuronal. Comumente estes
mecanismos são referidos como sinalização de transmembrana ou transdução
do sinal. Os sistemas efetores dos receptores incluem principalmente, enzimas
(adenilciclase, guanilciclase, tirosina cinase e fosfolipases A2 e C), canais
iônicos e transcrição gênica.

Ex: a noradrenalina produzida no SN simpático atua sobre os receptores


Beta-adrenérgicos presente na membrana celular dos cardiomiócitos (fibras
musculares cardíacas), esses receptores ativarão a adenililciclase presente no
citosol que atuaram na transformação de ATP em AMP (monofosfato), o AMP
será o segundo mensageiro e ira ativar a proteína quinase A que atuaram nos
canais para K e estimulo na abertura nos canais para Cálcio, isso terá como
resultado a contração cardíaca.

Receptores colinérgicos

Um receptor colinérgico (AchR) é uma proteína integral de membrana que gera


uma resposta a partir de uma molécula de acetilcolina.

Como outros receptores transmembranares, o receptor da acetilcolina se


classifica de acordo com sua farmacologia, ou seja, de acordo com as
afinidades relativas e a sensibilidade que se tem por diferentes moléculas.
Ainda que todos os receptores de acetilcolina, por definição, respondem a
acetilcolina, outros ligantes podem se unir a eles.

Os receptores colinérgicos são classificados em:

-​Receptor nicotínico (nAChR, um receptor ionotrópico de acetilcolina), que


possui afinidade com a nicotina, dai o seu nome.

Os receptores nicotínicos existem no cérebro, na medula espinhal, nos


gânglios dos sistemas ortossimpático e parassimpático, e nas sinapses entre
os neurônios ortossimpáticos e os órgãos efetores, Os receptores N1 deixam
passar íons sódio e potássio nas células pós-sinápticas; os de tipo N2, situados
nas junções neuromusculares, deixam passar os íons de cálcio e provocam a
contração dos músculos esqueléticos.

​-​Receptor muscarínico (mAchR, receptor metabotrópico de acetilcolina) que


possui afinidade com a muscarina.
Os receptores muscarínicos se dividem em cinco classes diferentes: M1, M2,
M3, M4 e M5. Os receptores M1 (sistema nervoso central, estômago e
gânglios), M3 e M5 são acoplados a uma fosfolipase C e possuem uma
atividade excitatória. A ativação da fosfolipase pode criar, em função do tecido
onde age, a contração muscular, a liberação de adrenalina ou a modulação da
excitabilidade de outros neurônios. Os receptores M2 (coração, músculos lisos)
e M4 são responsáveis pela abertura dos canais de potássio que provoca uma
hiperpolarização da membrana pós-sináptica.

Receptores Adrenérgicos

Particularmente, no sistema cardiovascular, os receptores β-adrenérgicos


promovem cronotropismo e inotropismo positivo cardíaco (aumento da
frequência cardíaca e da força de contração, respectivamente) e vasodilatação.
Essas ações são desencadeadas pela ligação das catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina, liberadas das fibras autonômicas) aos diferentes subtipos de
receptores β-adrenérgicos presentes nas células musculares cardíacas e nos
vasos sanguíneos. Atualmente, são reconhecidos pelo menos três subtipos de
receptores β-adrenérgicos, denominados β1, β2 e β3.

OBS​: CATECOLAMINAS (NEUROTRANSMISSORES)

A epinefrina é responsável pela “lutar-ou-fugir”, imediata após estresse


orgânico agudo. A descarga adrenérgica durante o estresse agudo aumenta o
metabolismo basal e o animal fica mais preparado para pensar ou lutar, ou
mesmo fugir mais rápido.

Os hormônios da medula da supra-renal dilatam os vasos sanguíneos e


desviam o sangue para os órgãos mais vitais (cérebro, músculos estriados,
coração), diminuindo a circulação daqueles menos importantes durante o
estresse como pele, rins e intestinos).

Retenção de água e sódio no corpo, a pele fica pálida pela vasoconstricção e


há menor perda de sangue. Ao mesmo tempo, há aumento da frequência
cardíaca e da força da contração miocárdica.

DESSENSIBILIZAÇAO E REGULAÇAO DOS RECEPTORES

Os receptores não iniciam apenas a regulação das reações bioquímicas e da


função fisiológica, mas também estão sujeitos a muitos controles reguladores e
homeostáticos. Esses controles incluem a regulação da síntese e degradação
do receptor, modificação covalente, combinação com outras proteínas
reguladoras e/ou relocalização dentro da célula. As proteínas transdutoras e
efetoras também são reguladas de modo semelhante. Os estímulos
moduladores podem provir direta ou indiretamente de outros receptores os
quats quase sempre estão sujeitos a regulação por retroalimentação gerada
por seus próprios estímulos sinalizadores.
FARMACOLOGIA ANTI ANÊMICOS
André Melo e Silva de Figuereido

1. SISTEMA HEMATOPOIÉTICO

A medula óssea é o local mais importante de formação dos eritrócitos. Além


dela, participam da eritropoiese os linfonodos, o timo e o baço. O fígado é o
orgão que armazena vitamina B12 e degrada a hemoglobina liberada.

2. ​ANEMIA

A anemia ocorre em decorrência de deficiência de precursores essências à


eritropoiese (sendo esses o ferro, a vitamina B12 e ácido fólico), ou devido a
depressão da medula óssea e destruição excessiva dos eritrócitos.

A eritropoiese dura em média 7 dias, e a taxa de produção pode ser


aumentada em até 8 vezes. O processo é regulado pela eritropoietina
secretada pelos rins em sua maior parte. Age diretamente nas linhagens
precursoras. A produção das hemácias está vinculada ao nível de oxigenação
nos tecidos.

As anemias são classificadas em:

-FERROPRIVA

-MEGALOBLÁSTICA

-ANEMIAS HEMORRÁGICAS: AGUDAS OU CRÔNICAS

-ANEMIAS HEMOLÍTICAS: HEREDITÁRIAS OU ADQUIRIDAS.

ANEMIA FERROPRIVA

Trata-se de uma anemia microcítica, ou seja, eritrócitos formados com tamanho


reduzido, e hipocrômica, ou seja, com baixa quantidade de hemoglobina dentro
da hemácia.
São causadas por deficiência na ingestão de ferro, ou por deficiência na
absorção, ou por aumento na necessidade de ingestão por fatores como:
crescimento, gravidez/lactação e menstruação.

Esse tipo de anemia leva a diminuição do metabolismo na musculatura,


problemas comportamentais e de aprendizado, prejuízo no metabolismo de
catecolaminas e prejuízo na produção de calor. Deve-se suspeitar de anemia
ferropriva quando o indivíduo apresenta limitação da capacidade de exercícios,
taquicardia, palpitações, dispinéia, sudorese, fraqueza, cansaço, palidez e
disfagia.

Em hemograma, apresenta baixas taxas de hematócrito, hemoglobina e


volume corpuscular médio. Além disso a contagem de reticulócitos aumentada.

O ferro utilizado pelo organismo é obtido de duas fontes principais: da dieta e


da reciclagem de hemácias senescentes. O ferro da dieta encontra-se na forma
de heme ou de ferro complexado a vários compostos orgânicos e está presente
em alimentos animais, como fígado, coração e ovo. Já a reposição terapêutica
utiliza ferro na forma de sais (ferroso) . A absorção do ferro ocorre ou pela
forma iônica (menos eficiente) ou por formas orgânicas (mais eficiente). A
degradação de hemácias senescentes representam fonte importante (25-30
mg/dia) suficiente para manter a necessidade diária de ferro para a
eritropoiese.

Em mulheres que estão em idade reprodutiva, a necessidade de ferro é maior


devido a perda do nutrientes pelos sangramentos menstruais, mulheres em
gestação e lactação também possuem necessidade aumentada. O organismo
mantém perda diária de 1 a 2 mg por dia. Essa perda de ferro ocorre pela pele,
trato gastrointestinal, urina e fezes

Os principais medicamentos para o tratamento de anemia ferropriva por via oral


são:

-Ferripolimaltose

-Sulfato ferroso

-Fumarato ferroso
-Gluconato ferroso

-Ferro quelato glicinato

Fatores que influenciam na resposta terapêutica do tratamento são: a


gravidade da anemia, capacidade de absorção, a tolerabilidade oral e a
presença de outras doenças (como sangramento com inflamação). O
tratamento por via oral deve continuar até restabelecer níveis normais de
hemoglobina (2-3 meses) e os estoques da mesma (6 meses).

Os efeitos colaterais dessa forma de tratamento são:azia, náusea, desconforto


gástrico, constipação e diarréia. Além disso deve se manter o tratamento
monitorado para evitar intoxicação aguda por ferro oral, que pode ser fatal em
crianças. A intoxicação crônica por ferro provoca hemocromatose(absorção
excessiva de ferro) e hemossiderose. O tratamento para intoxicação é feito por
meio do uso de quelantes de ferro (desferoxamina).

ANEMIA POR DEFICIÊNCIA DE VITAMINA B12 E ÁCIDO FÓLICO.

ANEMIA MEGALOBLÁSTICA

​É causada pela deficiência de vitamina B12 e ácido fólico que provoca redução
seletiva na síntese de DNA e provoca células megaloblásticas. Trata-se de
uma anemia macrocítica, ou seja, eritrócitos com tamanho aumentado. O folato
e a vitamina B12 são essências para a síntese da timina que compõe o DNA, a
sua carência provoca uma menor síntese de DNA enquanto o citoplasma com
RNA continua a produzir proteína provocando aumento do tamanho da célula.
A hemácia aumentada possui um tempo de vida menor, ocorrendo hemólise da
mesma sem tempo suficiente para reposição em uma taxa suficiente.

O exame laboratorial indica anemia macrocítica, pancitopenia,


hipersegmentação de neutrófilos, reticulócitos baixos, DHL elevado, pode ser
encontrado grau de hemólise.

A causa da deficiência de vitamina B12 está vinculada, geralmente, a


deficiência na absorção no trato gastrointestinal. Essa deficiência pode ser
reflexo de doenças que inflamam a mucosa gástrica (gastrite atrófica) ou de
ausência de fato intrínseco. É raro deficiência ocasionada por dieta insuficiente.
Já o ácido fólico pode estar em quantidades insuficientes por carência
nutricional ou por deficiência de absorção.

O tratamento da anemia nesses casos é feito com administração da vitamina


B12 e do ácido fólico da seguinte forma:

Em alguns casos, a administração de vitamina B12 e de ácido fólico são feitas


junto com outras vitaminas.
Farmacologia Anti-hipertensiva
Natanny Mendes Pereira

Na atualidade existe uma enorme gama de medicamentos para o combate da


hipertensão arterial. Infelizmente, por ser uma enfermidade crônica, por vezes,
muitos abandonam o tratamento, outros nem se sabem hipertensos, já que
pode ser uma doença silenciosa. Recentes estudos apontam que menos de
10% dos hipertensos conseguem controlar de forma satisfatória a pressão
arterial.

Os medicamentos devem ser usados por hipertensos graves ou naqueles


hipertensos que já possuem algum fator de risco, como o tabagismo, diabetes,
obesidades e dislipidemias. Há, também, indicação expressa para aqueles
indivíduos que apresentam lesões em órgãos alvo da hipertensão arterial como
a hipertrofia ventricular esquerda ou infarto miocárdio prévio.

Portanto, o objetivo do tratamento com anti-hipertensivos é reduzir a morbidade


e a mortalidade, reduzindo os níveis tensionais e a redução de eventos
mórbidos. Assim, é possível dividir os anti-hipertensivos em classes: os
diuréticos, inibidores adrenérgicos, vasodilatadores diretos, inibidores da
enzima conversora de angiotensina, antagonistas do receptor da angiotensina
II, e por fim, mas não menos importante os antagonistas dos canais de cálcio.

1. CLASSE DOS DIURÉTICOS

Tem ação nos rins aumentando a taxa do débito e do volume urinário,


aumenta-se o volume de excreção de sódio e de cloreto. São divididos em:
tiazídicos; diuréticos de alça e poupadores de potássio.

Os ​tiazídicos agem inibindo a reabsorção de Na e são indicados em:


hipertensão, edemas leves, cálculos com hipercalciúria. São medicamentos
econômicos, são indicados para negros e idosos. São contraindicados para
indivíduos com excesso de ácido úrico, pois causam, justamente, uma
elevação de ácido úrico no sangue. Como exemplos temos: Indapamida,
Hidroclorotiazida, Clortalidona.

Os ​diuréticos de alça são os mais potentes encontrados no mercado, e como


o nome diz, agem na alça néfrica. São também conhecidos como diuréticos de
alto limiar. Os principais exemplos de Diuréticos de Alça são a furosemida,
bumetanida, piretanida e torasemida. Esses fármacos atuam primariamente
sobre o segmento espesso da alça ascendente de Henle, inibindo o transporte
de NaCl para fora do túbulo e para o interior do tecido intersticial ao inibir o
Na+/K+/2Cl- na membrana luminal Podem exercer ação venodilatadora, direta
ou indiretamente através da liberação de um fator renal. Após sua
administração intravenosa em pacientes com insuficiência cardíaca aguda,
observa-se um efeito vascular terapeuticamente útil antes do início do efeito
diurético. Por aumentar a perda de H+ e K+, os diuréticos de alça podem
causar alcalose metabólica. São muito indicados perante insuficiência cardíaca
congestiva. Podem ocorrer alguns efeitos secundários como câimbras
musculares, desidratação e aumento da produção de ácido úrico.

Enquanto, os ​poupadores de potássio​, atuaram nos túbulos distais nos


receptores de aldosterona. Impedem uma perda significativa de potássio. Muito
usados em casos de insuficiência cardíaca congestiva. Possuem como efeito
secundário o aumento de potássio, a hipercalemia, podem causar náuseas e
vômitos. É importante lembrar que promovem a excreção de ácido úrico. São
indicados principalmente em casos de edema refratário, ascite e cirrose, ICC.
Os pricipais exemplos são: Espirolactona, Amilorida e Triantereno.

2. INIBIDORES ADRENÉRGICOS

a) ​Ação central – agonista α2 central


Atuam na estimulação dos receptores alfa-2-adrenérgicos pré-sinápticos. Sua
eficácia como monoterapia é,em geral, discreta; entretanto, são úteis em
associações com medicamentos de outras classes. Como exemplo pode-se
citar: alfametildopa, a clonidina e o guanabenzo. Atua de forma geral, inibindo a
liberação de noradrenalina nas terminações nervosas simpáticas, logo ocorre
diminuição do tônus vasomotor e da frequência cardíaca. A alfametildopa é
contra-indicada em casos de disfunção hepática. É importante ressaltar efeitos
indesejados vindos da característica de inibição da ação simpática, como a
sonolência, fadiga, impotência e hipotensão postural.

Dentro do grupo dos alfa bloqueadores é preciso salientar que estes bloqueiam
os receptores alfa do sistema nervoso aoutônomo. Precisam ser associados
com outros ant-hipertensivos para que exista ação relevante, além de
causarem em alguns casos tolerância medicamentosa. Como exemplos
tem-se: doxazonina e prazosin. São benéficos em pacientes com hiperplasia
benéfica da próstata, além de propiciarem melhora no metabolismo de
gorduras. Vale ressaltar que não são medicamentos de primeira escolha.

b) ​α-bloqueadores
Bloqueiam os receptores alfa do sistema nervoso autônomo envolvidos no
controle da pressão arterial. Apresentam efeito hipotensor discreto em longo
prazo como terapia isolada, devendo, portanto, ser associados com outros
anti-hipertensivos. Podem induzir o aparecimento de tolerância medicamentosa
(perda do efeito com o tempo), o que exige o uso de doses gradativamente
crescentes.
Exemplos desse grupo são: a doxazonina e o prazosin. Têm a vantagem de
propiciar melhora discreta no metabolismo das gorduras e dos sintomas de
pacientes com hipertrofia prostática benigna (prostatismo).
Reações adversas: hipotensão postural (queda da pressão arterial ao ficar de
pé, o que é mais evidente com a primeira dose, sobretudo se a dose inicial for
alta), palpitações e, eventualmente, fraqueza.
Os alfabloqueadores não são medicamentos de primeira escolha para o
tratamento da hipertensão arterial.

c) Betabloquadores

São bloqueadores dos receptores β-adrenérgicos (sistema nervoso simpático).

A sua estrutura molecular é semelhante à das catecolaminas endógenas


competindo com elas a nível dos receptores e depende da razão entre as
concentrações betabloqueador/catecolamina. Este bloqueio simpático provoca
uma diminuição da contractilidade e da velocidade de contração cardíaca,
diminuição da frequência cardíaca, sobretudo no esforço ou ansiedade. Estas
ações levam a uma diminuição do consumo de oxigênio pelo miocárdio (uma
das razões do seu efeito benéfico na doença coronária).

É utilizado para redução da morbimortalidade cardiovascular, é primeira opção


no tratamento de HAS e arritmias, cefaleias de origem vascular,
hipertireoidismo e tremores.

- Mecanismo de ação:

Reduzem as catecolaminas nas sinapses nervosas, reduzem secreção de


renina (reduzindo também a pressão), fazem a readaptação dos
barorreceptores (pois na hipertensão, com o tempo, o paciente vai perdendo a
resposta reflexa dos vasos reflexos), diminuição do débito cardíaco.

- Efeitos colaterais:

Depressão, insônia e pesadelos, astenia, disfunção sexual, bradicardia (< 50


bpm), bloqueios átrio-ventriculares (tipo de arritmia), vasoconstrição periférica,
broncoespasmo (não pode ser usado em asmáticos), intolerância à glicose,
hipertrigliceridemia.

Obs: ​Efeito do bloqueio beta​1

✓ Redução de frequência cardíaca


✓ Atraso na velocidade de condução no nódulo A-V.
✓ Diminuição da força de contração (inotropismo negativo)
✓ Redução de pressão arterial
✓ Redução do volume sistólico

Efeito do bloqueio beta​2

✓ Broncoconstrição
✓ Vasoconstrição coronária e muscular
✓ Glicogenólise e neoglicogênese diminuída
✓ Inibição da liberação de insulina
✓ Antagonismo do tremor induzido pelas ​catecolaminas

3. Bloqueadores dos canais de Cálcio

Há bloqueio do influxo transmembranar de cálco (canais do tipo L) no músculo


cardíaco e na musculatura lisa das artérias e arteríolas. Assim, ocorre redução
de cálcia intracelular, por consequência há dilatação de artérias coronárias e
arteríolas periféricas. O período de relaxamento é prolongado, levando à perda
da velocidade de condução dos sinais do marcapasso fisiológicos. Agem
diminuindo os níveis de hipertensão; diminuem a morbimortalidade em idosos;
embora, sejam menos eficientes que outros hipertensivos na diminuição de
hospitalização por ICC e IAM. Os bloqueadores de canais de cálcio mais
eficientes são: nifedipina, diidropiridinas, nicardipina. Já as fenetilalquilaminas,
o verapamil e os benzodiazepínicos, apresentam menor seletividade vascular.
Suas reações adversas incluem edema de membros inferiores, alterações das
funções hepáticas, hiperglicemia transitória e outras. São bastante utilizados no
tratamento da ICC e como antiarrítmicos, por possuírem grande afinidade com
os canais de cálcio da musculatura cardíaca.

4. Inibidores da Enzima Conversora de Angiotensina

A angiotensina II é responsável pela contração das arteríolas e estimula a


liberação de aldosterona pelo córtex da adrenal. Estimula a reabsorção de
sódio nos rins e, por conseguinte, a reabsorção de água. Ao ocorrer o bloqueio
da síntese de angiotensina II, os inibidores da enzima conversora de
angiotensina, levam à vasodilatação e diminuição da pressão arterial. Agem,
também, degradando as cininas, as quais possuem função vasodilatadora e
estão presentes em processos alérgicos. Há um acúmulo de bradicinina com o
uso de IECA, ocorrendo além da vasodilatação episódios de tosse, algo que
não é desejado. Classifica-se os inibidores em grupos, são eles: os que
possuem radical sufidril e são representados pelo Captopril; os que possuem
radical carboxil como o enalapril, lisinopril, benazepril, dentre outros; e aqueles
que possem fósforo em sua estrutura como é o caso do fosinopril. Com
exceção do captopril e do lisopril, os outros são pró-drogas. Comercialmente
existe apenas uma droga para administração parenteral.

Inibidores da enzima de conversão da angiotensina (IECA)


– Captopril (Capoten®, Capotril®, Catoprol®, Capril®, Hipotensil®)

– Cilazapril (Vascase®, Cardiopril®, Inibace®)

– Enalapril (Renitec®, Eupressin®, Pressotec®, Vasopril®, Atens®,


Enaprotec®,

Angiopril®)

– Lisinopril (Zestril®, Prinivil®, Ecapril®, Lipril®)

– Perindopril (Coversyl®)

– Ramipril (Triatec®, Verzatec®)

– Trandolapril (Gopten®, Odrik®)

Como efeitos adversos podemos citar: Tonturas, palpitações, alterações do


paladar, tosse, erupções cutâneas, proteinúria, leucopenia e outros.

5. Bloqueadores de receptores de angiotensina II: BRA

Atuam de forma seletiva bloqueando os receptores do subtipo AT 1 da


angiotensina II. Causam redução da morbidade e mortalidade. Os antagonistas
da angiotensina II estão sendo comparados com os ECA pelos seus efeitos na
mortalidade em pacientes com hipertensão e ICC. São ativos por via oral,
metabolizados pelo fígado e possuem tempo de meia vida médio de 2 horas.
Todos os fármacos desse grupo são administrados em dose única. Vale
ressalta que o protótipo desse grupo é o Losarta. Podem ser usados em
pacientes que não responderam bem aos IECA. Como efeitos adversos
apresentam a hipotensão arterial, piora da função renal, hiperpotassemia,
angiodema e tosse.

6. Vasodilatadores de ação direta

Os agentes que dilatam as arteríolas por um mecanismo molecular diferente


dos antagonistas ​α​1 adrenoceptor ou modulação dos Canais de Cálcio do tipo L
são tradicionalmente denominados de “vasodilatadores de ação direta”. São
reservados para hipertensão de difícil controle e são mais eficazes associados
a betabloqueadores e/ou a diuréticos.
a) Hidralazina

Único vasodilatador utilizado no tratamento da hipertensão branda a moderada,


geralmente como uma droga de segunda ou terceira linha. Os mecanismos
moleculares e celulares de ação da hidralazina constituem em aumentar o
cGMP após ativação da guanilil ciclase, resultando em relaxamento da
musculatura lisa na resistência dos vasos pré-capilares, reduzindo a pressão
sanguínea por redução da resistência periférica.

b) Minoxidil

O minoxidil é um redutor altamente eficaz da pressão sanguínea,


especialmente na hipertensão grave com insuficiência renal. Ele é um
vasodilatador mais eficaz do que a hidralazina e produz dilatação dos vasos de
resistência.

O minoxidil atua no nível molecular através da ativação dos canais de Potássio


sensíveis ao ATP, com consequente hiperpolarização da membrana da
musculatura lisa e redução do influxo de cálcio vias canais de Cálcio do tipo L.

7. Tratamento

a) ​Monoterapia

Utilizada quando o paciente se encontra ainda no estágio 1 da doença, no qual


só há alteração na pressão sistólica e não tem necessariamente mudanças na
diastólica. Começa com um aumento da pressão sistólica, mas não tem
comprometimento de órgão alvo. Se no decorrer da monoterapia, o paciente
obtiver uma resposta inadequada ou efeitos adversos, pode-se aumentar a
dose, substituir a monoterapia por uma terapia associada ou simplesmente
adicionar um segundo fármaco, caso a resposta continue inadequada.

b) ​Associação de fármacos

A associação de fármacos também visa reduzir doses, principalmente para os


pacientes que estão no estado mais avançado da hipertensão, onde já existe
um comprometimento do órgão alvo. Nesses casos, pode-se gerar a conduta
de aumentar a dose de um único medicamento, trocar a associação ou
adicionar um terceiro fármaco.

8. Eficiência individual
✓ Os diuréticos são mais ou menos eficientes quando usados em doses
baixas, principalmente a hidroclorotiazida.
✓ Os betabloqueadores aos poucos vão perder seu uso no controle da
hipertensão arterial sistêmica, devido ao efeito deletério sobre a tolerância a
glicose e a resistência a insulina e também por desenvolvimento da diabetes
tipo 2.
✓ Os inibidores de receptor da angiotensina II não são tão potentes
quando usados em monoterapia, por isso eles são úteis na fase inicial. Mas na
segunda e terceira fase não são muito eficientes e são administrados junto a
bloqueadores dos canais de cálcio ou diuréticos.
✓ O aumento das doses dos inibidores da enzima conversora de
angiotensina II não aumentam os efeitos colaterais.
os anticoagulantes não são tão potentes quanto trombolíticos/fibrinolíticos (estes agem quase imediatamente ao
desfazer o trombo, enquanto os primeiros agem em semanas/meses). Essa diferença é vital na escolha do caso em
questão, já que quanto maior a potência, maior o risco de sangramento/hemorragia
boa parte dos anticoagulantes orais nao sao recomendados para pacientes com função renal comprometida

Farmacologia Anticoagulante
Gustavo Mesquita Bruno

Os fármacos anticoagulantes tem como função inibir o processo de


coagulação. São 3 os tipos mais conhecidos deles: as heparinas, os inibidores
diretos da trombina e os antagonista da vitamina K (formadora de proteínas de
coagulação hepática). Existe também a classe dos fármacos antiplaquetários,
que são responsáveis por inibir diretamente a agregação plaquetária. São eles:
salicilatos (AS - ácido acetilsalicílico), inibidores da fosfodiesterase (interagem
na degradação do AMP cíclico), inibidores de ADP (interagem na ativação e
adesão plaquetária) e inibidores da glicoproteína IIb/IIIa (interagem no receptor
de superfície do fibrinogênio, inibindo sua ligação ao receptor e impedindo
assim uma adesão plaquetária). Ainda existe a classe dos agentes
trombolíticos que são responsáveis pela degradação dos coágulos já formados,
sendo divididos em agentes de 1ª e 2ª geração.

Para uma melhor compreensão das classes de fármacos citadas anteriormente


devemos fazer uma abordagem simples de um dos processos em que eles
agem no corpo humano; a hemostasia. Pode ser dividida em primária, quando
envolve vasos sanguíneos e plaquetas, e secundária, quando envolve
proteínas de coagulação. A hemostasia primária é ativada por uma lesão
endotelial, havendo assim uma exposição do colágeno subjacente à luz e por
consequência tem a ativação plaquetária no local. Basicamente refere-se ao
conjunto de mecanismos pelos quais se mantêm o sangue fluindo dentro do
vaso, sem coagular (trombose) nem extravasar (hemorragia).

Nos vasos sanguíneos os mecanismos de coagulação envolvem reflexos


nervosos e espasmos miogênicos locais, além de fatores humorais que
provocam vasoconstricção, como serotonina, tromboxano A2, noradrenalina,
endotelina e adenosina difosfato (ADP). Além disso, o tônus vascular é
garantido pelas células endoteliais, que liberam óxido nítrico, prostaciclinas,
fatores de ativação de plaquetas e endotelina, além do Fator de Von
WIllebrand. Os mecanismos são feitos em sequência, primeiramente um
espasmo muscular ou vasoconstricção, em seguida a formação do tampão
plaquetário, e por último o coagulo sanguíneo.

No processo de hemostasia devemos nos preocupar com uma série de termos


específicos, dentre eles temos o fator de Von Willebrand (FvW).
atua na hemostasia primaria

✓ Fator de Von Willebrand (FvW): É responsável por mediar a adesão


das plaquetas ao subendotélio lesado, funcionando como uma ponte entre
receptores da plaqueta (glicoproteína IIb e glicoproteína IIb/IIIa). Para que
ocorra a adesão às plaquetas é necessário a presença de grandes multímetros
do FvW que mantem os níveis plasmáticos do fator VIII (uma proteína
procoagulante). O FvW liga-se a fator VIII retardando a sua degradação.

✓ Plaqueta: Uma plaqueta sanguínea ou trombócito é um fragmento


coroplasmático anucleado presente no sangue que se origina de degradação
do citoplasma de megacariocitos, que são células imaturas liberados pela
medula para a circulação periférica. A sua principal função é a formação de
coágulos, participando portanto do processo de coagulação sanguínea.
Embora seja anucleada, a plaqueta possui um citoplasma muito ativo, tendo
como componentes a actina e miosina, grânulos de cálcio, o que permite uma
pseudo contração muscular, ATP, tromboxano A2 e fator estabilizador de
fibrina, que faz estabilizar um coagulo formado, fazendo assim com que elas
sejam ativadas e agregadas. Possui uma meia vida curta, de oito a doze dias,
sendo removida pelo baço e encontrando-se numa concentração de 150 mil a
400 mil plaquetas por mililitro de sangue. tempo de vida 7-10 dias

OBS.: ​A coleta sanguínea é uma lesão vascular, portanto, desperta uma


reação de hemostasia, sendo que não se pode fazer duas coletas em dois dias
seguidas, no mesmo local. Após a lesão muscular, a hemostasia se faz por
mecanismos como espasmos musculares ou vasoconstrição, seguido de um
tampão plaquetário que ativa a formação de um coagulo sanguíneo e

tentar perfurar o mesmo local seguidamente ou "bater" para destacar o vaso podem fazer com que
o coagulo migre para um vaso de menor calibre, podendo provocar complicações
crescimento de tecido fibroso no interior do vaso.

✓ Tromboxanos: São vasoconstritores na circulação sistêmica, mas


vasodilatadores na circulação pulmonar, e potentes agentes hipertensivos,
além de facilitarem a agregação plaquetária. Normalmente encontram-se num
equilíbrio homeostático no sistema circulatório, juntamente com as
prostaciclinas. O tromboxano A2 (TXA2), produzido por plaquetas ativadas, tem
na sua formação o fosfolipídio da plaqueta degradado e uma consequente
formação de ácido araquidônico que sofre ação de uma enzima COX (ciclo
oxigenase), levando a produção do mesmo. O TXA2 estimula a ativação de
outras plaquetas, aumentando a agregação plaquetária, sendo assim, o
tromboxano é um hormônio local que facilita a adesão de uma plaqueta a outra.

OBS.: ​Pacientes acometidos por dengue não podem fazer o uso de


medicamentos que inibem a síntese de tromboxano, o medicamento inibe a
agregação das poucas plaquetas existentes no corpo do indivíduo, favorecendo
o acontecimento de hemorragias. O AS está na lista de medicamentos que o
ministério da saúde adverte o uso em caso de dengue.
muitos AINES sao contraindicados em caso de dengue por serem anticoagulantes,
agravandoa predisposição a hemorragia (paracetamol/dipirona sao recomendados em caso
de febre)
✓ Trombina: A trombina é uma proteína que tem como função converter
fibrinogênio em fibrina e que tem um papel muito importante na coagulação do
sangue. Na realidade, a trombina é uma parte integrante do sangue em
circulação e é concebida pela protrombina. A protrombina é a progenitora da
trombina, sendo ela a responsável pelo estado inativo da proteína. A formação
do tampão plaquetário se dá pela agregação plaquetária que ocorre após a
vasoconstrição, exposição de colágeno presente no subendotelio, no endotélio
lesado, via fator de Von Willebrand. A plaqueta adere ao endotélio devido a
esse fator e ao fibrinogênio, após a expressão do receptor deste, a
glicoproteína IIb IIIa. Constitui-se uma importante via, uma vez que fármacos
podem agir na inibição da expressão dessas proteínas receptoras, impedindo a
ligação do fibrinogênio, diminuindo a agregação plaquetária e a formação de
trombo.

A agregação plaquetária é responsável pela criação do tampão plaquetário. Em


um micro vaso, o tampão plaquetário é suficiente para obstruir a passagem do
sangue para o interstício, impedindo assim uma hemorragia, mas se o vaso
possuir maior calibre só o tampão de plaquetas não obstrui o espaço e acaba
ocorrendo a ativação de zimogênios, proteínas estas que estão no nosso meio
fisiológico na forma inativa e são caracterizadas por serem pro-coagulantes. Os
zimogênios podem ser ativados de 2 formas: pela via intrínseca (só há a
participação de proteínas intravasculares) ou pela via extrínseca (participação
do fator tecidual/cofator enzimático). Ambas as vias levam à formação do
ativador de protombina (proteína inativa que mais tarde será convertida em
trombina), embora possuam tempos de respostas diferentes em relação à
formação de coágulos (via intrínseca: 5 a 10 min / via extrínseca: 3 min). Após
a formação do coágulo, o mesmo deve ser estabilizado por volta de 30 a 60
minutos para que se torne mais sólido e se separe do líquido, essa
estabilização é garantida pelas plaquetas.

Além da serotonina e do cálcio, o ADP e o tromboxano A2 são importantes


fatores de adesividade plaquetária, sendo que temos fármacos que agem
inibindo-os, como os inibidores diretos de ADP e a Aspirina.

Agindo nesses mecanismos, temos os fármacos antiplaquetários, que são:

1. Salicilatos (Aspirina)
A aspirina age bloqueando a produção de tromboxano A2 a partir do ácido
araquidônico, produzindo acetilação irreversível na enzima COX
(cicloxigenase). Entretanto, devido ao fato de a plaqueta não conter núcleo,
esta não sintetizará novamente uma quantidade adicional desta enzima, logo,
deve-se atentar para o uso limitado de aspirinas. O uso clinico da aspirina
busca a prevenção e tratamento de Infarto do Miocárdio, Acidente Vascular
Cerebral, fibrilação arterial e arritmias graves. Seus efeitos adversos incluem
Síndrome de Reye em crianças menores de 12 anos, broncoespasmos e

o efeito dura durante o ciclo de via plaquetatio, ha indicações de ser mais efetivo a noite
o efeito depende da dose
hemorragias gastrointestinais.

2. Inibidores de Fofosdiesterase
Devido à inibição desta enzima, impedem a decomposição de AMPc nas
plaquetas, diminuindo a atividade desta célula. Tem como efeitos adversos
hipotensão, cefaleia, erupções cutâneas e desconforto abdominal.

Dipiridamol: ​Além de inibir a fosfodiesterase, inibe também a captação de


adenosina pelas hemácias, que é necessária para a síntese de ADP e inibe
também o tromboxano A2, diminuindo a agregação plaquetaria. Sendo
coadjuvante do anticoagulante Warfarina nas complicações tromboembólicas, e
é usado em combinação com a Aspirina no tratamento de isquemias
vasculares cerebrais.

Cilostazol: Age da mesma forma que o dipiridamol, mas não inibe a


adenosina. E é usado para dores nas pernas induzidas por exercícios devido a
uma doença cardiovascular periférica avançado. biodegradação hepatica extensiva
claudicação intermitente

3. Inibidores de ADP ticlopidina,clopidogrel e prasugrel


Seus principais representantes são o clopidogrel e a ticlopidina. Bloqueiam
irreversivelmente os receptores de ADP nas plaquetas, reduzindo de forma
direta sua agregação, e seus efeitos persistem por toda a vida útil da plaqueta.
São as principais vias alternativas para a aspirina. São usados na prevenção
de Infarto, AVC e tratamento de arritmias graves. Seus efeitos adversos são o
aumento do risco de sangramento, além de reações hematológicas como
neutropenia, agranulocitose e trombocitopenia púrpura trombótica.

4. Inibidores de Glicoproteína IIb/IIIa


Impedem a interação do fibrinogênio e ligação do fator de Von Willebrand a
glicoproteína IIb/IIIa, inbindo dessa forma a adesão do colágeno e a agregação
plaquetária. Podem ser o ​Epifabite e o ​Tirofoban​, que são antagonistas da
glicoproteína, ou o ​abciximab ​que é um anticorpo monoclonal. São usados no
tratamento de síndromes coronárias agudas e prevenção de isquemia
cardíaca. Essa classe pode causar hipersensibilidade, devido ao abciximab, e
sangramento.

Outra classe de medicamentos age diretamente na coagulação sanguínea. A


coagulação é a resposta secundaria da hemostasia, reforçando o tampão
plaquetário e proporciona o fechamento efetivo da área lesada. Há duas
classes, ​os pro-coagulantes​ e os ​anticoagulantes.

A protrombina vai ser ativada pela adição de cálcio, por uma enzima,
convertendo-se em trombina, que converte o fibrinogênio em monômeros de
fibrina, que se polimerizam e na presença de cálcio se estabiliza. Os
anticoagulantes atuam inibindo a trombina.

Na coagulação há os fatores intrínsecos, derivados do plasma, e os


extrínsecos, derivados do tecido endotelial. Os fatores extrínsecos possuem
um menor número de reações e portanto tem uma atuação mais rápida, em
média três minutos.

5. Vitamina K
Reconhecida como fator anti-hemorrágico. É fundamental à biossíntese de
protrombina, FatoresII,VII, IX e X. É lipossolúvel e absorvida apenas na
presença de sais biliares. É ministrada por via oral ou intravenosa. Carreada no
plasma ligada à albumina. Possui duas formas: vitamina K​1 (filoquinona) (óleos
e vegetais folhosos); vitamina K​2 (menaquinonas, bactérias intestinais,
inclusive). Os Cumarínicos (​Warfarina) ​atuam como anticoagulantes por
interferirem nas fases envolvidas na resíntese da Vitamina K ativa. Pessoas
que tem diarreia constante perdem a flora intestinal, sendo que a vitamina K é
sintetizada por bactérias intestinais, acabam por ter tendências hemorrágicas.

A regulação da coagulação é feita por fatores anticoagulantes intravasculares


que o nosso próprio corpo produz. São fatores de superfície endoteliais, que
uma vez intacto contribui para homeostasia. ​O endotélio produz uma série de
substâncias que limitam o tamanho trombo evitando uma coagulação
não é bem absorvido quando o estômago está cheio (ideal 10h ou 16h), nem com o consumo de (muitos) alimentos
com vitamina K
exagerada com obstrução do vaso, que pode levar a um infarto do miocárdio
ou acidente vascular cerebral.

✓ Antitrombina III​: Proteína que inativa a ação da trombina, que é a


formação do coagulo.

6. Heparina
catalisador da anti trombina e da trombina
É um anticoagulante indireto, atuando sobre a antitrombina III potencializando
em até mil vezes o seu efeito. É sintetizada nos mastócitos. Antigamente era
extraída de animais, hoje se sintetiza heparina de baixa intensidade. Divide-se
em:

Heparina fraccionada: ​São glicosaminoglicanos sulfatado endógeno


encontrado nos mastócitos e destruídos rapidamente. Liga-se à ATIII
aumentando 1000 vezes sua capacidade de inibir os fatores Iia (trombina), Xa
e IXa.Por ser grande não atravessa membrana e por isso deve ser
administrada via parenteral. É metabolizada no fígado por heparinase e
também por células endoteliais. A heparina liga-se de forma inespecífica às
proteínas plasmáticas e portanto ​grande variedade interindividual de resposta
pode ser esperada. Quando ligada às proteínas plasmáticas não consegue se
ligas à Antitrombina III.

Pode causar trombocitopenia, pois acabam por desfazer coágulos necessários.

São fármacos de 1ª linha para anticoagulação para pacientes com quadro de


Trombose venosa profunda (TVP), embolia pulmonar (EP), IM.

Heparinas de Baixo Peso Molecular: ​Enoxaparina, dalteparina e ardeparina


são os principais representantes. São especificas para o fator Xa e ligam-se de
foram não específica a proteínas plasmáticas. Extraídas do próprio tecido
humano.
7. Warfarina:
Warfarina é um anticoagulante oral, também designado por antagonista da
vitamina K, na medida em que impede a ação da vitamina K, substância
indispensável para a síntese hepática de vários fatores de coagulação (II, VII,
IX e X). Deste modo, diminui-se a atividade biológica da protrombina, com
atraso da formação da trombina e diminuição da coagulação sanguínea.

A warfarina é uma substância derivada da cumarina e, em termos práticos, o


seu efeito antitrombogenico só ocorre quando as concentrações funcionais dos
fatores II, IX e X estão suficientemente diminuídas, o que só acontece dois
a sete dias após o início da terapêutica oral. Porque o início de ação da
warfarina não é imediato, esta não deve ser usada como único fármaco quando
se deseja uma instauração rápida da anticoagulação ou um efeito terapêutico
sobre uma trombose aguda.

8. Inibidores diretos de Trombina


Os inibidores diretos da Trombina (IDT) bloqueiam a atividade da trombina em
dois sítios, livre no plasma e ligada ao trombo, consequentemente impedem a
conversão do fibrinogênio em fibrina, diminuindo geração de fibrina. Têm como
vantagens: a propriedade de não se ligarem às proteínas plasmáticas, como a
HNF, que precisa da ATIII para amplificar seu efeito.

O endotélio produz prostaglandina I​2 e


​ óxido nítrico; converte o agonista
plaquetário ADP em adenosina, que inibe a função plaquetária, sintetiza o tPA
-​tissue plasminogen activator​ e expressa a​ trombomodulina​, um receptor da
trombina. A combinação da trombomodulina-trombina ativa a ​proteína C​, um
anticoagulante dependente da ​vitamina K​. A proteína C ativada, auxiliada por
seu co-fator, a ​proteína S​, inativa os fatores Va e VIIa.

Os ativadores do plasminogênio (serina-proteases), tPA e PAI se difundem


para dentro do trombo e clivam o plasminogênio para liberar a plasmina. A
plasmina atua sobre ligações Arg-Lis e dessa forma digere não apenas fibrina,
mas também fibrinogênio, fatores II; V e VII; e muitas outras proteínas, lisando
o coágulo. A ação da plasmina é restrita ao coágulo, pois qualquer plasmina
que escape para a circulação é prontamente inativada por seus inibidores
como o PAI-1, que nos protege de uma autodigestão interna.

Farmacoterapia - Doenças Cardíacas


Clarissa Monteiro Melo
Saphyra Medeiros Salem
Thaís Costa

Abordagem sobre os fármacos que atuam, de modo geral, nas doenças


cardíacas. Sendo que algumas classes já foram vistas em aulas como a do
caso dos anti-hipertensivos e a importância dos anti-plaquetário e
anti-coagulantes na terapia de manutenção de pacientes com doenças
cardiopatas.

✓ Por que estudar o tratamento de doenças cardiovasculares?

Segundo dados da OMS, as doenças cardíacas e vasculares cerebrais são as


principais causas de óbito mundial, contribuindo as tromboses, doenças
ateromatosas – placa de gordura oxidada nos vasos – e hipertensão – aumenta
o risco de infarto agudo do miocárdio e insuficiência cardíaca.

As patologias que comprometem a eficácia cardíaca:


✓ Hipertensão;
✓ Angina estável;
✓ Insuficiência cardíaca;
✓ Arritmia;
✓ Hiperdelemia – aumenta o colesterol, triacilglicerol e o LDL-colesterol;

1. Farmacoterapia da Angina

✓ O que seria a angina?

Angina é uma doença caracterizada por formação de placas ateroscleróticas


nas artérias coronarianas causando diminuição da oferta de oxigênio para o
coração resultando em dor (angina ​pectoris).

✓ O que é placa aterosclerótica?

É placa de gordura. É a própria doença ateromatosa.

✓ O que causa?

A dislipidemia, caracterizada por altos níveis de colesterol, LDL-colesterol e


baixa concentração de HDL-colesterol circulante no sangue. No caso, o
acúmulo de LDL-colesterol nas paredes dos vasos sofrerá oxidação, que
ocasionará um processo inflamatório, gerando as células espumosas,
correspondentes a LDL-colesterol oxidado juntamente com citocinas como IL- 6
e TNF – α (fatores pró-inflamatório), macrófago e mastócitos, culminando no
aumento do processo inflamatório. Tais elementos correspondem a placa de
ateroma que originam a doença aterosclerótica a qual quando afetar as
coronárias, desencadeiam uma dor devido a obstrução, denominada angina.

✓ Tratamento da angina

a) Nitratos
Os nitratos são potentes vasodilatadores, pois podem levar a formação de
óxido nítrico, resultado da doação de nitrogênio, correspondendo o fator
essencial em tal processo. O óxido nítrico é fator de relaxamento vascular,
dilatando os vasos e facilitando o fluxo sanguíneo para o órgão afetado, como
o coração.

Ex.: Nitroglicerina, Mononitrato de Isossorbida e Dinitrato de Isossorbida

Reduzem a pré-carga definida como a pressão de enchimento que depende do


retorno venoso devido ao o relaxamento das veias cavas, lembrando que são
potentes vasodilatadores.

* Os comprimidos sublinguais devem ser mantidos nos frascos originais para


não perder a estabilidade.

Efeitos adversos

✓ Taquifilaxia: com o uso continuo, há a diminuição da resposta


✓ Cefaléia devido a vasodilatação
✓ Rubor
✓ Hipotensão postural
✓ Taquicardia reflexa devido a vasodilatação potente a nível periférico,
fazendo o coração responder com aumento do trabalho cardíaco para
aumentar a pressão arterial

Utilidade clínica dos nitratos

✓ Profilaxia da angina
✓ Interromper crises agudas de angina
✓ Para pacientes com sintomas frequentes
✓ Para pacientes que não respondem ou não toleram os β-bloqueadores e
bloqueadores de canais de Ca​2+

Benefícios
✓ Melhora da tolerância aos exercícios
✓ Dilatação direta das artérias coronarianas sadias

Contraindicações

Em pacientes em uso de sildenafil, vardenafil e tadalafil (hipotensão postural


fatal) que são inibidores da fosfoterase – 5, atuantes como vasodilatadores e
utilizado com objetivo de garantir a ereção peniana, são os chamados viagra.

b) Anti-agregante plaquetário:

Os Anti-agregante plaquetário tem a função de evitar a formação de tampão


plaquetário. A placa de ateroma nos vasos estimulará a ativação e, posterior,
adesão plaquetária porque levará o vaso a formar o fator de Willebrand e
recrutar as plaquetas, mesmo não existindo lesão. Há a potencialização da
obstrução na artéria coronária. Normalmente, é utilizado ácido acetilsalicilicos
(AAS) com o objetivo de impedir o processo descrito anteriormente, em uma
dose de 100g. Atuação na prevenção de agregação plaquetária, não causando
desordens hemorrágicas.

✓ AAS (aspirina, ácido acetilsalicílico)

Apresentações: 100 mg, 500 mg, tamponadas, 325mg

Todos os pacientes podem adotar uma doses de 75 a 325 mg/dia

Contraindicações: alergia, intolerância gastrointestinal como por exemplo


úlcera péptica e gastrite, e pacientes com dengue

✓ Clopidogrel

Para pacientes que não podem tomar AAS

✓ Ticlopidina

Na contraindicação ao AAS ou associado c/ AAS após intervenção percutânea


durante 30 dias.

c) Betabloqueador
Atuam na melhora da performance cardíaca, controlando a frequência e
contratilidade cardíaca. Como o coração está com uma obstrução de fluxo e a
disponibilidade de oxigênio está baixa, próximo ao processo de infarto,
existindo consequentemente a necessidade de aumento do trabalho cardíaco,
mas a concentração de oxigênio não é aumentada. Resumidamente, os
betabloqueadores controlam a frequência cardíaca, diminuindo o trabalho
cardíaco e evitando foco de necrose.

d) Bloqueadores do Canal de Cálcio

Há a redução da entrada de cálcio na célula do miocárdio, reduzindo o trabalho


cardíaco, especificamente na fase de platô, período de intensa participação do
cálcio.

Existem duas classes de medicamentos:

Veparemil e Diltiazem: atuam nos canais de cálcio dos cardimiocito

Diidropiridinas: atuam nos canais de cálcio da vasculatura periférica

e) Inibidores da ECA

Atuam na inibição da conversão de angiotensina I em angiotensina II,


consequentemente, são responsáveis pelo processo de vasodilatação. E,
também, interferem no controle da hipertrofia a qual é controlada pela
angiotensina II, ou seja, é responsável por induzir a mitose tal que resultará no
crescimento da musculatura cardíaca. Há o controle do remodelamento
ventricular ocorrido na isquemia – diminuição da oferta de oxigênio. A
tendência do coração é em baixa disponibilidade de oxigênio, aumentar o
trabalho cardíaco.

f) Vastatina

Medicamentos que reduzem o colesterol. São drogas para hipercolesterolemia.

O tratamento objetiva, primeiramente, evitar o Infarto Agudo do Miocárdio e,


consequentemente, reduzir a mortalidade associada. E, segundo reduzir os
sintomas e a ocorrência de isquemia miocárdica. Ou seja, o fluxo para os
tecidos é melhorado no caso dos cardiomiócitos e é diminuída a demanda de
oxigênio no coração, isto é, há a diminuição da necessidade que tem o coração
de querer oxigênio, utilizando os vasodilatadores por exemplo. Em síntese, no
tratamento de angina estável é seguida a regra do ABCDE.

A - Aspirina e terapia Antianginosa

B - Betabloqueadores e controle da pressão arterial (Blood pressure)

C - controle do Colesterol e fumo (Cigarette smoking)

D -Dieta e controle do Diabetes: Pacientes diabéticos tem maiores níveis de


radicais livres que ocasionam lesões no endotélio, tendo maior propensão a
hipertensão e diminuição de óxido nítrico , aumentando maior probabilidade de
IAM.

E - Educação e Exercícios físicos

e) L-arginina

É um aminoácido que tem a função de originar óxido nítrico. Determinados


estudiosos acreditam que a associação ao tratamento facilitaria a maior
produção do óxido nítrico, no entanto não há uma explicação do mecanismo. É
válido lembrar que quando o vaso está lesado não tem produção da substância
citada anteriormente, não adiantando, portanto, administrar L-arginina.

É muito comumente empregada como suplemento e está relacionada à


melhora vascular e sexual em homens. Apresenta benefícios em ICC, Diabetes
tipo II, Angina e hipertensão. Doses oral de 9 a 30 g/dia têm sido bem toleradas

Alerta Gerontológico: A angina é comum em pacientes idosos. Quando estes


pacientes requerem um antianginoso, a dose deve ser avaliada paralela a
função renal ou cardíaca, pois esses pacientes apresentam risco maior de
hipotensão postural.

2. Farmacoterapia do Infarto agudo do miocárdio (IAM)

O IAM resulta da oferta inadequada de oxigênio ao músculo cardíaco. Pode


acarretar focos de necrose nos cardiomiócitos.

Causas:

✓ Progressão da placa aterosclerótica;


✓ Trombose ou espasmos coronários;
✓ Desequilíbrio oferta/consumo de ​O​2;

LESÃO ISQUÊMICA POR REPERFUSÃO

Recanalização espontânea da artéria obstruída, ou como resultado de uma


terapia de reperfusão.

Paradoxo do Oxigênio pois quanto mais a oferta de oxigênio ao coração


infartado não produzirá resultado e o tecido entrará em necrose

Produção de níveis elevados de espécies reativas de oxigênio que são os


radiais livres tal que o equilíbrio entre as espécie anti-oxidante e os oxidantes
não ocorrem, culminando, também em maior ponto de necrose.

Há a inativação do processo oxidativo das mitocôndrias tendo a redução de


ATP e desativação das bombas dependentes de ATP, como é o caso da
bomba sódio/potássio. Tem o aumento da glicólise anaeróbica, reduzindo o pH
celular devido a produção do ácido lático e há a inativação de actina/miosina
que causam excessiva contração decorrente da não dissociação da
actina/miosina, não existindo o relaxamento cardíaco. A inativação da bomba
de sódio/potássio aumentam a concentração de sódio no meio intracelular e o
influxo de água por osmose, ocasionando edema e perda de microvilos. É
também interferido no trocador sódio/cálcio dos cardiomiócitos, aumentando a
concentração citoplasmática de cálcio, atuando em conjunto com o processo
descrito da bomba de sódio/potássio, não relaxando os músculos, resultando
em morte celular.

Marcadores do stress oxidativo:

✓ Enzimáticos

Superóxido dismutase (SOD) catalase (CAT) e glutationa peroxidase (GPx);

✓ Não enzimático

Fazem a nossa defesa contra os radicais livres liberados no momento de


stress. Marcadores de lesão isquêmica. Ex.: Glutationa.

✓ Específicos

CK-MB (creatina quinase- MB), mioglobina e Troponina T e I (padrão ouro).

✓ Outros

LDH (lactato desidrogenase), CK-total, TGO (Transaminase Glutâmico


Oxalacética), TGP (Transaminase glutâmico pirúvica).

Tratamento de IAM:

✓ Vasodilatação é feita através de nitrato e bloqueadores dos canais de


cálcio.
✓ Na terapia de reperfusão é utilizado trombolítico e angioplastia.
✓ No remodelamento cardíaco são usados os inibidores da ECA.
✓ Na redução da ocorrência de outro infarto é utilizada a técnica do
repouso, ou seja, diminuir a necessidade de esforço físico no paciente, controle
de PA e betabloqueadores.
✓ Prevenir trombose seriam os anti-agregante plaquetário e
anti-tromboliticos.
3. Tratamento Farmacológico da Insuficiência Cardíaca Cong..estiva (ICC)

✓ O que é ICC?

A insuficiência cardíaca é a ​incapacidade do coração em manter o débito


cardíaco necessário ao metabolismo, gerand​o comprometimento da
capacidade do coração de suprir as necessidades do organismo. ​As principais
causas da ICC são dificuldade no enchimento ventricular, deficiência na função
contrátil e dificuldade no esvaziamento da cavidade ventricular. O
bombeamento de sangue para os tecidos periféricos é prejudicado, gerando e
uma série de sintomas como redução ​da tolerância a exercícios, dispnéia,
taquicardia, cardiomegalia, fadiga, edema periférico e pulmonar e oligúria. A
oligúria é causa pelo fato de que há alteração no débito cardíaco e,
consequentemente, o fluxo sanguíneo renal, taxa de filtração glomerular e o
volume urinário reduzem.

✓ O que ocorre em decorrência desta falha cardíaca:

Haverá mecanismos de Feedback Positivo que estarão associados ao menor


gasto cardíaco, a mecanismos compensatórios e alterações de resistência
vascular, com o aumento da resistência vascular periférica e aumento de
pressão arterial. Os mecanismos compensatórios estão relacionados com a
ativação simpática e a ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona
que vai compensar através da remodelação do coração, contribuindo na
hipertrofia. Isto também vai contribuir para uma vasoconstrição excessiva,
aumentando pré-carga e aumento do volume sanguíneo.

✓ Tratamentos convencionais para ICC:

Os tratamentos convencionais para ICC incluem o uso de digitálicos que vão


atuar diretamente no gasto cardíaco, os inibidores da ECA que vão atuar na
resistência no sistema Simpático e renina-angiotensina, além de atuarem sobre
a vasoconstricção e os diuréticos de alça que vão tentar reduzir o volume
sanguíneo plasmático.

✓ Objetivos do Tratamento Farmacológico da ICC:

O objetivo do tratamento é melhorar a função cardíaca, reduzindo a pré-carga e


a pós-carga, pressão arterial e pressão de enchimento. Para melhor a função
cardíaca, pode-se utilizar redutores de remodelamento de fibrose, como os
fármacos que bloqueiam o efeito da aldosterona, os inibidores de ECA, os
bloqueadores de receptores da Angiotensina, a espironolactona e a
eplerenona, os quais são antagonistas da aldosterona. Pode-se promover o
aumento da contratilidade usando agentes inotrópicos positivos, como é o caso
da digoxina, e melhorar a função ventricular através da utilização de
betabloqueadores. Para reduzir a pré-carga e a pressão de enchimento é,
geralmente, utilizados diuréticos de alça. Já para reduzir a pós-carga, é
recomendando utilizar vasodilatadores diretos, inibidores da ECA e
bloqueadores de receptores da Angiotensina. Outros que podem ser utilizados
para a ICC são os antiarrítmicos e anticoagulantes, como a warfarina.

✓ Farmacoterapia da ICC e suas vantagens:

1. DIURÉTICOS 2. INIBIDORES DO SRA 2. INIBIDORES DO SRA 3.


ANTAGONISTAS ADREN 3. ANTAGONISTAS ADRENÉRGICOS 4.
CARDIOTÔNICOS 4. CARDIOTÔNICOS 5. VASODILATADORES

1) Diuréticos: têm papel central nos sintomas “congestivos”, como retenção


de Na+ e H2O, expansão do volume extracelular, elevação da pressão
diastólica final. Devem ser utilizadas doses mínimas e evitar o uso em
pacientes assintomáticos. Não diminuem a mortalidade na ICC. Um exemplo é
a Espironolactona, que Auxilia na excreção de sódio e água, previne o
remodelamento cardíaco, previne a fibrose miocárdica e, assim, arritmias,
reduz a fibrose vascular. É importante monitorar os níveis de potássio, pois o
paciente pode ter hipercalemia.
2) Inibidores do SRA: indicados em todos os estágios da ICC, diminuem a
resistência vascular periferia, a pré e pós-carga, a aldosterona, o
remodelamento cardíaco (uso crônico). As principais drogas usadas são
Benazepril (10 mg/dia), Captopril (50 mg/3x dia), Enalapril (20 mg/dia),
Lisinopril (20 mg/dia) e Ramipril (10 mg/dia). Esses medicamentos podem ser
substituídos por Antagonistas de Receptores AT1 (ARAs) com a vantagem de
ter menos efeitos colaterais, como a tosse.

3) Antagonistas Adrenérgicos: possuem menor taxa de mortalidade (30% a


menos que os IECA), menor atividade de catecolaminas, menor trabalho
cardíaco, diminuição da reninae do remodelamento. O uso deve ser iniciado
em doses baixas no primeiro mês (dobrar a cada 10 dias). São
contra-indicados em casos de asma, DPOC, bloqueio AV, bradicárdicos. Os
principais antagonistas adrenérgicos usados são Carvedilol (β e α1, 50mg,
2x/dia), Metoprolol (seletivo β1, 200 mg/dia) e Bisprolol (seletivo β1, 10 mg/dia).

4) Cardiotônicos: aumentam a força de contração e o débito cardíaco,


indicados no tratamento da ICC. Os fármacos cardiotônicos se subdividem em
digitálicos, inibidores da fosfodiesterase e simpatomiméticos. Os principais
digitálicos são Digoxina, Digitoxina e Oubaina. Os principais inibidores da
fosfodiesterase são a Amrinona e Milrinona. Os principais simpatomiméticos
são a Dobutamina e a Dopamina.

✓ Contraindicações para o emprego de inibidores da ECA ou BRA em


paciente com IC aguda:
✓ Tipos de diuréticos, dose inicial e dose máxima dos diuréticos na IC
aguda:

Inibidores da ECA e Bloqueadores de Receptores da Angiotensina: Produzir


vasodilatação venosa e arterial, melhorar a função do miocárdio, reduzir a
pressão arterial, melhorar a tolerância a exercícios, diminuir a progressão da
doença (hipertrofia e fibrose) e aumenta a sobrevida.

a) Espironolactona: Auxilia na excreção de sódio/água, previne o


remodelamento cardíaco, previne a fibrose miocárdica e, assim, arritmias,
reduz a fibrose vascular. OBS: É importante monitorar os níveis de potássio,
pois o paciente pode ter hipercalemia.

b) Betabloqueadores: Previne os efeitos adversos da Noradrenalina no


coração, previne o remodelamento do miocárdio, melhora a função ventricular,
melhora a tolerância a exercícios, reduz a liberação de renina, reduz o dano
oxidativo, prolonga a sobrevida do paciente e reduz a progressão da
Insuficiência Cardíaca. Os principais betabloqueadores utilizados no tratamento
da ICC são o metoprolol, o bisoprolol e o carvedilol.

Tipos, seletividade, dose inicial e dose máxima dos Betabloqueadores na IC


aguda:

✓ Contraindicações para o emprego de inibidores da ECA ou BRA em


paciente com IC aguda:
✓ Agentes Inotrópicos Positivos:

São agentes que vão melhorar a contratilidade cardíaca.

✓ Inotrópicos e vasopressores no tratamento do choque cardiogênico:

✓ Alertas no Tratamento da ICC:

Hipocalemia e Hipermagnesemia podem tornar os pacientes mais sensíveis


para os digitálicos, havendo maior possibilidade de desenvolvimento de
toxicidade. Pacientes idosos estão mais predispostos à intoxicação, portanto
devem ser monitorados para sinais de toxicidade aos digitálicos no TGI e
alterações visuais.
Tratamento da intoxicação pela Digoxina:

Deve-se interromper a administração deste medicamento, suspender o uso de


fármacos que reduzem K+, Administrar K+ e/ou um Antiarrítmico, se
necessários e Administrar um Digibin (anticorpo específico).

Interação de drogas com Digoxina:

4. Tratamento Farmacológico das Arritmias

✓ O que são as Arritmias?

São distúrbios ou irregularidades no ritmo cardíaco ou área cardíaca que


requer uso de drogas antiarrítmicas. Existem vários tipos de arritmias, como os
bloqueios atrioventriculares quando há problemas na condução do potencial de
ação entre o nódulo atrioventricular e as fibras de Purkinje. As arritmias são
umas das complicações mais graves da ICC e outras doenças
cardiovasculares. Podem ser causadas por vias anormais de conduções
elétricas secundárias a um foco ectópico ou um circuito reentrante, os quais
são potencialmente fatais. Outras causas são lesões isquêmicas, ICC,
hipovolemia, hipercapnia, hipotensão, distúrbios de K+, Mg++ e Ca++,
toxicidade ao álcool, à cafeína ou à digoxina.

✓ Focos ectópicos:
São células miocárdicas fora do Sistema Autônomo que assumem
anormalmente função marcapasso.
✓ Ritmos Reentrantes:

O impulso segue em direção diferente e “entra novamente” na área, que já está


repolarizada, podendo continuar a se propagar de uma maneira circular.

Outras causas são: lesões isquêmicas, ICC, hipovolemia, hipercapnia,


hipotensão, distúrbios de K+, Mg++ e Ca++, toxicidade ao álcool, à cafeína ou à
digoxina.

✓ Classificação das Arritmias:

Podem ser classificadas pelo local de origem (atriais, juncionais/


supraventriculares ou ventriculares), pelo aumento da frequência (taquicardia)
ou sua diminuição (bradicardia).

✓ Fenômenos básicos que podem levar aos distúrbios do ritmo cardiaco:

Atraso da Pós-Despolarização​: O Ca++ intracelular que está elevado no


coração promoverá a abertura de canais de cátions não seletivos da membrana
causando despolarização semelhante ao da placa motora. Ocorre
prolongamento do intervalo QT, ou seja, é uma despolarização ventricular.

Bloqueio Cardíaco: Decorre de fibrose ou lesão isquêmica do sistema de


condução (muitas vezes no nó AV); os átrios e ventrículos batem
independentemente entre si. Os ventrículos batem em uma frequência lenta.
Falhas completas da condução AV podem causar períodos súbitos de perda de
consciência e é tratada pela implantação de um marca-passo artificial.

Reentrada​: É a situação em que o impulso excita regiões do miocárdio depois


de passado o período refratário, causando circulação contínua dos potenciais
de ação. O local do circuito reentrante pode estar em átrios, ventrículos ou
tecido nodal. Pode resultar em lesão do miocárdio

Atividade de marca-passo ectópico​: Outros tecidos cardíacos podem assumir


atividade marca-passo (pausárias), o que fornece mecanismo de segurança a
eventualidade de uma falha no nó SA, mas também pode desencadear
taquiarritmias. Essa atividade ectópica é incentivada pelo SNAS, por
despolarização parcial durante lesão isquêmica (hipóxia) e desequilíbrio
potássico.

✓ Introdução aos Antiarrítimicos


Todos os antiarrítmicos alteram a condução elétrica e, portanto, podem piorar o
trabalho cardíaco. Há uma margem de segurança estreita entre a obtenção do efeito
desejado e o desencadeamento de uma nova arritmia.

✓ Tratamento das Arritmias:

Emergência de arritmias graves: Cardioversão Elétrica (corrente elétrica


aplicada ao tórax) ou Marca-Passo (implantado).

✓ Terapia farmacológica:

Classe I: fármacos que bloqueiam canais de sódio sensíveis à voltagem. São


subdivididos em: Ia, Ib e Ic.

Classe II: antagonistas dos receptores β-adrenérgicos.

Classe III: fármacos que prolongam substancialmente o potencial de ação


cardíaco.

Classe IV: antagonistas do cálcio

✓ Efeitos dos Antiarrítmicos sobre as diferentes fases do potencial de ação


cardíaco:
✓ Classificação dos antiarrítmicos proposta por Vaughan Williams:

- Em 1970, Vaughan Williams propôs uma classificação de antiarrítmicos com


base em seus efeitos eletrofisiológicos

✓ Antiarrítmicos não classificados no sistema de Vaughan Williams:


✓ Exemplificação das Classes:

✓ Manejo do Paciente com Arritmia:


✓ Principais Efeitos Secundários Observados no Fármaco:
✓ Classe I:

Bloqueiam os canais de sódio na subunidade α, associando-se e


dissociando-se, com isso inibe a propagação do potencial de ação em muitas
células excitáveis. Seu efeito característico sobre o potencial de ação é reduzir
a velocidade máxima de despolarização durante a fase 0 (fase de
despolarização rápida).

Características da ativação e inativação de Canais de sódio VD:

Os canais de sódio existem em três estados funcionais distintos: repouso,


aberto e refratário. Eles mudam muito rapidamente de repouso para abertos
em resposta à despolarização (ativação do canal). No músculo isquêmico a
despolarização mantida faz com que os canais mudem mais lentamente de
abertos para refratários (inativação). A membrana necessita ser repolarizada
por algum tempo para restauração do canal ao estado de repouso antes que
possa ser novamente ativada.

Classe Ia:

É o grupo mais antigo e inclui: a quinidina, procainamida e disopiramida.


Prolongam também a repolarização (fase 3). Os de classe Iam ligam-se de
forma “dependente de uso” com mais força ao estado aberto ou refratário e
menos força ao de repouso (dissociação intermediária)

Classe Ib:

A Lidocaína (lignocaína, xilocaína) é bem conhecida como anestésico local. Há


ligação a canais de sódio abertos (fase 0). Ligam-se seletivamente aos canais
Na+ refratários e bloqueiam desse modo preferencialmente quando as células
estão despolarizadas, como por exemplo na isquemia. A dissociação é rápida e
dentro do prazo do ciclo cardíaco e afetam muito pouco a velocidade de
elevação. A farmacocinética é dada por infusão intravenosa para tratar e
prevenir arritmias em consequência de Infarto. Tem meia-vida de 2 horas. Pode
causar sonolência, desorientação e convulsões como efeitos adversos.

Classe Ic:

São a flecainida e encainida. A flecainida possui meia-vida longa de 16 a 20


horas após a administração oral. Ela sofre biotransformação mínima,
originando um metabólito inativo. Ligam-se minimamente aos canais Na+
refratários e, portanto, não são específicos para o miocárdio isquêmico. São de
dissociação lenta e inibem acentuadamente a condução através da condução
através do sistema His-Purkinje. O aumento da incidência de morte súbita por
fibrilação ventricular depois de infarto (não devem ser usadas nesta situação) é
um dos efeitos adversos.

✓ Classe II – Beta-bloqueadores
Uso clínico: reduzir a mortalidade após infarto do miocárdio e impedir a recorrência de
taquiarritmia provocada por atividade simpática.
Farmacocinética: boa absorção VO, pico plasmático 1-3h, metabolização hepática -
baixa biodisponibilidade (1​a passagem); grande volume de distribuição, meia-vida:
3-6h.
Efeitos adversos: síndrome de abstinência: nervosismo, taquicardia, angina,
aumentam PA e outros efeitos: diarréia, constipação, náuseas, vômitos, distúrbios do
sono, depressão.

✓ Classe III
Amiodarona (Ancoron®)
Farmacocinética - A absorção por via oral é deficiente (biodisponibilidade de 45%). O
pico de concentração plasmática ocorre por volta de 5 ou 6 horas após a dose oral.
Sendo metabolizada lentamente no fígado. Sua meia-vida de 10 a 100 dias.
Acumula-se no organismo, por esta razão usa-se dose de ataque em uma veia central
(pois causa flebite em vaso periférico).

Se for acrescentado à digoxina, a dose de digoxina deverá ser reduzida, pois a


amiodarona desloca a digoxina dos sítios de ligação e reduz sua eliminação renal
predispondo ao acúmulo e toxicidade (disritmia grave).
Indicações: qualquer arritmia quando os outros não funcionarem
Alta toxicidade: Fibrose pulmonar ocorre em 15% dos pacientes constituindo-se no
efeito adverso mais temível; lesão hepática e neuropatias; Fotossensibilidade e
coloração cinza-azulada da pele .
Uso Clínico - Poderia ser usada em tratamento de praticamente todas as arritmias
cardíacas, não fora seu elevado potencial tóxico. Dessa maneira, seu uso restringe-se
ao tratamento agudo das arritmias que ameaçam a vida, se não revertidas
imediatamente.

✓ Classe IV
Verapamil e Diltiazem
Farmacocinética - Boa absorção por via oral, mas a biodisponibilidade é prejudicada
pelo efeito 1ª passagem. O pico plasmático ocorre em torno dos 30 minutos. Cerca de
70 a 99% liga-se às proteínas plasmáticas e possuem meia-vida de 6 a 8 horas. O
metabolismo hepático produz metabólitos ativos.

Assim como a amiodarona , quando associado à digoxina, esta deverá ser reduzida,
pois o verapamil desloca também a digoxina dos sítios de ligação e reduz sua
eliminação renal predispondo ao acúmulo e toxicidade (disritmia grave).

Farmacodinâmica – ligam-se à subunidade α1 do canal e cálcio cardíaco sensíveis à


voltagem (tipo L), impedindo sua abertura e consequentemente reduzindo a entrada
de Ca++. O bloqueio é mais forte quando a membrana está despolarizada (ações
bloqueadoras voltagem-dependentes), causando abertura e inativação dos canais.
Atuam abreviando o platô do potencial de ação reduzindo a força de contração.
Tornam mais lenta a condução do potencial de ação dos nós sinusal e
átrio-ventricular, onde a propagação depende da corrente de entrada lenta de Ca++.
Principais usos clínicos:
▪ Prevenir recorrência de TSV (taquicardia supraventricular) paroxística
▪ Reduzir a frequência ventricular em pacientes com fibrilação atrial, uma vez
que não tenham síndrome de Wolff-Parkinson-White (doença congênita)
Efeitos adversos:
▪ O verapamil pode causar constipação, provavelmente aos seus efeitos sobre
os canais de Ca++ nos nervos gastrointestinais ou no músculo liso
▪ Pode causar ainda Insuficiência cardíaca e bloqueio cardíaco.

✓ Digoxina (Não pertencente à classificação de Vaughan Willians)


Farmacodinâmica e Farmacocinética:
▪ Encurta o período refratário nas células atriais e ventriculares
▪ Diminui a velocidade de condução nas fibras de Purkinje.
▪ Bem absorvidos v.o e apresentam elevado volume de distribuição, com
meia-vida extremamente curta, com rápido início de ação. Eliminação renal na
forma inalterada e pelas fezes.
Efeitos adversos: anorexia, náusea e vômito. Em concentrações tóxicas promove
batimentos ectópicos que podem resultar em taquicardia e fibrilações ventriculares.

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