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"Introdução Aos Métodos Instrumentais": Universidade Federal Da Paraíba

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UNIVERSIDADE FEDERAL DA PARAÍBA

Centro de Ciências Exatas e da Natureza


Departamento de Química
E-mail: edvan@quimica.ufpb.br

“Introdução aos Métodos Instrumentais”

Componente Curricular: Introdução aos Métodos Instrumentais


Ministrante: Prof. Edvan Cirino da Silva
Período: 2019.1
Turma: 02 (noite)

João Pessoa - PB
Introdução aos Métodos Instrumentais – Ementa e Conteúdo
Introdução aos Métodos Instrumentais – Ementa e Conteúdo
MÉTODOS ESPECTROANALÍTICOS - Bibliografia

Autor: Douglas A. Skoog; F. James Holler; Timothy A. Nieman ISBN: 85-7307-976-2


Formato: 21x28 Ano: 2002 No de páginas: 838
Edição: 5a
MÉTODOS ESPECTROANALÍTICOS - Bibliografia

ISBN: 9788577804603 Número de páginas: 1056 Acabamento: Encadernado


Dimensão: 28 x 21 ( Altura x Largura )Publicação: 2009 Edição: 6 a
INTRODUÇÃO - Terminologias
AMOSTRA ANALÍTICA – pequena porção do material objeto da análise química
que representa a composição média qualitativa e
quantitativa da população.
AMOSTRAGEM – conjunto de operações para obter uma pequena porção
(amostra) representativa da composição
média do todo.
ANALITO – espécie química (cálcio, por exemplo) presente na amostra (p.e.,
leite) cuja concentração se deseja determinar em uma análise.
MATRIZ – engloba todos os constituintes de amostra. Logo, além do analito a
matriz contém os outros componentes chamados “concomitantes”.
BRANCO – O “branco ideal” contém todos os constituintes da matriz exceto o
analito, ou seja, compreende todos os “concomitantes”. Na
prática, todavia, dificilmente se consegue preparar o branco
ideal por não se conhecer todos os concomitantes e suas
concentrações nas matrizes complexas. Assim, procura-se
preparar um branco o mais próximo possível da matriz, por
exemplo, usando os mesmos solventes, reagentes, etc, usados na
preparação da amostra.
MÉTODOS INSTRUMENTAIS – Relevância e Histórico

Métodos Analíticos

Métodos Clássicos Métodos Instrumentais

Gravimétricos Titulométricos Início do século XX

Objeto de estudo
deste curso!
FENÔMENO E AS TÉCNICAS INSTRUMENTAIS DE ANÁLISE

Técnicas Instrumentais

Fenômeno ou
propriedade do analito

Óptico Elétrico Radioativo,


etc
FENÔMENO – Origem do Sinal na Medida Instrumental

Fenômeno envolvendo
o Analito
Origina

Sinal
analítico
Fornece a informação
analítica

Qualitativa Quantitativa
INSTRUMENTO – Medida do Sinal Analítico
TÉCNICAS INSTRUMENTAIS - Propriedades Medidas
MÉTODOS INSTRUMENTAIS – Classificação Geral
Métodos instrumentais Quantitativos

♦ Métodos Espectroanalíticos (baseados em fenômenos ópticos)

♦ “ Eletroanalíticos (baseados em fenômenos elétricos)

♦ “ Radioanalíticos (fenômenos radioativos)

♦ “ Termoanalíticos (fenômenos térmicos)

“ Cromatográficos (processo de separação e

detecção
MEDIDA INSTRUMENTAL - Sinal, Ruído e Relação Sinal/Ruído

Medida analítica
Instrumental

Alvo desejado Interferência

Sinal Ruído
(informação (informação
sobre o analito) espúria)

Relação Sinal/Ruído
(S/N)
MEDIDA INSTRUMENTAL - Sinal, Ruído e Relação Sinal/Ruído
Toda medida analítica instrumental engloba:
• o sinal analítico ou sinal - porta informação sobre o analito
• o ruído - parte indesejada, pois é informação espúria, ou seja,
não oriunda do fenômeno envolvendo o analito.
Na figura (a), mostra-se o efeito do ruído instrumental sobre a
medida do sinal de uma corrente contínua. Na parte b, mostra-se um
gráfico hipotético da mesma corrente sem ruído.
SINAL E RUÍDO – RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (S/N)
Observação
Como a intensidade média do ruído, N, praticamente independe
da magnitude do sinal S, o efeito do ruído sobre o erro relativo de
uma medida diminui com o aumento de S. Por isso, a relação sinal-
ruído, S/N (Signal-to-Noise Ratio), é mais útil que o ruído sozinho
para descrever qualidade da medida.

Relação Sinal-Ruído (S/N)


A relação S/N, para o caso de um ruído de origem basicamente
instrumental, é dada por:

S y
= (1)
N s
Isto é:
SINAL E RUÍDO – RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (S/N)
1 n
∑ yi
S y n i=1 (2)
= =
N s n
2
(
∑ iy − y )
i =1
n −1
onde:
- yi = valor das medidas instrumentais
- s = desvio-padrão das medidas em relação à média ( )
y
- n = número de medidas do sinal

Note que S/N corresponde ao inverso do desvio-padrão relativo -


RSD (Relative Standard Deviation). Então,

S 1
=
N RSD
SINAL E RUÍDO – RELAÇÃO SINAL/RUÍDO (S/N)
É difícil detectar um sinal quando S/N < 2 ou 3, como ilustrado
na figura abaixo que mostra o espectro de RMN da progesterona
com S/N ≅ 4,3 (gráfico A) e 43 (gráfico B).
TIPOS E FONTES DE RUÍDO
Os ruídos que afetam uma análise química podem se
enquadrar em duas classes:
♦ Ruído Químico ou Físico-Químico
♦ Ruído Instrumental
Ruído Físico-Químico
Origina-se de diversas variáveis que afetam a química do
sistema analítico (ex.: flutuação na umidade relativa, variações
não-detectadas na temperatura que afetam a posição de um
equilíbrio químico, etc.)

Ruído Instrumental
Ruído originado nos componentes eletrônicos do instrumento de
medida do sinal, ou seja, aos transdutores de entrada e de saída, à
fonte, etc.
MÉTODOS INSTRUMENTAIS - Análise Quantitativa

A concentração do analito não é


diretamente mensurável

Grandeza mensurável:

Sinal
analítico
Usado para implementar os processos
analíticos:

Calibração Titulação
CALIBRAÇÃO UNIVARIADA – Curva Analítica

Calibração: Processo que busca relacionar o sinal


analítico medido com a concentração do analito. A
relação funcional (matemática) obtida constitui o
modelo de calibração.

A representação gráfica ou
geométrica do modelo resulta
na:

CURVA ANALÍTICA
Para maiores detalhes,
consultar o artigo da
referência abaixo:

Referência: Calibração: Uma Revisão para


Químicos Analíticos, Química Nova, 19
(1996) 268.
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Visão panorâmica da calibração baseada em medidas


espectrofotométricas

MODELO: Y=B1X + B0
Soluções de calibração
do analito
CALIBRAÇÃO ANALÍTICA – Construção via MMQ

Regressão linear pelo Método dos Mínimos Quadrados (MMQ)


CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Para cada resposta instrumental (ou sinal analítico), o


modelo linear fornece uma estimativa pela equação de
regressão:

ŷ i = b 0 + b1x i (3)

onde:

• ŷ i = valor estimado ou previsto para a


concentração das soluções- padrão (xi)

• b0 e b1 = estimativas dos coeficientes linear (b0) e


angular (b1) da reta de regressão
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

O resíduo deixado pelo modelo linear (reta) é dado por:

ei = yi - (ye)i = yi – b0 – b1 xi

2
SQ r = ∑ ei = ∑ (yi − b0 − b1 x i )2 (4)

Onde:
SQr = soma quadrática dos resíduos ou residual
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

MMQ – Método dos Mínimos Quadrados

Princípio básico

Minimizar a soma quadrática


dos resíduos ou residual

Método de ajuste por mínimos


quadrados (MMQ) ⇐ ∑e 2
i → mínimo
ou Análise de Regressão
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Para minimizar SQr (função de duas variáveis, b0 e b1 )


dada pela equação (4), deriva-se em relação a b0 e b1 e iguala-
se a zero. Como resultado,

∂ ∑ (yi − b0 − b1 xi )2
=0 (5a)
∂b0

∂ ∑ (yi − b0 − b1 xi )2
=0 (5b)
∂b1
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

O resultado das derivadas parciais, expressas nas equações (5a) e


(5b), conduz ao sistema de equações (6a) e (6b), lineares em b0 e b1.

n b 0 +( ∑ x i ) b1 = ∑ y i (6a)

2
( ∑ x i ) b 0 +( ∑ x ) b1 = ∑ x i y i
i
(6b)

Esse sistema pode ser ampliado e generalizado para o ajuste de um


modelo qualquer (exemplo, para o quadrático: b0, b1 e b2), etc.
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Resolvendo-se o sistema anterior para o caso do modelo


linear, obtém-se:

n⋅ ∑ (x ⋅ y ) − ∑ x ⋅ ∑ y
i i i i
b1 = 2
(7a)
n ⋅ ∑ ( x ) − (∑ x )
i
2
i

∑ y i − b1 ⋅ ∑ x i
b0 = (7b)
n
onde: n ⇒ no total de medidas
CALIBRAÇÃO EM ANÁLISE QUÍMICA INSTRUMENTAL

Estimando a concentração do analito usando o modelo


Por meio da equação (8) da curva analítica, obtida a partir
dos coeficientes de regressão estimados pelas equações (7a) e
(7b),
^
yi = b 0 + b1x i (8)

e do sinal analítico da amostra (yA), obtém-se:

yA − b0
xA = (9)
b1
onde xA = concentração do analito na(a) amostra(s).
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

A tabela abaixo mostra as características de desempenho


fundamentais que podem ser usadas na escolha de um método
analítico.

Critério Característica de desempenho


Desvios-padrão absoluto e relativo, coeficiente de
1. Precisão
variação, variança
2. Tendência Erros sistemáticos absoluto e relativo

3. Sensibilidade Sensibilidades de calibração e analítica


Branco mais três vezes o desvio-padrão dos
4. Limite de detecção
sinais do branco
5. Faixa dinâmica Limite de quantificação até o limite de linearidade

6. Seletividade Coeficiente de seletividade

OBS.: Figuras de mérito são critérios (ou características) numérico(a)s para


avaliar a eficiência de um instrumento ou método analítico instrumental.
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho
Sensibilidade
Segundo a IUPAC, a sensibilidade (de calibração) é dada pela
inclinação da curva analítica. Na figura abaixo, ilustra-se as curvas
obtidas a partir de medidas realizadas com dois instrumentos sendo
que (S/N)A > (S/B)B.
Instrumento “A”:
A A A
y = b + b xi
i 0 1
(10)

Instrumento “B”:

yBi = bB0 + b1B x i (11)


Conclusão:
Sensibilidade do
b1A > b1B ⇒ método (A) > método (B)
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

Comparando a sensibilidade (SEN) entre dos métodos A e B

relação (S/N)A > relação (S/N)B

b1(A) > b1(B)

SEN(A) > SEN(B)


MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

Limite de Detecção – LOD (Limit Of Detection)


(i) Expresso em termos de sinal
O sinal mínimo distinguível do branco (Sm ou SLOD) é dado por
(veja ilustração gráfica a seguir):

( limite superior do intervalo de confiança para a


SLOD = Sbr + r ⋅ sbr (12) média populacional, μbr , das medidas do ruído
aleatório realizadas com o branco)

onde:
- Sbr = média das medidas (n = 20) com o branco
-
sbr = desvio-padrão das medidas em relação à média
- r = 3 que corresponde ao nível de 95% de confiança*
(*) Segundo Kaiser, a distribuição não pode ser estritamente normal para os
resultados das medidas do branco. Por isso, o valor 3 é adotado para o “r”.
Ref.: H. Kaiser, Anal. Chem. 1987, 42, 53A
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

Distribuição estatística do ruído instrumental aleatório


Para 95% de confiança (área de 95% sob a curva), o valor de
“z” é 1,96 ao passo que o “r” é igual a 3 segundo Kaiser.

OBSERVAÇÃO:
(i) z = variável aleatória (v.a)
normal ou gaussiana
padronizada

(ii) r = v.a. que segue uma


distribuição não gaus-
siana (X) do ruído
instrumental usando o
branco
(iii) μbr= 0 (média populacional
do ruído aleatório)
MÉTODO INSTRUMENTAL – Ilustração gráfica do LOD

⎛S⎞ ⎛S⎞
s A < sB ⇒ ⎜ ⎟ > ⎜ ⎟ ⇒ LOD A < LODB
⎝ N ⎠ A ⎝ N ⎠B
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

(ii) Expresso em termos da concentração do analito


Pode-se demonstrar que a concentração do analito
correspondente ao limite de detecção (cLOD) é:

3 ⋅ sbr
c LOD = (13)
b1
onde:
- sbr = desvio-padrão das medidas do branco
-
b1 = inclinação da curva analítica ou sensibilidade

Obs.: Note que sbr depende, sobretudo, da qualidade do instrumento


analítico e b1 depende também de como o sinal analítico é explorado
na técnica instrumental utilizada.
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho

Limite de Quantificação –LOQ (Limit Of Quantitation)


Similarmente ao caso do LOD (equação 13), pode-se expressar
também o LOQ em termos do(a):

(i) Expresso em termos de sinal

SLOQ = Sbr + 10 ⋅ sbr (14)

(ii) Concentração do analito correspondente ao LOQ

10 ⋅ sbr
c LOQ = (15)
b1
MÉTODO INSTRUMENTAL – Características de Desempenho
Faixa Linear (ou dinâmica) para Calibração
É a faixa que se estende do limite de quantificação (LOQ –
Limit Of Quantitation) até onde ocorre um desvio da linearidade
(LOL – Limit Of Linearity).

A figura abaixo ilustra graficamente a faixa dinâmica, bem como


LOQ e LOL.
MÉTODOS INSTRUMENTAIS - Titulação

Titulação em análise quantitativa


instrumental

Princípio básico:

Reação entre o analito e o titulante com


estequiometria definida e conhecida

Princípios básicos complementares:

Mede-se o sinal após Curva de titulação:


adição do titulante sinal x vol. do titulante

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