Curso: Preparatorio
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CURSO
PREPARATORIO
DE OBREIROS
Assembleia de
DEUS
JUNDIAÍ • SP
Esequias Soares
Sumário
Aula 1 - O QUE É IGREJA. PRÁTICAS DA VIDA CRISTÃ 3
INTRODUÇÃO
I. ENTENDENDO O SIGNIFICADO DA PALAVRA
II. MISSÃO DA IGREJA
III. A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO: O PAPEL DO
LÍDER EM PROMOVER A UNIDADE DO CORPO
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Aula 1
O QUE É IGREJA. PRÁTICAS DA
VIDA CRISTÃ
com significado glorioso: “Assim, vocês não das coisas que vimos e ouvidos” (At 4.20).
são mais estrangeiros e peregrinos, mas
concidadãos dos santos e membros da família 2. Koinonia. O termo grego koinonia,
de Deus” (Ef 2.19), “universal assembleia e “comunhão”, significa tornar algo propriedade
igreja dos primogênitos” (Hb 12.23 - ARC). comum de todos, vem de koiné, “comum”.
Essas palavras expressam um tom de uma Viver em comunhão é comungar do mesmo
celebração jubilosa, de uma reunião festiva princípio e da mesma fé. A celebração da Ceia
com todos os remidos como cidadãos da do Senhor é o ritual da comunhão dos santos,
comunidade celestial (Ap 5.11-13). onde todos nós participamos da comunhão
do corpo e do sangue de Jesus.
3. O significado da expressão “Santa Igreja
Católica”. Essas palavras aparecem nos 3. Diakonia. O substantivo grego diakonia,
principais credos da antiguidade cristã: “santa “serviço, ministério”; diakonos, “servo, criado”
igreja católica”. O termo katholikós, “universal, (Mc 10.43); “ministro” como relação às
geral”, literalmente significa “de acordo com o autoridades constituídas (Rm 13.4); também
todo”, pois o substantivo é composto de katá quanto às atividades de Jesus no seu ministério
e de holos. A preposição grega, katá, significa terreno (Rm 15.8); quanto às atividades dos
“de cima para baixo, contra, ao longo de, apóstolos (2 Co 5.18), e refere-se ainda às
conforme, de acordo, segundo”, e a palavra atividades dos obreiros em todos os lugares e
holos, “todo, inteiro, completo”. Foi Inácio, em todas épocas (1 Tm 4.6). É a palavra usada
bispo de Antioquia (70-110), que empregou para “diácono”, cargo da igreja local, como
o termo para designar a igreja com o sentido ajudantes e auxiliares na casa de Deus.
de “geral, universal”. Mas, o sentido exato do
termo se perdeu com o tempo. III. A IGREJA COMO CORPO DE CRISTO:
O PAPEL DO LÍDER EM PROMOVER A
II. MISSÃO DA IGREJA UNIDADE DO CORPO
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Aula 2
ÉTICA E COMUNICAÇÃO DO
LÍDER CRISTÃO
conforme a vontade de Deus (Rm 12.1, 2). Há Justo L. Gonzalez, essa palavra foi criada
diversas classificações da ética cristã como por Martinho Lutero. Os antinomianistas já
a legalista, a literalista, a antinominianista, existiam desde a antiguidade apostólica e os
situacionista e muitas outras que não é apóstolos já os combatiam (Rm 3.28; Jd 4). O
possível descrevê-las todas aqui. apóstolo Paulo combateu contra legalistas e
antinomianistas. A ética situacionista fica
1. Ética legalista. É a ética que toma as entre esses dois extremos. O situacionismo
declarações bíblicas, sejam elas preceitos, é uma ética absoluta de uma só norma
proibições ou princípios e sobre elas inquebrável.
estabelecem lei rigorosas para reger o
comportamento humano. Para o legalista III. A PRÁTICA PASTORAL
prevalece a letra da lei e não o espírito da
lei, vale o amor ao dever, uma observância A ética pastoral ensina como devemos nos
fanática dos preceitos legais. Esse sistema relacionar com os nossos companheiros de
existe desde os tempos bíblicos, os ministério e com o rebanho.
fariseus da época de Jesus são os principais
representantes dos legalistas. Alguns 1. Ética pastoral. É “o conjunto de princípios,
discípulos provenientes da seita dos fariseus valores e regras de conduta seguido pelos
tentaram impor essa doutrina na igreja, mas obreiros e obreiras do Senhor, tendo a Palavra
encontraram resistência dos apóstolos (At de Deus por fundamento e padrão”.3 O líder
15.1-29). O apóstolo Paulo enfrentou diversas cristão tem a responsabilidade de cuidar
vezes os legalistas cristãos Gl 5.1). O legalismo da vida pessoal, familiar, ministerial para o
é diferente de legalidade. A legalidade exercício de um ministério com excelência.
significa estar conforme à lei, refere-se à Isso resulta num bom relacionamento com
prática legal. O legalismo é a dependência da o rebanho. Muitos elementos da ética cristã
lei como condição para a salvação, escravidão estão na teologia prática.
excessiva à letra da lei.
2. Abrangência. A ética cristã é cristológica
2. Ética situacionista. Segundo o principal porque trata de mostrar o exemplo de Cristo.
expoente desse sistema, Joseph Fletcher em É sociocultural porque trata da conduta do
sua obra A Ética da situação publicada em 1966, obreiro na sociedade no contexto cultural
explica que há somente uma norma válida em que vive. É eclesiológica porque trata da
para guiar as nossas decisões, a norma do conduta do obreiro nas decisões, nas atitudes
amor. Esse pensamento agradou a muitos e se e nos posicionamentos como líder e na
expandiu rapidamente porque permitia violar administração da congregação. É deontológica
algumas proibições bíblicas e afirmando porque trata dos deveres e das obrigações
que a situação ditava o comportamento. pastorais. É axiológica porque se baseia num
Reconhecemos que o amor é ensino bíblico, sistema de valores cristãos, mas ela é acima de
mas o amor não anula outros mandamentos tudo deontológica, pois se baseia na vontade
bíblicos. de Deus.4 O enfoque no presente estudo é no
aspecto bíblico-teológico que trata da conduta
3. Ética antinomianista. O antinomianismo 3 LIMA, Quemuel. Ética pastoral. Pindamonhagaba, SP:
Instituto Bíblico das Assembleias de Deus, 2016, p. 79.
é o oposto do legalismo, trata-se de uma 4 Axiologia é a teoria e o estudo dos valores, o termo vem
ética libertina, liberal. O termo vem do do grego, axios, “valor” e logos, “palavra, razão, estudo”;
grego anti, “contra”, e nomos, “lei”. Segundo deontologia se baseia nos deveres tido como necessário, o
termo grego, deon, significa, “necessidade, obrigação”.
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Manual do Curso Preparatório de Obreiros
moral do obreiro e da obreira segundo os 33) – atenção que a guarda do Sábado não
princípios bíblicos. foi aceita nem por Jesus nem pelos escritores
do Novo Testamento como parte da nova
3. Dimensões. A ética ministerial envolve aliança estabelecida por Cristo (Mt 19.18, 19).
a dimensão pessoal, que se refere ao Lei civil: não mais Israel, mas a igreja como
caráter, à conduta, à atitude e à postura agente divino no mundo. A lei cerimonial foi
do obreiro; relacional, pois diz respeito ao substituída pela morte de Cristo.
seu relacionamento com a igreja, família
e sociedade, e, funcional, que diz respeito à 3. Ética do ministério de Jundiaí. É
administração e envolve ministério, missão, importante não somente conhecer o nosso
vocação e bens. padrão ministerial, mas também colocar em
prática, viver de acordo com a ética da Igreja.
IV. ASPECTOS DA ÉTICA PASTORAL Nenhum líder ou dirigente de congregação
deve tomar decisão unilateral sem consultar
A base ética do Antigo Testamento está no seu pastor setorial ou mesmo a presidência.
Decálogo, os Dez Mandamentos (Êx 20.1-17; É responsabilidade do líder e dirigente de
Dt 5.6-21), e a do Novo Testamento, no Sermão congregação evitar observação desabonadora
do Monte registrado em Mateus 5 a 7. A base contra o ministério, contra a família do pastor
principal da ética cristã é o caráter de Deus. O e ou de qualquer irmão ou irmã, sob pena de ser
padrão moral de Deus para os seres humanos responsabilizado por não tomar providência
flui do caráter divino, por isso se aplica para em defesa do acusado.
qualquer época ou lugar: Deus é amor (1 Jo
4.16, 19); Deus é santo (1 Pe 15, 16; Lv 11.44, 45). Contraria a ética o dirigente ou qualquer
membro que no púlpito apresenta
1. Antigo Testamento. Necessidade de comentários desabonadores contra o seu
compreender o significado do AT para a antecessor, que procura fazer mudanças
história da redenção. Lei/Pentateuco: moral precipitadas para mostrar que é mais sábio e
(Dez Mandamentos); civil; cerimonial. mais inteligente do que o outro. É antiético
Princípios da lei: O outro: a viúva, o órfão e tornar público, principalmente no púlpito,
o pobre – cuidado; direito de propriedade, assunto particular da ovelha do qual tomou
exploração da terra; nações: punição divina conhecimento no aconselhamento, ou em
contra injustiça (Is 13-23; Jr 46-51; Ez 25- qualquer conversa, ainda que não mencione
32). Temas éticos: santidade e obediência; nome de ninguém. De igual modo, é antiético
santidade, adoração (Ex 20.1-6; Dt 18.9-13); usar o púlpito para desabafo, para “atirar
separação da nação em relação aos povos pedras”, para atacar determinada pessoa.
vizinhos (perfil do rei: Dt 17.16,17; mulheres (Dt
21.10-14); escravos (Dt 15.12-18) pobres (Dt 15.1- CONCLUSÃO
11); obediência, lealdade a Deus.
Não há escolha impossível (1 Co 10.12, 13; Hb
2. Novo Testamento. Uso do Antigo 4.15). A ética cristã nos ensina como viver uma
Testamento à luz do Novo para entender vida para a glória de Deus (1 Co 10.31; 1 Ts 4.1,2).
os princípios morais. Jesus aboliu a aliança Ajuda a entender e viver a vontade de Deus
mosaica, estabelecendo uma nova, mas os para nossa vida (Cl 1.9,10). Oferece ferramentas
princípios morais não mudaram resumido que ajudam na tomada de decisão.
dos dois grandes mandamentos Mc 12.28-
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Aula 3
ELEMENTOS DO CULTO
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Aula 3 | ELEMENTOS DO CULTO
lembrando que os dízimos indicam 10% (Lv 16.12; Nm 16.46). Isso mostra que é
dos rendimentos, é um gesto de gratidão Deus quem determina as regras. Nadabe e
a Deus pelo o que ele é e uma maneira de Abiu, no entanto, apresentaram-se diante
reconhecer a soberania de Deus em nossa de Deus com fogo estranho e por isso
vida. A obra de Deus é mantida desde morreram fulminados (Lv 10.1,2). O fogo
o princípio porque Deus tem colocado estranho pode ser comparado a jargões,
no coração de homens e mulheres esse gírias palavras de dúbia interpretação que
sentimento pelo progresso da obra de Deus. aparecem em tantas músicas. Até os hinos
O dízimo é ensinado no Antigo Testamento, avulsos, cantados nos cultos públicos,
na lei e nos profetas (Gn 14.20, 22; Hb 7.1, 10; devem ser cuidadosamente selecionados.
Lv 27.32; Nm 18.21, 24; Dt 14.22; Ml 3.8, 10), e Trata-se, pois, de uma reunião de adoração
pelo próprio Senhor Jesus Cristo (Mt 23.23). a Deus, é o momento mais sublime na vida
O obreiro deve ser o exemplo para os fiéis do cristão, a falta desses cuidados especiais
e a responsabilidade dele em relação aos é banalizar o sagrado e o nosso Criador não
dízimos é ainda maior. O não dizimista está aceita adoração irreverente. Os filhos de
privado da bênção de Deus (2 Co 9.7-12). Arão não discerniram a diferença entre o
sagrado e o comum e muitos já entraram
CONCLUSÃO pelo mesmo caminho.
Ninguém tem o direito de mudar a liturgia, É claro que não se pretende associar o rigor
desrespeitando os costumes e a tradição da liturgia do culto judaico com os vários
da denominação. A tradição pode ser sistemas de cultos cristãos, nem engessar
muito boa quando serve para marcar a o ritual cristão em nossos templos, mas
nossa identidade num contexto social, essa flexibilidade tem limites por isso deve
para nunca perdermos de vista que temos haver respeito pela estrutura já existente. A
uma história e uma cultura que devem ser adoração a Deus deve ser em espírito e em
preservadas (2 Ts 3.6). É nesse sentido que verdade ( Jo 4.24).
estamos falando, e não do tradicionalismo
que, às vezes, procura esconder nossos
pecados ou legitimar nossos erros em
nome da “doutrina”. A mudança, quando
acontece, é de maneira natural e gradual,
acompanhando sempre as transformações
sociais, e jamais deve ser de maneira
abrupta, ainda mais quando se tenta imitar
os neopentecostais. A Assembleia de Deus,
como sempre fez, deve influenciar.
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Aula 4
PROCEDIMENTOS
ECLESIÁSTICOS
INTRODUÇÃO
A seguir estão listadas as responsabilidades
Os procedimentos administrativos são guias do dirigente em relação à programação
detalhados de como dirigentes, secretários(as) dos cultos. Não se trata de uma lista
e guardadores(as) de oferta devem proceder no exaustiva, existe a possibilidade de inclusão
exercício de suas funções. Estes procedimentos de responsabilidades de acordo com a
são fornecidos pela secretaria e pela tesouraria. necessidade específica de cada congregação.
Para auxiliar o pastor presidente, a igreja conta Em caso de dúvida, entrar em contato com o
com sete pastores setoriais, responsáveis por dar pastor setorial e/ou pastor presidente.
suporte espiritual e eclesiástico aos dirigentes
das congregações e também colaborar na parte 2. Programação do culto (liturgia). A
administrativa quando necessário. definição da programação e a direção do culto
é de responsabilidade exclusiva do dirigente.
I. MISSÃO, VALORES E VISÃO DA Em caso de ausência justificada, o dirigente
ASSEMBLEIA DE DEUS DE JUNDIAÍ deve encaminhar a programação ao obreiro
designado para dirigir o culto em seu lugar.
1. Missão. Adorar a Deus e apresentar às Os cultos não deverão ser cancelados, ou
pessoas esse Deus Trino e Uno como revelado ter seu horário e dia alterados sem prévio
na Bíblia Sagrada para que elas possam consentimento do pastor setorial e, caso
experimentar e viver no amor de Cristo. necessário, do pastor presidente da igreja.
Lembrando que a presença do dirigente em
2. Visão. Ser uma igreja que valoriza o ensino todos os cultos é fundamental.
das Escrituras Sagradas, a anunciação do
evangelho e a consolidação da família cristã. a) Oferta. As contribuições fazem parte da
liturgia de nossos cultos. De acordo com o cap.
3. Valores. Seguimos os pontos teológicos IV, parágrafos 1º e 2º de nosso estatuto, todas
como descritos na Declaração de Fé das as ofertas, de cultos regulares ou festividades,
Assembleias de Deus. deverão ser entregues nas mãos dos(as)
guardadores(as) de oferta para contabilização
II. DO FUNCIONAMENTO DA e envio à tesouraria central. Nenhum líder de
CONGREGAÇÃO departamento está autorizado a receber as
contribuições para suprir as necessidades de
1. Do funcionamento da congregação. seu grupo. Por exemplo, no culto dos jovens,
É papel do dirigente prezar e cuidar da a oferta deverá ser entregue ao guardador(a)
congregação em todos os seus aspectos, tanto de oferta. Nenhum gasto poderá ser efetuado
na parte espiritual, como na administrativa, porque qualquer eventual necessidade deverá
com foco na preservação do patrimônio. ser informada ao dirigente/guardador(a)
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Aula 4 | PROCEDIMENTOS ECLESIÁSTICOS
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Manual do Curso Preparatório de Obreiros
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Aula 4 | PROCEDIMENTOS ECLESIÁSTICOS
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Aula 4 | PROCEDIMENTOS ECLESIÁSTICOS
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