Dissertação - Dayanna Teodoro Quirino - 2017
Dissertação - Dayanna Teodoro Quirino - 2017
Dissertação - Dayanna Teodoro Quirino - 2017
Orientador:
Prof. Dr. Derblai Casaroli
Goiânia, GO – Brasil
2017
2
DAYANNA TEODORO QUIRINO
Orientador:
Prof. Dr. Derblai Casaroli
Co-orientador:
Profª. Dra. Ieda Del’Arco Sanches
Prof. Dr. Adão Wagner P. Evangelista
Goiânia, GO – Brasil
2017
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AGRADECIMENTOS
Agradeço a Deus, o princípio de tudo, por ter me dado força, sabedoria e saúde
para concluir este trabalho.
A minha família pelo carinho, atenção e motivação nesta etapa da minha vida.
Ao meu orientador Dr. Derblai Casaroli, pela amizade, orientação, paciência,
compreensão, confiança, por todas as oportunidades de crescimento profissional que me
proporcionou e pela incessante contribuição em todo desenvolvimento da dissertação. Seu
empenho e inovação na pesquisa científica justifica a minha admiração e respeito pelo seu
trabalho.
A minha co-orientadora Drª Ieda Del’Arco Sanches, pelo apoio, orientação e
conhecimento compartilhado quebrando a barreira da distância e sendo essencial para meu
crescimento profissional.
Ao meu co-orientador Dr. Adão Wagner Pego Evangelista que me conduziu e
orientou antes mesmo da entrada efetiva na pós-graduação.
Agradeço ainda aos professores do Núcleo de Pesquisa em Clima e Recursos
Hídricos do Cerrado, Dr. José Alves Júnior, Dr. Márcio Mesquita, Dr. Rilner Alves Flores
pelos ensinamentos transmitidos na execução deste trabalho.
A doutoranda Jordana de Moura Caetano pela amizade, paciência e boa vontade
em me auxiliar em momentos cruciais deste trabalho.
A doutoranda Tallyta Ramalho pela amizade, pelas risadas e lágrimas
compartilhadas e seu apoio fundamental na caminhada deste mestrado.
A doutoranda Sulimar Munira do INPE pelo apoio, sugestões e disponibilidade
no decorrer do trabalho no modelo agrometeorológico espectral.
Aos alunos de iniciação científica Anniely, Bárbara, Bruno, Brunna, Larissa,
Lucas, Marília, Pedro, Rafael, por me auxiliar na condução desta pesquisa. E aos colegas de
pós-graduação Allison, Ana Cláudia, Elson, Déborah, João Maurício, Miguel, Raiane,
Rhérisson, Ricardo, Rodolfo, Rodrigo, Walter, obrigada pelo convívio, solidariedade e
amizade compartilhadas durante todo esse tempo.
Ao secretário do PPGA Welinton Barbosa Mota pela amizade.
Aos amigos para a vida toda Wildson Pereira e Murylo Rodrigues por sempre
andar do meu lado, estimulando e encorajando sempre ao longo da convivência diária.
10
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS
Tabela 3.0 Características espectrais das bandas dos sensores a bordo da plataforma 37
Landsat-8.................................................................................................
Tabela 3.1 Análise química do solo latossolo vermelho-amarelo distrófico em 53
Santo Antônio de Goiás-Go......................................................................
Tabela 3.2 Coeficiente da cultura (kc) para cana-planta e cana soca em diferentes 56
períodos de desenvolvimento..................................................................
Tabela 4.1 Coeficiente de sensibilidade ao déficit hídrico (ky) calibrados para 91
cultura da cana-de-açúcar em diferentes períodos de desenvolvimento
Tabela 4.2 Classificação do desempenho dos métodos de estimativa da 98
produtividade agrícola pelo índice c........................................................
Tabela 4.3 Evapotranspiração da cultura (ETc) e evapotranspiração real (ETr)
acumulada (mm) ocorrida em cada estádio fenológico da cultura de
cana-de-açúcar cultivada em Santo Antônio de Goiás – Go, nas safras 100
de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016...................................................
Tabela 4.4 Deficiência hídrica acumulada (mm) ocorrida em cada estádio
fenológico da cultura de cana-de-açúcar cultivada em Santo Antônio de 102
Goiás – Go nas safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016.................
12
LISTA DE FIGURAS
Figura 1.0 Relação de unidades produtoras de etanol e açúcar do estado de Goiás 19
associadas ao SIFAEG..............................................................................
Figura 2.0 Estádio fenológico da cana-de-açúcar........................................................ 23
Figura 3.0 Curva de fator de reflectância típica de uma folha verde ............................. 34
RESUMO GERAL
QUIRINO, D. T. Resposta da variedade CTC-4 de cana-de-açúcar em função de dados
agroclimáticos e espectrais em Santo Antônio e Goiás. 2017. 115 f. Dissertação (Mestrado
em Agronomia: Solo e Água) Escola de Agronomia, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2017.1
1
Adviser: Prof. Dr. Derblai Casaroli, EA/UFG.
Co-adviser: Prof. Drª. Ieda Del’Arco Sanches, INPE.
Prof. Dr. Adão Wagner Pêgo Evangelista
15
GENERAL ABSTRACT
QUIRINO, D. T. Response of the sugarcane variety CTC-4 as a function of agroclimatic
and spectral data in Santo Antônio de Goiás. 2017. 115 f. Dissertation (Master’s degree
in Agronomy: Soil and Water) College of Agriculture, Universidade Federal de Goiás,
Goiânia, 2017.1
Sugarcane is one of the crops that has relevance in the Brazilian economy due to its
diversified utility. Consequently, the availability of accurate information on biometric
behavior, crop tolerance and crop productivity can assist in the decision-making of variety
roll-out in the region. Information about the climatic conditions of a region associated with
mathematical models of agricultural productivity estimation is important for the sugar and
alcohol sector, helping to organize the operations in the plants. The objective of this study
was to evaluate sugarcane responses to central-western agrometeorological variables as well
as to compare four methods to estimate sugarcane productivity in the municipality of Santo
Antonio de Goias. The experiment was carried out in the municipality of Santo Antônio de
Goiás, whose productive area belongs to the CentroÁlcool S.A. plant. The sugarcane variety
CTC-04 was used in a productive area of 193 ha, with cultivation in dry conditions. The
evaluations were carried out in the cane-plant and cane-soca cycle (1st and 2nd soca),
referring to the harvests of 2013/2014, 2014/2015 and 2015/2016. The biometric variables
were: height, diameter, number of green leaves and index of leaf area in relation to time and
climatic variables. Evapotranspiration was obtained by the FAO standard Penman-Monteith
method, the daily climatological water balance was calculated by the methodology proposed
by Thornthwaite and Mather. The estimation of productivity of the sugarcane crop was
estimated by four models: Agroecological Zone (ZAE), model proposed by Scarpari, model
proposed by Martins and Landell and Spectral Agrometeorological. The precipitation
volume in the years of 2014, 2015 and 2016 in the dry and rainy periods registered a volume
lower than predicted in the climatological normal. The average air temperature remained
within the expected range. The water balance of the crop recorded in crop seasons 13/14,
14/15 and 15/16 an accumulated water deficit of 857.91 mm, 772.38 mm, 599.81 mm
respectively. The biometric behavior of sugarcane cultivated in Santo Antônio de Goiás
presented an average rate of stem height and diameter in the crops of 13/14, 14/15 and 15/16
of 0.49 cm day -1, 0.022 mm, 1.14 cm dia-1 0.04 mm and 0.75 cm dia, 0.04 mm respectively.
The average number of green leaves was 7 leaves for crops 13/14 and 14/15 and 8 in the
15/16 crop. The CTC-04 variety showed a better productivity index in rainfed cultivation in
the cane-plant cycle. Among the models analyzed to estimate the sugarcane yield, Spectral
Agrometeorological showed superior capacity in relation to the others to estimate sugarcane
productivity. In addition, its implementation is low cost and allows throughout the crop to
monitor the average climatic conditions by phenological stage, identifying the potential
losses in productivity caused by water deficiency. The model proposed by Scarpari presented
a better estimate of sugarcane productivity in the cane-plant cycle. The model proposed by
Martins and Landell overestimated the actual productivity of the crop probably because it
does not count on a penalization of the occurrence of climate restriction.
1
Adviser: Prof. Dr. Derblai Casaroli, EA/UFG.
Co-adviser: Prof. Drª. Ieda Del’Arco Sanches, INPE.
Prof. Dr. Adão Wagner Pêgo Evangelista
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1 INTRODUÇÃO GERAL
2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA
CANA-DE-ACÚCAR
Goiás vem ganhando cada vez mais importância, no cenário nacional, no que se
refere à cadeia produtiva da cana-de-açúcar, com aumento da área plantada e produção
(Tabela 1). Dentre os fatores que favoreceram a implantação da cultura na região de Goiás,
destaca-se o clima tropical, com duas estações distintas quanto ao regime hídrico, uma
quente e úmida, favorecendo a germinação, o perfilhamento e desenvolvimento vegetativo,
e outra com temperaturas mais amena e seca, que favorece a maturação e o acúmulo de
sacarose na planta (CONAB, 2016).
20
MORFOLOGIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
Colmo
Folhas
Inflorescência
Raiz
FENOLOGIA DA CANA-DE-AÇÚCAR
A fase de brotação compreende o período que vai desde o plantio até a brotação
das gemas. Sob as condições do solo, a brotação começa de 7 a 10 dias e geralmente dura ao
redor de 30-35 dias (Magro et al., 2011). O broto se desenvolve a partir do rompimento das
folhas lignificadas da gema e sai pelos poros germinativos desenvolvendo-se em direção à
superfície do solo, sendo que logo em seguida, começam a aparecer às primeiras raízes
denominadas de raízes de fixação (Ripoli et al., 2007).
O perfilhamento é iniciado a partir de aproximadamente 40 dias após o plantio,
e pode atingir o pico em cerca de 3 a 5 meses sob condições favoráveis de precipitação
(Oliveira et al., 2004; Silva et al., 2008; Almeida et al., 2008). O perfilhamento é governando
inicialmente pela temperatura e radiação, porém também é afetado pela variedade, densidade
de plantio, ciclo (cana-planta ou cana-soca) e disponibilidade de água e de nitrogênio no
solo. A cana-de-açúcar perfilha nos primeiros meses após o plantio ou a rebrota, e esse
perfilhamento intensifica-se à medida que as condições de temperatura e disponibilidade
hídrica são favorecidas. Após este período, o número de perfilho diminui até se estabilizar
(Suguirani & Matsuoka, 2001).
O estádio de crescimento dos colmos começa a partir de 120 dias após o plantio
(DAP), e vai até 270 DAP, em um cultivo de 12 meses. Durante o período anterior, no
perfilhamento, ocorre uma estabilização. Do total de perfilho produzidos apenas 40 a 50%
sobrevivem até 150 DAP, para formar colmos. Essa é a fase mais importante do cultivo onde
acontece a formação e alongamento do colmo e deste modo resultando na produção da cana-
de-açúcar (Casagrande, 1991).
24
regiões não chegam a apresentar temperatura letal para a grande maioria das plantas. As
áreas do Cerrado apresentam temperaturas mínimas cujos valores oscilam entre 8 °C e 15
°C nos meses de junho e julho e anuais entre 19 °C e 23 °C (Silva et al., 2008).
No semestre outono–inverno, que coincide com a estação seca em grande parte
da área do Cerrado, acontece um decréscimo significativo da umidade relativa do ar, sendo
os meses de agosto e setembro os que apresentam os menores índices com valores oscilando
entre 40% e 60% (EMBRAPA, 2008).
A precipitação em Goiás possui o regime de 1.500 mm ano-1, apesar da
variabilidade inerente, o Cerrado apresenta um padrão de precipitação que se caracteriza por
acontecer em dois períodos, um seco e outro chuvoso, que variam no espaço e no tempo
dentro da área de domínio do bioma (Assad, 1994).
com os dados validados e geraram valores de R2 próximos a 1 como altura 0,96, perfihos
0,89, índice de área foliar 0,98, sacarose 0,81 e folhas verdes 0,94.
O AquaCrop prediz a produtividade das culturas, a necessidade de água e a
eficiência do uso da àgua, sob condições limitantes de déficit hídrico (Raes et al., 2009).
Alencar, 2014 observa-se que o modelo AquaCrop apresentou um bom ajuste aos dados
observados com boa precisão (r2=0,92), explicando 92% da variabilidade dos dados
observados em experimentos de campo. O modelo subestimou os valores entre 120 e 230
DAC, superestimando a biomassa no final do ciclo, apresentando erro de 3,43 t ha -1 e um
erro de estimativa final da biomassa de 8,2%.
Um modelo denominado Crop-Environment Resource Synthesis (CERES),
desenvolvido no Laboratório de Solo e Água em Terreno de Pastagem (Grassland Soil and
Water Laboratory) (Jones et al., 1986), foi aplicado para estimativa de produtividade do
milho nos Estados Unidos com resultados promissores, indicando sua potencialidade na
previsão de safra em grande escala (Hodges et al., 1987). Esse modelo também foi aplicado
e avaliado para as culturas de milho (Liu; B.W; Liu, 1989) e de trigo (Aunciação; Liu, 1991)
no Brasil com resultados satisfatórios. Os modelos de processos fisiológicos, que simulam
o crescimento e o desenvolvimento de uma cultura específica, têm suas bases fisiológicas e
físicas.
O modelo de crescimento Q-CANE é o resultado de um projeto iniciado na
Austrália, para estudo dos processos ecofisiológicos da cana-de-açúcar em base diária, os
quais estão relacionados com o desenvolvimento fenológico e as condições ambientais do
local de cultivo. Esses processos são representados por módulos que consideram o
desenvolvimento do dossel, fotossíntese, respiração e partição de carboidratos para os órgãos
das partes de crescimento e respiração (Liu, 2001).
O Método da Zona Agroecológica (ZAE), desenvolvido por Kassam (Fischer et
al., 2002; Doorenbos & Kassam, 1979), sendo uma forma muito precisa para a estimativa da
produtividade potencial das culturas em função do clima (Tubiello et al., 2007). Além disso,
esta produtividade potencial pode ser penalizada pelo déficit hídrico, de vez que este modelo
é capaz de estimar a produtividade real com alta precisão (Gouvêa et al., 2009; Marin et al.,
2008).
Picoli (2006) e Sugawara et al. (2007) estimaram a produtividade da cana-de-
açúcar por meio de variáveis agrometeorológicas e espectrais utilizando dados do satélite
Landsat, com abrangência local. Picoli et al. (2009) utilizaram o sensor MODIS na
31
SENSORIAMENTO REMOTO
da área usando as matrizes confusa, regressão linear simples e regressão linerar múltipla
(Gallego & Delince, 1995b).
Smith & Fuller (2001) utilizaram uma base cartográfica de uso de solo gerado
com SIG para classificar 21 tipos de uso do solo utilizando dados de satélite. Concluíram
que a criação de um banco de dados pelo SIG facilita a identificação e a estimativa de área
ocupadas pelos 21 tipos de uso do solo com uma acurácia variando de 84% a 95%
Detecção de pragas na plantação e gargalos no processo produtivo: quando os
fitopatógenos infectam plantas, a absorção da luz incidente apresenta mudanças no intervalo
da região do visível e do infravermelho. Este acontecimento é devido, provavelmente, a
diminuição do teor de clorofila, alterações em outros pigmentos e na estrutura interna da
folha. A mudança na absorção da luz incidente, consequentemente, influencia a reflectância
de plantas infectadas. Doenças de plantas, em alguns casos, diminuem o teor de clorofila, e
a absorção da radiação solar incidente na planta doente, resulta em uma diminuição na região
do visível e consequentemente a reflectância geralmente é maior na faixa do visível. A alta
reflectância das plantas verdes na faixa do infravermelho próximo é, principalmente, devido
a estrutura interna das folhas. Plantas doentes também podem apresentar diferentes graus de
alterações que levam a uma diminuição da reflectância espectral na faixa do infravermelho
próximo (Naue, et al., 2011). Diante deste conhecimento, Zhang et al., (2003) utilizaram
imagens hiperespectrais para detecção da requeima do tomateiro (Lycopersicon esculentum)
em grandes áreas de plantio de tomate. Os autores relataram que esta doença foi
diagnosticada pelo sensoriamento remoto hiperespectral e que a região que melhor
proporcionou o diagnóstico foi a do infravermelho próximo, devido ao fato desta doença
alterar a estrutura interna da folha e devastar rapidamente lavouras de tomate.
Apan et al. (2004) verificaram que áreas de cana-de-açúcar infectadas com
ferrugem alaranjada apresentaram diferenças em sua resposta espectral podendo ser
discriminada de áreas não contaminadas em determinados comprimentos de onda. Segundo
os mesmos autores as bandas que permitiram uma maior discriminação estavam localizadas
na região do infravermelho próximo entre 750 nm a 880 nm e 1070 nm. As regiões afetadas
pela doença tiverem a reflectância diminuída principalmente na região espectral do verde e
do infravermelho próximo.
Lausch et al. (2015), para caracterizar os estágios fenológicos da cevada
utilizaram índices de vegetação, parâmetros relacionados com a fenologia e imagens
hiperespectrais. Os autores consideraram que o uso de imagens hiperespectrais foi
33
Índices de vegetação
Segundo Streit et al. (2005), a planta só utiliza uma parte da REM no processo
de fotossíntese, que é conhecida como radiação fotossinteticamente ativa (RFA, ou PAR, do
inglês Photosynthetically Active Radiation. A RFA compreende a faixa espectral da radiação
solar de comprimento de onda de 400a700 nm (Monteith, 1972), e está diretamente associada
à produção de biomassa e ao crescimento de plantas; sendo essencial no cálculo da área
foliar do dossel vegetativo de culturas.
O intervalo entre 400-700 nm corresponde à região espectral do visível, e
juntamente com a região do infravermelho próximo (700-1300 nm) são as mais utilizadas na
configuração de sensores para imageamento da vegetação terrestre (Meneses, 2012b; Liu,
2006; Novo, 2010). O comportamento da planta na região do visível, quando suas funções
fotossintéticas estão em funcionamento normal, é o de alta absorção da REM (Ponzoni &
Shimabukuro, 2010), devido à absorção da energia pelos pigmentos fotossintetizandes (e.g.
clorofilas). No entanto, essa absorção não é uniforme, conforme pode ser observado na
Figura 4. A região do azul (400-500 nm) e do vermelho (600-700 nm) sãoas faixas em que
a planta absorve mais a REM, pois as clorofilas (a e b) absorvem exatamente nessa parte do
espectro. Em contraste, no infravermelho próximo a planta reflete muita REM, pois nessa
região o comportamento espectral das plantas é regido pela estrutura interna das folhas.
Figura 3.0 Curva de fator de reflectância típica de uma folha verde (Adaptado de Novo,
2010).
35
Dados espectrais
36
Tabela 3.0 Características espectrais das bandas dos sensores a bordo da plataforma
Landsat-8. Fonte: USGS (2017).
Satélite LANDSAT-8
Operacional Land Imager (OLI) Bandas 1 a 9 e Thermal Infrared
Características
Sensor (TIRS) Bandaas 10 e 11
Largura de Faixa 170x185 km
Bandas Banda 1 Visível Ultra-Azul (0.43 - 0.45µ) - 30 m
Banda 2 - Visível Azul (0.45 - 0.51 µ) - 30 m
Banda 3 - Visível Verde (0.53 - 0.59 µ) - 30 m
Banda 4 - Visível Vermelho (0.64 - 0.67 µ) - 30 m
Banda 5 - Infravermelho Próximo (NIR) (0.85 - 0.88 µ) 30 m
Espectrais/Resolução Banda 6 - Infravermelho Médio/SWIR 1 (1.57 - 1.65 µ) 30 m
Banda 7 - Infravermelho Médio/SWIR 2 (2.11 - 2.29 µ) 30 m
Banda 8 - Pancromatica (0.50 - 0.68 µ) 15 m
Banda 9 - Cirrus (1.36 - 1.38 µ) 30 m
Banda 10 - Infravermelho Termal (TIRS) 1 (10.60 -11.19 µ) 100 m
Espacial Banda 11 - Infravermelho Termal (TIRS) 2 (11.50 - 12.51 µ) 100 m
Resolução Radiométrica 16 Bits
Projeção Projeção UTM, Datum WGS 1984
Revisita 16 dias
Órbita Heliossíncrona (altitude de 705 km)
38
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48
RESUMO
The areas cultivated with sugarcane have been expanding in the state of Goiás,
both for the production of sugar and alcohol. The objective of this study was to evaluate
sugarcane responses to agrometeorological variables in the Midwest. The experiment was
carried out in the municipality of Santo Antônio de Goiás, whose productive area belongs to
the CentroÁlcool S.A. plant. The sugarcane variety CTC-04 was used in a productive area
of 193 ha, with cultivation under dry conditions. The evaluations were carried out in the cane
50
plant and cana soca cycle (1st and 2nd soca), referring to the harvests of 2013/2014,
2014/2015 and 2015/2016. The biometric variables were: height, diameter, number of green
leaves and index of leaf area in relation to time and climatic variables of precipitation, air
temperature, relative humidity, wind speed. The daily meteorological data were collected
from the automatic rainfall station of EMBRAPA Arroz e Feijão - located in the municipality
of Santo Antonio de Goiás. Evapotranspiration was obtained by the FAO standard Penman-
Monteith method, the daily climatological water balance was calculated by the methodology
proposed by Thornthwaite and Mather. Productivity was obtained by data observed in the
field. The precipitation volume in the years of 2014, 2015 and 2016 in the dry and rainy
periods registered a volume lower than predicted in the climatological normal. The average
air temperature remained within the expected range. The water balance of the crop recorded
in crop seasons 13/14, 14/15 and 15/16 an accumulated water deficit of 857.91 mm, 772.38
mm, 599.81 mm respectively. The biometric behavior of sugarcane grown in Santo Antônio
de Goiás presented a mean growth rate of stem height and diameter in the 13/14, 14/15 and
15/16 yields of day-1, 0.022 mm, 1.14 cm dia-1 0.04 mm and 0.75 cm dia, 0.04 mm
respectively. The average number of green leaves was 7 leaves for crops 13/14 and 14/15
and 8 in the 15/16 crop. The CTC-04 variety showed a better productivity index in rainfed
cultivation in the cane-plant cycle.
INTRODUÇÃO
No Brasil, a cana-de-açúcar vem apresentando significativo crescimento tanto
em área plantada quanto em produtividade. Na safra 2016/2017, ocupou uma área de plantio
de 1.020,8 milhões de hectares, com produtividade média estimada de 72,02 toneladas por
hectare (CONAB, 2017). Vale ressaltar que a produtividade brasileira corresponde a mais
de um terço da produção mundial (FAO, 2015). O estado de Goiás destaca-se como o
segundo maior produtor da cultura, com área plantada de 962,6 mil hectares com
produtividade de 70.253 kg ha-1, sendo superado apenas pelo estado de São Paulo, com área
igual a 4.773,2 mil hectares com produtividade 77.501 kg ha-1.
O crescimento e o desenvolvimento vegetal são processos relacionados e que
podem ocorrer simultaneamente ou não. O crescimento vegetal é o aumento irreversível em
alguma dimensão física da planta ou de um de seus órgãos com o tempo, como é o caso do
aumento em massa seca e em altura. O desenvolvimento é o processo no qual células e
órgãos passam por vários estádios identificáveis durante o seu ciclo de vida (Wilhelm &
McMaster, 1995).
A cana-de-açúcar é uma gramínea da família Poaceae, e como pode ter vários
ciclos de desenvolvimento, é caracterizada como uma cultura semiperene, permitindo uma
média de cinco cortes para, posteriormente, ser feita a reforma do canavial. Possui um rápido
51
concentrando-se nos meses de primavera e verão (outubro a março), curtos períodos de seca,
chamados de veranicos, podem ocorrer em meio à estação, criando sérios problemas para a
agricultura (Coutinho, 2002).
Assim, este estudo teve por objetivo avaliar as respostas da cana-de-açúcar às
variáveis agrometeorológicas atuantes do Centro-Oeste.
MATERIAL E MÉTODOS
adubação foi feita pela aplicação de 120 kg ha-1 de P2O5, e em cobertura 380 kg ha-1 do
formulado 18-00-27 (N-P-K). As plantas daninhas foram controladas pela aplicação de
herbicidas para o controle de plantas daninhas de folhas largas, nas quantidades
recomendadas pelo fabricante.
Os dados meteorológicos diários foram coletados da estação pluviométrica
automática da EMBRAPA – Arroz e Feijão, localizada no município de Santo Antônio de
Goiás. A distância entre o posto meteorológico em questão e a área experimental 7,0 km da
área de estudo. A distância da estação meteorológica está em conformidade com os padrões
do guia de instrumentos meteorológicos e métodos de observação da Organização de
Meteorologia Mundial (OMM), onde instrui que a estação meteorológica possui uma
representatividade de um raio de 100 km em torno da estação, mas para aplicações em
pequena escala ou locais, a área considerada pode ter dimensões de 10 km ou menos (WMO-
Nº8, 2008). Os dados coletados em escala diária ao longo do experimento foram
temperaturas máximas e mínimas (°C), precipitação (mm), umidade relativa do ar (%),
velocidade média do vento a 2 m de altura (m s -1), radiação solar global e saldo de radiação
(MJ m-2d-1).
As avaliações de biometria foram realizadas em cinco plantas marcadas em cinco
pontos da área (Figura 3.1), na safra 2013/2014 em ciclo de cana-planta os dados foram
coletados a partir de janeiro de 2014 (298 DAP), período em que foi aprovado pela destilaria
a implantação do experimento, com análises realizadas mensalmente. Nas safras de
2014/2015 e 2015/2016 as avaliações iniciaram 30 dias após o corte, repetindo-se a cada 15
dias até o final do ciclo.
Para avaliar o crescimento, desenvolvimento e a produtividade foram adotados
as seguintes metodologias:
i) Fitomassa seca da parte aérea (FSPA) - foram coletadas amostras de colmos e folhas de
10 colmos, procedendo à secagem em estufa de ventilação forçada a 65 °C, durante um
período de 10 dias (massa constante), sendo posteriormente pesadas em balança digital e os
resultados expressos em g planta-1 ;
ii) Altura de colmos: foram medidas em cinco perfilhos ou colmos, com auxílio de uma fita
métrica, medindo a distância do solo até a inserção da folha +1, sendo utilizada como padrão
de altura de plantas (Silva et al., 2012);
55
iii) Número de perfilhos - foram contabilizados o número de perfilhos por metro linear,
amostrando-se um comprimento de 5 m lineares, procedendo-se posteriormente o cálculo do
número médio de perfilhos por m2.
iv) Diâmetro de colmo - mensurado com o auxílio de um paquímetro, realizada na base dos
colmos, próximo a superfície do solo.
v) Área foliar (AF, cm2) - mediu-se o comprimento (C, cm) e a largura máxima da folha +3
(L, cm) e contabilizou-se o número de folhas verdes (≥20% de área verde), conforme
metodologia descrita por Hermann & Câmara (1999) na Equação 1:
𝐴𝐹 = (𝐶 ∙ 𝐿 ∙ 0,75) ∙ (𝑁 + 2) [1]
sendo 0,75 o fator de correção para área foliar da cultura.
vi) Índice de área foliar (IAF, m2 m-2) obtido a partir da razão entre a AF por perfilho, do
número de perfilhos por metro linear (NP, m-2), e a superfície do solo (S, m2) (Watson, 1947)
conforme a Equação 2:
AF∙NP
I𝐴𝐹 = [2]
S
vii) Taxa de crescimento da cultura (TCC, g dia-1) - contabilizada pela variação da fitomassa
seca acumulada pela planta em um intervalo de tempo (tf - ti) (Reis & Muller, 1979;
Benicasa, 1988):
(FSƒ –FSi )
𝑇𝐶𝐶 = [3]
(tƒ— ti )
em que FSi é a fitomassa seca inicial e FS f a fitomassa seca final, obtida após um intervalo
de tempo, ti é a quantidade de dias transcorridos desde o plantio ou corte até a o dia da
amostragem, e tf o tempo da última amostragem do intervalo.
viii) Fitomassa de colmo (FMC) – contabilizada a partir da média da pesagem de 10 colmos
por parcela (kg).
ix) Número de colmos por metro (NC) – contabilização do número de colmos das duas linhas
centrais de cada parcela, dividindo-se pelo número de metros lineares.
x) Tonelada de colmo por hectare (TCH) - estimado em função da massa média dos colmos
da parcela e do número total de colmos presentes nas respectivas parcelas e um fator que é
em função do espaçamento de plantio, conforme evidencia a seguinte equação: 𝑇𝐶𝐻 = 𝑀1𝐶 ∙
𝑁𝐶𝑀 ∙ (100/1,5) ∙ (100/1000). Sendo que 1,5 referem-se ao espaçamento entre linhas, 100
referem-se aos metros lineares de um hectare, e 1000 é a correção de quilos para toneladas.
A Evapotranspiração potencial ou de referência (ETo, mm dia-1) foi estimada
pelo método de Penman-Monteith, padrão - FAO 56 (Allen et al., 2006):
56
900U 2 (es ea )
0,408 s (Rn G) +
ET0 = T + 273 [4]
s + (1 + 0,34U )2
sendo: s a declividade da curva de pressão parcial de vapor (kPa °C-1), estimada a partir de
(4098es)/(237,3 + T)2, Rno saldo de radiação (MJ m-2 d-1),Go fluxo de calor no solo (MJ m-
2 d-1), γa constante psicrométrica (0,063 kPa °C-1), T a temperatura do ar (°C), U2 a
velocidade do vento a 2,0 m de altura (m s-1), es e ea são, respectivamente, a pressão de vapor
de água na saturação e atual (kPa), estimadas a partir do seguinte conjunto de equações:
es = (esTmax + esTmin) / 2 [5]
esT = 0,611 ∗ 10[(7,5 ∗ T)/(237,3 + T)] [6]
ea = (URmed ∗ es) / 100 [7]
URmed = (URmax + URmin) / 2 [8]
T = (Tmax + Tmin) / 2 [9]
onde Tmax é a temperatura máxima do ar (°C), Tmin é a temperatura mínima do ar (°C), URmax
a umidade máxima do ar (%) e URmin a umidade mínima do ar (%).
O fluxo de calor no solo (G) foi calculado a partir da diferença entre a
temperatura média diária (Tmd) e a temperatura média dos três dias anteriores (T 3md), pela
Equação 10, descrita por Silva et al. (2011):
𝐺 = 0,38 ∙ (𝑇md − 𝑇3m ) [10]
O coeficiente de cultura (Kc) adotado para o cálculo do balanço hídrico da
cultura, para cada estádio do desenvolvimento, encontra-se na Tabela 3.2. Para a safra de
cana planta em 2013/2014 e cana soca em 2014/2015 e 2015/2016.
Tabela 3.2 Coeficiente de cultura (kc) para cana planta e cana soca em diferentes períodos
de desenvolvimento.
Cana planta Cana soca
Dias Kc Dias kc
1-61 0,40 1-61 0,40
62-153 0,75 62-153 0,75
154-244 1,10 154-244 1,10
245-334 1,25 245-334 1,25
335-485 0,70 335-365 0,70
Fonte: Doorenbos & Kassam (1994)
57
(TM– )2+(TM–25)2
𝐺𝑑 = ∙ 𝑓 ∙ 𝑁𝐷𝑀 [13]
2 ∙ (TM–Tm)
(TM–Tm) (TM–25)2
𝐺𝑑 = 𝑇𝑚 − 𝑇𝑏 + + ∙ 𝑓 ∙ 𝑁𝐷𝑀 [14]
2 2 ∙ (TM–Tm)
RESULTADOS E DISCUSSÃO
58
400 400
350 350
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
400 400
Precipitação (mm)
Precipitação (mm)
350 350
300 300
250 250
200 200
150 150
100 100
50 50
0 0
Figura 3.3 Precipitação (Prec.; mm) ocorrida nos anos de 2013 a 2016 com a normal
climatológica de precipitação registrada no período de 1986 a 2016 em Santo
Antônio de Goiás-GO.
menores que o valor mínimo exigido pela cultura. Contudo, a região apresentou valores
acumudados de precipitação acima da normal climatológica.
Souza et al. (1999), em cultivos de cana-soca com idade de 13 meses e utilizando
sistema de irrigação por aspersão tipo canhão, encontrarão para as variedades RB 72454, RB
76418 e SP 70-1011, máximas produtividades em colmos da ordem de 155,8, 126,9 e 141,9
t ha-1, com lâminas de água de 1.568, 1.424 e 1.589 mm, respectivamente.
Maule et al. (2001) verificaram que a cultivar SP79-1011 obteve produtividades
médias de 149, 154 e 170 t ha-1, com lâminas totais de 1478, 1695 e 1829 mm, para ciclos
de 14, 17 e 19 meses, respectivamente. Azevedo (2002) encontrou, para a mesma cultivar,
cultivada nos tabuleiros costeiros da Paraíba, produtividades de 52, 79, 93 e 92 t ha -1, para
uma precipitação efetiva junto com a irrigação de 609, 761, 905 e 1043 mm,
respectivamente, durante 12 meses de cultivo.
A temperatura do ar é outro elemento meteorológico que influência no
crescimento da cana-de-açúcar (Almeida, et al., 2008). Barbieri et al. (1981) determinaram,
em condições de campo, que a temperatura basal para a cana-de-açúcar é de
aproximadamente 20°C.
40
35
30
Temperatura °C
25
20
15
10
Figura 3.4 Temperatura máxima, mínima e média ocorrida nos anos de 2013 a 2016 com a
normal climatológica de temperatura registrada no período de 1986 a 2016 em
Santo Antônio de Goiás-GO e a temperatura ótima mínima e máxima para a
cultura de cana-de-açúcar.
450
400
Graus-dia acumulados (°C)
350
300
250
200
150
100
50
0
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 3.5 Graus-dia acumulados mensalmente registrados durante os anos de 2013 a 2016
e graus-dias acumulado obtido com a normal climatológica da região de Santo
Antônio de Goiás.
45
Graus-dia negativos acumulados (°C)
40
35
30
25
20
15
10
5
0
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
300 300
250
200
200
150
100
100
mm
mm
50 0
0
-100
-50
-100
-200
-150
-200 -300
JAN FEV MAR ABR MAIO JUN JUL AGO SET OUT NOV DEZ
Figura 3.7 Extrato do balanço hídrico mensal obtido com normal climatológica com o
excedente hídrico (EXC), deficiência hídrica (DEF), lâmina crítica, lâmina real,
lâmina da capacidade de campo e lâmina do ponto de murcha permanente
realizado no município de Santo Antônio de Goiás-GO do período de 1983 a
2004.
Por meio do balanço hídrico de cultivo especifico de uma cultura, podemos obter
o balanço hídrico do solo. Com o balanço hídrico da cana-de-açúcar é possível identificar os
períodos de déficit e superavit hídrico, calculados dentro dos ciclos e da fase fenológica da
cultura. O balanço hídrico para a cultura de cana-de-açúcar, na safra 2013/2014, em cultivo
de cana-planta do período de 01/04/2013 à 30/09/2014, determinou um déficit hídrico
acumulado (DEFacum) total de 857,91 mm, a maior lâmina de DEFacum em um mês (105,97
mm) foi registrada em outubro de 2013. A evapotranspiração real total foi 1.078,09, com
mínima 0,05 mm dia-1 em 03/09/2014 (521 DAP), máxima de 8,02 mm dia-1 registrada em
(312 DAP) e a média para a safra foi de 1,97 mm dia-1 (Figura 3.8).
No estádio de brotação (50 DAP) da cana-planta ocorreu um DEFacum de 20,73
mm e no perfilhamento (120 DAP) 153,21 mm. No balanço hídrico normal o registro para
este estádio foi de 31,15 mm e 316,35 respectivamente. A evapotranspiração real da cultura
acumulada (ETRacum) na brotação foi de 69,27 mm e durante o perfilhamento foi de 71,22
mm, comparando com a evapotranspiração da cultura acumulada (ETCacum) durante o
estádio de brotação e perfilhamento foi registrado uma redução de 23,02% e 68,72%
respectivamente.
64
70 250
65
60
40
35 150
30
25
20
15 100
10
5
0 50
-5
-10
-15
-20 0
DEF EXC Etr Lam crit Lam CC Lam PMP Lam real
70 250
45
40
35 150
30
25
20
15 100
10
5
0 50
-5
-10
-15
-20 0
DEF EXC Etr Lam real Lam crit Lam PMP Lam CC
70 250
65
45
40
35 150
30
25
20
15 100
10
5
0 50
-5
-10
-15
-20 0
DEF EXC Etr Lam real Lam crit Lam CC Lam PMP
Figura 3.8 Extrato do balanço hídrico diário com o excedente hídrico (EXC), deficiência
hídrica (DEF), evapotranspiração da cultura (ETc), lâmina crítica, lâmina real,
lâmina da capacidade de campo e lâmina do ponto de murcha permanente
realizado no município de Santo Antônio de Goiás-GO das safras 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016.
66
14 0,20
1,20 30 0,08 0,01
A = -0.003x2 + 2.9502x - 338.9 Fv = 3E-06x3 - 0,003x2 + 1,363x - 171,9
D = -7E-09x4 + 1E-05x3 - 0,005x2 + 1,219x - 74,73 0,15 IAF = 9E-07x3 - 0,0012x2 + 0,5199x - 65,2
400 R² = 0.9809 12 R² = 0,897 0,00
1,00 29 R² = 0,960 0,06 7,00 R² = 0,9833
Taxa de crescimento
10
N° de folhas verdes
Taxa de crescimento
Índice de área foliar
0,80 28 0,04 0,05
Diâmetro (mm)
350 -0,02
Altura (cm)
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
300 3
Diâmetro (mm)
10 0,05
Altura (cm)
DAC - 2ª Safra Altura Taxa Cresc DAC - 2ª Safra Diâmetro Taxa Cresc DAC - 2ª Safra F. Verdes Taxa Cresc DAC - 2ª Safra IAF Taxa cresc
0,08
300 3,0
Taxa de crescimento
25 0,1
N° de folhas verdes
Taxa de crescimento
Índice de área foliar
0,35 8 0,07 10
Diâmetro (mm)
250 2,5
Altura (cm)
Figura 3.9 Análise de regressão da média da altura (cm), média do diâmetro (mm), média de número de folhas verdes e média do índice de
área foliar (cm) e a taxa de crescimento da cana-de-açúcar, em função do tempo cultivada em Santo Antônio de Goiás nas safras 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016.
71
amplitude térmica de 3.958 °C. Durante a safra houve um registro total de ETR de 1.090,43
mm, com mínima registrada de 0,03 mm dia -1, máxima de 4,06 mm dia-1 e a média foi de
1,41 mm dia-1. A altura máxima atingida da 2ª soca aos 340 DAC ocorreu com um
acumulado de 477 de ETR, graus dia de 2.367 °C e graus-dia negativo de 172 °C. No terceiro
ciclo de cultivo (2015/2016) de cana-de-açúcar registrou um déficit hídrico médio no estádio
de brotação 0,70 mm, durante o perfilhamento o déficit médio foi de 0,22 mm, porém
ocorreu um excedente médio de 1,39 mm anulando o efeito da deficiência hídrica neste
estádio sendo favorável ao desenvolvimento da altura da cana-de-açúcar. Ao longo do
estádio de crescimento ocorreu um déficit hídrico médio de 3,12 mm prejudicando o
desenvolvimento da cana-de-açúcar com taxa de crescimento de 0,62 cm d-1. No estádio de
maturação da cana-de-açúcar o registro de déficit hídrico médio aumentou para 3,52 mm.
73
450 6500 450 450 A = -2E-05x3 + 0,016x2 - 4,780x + 1000 450 3500
A = -0.003x2 + 2.9502x - 338.9 A = -2E-05x3 + 0,016x2 - 4,780x + 450 500
A = -0.003x2 + 2.9502x - 338.9 1200 662,6 900
R² = 0.9809 662,6 A = -2E-05x3 + 0,016x2 - 4,780x +
R² = 0.9809 6000 R² = 0,993 3000 450
800 R² = 0,993 662,6
Graus-dia (°C)
Altura (cm)
Altura (cm)
Altura (cm)
Altura (cm)
800
ETr (mm)
600
Altura (cm)
5000 2000 300
350 350 350 500 350
600 350 250
4500 400 1500
200
4000 400 300 150
300 300 300 1000 300
200 300
100
3500 200 500
100 50
250 3000 250 0 250 0 250 0
250 0
250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 600 250 300 350 400 450 500 550 600
250 300 350 400 450 500 550 600
DAP - 1° Safra ALTURA Etr DAP - 1° Safra ALTURA DEF DAP - 1° Safra ALTURA GD DAP - 1 ° Safra ALTURA GDN
DAP - 1º Safra ALTURA AMP
Graus-dia (°C)
140
Altura (cm)
250 250
Altura (cm)
250
Altura (cm)
ETr (mm)
Altura (cm)
Altura (cm)
250 120
2000 620
200 200 200 500 200
200 100
1500 400 1000
150 150 150 150 80
420 150
1000 100 300 60
100 100 100
500 100
220 200 40
50 500 50 50 100 50 50 20
0 0 0 20
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 0 0 0 0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DAC - 2° Safra ALTURA AMP DAC - 2° Safra ALTURA Etr ALTURA DEF DAC - 2° Safra ALTURA GD DAC - 2° Safra
DAC - 2° Safra ALTURA GDN
Graus-dia (°C)
Altura (cm)
250
Altura (cm)
Altura (cm)
3000
Altura (cm)
ETr (mm)
250
2500 200 620 200 500 200 200 100
200
2000 400 1000 80
150 150 150 150
150 420
1500 300 60
100 100 100 100 100
1000 220 200 500 40
50 500 50 50 50 50 20
100
0 0 0 20 0 0 0 0 0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DAC - 3° Safra ALTURA Etr DAC - 3° Safra ALTURA DEF DAC - 3° Safra ALTURA GD DAC - 3° Safra ALTURA GDN
DAC - 3° Safra ALTURA AMP
Figura 3.10 Análise de regressão da média da altura (cm) da cana-de-açúcar versus a amplitude térmica (°C), evapotranspiração real da cultura
(ETr), déficit hídrico (mm), graus-dia (°C) e graus-dia negativo (°C), cultivada em Santo Antônio de Goiás nas safras 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016.
O diâmetro é atributo biométrico influenciado pelo regime hídrico e também
pode ser afetado pelo genótipo (Silva; Costa, 2004). Macedo et al. (2012) ao avaliarem a
RB835486 e a RB867515 sob diferentes regimes hídricos, observaram que o DMC variou
em função do ambiente e da variedade; também foi constatado que o maior potencial
produtivo das variedades foi expresso em condições irrigadas.
O diâmetro atingiu seu máximo crescimento aos 490 DAP na safra de 2013/2014
em ciclo de cana-planta, com uma amplitude térmica acumulada de 5.739 °C, de ETR
acumulada de 1.055 mm, graus-dia de 2.982°C e graus-dia negativo de 450 °C (Figura 3.11).
Os resultados obtidos neste trabalho se aproximam dos resultados de Oliveira et al. (2004)
com cana-planta em regime de sequeiro na região de Paranavaí (PR) que verificaram
diâmetro de 30,4 mm para a variedade RB72454; 28,9 mm para a RB855113 e 27,3 mm para
a RB855536, aos 377 DAP.
Na safra de 2014/2015 o diâmetro atingiu ponto de máximo desenvolvimento
aos 127 DAC com uma amplitude acumulada de 1.317 °C, ETR acumulada de 230 mm,
graus-dia de 904 °C e graus-dia negativo de 12 °C (Figura 3.11).
O diâmetro atingiu ponto de máximo desenvolvimento na safra 2015/2016 aos
214 DAC com uma amplitude acumulada de 2.207 °C, ETR acumulada de 407 mm, graus-
dia de 1.522 °C e graus-dia negativo de 28 °C (Figura 3.11). O número de folhas verdes
obteve seu ponto de máximo aos 207 DAC com uma amplitude acumulada de 1.947 °C, ETr
acumulada de 401 mm, graus dia de 1.383 °C e graus-dia negativo de 16 °C (Figura 3.11).
Oliveira et al. (2014), avaliando dois cultivares de cana-de-açúcar (RB85-5453
e SP80-1816) em Latossolo Vermelho Distrofico de textura média em Minas Gerais,
observaram que o diâmetro variou entre 29,28 mm e 30,43 mm, valores esses próximos aos
obtidos neste trabalho.
75
Graus-dia negativo(°C)
Amplitude térmica (°C)
32 32 32 32
Diâmetro (mm)
Diâmetro (mm)
800
Diâmetro (mm)
Diâmetro (mm)
Graus-dia (°C)
Diâmetro (mm)
31 31 31 31 31
ETr (mm)
600 300
4000 30 30 30 2000 30
30 250
600 500
29 29 29 29 29
3000 1500 200
400
28 28 28 28 28
400
27 2000 27 300 27 1000 27 150
27
26 26 26 200 26 26 100
1000 200 500
25 100 50
25 25 25 25
24 0
24 0 24 0 24 0 24 0
250 300 350 400 450 500 550
250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550
DAP - 1° Safra DIAMETRO AMP DAP - 1° Safra DIAMETRO Etr DAP - 1° Safra DIAMETRO DEF DAP - 1° Safra DIAMETRO GD DAP - 1° Safra DIAMETRO GDN
Diâmetro (mm)
Diâmetro (mm)
Diâmetro (mm)
Diâmetro (mm)
Graus-dia (°C)
28 28 28 28 28
DEF (mm)
500
ETr (mm)
2000 400 1500 120
23 23 23 400 23 23 100
1500 300 1000 80
300
18 18 18 18 18 60
1000 200
200
500 40
13 500 13 100 13 13 13
100 20
8 0 8 0 8 0 8 0 8 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DIAMETRO DAC - 2ª Safra DAC - 2ª Safra DIAMETRO DAC - 2ª Safra DIAMETRO
DAC - 2ª Safra DIAMETRO DAC - 2ª Safra DIAMETRO
GD GDN
AMP Etr DEF
3500 140
25 28 820 28 400 28
Graus-dia (°C)
Diâmetro (mm)
28
Diâmetro (m)
Diâmetro (m)
Diâmetro (m)
3000
Diâmetro (m)
DEF (mm)
ETr (mm)
1500 120
20 2500 23 620 23 300 23 23 100
15 2000 1000 80
1500 18 420 18 200 18 18
10 60
1000 500
13 220 13 100 13 40
5 13
500
20
0 0 8 20 8 0 8 0 8 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DIAMETRO DIAMETRO
DAC- 3ª Safra DAC - 3ªSafra DIAMETRO DIAMETRO DIAMETRO
AMP Etr DAC - 3ª Safra DAC - 3ª Safra GD DAC - 3ª Safra GDN
DEF
Figura 3.11 Análise de regressão da média do diâmetro da cana-de-açúcar versus a amplitude térmica, evapotranspiração real da cultura (ETr),
déficit hídrico, graus-dia e graus-dia negativo cultivada em Santo Antônio de Goiás nas safras 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016.
76
O número máximo de folhas verdes na safra de 2013/2014 ocorreu aos 298 DAP
com uma amplitude térmica acumulada de 3.249 °C, acumulado de ETR de 515 mm, graus-
dia de 1.696 e graus-dia negativo de 224 °C (Figura 3.12). O IAF (índice de área foliar)
atingiu ponto máximo de crescimento aos 362 DAP com uma amplitude térmica acumulada
de 3.952°C, com ETR acumulada de 815 mm, graus dia 2.184 °C e graus-dia negativo 230
°C (Figura 3.13).
Na segunda fase, o crescimento se mostrou rápido e linear e ocorreu entre os 750
e 1500 GD na cana-planta e entre 600 e 950 GD na cana-soca, na qual os IAF aumentaram
de forma continuada até aproximadamente 3,5 na cana-planta e 4,5 na cana-soca. Essa fase
foi responsável por 70% do crescimento total da cana, alcançando valores médios de 1,70 m
de altura na cana-planta e 1,84 m na cana-soca (Almeida, 2008).
Arantes (2012) ao avaliar as variedades RB867515, RB855536, SP83-2847,
SP89-1115 observou que os regimes hídricos contrastantes (irrigado e sequeiro) interferem
no desenvolvimento e no crescimento foliar, o que influencia o IAF, e as variedades quando
irrigadas apresentaram maior valor desse parâmetro.
O número de folhas verdes obteve seu ponto de máximo aos 175 DAC na safra
de 2014/2015 com uma amplitude acumulada de 1.733 °C, ETR acumulada de 381 mm,
graus-dia de 1.144 °C e graus-dia negativo de 24 °C (Figura 3.12). O IAF alcançou seu ponto
de máximo aos 210 DAC com uma amplitude acumulada de 2.066 °C, ETr acumulada de
495 mm, graus-dia de 1.348 °C e graus-dia negativo de 27 °C (Figura 3.13).
Na safra de 2015/2016 o número de folhas verdes máximo atingiu aos 186 DAC,
com uma amplitude acumulada de 1.693 °C, ETr acumulada de 381 mm, graus-dia de 1.231
°C e graus-dia negativo 5 °C (Figura 3.12). O IAF alcançou seu ponto de máximo aos 235
DAC com uma amplitude acumulada de 2.411 °C, ETr acumulada de 417 mm, graus-dia de
1.621°C e graus-dia negativo de 42 °C (Figura 3.13).
Zhao et al. (2010) em um estudo com a variedade CP 80-1743 conduzido em
estufa no Canal Point, Flórida - EUA verificaram reduções de até 59% no IAF, devido a
ocorrência de estresse hídrico em plantas de cana-de-açucar, e ainda decréscimo de cerca de
69% na biomassa de folhas verdes.
13 Fv = 5E-08x4 - 8E-05x3 + 2500 13 Fv = 5E-08x4 - 8E-05x3 + 1000 13 Fv = 5E-08x4 - 8E-05x3 + 3500
Fv = 5E-08x4 - 8E-05x3 + 7000 0,043x2 - 11,10x + 1050, 0,043x2 - 11,10x + 1050, 13 Fv = 5E-08x4 - 8E-05x3 + 500
13 0,043x2 - 11,10x + 1050, 0,043x2 - 11,10x + 1050, 3000 0,0438x2 - 11,105x + 1050,9
6000 11
Graus-dia negativo(°C)
Déficit hídrico (mm)
R² = 0,921 2000 11 R² = 0,9215 400
11 2500
Graus-dia (°C)
5000 9 9 9
9
ETr (mm)
9 1500 600 2000
4000 300
7 7 7
7 1500 7
3000 1000 400
5 5 200
5 5 1000 5
2000
500 3 200 3 100
3 1000 3 500 3
1 0 1 0 1 0
1 0 250 300 350 400 450 500 550 600 250 300 350 400 450 500 550 600 1 0
250 300 350 400 450 500 550 600 250 300 350 400 450 500 550 600 250 300 350 400 450 500 550
F. VERDES F. VERDES F. VERDES F. VERDES F. VERDES
DAP - 1° SAFRA AMP DAP - 1° Safra ETC DAP - 1° Safra DEF DAP - 1° Safra GD DAP - 1° Safra GDN
Graus-dia (°C)
11
Folhas verdes
Folhas verdes
Folhas verdes
Folhas verdes
Folhas verdes
400 2000
ETr (mm)
3000 500 9
9 9 9 9
300 400 1500 100
7 2000 7 7 7 7
200 300 1000
5 5 5 5 5 50
1000 200
3 3 100 3 500 3
3 100
1 0 1 0 1 0 1 0 1 0 77
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
F. VERDES F. VERDES F. VERDES
DAC - 2° Safra DAC - 2° Safra F. VERDES DAC - 2° Safra
F. VERDES DAC - 2° Safra DAC - 2° Safra GD GDN
Etr DEF
13 R² = 0,886 R² = 0,876
11 11
Folhas verdes
Graus-dia (°C)
11 400
Folhas verdes
Folhas verdes
Folhas verdes
ETC (mm)
500 2000
3000 9 9 9 9
9 300 400 1500 100
7 7
7 2000 7 7
200 300
5 5 1000 5
5 5 50
1000 100 200
3 3 500 3
3 100 3
1 0 1 0 1 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 1 0 1 0 0 50 100 150 200 250 300 350 400
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
F. VERDES
DAC - 3° Safra AMP DAC F. VERDES F. VERDES F. VERDES F. VERDES
Etr DAC - 3° Safra DEF DAC DAC- 3° Safra GDN
GD
Figura 3.12 Análise de regressão da média do número de folhas verdes da cana-de-açúcar versus a amplitude térmica, evapotranspiração real
da cultura (ETr), déficit hídrico, graus-dia e graus-dia negativo cultivada em Santo Antônio de Goiás nas safras 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016.
78
Graus-dia negativo(°C)
Amplitude térmica (°C)
800 700 6
Graus-dia ( °C)
6 5000 350
ETr (mm)
5 5 600 5 2000 300
5 4000 5
600 500 250
4 4 4 1500 4
4 3000 400 200
400
3 3 300 3 1000 3 150
3 2000
200 100
2 200 2 2
2 1000 2 500
100 50
1 0 1 0 1 0 1 0 1 0
250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 600 250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550 250 300 350 400 450 500 550
DAP - 1° Safra IAF AMP IAF Etr IAF GD DAP - 1° Safra IAF GDN
DAP - 1° Safra DAP - 1° Safra IAF DEF DAP - 1° Safra
10 10 10 10
Graus-dia (°C)
820 10
3000 500 1500 120
ETr (mm)
8 2500 8 8 8 8
400 100
620
6 2000 6 6 6 1000 6 80
300
1500 420 60
4 4 4 4 4
200 40
1000 500
2 2 220 2 2 2
500 100 20
0 0 0 0 0 0
0 20 0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DAC - 2° Safra DAC - 2° Safra IAF DEF DAC - 2°Safra IAF GD DAC - 2° Safra IAF GDN
IAF AMP DAC - 2°Safra IAF Etr
R² = 0,534 3500
820 10 10
Graus-dia (°C)
10 3000 10 500 10
ETr (mm)
1500 120
2500 8 8 8 8
8 620 400 100
2000 6 6 6 1000 6 80
6 300
1500 420
4 4 60
4 200 4 4
1000 500 40
2 220
2 500 2 100 2 2 20
0 20 0 0 0 0 0 0
0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
0 50 100 150 200 250 300 350 400
DAC - 3° Safra IAF AMP DAC - 3° Safra IAF Etr DAC - 3° Safra IAF DEF DAC - 3° Safra IAF GD DAC - 3° Safra IAF GDN
Figura 3.13 Análise de regressão da média do índice de área foliar da cana-de-açúcar versus a amplitude térmica (°C), evapotranspiração real
(mm) da cultura (ETr), déficit hídrico (mm), graus-dia (°C) e graus-dia negativo (°C) cultivada em Santo Antônio de Goiás nas
safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016.
79
TCH
100
TCH
TCH
80 90
120
60 60
100 40
20 30
80 0 0
430 450 470 490 510 530 100 150 200 250 300 350 400 0 50 100 150 200 250 300 350 400
DAP TCH USINA DAC DAC
TCH USINA TCH USINA
CONCLUSÃO
80
REFERÊNCIAS
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guias para la determinación de los requerimientos de agua de los cultivos. Roma: FAO,
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85
RESUMO
A cana-de-açúcar desempenha um importante papel no mercado do agronegócio,
onde o Brasil é o principal produtor. A metodologia aplicada para determinação de
estimativa de safra constitui como uma importante informação para o planejamento do setor
agrícola. O objetivo deste estudo foi estimar a produtividade da cana-de-açúcar a partir de
dados biométricos, climáticos e espectrais no município de Santo Antônio de Goiás – GO.
O experimento foi conduzido em uma área produtiva pertence à usina Centroálcool S.A.,
com a variedade de cana-de-açúcar CTC-04 de em ciclo médio tardio. O estudo foi realizado
em ciclo de cana-planta e cana-soca (1° e 2° soca), referente às safras de 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016, em área produtiva de 193 ha, em condições de sequeiro. Foram
avaliadas as variáveis: altura, diâmetro, número de folhas verdes e índice de área foliar em
relação ao tempo e as variáveis climáticas como: amplitude térmica, ETr, déficit hídrico,
graus-dia, graus dia negativo e soma térmica. Os dados meteorológicos diários foram
coletados da estação pluviométrica automática da EMBRAPA Arroz e Feijão – localizada
no município de Santo Antônio de Goiás. A evapotranspiração foi obtida pelo método de
Penman-Monteith padrão FAO, o balanço hídrico climatológico diário foi calculado pela
metodologia proposta por Thornthwaite & Mather. A estimativa de produtividade da cultura
de cana-de-açúcar foi obtida por quatro modelos: Zona Agroecológica (ZAE), modelo
proposto por Scarpari, modelo proposto por Martins e Landell e o Agrometeorológico-
Espectral. O balanço hídrico da cultura registrou nas safras 13/14, 14/15 e 15/16 um déficit
hídrico acumulado de 857,91 mm, 772,38 mm, 599,81 mm respectivamente. Dentre os
modelos analisados para estimar a produtividade de cana-de-açúcar o Agrometeorológico
Espectral apresentou capacidade superior em relação aos demais para estimar a
produtividade da cana-de-açúcar. Além disso a sua implementação possui baixo custo e
permite que ao longo do cultivo se monitore as condições médias climáticas por estádio
fenológico, identificando as perdas potencias na produtividade provocadas pela deficiência
hídrica.
ABSTRACT
Sugarcane plays an important role in the agribusiness market, where Brazil is the main
producer. The methodology used to determine harvest estimates constitutes important
information for the planning of the agricultural sector. The objective of this study was to
estimate sugarcane productivity from biometric, climatic and spectral data in the
municipality of Santo Antônio de Goiás - GO. The experiment was carried out in a
productive area belonging to the Centroalcool S.A. plant, with the CTC-04 sugarcane variety
in the late middle cycle. The study was carried out in a cycle of cane-plant and cane-ratoon
86
(1st and 2nd ratoon), referring to the harvests of 2013/2014, 2014/2015 and 2015/2016, in a
productive area of 193 ha, in dry conditions. The variables: height, diameter, number of
green leaves and leaf area index in relation to time and climatic variables such as: thermal
amplitude, ETr, water deficit, day degrees, negative day degrees and thermal sum were
evaluated. The daily meteorological data were collected from the automatic rainfall station
of EMBRAPA Arroz e Feijão - located in the municipality of Santo Antônio de Goiás.
Evapotranspiration was obtained by the FAO standard Penman-Monteith method, the daily
climatological water balance was calculated by the methodology proposed by Thornthwaite
& Mather. The estimation of productivity of the sugarcane crop was obtained by four
models: Agroecological Zone (ZAE), model proposed by Scarpari, model proposed by
Martins and Landell and Spectral Agrometeorological. The water balance of the crop
recorded in crop seasons 13/14, 14/15 and 15/16 an accumulated water deficit of 857.91 mm,
772.38 mm, 599.81 mm respectively. Among the models analyzed to estimate the sugarcane
yield, Spectral Agrometeorological showed superior capacity in relation to the others to
estimate sugarcane productivity. In addition, its implementation is low cost and allows
throughout the crop to monitor the average climatic conditions by phenological stage,
identifying the potential losses in productivity caused by water deficiency.
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
vii) Altura de colmos: foram medidas em cinco perfilhos ou colmos, com auxílio de uma fita
métrica, medindo a distância do solo até a inserção da folha +1, sendo utilizada como padrão
de altura de plantas (Silva et al., 2012);
viii) Número de perfilhos – foram contabilizados o número de perfilhos por metro linear,
amostrando-se um comprimento de 5 m lineares, procedendo-se posteriormente o cálculo do
número médio de perfilhos por m2.
ix) Diâmetro de colmo - mensurado com o auxílio de um paquímetro, realizada na base dos
colmos, próximo a superfície do solo.
x) Área foliar (AF, cm2) - mediu-se o comprimento (C, cm) e a largura máxima da folha +3
(L, cm) e contabilizou-se o número de folhas verdes (≥ 20% de área verde), conforme
metodologia descrita por Hermann & Câmara (1999) na Equação 1:
𝐴𝐹 = (𝐶 ∙ 𝐿 ∙ 0,75) ∙ (𝑁 + 2) [1]
sendo 0,75 o fator de correção para área foliar da cultura.vi) índice de área foliar (IAF, m2 m-
2
) obtido a partir da razão entre a AF por perfilho, do número de perfilhos por metro linear
(NP, m-2), e a superfície do solo (S, m2) (Watson,1947) conforme a Equação 2:
AF ∙NP
IAF = [2]
S
vii) taxa de crescimento da cultura (TCC, g dia-1) – contabilizada pela variação da fitomassa
seca acumulada pela planta em um intervalo de tempo (tf – ti) (Reis & Muller,1979;
Benicasa,1988):
(FSƒ— FSi )
𝑇𝐶𝐶 = [3]
(tƒ— ti )
em que FSi é a fitomassa seca inicial e FSf a fitomassa seca final, obtida após um intervalo
de tempo, ti é a quantidade de días transcorridos desde o plantio ou corte até a o dia da
amostragem, e tf o tempo da última amostragem do intervalo.
x) Tonelada de colmo por hectare (TCH) - estimado em função da massa média dos colmos
da parcela e do número total de colmos presentes nas respectivas parcelas e um fator que é
em função do espaçamento de plantio, conforme evidencia a seguinte equação: 𝑇𝐶𝐻 =
𝑀1𝐶 ∙ 𝑁𝐶𝑀 ∙ (100/1,5) ∙ (100/1000). Sendo que 1,5 refere-se ao espaçamento entre
linhas, 100 refere-se aos metros lineares de um hectare, e 1000 é a correção de quilos para
toneladas.
A fração do dia com nebulosidade (F) foi calculada durante todo o ciclo da
cultura pela Equação 5:
R ∙0,5∙R
F=( so s
) [5]
0,8 ∙Rso
em que: Rso – irradiância solar na superfície para dias claros (MJ m-2 dia-1) Rso – irradiância
solar global à superficie (MJ m-2 dia-1).
Durante o dia ocorrem, com bastante frequência, períodos de nebulosidade, a PP
é composta de um componente relativo ao período nublado PBn (kg MS ha-1 dia-1) e outro
ao período de céu claro PBc (kg MS ha-1 dia-1). Deste modo, a PBc e a PBn são calculada
diariamente, durante todo o ciclo da cultura, sendo as equações:
PBn = 31,653 + 0,5477 ∙ Rso [6]
PBc = 104,66 + 0,9061 ∙ Rso [7]
A taxa de produção bruta de matéria seca da cultura padrão (PPBp) é considerada
como tendo o valor de 20 kg ha -1 dia-1 ; entretanto, a produção da matéria seca depende da
cultura e da temperatura do ar (Tar, °C). Assim, os valores de PPBp para a temperatura do ar
para o intervalo de 5°C a 45°C, conforme proposto por Fischer et al. (2002) e Dorrenbos e
Kassam (1979), seguem:
5 °C ≤ 𝑇ar ≤ 10 °C; PPBP = 0 [8]
10 °C < 𝑇ar ≤ 15 °𝐶; PPBp = t − 10 [9]
15 °C < 𝑇ar ≤ 25 °𝐶; PPBP = −0,397 ∙ t2 + 21,916 ∙ Tar − 236,52, R2 = 0,99 [10]
25 °C < 𝑇ar ≤ 35 °𝐶; PPBp = 65 [11]
35 °C < 𝑇ar ≤ 45 °𝐶; PPBp − 0,350 ∙ t2 + 21,972 ∙ Tar − 276,40, R2 = 0,99 [12]
No cálculo da produtividade limitada pela disponibilidade hídrica constata-se
que a evapotranspiração máximas da cultura (ETc) é relacionada com a evapotranspiração
de referencia (ETo) por meio de um coeficiente de cultura (Kc), conforme Equação 13:
ETc = K c ∙ ETO [13]
Sendo s a declividade da curva de pressão parcial de vapor (kPa 0C-1), estimada a partir de
(4098es)/(237,3+T)2, Rn o saldo de radiação (MJ m-2 dia-1), Go fluxo de calor no solo (MJ
m-2 d-1), γa constante psicrométrica (0,063 kPa °C -1), Ta temperatura do ar (°C), U2 a
velocidade do vento a 2,0 m de altura (m s-1), es e ea são, respectivamente, a pressão de vapor
de água na saturação e atual (kPa), estimadas a partir do seguinte conjunto de equações:
es = (esTmax + esTmin) / 2 [15]
esT = 0,611 ∗ 10[(7,5 ∗ T)/(237,3 + T)] [16]
ea = (URmed ∗ es) / 100 [17]
URmed = (URmax + URmin) / 2 [18]
T = (Tmax + Tmin) / 2 [19]
O fluxo de calor no solo (G) foi calculado a partir da diferença entre a
temperatura média diária (Tmd) e a temperatura média dos três dias anteriores (T 3md), pela
Equação 20, descrita por Silva et. al, (2011):
G = 0,38(T md − T3md) [20]
Onde Tmax é a temperatura máxima do ar (°C), Tmin a temperatura mínima do ar (°C), URmax
a umidade máxima do ar (%), URmin a umidade mínima do ar (%).
Para a estimativa do balanço hídrico sequencial diário adotou-se o procedimento
proposto por Thorthwaite & Mather (1955), calculado em planilha eletrônica. Para isto, foi
determinada a capacidade de água disponível (CAD, mm) pela seguinte Equação 21:
CC–P
CAD = ( ) . Ze [21]
100
ETR
𝑃𝑅 = 𝑃𝑃 ∙ [1 − 𝐾F ∙ (1 − )] [22]
ETc
94
Tabela 4.1 Coeficiente de sensibilidade ao déficit hídrico (ky) calibrados para a cultura da
cana-de-açúcar em diferentes períodos de desenvolvimento.
Fonte: Santos et al. (2006).
(TM–Tb) 2+(TM–2 )2
𝐺𝑑 = ∙ 𝑓 ∙ 𝑁𝐷𝑀 [25]
2 ∙ (TM–Tm)
(TM–Tm) (TM–25)2
𝐺𝑑 = 𝑇𝑚 − 𝑇𝑏 + + ∙ 𝑓 ∙ 𝑁𝐷𝑀 [26]
2 2 ∙ (TM–T )
N 2
𝑓=( − 𝑁) [27]
24
onde:
O Índice de Área Foliar (IAF) foi estimado pela Equação 30, seguindo a metodologia
sugerida por Norman et al. (2003).
𝐼𝐴𝐹 = −2𝐿𝑛(1 − 𝐹𝑐) [30]
em que, D o diâmetro dos colmos (cm), NPI o número de perfilhos industrializáveis por
metro linear, EMC a estatura média dos colmos (cm), ESP o espaçamento entre sulcos (m),
0,007854 o fator de correção apropriado para cana-de-açúcar. Para determinar a TCHe são
considerados os dados médios referentes à uma ou mais avaliações.
98
∑(FFi–Fi)2
𝑑=1−[ ] [35]
∑([FFi–F]+[Fi–F])2
Conforme valor encontrado na equação 36, eles são classificados numa escala conforme a
Tabela 4.2.
99
Valores de c Desempenho
>0,85 Ótimo
0,76 a 0,85 Muito bom
0,66 a 0,75 Bom
0,61 a 0,65 Mediano
0,51 a 0,60 Sofrível
0,41 a 0,50 Mau
≤ 0,40 Péssimo
RESULTADOS E DISCUSSÃO
80 1,50
70
60 1,00
Lâmina de água (mm)
50
40 0,50
ETR/ETC
30
20 0,00
10
0 -0,50
-10
-20 -1,00
01/04/2013
01/05/2013
01/06/2013
01/07/2013
01/08/2013
01/09/2013
01/10/2013
01/11/2013
01/12/2013
01/01/2014
01/02/2014
01/03/2014
01/04/2014
01/05/2014
01/06/2014
01/07/2014
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01/01/2015
01/02/2015
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01/01/2016
01/02/2016
01/03/2016
01/04/2016
01/05/2016
01/06/2016
01/07/2016
01/08/2016
01/09/2016
Figura 4.1 Excedente hídrico (EXC), deficiência hídrica (DEF) e razão entre a
evapotranspiração real e a evapotranspiração da cultura (ETR/ETc) do balanço
10
0
Quando os valores de ETr/ETc <1,0 indicam que o sistema solo-planta não foi
capaz de suprir a demanda hídrica atmosférica, sendo possível verificar períodos de restrição
hídrica valores de ETr/ETc <1,0 durante a estação seca, conforme demonstrado na Figura
4.1 no eixo secundário. Na safra de 2013/2014 em ciclo de cana-planta osvalores de ETr/ETc
no estádio de brotação (50 DAP) foi em média para o período 0,74 mm. Durante o estádio
de perfilhamento (120 DAP) a média foi de 0,34 mm, no crescimento (340 DAP) a média
0,69 mm e na maturação (480 DAP) a média foi de 0,31 mm.
Na safra de 2014/2015 em ciclo de 1ª soca os valores de ETr/ETc em média
durante o estádio de brotação (30 DAC) foi de 0,23 mm, no perfilhamento (80 DAC) 0,94
mm, no crescimento (260 DAC) 0,36 mm e na maturação (320 DAC) 0,074 mm.
Na safra 2015/2016 em ciclo de 2ª soca ocorreu durante o estádio de brotação
(30 DAC) uma média de ETr/ETc de 0,65 mm, no perfilhamento (80 DAC) 0,93 mm, no
crescimento (260 DAC) 0,15 mm e na maturação (320 DAC) 0,24 mm.
O consumo de água da planta é semelhante à evapotranspiração da cultura (ETc),
a qual é definida como a perda de água por evaporação do solo e transpiração das plantas. O
conhecimento da ETc é muito importante em projetos de irrigação, pois ela representa a
quantidade de água que deve ser reposta ao solo para manter o crescimento da cultura.
Conforme Nieuwenhuis et al. (2012), quanto mais a evapotranspiração real da cultura (ETr)
for próximo da evapotranspiração máxima da cultura (ETc) menor é o estresse sofrido pela
cultura.
A tabela 4.3 apresenta a demanda hídrica da evapotranspiração da cultura (ETc)
para cada estádio fenológico da cultura de cana-de-açúcar nas safras de 2013/2014,
2014/2015 e 2015/2016 juntamente com a evapotranspiração real (ETR).
Ao longo da brotação na safra de 2013/2014 a ETR acumulada neste estádio
esteve 23,02% abaixo da ETc. No perfilhamento a ETR acumulada foi de 68,72% inferior.
Durante o estádio de crescimento a ETR acumulada foi de 30,39% menor que a ETc e na
maturação a ETR esteve 68,66% abaixo da ETc (Tabela 4.3).
Na safra de 2015/2016 durante o estádio de brotação a ETR esteve 83,77%
abaixo da ETc. No perfilhamento a ETR acumudada foi de 5,35% inferior em relação a ETc.
101
Tabela 4.4 Deficiencia hídrica acumulada (mm) ocorrida em cada estádio fenológico da
cultura de cana-de-açúcar cultivada em Santo Antonio de Goiás – Go nas safras
de 2013/2014, 2014/2015 e 2015.
400 PP = 6E-05x2 + 0,3178x + 4,8901 0,5 400 0,5 400 900 400 2000 400 12000
R² = 0,9286 PR = 4E-05x2 + 0,3297x - 8,4713 PR= 4E-05x2 + 0,3297x - 8,4713 PR = 4E-05x2 + 0,3297x - 8,4713 11000
0,45 0,5 PR = 4E-05x2 + 0,3297x - 8,4713 800 350 1800
350 350 R² = 0,9193 350 R² = 0,9193 350 R² = 0,919
Produtividade Potencial t ha
R² = 0,9193 10000
Produtividade Real t ha
Produtividade Real t ha
0,4 1600
Produtividade Real t ha
0,4 700 300
Produtividade Real t ha
300 300 300 9000
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
250 250 1200 250
0,3 250 0,3 250
500 7000
200 1000
200 0,25 200 0,3 200 200 6000
400 150 800
0,2 0,2 5000
150 150 150 600 150
0,15 0,2 300 100 4000
100 100 100 400 100 3000
0,1 0,1 200 50 200 2000
50 0,05 50 0,1 50 100 50
0 0 1000
0 0 0 0,0 0 0 0 100 200 300 400 500 600 700 0 0
0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700 0 100 200 300 400 500 600 700
DAP - Safra 13/14 PP ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod DAP- Safra 13/14 DAP - Safra 13/14 PRF ZAE BIOMÉTRICO Déficit DAP - Safra 13/04 PRF ZAE BIOMÉTRICO Graus dia °C
PRF ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod DAP - Safra 13/14 PRF ZAE BIOMÉTRICO Soma térmica °C
250 PP = 5E-06x3 - 0,0023x2 + 0,5037x - 0,6 250 0,6 250 800 250 1200 250 8000
PR = 0,0008x2 - 0,1036x + 24,029
Produtividade Potencial t ha
3,2054 PR = 0,0008x2 - 0,1036x + 24,029 PR = 0,0008x2 - 0,1036x + 24,029 PR = 0,0008x2 - 0,1036x + 24,029
R² = 0,7108 R² = 0,7108
R² = 0,7108 700 R² = 0,7108 7000
Produtividade Potencial t ha
R² = 0,9767 0,5 0,5 1000
200 200
Produtividade Real t ha
200
Potencial Real t ha
200 200
Produtividade Real t ha
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
PP ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod DAP - Safra 14/15 PRF ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod DAC - Safra 14/15 DAC - Safra 14/15 PRF ZAE BIOMÉTRICO Graus dia °C PRF ZAE BIOMÉTRICO Soma térmica °C
DAP - Safra 14/15 PRF ZAE BIOMÉTRICO Déficit DAC - Safra 14/15
250 1200
250 0,6 250 0,6 250 800 250 8000
PP = -0,001x2 + 0,6551x - 10,391 PR= 0,0001x2 + 0,1116x + 20,58 PR = 0,0001x2 + 0,1116x + 20,58 PR= 0,0001x2 + 0,1116x + 20,58 PR = 0,0001x2 + 0,1116x + 20,58
R² = 0,7453 R² = 0,3686 R² = 0,3686 R² = 0,3686 1000 R² = 0,3686 7000
700
Podutividade Potencial t ha
Podutividade Real t ha
200 200
Podutividade Real t ha
200
Podutividade Real t ha
200
Podutividade Real t ha
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
6000
DAP - Safra 15/16 PP ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod DAP - Safra 15/16 DAP - Safra 15/16 DAP - Safra 15/16 PRF ZAE BIOMÉTRICO Graus dia °C DAC - Safra 15/16 PRF ZAE BIOMÉTRICO Soma térmica °C
PRF ZAE BIOMÉTRICO Taxa Prod PRF ZAE BIOMÉTRICO Déficit
Figura 4.2 Produtividade potencial (PP), produtividade real (PR) estimada de cana-de-açúcar pelo método da Zona Agroecológica (ZAE) com
os dados obtidos no canavial para as safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016 no município de Santo Antônio de Goiás-GO.
105
2
400 PP = 9E-05x + 0,4925x + 7,5796 0,8 400 PR = 7E-05x2 + 0,511x - 13,13 0,70 400 PR = 7E-05x2 + 0,511x - 13,13 1000 400 2000 400
PR = 7E-05x2 + 0,511x - 13,13
12000
R² = 0,9286 PR = 7E-05x2 + 0,511x - 13,13 11000
Produtividade Potencial t ha
350
Produtividdade Real t ha
Produtividade Real t ha
350 0,7 350 R² = 0,9193 350 R² = 0,9193 350 R² = 0,9193
Taxa de produtividade
0,60 R² = 0,9193 10000
Produtividade Real t ha
Déficit hídrico (mm)
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
800
400 PP = 0,0014x2 - 0,0275x + 29,261 0,7 400 PR = 0,0013x2 - 0,1761x + 0,70 400 PR = 0,0013x2 - 0,1761x + 1200 400 PR = 0,0013x2 - 0,1761x + 8000
Produtividade Real t ha
400 800
PR = 0,0013x2 - 0,1761x + 40,848
Produtividade Potencial t ha
40,848
Produtividade Real t ha
R² = 0,959 350 0,60 350 40,848 350 40,848 7000
Produtividade Real t ha
Produtividade Real t ha
350 0,6 350 R² = 0,7108 700
Taxa de crescimento
R² = 0,7108 R² = 0,7108 R² = 0,7108
400 PP = 0,0013x2 + 0,0042x + 27,511 0,7 400 0,60 400 800 400 1200
PR = 0,0001x2 + 0,1317x + PR = 0,0001x2 + 0,1317x + PR = 0,0001x2 + 0,1317x +
Produtividade Real t ha PR = 0,0001x2 + 0,1317x + 24,275 400 8000
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Real t ha
Produtividade Real t ha
Produtividade Real t ha
0,6 24,275
Taxa de crescimento
0,50 R² = 0,3686
Taxa de crescimento
Taxa de crescimento
Figura 4.3 Produtividade potencial (PP), produtividade real (PR) estimada de cana-de-açúcar pelo método da Zona Agroecológica (ZAE) com
os dados tabelado da FAO para as safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016 no município de Santo Antônio de Goiás-GO.
106
400 PP = 9E-05x2 + 0,4617x + 7,1059 0,9 400 1000 400 2000 PR = 6E-05x2 + 0,479x - 12,31
400 PR = 6E-05x2 + 0,479x - 12,31 0,70 PR = 6E-05x2 + 0,479x - 12,31 PR = 6E-05x2 + 0,479x - 12,31 400 10000
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Real t ha
R² = 0,9193 350 R² = 0,9193 350 R² = 0,9193 350
Produtividade Real t ha
350
Produtividade Real t ha
Taxa de crescimento
300 300 300 1500 300
400 PP = 0,0014x2 - 0,0258x + 0,7 400 0,70 400 PR = 0,0012x2 - 0,1651x + 800 400 2000 400 10000
PR = 0,0012x2 - 0,1651x + 38,295 PR = 0,0012x2 - 0,1651x + 38,295 PR = 0,0012x2 - 0,1651x +
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Real t ha
27,432 38,295
Podutividade Real t ha
350 350 350 700 350 350
Podutividade Real t ha
0,6 0,60 38,295
Podutividade Real t ha
R² = 0,7108
Taxa de crescimento
R² = 0,7108
Produtividade Real t ha
2
400 PP = -0,0011x2 + 0,7244x - 11,49 400 PR = 0,0001x + 0,1235x + 22,757
Produtividade Real t ha
0,7 400 PR = 0,0001x2 + 0,1235x + 22,757 0,7 400 700 400 PR = 0,0001x2 + 0,1235x + 2000 5000
Produtividade Real t ha
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Real t ha
PR = 0,0001x2 + 0,1235x + 22,757 R² = 0,3686
350 R² = 0,7453 0,6 350 R² = 0,3686 0,6 350 350 22,757 350
Taxa de crescimento R² = 0,3686 600
Taxa de crescimento
Déficit hídrico
Figura 4.4 Produtividade potencial (PP), produtividade real (PR) estimada de cana-de-açúcar pelo método Agrometeorologico espectral para
as safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016 no município de Santo Antônio de Goiás-GO.
109
crescimento de 0,59 t ha-1 dia-1. No estádio de maturação a produtividade média foi de 160 t
ha-1, a taxa de crescimento foi de 0,57 t ha-1 dia-1.
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Potencial t ha
350 1,032x2 + 268,2x - 25709 0,45 350 350 450
1,032x2 + 268,2x - 25709 R² = 0,96
Taxa de crescimento
300 R² = 0,96 300 R² = 0,96 300
Graus-dia (°C)
0,35 1000 350
250 0,3 250 250 300
200 0,25 200 800 200 250
150 0,2 150 600 150 200
0,15 100 400 150
100 100
0,1 100
50 0,05 50 200 50 50
0 0 0 0 0 0
250 350 450 550 250 350 450 550 250 350 450 550
P biomassa P biomassa
DAP P biomassa DAP DAP
Safra 2013/2014 Taxa Prod Safra 2013/2014 Graus dia °C Safra 2013/2014 Déficit
250 P = -4E-05x3 + 0,017x2 - 1,525x 10 250 P = -0,0005x2 + 0,8492x - 1200 250 P = -4E-05x3 + 0,017x2 - 1,525x 800
+ 37,5
Produtividade Potencial t ha
Produtividade Potencial t ha
9 44,994 + 37,5 700
Produtividade Potencial t ha
1000
Taxa de crescimento
Graus-dia (°C)
7 800
150 6 150 150 500
5 600 400
100 4 100 100 300
3 400
200
50 2 50 50
200 100
1
0 0 0 0 0 0
0 50 100 150 200 250 300 350 50 100 150 200 250 300 350 0 0 50 100 150 200 250 300 350
DAC DAC P biomassa P biomassa
P biomassa Graus dia °C Safra 2014/2015
Safra 2014/2015 Taxa Prod Safra 2014/2015 DAC Déficit
9 1000 86,49
R² = 0,975 R² = 0,975
7 800 500
150 6 150 150
5 600 400
100 4 100 100 300
400
3 200
50 2 50 200 50
100
1
0 0 0 0 0 0
0 100 200 300 400 0 100 200 300 400 0 100 200 300 400
DAC P biomassa DAC P biomassa DAC P biomassa
Safra 2015/2016 Taxa Prod Safra 2015/2016 Graus dia °C Safra 2015/2016 Déficit
Figura 4.5 Produtividade potencial estimada de cana-de-açúcar pelo modelo proposto por
Martins e Landell para as safras de 2013/2014, 2014/2015 e 2015/2016 no
município de Santo Antônio de Goiás-GO.
100 100
50
50
0
0 50 100 150 200 0
0 50 100 150 200
r =0,999
r = 0,998 r = 0,978
d = 0,922 d = 0,998
d = 0,993 1:1 1:1
RMSE=3,2 1:1 RMSE=6,7
150 150 RMSE=15,1 150 MAE=6
MAE= 2,9 MAE=14,3
c = 0,921 c = 0,998
c = 0,971
100 100 100
50 50
50
0 0
0 0 50 100 150 200 0 50 100 150 200
0 50 100 150 200
4.4 CONCLUSÃO
4.3 REFERÊNCIAS
113
ALLEN, R.G.; PEREIRA, L.S.; RAES, D.; SMITH, J. Evapotranspiration del cultivo:
guias para la determinación de los requerimientos de agua de los cultivos. Roma: FAO,
2006. 298 p. (Estudio Riego e Drenaje Paper, 56).
CUADRA, S.V.; COSTA, M.H.; KUCHARIK, C.J.; DA ROCHA, H.R.; TATSCH, J.D.;
INMAN-BAMBER, G.; DA ROCHA, R.P.; LEITE, C.C.; CABRAL, O.M.R. A
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DOORENBOS, J.; KASSAM, A. H. Yield response to water. Rome: FAO, 1979. 172 p.
Irrigation and Drainage Paper, 33.
LAPOLA, D. M.; PRIESS, J. A.; BONDEAU, A. Modeling the land requirements and
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imagery for field prediction and yield anomaly detection. Remote Sensing, 5, 1704-1733,
2013.