Manual
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Relações Ecológicas
. Heterotróficos: seres vivos que NÃO são capazes de sintetizar o próprio alimento, devendo
obter a matéria orgânica necessária para o seu metabolismo através do consumo de outros
seres vivos ou de matéria orgânica produzida pelos autotróficos.
→ Nível Trófico
. Produtores: são a base da cadeia alimentar, ocupando o 1º Nível Trófico. São os
organismos autotróficos como as plantas e as algas.
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. Apex Predator: animais no topo da cadeia alimentar, sem predadores naturais. Exemplo:
leão, orca, homem.
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Taxonomia
A classificação básica dos seres vivos é feita em Ordem Decrescente (do Maior para o
Menor):
Existem 3 Domínios…
. Bacteria: inclui todos os organismos unicelulares e procariontes. Engloba bactérias que
causam doenças ao homem e também as que se encontram em ambientes como água e
solo.
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Relações Ecológicas
Interações que ocorrem entre os seres vivos. Fatores como:
- a não produção de determinadas substâncias essenciais à sobrevivência
- perda de informação genética numa população/espécie
- processos metabólicos e manutenção do fluxo de energia
Classificação
. Relações Intraespecíficas: entre indivíduos da mesma espécie.
. Relações Interespecíficas: entre indivíduos de espécies diferentes.
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. Não Harmoniosas: ou Negativas, quando causam algum prejuízo a algum dos envolvidos.
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Líquenes: associação entre algas e fungos. As algas fazem fotossíntese e dão aos fungos
matéria orgânica que será o seu alimento. Já os fungos retêm água e sais minerais, além
de protegerem as algas.
Flora Intestinal: também os humanos mantêm uma relação com bactérias que vivem no
nosso organismo. As bactérias ajudam a digestão e a absorção de nutrientes, produzem
vitaminas, ácidos gordos, ómega-3, inativam toxinas, regulam o sistema imunitário, a
glucose no sangue e a PA. Em troca, garantem para si alimento e abrigo. Existem cerca
de 100 triliões de bactérias em associação no nosso organismo, sendo que a maioria
habita o nosso intestino.
Vacas ou Crocodilos e Aves: o gado solto está mais suscetível a parasitas como
carrapatos, que o podem enfraquecer. Assim, algumas aves que comem insetos
aproveitam estas situação; a ave alimenta-se com facilidade, diminuindo o incómodo da
vaca. Já no caso dos crocodilos, as aves alimentam-se dos restos de comida nos seus
dentes, evitando o incomodo de ter comida entalada, que pode apodrecer e trazer
infeções.
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Especificidade Parasitária
. Estenoxenos: afetam somente uma espécie hospedeira ou um grupo de espécies muito
próximas. Exemplo: Ascaris lumbricoides (lombrigas), Plasmodium (malária), Taenia.
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Necessidade
. Parasitas Obrigatórios: o parasita depende do hospedeiro para sobreviver. Exemplo: vírus.
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Hospedeiro: organismo que abriga um parasita no seu corpo, constituindo o seu habitat.
O parasita pode ou não causar doença ao hospedeiro. Os hospedeiros podem ser:
. Primário ou Definitivo: organismo que apresenta o parasita na sua fase adulta ou na sua
forma sexuada. São imprescindíveis para o parasita. Exemplo: Schistosoma mansoni e
Trypanosoma cruzi (Doença das Chagas), têm no ser humano o seu hospedeiro definitivo; já
o do Plasmodium é o mosquito Anopheles.
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mamíferos carnívoros. As fezes destes animais contaminam a água, onde o parasita inicia o
seu desenvolvimento e pode ser ingerido por pequenos crustáceos. Estes crustáceos são
ingeridos por peixes ou sapos (Hospedeiros Secundários), que podem ser ingeridos
imediatamente pelos carnívoros, ou por patos e cobras que se tornam Hospedeiros
Paraténicos.
Reservatórios: hospedeiros naturais que acolhem os parasitas, sem sofrer nenhum efeito
prejudicial. No entanto, são fonte de infeção para doenças humanas. Exemplo: morcegos,
macacos.
Vetores: podem ser artrópodes, moluscos, entre outros veículos capazes de transmitir o
parasita entre 2 hospedeiros.
. Mecânico: quando o parasita não se reproduz nem desenvolve no vetor, sendo este apenas
um transporte.
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Zoonose: doenças procedentes de animais que saltam para humanos. Depois de saltar a
barreira da espécie, o passo seguinte é o agente adquirir a capacidade de passar
diretamente, sem usar outro hospedeiro, de um ser humano para outro. Atualmente,
sabemos que os reservatórios de onde nascem as epidemias humanas são aves, suínos,
morcegos, entre outros, e que formas do vírus HIV que provocam SIDA saltaram a partir de
macacos.
Relação Parasita/Hospedeiro
. Infeção: quando ocorre a invasão e colonização do organismo hospedeiro por parasitas
internos (Helmintos - Ténia, Protozoários - tripanossoma, giardia). A colonização do
organismo pela flora normal, desde que mantida nas suas áreas normais, NÃO é uma
infeção. No entanto, se estas bactérias colonizam outro local em que não deviam estar,
passamos a ter infeção.
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→ Contacto Direto: inclui contacto entre hospedeiros, seja através de beijos ou relações
sexuais, onde uma pessoa entra em contacto com a pele e fluidos corporais de outra
pessoa. Uma grávida pode transmitir um agente infecioso ao seu feto – Transmissão
Vertical –, durante a gravidez ou durante o parto.
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→ Transmissão por Gotículas: também pode ser considerada uma forma de contacto
direto. Envolve a transmissão do agente por pequenas gotículas respiratórias, quando
um hospedeiro infetado tosse ou espirra, que são depois inaladas por outro
hospedeiro.
→ Transmissão Fecal-Oral: ocorre quando o agente infecioso está presente nas fezes de
um hospedeiro infetado. As fezes vão, por sua vez, contaminar alimentos e água, que
podem ser consumidos por outro hospedeiro.
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Antibioterapia – Bactérias
Microrganismo
Organismos microscópicos que podem existir sob a forma unicelular ou em colónia.
Incluem Vírus, Bactérias, Protozoários, Algas e Fungos (Leveduras). Muitos microrganismos
são Agentes Patogénicos, mas outros são Benéficos, contribuindo para a fertilização do solo,
reciclagem de substâncias e fermentação de cerveja e pão e fabrico de iogurtes. Encontram-
se em todos os habitats terrestres e toleram os ambientes mais extremos, desde o fundo dos
oceanos, aos desertos, temperaturas extremas, pressão elevada e até radiação.
Bactérias
. Organismos Procariontes Unicelulares, do Reino Monera.
. Muitas vivem sobre e dentro do corpo de pessoas e animais, na pele, vias respiratórias,
boca e tratos digestivo, reprodutivo e urinário, SEM causar nenhum dano – Flora Habitual ou
Microbioma.
. O número de bactérias na nossa microbiota é, no mínimo, igual ao número de células no
organismo, ajudando na digestão de alimentos ou prevenindo o crescimento de outras
bactérias mais perigosas.
Importância: praticamente toda a vida na Terra depende das bactérias para sobreviver, já
que só elas conseguem sintetizar vitamina B12 (Cobalamina), fornecendo-a através da
cadeia alimentar. Esta vitamina está envolvida na síntese de DNA e no Metabolismo dos
Ácidos Gordos e Aminoácidos. Também é fundamental para o normal funcionamento do
SN, participando na Síntese de Mielina.
Apenas alguns tipos de bactérias causam doenças – Bactérias Patogénicas, mas, por
vezes, mesmo as bactérias do Microbioma podem fazê-lo. Se as membranas mucosas
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sofrerem uma lesão, a bactéria passa a ser capaz de provocar doença, pois entra em tecidos
que estão geralmente fora dos seus limites e não têm defesas contra elas. Exemplo:
bactérias do intestino que tentam viver na bexiga.
Estrutura
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Classificação
As bactérias podem ser divididas em 6 categorias: Gram-positivas e Gram-negativas (ver
em baixo), Micobactérias (Lepra, Tuberculose), Riquétsias – carregadas por pulgas,
piolhos… crescem exclusivamente dentro de células vivas (Tifo), Espiroquetas (Sífilis,
Leptospirose) e Atípicas (Micoplasmas – Pneumonia; Legionela – Gram-negativas, doença
do Legionário; Clamídias). Podem ser classificadas de várias maneiras…
. Nomes Científicos: as bactérias são classificadas por Género, com base nas suas
características semelhantes, seguido da Espécie. Exemplo: Clostridium botulinum. Dentro
da espécie, existem Estirpes, que tendo um ancestral comum, diferem na formação genética
e nos componentes químicos. Por vezes, alguns medicamentos e vacinas contra
determinada bactéria são eficazes apenas contra determinada estirpe.
. Coloração: as bactérias podem ser classificadas pela cor que apresentam após certas
substâncias químicas lhes serem aplicadas. A coloração de Gram é o processo mais utilizado
para identificação de bactérias, que adquirem cores diferentes devido a diferenças nas
paredes celulares.
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Gram-negativas: bactérias com uma parede celular fina, que ficam com uma coloração
vermelha. Estas bactérias estão envoltas numa Cápsula protetora que ajuda a evitar
que os Glóbulos Brancos as comam. Por baixo, a sua membrana externa protege-as
contra alguns antibióticos, como a Penicilina. Quando esta membrana é perturbada,
liberta substâncias tóxicas – Endotoxinas – que agravam os sintomas nas infeções. Estas
bactérias podem provocar Pneumonias, Peritonites (inflamação da membrana que
reveste a cavidade abdominal), infeções no sangue, urinárias e meningite. Exemplos:
. Cólera
. Neisseria
. Escherichia coli – infeções urinárias e gastrointestinais
. Peste
. Febre Tifoide
. Legionela
. Salmonella
. Haemophilus influenzae
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. Formas: todas as bactérias podem ser classificadas com uma de 4 formas básicas: Cocos
(esferas), Bacilos (bastonetes), Espiroquetas (espirais ou hélices) e Vibriões (forma de
vírgula).
Mecanismos de Infeção
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A Virulência pode ser Baixa, quando o agente infecioso é responsável por doenças que
NÃO causam casos graves e com Baixa Taxa de Mortalidade, ou Alta, para agentes com
Elevada Taxa de casos graves e de mortalidade. Alguns dos métodos utilizados pelas
bactérias para infetar o hospedeiro de modo eficaz são os seguintes:
→ Biofilme: algumas bactérias produzem uma substância que as ajuda a atacar outras
bactérias ou células. Esta substância combina-se com a bactéria/célula para formar uma
camada pegajosa, o Biofilme. Exemplo: bactérias que formam um biofilme nos dentes –
Placa Dentária. O biofilme captura partículas de alimentos que as bactérias processam e
utilizam, causando cáries. Os biofilmes também ajudam a proteger contra antibióticos.
→ Esporos: algumas bactérias produzem esporos, que são uma forma Inativa ou
Dormente da mesma. A bactéria envolve-se numa camada extremamente espessa e
interrompe o seu metabolismo, originando o Endósporo, capaz de viver em total
inatividade durante muitos anos. Os esporos possibilitam às bactérias sobreviverem
quando as condições ambientais são difíceis. Quando as condições voltam a ser
favoráveis, cada esporo germina numa bactéria ativa. Exemplo: Clostridium tetani (tétano)
e Bacillus anthracis (Anthrax) produzem endósporos e vivem por muitos anos inativos no
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solo. Quando entram no corpo humano ou de outro animal, deixam a forma de esporo
assumindo a sua forma normal, infetando o hospedeiro.
→ Flagelos: bactérias sem flagelos não se podem mexer sozinhas, logo não conseguem
fugir.
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Antimicrobianos
Substâncias que matam ou inibem o desenvolvimento de microrganismos, sendo
utilizados no combate a infeções. Incluem Antivirais, medicamentos contra parasitas,
Antifúngicos e Antibacterianos. Os Antibacterianos podem ser:
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. Bactericidas: para uma bactéria se dividir, precisa destruir a sua Parede Celular e voltar a
sintetizá-la. Estes antibióticos vão impedir este último passo (síntese), matado a bactéria.
Exemplo: Penicilinas, Cefalosporinas, Quinolonas, Aminoglicosídeos. Podem, ainda, utilizar
métodos como Destruição da Permeabilidade da Membrana Plasmática (Polimixina B).
Alguns antibióticos podem ter as duas ações, dependendo da dose em que são
administrados, da exposição e estado das bactérias invasoras. Os Bactericidas em dose
baixa podem ser Bacteriostáticos e estes, em dose elevada, podem-se tornar Bactericidas.
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Tipos de Antibióticos
• -Lactâmicos: têm um Anel Betalactâmico na sua constituição, o qual pode ser
destruído pelas enzimas -lactamases de algumas bactérias, conferindo-lhes resistência
a estes antibióticos (ver em baixo). Assim, alguns destes antibióticos podem ser
associados a inibidores da -lactamase, como o Ácido Clavulânico (Amoxicilina) e o
Sulbactam (Ampicilina), tornando-os mais eficazes na destruição das bactérias.
Atuam pela Inibição da Síntese da Parede Celular das bactérias, matando-as – Bactericida.
Exemplos: Penicilinas, Cefalosporinas.
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Antrax, gonorreia, otite, infeções por E. coli e Salmonella. Podem provocar efeitos
adversos graves e debilitantes, logo, não devem ser utilizadas como 1ª linha de
tratamento. O seu uso foi restringido na Europa.
• Tetraciclinas: antibióticos geralmente tomados por via oral, que impedem a síntese
de proteínas que as bactérias necessitam para crescer e se multiplicar. Exemplos:
Doxicilina.
• Outros:
. Cloranfenicol – tratamento de infecções graves, possivelmente com risco de vida,
causadas por microrganismos susceptíveis que não podem ser tratadas com ou que não
respondem a outros antimicrobianos eficazes e menos tóxicos (Febre Tifóide,
Salmonelose, Meningite);
. Sulfas – algumas são de uso tópico, para tratar queimaduras, infeções cutâneas, vaginais
ou oculares;
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. Largo: ativos contra várias espécies de bactérias (Gram +, Gram -…). Exemplo: Tetraciclinas
(Doxicilina), Cefalosporinas (3ª-5ª Gen), Sulfas, Cloranfenicol, Canamicina e Gentamicina
(Aminoglicosídeo), Macrólideos e Ampicilina (Penicilina).
Produção
. Naturais: quando a substância ativa é totalmente de origem natural – organismos vivos
como fungos (20%) e bactérias (70%). Exemplo: Penicilina G que é extraída de fungos
Penicillium; fungos Chepalosporium; bactérias Streptomyces e Bacillus.
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Mecanismo de Ação
→ Inbidores da Parede Celular (Bacteriolíticos): estes antibióticos vão interferir com a
correta formação da parede celular da bactéria, logo, atuam na altura em que estas se
estão a dividir e multiplicar. ATENÇÃO: Se juntarmos um antibiótico Bacteriostático a um
Inibidor de Parede, este último perde o efeito, visto que as bactérias deixam de se
multiplicar. Exemplo: -lactâmicos, Bacitracina, Vancomicina, Cefalosporinas.
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Nunca se devem tomar dois antibióticos ao mesmo tempo, a não ser que tenham sido
testados com esse propósito. Exemplo de situações em que podem ser associados: infeção
grave, como a septicemia, infeção mista, pessoas com imunodeficiência, infeção sistémica,
leucemia…
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. Adquirida (Secundária): este sim é um grave problema de saúde pública. Neste caso, o
gene responsável pela resistência pode passar de uma bactéria para outra – um
microrganismo antes sensível ao antibiótico torna-se resistente. O mecanismo de resistência
pode acontecer por:
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. O antibiótico é Inativado: a bactéria produz enzimas que inativam o antibiótico, antes dele
atuar. Existem, ainda, bactérias “toxicodependentes” que só crescem na presença do
antibiótico. Exemplo: β-lactamase inativa a Penicilina e Cefalosporinas; CAT (E. coli) inativa
o Cloranfenicol; Klebsiella pneumonia destrói -lactâmicos; S. aureus altera a função dos
aminoglicosídeos.
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Resistência Cruzada: uma bactéria pode adquirir resistência a vários antibióticos. Exemplo:
o S. aureus é resistente à Penicilina, com resistência cruzada a todos os seus derivados.
Apenas a Vancomicina consegue combater estas bactérias.
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Deve-se, ainda, escolher sempre que possível antibióticos de Ação Rápida e Seletiva
(Espetro Estreito). Quanto mais seletivo o antibiótico, menor a probabilidade de resistência,
diminuindo também a probabilidade de destruição da nossa Flora Microbiana - proteção.
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é muito comum em hospitais, pois os antibióticos são muitas vezes necessários e tanto
funcionários e visitantes podem transmitir bactérias se não seguirem rigidamente os
procedimentos higiénicos apropriados. Para além disso, muitos doentes internados
possuem o sistema imunitário debilitado, tornando-os mais vulneráveis a infeções.
Bactérias resistentes podem, ainda, ser transmitidas dos animais para as pessoas, pois são
comuns em animais de quinta, que tomam antibióticos mesmo sendo saudáveis, para
prevenir infeções. Atualmente, muitos países já proibiram a utilização não regulada de
antibióticos.
Superinfeção
Surgimento de uma nova infeção durante o tratamento de uma infeção primária. Está
associada à utilização de antibióticos de largo espetro, como a Penicilina, Cefalosporinas,
Tetraciclina e Cloranfenicol.
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Antibioterapia – Fungos
Constituição
Os fungos são constituídos por uma Parede Celular, tal como as células vegetais, mas, ao
contrário destas que contêm Celulose, os fungos têm Quitina e Glucanos. A quitina é
encontrada no exoesqueleto dos artrópodes.
Os fungos multicelulares são constituídos por Hifas – filamentos ramificados. As hifas têm
citoplasma e núcleos, e podem apresentar diversas formas. Estas estruturas começam por
ser tubulares e ramificam-se continuamente formando uma rede, mais ou menos densa –
Micélio.
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Pelo facto de ser filamentoso, o micélio ganha uma grande superfície, através da qual
realiza a absorção de nutrientes. Por vezes, as hifas organizam-se formando Corpos de
Frutificação, como nos cogumelos.
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Reprodução
Pode ser Sexuada ou Assexuada, sendo o vento um importante condutor que espalha os
esporos e fragmentos de hifas, favorecendo a proliferação de fungos.
Respiração
Pode ser Aeróbia (utilizam oxigénio), Anaeróbia (fermentação) ou facultativa. Um
exemplo de um fungo facultativo é a Saccharomyces cerevisiae, uma levedura utilizada em
condições anaeróbias nos processos de fabrico de pães e bebidas alcoólicas, como cerveja
e vinho. Neste caso, o fungo realiza Fermentação Alcoólica, ou seja, transforma açúcar em
álcool e dióxido de carbono (importante no crescimento do pão).
Micoses
Os fungos podem atuar como parasitas de animais, provocando doenças como Micoses
que afetam a pele, Candidíase Oral (“Sapinhos”), Candidíase Vaginal e Histoplasmose
(pulmões).
As micoses são infeções causadas por fungos que atingem a Pele, as Unhas e os Cabelos.
Na pele humana também existem diversas espécies de fungos que, em condições normais,
não causam doença.
A queratina é uma substância que está presente na superfície da pele, unhas e cabelos,
e constitui uma fonte de nutrientes para estes fungos que, sempre que encontram condições
favoráveis ao seu crescimento, se reproduzem e passam a causar a doença. Essas condições,
que alteram o equilíbrio entre o fungo e seu hospedeiro, podem ser o calor, a humidade,
uma diminuição das defesas ou o uso de antibióticos a longo prazo.
Antimicóticos
Também conhecidos como Antifúngicos, são medicamentos que matam (Fungicidas) ou
inibem o crescimento (Fungistáticos) de fungos, utilizados para tratar ou prevenir micoses
como pé de atleta, dermatofitoses, candidíase, entre outras. Estes medicamentos são,
normalmente, obtidos com receita médica, mas alguns estão disponíveis como
medicamentos de venda livre.
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diminuindo a sua fluidez. A célula vai começar a perder potássio, sódio, entre outros iões,
morrendo. As células animais têm colesterol em vez de ergosterol, logo são menos
suscetíveis aos efeitos. Exemplo: Anfotericina B, Candicidina, Nistatina, Rimocina.
→ Triazóis e Imidazóis: antifúngicos azólicos inibem uma enzima necessária para formar o
ergosterol. Sem ergosterol na membrana, os fungos ficam com danos estruturais e
funcionais, levando à inibição do seu crescimento. Exemplo de Triazóis: Fluconazol,
Itraconazol, Voriconazol. Exemplo de Imidazóis: Miconazol (Daktarin), Clotrimazol
(Canesten), Econazol (Gyno Pevaryl).
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Antibioterapia – Vírus
Fora do ambiente celular, os vírus são Inertes. No entanto, quando invadem uma célula,
a sua capacidade de replicação é surpreendente: 1 único vírus é capaz de dar origem a
milhares de novos vírus, em poucas horas.
Os vírus são capazes de infetar seres vivos de todos os domínios (Eucarya, Archaea e
Bacteria). Por este motivo, são os seres com maior diversidade biológica do planeta! No ser
humano, provocam doenças como a gripe, sarampo, febre amarela, meningite, hepatite,
SIDA e varíola.
Estrutura
Não existe um padrão único de estrutura viral. A estrutura mais simples apresentada por
um vírus consiste numa molécula de ácido nucleico coberta por muitas proteínas idênticas.
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Os vírus mais complexos podem ter várias moléculas de ácido nucleico, assim como
diversas proteínas associadas, Cápside com formato definido e um complexo envelope
externo com espículas.
. Genoma Viral: uma ou várias moléculas de Ácidos Nucleicos (DNA ou RNA). A informação
contida no vírus será utilizada para sintetizar proteínas e novo DNA/RNA com a maquinaria
da célula hospedeira.
. Capsídeo Proteico: conjunto de proteínas que envolve e protege o ácido nucleico viral da
digestão por enzimas. Tem regiões que permitem a passagem do ácido nucleico para o
citoplasma da célula hospedeira. O capsídeo tem sempre origem no genoma do vírus!
. Envelope: alguns vírus têm um revestimento externo formado por fosfolípidos, açúcares e
proteínas em volta do capsídeo, utilizados para ajudar na ligação e invasão da célula
hospedeira, facilitando a fixação do vírus. O envelope tem origem na célula hospedeira!
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Classificação
Os vírus podem ser classificados com base no(a):
Mutações
Os vírus estão constantemente a sofrer alterações genéticas. A maioria destas mutações
são pontuais e silenciosas, ou seja, não alteram em nada o vírus. No entanto, outras conferem
vantagens evolutivas, como a resistência a medicamentos antivirais, maior capacidade de
infeção e transmissão.
Por vezes, os genomas virais sofrem grandes alterações; quando isto acontece, por
exemplo, nos vírus Influenza, temos a ocorrência de pandemias. Exemplo: gripe espanhola,
gripe das aves. Exemplo 2: Covid-19.
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Mecanismo de Infeção
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Um período de incubação mais curto significa que mais rapidamente aparecem sintomas
e mais depressa a pessoa começa o seu tratamento, diminuído probabilidades de contágio
e melhorando o prognóstico!
Etapas da Infeção
A infeção de uma célula hospedeira por um vírus é todo um processo que pode demorar
entre poucas horas até alguns dias. Este processo chama-se Replicação Viral.
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célula hospedeira. Estas interações são altamente especificas, como um modelo chave-
fechadura, e determinam a tendência que o vírus tem para infetar determinada célula ou
tecido. Nos momentos iniciais de adsorção, a interação proteína-recetores ainda é
reversível. À medida que mais recetores se associam ao vírus, esta ligação torna-se
irreversível, possibilitando a entrada do vírus na célula.
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4. Biossíntese
a. Síntese de proteínas necessárias para o capsídeo, utilizando os ácidos nucleicos virais
e a maquinaria celular (ribossomas).
b. Replicação do genoma viral: o vírus vai utilizar a maquinaria da célula para replicar o
seu ácido nucleico, dando origem a novos vírus.
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6. Libertação: os novos vírus devem sair da célula hospedeira em busca de novas células
para invadir. Isto acontece por Lise Celular (morte) – Ciclo Lítico ou Brotamento. O Ciclo
Lítico é mais comum para vírus SEM envelope. A quantidade de vírus no interior da célula
é tão grande que a membrana plasmática rompe, levando à morte.
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Após libertação, os vírus ficam inertes até que outra célula hospedeira seja infetada,
reiniciando este ciclo.
Ciclo Lítico
Neste ciclo, o vírus insere o seu material genético na célula hospedeira e passa a
comandá-la, utilizando os seus recursos como falamos atrás, e destruindo-a no final do
processo. Exemplos: Poliovírus, Ébola, Rinovírus, Adenovírus, Rotavírus, Influenza.
Ciclo Lisogénico
Neste caso, o vírus não se reproduz imediatamente; em vez disso, combina o seu material
genético com o da célula hospedeira. A célula infetada continua a sua “vida” normal.
Quando a célula hospedeira se divide, o material genético desta, juntamente com o do vírus,
sofre duplicação, sendo dividido de forma igual pelas duas células-filhas. Assim, uma vez
infetada, a célula vai transmitir o vírus sempre que se dividir, ficando as células-filhas
automaticamente infetadas.
Sintomas provocados por este tipo de vírus demoram a aparecer e estas doenças tendem
a ser incuráveis. Exemplos: SIDA e Herpes.
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Prevenção
→ Medidas Gerais: as pessoas podem ajudar a prevenir muitas infeções com a adoção de
medidas de bom senso, protegendo-se a si mesmas e aos outros.
. Lavar as mãos frequentemente e cuidadosamente, com água e sabão
. Consumir apenas alimentos e líquidos preparados ou tratados adequadamente
. Evitar contacto com pessoas infetadas e superfícies contaminadas
. Espirrar e tossir para lenços, que devem ser descartados, ou no braço, cobrindo boca
e nariz
. Usar práticas de sexo seguro
. Prevenir mordidas e picadas de insetos
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A vacinação tem sido a forma mais eficaz de prevenir algumas doenças, as quais podem
ser fatais em determinados indivíduos. Exemplo: a gripe provocada pelo vírus Influenza
pode apresentar graves complicações em idosos, podendo provocar a morte. Assim, a
vacinação neste grupo ameniza a severidade da doença.
Algumas doenças virais podem ser erradicadas com vacinas adequadas. A varíola foi
erradicada em 1978 e a poliomielite foi erradicada em praticamente todo o mundo, com
exceções onde crenças religiosas e falta de fundos interferem com a vacinação. Já o
sarampo estava praticamente erradicado, mas sendo uma doença altamente contagiosa e
com a “moda da não vacinação”, voltou a ser um grave problema em alguns países.
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Tipos de Vacina
O antigénio da vacina é normalmente composto pelo microrganismo Completo, Morto
ou Atenuado, ou Fragmentos desse microrganismo.
→ Vacinas Vivas Atenuadas: presença do vírus vivo, mas modificado, de modo a que o vírus
perca a capacidade de causar infeção, mas mantendo a sua capacidade replicativa.
Vantagem: induz uma excelente resposta imunitária do hospedeiro. Desvantagem: NÃO
deve ser utilizada em indivíduos com imunodeficiência ou em grávidas, visto que o vírus
pode reverter ao seu estado funcional nos primeiros e infetar o feto nas segundas.
Normalmente, basta a administração de uma única dose para produzir imunidade para
toda a vida. Exemplo: BCG (tuberculose), rotavírus, varicela, VASPR, febre-amarela.
→ Vacinas Mortas ou Inativadas: aqui, os microrganismos são mortos por agentes químicos.
Vantagem: total ausência de poder infecioso do vírus, não conseguindo infetar nem se
multiplicar, mantendo apenas a capacidade de provocar resposta imunitária e dar
proteção. Desvantagem: a resposta imunitária induzida não é ótima, havendo
necessidade de administrar reforços.
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→ Novas Vacinas: estas vacinas são desenvolvidas por recombinação genética. Aqui, o
antigénio é produzido por outros microrganismos (leveduras). Exemplos: Hepatite B e
HPV. Exemplo 2: vacina de mRNA contra a COVID-19. Neste caso, a molécula de mRNA
tem instruções para produzir a proteína Spike, que o COVID-19 necessita para entrar nas
células do organismo. Quando a vacina é administrada, algumas células vão ler as
instruções e produzir, temporariamente, a proteína Spike. Assim, o sistema imunitário
começa a reconhecer esta proteína como estranha, produzindo anticorpos contra ela. Vai,
ainda, ativar as nossas células T, glóbulos brancos especializados em atacar corpos
estranhos. Se, mais tarde, a pessoa contrair o vírus SARS-CoV-2, o seu sistema imunitário
irá reconhecê-lo e defende o organismo. O mRNA é, entretanto, destruido pouco tempo
após vacinação.
Tratamento
Passa por tratar os sintomas da infeção viral e, por vezes, pela toma de medicamentos
antivirais.
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Classificação de Antivirais
Os antivirais são classificados conforme o seu uso terapêutico.
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. travar a replicação do vírus, reduzindo a sua quantidade - Carga Viral - no sangue, até ser
indetetável
. ter uma Carga Viral baixa permite ao sistema imunitário recuperar e aumentar o número de
células CD4
O tratamento não cura, mas ajuda as pessoas com HIV a viver mais tempo e com mais
saúde, reduzindo o risco de transmissão a terceiros – existem, atualmente, estudos que
comprovam que uma pessoa que faz o tratamento com antirretrovirais e tenha uma carga
viral suprimida, NÃO transmite o vírus aos parceiros sexuais. O tratamento é gratuito em
Portugal.
Várias classes de Medicamentos Antirretrovirais são utilizadas em conjunto para tratar esta
infeção. Estes medicamentos:
Os medicamentos são agrupados em classes com base na forma como atuam contra o
HIV:
Medicamentos Antirretrovirais - HIV
Inibidores da
Abacavir Zidovudina Emtricitabina Tenofovir Nevirapina
Transcriptase Reversa*
O HIV acaba por desenvolver resistência a alguns destes medicamentos quando são
utilizados isoladamente. A resistência começa passados poucos dias ou vários meses da
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