Química Geral III - Aula 6
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Química Geral III - Aula 6
AULA 6
META DA AULA
Aplicar o conceito de equilíbrio em sistemas nos quais estão presentes sólidos pouco
solúveis em meio aquoso.
OBJETIVOS
Esperamos que, após o estudo do conteúdo desta aula, você seja capaz de:
1
PRÉ-REQUISITOS
Para que você tenha mais facilidade na compreensão desta aula, é importante que tenha
entendido o conceito de constante de equilíbrio de uma reação e o Princípio de Le
Châtelier, e que saiba utilizá-los para calcular a composição do meio reacional no
equilíbrio, a partir das condições iniciais.
INTRODUÇÃO
Em aulas anteriores, apresentamos e desenvolvemos o conceito de equilíbrio envolvendo
reações químicas e suas aplicações em soluções aquosas de ácidos e bases. Nesta aula,
vamos aplicar estes conhecimentos na análise de situações onde se estabelece um equilíbrio
entre um sólido pouco solúvel e as espécies provenientes de sua dissolução parcial em
água, o solvente mais comum e mais importante da natureza.
2
- Sulfetos (S2-) → na maioria insolúveis; exceções: (NH4)2S, CaS, SrS, BaS e os de
cátions de metais alcalinos (grupo 1A da tabela periódica);
- Fosfatos (PO42-) → na maioria insolúveis; exceções: (NH4)3PO4 e os de cátions de
metais alcalinos (grupo 1A da tabela periódica).
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CaCO3 9,0 × 10-9 PbSO4 2,0 × 10-8
CaF2 1,7 × 10-10 PbS 7 × 10-27
CaSO4 2,0 × 10-4 Sn(OH)2 5,0 × 10-26
CoS 7,0 × 10-23 SnS 1,0 × 10-26
CuS 8,5 × 10-36 Zn(OH)2 4,5 × 10-17
Cu2S 2,0 × 10-47 ZnS 1,2 × 10-23
Uma das informações mais diretas que o valor da constante do produto de solubilidade
fornece é a possibilidade de calcular a solubilidade em água da substância em questão, na
temperatura considerada (ao longo de toda esta aula, salvo observação em contrário, iremos
considerar que a temperatura é de 25°C). Seja, por exemplo, o sulfeto de prata (Ag2S), cujo
Kps é 2,0 10-49. Se considerarmos que x mol.L-1 do sulfeto se dissolvam para que o
sistema alcance o equilíbrio, serão produzidos 2x mol.L -1 de Ag+ e x mol.L-1 de S2-:
ATIVIDADE 1 (objetivo 1)
Calcule a solubilidade em água do cromato de prata (Ag 2CrO4), sabendo que seu Kps é
1,9×10-12.
RESPOSTA COMENTADA
Considerando que x mol.L-1 do cromato se dissolvam para que o sistema alcance o
equilíbrio, serão produzidos 2x mol.L-1 de Ag+ e x mol.L-1 de CrO42-:
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K ps [Ag ] 2 [CrO 24- ] (2x) 2 (x) 4x 3 1,9 10 -12 x = 7,8 10-5 mol.L-1
FIM DA RESPOSTA COMENTADA
ATIVIDADE 2 (objetivo 2)
A solubilidade do PbSO4 em água, a uma dada temperatura, é de 0,038 g.L-1. Calcule o Kps
deste composto nestas condições:
RESPOSTA COMENTADA
O equilíbrio que se estabelece na solução é dado pela reação a seguir. Se, para alcançar o
equilíbrio, x mol.L-1 de PbSO4 se dissolvem, são produzidos x mol.L -1 de Pb2+ e igual
concentração de SO42-:
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Para converter a solubilidade de g.L-1 para mol.L-1 (unidade de x na expressão do Kps) basta
dividi-la pelo peso molecular do PbSO4, que é de 303 g.mol-1:
0,038 g.L1
x 1
1,25 10 4 mol.L1
303 g.mol
2
BaCl 2 H
2O
Ba (aq) 2 Cl (aq) e K 2 SO 4 H
2O
2 K (aq) SO 24(aq)
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Analisando as recombinações possíveis entre as espécies em solução, poderíamos observar
a formação de KCl e BaSO4. O primeiro é um sal muito solúvel, mas o segundo é um dos
poucos sulfatos de solubilidade muito limitada (Kps = 1,5 × 10-9), sendo, portanto, possível
que este composto precipite. Para confirmar ou não esta hipótese, é preciso calcular o
produto iônico nesta situação. Para isto, inicialmente temos que determinar as
concentrações iniciais do Ba2+ e do SO42-, levando em conta a diluição que ocorre quando
as duas soluções são misturadas. Como o volume original é dobrado (estamos misturando
0,5 L de uma solução com igual volume de outra), as concentrações originais caem à
metade:
Substituindo estes valores na expressão do produto iônico (Q) e comparando o valor obtido
ao do Kps:
Observamos que o valor do produto iônico é muito superior ao do Kps, indicando que a
solução está supersaturada e que, portanto, haverá formação de precipitado.
BOXE DE ATENÇÃO
Vamos resumir as observações que permitem prever se haverá ou não formação de
precipitado. Seja Q o produto iônico, calculado substituindo-se as concentrações das
espécies presentes na solução na expressão do Kps de uma substância insolúvel passível de
ser formada a partir destas espécies:
Q > Kps ocorre precipitação;
Q = Kps não há precipitação (não é possível dissolver quantidades adicionais da
substância considerada, pois a solução está saturada);
Q < Kps não há precipitação (ainda é possível dissolver quantidades limitadas da
substância considerada, pois a solução ainda não está saturada).
FIM DO BOXE DE ATENÇÃO
ATIVIDADE 3 (objetivo 3)
Determine se há formação de precipitado quando são misturados 100 mL de solução 0,25
mol.L-1 de NaF e 400 mL de solução 0,015 mol.L -1 de Ba(NO3)2.
RESPOSTA COMENTADA
O fluoreto de sódio e o nitrato de bário são ambos sais muito solúveis, estando, portanto,
completamente dissociados em solução aquosa, formando Na+, F-, Ba2+ e NO32-. As
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recombinações possíveis são: Na(NO3)2, que também é muito solúvel, e BaF2, que tem
baixa solubilidade (Kps = 1,7 × 10-6), podendo vir a precipitar. Para determinar se há
formação de sólido, é preciso calcular as concentrações iniciais das espécies envolvidas,
levando em conta a diluição que ocorre quando as soluções são misturadas:
Substituindo estes valores na expressão do produto iônico (Q) e comparando o valor obtido
ao do Kps:
Como o valor do produto iônico é superior ao do K ps, concluímos que haverá formação de
precipitado.
FIM DA RESPOSTA COMENTADA
O AgCl precipitará até que as concentrações de Ag+ e Cl- se reduzam a valores que
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multiplicados se igualem ao Kps. Como o cloreto está presente em grande excesso,
podemos considerar que a prata é quase completamente consumida. Para que apenas x
mol.L-1 de Ag+ permaneçam em solução, o consumo deverá ser de (0,010 - x) mol.L-1.
Como a reação se dá na proporção molar de 1:1, para cada mol de Ag + consumido, a
mesma quantidade de cloreto reage. A quantidade de Ag+ que permanece em solução (x)
deverá ser muito pequena, podendo ser considerada desprezível em relação ao cloreto
remanescente:
ATIVIDADE 4 (objetivo 4)
Qual é concentração de Pb2+ que permanece em solução ao adicionar-se 150 mL de solução
0,500 mol.L-1 de NaCl a 50 mL de solução 0,0500 mol.L-1 de Pb(NO3)2?
RESPOSTA COMENTADA
O cloreto de sódio e o nitrato de chumbo são ambos sais muito solúveis, que se dissociam
completamente em solução aquosa. O composto insolúvel que pode se formar é o cloreto
de chumbo:
Verificando que há formação de precipitado, pois o produto iônico é maior que o Kps:
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Q (Pb 2 )(Cl - ) 2 (0,0125) (0,375) 2 1,76 10 -3 1,6 10 5 K ps
Como o cloreto está presente em grande excesso, podemos considerar que o chumbo é
quase completamente consumido. Para que apenas x mol.L-1 de Pb2+ permaneçam em
solução, o consumo deverá ser de (0,0125 - x) mol.L-1. Para cada mol de Pb2+ consumido,
dois moles de cloreto reagem. A quantidade de Pb2+ que permanece em solução (x) deverá
ser muito pequena, podendo ser considerada desprezível em relação ao cloreto
remanescente:
Mesmo quando há mais de uma espécie que forma compostos insolúveis, é possível
alcançar um alto grau de separação, quando a diferença de solubilidade entre as substâncias
formadas for elevada. Para isto, é preciso ajustar cuidadosamente a concentração da
espécie que leva à precipitação dos compostos insolúveis.
Tomemos como exemplo uma solução contendo 0,10 mol.L -1 de Pb2+ e igual concentração
de Ag+. A adição de cloreto pode levar à formação de PbCl2 (s) (Kps = 1,6 × 10-5) e AgCl (s)
(Kps = 1,7 × 10-10). Se aumentarmos gradativamente a concentração de Cl-, qual dos
compostos precipitará primeiro? No caso do AgCl, a concentração mínima de cloreto para
provocar precipitação será:
No caso do PbCl2, a concentração mínima de cloreto para provocar precipitação é dada por:
1,6 10 5 1,6 10 5
Kps = [Pb2+][Cl-]2 = 1,6 × 10-5 [Cl ] 2
1,3 10 3 mol.L1
[Pb ] 0,10
10
Podemos concluir que qualquer concentração de cloreto acima de 1,7 × 10 -9 mol.L-1 irá
provocar a formação de AgCl. Se esta concentração for mantida abaixo de
1,3 × 10-3 mol.L-1, não haverá precipitação de PbCl2.
Qual será a concentração de Ag+ remanescente na solução quando o chumbo começar a
precipitar? Para fazer este cálculo, basta substituir, na expressão do Kps do AgCl, a
concentração de cloreto necessária para a formação do PbCl2:
ATIVIDADE 5 (objetivo 4)
Quem irá precipitar primeiro quando Na2CrO4 (s) for adicionado gradativamente a uma
solução contendo 0,010 mol.L-1 de Pb2+ e 0,010 mol.L-1 de Ba2+? Qual será a concentração
remanescente desta espécie que precipita primeiro quando o segundo precipitado começar a
se formar?
RESPOSTA COMENTADA
O cromato de sódio é um sal muito solúvel, que se dissocia completamente. Duas espécies
insolúveis podem se formar:
Para determinar quem precipita primeiro, basta calcular a concentração mínima do íon
cromato necessária para formar uma solução saturada, através da expressão do Kps:
K ps 1,8 10 14
[CrO ]
2-
4 2
1,8 10 12 mol.L1
[Pb ] 0,010
K ps 2,4 10 10
[CrO ]
2-
4 2
2,4 10 8 mol.L1
[Ba ] 0,010
Podemos concluir que o PbCrO4 precipita primeiro, pois necessita de uma concentração
bem menor de ânions cromato para começar a se formar.
O segundo sólido a se formar, BaCrO4, só começa a precipitar quando a concentração de
cromato atingir o valor de 2,4 × 10-8 mol.L-1. Neste momento, a concentração de Pb2+ que
ainda está em solução é dada por:
11
1,8 10 14
K ps
[Pb 2 ] 7,5 10 7 mol.L1
[CrO 4 ] 2,4 10
2- -8
Uma técnica muito comum para separação de íons metálicos em solução é a precipitação
seletiva na forma de sulfetos, pois estes sais são em sua maioria pouco solúveis (vide
Tabela 1). Além disso, a concentração do ânion sulfeto (S2-), que é proveniente de um
ácido fraco, o H2S, pode ser facilmente controlada pelo ajuste do pH da solução.
Qual seria o pH necessário para separar, na forma de sulfeto, Fe 2+ e Zn2+ presentes em uma
solução aquosa, ambos em concentrações iniciais de 0,10 mol.L-1? O que se faz é
borbulhar H2S (g) através da solução, até que esta fique saturada com esta espécie, o que
significa, a 25°C, atingir a concentração de 0,10 mol.L -1. Os seguintes equilíbrios podem
se estabelecer:
Devemos ajustar a concentração do íon sulfeto para que apenas um dos metais precipite.
Em cada caso, a concentração mínima desta espécie para haver precipitação é dada por:
K ps 3,7 10 19
FeS: [S 2 ] 3,7 10 18 mol.L1
[Fe 2 ] 0,10
K ps 1,2 10 23
ZnS: [S 2 ] 1,2 10 22 mol.L1
[Zn 2 ] 0,10
Podemos concluir que, se a concentração de sulfeto for maior que 1,2 × 10 -22 mol.L-1, mas
menor ou igual a 3,7 × 10-18 mol.L-1, haverá precipitação de ZnS, sem que haja formação de
FeS. Para alcançar o grau máximo de separação possível, deveremos trabalhar com a maior
concentração possível de sulfeto que precipita o ZnS, sem provocar a formação de FeS, ou
seja, 3,7 × 10-18 mol.L-1.
Para o cálculo do pH, temos que levar em conta o equilíbrio de dissociação do H2S:
[H ][HS ]
H2S H + HS + -
K a1 1,1 10 7
[H 2 S]
[H ][S 2 ]
HS H + S
- + 2-
K a2 -
1,0 10 14
[HS ]
Quando conhecemos as concentrações de duas das três seguintes espécies, H 2S, H+ e S2-,
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como é o caso que estamos analisando ([H2S] = 0,10 mol.L-1 e [S2-] = 3,7 × 10-18 mol.L-1),
podemos trabalhar de forma mais simples, combinando as equações das duas etapas:
[H ] 2 [S 2 ]
H2S 2 H+ + S2- K K a1 K a2 1,1 10 21
[H 2 S]
1/2 1/2
K [H 2S] (1,1 10 21 ) (0,10)
[H ] 2
5,5 10 3 mol.L1 pH = 2,3
[S ] 3,7 10 -18
ATIVIDADE 6 (objetivos 3 e 4)
Considere uma solução 0,022 mol.L-1 de HCl, contendo 0,0010 mol.L-1 de Cd2+ e igual
concentração de Fe2+, saturada com H2S. Determine se algum dos metais presentes
precipita na forma de sulfeto. Caso algum deles precipite, qual será a concentração que
permanece em solução?
RESPOSTA COMENTADA
Os seguintes equilíbrios podem se estabelecer:
A concentração de H+ é determinada pelo ácido forte (HCl) presente: [H+] = 0,022 mol.L-1.
A do H2S corresponde à concentração de saturação: [H2S] = 0,10 mol.L-1. Como
conhecemos as concentrações destas duas espécies, podemos calcular a do sulfeto de forma
simplificada:
FeS: Q = (Fe2+) ( S2-) = (0,0010) (2,3 × 10-19) = 2,3 × 10-22 < Kps não há precipitação
CdS: Q = (Cd2+) ( S2-) = (0,0010) (2,3 × 10-19) = 2,3 × 10-22 > Kps há precipitação
Apenas o CdS precipita. A concentração do Cd2+ que permanece em solução é dada por:
13
3,6 10 29
K ps
[Cd 2 ] 1,6 10 10 mol.L1
[S 2 ] 2,3 10 19
FIM DA RESPOSTA COMENTADA
Consideramos que x mol.L-1 de Ag2S se dissolvem para que o sistema atinja o equilíbrio,
gerando 2x mol.L-1 de Ag+ e x mol.L-1 de S2-. Como a solubilidade do sólido é reduzida (o
valor do Kps é muito baixo), podemos provavelmente considerar que x é desprezível em
relação à concentração do sulfeto proveniente do Na2S (0,010 mol.L-1).
ATIVIDADE 7 (objetivo 5)
14
Determine a massa de PbI2 (Kps = 1,4 × 10-8) que se dissolve em: (a) 1,0 L de água pura; (b)
1,0 L de solução contendo 9,93 g de Pb(NO3)2.
RESPOSTA COMENTADA
Na dissolução do PbI2, estabelece-se o seguinte equilíbrio:
K ps [Pb 2 ][I ]2 (x)(2x) 2 1,4 10 -8 4x3 = 1,4 × 10-8 x = 1,5 × 10-3 mol.L-1
Para calcular a massa, basta multiplicar a concentração pelo volume, para determinar o
número de moles, e multiplicar o resultado pelo peso molecular do PbI 2:
(b) Dissolução em solução de Pb(NO3)2, que já apresenta uma certa quantidade de íons
Pb2+. Para calcular a concentração inicial desta espécie, dividimos a massa de nitrato por
seu peso molecular e pelo volume de solução:
9,93 g
(Pb 2 ) 3,00 10 2 mol.L1
331 g.mol 1 1,0 L
15
Substituindo estes valores na expressão do Kps:
A massa dissolvida neste caso é menor do que na água pura, devido ao efeito do íon
comum, que diminuiu a solubilidade do PbI2.
FIM DA RESPOSTA COMENTADA
[Ag(NH 3 ) 2 ]
Ag +
(aq) + 2 NH3 (aq) Ag(NH3)2+(aq) Kf
[Ag ][NH 3 ] 2
Quanto maior o valor de Kf, mais estável é o complexo, ou seja, maior é a tendência de o
íon metálico e os ligantes interagirem. No caso do Ag(NH3)2+, o valor desta constante é de
1,7 × 107, indicando que este complexo é bem estável. Isto ocorre porque as moléculas de
NH3 são capazes de interagir mais fortemente com o íon metálico do que as moléculas de
água responsáveis por sua solvatação. A Tabela 2 indica os valores das constantes de
formação de diversos complexos.
16
Ag(CN)2 - 5,3 × 1018 Cr(OH)4- 8,0 × 1029
Ag(NH3)2+ 1,7 × 107 Cu(CN)2- 1,0 × 1016
Ag(S2O3)23- 2,9 × 1013 Cu(NH3)42+ 4,8 × 1012
AlF63- 6,7 × 1019 Fe(CN)63- 9,1 × 1041
Cd(Br)42- 5,0 × 103 Fe(CN)64- 1,0 × 1035
Cd(CN)42- 7,7 × 1016 Ni(NH3)42+ 9,1 × 107
Co(NH3)62+ 7,7 × 104 Ni(NH3)62+ 5,0 × 108
Co(NH3)63+ 5,0 × 1033 Zn(CN)42- 5,0 × 1016
Co(SCN)42- 1,0 × 103 Zn(OH)42- 2,8 × 1015
[Ag ][NH 3 ] 2
Ag(NH3)2+(aq) Ag+(aq) + 2 NH3 (aq) K inst
[Ag(NH 3 ) 2 ]
Quanto maior o valor de Kinst, mais instável é o íon complexo, ou seja, menor será a
tendência de formar esta espécie. As constantes de formação e de instabilidade
correlacionam-se de uma forma simples:
1
Kf
K inst
Sendo esta reação a soma de duas outras, sua constante de equilíbrio é dada pelo produto
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das constantes de equilíbrio destas reações:
[Ag(NH 3 ) 2 ][Cl ]
Kc K ps K f (1,7 10 -10 ) (1,7 10 7 ) 2,9 10 3
[NH 3 ] 2
Como seria afetada a solubilidade do AgCl em uma solução contendo 0,5 mol.L -1 de NH3?
Na ausência de amônia, já vimos como calcular a solubilidade; considerando que x mol.L-1
do sólido se dissolvem para atingir o equilíbrio:
ATIVIDADE 8 (objetivo 6)
Qual é a solubilidade do AgBr em uma solução 0,40 mol.L-1 de NH3? Considere que
Ag(NH3)2+ é o único complexo formado:
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RESPOSTA COMENTADA
A reação global pode ser representada como:
[Ag(NH 3 ) 2 ][Br ]
Kc K ps K f (5,0 10 -13 ) (1,7 10 7 ) 8,5 10 6
[NH 3 ] 2
ATIVIDADE FINAL
Calcule as solubilidades do AgSCN (Kps = 1,1 × 10-12) e do AgBr (Kps = 5,0 × 10-13) em
água, a 25°C, quando ambos estão presentes simultaneamente na solução:
RESPOSTA COMENTADA
As solubilidades não são independentes, pois há um íon comum, o Ag+. As solubilidades
dos compostos isolados são muito próximas, pois ambos são eletrólitos 1:1 (para cada
cátion gerado na dissolução, é formado um ânion de mesma carga) e os valores dos Kps são
da mesma ordem de grandeza. Os dois equilíbrios devem ser resolvidos simultaneamente:
19
[Ag+][SCN-] = 1,1 × 10-12
[Ag+][Br-] = 5,0 × 10-13
Temos três incógnitas ([Ag+], [SCN-] e [Br-]) e apenas duas equações independentes. Para
chegar a uma solução, precisamos de mais uma equação. Considerando que deve haver
uma balanço entre as cargas negativas e positivas no sistema:
[Ag ] [SCN ]
Dividindo por [Br-]: 1 2,2 1 3,2 [Ag+] = 3,2 [Br-]
[Br ] [Br ]
RESUMO
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há formação de sólido.
As diferenças de solubilidade entre substâncias podem ser usadas para separar íons que
estejam presentes na mesma solução. A separação, denominada de precipitação seletiva, é
feita adicionando-se um reagente que forme um precipitado com um ou poucos dos íons
presentes na solução. É muito comum o uso do íon sulfeto na separação de íons metálicos,
pois sua concentração é facilmente controlada pelo ajuste do pH e porque há grandes
diferenças de solubilidade entre os sulfetos.
Quando dissolvemos um sólido pouco solúvel numa solução que já contém algum dos íons
que serão formados, ou seja, numa solução contendo um íon comum, observamos que a
quantidade de sólido solubilizada é inferior àquela que seria dissolvida em água pura, o que
é explicado pelo Princípio de Le Châtelier. A presença do íon comum tem o mesmo efeito
de um excesso de produto, ou seja, desloca o equilíbrio na direção da formação do sólido.
Ions metálicos que se comportam como ácidos de Lewis são capazes de se combinar com
uma ou mais moléculas, ou outros íons, que se comportem como bases de Lewis,
produzindo espécies chamadas de íons complexos. Como parte dos íons metálicos em
solução são consumidos para formar o complexo, mais sólido deve se dissolver, para que o
valor do Kps volte a ser respeitado, aumentando, portanto, a solubilidade do composto
pouco solúvel.
REFERÊNCIAS
BROWN, Theodore L., LE MAY JR., H. Eugene e BURSTEN, Bruce E. Química, a Ciência
21
Central. 9ª Edição. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2005. 972 pg.
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