Guia Pratico Anomalias Congenitas
Guia Pratico Anomalias Congenitas
Guia Pratico Anomalias Congenitas
GUIA PRÁTICO
Diagnóstico de
anomalias congênitas
no pré-natal
e ao nascimento
Brasília DF 2022
UIÇÃO
RIB
IDA
T
DIS
OIB
A PR
VEND
IT
A
G R AT U
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Análise Epidemiológica
e Vigilância de Doenças não Transmissíveis
GUIA PRÁTICO
Diagnóstico de anomalias congênitas
no pré-natal e ao nascimento
Brasília DF 2022
UIÇÃO
RIB
A
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IBID
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O
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VE IT
A
G R AT U
2022 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição – Não Comercial
– Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É permitida a reprodução parcial ou
total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério
da Saúde: bvsms.saude.gov.br.
Ficha Catalográfica
Brasil. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de
Doenças não Transmissíveis.
Guia prático : diagnóstico de anomalias congênitas no pré-natal e ao nascimento [recurso eletrônico] / Ministério
da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Análise Epidemiológica e Vigilância de Doenças não
Transmissíveis. – Brasília : Ministério da Saúde, 2022.
79 p. : il.
Modo de acesso: World Wide Web:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/guia_diagnostico_anomalias_congenitas_nascimento.pdf
ISBN 978-65-5993-286-3
1. Anomalias congênitas. 2. Diagnóstico pré-natal. 3. Vigilância em saúde. I. Título.
CDU 616-007(036)
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2022/0190
APRESENTAÇÃO 5
1 INTRODUÇÃO 8
8 CONSIDERAÇÕES FINAIS 63
REFERÊNCIAS 65
ANEXOS 68
Anexo A | Principais avaliações recomendadas para
físico do recém-nascido 69
Anexo B | Anomalias congênitas 70
Anexo C | Defeitos de fechamento de tubo neural 71
Anexo D | Microcefalia 72
Anexo E | Fendas orais 73
Anexo F | Cardiopatias congênitas – parte 1 74
Anexo G | Cardiopatias congênitas – parte 2 75
Anexo H | Defeitos de parede abdominal 76
Anexo I | Defeitos de membros 77
Anexo J | Defeitos de órgãos genitais 78
Anexo K | Síndrome de Down 79
APRESENTAÇÃO
À época, o vírus Zika, transmitido pelo mosquito Aedes aegypti, assim como os vírus da
5
Em termos de cobertura e magnitude, o Sinasc destaca-se internacionalmente por ser
um dos principais registros de anomalias do mundo. Todavia, a qualidade do registro
varia amplamente, dependendo do lugar e do tipo de anomalia considerado. Logo,
Para isso, diversas iniciativas vêm sendo desenvolvidas no intuito de: (1) ampliar
partes do corpo, sendo originadas ainda na vida intrauterina e podendo ser detectadas
no período pré-natal, durante ou após o nascimento. Sua ocorrência está relacionada
a combinação destes.1
Segundo a OMS, estima-se que 6% dos nascidos vivos no mundo apresentam algum
tipo de anomalia congênita.1
nascidos vivos (menos de 1% de todos os nascidos vivos) com anomalias congênitas,
3
8
QUADRO 1 Anomalias congênitas prioritárias para fins de vigilância ao nascimento. Brasil, 20225
GRUPO DE CÓDIGO
DESCRIÇÃO
ANOMALIAS
Q00.0 Anencefalia
Q00.1 Craniorraquisquise
Defeitos de
Q00.2 Iniencefalia
tubo neural
Q01 Encefalocele
Q05
Microcefalia Q02 Microcefalia
Q20
Q21
Q22
Q23
Cardiopatias
congênitas
Q25
Q26
periférico
Q28
Q35 Fenda palatina
Fendas orais Q36 Fenda labial
Fenda labial com fenda palatina
Defeitos de Hipospádia
órgãos genitais Q56 Sexo indeterminado e pseudo-hermafroditismo
Q66 Deformidades congênitas do pé
Q69 Polidactilia
apoio para o diagnóstico de anomalias congênitas no nascido vivo; (5) orientar como
12
QUADRO 2 Possíveis fatores de risco ou exposições de risco para anomalias congênitas que
podem ser identificados durante a anamnese9-12
•
INVESTIGAÇÃO DOS • síndromes genéticas
ANTECEDENTES FAMILIARES • anomalias congênitas
• gemelaridade na família
• idade da gestante
• peso e altura
• prática de atividades físicas
ANTECEDENTES PESSOAIS
•
entre outras)
•
• raça/cor
• escolaridade
•
• número de abortos ou natimortos
• tipo(s) de parto
ANTECEDENTES OBSTÉTRICOS
• gemelaridade
• diagnóstico de anomalias congênitas
• evolução do nascido vivo para óbito
• uso de medicamentos
• consumo de álcool
EXPOSIÇÃO A AGENTES
TERATOGÊNICOS NA GESTAÇÃO
• tabagismo
• uso de drogas ilícitas
•
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
• solventes
A AGENTES QUÍMICOS
NA GESTAÇÃO • pesticidas
EXPOSIÇÃO OCUPACIONAL
À RADIAÇÃO NA GESTAÇÃO
• raio X
como a síndrome de Down (código CID-10: Q90) e outras anomalias numéricas, como
as trissomias dos cromossomos 13 (síndrome de Patau – Q91) e 18 (síndrome de
Edwards – Q91), as quais cursam frequentemente com cardiopatias congênitas
(Q20-Q28) e outros tipos de anomalias congênitas.
no feto ou no recém-nascido.9
exames complementares.
em uso de anticonvulsivantes;
corpo do feto).
Com base nos achados do exame físico do nascido vivo, as anomalias congênitas
18
3.1 Pele
Durante a avaliação da pele do nascido vivo, diversas características devem ser aten-
tamente observadas, entre as quais textura, cor, umidade, presença de anomalias
congênitas, entre outras.9
A presença de hemangiomas
No exame dos pés, deve-se avaliar seu posicionamento para a possível detecção
de pés tortos. No caso do pé torto posicional, o examinador, com manobra delicada,
pode corrigir a posição do pé. Já no caso do pé torto congênito (Q66), será necessário
o tratamento ortopédico.9
3.3 Crânio
passando pela glabela e proeminência occipital. Essa medida, juntamente com o peso,
o comprimento, o sexo e a idade gestacional do nascido vivo, devem ser lançados
), para avaliar
se a medida do perímetro cefálico encontra-se dentro dos valores esperados ou se
está desviando, como nos casos de microcefalia (Q02) (medida do perímetro cefálico
inferior a menos 2 desvios-padrão da média) e microcefalia grave (Q02) (medida inferior
a menos 3 desvios-padrão da média).
3.5 Orelhas
3.6 Nariz
síndrome de Edwards
(Q91) (trissomia do 18) e síndrome de Down (Q90). 9
3.7 Boca
3.8 Pescoço
A presença de pele redundante na nuca pode estar associada à síndrome de Down
(Q90), e na parte lateral (o chamado pescoço alado) à síndrome de Turner (Q96).9
A restrição da mobilidade e o encurtamento do pescoço também devem ser avaliados,
sendo características indicativas de algumas síndromes, por exemplo.
3.9 Tórax
peção, palpação, percussão e ausculta devem ser feitas em toda a área de extensão do
parênquima pulmonar. A detecção de assimetrias pode indicar anormalidades, entre
as quais a presença de anomalias congênitas nos órgãos internos. Ainda, a presença
de taquipneia ou estertores na ausculta podem ser indicativas de alguma cardiopatia
congênita (Q20-Q28).9
Ainda no exame físico com foco cardiovascular, deve-se buscar achados compatíveis
com o diagnóstico de cardiopatia congênita cianótica, como aumento do fígado,
turgência jugular, além da cianose. Algumas cardiopatias congênitas podem se
3.12 Abdome
Durante o exame físico do abdome, a detecção de artéria umbilical única associada
a outras anomalias congênitas pode indicar a presença de anomalias renais ou
síndromes genéticas. Na inspeção, é possível também observar a detecção de defeitos
da parede abdominal, como a onfalocele (também chamada de exonfalia –
e a gastrosquise
de estruturas da cavidade abdominal através desses defeitos da parede abdominal.9
A hipospádia
da uretra na face ventral do pênis. Já a presença do orifício na face dorsal do pênis
epispádia 9
Ainda considerando o órgão genital masculino, a não palpação dos testículos na bolsa
escrotal pode representar criptorquidia (Q53). Quando a criptorquidia é bilateral e
associada a bolsa escrotal hipoplásica e pênis pequeno (<2,5 cm no RN a termo),
suspeita-se de sexo indeterminado ou pseudo-hermafroditismo (Q56).9
3.14 Ânus
O exame do orifício anal deve ser feito obrigatoriamente, podendo-se detectar
anomalias anorretais e fístulas. Além disso, é importante estar atento para a eliminação
9
e ressonância magnética.6
26
Herniação do tecido cerebral, geralmente coberto por meninges.
Protrusão das meninges e/ou medula espinhal através de uma abertura na coluna
vertebral. Pode ser aberta, com ou sem cobertura de membrana; ou fechada, coberta
A B C
D E
4.2 Microcefalia
curva de referência para a classificação dessa medida. Atualmente, o uso das curvas
Intergrowth-21 é o mais recomendado (https://bit.ly/36qepBr).6
FIGURA 2 Microcefalia (Q02) – Ilustração representando uma criança com perímetro cefálico
normal, outra com microcefalia e outra com microcefalia grave (A); Fotos de crianças com
microcefalia (B)16,17
Bebê com cabeça de Bebê com microcefalia Bebê com microcefalia grave
tamanho normal/típico
Tamanho normal Tamanho normal
estruturais do coração e/ou dos seus vasos sanguíneos. Fatores de risco maternos, como
doenças e exposição a agentes teratogênicos, podem levar a suspeita de cardiopatias
como sopros.10 Além disso, são possíveis sinais indicativos de defeitos do lado direito
do coração: cianose, hepatomegalia, edema de membros inferiores, sofrimento
respiratório e gemência; bem como sinais de defeitos do lado esquerdo: taquipneia,
precórdio hiperdinâmico, ritmo de galope, terceira bulha, diferencial de pulsos
e pressão e choque.6
6,15
(Q20.9).
Ao
APP
VCS
Ao
APP
VCS
AE
AD. Átrio Direito
VD. Ventrículo Direito
VP AE. Átrio Esquerdo
AD
VAo VAVC VE. Ventrículo Esquerdo
Ao
Atresia Tricúspide
Coarctação da aorta
Parede da aorta
se a coarctação
não está
presente
Ao
APP
VCS AD. Átrio Direito
AE VD. Ventrículo Direito
AE. Átrio Esquerdo
AD VE. Ventrículo Esquerdo
VP VM
VA
VT. Válvula Tricúspide
VT
VM. Válvula Mitral
VP. Válvula Pulmonar
VE VA. Válvula Aórtica
VD
VCI VCI. Veia Cava Inferior
APP. Artéria Pulmonar Principal
Gastrosquise (Q79.3)
Herniação de estruturas da cavidade abdominal, especialmente intestino, através
de defeito na parede abdominal em região lateral ao umbigo (à direita em 95%
dos casos).6
ONFALOCELE
GASTROSQUISE
O diagnóstico dessas anomalias pode ser feito tanto no pré-natal, por meio de
nascido vivo.
FIGURA 15 Tipos de defeitos de membros por eixo e segmento envolvido: (A) ausência
completa do membro (amélia); (B) defeito intercalar; (C) defeito transversal terminal;
(D) defeito longitudinal, pré-axial; (E) defeito longitudinal, central; (F) defeito longitudinal,
pós-axial; (G) longitudinal, pré e pós-axial16
A B C D E F G
Hipospádia (Q54)
Glandar
1o Grau
Coronal
Subcoronal
Distal
Proximal
Peno-escrotal
Escrotal
3o Grau
Perineal
A
Q54.2 Q54.3
Condição de origem genética que consiste na presença de três cópias do cromossomo 21.6
FIGURA 19 Síndrome de Down (Q90) – ilustração de sinais clínicos (A); foto de um caso com sinais
clínicos faciais (B); foto de um caso com mãos pequenas, braquidactilia e prega de transição
palmar (C)6,16
Braquicefalia
Fissuras palpebrais
ascendentes
Perfil facial
plano
Dobra epicântica
Boca aberta
com a língua Pele
protuberante redundante
Orelha pequena
com hélice
dobrada
B C
nessa temática. Entre eles, destaca-se o Atlas de Anomalias Congênitas, elaborado pelo
Manual
de referência rápido de anomalias congênitas e infecções selecionadas (em inglês Quick
reference handbook of selected congenital anomalies and infections), elaborado pela
Global Birth Defects, elaborado
pelo Comitê Internacional para Ferramentas de Vigilância de Anomalias Congênitas,
composto por membros da Europa, da América Latina, da África, da Ásia e dos EUA,
em resposta à epidemia do vírus Zika na América Latina.
52
o português pelo Ministério da Saúde.16
O Global Birth Defects é um aplicativo que está disponível para download nas lojas
se registrar usando um código. Esse código determina qual versão do aplicativo estará
XJNL.6
Caso haja detecção de uma ou mais anomalias congênitas no nascido vivo, o profis-
sional de saúde responsável pelo exame físico deve preencher os Blocos I e VI da DNV.
No Bloco I, temos o Campo 6 – Detectada alguma anomalia congênita? (Figura 20),
55
FIGURA 21 Bloco VI da Declaração de Nascido Vivo14
-la acerca de medidas que podem ser adotadas para garantir sua saúde, bem como
a saúde do feto em desenvolvimento. Entre elas, destacam-se:
58
QUADRO 3 Principais fatores de risco para anomalias congênitas em humanos6,18,19
Rubéola
microcefalia, paralisia cerebral e restrição de
crescimento intrauterino
Herpes simplex
(petéquias, púrpura e vesículas hemorrágicas)
Andrógenos
Agentes
químicos Defeitos de fechamento de tubo neural
– drogas
e medica- Anomalias do sistema reprodutivo, maior incidência
Dietilestilbestrol
mentos
Inibidores
Radiação
esqueléticas e restrição de crescimento intrauterino
acima de 5Sv)
Outros
agentes Mercúrio Anomalias do sistema nervoso central
físicos e Prematuridade, anomalias cardíacas e anomalias
químicos Chumbo
de membros
Bifenil-
Restrição de crescimento intrauterino
policlorados
Salienta-se que essa ação é uma de muitas que vem sendo desenvolvidas pela
63
REFERÊNCIAS
65
8. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Atenção à saúde
do recém-nascido
Disponível em: https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/atencao_saude_
18. NEU, N.; DUCHON, J.; ZACHARIAH, P. TORCH Infections. Clinics in Perinatology,
CRÂNIO
• Medir o perímetro cefálico para possível
detecção de microcefalia ou hidrocefalia.
• Palpação de toda a coluna para detectar
possíveis defeitos de tubo neural.
• Palpação das fontanelas.
OLHOS
• Observação de ambos os
• Verificar se suturas estão abertas. ORELHAS olhos procurando evidenciar
• Observação de microftalmia (olho pequeno)
BOCA anomalias de orelhas. ou anoftalmeia (ausência do
• Observação da presença Ex.: microtia. globo ocular).
de fendas – labial, palatina
ou labial com palatina. • “Teste da orelhinha”. • Observação da íris procurando
detectar aniridia (ausência total
• Observação de mandíbula ou parcial do tecido da íris).
pequena ou micrognatia.
• Observação de escleras límpidas.
• “Teste do olhinho”.
APARELHO RESPIRATÓRIO
• Inspeção, palpação, percussão ABDOME
e ausculta para detecção de • Observação de defeitos
assimetrias e anomalias nos de parede abdominal.
órgãos internos. Ex.: onfalocele ou gastrosquise.
ETIOLOGIA
• Ambiental
• Genética
• Multifatorial (gene e ambiente)
• Desconhecida: 50%
Anomalia maior - Fenda Labial
DEFINIÇÃO
• Anomalia que afeta
a estrutura ou a função
CLASSIFICAÇÃO
do corpo presente desde
• Anomalias maiores
o nascimento
• Anomalias menores
INTRODUÇÃO
COMO REGISTRAR ÀS ANOMALIAS Anomalia menor – Sindactilia
• Preencher na DNV
• campos 6: sim CONGÊNITAS
• campo 41: descrever a AC EPIDEMIOLOGIA
• 3% a 6% dos nascimentos no mundo
• 0,7% identificadas ao nascimento
no Brasil
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• O tubo neural origina o encéfalo e medula espinhal
• Para se desenvolver adequadamente, o tubo neural
precisa estar completamente fechado ao final
da 4ª semana
• Inadequações nesse processo de fechamento
são os chamados defeitos de fechamento
do tubo neural
• Etiologia multifatorial Espinha bífida
DEFINIÇÃO
• Malformações congênitas do
CLASSIFICAÇÃO COM CID
sistema nervoso central (SNC)
• Anencefalia (CID10-Q00.0)
• Cranioraquisquise (CID10:Q00.1)
• Iniencefalia (CID10:Q00.2)
• Encefalocele (CID10:Q01)
• Espinha bífida (CID10:Q05) Encefalocele
COMO REGISTRAR
• Topografi a e localização
ao longo do eixo: DEFEITOS DE
crânio/coluna vertebral
• Descrever se lesão aberta ou fechada FECHAMENTO EPIDEMIOLOGIA
• Anomalias associadas • Malformação congênita Anencefalia
DO TUBO prevenível mais comum
no mundo
NEURAL • Prevalência de 5-6 casos /
10.000 gestações
CONDUTA
• DTN com indicação de correção cirúrgica
FATORES DE RISCO
• Se diagnóstico pré-natal:
- encaminhamento da gestante para
• Genéticos
centros especializados • Ambientais: deficiência de ácido fólico,
- planejamento da indicação de via de parto medicações anticonvulsivantes na gestação
e procedimentos cirúrgicos • Maternos: obesidade, diabetes materna
• Se diagnóstico pós-natal: e febre na gestação
- atendimento em centro especializado
PREVENÇÃO
• Primária: uso de ácido fólico periconcepcional
DIAGNÓSTICO • Secundária: manejo na gestação de uso de
• Pré-natal: ecografia obstétrica medicações e das condições maternas de risco
• Pós-natal: exame físico do nascido vivo • Terciária: cirurgias e reabilitação
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Falha na formação do cérebro (ex.: síndromes genéticas)
ou lesão cerebral (ex.: síndrome da Zika congênita)
• Também pode ocorrer quando as suturas cranianas
fecham precocemente, impedindo o cérebro de
crescer (craniossinostose) Circunferência
craniana normal
DIAGNÓSTICO
PREVENÇÃO
• Medir perímetro cefálico ao nascimento
• Orientação e planejamento pré-concepcional
• Avaliação neurológica
• Testes ZSTORCH no período pré-concepcional
• Exame físico completo – procurar outras anomalias
e vacinação adequada
• Exames complementares para defi nir a causa
• Álcool zero durante a gestação
da microcefalia: principalmente ZSTORCH, exames
• Acompanhamento pré-natal adequado com
de neuroimagem e exames genéticos quando indicados
sorologias ZSTORCH
• Avaliação visual e auditiva
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Lábio se forma a partir da 5ª semana, estando
completo na 10ª semana de idade gestacional
• Palato se forma a partir da 6ª semana, estando
completo na 12ª semana de idade gestacional
DEFINIÇÃO
Fenda labial
• Malformação congênita
do lábio e do palato
CLASSIFICAÇÃO
COM CID
• Fenda palatina - Q35
• Fenda labial - Q36
• Fenda labial com
Fenda palatina
fenda palatina - Q37
COMO REGISTRAR
• Tipo de fenda: lábio e/ou palato FENDAS EPIDEMIOLOGIA
• Lateralidade: unilateral • Fenda labial com ou sem fenda
(esquerda ou direita) ou bilateral palatina (Mundial 10/10.000;
• Anomalias associadas
ORAIS América Latina 11/10.000)
• Fenda palatina (Mundial 6,5/10.000;
América Latina 3,7/10.000)
CONDUTA
• Avaliação da alimentação ETIOLOGIA
e bom ganho de peso Multifatorial:
• Prevenção de otites • Fatores genéticos
• Cirurgia • Fatores ambientais: uso de tabaco
e álcool na gestação
DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
• Exame físico • Uso de ácido fólico periconcepcional
• Para fenda palatina, importante
visualização do palato e não palpação
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Primeiro órgão a funcionar no embrião a partir
da quarta semana
• Aos 18 dias começa a formação do tubo cardíaco
evoluindo para dobramento, septação do coração
e formação da aorta e artéria pulmonar
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EPIDEMIOLOGIA
• Incidência 6 a 12/1.000 nascidos vivos
CONDUTA • Na vida fetal incidência até cinco vezes mais elevada
• Se diagnóstico pré-natal: referenciar para • 50% dos casos apresentam repercussão
centros especializados hemodinâmica precoce
• Se diagnóstico pós-natal: referenciar para
centros de referência com UTI neonatal
• Se forte suspeita de cardiopatias dependentes
de ducto são urgências relativas FATORES DE RISCO
- diminuir e retirar o oxigênio se possível • Fatores maternos
- administrar prostaglandina - Doenças como diabetes, lúpus
- solicitar ecocardiograma eritematoso sistêmico e outras colagenoses,
infecções virais ou parasitárias
- Uso de medicamentos (indometacina,
aspirina, anti-inflamatórios) e substâncias
DIAGNÓSTICO PÓS-NATAL (álcool, fumo e drogas)
• Exame físico ao nascimento CARDIOPATIAS - Idade avançada
• Sopro • História de perdas fetais anteriores
• Sinais de problema do lado direito CONGÊNITAS • Anomalias cromossômicas
- cianose • Se fatores de risco identificados no pré-natal:
- hepatomegalia - Acesso à ecografia morfológica
- edema membros inferiores PARTE 2 - Acesso à ecocardiografia fetal a partir
- sofrimento respiratório, gemência da 20ª semana
• Sinais de problema do lado esquerdo • Preditores de anomalias cardíacas à ecografia
- taquipneia obstétrica:
- precórdio hiperdinâmico, ritmo de galope, - Translucência nucal aumentada no
terceira bulha primeiro trimestre
- diferencial de pulsos e pressão - Anormalidades extracardíacas
- choque - Retardo do crescimento intrauterino
• Teste do coraçãozinho (pulse oximetry screening): deve ser - Oligodrâmnio ou polidrâmnio
realizado em todo recém-nascido com idade gestacional > 34 - Hidropsia fetal não imunológica
semanas, antes da alta da Unidade Neonatal, com o objetivo - Alterações do ritmo cardíaco
de detectar cardiopatias críticas dependentes do canal arterial.
• Exame de imagem diagnóstica ecocardiografia
• Avaliar anomalias extracardíacas
• Rastrear cardiopatias em recém-nascidos com síndromes
(p. ex.: síndrome de Down)
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Parede abdominal deve estar fechada
na 12ª semana de idade gestacional
DEFINIÇÃO
Onfalocele
• Onfalocele: Defeito de fechamento da parede CLASSIFICAÇÃO COM CID
abdominal através do anel umbilical do intestino,
• Onfalocele (exonfalia):
contendo alças intestinais ou outros órgãos abdominais,
Q79.2
recoberta por membrana (íntegra ou não)
• Gastrosquise: Q79.3
• Gastrosquise: defeito de continuidade da parede
abdominal anterior paraumbilical com exposição das
alças intestinais não envolta em membrana Gastrosquise
CONDUTA
• Proteger as alças intestinais e
conteúdo do saco herniado FATORES DE RISCO
• Onfalocele: síndromes genéticas,
• Rastrear malformações associadas (para Onfalocele)
principalmente cromossômicas,
• Encaminhar para serviço de referência como as trissomias 13, 18 e 21
em cirurgia pediátrica
• Gastrosquise: idade materna jovem
DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
• Pré-natal: através de ecografia obstétrica • Recomenda-se o planejamento familiar
• Pós-natal: exame físico do nascido vivo
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Inicia na 4ª semana embrionária através de
processos regulados que envolvem os três eixos
do desenvolvimento embrionário
• Crescimento dos membros ocorre na organogênese
DEFINIÇÃO Defeito
CLASSIFICAÇÃO COM CID
• Anomalias Congênitas dos Membros de redução
• Q71: Defeito de redução de membros de membro
superiores
• Q72: Defeitos de redução de membros
inferiores
COMO REGISTRAR • Q73: Defeitos de redução de membros
• Q74-3: Artrogripose congênita múltipla
• Defeitos de redução de membros:
• Q66: Deformidades congênitas do pé
classificar se amelia ou meromelia transversal
• Q69: Polidactilia
(terminal ou intercalar) / meromelia longitudinal
(indicando eixo acometido)
• Artrogripose: descrever e indicar as articulações ANOMALIAS
acometidas EPIDEMIOLOGIA
• Pé torto congênito: descrever e indicar se uni CONGÊNITAS • Defeito de redução de membros:
ou bilateral 0,79:1.000 nascidos vivos
DOS MEMBROS • Artrogripose: 1:3.000 nascidos vivos
• Polidactilia: descrever se uni ou bilateral, e classificar
em pré ou pós-axial e em total ou parcial • Pé torto congênito: 1:1.000 nascidos vivos
• Polidactilia: 1:1.000 nascidos vivos
DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
• Pré-natal: ecografia obstétrica • Aconselhamento genético reprodutivo
• Pós-natal: exame físico do recém-nascido • Evitar Teratógenos: misoprostol e talidomida
e raio-X dos membros quando indicado
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
EMBRIOLOGIA
• Processo que se inicia na fecundação,
dependente de uma rede gênica complexa, uma
constituição cromossômica normal e que evolui
até as semanas finais da gestação
DEFINIÇÃO
• As anomalias genitais, cujas causas mais CLASSIFICAÇÃO COM CID
importantes são as desordens/diferenças da • Malformações congênitas dos ovários,
diferenciação sexual caracterizam-se por uma trompas e ligamentos largos (Q50)
genitália (externa/interna) indiferenciada ou atípica. • Malformações do útero e colo (Q51)
Evitar uso de ambígua. • Outras malformações congênitas dos genitais femininos (Q52)
• Testículo não descido (Q53)
• Hipospádias (Q54)
• Outras malformações congênitas dos genitais masculinos (Q55)
• Sexo indeterminado e pseudo-hermafroditismo (termos em
COMO REGISTRAR
desuso) (Q56)
• Genital indiferenciado/atípico
• Genitália aparentemente feminina:
aumento do clitóris (> 6 mm de diâmetro
e > 9 mm de comprimento), fusão labial
ANOMALIAS EPIDEMIOLOGIA
posterior ou massa inguino/labial
• Anomalia genital 1 a cada 300 nascimentos
• Genitália aparentemente masculina: • Genitália indiferenciada 1 a cada 4.500 nascimentos
com criptorquidia bilateral, micropênis, GENITAIS
hipospádia perineal isolada ou hipospádia
peniana com criptorquidia
FATORES DE RISCO
CONDUTA • História familiar para DDS
• Em caso de suspeita, máximo cuidado no diagnóstico • Doença materna virilizante
adequado e a proteção da criança e da família • Uso de medicamentos pela mãe:
• Quando possível, o registro civil deve ser postergado até testosterona e derivados, agentes
a determinação do sexo (participação da família é obrigatória) progestacionais, várias drogas para evitar
• Encaminhamento imediato para centros especializados abortamento ou cloromifeno, tamoxifeno,
dietilestilbestrol
DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
• Pré-natal: ecografia obstétrica morfológica • Evitar auto medicação
• Ao nascimento: exame físico do nascido vivo • Rastreamento para tumores produtores de andrógenos
• Aconselhamento genético para DDS
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.
ETIOLOGIA
• Trissomia do cromossomo 21
DEFINIÇÃO
• Síndrome genética
CLASSIFICAÇÃO COM CID
• Síndrome de Down – CID-10: Q90
caracterizada por deficiência
• Trissomia 21 por não disjunção
intelectual e fáscies típica
meiótica: Q90.0
• Trissomia 21 em mosaico: Q90.1
• Trissomia 21 por translocação: Q90.2
• Trissomia 21 não especificada: Q90.9
COMO REGISTRAR
• Síndrome de Down (registrar
também as anomalias associadas)
• O diagnóstico é clínico e não é
necessário o exame de cariótipo para SÍNDROME EPIDEMIOLOGIA
seu registro na DNV • Causa genética mais comum
DE DOWN de deficiência intelectual
• 1 a cada 800 nascidos vivos
CONDUTA
• Cariótipo e ecocardiograma FATORES DE RISCO
• Apoio multiprofissional • Idade materna avançada
• Triagem neonatal (triagem para hipotireoidismo)
• Teste do olhinho (rastreamento de
catarata congênita)
DIAGNÓSTICO PREVENÇÃO
• Pré-natal: • Planejamento familiar
• Triagem por ecografia obstétrica no 1º trimestre e aconselhamento genético
e pode-se incluir exames laboratoriais
• Cariótipo fetal por amniocentese
• Pós-natal:
• Exame físico do recém-nascido
Fonte: Adaptado de BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Departamento de Análise em Saúde e Vigilância de Doenças Não Transmissíveis. Saúde Brasil 2020/2021:
anomalias congênitas prioritárias para vigilância ao nascimento. Brasília, DF: MS, 2021.