Dengue
Dengue
Dengue
DENGUE
diagnóstico e
manejo clínico
adulto e criança
5a edição
Brasília – DF
2016
medvideos.su
MINISTÉRIO DA SAÚDE
Secretaria de Vigilância em Saúde
Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis
DENGUE
diagnóstico e
manejo clínico
adulto e criança
5ª edição
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IT Brasília / DF
A
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2016
medvideos.su
2002 Ministério da Saúde.
Esta obra é disponibilizada nos termos da Licença Creative Commons – Atribuição
– Não Comercial – Compartilhamento pela mesma licença 4.0 Internacional. É
permitida a reprodução parcial ou total desta obra, desde que citada a fonte.
A coleção institucional do Ministério da Saúde pode ser acessada, na íntegra, na Biblioteca Virtual em Saúde
do Ministério da Saúde: <www.saude.gov.br/bvs>.
Ficha Catalográfica
ISBN 978-85-334-2344-2
1. Dengue. 2. Diagnóstico. 3. Saúde pública. I. Título.
CDU 616-022
Catalogação na fonte – Coordenação-Geral de Documentação e Informação – Editora MS – OS 2016/0016
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Sumário
Apresentação | 5
1 Introdução | 6
2 Espectro clínico | 7
3 Diagnóstico diferencial | 12
4.1 Anamnese | 14
4.2 Exame físico geral | 14
5 Classificação de risco | 16
6.1 Grupo A | 18
6.1.1 Caracterização | 18
6.1.2 Conduta | 18
6.2 Grupo B | 20
6.2.1 Caracterização | 20
6.2.2 Conduta | 20
6.3 Grupo C | 21
6.3.1 Caracterização | 21
6.3.2 Conduta | 21
6.4 Grupo D | 23
6.4.1 Caracterização | 23
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6.4.2 Conduta | 24
6.5 Considerações importantes para os grupos C e D | 26
6.6 Outros distúrbios eletrolíticos e metabólicos que podem exigir
correção específica | 27
6.7 Distúrbios de coagulação (cardiopatias de consumo e
plaquetopenia), hemorragias e uso de hemoderivados | 27
6.8 Comparações entre choque da dengue e choque séptico | 28
6.9 Óbito por dengue | 29
6.10 Indicações para internação hospitalar | 29
6.11 Critérios de alta hospitalar | 30
6.12 Homeopatia | 30
7 Confirmação laboratorial | 31
8 Classificação de caso | 32
Referências | 34
Bibliografia | 35
Anexos | 38
Anexo A – Gestação e dengue | 38
Anexo B – Parâmetros de frequência cardíaca, respiratória e pressão
arterial sistólica em crianças. Cálculo do peso em crianças | 40
Anexo C – Prova do laço | 42
Anexo D – Valores de referência eritrograma | 43
Anexo E – Uso de drogas sintomáticas nos casos de dengue | 44
Anexo F – Antiplaquetários em dengue | 45
Anexo G – Hidratação venosa em pacientes adultos cardiopatas com
dengue | 51
Anexo H – Tratamento da hipertensão arterial durante a infecção pelo
vírus da dengue | 56
Anexo I – Cartão de acompanhamento do paciente com suspeita de
dengue | 58
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Apresentação
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1 Introdução
A partir de 2014 o Brasil passou a utilizar a nova classificação de dengue.
Esta abordagem enfatiza que a dengue é uma doença única, dinâmica e sis-
têmica. Isso significa que a doença pode evoluir para remissão dos sintomas,
ou pode agravar-se exigindo constante reavaliação e observação, para que as
intervenções sejam oportunas e que os óbitos não ocorram.
A maior parte dos casos graves ocorre pelo extravasamento plasmático,
portanto, a observação cuidadosa e o uso racional de líquidos intravenosos são
essenciais; a ressuscitação do choque só é requerida em uma pequena parte dos
casos. Outras manifestações clínicas indicam gravidade, tais como hemorragias
graves e comprometimento grave de órgãos.
No entanto, antes que ocorra o agravamento da dengue, alguns sinais de
alarme podem surgir, por meio destes sinais se tem conseguido identificar os
pacientes que podem evoluir para uma forma grave da doença, com a intenção
de prevenir gravidade e reduzir a mortalidade por dengue.
Outra medida importante para evitar a ocorrência do óbito por dengue está
na organização dos serviços de saúde, especialmente em situação de epidemia.
A implantação do acolhimento com classificação de risco é de vital importân-
cia para que o correto estadiamento ofereça tratamento prioritário e oportuno
para os casos com sinais de alarme e para os casos graves.
Estas diretrizes também proporcionam melhor estratificação da gravidade do
paciente, tendo em conta as manifestações clínicas mais comuns desta doença
(extravasamento de plasma, choque inicial e tardio, hemorragias significativas) e
outras manifestações que anteriormente eram consideradas incomuns (alterações
no sistema nervoso central, comprometimento de outros órgãos).
O guia apresentado aqui é uma ferramenta para lidar com casos de dengue,
desde o nível primário em saúde até as unidades de maior complexidade com a
principal finalidade de evitar mortes por dengue.
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2 Espectro clínico
A infecção pelo vírus dengue pode ser assintomática ou sintomática.
Quando sintomática, causa uma doença sistêmica e dinâmica de amplo es-
pectro clínico, variando desde formas oligossintomáticas até quadros graves,
podendo evoluir para o óbito. Três fases clínicas podem ocorrer: febril, crítica
e de recuperação.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
2.2.2.1 Choque
O choque ocorre quando um volume crítico de plasma é perdido através do
extravasamento, o que geralmente ocorre entre os dias quatro ou cinco (com
intervalo entre três a sete dias) de doença, geralmente precedido por sinais de
alarme. O período de extravasamento plasmático e choque leva de 24 a 48 ho-
ras, devendo a equipe assistencial estar atenta à rápida mudança das alterações
hemodinâmicas, conforme Tabela 1.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Considera-se hipotensão: pressão arterial sistólica menor que 90 mmHg ou pressão arterial
média < de 70 mmHg em adultos, ou uma diminuição da pressão arterial sistólica maior que
40 mmHg ou menor que 2 desvio-padrão abaixo do intervalo normal para idade. Pressão
de pulso <= 20 mm Hg. Em adulto é muito significativa a diminuição da PAM associada a
taquicardia. Em crianças ver Anexo B.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
4.1 Anamnese
Pesquisar a presença de febre, referida ou medida, incluindo o dia anterior à
consulta; pesquisar ainda:
• Data de início da febre e de outros sintomas.
• Presença de sinais de alarme (item 2.2).
• Alterações gastrointestinais (náuseas, vômitos, diarreia, gastrite).
• Alterações do estado da consciência: irritabilidade, sonolência, letargia,
lipotimias, tontura, convulsão e vertigem.
• Diurese: frequência nas últimas 24 horas, volume e hora da última micção.
• Se existem familiares com dengue ou dengue na comunidade, ou
história de viagem recente para áreas endêmicas de dengue (14 dias
antes do início dos sintomas).
• Condições preexistentes, tais como lactentes menores (29 dias a 6
meses de vida), adultos maiores de 65 anos, gestante, obesidade, asma,
diabetes mellitus, hipertensão etc.
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Fonte: Ministério da Saúde. Diretrizes nacionais para prevenção e controle de epidemias de dengue. Brasília-DF, 2009.
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Figura 1 – Fluxograma para classificação de risco de dengue
NÃO SIM
e sem comorbidades social e com comorbidades • Hepatomegalia maior do que 2 cm arterial (fase tardia do choque); cianose
abaixo do rebordo costal. (fase tardia do choque); acumulação de
• Sangramento de mucosa. líquidos com insuficiência respiratória.
• Letargia e/ou irritabilidade. • Sangramento grave.
• Aumento progressivo do hematócrito. • Comprometimento grave de órgãos.
Iniciar hidratação dos pacientes de imediato de acordo com a classificação, enquanto aguarda exames laboratoriais.
Hidratação oral para pacientes do grupo A e B. Hidratação venosa para pacientes dos grupos C e D.
Condições clínicas especiais e/ou risco social ou comorbidades: lactentes (< 2 anos), gestantes, adultos com idade > 65 anos, com hipertensão arterial
ou outras doenças cardiovasculares, diabetes mellitus, Dpoc, doenças hematológicas crônicas (principalmente anemia falciforme), doença renal crônica,
17
doença ácido péptica e doenças autoimunes. Estes pacientes podem apresentar evolução desfavorável e devem ter acompanhamento diferenciado.
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6 Estadiamento clínico e conduta
6.1 Grupo A
6.1.1 Caracterização
a) Caso suspeito de dengue.
b) Ausência de sinais de alarme.
c) Sem comorbidades, grupo de risco ou condições clínicas especiais.
6.1.2 Conduta
• Exames laboratoriais complementares a critério médico.
• Prescrever paracetamol e/ou dipirona, conforme Anexo E.
• Não utilizar salicilatos ou anti-inflamatórios não esteroides.
• Orientar repouso e prescrever dieta e hidratação oral, conforme a seguir:
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
A hidratação oral dos pacientes com suspeita de dengue deve ser iniciada ainda na
sala de espera enquanto aguardam consulta médica.
• Volume diário da hidratação oral:
» Adultos: 60 ml/kg/dia, sendo 1/3 com solução salina e no início com volume
maior. Para os 2/3 restantes, orientar a ingestão de líquidos caseiros (água, suco
de frutas, soro caseiro, chás, água de coco etc.), utilizando-se os meios mais
adequados à idade e aos hábitos do paciente.
Especificar o volume a ser ingerido por dia. Por exemplo, para um adulto de 70 kg,
orientar: 60 ml/kg/dia 4,2 L. Ingerir nas primeiras 4 a 6 horas do atendimento: 1,4 L
de líquidos e distribuir o restante nos outros períodos (2,8 L).
» Crianças (< 13 anos de idade): orientar paciente e o cuidador para hidratação
por via oral. Oferecer 1/3 na forma de soro de reidratação oral (SRO) e o restante
através da oferta de água, sucos e chás. Considerar o volume de líquidos a ser
ingerido conforme recomendação a seguir (baseado na regra de Holliday Segar
acrescido de reposição de possíveis perdas de 3%):
- Crianças até 10 kg: 130 ml/kg/dia
- Crianças de 10 a 20 kg: 100 ml /kg/dia
- Crianças acima de 20 kg: 80 ml/kg/dia
Nas primeiras 4 a 6 horas do atendimento considerar a oferta de 1/3 deste volume.
Especificar em receita médica ou no cartão da dengue o volume a ser ingerido.
• Manter a hidratação durante todo o período febril e por até 24-48 horas após a
defervescência da febre.
• A alimentação não deve ser interrompida durante a hidratação e sim
administrada de acordo com a aceitação do paciente. O aleitamento materno dever
ser mantido e estimulado.
Fonte: Adaptado de Protocolo para atendimento aos pacientes com suspeita de dengue, 2014. Belo Horizonte, 2013.
6.2 Grupo B
6.2.1 Caracterização
a) Caso suspeito de dengue.
b) Ausência de sinais de alarme.
c) Com sangramento espontâneo de pele (petéquias) ou induzido (prova do
laço positiva).
d) Condições clínicas especiais e/ou de risco social ou comorbidades (lacten
tes menores de 2 anos –, gestantes, adultos com idade acima de 65 anos,
hipertensão arterial ou outras doenças cardiovasculares graves, diabetes
mellitus, doença pulmonar obstrutiva crônica (Dpoc), doenças hemato
lógicas crônicas (principalmente anemia falciforme e púrpuras), doença
renal crônica, doença ácido péptica, hepatopatias e doenças autoimunes).
6.2.2 Conduta
a) Solicitar exames complementares:
• Hemograma completo, obrigatório para todos os pacientes.
• Colher amostra no momento do atendimento.
• Liberar o resultado em até duas horas, ou no máximo quatro horas.
• Avaliar a hemoconcentração (parâmetros, Anexo D).
• Outros exames deverão ser solicitados de acordo com a condição clínica
associada ou a critério médico.
b) O paciente deve permanecer em acompanhamento e observação até o
resultado dos exames.
c) Prescrever hidratação oral conforme recomendado para o grupo A, até o
resultado dos exames.
d) Prescrever paracetamol e/ou dipirona conforme Anexo E.
e) Seguir conduta conforme reavaliação clínica e resultados laboratoriais:
• Paciente com hematócrito normal:
» Tratamento em regime ambulatorial com reavaliação clínica diária.
» Agendar o retorno para reclassificação do paciente, com reavaliação
clínica e laboratorial diária, até 48 horas após a queda da febre ou
imediata, na presença de sinais de alarme.
» Orientar o paciente para não se automedicar, permanecer em repou-
so e procurar imediatamente o serviço de urgência em caso de san-
gramentos ou sinais/sintomas de alarme.
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6.3 Grupo C
6.3.1 Caracterização
a) Caso suspeito de dengue.
b) Presença de algum sinal de alarme.
• Dor abdominal intensa (referida ou à palpação) e contínua.
• Vômitos persistentes.
• Acúmulo de líquidos (ascite, derrame pleural, derrame pericárdico).
• Hipotensão postural e/ou lipotímia.
• Hepatomegalia maior do que 2 cm abaixo do rebordo costal.
• Sangramento de mucosa.
• Letargia e/ou irritabilidade.
• Aumento progressivo do hematócrito.
6.3.2 Conduta
a) Para os pacientes do grupo C, o mais importante é iniciar a reposição
volêmica imediata, em qualquer ponto de atenção, independente do ní-
vel de complexidade, inclusive durante eventual transferência para uma
unidade de referência, mesmo na ausência de exames complementares
conforme segue:
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6.4 Grupo D
6.4.1 Caracterização
a) Caso suspeito de dengue.
b) Presença de sinais de choque, sangramento grave ou disfunção grave
de órgãos.
Sinais de choque
a) Taquicardia.
b) Extremidades distais frias.
c) Pulso fraco e filiforme.
d) Enchimento capilar lento (>2 segundos).
e) Pressão arterial convergente (<20 mm Hg).
f) Taquipneia.
g) Oliguria (< 1,5 ml/kg/h ).
h) Hipotensão arterial (fase tardia do choque).
i) Cianose (fase tardia do choque).
6.4.2 Conduta
Reposição volêmica (adultos e crianças):
Iniciar imediatamente fase de expansão rápida parenteral, com solução sali-
na isotônica: 20 ml/kg em até 20 minutos, em qualquer nível de complexidade,
inclusive durante eventual transferência para uma unidade de referência, mes-
mo na ausência de exames complementares.
Caso necessário, repetir por até três vezes, de acordo com avaliação clínica
(ver Tabela 1, item 2 – Espectro clínico).
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
→
extravasamento vascular • RVS / sem extravasamento vascular
• DC (bradicardia) = débito cardíaco →
• DC (taquicardia)
→
→
→
Lactato Lactato
→
→
• Plaquetas • Plaquetas
→ →
→ →
• Leucócitos • Leucócitos
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6.12 Homeopatia
O Ministério da Saúde não recomenda o uso de homeopatia como substitu-
tivo ao tratamento recomendado neste protocolo clínico. Além disso, seu uso
na forma de prevenção da dengue não deve ser indicado.
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7 Confirmação laboratorial
Métodos indicados:
a) Sorologia – Método Enzyme-Linked Immunosorbent Assay (ELISA).
Deve ser solicitada a partir do sexto dia do início dos sintomas.
b) Detecção de antígenos virais: NS1, isolamento viral, RT-PCR e imunohis-
toquímica. Devem ser solicitados até o quinto dia do início dos sintomas.
Se positivos confirmam o caso; se negativos, uma nova amostra para
sorologia IgM deve ser realizada para confirmação ou descarte.
Choque
Sangramento
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8 Classificação de caso
A classificação é retrospectiva e, para sua realização, devem ser reunidas
todas as informações clínicas, laboratoriais e epidemiológicas do paciente,
conforme descrito a seguir.
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8.4 Confirmado
É todo caso suspeito de dengue confirmado laboratorialmente (sorologia
IgM, NS1teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno-histoquimica).
No curso de uma epidemia, a confirmação pode ser feita por meio de crité-
rio clínico-epidemiológico, exceto nos primeiros casos da área, que deverão ter
confirmação laboratorial.
Os casos graves devem ser preferencialmente confirmados por laboratório
(sorologia IgM, NS1 teste rápido ou ELISA, isolamento viral, PCR, imuno-
-histoquímica). Na impossibilidade de realização de confirmação laboratorial
específica, considerar confirmação por vínculo epidemiológico com um caso
confirmado laboratorialmente.
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Bibliografia
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
GUBLER, D. J.; KUNO, G. Dengue and dengue hemorrhgic fever. New York:
CABI Publishing, 2001.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
MAYFONG, M. et al. Predictive diagnostic value of the tourniquet test for the
diagnosis of dengue infection in adults. Tropical Medicine and International
Health, [S.l.], v. 16, n. 1, p. 127-133, Jan. 2011.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Fonte: Ministério da Saúde. Manual de atenção integrada às doenças prevalentes da infância. 2003.
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Sangue
Idade 1º dia 3º dia 15 dias
do cordão
Eritrócitos 5,1± 1,0 5,6±1,0 5,5±1,0 5,2±0,8
Hemoglobina 16,8±3,5 18,8±3,5 17,5±3,5 17,0±3,0
Hematócrito 54±10 58±10 56±10 52±8
VCM 106±5 103±6 102±6 98±6
Idade ≈ 3 meses ≈ 6 meses ≈ 1-2 anos ≈ 5 anos
Eritrócitos 4,5±0,5 4,6±0,5 4,6±0,5 4,6±0,5
Hemoglobina 11,5±1,5 11,3±1,5 11,8±1,2 12,3±1,2
Hematócrito 37±4 35±4 36±4 37±4
VCM 82±6 76±6 78±6 80±6
>70 anos**
Idade ≈ 10 anos adultos** M adultos**F
MeF
Eritrócitos 4,6±0,5 5,3±0,8 4,7±0,7 4,6±0,7
Hemoglobina 13,2±1,5 15,3±2,5 13,6±2,0 13,5±2,5
Hematócrito 40±4 46±7 42±6 41±6
VCM 87±7 89±9 89±9 89±9
Fonte: Fallace, Renato. Hemograma: manual de interpretação. 4ª ed. Porto Alegre, 2003.
*VCM: entre um e 15 anos, pode ser estimado pela formula 76 + (0,8 x idade).
**Adultos caucasóides; 5% abaixo em negros
• Dipirona sódica
» Adultos: 20 gotas ou 1 comprimido (500 mg) até de 6/6 horas.
» Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima
para peso e idade, ver estimativa de peso em crianças, Anexo B). Go-
tas: 500 mg/ml (1 ml = 20 gotas); solução oral: 50 mg/ml; supositório
pediátrico: 300 mg por unidade; solução injetável: 500 mg/ml; com-
primidos: 500 mg por unidade.
• Paracetamol
» Adultos: 40-55 gotas ou 1 comprimido (500 a 750 mg) até de 6/6
horas.
» Crianças: 10 mg/kg/dose até de 6/6 horas (respeitar dose máxima
para peso e idade): gotas: 200 mg/ml (1 ml = 20 gotas); comprimidos:
500 a 750 mg por unidade.
Não utilizar doses maiores que a recomendada anteriormente, conside-
rando que doses elevadas são hepatotóxicas.
Em situações excepcionais, para pacientes com dor intensa, pode-se utilizar,
nos adultos, a associação de paracetamol (500 mg) e fosfato de codeína (7,5
mg) até de 6/6 horas.
Os salicilatos, como o AAS, são contraindicados e não devem ser adminis-
trados, pois podem causar ou agravar sangramentos. Os anti-inflamatórios não
hormonais (cetoprofeno, ibuprofeno, diclofenaco, nimesulida e outros) e as
drogas com potencial hemorrágico não devem ser utilizados.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
1 Antiagregantes plaquetários
A administração de antiagregantes plaquetários em pacientes com dengue,
mormente ácido acetilsalicílico (AAS) e clopidogrel, permanece controverso.
Deve-se esse fato ao receio de complicações hemorrágicas nos indivíduos com
redução do número total de plaquetas no sangue. No entanto, há situações em
que o risco de complicações trombóticas sobrepuja o risco de sangramento,
mesmo nos pacientes com dengue e trombocitopenia. Por conseguinte, há de
se determinar aqueles em que a manutenção dessas drogas se faz necessária.
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Figura 1
Figura 2
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Figura 3
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Figura 1
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Figura 2
Hipotenso Normotenso
Oligúria Amina vasoativa / Volume* Ressucitação volêmica
Débito urinário normal Ressuscitação volêmica Manutenção
Hipoperfusão periférica Amina vasoativa / Volume Ressuscitação volêmica
Perfusão periférica normal Ressuscitação volêmica Manutenção
Congestão pulmonar Amina vasoativa Diurético
*Na dependência da presença ou não de congestão pulmonar
Figura 3
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
Figura 4
Inotrópico e cronotrópico
Dobutamina 2,5 a 20 mcg/kg/min
positivo e vasodilatador
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Dengue: diagnóstico e manejo clínico – adulto e criança
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Biblioteca Virtual em Saúde do Ministério da Saúde:
.saude.gov.br/bvs
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