Direto Ao Direito - Direito Ambiental
Direto Ao Direito - Direito Ambiental
Direto Ao Direito - Direito Ambiental
“O que poderia ter sido é apenas um vácuo na historicidade do existir”: eis uma
das minhas frases preferidas – e que pode ser encontrada no meu livro “Isto é (quase) um
diário”. De fato, você pode ser aquilo que você quiser: inclusive nada – se esta for a sua
escolha. O barco está lançado ao mar: a direção do leme está em suas mãos.
Esta é uma apostila feita por mim e distribuída com o intuito de colaborar com os
(assim como eu) estudantes de Direito nos estudos e no processo de aprovação do tão
sonhado concurso público. O foco central são os certames para ingresso nos cargos de carreira
jurídica. As apostilas utilizaram sofrem grande influência do curso do G7 Jurídico (Ministério
Público e Magistratura).
Durante a leitura vocês perceberão que as notas de rodapé na maioria das vezes
trazem comentários feitos exclusivamente pelo autor da presente apostila como forma de
chamar atenção para alguns pontos de reflexão – o desenvolvimento de um raciocínio crítico é
ponto importante para consolidação do conhecimento e aquisição de maturidade jurídica.
Faço aqui um pedido... Melhor! Imploro a vocês algo em especial: caso este
material tenha sido útil no tão difícil e custoso processo de preparação faça seu relato e me
marque no Instagram (@danilopmeneses e @apostilasdiretoaodireito).
Sumário
NOÇÕES INTRODUTÓRIAS DE DIREITO AMBIENTAL .....................................................................6
Introdução: ..........................................................................................................................6
Correntes centrais do meio ambiente: ................................................................................6
HISTÓRIA DO DIREITO AMBIENTAL ..............................................................................................7
Contexto nacional:...............................................................................................................7
Contexto mundial: ...............................................................................................................8
PONTOS FUNDAMENTAIS DO DIREITO AMBIENTAL .....................................................................8
Objeto do Direito Ambiental: ..............................................................................................9
Conceito de meio ambiente: ...............................................................................................9
Conceito de poluição (artigo 3º, inciso III da Lei 6.938/81): ..............................................11
Movimentos ambientais relevantes: .................................................................................11
Força/eficácia do direito ao meio ambiente equilibrado:..................................................12
POLÍTICA NACIONAL DO MEIO AMBIENTE .................................................................................12
Lei 6.938/81 (Lei de Política Nacional do Meio Ambiente): ...............................................12
SISNAMA (Sistema Nacional do Meio Ambiente): .............................................................15
PRINCÍPIOS DE DIREITO AMBIENTAL ..........................................................................................17
Introdução: ........................................................................................................................17
Princípio do desenvolvimento sustentável: .......................................................................17
Princípio do usuário-pagador: ...........................................................................................21
Princípio do poluidor-pagador: ..........................................................................................22
Princípio da prevenção: .....................................................................................................24
Princípio da Precaução: .....................................................................................................25
Princípio do protetor-recebedor: ......................................................................................27
Princípio da informação:....................................................................................................27
Princípio da participação ou princípio democrático: .........................................................28
Princípio da educação ambiental:......................................................................................28
Princípio do direito humano fundamental: ........................................................................29
Princípio da cooperação: ...................................................................................................29
Princípio do limite ou controle: .........................................................................................29
Princípio da solidariedade intergeracional ou equidade: ..................................................30
Princípio da função socioambiental da propriedade .........................................................30
Princípio da obrigatoriedade da atuação estatal: ..............................................................31
Princípio da ubiquidade: ....................................................................................................31
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DIREITO AMBIENTAL 4
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DIREITO AMBIENTAL 5
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DIREITO AMBIENTAL 6
1
Para Hermes Benjamin a classificação não é composta de antropocentrismo + ecocentrismo +
biocentrismo, sendo na verdade: antropocentrismo puro + antropocentrismo intergeracional + não
antropocentrismo. Segundo Luiz Régis Prado a nomenclatura é: antropocentrismo absoluto +
antropocentrismo relativo + ecocentrismo absoluto. Já Romeu Tomé fala em antropocentrismo
utilitarista + antropocentrismo protecionista + ecocentrismo ou biocentrismo.
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DIREITO AMBIENTAL 7
2
Creio que o julgamento, em direito de família, tratando os semoventes de estimação (pet´s) como
“sersentes” (seres que sentem) e aplicando o regime jurídico da guarda em vez da divisão puramente
patrimonial é um exemplo dos reflexos de tal visão nos outros ramos do direito.
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DIREITO AMBIENTAL 8
Contexto mundial:
- Conferência das Nações Unidas para o Meio Ambiente – junho de 1.972 - Estocolmo;
- dá origem à Declaração do Meio Ambiente – que traz 26 princípios norteadores
do Direito Ambiental;
- tal Conferência deixou clara a oposição entre preservacionistas e
desenvolvimentistas;
- PNUMA (Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente): agência da ONU
responsável pela conservação do meio ambiente e o uso eficiente de recursos
naturais para o desenvolvimento sustentável;
- desenvolvimento sustentável: desenvolvimento que satisfaz as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas
próprias necessidades – conceito clássico;
- Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento – Rio 92;
- daí surgiu a Declaração do Rio – com 27 princípios ambientais;
- também surgiu a Agenda 21 – sem caráter vinculante, com metas mundiais para
diminuição da poluição;
- Cúpula Mundial Sobre Desenvolvimento Sustentável – 2.002 – Joanesburgo;
- buscou avaliar e implementar a Agenda 21;
- criou-se a Declaração de Joanesburgo e o Plano de Implementação (com metas
específicas);
- Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável – Rio +20;
- reafirmado os princípios da Declaração do Rio;
- trouxe a ideia de responsabilidade comum, mas diferenciada4 – cabe aos países
desenvolvidos maior responsabilidade na busca do desenvolvimento sustentável;
3
Traz sanções penais e administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente.
4
A carga de necessidade de adoção de procedimentos protetores aos processos ambientais naturais
varia de acordo com o grau de desenvolvimento do país que busca implementá-los.
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DIREITO AMBIENTAL 9
5
Exemplo: área de preservação permanente + reserva legal.
6
Proibição do efeito cliquet. Você sabia? A expressão cliquet é utilizada pelos alpinistas e define o
movimento que só se permite ao mesmo subir e continuar a escalada, inviabilizando a volta (descida)
em seu percurso.
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DIREITO AMBIENTAL 10
não apenas do ponto de vista biológico, mas sim “vida digna”. Surge
daí então a ideia de um mínimo existencial ambiental;
direito intergeracional;
- é um direito das presentes e futuras gerações – as gerações presentes tem o
dever de garantir às futuras gerações o meio ambiente ecologicamente
equilibrado (dever de tutela);
- conforme afirmado na característica anterior, não é possível o
retrocesso da evolução dos mecanismos de defesas do meio
ambiente – vedação do efeito cliquet;
- solidariedade: seja entre as gerações presentes7, seja entre as
gerações presente e a geração futura8;
- consequências jurídicas da adoção do conceito constitucional:
- construção do conceito in dubio pro natura existe um direito fundamental em
jogo (direito das presentes e futuras gerações) assim a dúvida deve ser tomada
sempre em favor da proteção ambiental (ex.: princípio da precaução);
- inexistência do direito de poluir inexiste direito adquirido de degradar o meio
ambiente – neste sentido: vários julgados do STJ;
- conceito trazido pela lei previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente (Lei
6.938/81) traz a previsão de que (artigo 3º) “meio ambiente é o conjunto de condições, leis,
influências e interações de ordem física, química e biológica, que permite, abriga e rege a vida
em todas as suas formas”;
- trata-se de um conceito abstrato;
- conceito macro de meio ambiente;
- conceito de viés biocêntrico;
- classificação do meio ambiente nos 4 aspectos9 (STF, ADI 3.540/MC) -
- meio ambiente natural -
- meio ambiente artificial (espaço urbano) -
- meio ambiente cultural -
- meio ambiente do trabalho -
- a classificação se baseia no conceito legal de meio ambiente e também no
conceito legal de poluição previsto na Lei de Política Nacional do Meio Ambiente;
- meio ambiente natural: constituído pelos recursos naturais (exemplo: água, ar, fauna, flora);
- composto de: recursos bióticos + recursos abióticos;
- recurso ambiental VS recurso natural segundo o professor Édis Milaré há
uma diferença entre os conceitos, visto que o conceito de meio ambiente é mais
amplo que o conceito de natureza. O meio ambiente abrange os quatro aspectos
do meio ambiente;
- recurso natural = segue a ideia do meio ambiente natural (recursos
da natureza);
7
Solidariedade sincrônica.
8
Solidariedade diacrônica.
9
O significado de cada uma das classificações de meio ambiente já foram tratados na introdução.
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DIREITO AMBIENTAL 11
10
Patrimônio cultural material.
11
Patrimônio cultural imaterial – exemplo: samba.
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DIREITO AMBIENTAL 12
- movimento conservacionista:
- entende a defesa do meio ambiente de forma conciliada com o desenvolvimento
econômico a demais atividades humanas;
- movimento preservacionista:
- tem natureza mais radical e entende o desenvolvimento econômico como
ameaças à integridade ambiental 12;
- sendo um direito fundamental, o direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado é
dotado de vários atributos:
- historicidade: fruto de luta dos povos e conquistado no decorrer da história,
incidindo a vedação do retrocesso (efeito cliquet);
- universalidade: pertence a todos indistintamente;
- inalienabilidade: o direito está fora do mercado, não podendo ser
comercializado;
- indisponibilidade: tal direito não está na esfera de transação, não podendo seu
titular “abrir mão” do direito;
- limitabilidade: tal direito é limitado por outros direitos fundamentais (teoria dos
limites dos limites – teoria externa);
- imprescritibilidade: as ações civis buscando a reparação do dano ambiental são
imprescritíveis (neste sentido: STJ13);
12
A chance de implantação prática de uma filosofia desta ordem é próxima de 0 – rompe, aliás, com a
premissa da realidade e com a possibilidade fática.
13
Importante que há na Suprema Corte – em sede de RE com Repercussão Geral (RE 654.833) –
pendência quanto à decisão sobre a imprescritibilidade em tela. A decisão ainda não foi tomada,
embora até então a doutrina e jurisprudência adotasse a imprescritibilidade.
14
Exigindo intenso trabalho de memorização e fixação de pontos importantes. Fica sugerida desde já a
consulta às normas citadas para melhor rendimento no processo de memorização da norma
regulamentadora do tema a ser cobrado – costuma aparecer nas provas a legislação na forma pura.
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DIREITO AMBIENTAL 13
- princípios17 previstos no artigo 2º da lei -> chamados de metas de ação pela doutrina;
- inciso I ação governamental na manutenção do equilíbrio ecológico,
considerando o meio ambiente como patrimônio público;
- inciso II racionalização do uso do solo, do subsolo, da água e do ar -> os
recursos naturais são finitos, devendo haver sustentabilidade (utilização do bem
sem esgotamento do recurso);
- inciso III planejamento e fiscalização do uso dos recursos ambientais -> toda
atividade que utiliza recursos ambientais deve passar pelo controle do poder
público18;
- inciso IV proteção dos ecossistemas com preservação de áreas
representativas;
- inciso V controle e zoneamento de atividades potencial ou efetivamente
poluidoras -> a ideia é alocar as atividades em locais que guardem
compatibilidade e diminuam os danos ambientais;
- inciso VI incentivo ao estudo e à pesquisa de tecnologias orientadas para o
uso reacional e a proteção dos recursos ambientais -> melhoria da qualidade
ambiental pela via tecnológica;
- inciso VII acompanhamento do estado da qualidade ambiental -> gestão
ambiental adequada;
15
A nomenclatura “princípios” é erroneamente utilizada.
16
Acredita-se ser a primeira previsão da dignidade da pessoa humana no ordenamento jurídico
brasileiro – ponto importante a ser observado em uma prova discursiva ou oral.
17
O nome “princípios” é utilizado pela lei – embora a doutrina entenda que se trate na verdade de
“metas de ação”.
18
Exemplos de controle: Estudo Prévio de Impacto Ambiental + Licenciamento Ambiental.
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DIREITO AMBIENTAL 14
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DIREITO AMBIENTAL 15
19
Há previsão constitucional de criação de espaços ambientais especialmente protegidos.
20
Necessidade de imputar a conduta a uma pessoa física – ao imputá-la à pessoa jurídica.
21
A proteção do meio ambiente como um fim em si mesmo é rodeada de romantismo em uma atitude
puramente folclórica. O uso de instrumentos econômicos para adequação dos interesses no exercício de
atividades potencialmente poluidoras é essencial.
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DIREITO AMBIENTAL 16
- órgãos estaduais:
órgãos seccionais -> responsáveis pela execução de programas e
projetos e pelo controle e fiscalização de atividades capazes de
provocar degradação ambiental;
- órgãos municipais:
órgãos locais -> responsáveis pelo controle e fiscalização das
atividades dentro de suas circunscrições;
- o SISNAMA não tem personalidade jurídica: as atribuições são dos órgãos, entidades e
instituições que o integram;
22
Não existe mais a Secretaria do Meio Ambiente da Presidência da República.
23
Atua diretamente no licenciamento ambiental.
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DIREITO AMBIENTAL 17
24
Exemplo: Lei 11.428/06 (Lei do Bioma da Mata Atlântica) traz previsão expressa dos princípios da
precaução, prevenção, equidade intergeracional, entre outros. A Lei 12.305/10 (Lei da Política Nacional
dos Resíduos Sólidos) traz previsão expressa dos princípios do poluidor-pagador, desenvolvimento
sustentável, protetor-recebedor.
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DIREITO AMBIENTAL 18
25
Método mnemônico = PEC preservação + equidade + crescimento.
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DIREITO AMBIENTAL 19
- a Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (Lei 6.938/81 – artigo 4º, inciso I)
trouxe a previsão de que ele se refere à “compatibilização do desenvolvimento
econômico social com a preservação da qualidade do meio ambiente e do
equilíbrio ecológico”;
- a Declaração do Rio (92) trouxe a previsão de que “os seres humanos estão no
centro das preocupações com o desenvolvimento sustentável, tendo direito a
uma vida saudável produtiva e em harmonia com a natureza”. Ainda segundo a
declaração “para alcançar o desenvolvimento sustentável a proteção ambiental
constituirá parte integrante do processo de desenvolvimento e não pode ser
considerada isoladamente deste”;
- princípio do desenvolvimento sustentável [na prática]: embora seja fácil propor (em
abstrato) a compatibilização do desenvolvimento econômico com a preservação ambiental, na
prática muitas colisões surgem da tentativa de conciliação destes dois ideais aparentemente
contraditórios;
DIREITO FUNDAMENTAL AO DIREITO FUNDAMENTAL À
DESENVOLVIMENTO ECONÔMICO VS PRESERVAÇÃO AMBIENTAL
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DIREITO AMBIENTAL 20
26
Importante: ver ADPF 101.
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DIREITO AMBIENTAL 21
27
Princípio do usuário-pagador:
- tal princípio se refere aos casos em que determinados cidadãos, ainda que autorizados pelo
poder público (agindo licitamente), se apropriam de recursos naturais que, na essência, são de
todos. O particular então deve compensar a sociedade em razão desta apropriação;
- exemplo: utilização de água por alguém na sua residência -
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins 28:
27
Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
28
Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-usuario-pagador/
29
Lembrando que a previsão legal expressa de valor mínimo foi considerada inconstitucional pelo STF.
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DIREITO AMBIENTAL 22
- fundamento do princípio: quem utilizada o bem de uso comum deve arcar com os custos
para a contínua utilização deste bem;
- previsão legal: artigo 4º, inciso VII da Lei 6.938/81;
- a Política Nacional do Meio Ambiente visará à imposição ao usuário da
contribuição pela utilização de recursos ambientais com fins econômicos;
- objetivos da cobrança:
racionalizar o uso do recurso natural – que é finito;
caráter educativo;
quantificação do recurso;
arrecadação de recursos financeiros para serem destinados à preservação
daquele recurso natural;
evitar o “custo zero”;
impedir o uso abusivo;
- exemplos de previsão legal de cobrança: o artigo 19 da Lei 9.433/97 prevê a
possibilidade de cobrança do uso de recursos hídricos com o objetivo de
reconhecer a água como bem econômico, incentivar a racionalização do seu uso e
obter recursos financeiros para o financiamento de programas buscando a
conservação do meio ambiente;
Princípio do poluidor-pagador:
- ideia central do princípio traz a regra de que as medidas de prevenção, mitigação,
controle, recuperação e compensação de impactos e danos ambientais devem ser suportados
pelo titular da atividade. A lógica é de que a atividade potencialmente poluidora gera danos a
todos, quem está usufruindo da atividade deve arcar com os custos ambientais potenciais da
citada atividade;
- resumo: as externalidades negativas (sofridas por todos) devem ser
internalizadas pela atividade do poluidor nos custos de produção – sob pena de
injusta repartição de ônus e bônus (poluidor com bônus – sociedade em geral com
o ônus30);
Veja o Mapa Mental elaborado pelo Professor Tiago Martins 31:
30
Privatização de lucros com socialização de prejuízos.
31
Disponível em: https://proftiagomartins.com.br/principio-do-poluidor-pagador/
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DIREITO AMBIENTAL 23
- exemplo: fábrica que foi instalada nas imediações de uma comunidade emitindo
poluentes no ar e causando prejuízos em outros empreendimentos – a indústria
deve arcar com os custos para implantação das medidas de contenção dos
impactos por ela ocasionados;
- STF, ADI 3.378/08: segundo o referido julgado “o artigo 36 da Lei 9.985/2000 densifica o
princípio do usuário-pagador, este a significar um mecanismo de assunção partilhada da
responsabilidade social pelos custos ambientais derivados da atividade econômica”;
- críticas ao que parece tal artigo traz na verdade o princípio do poluidor-
pagador – a única forma de aceitar a correção de tal julgado é entender o
princípio do usuário-pagador de forma ampla, englobando também o princípio do
poluidor-pagador (o poluidor seria uma espécie de “usuário negativamente
qualificado”);
- poluidor = usuário qualificado = usuário qualificado pelo resultado;
- conceito legal de poluidor: segundo o artigo 3º, inciso IV da Lei 6.938/81 “poluidor é a pessoa
física ou jurídica, de direito público ou privado, responsável direta ou indiretamente por
atividade causadora de degradação ambiental”;
pessoa física + pessoa jurídica (direito público + direito privado) diretamente
+ indiretamente degradação ambiental;
- responsabilidade do poluidor: o poluidor deve arcar com os custos sociais que sua atividade
impactante causar ou puder causar (externalidades negativas);
- é transferido ao poluidor o dever de reduzir os impactos ambientais aos níveis
considerados aceitáveis pelo poder público;
- direito de poluir: não existe no direito brasileiro o direito de poluir – o princípio não é do
“pagador-poluidor”;
- o princípio é voltado para a ideia de prevenção – evitar o dano ambiental;
- há um dever de adequação da atividade de forma a se gerar a menor quantidade
de danos ambientais possível;
- fundamento: a ideia oriunda do dever de solidariedade intergeracional fundamenta o
princípio – a garantia do meio ambiente ecologicamente equilibrado para as presentes e
futuras gerações é um dever de todo nós;
- princípio da solidariedade intergeracional decorre da ideia de que as
presentes gerações devem ser capazes de se sustentarem ou de suprirem as suas
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DIREITO AMBIENTAL 24
34
Princípio da prevenção:
- a lógica inerente ao princípio é de que sendo conhecidos os impactos de determinadas
atividades, deve-se agir de forma a preveni-los, mitiga-los, controlá-los e evitá-los. Tal princípio
é aplicado em impactos conhecidos – a ciência tem conhecimento dos impactos decorrentes
de determinadas atividades econômicas;
32
Há disposições semelhantes em outros diplomas legislativos que tratam da tutela do meio ambiente
ecologicamente equilibrado.
33
Há obrigação de implantação de sistema de logística reversa para o retorno dos produtos após o uso
pelo consumidor para alguns produtos específicos – podemos citar como exemplo os agrotóxicos, pilhas
e baterias, pneus, óleos lubrificantes, lâmpadas e produtos eletroeletrônicos.
34
Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
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DIREITO AMBIENTAL 25
35
- o princípio estabelece o dever de prevenção aos impactos ambientais, visto que tais impactos
são irreversíveis ou reversíveis há longo prazo – busca então evitar a ocorrência do dano;
- prevenção agir de forma antecipada aquilo que se conhece certeza científica;
- fundamento constitucional: está previsto no artigo 225 da CRFB/88 ao prever o dever de
defesa para as presentes e futuras gerações;
- instrumentos do princípio da prevenção:
- licenciamento ambiental + EIA/RIMA -
- por meio do licenciamento ambiental 36 se busca mitigar ou controlar os
possíveis impactos ao meio ambiente em função da atividade que se busca
realizar. Tal procedimento é composto de vários estudos (EIA/RIMA 37 ) que
buscam verificar vários aspectos, dentre eles a busca por método menos agressivo
ao meio ambiente, criação de mecanismos de controle e fiscalização, análise de
métodos alternativos de exploração e viabilidade ambiental e econômica do
empreendimento;
- o processo de licenciamento ambiental pode ser: municipal + estadual + federal
nos termos da Lei Complementar 140;
- a competência para FISCALIZAR e multar é distinta da competência para
LICENCIAR qualquer uma das três esferas federativas podem exercer atividade
fiscalizatória e outras atividades buscando conter o dano;
- pluralidade de autos de infração LC 140/11 prevalece o auto de infração
realizado pelo órgão licenciador 38;
- lembre-se: prevenção = impactos ambientais cientificamente conhecidos;
Princípio da Precaução:
- trabalha com uma ideia de incerteza científica (dúvida);
- origem da incerteza: informação científica insuficiente + informação científica inconclusiva +
informação científica incerta;
- com potencial perigo ao meio ambiente e à saúde humana;
35
Imagem retirada do site: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
36
Procedimento administrativo ordenado que busca atingir o fim público de proteção ao meio ambiente
e analisar a viabilidade de determinadas atividades, juntamente com as medidas de mitigação e
controle.
37
O licenciamento ambiental é a principal expressão, no ordenamento jurídico nacional, do princípio
da prevenção. O próprio empreendedor é o responsável pela elaboração do EIA/RIMA para subsidiar o
processo de licenciamento ambiental – o poder público verifica apenas a adequação do estudo. Está
previsto no artigo 2º da Resolução CONAMA nº 01/86.
38
Lembrando que há tríplice responsabilização: cível + penal + administrativa.
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DIREITO AMBIENTAL 26
39
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Imagem retirada de: https://examedaoab.com/dicas-de-direito/principios-do-direito-ambiental/
40
Transfere ao empreendedor o dever de provar que a sua atividade não causa danos ao meio ambiente
– neste sentido: STJ, RESp. 1.060.753/SP. Crítica: deve haver cuidado na exigência desta prova a ser
produzida pelo empreendedor, sob pena de se criar a necessidade de comprovação de algo impossível
(prova diabólica).
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DIREITO AMBIENTAL 27
Princípio do protetor-recebedor:
- aquele que protege o recurso natural para além do que determina a lei tem o direito de ser
recompensado pela sua atitude41 – que busca o bem comum;
- princípio do protetor recebedor tônica recompensa;
- forma classicamente estabelecida para a recompensa PSA42;
- é necessária a realização de um trabalho de criação de interesse econômico para demonstrar
que quem respeita o meio ambiente deve ter alguns benefícios financeiros – a correta
implantação desta estratégia é essencial para o sucesso da política de proteção do meio
ambiente;
- previsão legal:
- previsto expressamente no artigo 6º, inciso II da Lei 12.305/10 (Lei da Política
Nacional dos Resíduos Sólidos);
- Código Florestal (Lei 12.641/12): traz no artigo 41 o programa de apoio e
incentivo à preservação e recuperação do meio ambiente;
- ICMS ecológico: mecanismo voltado para os Municípios buscando o incentivo na
criação de áreas protegidas de forma a aumentar a arrecadação;
- isenção do Imposto Territorial Rural: previsto no artigo 10, §1º da Lei 9.393/96;
- o princípio demonstra a importância de se premiar as boas práticas e condutas ambientais;
Princípio da informação:
- é a garantia de acesso a estudos e dados ambientais a todos;
- só é possível a participação ativa do processo de tomada de decisão se a sociedade estiver
bem informada. Para isto a sociedade deve ter direito a acessar dados e informações em posse
do próprio poder público em matéria ambiental para depois externar o ponto de vista;
- documentos importantes: avaliação de impacto ambiental + pareceres técnicos
+ pareceres jurídicos;
- direito de petição: é um mecanismo importante de acesso a tais dados;
- previsão legal:
41
Com benefícios econômicos e fiscais.
42
Pagamento por serviços ambientais.
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DIREITO AMBIENTAL 28
43
Não basta a participação formal, devendo as manifestações ser levadas em conta no processo de
tomada de decisão.
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DIREITO AMBIENTAL 29
- há uma previsão que pode ser utilizada como fundamentadora do princípio da Lei de Política
Nacional do Meio Ambiente (artigo 4º, inciso V da Lei 6.938/81);
Princípio da cooperação:
- cooperar = agir em conjunto;
- os impactos ambientais ultrapassam a ideia territorial – por isso a necessidade de ação
conjunta para preservação do meio ambiente;
- fundamento constitucional: o artigo 4º, inciso IX da CRFB/88 traz a regra de que “a República
Federativa do Brasil refere-se nas suas relações internacionais pelo princípio da cooperação
entre os povos para o progresso da humanidade”;
- previsão legal: o artigo 77 da Lei 9.605/98 traz a regra da “necessária cooperação a outro
país”;
- óticas de aplicação:
- aplicação externa cooperação entre o Brasil e outros países;
- aplicação interna competência material comum dos entes federativos para
promover a preservação ambiental (federalismo cooperativo);
- também conhecido como princípio da cooperação entre os povos, afirma que todas as
nações devem conjugar esforços no sentido de preservar o meio ambiente;
- tal princípio deve ser aplicado principalmente em questões fronteiriças (ex.: a
Amazônia vai além das fronteiras brasileiras);
- outro fator importante é o caráter global dos processos de interações ambientais –
dificilmente possíveis de serem vistos de forma local (isoladamente);
- pelo princípio da responsabilidade comum, porém diferenciada as nações que pela sua
forma ou estruturação impactam mais o meio ambiente devem, via de consequência, arcar
com os maiores ônus para a sua preservação (quem explora mais arca com maiores ônus);
44
Previsto no artigo 225, caput, da CRFB/88 – não há nenhum problema em prever direitos e garantias
fundamentais fora do artigo 5º da CRFB/88 (o rol deste artigo é meramente exemplificativo).
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DIREITO AMBIENTAL 30
- ideia central: o Poder Público vai estabelecer o padrão ambiental compatível com o meio
ambiente equilibrado – estabelecimentos de limites daquilo que se considera socialmente
tolerável;
- previsão constitucional: previsto no artigo 225, §1º, inciso V da CRFB/88, sendo imposto ao
poder público o controle da produção, comercialização e emprego de técnica, métodos e
substâncias que importem em risco para a vida, qualidade de vida e meio ambiente;
- melhor tecnologia disponível: tal princípio traz a regra de que devem ser sempre
implantada, nos empreendimentos, tecnologias que causem menores danos ao
meio ambiente, mesmo que a implantação de tais tecnologias sejam mais
onerosas ao empreendedor;
- há importantes Resoluções do CONAMA fazendo esta função em âmbito federal: fixando
padrões para a água, para a emissão de ruídos e de gases poluentes;
45
Entre gerações.
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DIREITO AMBIENTAL 31
- importante: lembrar que a função social da propriedade na cidade está fortemente ligada às
ideias de cumprimento das normas previstas no plano diretor;
- artigo 1.228, §1º do Código Civil: o direito de propriedade deve ser exercido em
consonância com as suas finalidades econômicas e sociais e de modo que sejam
preservados, de conformidade com o estabelecido em lei especial, a flora, fauna, as
belezas naturais, o equilíbrio ecológico e o patrimônio histórico e artístico, bem como
evitada a poluição do ar e das águas;
- exemplos: área de preservação permanente (APP) + reserva legal 47 (RL);
- julgado importante do STJ sobre o tema:
- STJ, REsp. 1.240.122: inexiste direito ilimitado ou absoluto de utilização das
potencialidades econômicas de imóvel, pois antes até da promulgação da
Constituição vigente o legislador já cuidava de impor algumas restrições ao uso da
propriedade com o escopo de preservar o meio ambiente, tarefa essa que, no
regime constitucional de 1.988, fundamenta-se na função ecológica do domínio e
posse;
Princípio da ubiquidade:
- todas as decisões e medidas tomadas possuem reflexos ambientais – assim as questões
ambientais devem ser levadas em conta ao tomar decisões em políticas públicas;
- conteúdo: a proteção do meio ambiente deve ser levada em consideração sempre que uma
medida social for desenvolvida;
- toda medida de caráter social deve ser analisada no que tange aos efeitos
ambientais;
46
Requisito do inciso II: utilização adequada aos recursos naturais disponíveis e à preservação do meio
ambiente.
47
Regra geral: 20% de reserva legal na propriedade. Exceção: Amazônia Legal – vai variar de acordo
com o bioma (floresta = 80% / cerrado = 35% / demais biomas = 20%).
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DIREITO AMBIENTAL 32
48
Vejo entraves de cunho político-filosófico ao princípio citado: se adotado de maneira rígida ele acaba
por impedir a ação legislativa e o poder do povo em decidir, por meio dos seus representantes, a
estratégia que entende mais pertinente ao seu bem estar – conjugando defesa ambiental e
desenvolvimento econômico. O que deve se impedir é a agressão ao desenvolvimento sustentável –
não a diminuição de proteção legislativa de um padrão ambiental específico.
49
Interessante observar – ao estudar o Código Florestal – a posição do STF em relação a
(in)constitucionalidade de alguns pontos específicos da legislação.
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DIREITO AMBIENTAL 33
- artigo 170, inciso VI: a ordem econômica, fundada na valorização do trabalho humano e na
livre iniciativa, tem por fim assegurar a todos existência digna, conforme os ditames da justiça
social, observado o princípio da defesa do meio ambiente, inclusive mediante tratamento
diferenciado conforme o impacto ambiental de produtos e serviços e de seus processos de
elaboração e prestação;
- artigo 186, inciso II: a função social é cumprida quando a propriedade rural atende ao
requisito da utilização adequada dos recursos naturais disponíveis e preservação do meio
ambiente – dentre outros requisitos;
- artigo 200, inciso VIII: ao Sistema Único de Saúde compete colaborar na proteção do meio
ambiente, nele compreendido o meio ambiente do trabalho;
- artigo 220, §3º, inciso II: a manifestação de pensamento não pode sofrer restrição,
competindo à lei federal estabelecer os meios legais que garantam à pessoa e à família a
possibilidade de se defenderem de práticas e serviços que possam ser nocivos à saúde e ao
meio ambiente;
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DIREITO AMBIENTAL 34
50
Manter.
51
Trazer de volta.
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DIREITO AMBIENTAL 35
52
É um conceito genérico, abrangendo uma série de espaços que receberão proteção especial.
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DIREITO AMBIENTAL 36
53
A EC 96/17 veio como reação legislativa ao entendimento do STF de que a “vaquejada” era
inconstitucional por ser “cruel contra os animais” (STF, ADI 4.983/CE). Houve verdadeira superação
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DIREITO AMBIENTAL 37
legislativa (override) demonstrando que o Poder Legislativo não ficou contente com a decisão tomada
pela Suprema Corte. Há uma ADI (ADI 5.772) proposta contra a EC 96/17.
54
No mesmo sentido as decisões referentes às “rinhas de galo”. A inconstitucionalidade da “vaquejada”
se baseou na tese de que a proibição da crueldade prevalece sobre a atividade cultural.
55
Houve um período de muita discussão sobre a natureza dessa responsabilidade (se subjetiva ou
objetiva). Na doutrina ainda há três posições: a primeira considera que a responsabilidade é objetiva
(Paulo Affonso Leme Machado); a segunda sustenta que a responsabilidade é subjetiva (Fábio Medina
Osório); a terceira é uma posição híbrida sustentando que entre a responsabilidade objetiva de caráter
civil e a responsabilidade penal subjetiva há uma categoria intermediária que exige a ilicitude da
conduta para que seja tida como infracional, caracterizando-se ainda pela pessoalidade por conta da
índole repressiva (Édis Milaré).
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DIREITO AMBIENTAL 38
57
56
Método Mnemônico: FMSPZ.
57
Ilustração extraída da aula disponibilizada pelo curso de Direito Ambiental do G7 Jurídico.
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DIREITO AMBIENTAL 39
Gráfico de Competências58:
58
Disponibilizado pelo curso G7 Jurídico.
59
Ver Lei 9.433/97 – Lei de Política Nacional de Recursos Hídricos.
60
Ver Lei 11.977/09 – Programa “Minha Casa Minha Vida” e Lei 11.455/07 (Lei de Saneamento Básico).
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DIREITO AMBIENTAL 40
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DIREITO AMBIENTAL 41
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DIREITO AMBIENTAL 42
62
- análise histórica:
- Lei de Zoneamento Industrial (artigo 10, §3º da Lei 6.803/80) a “aprovação
das zonas será precedida de estudos especiais de alternativas e avaliações de
impacto que permitam estabelecer a confiabilidade da solução a ser adotada”;
- Lei da Política Nacional do Meio Ambiente (artigo 9º, inciso III da Lei 6.938/81)
traz dentre os instrumentos a avaliação de impacto ambiental (AIA);
- avaliação de impacto ambiental (AIA) é todo e qualquer estudo de
avaliação de eventuais impactos ambientais (conceito amplo, sem
qualquer disposição sobre hipóteses e conteúdos mínimos63);
- Resolução CONAMA nº 001/86 (artigo 2º): traz menção expressa ao estudo de
impacto ambiental e exemplifica situações (listando atividades cujo citado estudo
torna-se indispensável);
- gênero Avaliação de Impacto Ambiental (AIA);
- espécies Estudo de Impacto Ambiental (EPIA) + Relatório de
Impacto Ambiental (RIMA)
61
Realizado por profissionais das mais diferentes áreas.
62
Imagem disponível em: http://gestaoambientalufsm.blogspot.com/2013/01/eia-e-rima_25.html
63
O conceito é dado por uma Resolução do CONAMA (Resolução 237/97).
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DIREITO AMBIENTAL 43
- exigência do EPIA/RIMA:
- obras ou atividades potencialmente causadoras de significativa degradação do
meio ambiente;
- degradação de qualidade ambiental = alteração adversa das características do
meio ambiente;
- hipóteses de presunção legal de significativa degradação ambiental previstas
na Resolução CONAMA 001/8666:
- estradas de rodagem com duas ou mais faixas de rolamento;
- ferrovias;
- portos e terminais de minério, petróleo e produtos químicos;
- aeroportos (inclusive ampliação);
- oleodutos, gasodutos, minerodutos, troncos coletores e emissários de
esgotos sanitários;
64
Espécies de AIA: previstos no artigo 1º, inciso III da Resolução CONAMA 237/97.
65
Previsto nos artigos 36 a 38 do Estatuto da Cidade (Lei 10.257/01).
66
Previstas no artigo 2º da Resolução CONAMA nº 001/86.
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DIREITO AMBIENTAL 44
67
Artigo 11-A, §3º.
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DIREITO AMBIENTAL 45
68
Somente assim haverá atendimento ao princípio da publicidade no prisma material.
69
O IBAMA realiza a gestão do Cadastro Técnico Federal de Atividades e Instrumentos de Defesa
Ambiental.
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DIREITO AMBIENTAL 46
71
- publicidade:
- regra: o EIA/RIMA deve ser público;
- exceção: sigilo industrial (necessidade de demonstração de tal sigilo);
70
Há previsão da punição da modalidade culposa.
71
Imagem disponível em: http://gestaoambientalufsm.blogspot.com/2013/01/eia-e-rima_25.html
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DIREITO AMBIENTAL 47
Licenciamento ambiental72:
- conceito:
- procedimento administrativo73 que age como instrumento de prevenção da
Política Nacional do Meio Ambiente e busca compatibilizar o desenvolvimento
econômico com a proteção do meio ambiente;
Resolução CONAMA nº 237/97: licenciamento ambiental é um
procedimento administrativo pelo qual o órgão ambiental competente
licencia a localização, instalação, ampliação e a operação de
empreendimentos e atividades utilizadoras de recursos ambientais,
consideradas efetiva ou potencialmente poluidoras ou daquelas que, sob
qualquer forma, possam causar degradação ambiental, considerando as
disposições legais e regulamentares e as normas técnicas aplicáveis ao caso;
Lei Complementar 140/11: licenciamento ambiental é o procedimento
administrativo destinado a licenciar atividades ou empreendimentos
utilizadores de recursos ambientais, efetiva ou potencialmente poluidores
ou capazes, sob qualquer forma, de causar degradação ambiental.
- conjunto de atos no qual o órgão ambiental competente licencia: localização +
instalação + operação atividades que utilizam recursos naturais;
- exercício do poder de polícia:
- toda atividade que possa modificar as condições ambientais se submete ao
controle do Estado – exercício do poder de polícia (neste sentido: STF, ADI
1.505/ES);
- regramento legal:
- Resolução CONAMA nº 237/9774;
- Lei Complementar 140/11;
- licenciamento ambiental VS EIA/RIMA:
Licenciamento Ambiental EIA/RIMA
72
É um instrumento de prevenção = importante.
73
Conjunto de atos.
74
Trata do licenciamento ambiental ordinário (comum). Há alguns procedimentos especiais para
algumas atividades (exemplo: Resolução CONAMA nº 06/88 – Controle de Resíduos Industriais).
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DIREITO AMBIENTAL 48
75
Pode ser sempre renovada: feito o pedido no prazo de 120 dias de antecedência ela fica
automaticamente prorrogada até a manifestação definitiva do órgão competente (artigo 14, §4º da LC
140/11) única situação em que a omissão de um órgão ambiental permite a prorrogação de uma
licença.
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DIREITO AMBIENTAL 49
76
Creio essencial a alteração das circunstâncias, sob pena de ofensa à segurança jurídica e demais
efeitos deletérios da extrema precariedade do ato.
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DIREITO AMBIENTAL 50
77
O Conselho Estadual do Meio Ambiente é que vai definir o que é impacto ambiental local –
logicamente, não podendo invadir competência atribuída pela LC 140/11 à União (deve haver respeito
ao modelo federativo).
78
Importante!
79
É difícil compreender a lógica do legislador de separar a situação das APA´s, excluindo apenas as
terras indígenas e atividades nucleares.
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DIREITO AMBIENTAL 51
- artigo 23, inciso VI da CRFB/88 traz a regra de que qualquer ente federativo
pode lavrar o auto de infração;
- o ente que lavrou o auto de infração deve comunicar
imediatamente o órgão legal competente para o licenciamento;
- se o ente competente para o licenciamento também lavrar o auto
de infração prevalecerá o seu auto (artigo 17 da LC 140/11);
80
Prevista no artigo 14, §1º da Lei 6.938/81 (Lei da Política Nacional do Meio Ambiente).
81
É muito importante, no exercício das atividades ministeriais, ter compreensão sobre a natureza desta
responsabilidade. A solidariedade deve ser entendida de forma bastante abrangente.
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DIREITO AMBIENTAL 52
82
Neste sentido: STJ, REsp. 880.160/RJ.
83
Somando os conceitos de meio ambiente + degradação ambiental + poluição.
84
Poluição sempre decorre da atividade humana.
85
Tecnicamente falando, há possibilidade de excludentes de responsabilidade em caso de dano nuclear
na própria lei que trata do tema.
86
Adotado pelo STJ (nesse sentido: STJ, AgRg no REsp. 1.412.664/SP julgado em 11/02/2014).
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DIREITO AMBIENTAL 53
87
Apesar do respeito em relação à jurisprudência, creio haver uma total confusão epistemológica entre
nexo causal e nexo de imputação. Posso imputar uma responsabilidade sem necessariamente de me
apegar ao prisma da causação do resultado. O estudo do nexo causal é o estudo da própria ciência e
creio ser aconselhável separar o estudo do tema para evitar a confusão – sob pena de se criar critérios
normativos para expandir a causalidade quando na verdade está se buscando uma maneira de atribuir
responsabilidade (imputar o dano ambiental a alguém – indiferente dele ter causado ou não o dano). O
fato de se considerar o dano ambiental uma obrigação propter rem exemplifica bem toda essa confusão
epistemológica.
88
Mais uma vez, esse julgamento é um verdadeiro absurdo dogmático. Houve um contorcionismo
jurídico para se chegar a um resultado tido como justo – e no caminho a total falta de respeito aos
referenciais dogmáticos foi mero efeito colateral.
89
O próprio STJ parece se contradizer e tentar explicar o motivo do anacrônico entendimento: não seria
questão de causação, mas de imputação (atribuição de responsabilidade).
90
O entendimento encontra-se atualmente sumulado.
91
Em função da existência de um microssistema de tutela ambiental. Há precedentes do STJ nesta linha
(STJ, REsp. 1.071.741). Segundo a Corte Superior a responsabilidade civil ambiental do estado é de
natureza solidária, objetiva, ilimitada e de execução subsidiária.
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DIREITO AMBIENTAL 54
92
Primeiro se executa o particular. Somente em caso de impossibilidade de satisfação da obrigação por
parte do particular é que deve ser direcionada a execução ao ente público.
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DIREITO AMBIENTAL 55
ambiental total (a reparação integral leva em conta tal dano – que não pode ser
apagado simplesmente pela recuperação in natura do local que sofreu o dano);
Súmula 629 do STJ: quanto aos danos ambientais é admissível a condenação do
réu em obrigação de fazer e não fazer cumulada com a obrigação de indenizar.
- prescrição da pretensão de reparação dos danos ambientais:
- não existe previsão legal relativa ao prazo;
- o STF atualmente entende que o dano ao meio ambiente é imprescritível (STF,
RE 654.833);
Observação: o dano patrimonial (exemplo: pescador impossibilitado de exercer a
pesca em função da poluição do rio) prescreve conforme as regras de Direito Civil;
- dano moral ambiental coletivo:
- parte considerável da doutrina e do STJ (2ª Turma) admite a existência de dano
moral ambiental coletivo tal reconhecimento é uma tendência;
- a 1ª Turma do STJ entende que o dano moral exige dor e sofrimento psíquico,
aspectos incompatíveis com o caráter transindividual não admite dano moral
coletivo;
93
A noção referente aos danos interinos é muito importante em matéria de Direito Ambiental. A
Súmula 629 do STJ traz a previsão processual para exercício da pretensão buscando a reparação de tais
danos.
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DIREITO AMBIENTAL 56
94
No mesmo sentido: STJ, REsp. 1.401.500/SP.
95
Asa sanções estão previstas no artigo 72 da lei – totalizando 10 (dez) sanções.
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DIREITO AMBIENTAL 57
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DIREITO AMBIENTAL 58
- restritiva de direitos:
- suspensão de registro, licença ou autorização;
- cancelamento de registro, licença ou autorização;
- perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais;
- perda ou suspensão da participação em linhas de financiamento em
estabelecimentos oficiais de crédito;
- proibição de contratar com a Administração Pública pelo período de
até 3 (três) anos;
Observação: as sanções restritivas de direitos sempre possuem
caráter acessório e estão atreladas a uma pena principal.
- critérios para determinação das sanções administrativas:
- gravidade do fato motivos + consequências;
- antecedentes do infrator predisposição ou não em cumprir a legislação
ambiental (no caso de multa, interessante observar a situação econômica do
infrator);
- concurso de infrações sanções cumulativas;
- prescrição da pretensão de responsabilidade administrativa:
- regra: 5 (cinco) anos;
- artigo 1º da Lei 9.873/99 + Súmula 467 do STJ;
- marco inicial: término do processo administrativo;
- exceção:
- prescrição intercorrente:
- artigo 1º, §1º da Lei 9.873/99;
- processo administrativo parado por mais de 3 (três)
anos sem despacho ou julgamento;
- infração administrativa que também configura crime:
- o prazo da prescrição da infração administrativa é o
mesmo prazo da prescrição do crime;
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DIREITO AMBIENTAL 59
Unidades de Conservação:
- regramento legal: Lei 9.985/00 (Lei do SNUC96) + Decreto 4.340/02;
- objetivo: conservar os sistemas ecológicos, os bancos genéticos e a qualidade ambiental;
- observação: a norma não cria as Unidades da Conservação, mas estabelece as
regras para criação das unidades;
- gestão das Unidades da Conservação:
- órgão consultivo e deliberativo: CONAMA
- órgão central: Ministério do Meio Ambiente;
- órgãos executores: Instituto Chico Mendes (ICMBio) + IBAMA + órgãos estaduais
e municipais (em caráter supletivo);
- conceito legal: espaço territorial e seus recursos ambientais, incluindo águas jurisdicionais,
com características naturais relevantes, legalmente instituídos pelo Poder Público, com
objetivos de conservação e limites definidos, sob regime especial de administração, ao qual se
aplicam garantias adequadas de proteção (artigo 2º, inciso I da Lei 9.985/00);
- espaço territorial especialmente protegido;
- características naturais relevantes;
- instituído pelo Poder Público;
- objetivo de conservação;
- limites definidos;
- observações sobre o uso do subsolo:
96
Lei do Sistema Nacional de Unidades da Conservação (pronuncia-se “isnúqui”).
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DIREITO AMBIENTAL 60
97
A preservação é estabelece mais restrições que a conservação.
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DIREITO AMBIENTAL 62
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DIREITO AMBIENTAL 63
98
As hipóteses de mais cobradas em provas de concursos públicos se referem às Unidades de Proteção
Integral. Como elas são apenas 5 (cinco) a sugestão é que sejam memorizadas – as demais são Unidades
de Uso Sustentável.
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DIREITO AMBIENTAL 64
múltipla)
Reserva Área Pública Utilizada por Permitida Permitida e Conselho
Extrativista (desapropriaçã populações de acordo incentivada presidido pelo
o de áreas extrativista com as mediante gestor +
particulares) tradicionais; normas do prévia representantes
Observação Objetivo proteção órgão autorização de órgãos
surge a figura da vida e cultura e gestor do órgão públicos +
do contrato de uso sustentável gestor organizações da
concessão de sociedade civil
uso + população
residente
(gestão
múltipla)
Reserva de Área Pública População anima Permitida Depende de Não há
Fauna (desapropriaçã nativa adequada para de acordo autorização disposição
o de áreas estudos sobre com as prévia do
particulares) manejo econômico normas do órgão que
sustentável; órgão administra a
Observação gestor unidade
vedada caça amador
ou profissional
Reserva do Área Pública Área que abriga Permitida Permitida e Conselho
Desenvolvim (desapropriaçã populações de acordo incentivada presidido pelo
ento o de áreas tradicionais que com as mediante gestor +
Sustentável particulares) explora recursos normas do prévia representantes
Observação naturais de forma órgão autorização de órgãos
surge a figura sustentável ao longe gestor do órgão públicos +
do contrato de de gerações; gestor organizações da
concessão de Objetivo sociedade civil
uso preservar a natureza + população
e o conhecimento residente
técnico tradicional (gestão
múltipla)
Reserva Área Gravada com Permitida Permitida Não há
Particular do Particular perpetuidade para com conforme disposição
Patrimônio Observação conservar a objetivos disposição
Natural averbada na biodiversidade – turísticos, em
(RPPN) inscrição do necessita de recreativos regulamento
imóvel demonstração de e
interesses público; educacion
Observação não ais
tem zona de
amortecimento
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DIREITO AMBIENTAL 65
99
A previsão se dá nos casos em que a Unidade de Conservação criada não permitir a permanência da
população tradicional. Até a ocorrência do reassentamento deve ser compatibilizada a presença das
populações tradicionais com os objetivos da Unidade de Conservação criada.
100
Somente em Unidades de Uso Sustentável.
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DIREITO AMBIENTAL 67
101
Área do imóvel rural com ocupação antrópica (ocupação do homem) preexistentes a 22/07/2008
com edificações, benfeitorias ou atividades agrossilvipastoris.
102
Neste caso de área rural consolidada o tamanho da Área de Preservação Permanente será definido
em função do tamanho do imóvel (aferido por módulo fiscal). Lembrando: área rural consolidada
critério largura do rio tamanho da propriedade (módulo fiscal).
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DIREITO AMBIENTAL 69
103
Hipóteses previstas no artigo 3º, inciso VIII do Novo Código Florestal.
104
Hipóteses previstas no artigo 3º, inciso IX do Novo Código Florestal.
105
Hipóteses previstas no artigo 3º, inciso X do Novo Código Florestal.
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DIREITO AMBIENTAL 70
Reservas Legais:
- especialmente protegida no artigo 12 do Novo Código Florestal;
- reserva legal incidência apenas em zona rural não incide em zona urbana;
- conceito: área localizada no interior de uma propriedade ou posse rural delimitada nos
termos do artigo 12, com as seguintes funções:
assegurar o uso econômico sustentável dos recursos naturais;
106
As hipóteses deixaram de ter a natureza de utilidade pública como autorizadora de supressão de
APP.
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111
Cadastro Ambiental Rural.
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DIREITO AMBIENTAL 75
112
As espécies exóticas deverão ser combinadas com espécies regionais e a área recomposta com tais
espécies não poderá exceder 50% da área total a ser recuperada.
113
Imóveis que estão isentos de realizar a recomposição da área de Reserva Legal.
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Princípios:
- princípio do compromisso do Brasil com a proteção de suas florestas:
114
Floresta Amazônica + Mata Atlântica + Serra do Mar + Pantanal Mato-Grossense + Zona Costeira.
115
Lei 12.651/12.
116
É a norma geral de proteção florestal (ou melhor, da flora).
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DIREITO AMBIENTAL 78
117
Capítulo previsto no Código Florestal (Lei 12.651/12) que prevê vários instrumentos caracterizados
como incentivos econômicos para a proteção ambiental.
118
Previsto no artigo 6º da Política Nacional de Resíduos Sólidos.
119
Superado.
120
Súmula aprovada em 12/12/2.018.
121
No caso de danos ambientais, podem ser responsabilizados o proprietário anterior e o proprietário
atual, contrariando a regra geral das obrigações propter rem em que a cobrança deve ser realizada em
desfavor do proprietário atual da coisa (responsabilidade acompanhando a coisa).
122
10 estados ao total (alguns totalmente, outros parcialmente).
123
Data da publicação do Decreto 6.514/2008.
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DIREITO AMBIENTAL 79
124
Trabalho pessoal e familiar + máximo 4 módulos fiscais + mão de obra da família + percentual mínimo
de renda do local + direção das atividades pela família.
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125
Licença ambiental com prazo de 5 (cinco) anos + exigência do EPIA/RIMA (empreendimento superior
a 50 hectares + área de até 50 hectares, mas com significativo impacto ambiental + localizados em
região com adensamento de empreendimentos de carnicicultura ou salinas cujo impacto afete áreas
comuns).
126
Necessária ciência do IBAMA e no caso de uso de terrenos da marinha ou bens da União, mediante
regularização prévia da titulação.
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DIREITO AMBIENTAL 82
Exploração florestal:
- exploração florestal: para explorar florestas há exigência de cumprir alguns requisitos mais
rígidos;
- licenciamento pelo órgão competente do SISNAMA;
- aprovação prévia de Plano de Manejo Florestal Sustentável130;
- documento técnico básico com diretrizes e procedimentos para
administração da floresta;
Observação: em caso de pequena propriedade ou posse rural
familiar haverão procedimentos simplificados (artigo 31, §6º da Lei
12.651/12);
- isenção de realização do plano:
supressão de floresta e formações sucessoras para
uso alternativo do solo;
manejo e exploração de floresta plantada localizada
fora de Área de Preservação Permanente e de Reserva
Legal;
exploração não comercial realizada nas pequenas
propriedades ou posses rurais familiares ou por
populações tradicionais;
coleta de produtos florestais não madeireiros
(exemplos: frutos, cipós, folhas e sementes);
em área de reserva legal, manejo sustentável para
exploração florestal eventual sem propósito comercial,
para consumo no próprio imóvel;
- empreendimentos que utilizam matéria-prima florestal:
- os recursos devem vir de:
- floresta plantada;
- Plano de Manejo Florestal Sustentável de uma floresta nativa
aprovado pelo órgão competente do SISNAMA;
- supressão de vegetação nativa autorizada por órgão competente do
SISNAMA;
130
Tal plano deve contemplar técnicas de condução, exploração, reposição florestal e manejo
compatíveis com os variados ecossistemas que a cobertura arbórea forme.
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DIREITO AMBIENTAL 83
131
Concretização do princípio do poluidor-pagador.
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DIREITO AMBIENTAL 84
132
Ideia central: concretização do princípio do protetor-recebedor.
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DIREITO AMBIENTAL 85
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DIREITO AMBIENTAL 86
133
Conceito extraído do artigo 3º, inciso X da Lei 11.284/06.
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DIREITO AMBIENTAL 87
134
Não podem ser objeto de concessão florestal.
135
É quase um Manual de Instruções para utilização da Unidade de Conservação da Natureza.
136
O uso insignificante será abordado ao tratar da Política Nacional de Recursos Hídricos.
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DIREITO AMBIENTAL 88
137
Exige uma reserva absoluta de ao menos 5% da área neste caso.
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DIREITO AMBIENTAL 89
138
Com alterações dadas pela Lei 14.026/20.
139
Domínio residual das águas por parte do estado da federação (o que não for da União é dos Estados).
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DIREITO AMBIENTAL 90
140
Previstos no artigo 1º da Lei 9.433/97.
141
Ato de matar a sede.
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DIREITO AMBIENTAL 92
142
Classifica as águas em três espécies de acordo com a salinidade.
143
Logicamente, em caso de bem federal, visto que em caso de bem estadual a outorga será realizado
pelo Estado.
144
Parcial ou total.
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DIREITO AMBIENTAL 93
145
Fundamentada na Lei 9.433/97 e os valores são estabelecidos pelos Comitês de Bacias Hidrográficas,
sendo arrecadado pela Agência Nacional das Águas.
146
Originada da Política Nacional do Saneamento Básico (Lei 11.445/07) e os valores são fixados pelas
instituições reguladoras de saneamento em função da prestação de um serviço.
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DIREITO AMBIENTAL 94
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DIREITO AMBIENTAL 95
147
Como representante da União.
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DIREITO AMBIENTAL 96
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DIREITO AMBIENTAL 97
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Imagem disponível em: LINK.
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DIREITO AMBIENTAL 98
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Conceitos importantes:
- destinação final ambientalmente adequada:
- destinação de resíduos que inclui a reutilização, a reciclagem, a compostagem, a
recuperação e o aproveitamento energético ou outras destinações admitas;
destinação = resíduo (reutilização)
149
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DIREITO AMBIENTAL 99
Princípios aplicáveis:
- princípio da prevenção e da precaução;
- prevenção = risco conhecido;
- precaução = incerteza científica;
- princípio do poluidor-pagador;
- internalização das externalidades;
- princípio do protetor-recebedor;
- busca recompensar aquele que cuida do meio-ambiente;
- princípio da visão sistêmica;
- na gestão dos resíduos sólidos deve se considerar as variáveis ambiental, social,
cultural, econômica, tecnológica e de saúde pública;
- princípio do desenvolvimento sustentável;
- princípio da responsabilidade compartilhada pelo ciclo de vida do produto;
- princípio da ecoeficiência;
- busca compatibilizar o fornecimento de bens e serviços para satisfação das
necessidades humanas com a redução do impacto ambiental ao mínimo possível;
- princípio da cooperação;
- deve haver cooperação (ação conjunta e integrada) entre as diferentes esferas
do poder público, o setor empresarial e os demais seguimentos da sociedade;
- princípio do reconhecimento como bem econômico:
- o resíduo sólido reciclável e reutilizável deve ser reconhecido como um bem
econômico de valor social, gerador de trabalho e renda e promotor de cidadania;
- resíduo sólido = bem/recurso ambiental;
- princípio do respeito às diversidades locais e regionais;
- princípio do direito à informação e ao controle social;
- princípio da razoabilidade (proporcionalidade);
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DIREITO AMBIENTAL 100
150
Os resíduos sólidos urbanos compreendem os resíduos domiciliares e os resíduos de limpeza urbana.
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DIREITO AMBIENTAL 101
151
151
Disponível em: LINK.
152
Estão previstos no artigo 8º da Lei de Política Nacional de Resíduos Sólidos – ao todo são 19
(dezenove) instrumentos, sendo abordados neste material apenas alguns deles.
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DIREITO AMBIENTAL 102
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É possível que o conteúdo do plano esteja inserido dentro do Plano de Saneamento Básico.
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Também pode ser dispensado do Plano Municipal o município que optar pela elaboração de soluções
consorciadas para gestão de resíduos sólidos.
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DIREITO AMBIENTAL 103
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DIREITO AMBIENTAL 104
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Em regra a responsabilidade pelo ciclo de logística reversa não é dele, mas caso ele se encarregue de
tais responsabilidades deverá ser remunerado na forma previamente acordada entre as partes.
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DIREITO AMBIENTAL 105
Proibições:
- é proibida a destinação ou disposição final de resíduos sólidos ou rejeitos:
lançamento em praias, no mar ou em quaisquer corpos hídricos;
lançamento in natura a céu aberto (excetuados os resíduos de mineração);
queima a céu aberto ou em recipientes, instalações e equipamentos não
licenciados para essa finalidade;
outras formas vedadas pelo Poder Público;
- é proibida a importação:
resíduos sólidos, perigosos e rejeitos;
resíduos sólidos cujas características causem dano ao meio ambiente, à saúde
pública e animal e à sanidade vegetal, ainda que para tratamento, reforma, reuso,
reutilização ou recuperação;
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DIREITO AMBIENTAL 106
- objeto da norma:
- estabelecimento de normas de segurança e mecanismos de
fiscalização sobre diversos empregos de organismos geneticamente
modificados e seus derivados:
- cultivo + produção + manipulação;
- transporte + transferência + importação + exportação +
armazenamento;
- pesquisa + comércio + consumo + liberação + descarte;
- diretrizes da norma:
- estímulo ao avanço científico (biossegurança + biotecnologia);
- proteção à vida e saúde humana, animal e vegetal;
- princípio da precaução159 como espinha dorsal da sistemática;
- conceito de organismo geneticamente modificado160:
- organismo cujo material genético tenha sido modificado por
qualquer técnica de engenharia genética;
- finalidade da manipulação genética favorecimento de
determinada característica do organismo;
157
OGM.
158
Ainda não instituída – mas cujas diretrizes estão previstas no Decreto 4.339/02.
159
Princípio estabelecido dentro da ideia de dúvida científica.
160
No estudo de tal matéria há presença de muitas expressões de cunho técnico – atípicas para o
estudante de Direito.
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DIREITO AMBIENTAL 107
161
Há preponderância do uso de terminologias altamente técnicas – quando tal tema aparece na prova,
costuma aparecer da mesma forma prevista na legislação.
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DIREITO AMBIENTAL 108
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DIREITO AMBIENTAL 109
162
Não integra o Ministério do Meio Ambiente.
163
Exigida notória atuação e saber científico, com grau acadêmico de doutor e com destacada atividade
profissional nas áreas de biossegurança, biotecnologia, biologia, saúde humana e animal ou meio
ambiente.
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DIREITO AMBIENTAL 110
164
Deliberação feita em última e definitiva instância.
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DIREITO AMBIENTAL 111
RECURSOS MINERAIS
Aspectos gerais:
- atividade de grande impacto ambiental: a exploração dos recursos minerais é, em regra, uma
atividade causadora de grandes impactos ambientais;
- em contrapartida, trata-se de atividade de grande relevância econômica 165;
- a atividade traz: desmatamento + obras do solo + ações de escavação +
desmonte + rebaixamento de lençol + transporte e bota fora de animais +
construção de drenagens, estradas e praças de trabalho;
- em função do contraponto entre importância econômica e danos ambientais
potenciais a atividade deve obedecer ao princípio do desenvolvimento
sustentável;
- obrigações do empreendedor previsão constitucional:
- é importante conhecer a norma prevista no §2º do artigo 225 da CRFB/88:
Artigo 225, §2º da CRFB/88 obrigação do empreendedor de recuperar o meio
ambiente degradado por exploração de recursos minerais, de acordo com a
solução técnica exigida pelo órgão público competente;
- expressão “recuperar” parte da premissa que haverá danos;
- diplomas normativos:
- artigo 176 da CRFB/88;
165
A título de exemplo, pode-se imaginar a construção de uma casa e a necessidade de recursos
minerais diretos ou indiretos: tijolo de cerâmica + bloco de concreto + fios elétricos + lâmpadas +
ferragens + vidros + louças sanitárias + tintas.
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DIREITO AMBIENTAL 112
Conceitos importantes:
- jazida: toma massa individualizada de substância mineral ou fóssil, aflorando à superfície ou
existente no interior da terra, que tenha valor econômico;
- mina: jazida em lavra166 (ainda que suspensa);
- mina = jazida + exploração;
- mina manifestada = em lavra, ainda que transitoriamente suspensa;
- mina concedida = direito de lavra outorgado pelo Ministro de Estado de Minas e
Energia;
Regime de aproveitamento:
- a pesquisa e a lavra dependem de:
- autorização ou concessão da União – no interesse nacional;
166
Jazida sendo explorada.
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DIREITO AMBIENTAL 113
167
São 5 (cinco) regimes – ao total.
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DIREITO AMBIENTAL 114
168
A mesma responsabilidade é prevista no artigo 19 da Lei 7.825/89.
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DIREITO AMBIENTAL 115
ESTATUTO DA CIDADE
Aspectos gerais:
- competência legislativa concorrente sobre Direito Urbanístico:
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DIREITO AMBIENTAL 116
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DIREITO AMBIENTAL 117
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DIREITO AMBIENTAL 118
169
Vetor para o cumprimento da função socioambiental da cidade.
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DIREITO AMBIENTAL 119
170
Não é dever, mas faculdade do Município.
171
O prazo pode ser superior ao estabelecido na lei – não pode, no entanto, ser inferior.
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DIREITO AMBIENTAL 120
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