Ficha - Tema e Progressão Temática
Ficha - Tema e Progressão Temática
Ficha - Tema e Progressão Temática
LÍNGUA PORTUGUESA
FICHA
TEMA E PROGRESSÃO TEMÁTICA
Obs: Você não tem filhos e acha que isso não é com você? Com certeza você tem família, amigos. Enfim, alguém que sente a sua falta.
Olhe ao redor.
Atividade baseada em “Reflexões sobre o processo da leitura” da Prof.ª Drª Nadja da Costa Ribeiro Moreira
○ Procure no caça-palavras abaixo 7 palavras que tenham a ver com a movimentação nos grandes centros urbanos. Em seguida, organize-as ao lado
hierarquicamente, do mais geral para o mais particular.
Essa atividade nos permite identificar as relações estabelecidas entre as palavras, principalmente na definição do que é o mais geral e do que é
particular. Tal tarefa pode nos ajudar a perceber como o tema está ligado a aspectos mais específicos de um determinado assunto, e como para
identificar um tema é necessário perceber a relação entre as palavras em um texto (semântica, de aproximação, etc.) e aquilo que é mais recorrente,
ou seja, aquilo que se destaca. Observe o que é dito a seguir sobre a diferença entre assunto e tema.
O assunto é genérico e indica a matéria de que trata determinado texto escrito ou oral. “Violência”, “prostituição”, “fontes alternativas de energia”
são assuntos.
O tema é uma delimitação do assunto. Tem características mais específicas e, sobretudo, comporta um problema que se presta a discussão. O
tema implica necessariamente mais de um ponto de vista, a fim de dar margem a que se opine sobre ele.
Dos assuntos que citei acima, por exemplo, podem-se retirar os temas “violência urbana”, “prostituição infantil”, “uso de biocombustíveis”. Ao
delimitar o que antes era genérico, o tema propõe um questionamento concreto e torna possível um posicionamento do redator.
Texto disponível em: http://www.chicoviana.com/dicas.php?id=15 Acesso em 18 out. 2013.
○ O tema é uma construção baseada nas pistas textuais e assentada em valores contextuais (conhecimento de mundo, conhecimento partilhado,
circunstâncias em que ocorre a interação e pressuposições). A identificação do tema abrange dois traços básicos:
Centração: inter-relacionamento entre as unidades de sentido, que convergem para um eixo temático, ou seja, para o tópico central;
Organicidade: propriedade através da qual o tópico se apresenta em subtópicos, que possuem entre si uma relação de interdependência.
BUSSUNDA – Há vários tipos de chatos. O Humberto Gessinger, do grupo Engenheiros do Hawai, e o Gabriel o Pensador, por exemplo, são chatos
do mesmo tipo: fazem música óbvia para que as pessoas que nunca leram um livro se sintam inteligentes. Podem ser chamados de os chatos
ginasianos. O maior chato do Brasil é, sem dúvida alguma, o Beijoqueiro. É o chato mala, que dispensa maiores explicações. Mas o pior tipo de chato
é o chato bêbado, que fica com um copo na mão e a manga da camisa alheia na outra. Foi esse tipo que me fez parar de sair à noite, porque sempre
tinha um representante da categoria que vinha parar na minha mesa e contar uma piada nova que eu já conhecia há mais de cinco anos. Há também o
chato dono da verdade, como o Agnaldo Timóteo – se acha um primor de inteligência e é o único que enxerga essa qualidade nele. Há os chatos de
plantão, como o Amaral Neto e o Jair Meneguelli. E não se pode esquecer dos chatos centrados, tipo Mário Covas, que não dizem nada com uma
firmeza impressionante. (NELFE Entrevista E162)
○ O desenvolvimento do tema ocorre pela manutenção de subtópicos a ele relacionados. Observe os esquemas abaixo.
Fávero, 2010
“A identificação do tópico de um texto é indispensável para a sua compreensão. O tópico parece condicionar a interpretação de cada unidade de um
texto. Por exemplo, em um texto sobre “economia”, a palavra banco tenderá a ser interpretada como “instituição financeira” e não como “certa peça de
mobiliário”, a menos que haja indicação explícita do contrário. Isso acontece porque o tópico do texto (“economia”), ao estabelecer um quadro de
referência, contribui para que o leitor crie certas expectativas que guiam a sua interpretação, ajudando-o, inclusive, a dissolver possíveis
ambiguidades” (Fulgêncio e Liberato, 1998, p. 37).
Progressão Temática
Autor: Maria Augusta Reinaldo,
Instituição: Universidade Federal de Campina Grande-UFCG,
A progressão temática é um procedimento utilizado pelos enunciadores para dar sequência a seus textos, orais ou escritos. Ela consiste em fazer o texto avançar
apresentando informações novas sobre aquilo de que se fala, que é o tema.
Um requisito para a construção do texto, conhecido por todos os falantes, é que ele tenha unidade temática (mantenha ‘o fio da meada’), e, ao mesmo tempo,
apresente informações novas sobre o tema. Um texto sobre gripe, por exemplo, não pode mudar de tema aleatoriamente e passar a tratar de furacão ou telefone celular.
Mas, para ser aceito como texto, precisa falar de diferentes aspectos da gripe: o que é, que riscos traz para o doente, quais são os meios de contágio, o que se deve fazer
para evitá-la, qual é o tratamento, etc. Assim, do ponto de vista funcional, a organização e hierarquização das unidades semânticas do texto se concretizam por meio de
dois eixos de informação, denominados tema (tópico) e rema (comentário). Considera-se como tema do enunciado o que se toma como base da comunicação, aquilo de
que se fala, e como rema aquilo que se diz sobre o tema. De modo geral, o tema é uma informação dada, já apresentada ao ouvinte ou leitor, ou que pode ser facilmente
inferida, depreendida por ele, a partir do contexto ou do próprio texto. O rema apresenta informação nova que é introduzida no texto.
O texto progride pela articulação entre esses eixos de informação. É possível que mantenha um tema único e apresente sobre ele vários remas, várias informações
novas. Mas é possível, também, que o tema ou tópico principal se desdobre em subtemas ou subtópicos, fazendo o texto avançar.
Pode-se pensar a progressão temática no plano global do texto – qual é o tema geral, como ele se desdobra em partes ou parágrafos, de que aspecto trata cada um
deles, introduzindo ou não novos subtemas. [...]
Essas formas de progressão aparecem, em geral, combinadas entre si e articuladas com os procedimentos de manutenção do tema do texto. A manutenção e a
progressão do tema são requisitos indispensáveis para a coesão e para a coerência textual. Na prática pedagógica, devem ser trabalhados tanto em textos bem-
construídos, que servem de referência para o aluno, quanto em textos problemáticos em termos de progressão temática, situação em que devem ser apontadas alternativas
para sua adequação. Essa prática contribui para o desenvolvimento da competência textual e comunicativa do aluno.
Disponível em: http://ceale.fae.ufmg.br/app/webroot/glossarioceale/verbetes/progressao-tematica. Acesso em: 25/08/2018.
○ Observe a análise dos textos abaixo quanto à progressão tópica (primeiro texto) e quanto à organização dos parágrafos (segundo texto).
Do controle cidadão
A morte da garotinha Francisca Mariana Fonseca, 10, vítima do desabamento do telhado de uma escola, em Beberibe, comoveu sua cidade. A
tragédia expõe mais uma vez a falta de mecanismos de controle eficiente sobre as administrações municipais interioranas. Não que a da capital
esteja imune a isso, mas, devido ao trabalho menor da máquina pública municipal interiorana, seria mais fácil, em tese, os cidadãos controlá-las.
Contudo, o mandonismo impera onde os instrumentos de vigilância (mídia, organizações da sociedade civil) estão mais distantes ou não existem.
As primeiras investigações apontam irregularidades na obra, além da construção amadorística. Peças fundamentais para sua sustentação deixam
de ser providenciadas (por ignorância, ou corrupção?). E ninguém dá notícia dos documentos para sua construção, como pede a lei.
Menezes, Valdemar – Jornal O Povo
THAYSA CAVALCANTE
LÍNGUA PORTUGUESA
○ Analise os textos abaixo. Indique o tema, o(s) subtópico(s) abordado(s) em cada parágrafo e como se dá a progressão temática. Ao final, dê um
título a cada um.
Texto I
O profissional de Enfermagem atua na promoção, prevenção, recuperação e reabilitação da saúde, com autonomia e em consonância com os
preceitos éticos e legais.
Participa, como integrante da equipe de saúde, das ações que visem a satisfazer as necessidades de saúde da população e da defesa dos
princípios das políticas públicas de saúde e ambientais que garantam a universalidade de acesso aos serviços de saúde, integralidade da assistência,
resolutividade, preservação da autonomia das pessoas, participação da comunidade, hierarquização e descentralização político-administrativa dos
serviços de saúde.
Texto II
As políticas públicas de saúde são programas e ações feitas pelo governo que têm a função de colocar em prática os serviços de saúde que são
previstos na lei.
O direito à saúde para todos os cidadãos é garantido na Constituição Federal de 1988 como um direito fundamental social. É pelas políticas
públicas de saúde que esse direito é colocado em prática, através do oferecimento de serviços de saúde para a população.
Elas são uma responsabilidade do Estado, que é cumprida através dos seus governos. O Estado é responsável por criar e manter essas políticas
para investir na melhoria do atendimento de saúde dos cidadãos. A responsabilidade pela prestação dos serviços de saúde e de atendimento médico é
dividida entre todos as esferas de governo: federal, estadual e municipal.
Texto III
A compreensão da enfermagem como trabalho ou como prática social e histórica toma seus contornos ao articular-se com as demais práticas da
sociedade. Portanto, desenvolve-se no calor das forças produtivas e das relações de produção em um dado momento histórico. A enfermagem
constrói os seus conhecimentos e desenvolve seus manejos e práticas com a finalidade de (pelo menos em tese - pois este é um indicativo ainda não
inteiramente consensual) transformar o processo saúde-doença, a fim de contribuir para a saúde dos indivíduos e das coletividades por meio do seu
processo de trabalho. E uma atividade realizada predominantemente por mulheres que precisam da profissão para reproduzirem a sua própria
existência. A enfermagem lida, em todas as áreas de atuação, com as necessidades ou carecimentos humanos que, por sua vez, não são sempre
naturais, mas produzidos nas relações culturais e sociais. Os elementos profissionais da enfermagem e os indivíduos ou comunidades, com suas
carências aluais e potenciais, relacionam-se também com outros seres humanos, através de seus produtos, na divisão do trabalho (Almeida e Rocha,
1997, Fonseca, 1995).
O trabalho de enfermagem é considerado como parte do trabalho em saúde e, como diz Mendes Gonçalves (apud Kantorski, 1997), não pode
ser tomado como mercadoria imediata, pois não produz bens materiais imediatos que servem como meio de produção de mais-valia e acumulação de
capital. Para Pires (1998, p. 160), o trabalho em saúde é parte do setor de serviços, “É um trabalho da esfera da produção não-material, que se
completa no ato de sua realização. Não tem como resultado um produto material independente do processo de produção e comercializável no
mercado. O produto é indissociável do processo que o produz, é a própria realização da atividade".