Resolução ANM Nº 130 - 2023 - Alteração Da Resolução ANM Nº 95 - 2022
Resolução ANM Nº 130 - 2023 - Alteração Da Resolução ANM Nº 95 - 2022
Resolução ANM Nº 130 - 2023 - Alteração Da Resolução ANM Nº 95 - 2022
nº 95/2022 | 1
Contexto
Descaracterização
Além de algumas modificações textuais pontuais para melhor compreensão dos dispositivos
por parte dos administrados, a nova versão da Resolução ANM nº 95/2022 traz algumas
novidades em relação à etapa de descaracterização das barragens de mineração.
Até então, o art. 2º, VIII, da Resolução, estabelecia que as barragens de mineração deveriam
ser monitoradas pelo tempo mínimo de 2 anos após a conclusão das obras. Com a nova
redação
aprovada, a fase de monitoramento é dividida em “ativa” e “passiva”, conforme texto
abaixo:
Na nova redação da norma, foi estabelecido que, durante a fase de monitoramento passivo:
(i) A Revisão Periódica de Segurança de Barragens (RPSB) não precisa ser feita.
(ii) Os Extratos de Inspeção Regular (EIR) não precisam ser enviados quinzenalmente, mas
sim bimestralmente¹.
(iii) O Relatório de Inspeção de Segurança Regular (RISR) deve ser realizado apenas na
campanha de setembro, sendo dispensados o RISR e a DCE de março.
(iv) A Avaliação de Conformidade e Operacionalidade do PAEBM (ACO) não precisa ser feita.
(v) Não é preciso promover o Seminário Orientativo Anual.
(vi) Não é preciso emitir DCE da ECJ, quando for o caso.
(vii) Os treinamentos internos podem ser feitos apenas anualmente.
(viii) O PAEBM poderá ser simplificado, observando o conteúdo mínimo previsto no art.12 da
Política Nacional de Segurança de Barragens (Lei nº 12.334/201 O).
Mapas de inundação
Quanto aos mapas de inundação, as barragens (a) fora da PNSB, (b) com Dano Potencial
Associado baixo, ou (c) com Dano Potencial Associado médio (desde que os itens “existência
de população a jusante” e “impacto ambiental” não atinjam pontuação 10), poderão ter
mapas de inundação simplificados, que atendam apenas às seguintes prescrições:
a. Elaborado por responsável técnico que possua Anotação de Responsabilidade Técnica,
observado o art. 602 da Resolução ANM nº 95/2022.
b. Considerar uma análise conjunta de eventuais barragens a jusante da barragem objeto de
avaliação.
c. Considerar o modo de falha que ocasione o cenário de maior dano, independentemente da
probabilidade de ocorrência, sendo que, para o caso de modo de falha por liquefação,
quando aplicável, devem ser consideradas as mobilizações máximas1 fisicamente possíveis,
dos volumes do maciço e dos materiais contidos no reservatório, com apresentação da
metodologia utilizada para definição do volume
mobilizável e observando-se as condições reológicas dos materiais.
d. Explicitar os critérios técnicos que justifiquem os limites da área de estudo e a delimitação
da mancha de inundação.
e. Ser executados com base topográfica atualizada, em escala apropriada, para a
representação da tipologia do vale a jusante1 devendo identificar e manter atualizados os
dados referentes às estruturas e áreas ali presentes (art 7º, 1 a IX).
f. Refletir o cenário atual da barragem de mineração e estar em conformidade com a cota
licenciada.
g. Ser enviado em formato KMZ, via SIGBM, sempre que houver atualização, discriminando a
ZAS e a ZSS.
Se a barragem passar por reclassificação e pontuar 10 nos itens “existência de população a
jusante” ou “impacto ambiental”, o empreendedor terá 6 meses para complementar seu
PAEBM com os demais requisitos previstos na norma.
ACO e PAEBM
Na mesma linha de raciocínio, foi previsto que o PAEBM de barragens com DPA médio
(quando o item de “população a jusante” obtiver menos que 10 pontos) ou DPA baixo
poderão realizar ACO simplificadas, contendo apenas os itens abaixo:
A nova redação também acrescenta três hipóteses nas quais será declarada Situação de
Alerta: (i) ausência de envio da DCO, (ii) envio da DCO não atestando a conformidade e/ou
operacionalidade do PAEBM, e (iii) a barragem ser classificada como “risco inaceitável” no
PGRBM. Ainda em relação à DCO, ela deverá passar a ser assinada também pelo titular do
cargo de maior hierarquia na estrutura da pessoa jurídica, do mesmo modo que é feito nas
DCEs.
Além disso, a norma passou a estabelecer que barragens com DPA médio e pontuação 10 no
item “impacto ambiental” também precisarão instalar sirenes na ZAS, o que até então só era
exigido para barragens com DPA médio e pontuação 1 O no item “existência de população a
jusante” ou DPA alto.
Por outro lado, foi afastada a necessidade da equipe que elabora a ACO e o PGRBM
observarem a qualificação acadêmica mínima prevista no art. 60 da Resolução AN M nº
95/2022, visto que a Agência entende que tais documentos estão mais relacionados à
segurança do trabalho (e assuntos afins) do que aos aspectos geotécnicos da estrutura.
Outras modificações
Como novidade, foi acrescentada a previsão de que o as built deverá ser concluído e
anexado ao PSB em até 6 meses após o término das intervenções na estrutura (etapas de
alteamento, reforçou ou outras, com alteração na geometria ou características de materiais
da barragem).
Por fim, a ANM optou por acrescentar uma casa decimal aos Fatores de Segurança previstos
nos artigos 23 e 41, de modo a trazer maior clareza técnica aos referidos fatores.
A equipe de Direito Minerário do William Freire Advogados Associados está à disposição para
prestar quaisquer esclarecimentos adicionais sobre o tema.