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FEB2G

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1

O DIA A DIA
DA FEB NA
2ª GUERRA MUNDIAL
2

G....... Giorgis, Luiz Ernani Caminha


O dia a dia da FEB na 2ª Guerra Mundial/Luiz Ernani
Caminha Giorgis – Porto Alegre: Ed. do autor, 2020.
212 p.; 16 x 23; 2ª edição

Contém fotografias

1. História Militar do Brasil 2. História do Brasil na


2ª Guerra Mundial I. Título

CDU ............................
...........................
Bibliotecário responsável: Antonio Carlos de Oliveira CRB 10/961
3

AHIMTB/RS IHTRGS

FEDERAÇÃO DAS ACADEMIAS DE HISTÓRIA MILITAR


TERRESTRE DO BRASIL
ACADEMIA DE HISTÓRIA MILITAR TERRESTRE DO BRASIL/RS
- ACADEMIA GENERAL RINALDO PEREIRA DA CÂMARA -
INSTITUTO DE HISTÓRIA E TRADIÇÕES DO RIO GRANDE DO SUL

O DIA A DIA DA
FEB NA 2ª GUERRA
MUNDIAL

Imagem da 1ª capa: O Monte Castello ao fundo e seu Monumento em


1º plano, em Guanella, Itália. Fonte: Arquivo do autor.

Luiz Ernani Caminha Giorgis

Porto Alegre

2020
2ª edição
4

APRESENTAÇÃO

“a cronologia, pura e simples, é uma das armas mais poderosas do


historiador. Ela pode ser tratada com suspeição pela historiografia
moderna, mas sua eficácia crítica é maior do que muita gente perce-
be”.
Carlo Ginzburg

E
m 1944 o Brasil foi à guerra visando vingar a afronta de ter
muitos navios mercantes e de passageiros afundados por
submarinos alemães.
A participação na 2ª Guerra Mundial foi, de certa forma, exigi-
da pela opinião pública nacional, que se manifestou de diversas for-
mas contra a agressão de um país europeu a um país neutro sul-
americano.
No cerne da questão estiveram diversos fatores, entre os
quais a exportação de matéria-prima brasileira às nações aliadas.
Matéria-prima vital ao esforço de guerra aliado, motivo pelo qual a
Marinha alemã (Kriegsmarine) recebeu ordem de afundar embarca-
ções de transporte de pessoal ou material que, de qualquer forma,
favorecessem as nações contrárias ao Eixo.
Assim, o governo Getúlio Vargas julgou que não poderia tran-
sigir com tais provocações, amiúde trágicas, e decidiu que o Brasil se
faria presente sim, no cenário bélico mundial. Surgiu então a Força
Expedicionária Brasileira (FEB), como instrumento contra a agressão
tedesca e pelo clamor nacional anti-nazista.
Mas era necessário lutar em outro continente. E a FEB foi para
a Itália, sem ter as melhores condições para isto. Dependia, portanto,
de apoio material. E ele veio dos EUA através de acordos político-
militares.
Chegamos à Itália em 1944 sem armas, sem fardamento ade-
quado para o clima, sem equipamento. Tivemos que suportar, con-
tornar e conviver com enormes dificuldades, desde a formação da
FEB ainda no Brasil. Mas tínhamos um elemento fundamental: o ele-
mento humano. E ele não decepcionou.
5

Lutamos contra tropas alemãs especializadas como as divi-


sões Panzer Grenadier, Jäger e Gebirsjäger (Caçadores de montanha),
entre outras, além das tropas italianas de Benito Mussolini.
A FEB/1ª DIE enfrentou até -20 ºC, neve, chuva e lama. En-
frentou muitas vezes a incompreensão de militares norte-
americanos, que não conheciam a nossa maneira de ser. Mas tivemos
também o reconhecimento de grandes chefes dos EUA como o Gene-
ral Mark Wayne Clark, que se revelou um amigo do Brasil.
Em 47 a. C. o general e Cônsul romano Júlio Cesar, ao derrotar
o rei do Ponto, Fárnaces II, na Batalha de Zela, proferiu a frase “Veni,
vidi, vici” (Vim, vi, venci), repetida em mensagem ao Senado após
retornar da campanha militar, como forma de alertar os senadores
do seu poderio bélico.
Fomos lutar exatamente na terra antes Império Romano. E lá
podemos dizer “Vim, vi e venci”. Na chegada ao Brasil, com muito
orgulho, podemos dizer “Fomos, vimos e vencemos”.
Na Itália, a FEB enfrentou ou esteve em contato com nove di-
visões alemãs: a 42ª e a 114ª Ligeiras, a 84ª, 148ª, 232ª, 305ª e 334ª
DI, a 29ª e a 90º Motorizada (ordem numérica).
Glória ao EB e ao seu Patrono, o Duque de Caxias, que nos ori-
entou na Campanha da Itália.
Este trabalho visa proporcionar uma visão simples e ordena-
da do que aconteceu na Itália.
Finalmente, como disse Tucídides, a história de uma guerra é,
antes de qualquer outra coisa, uma história política.

O autor
6

Prefácio

O
presente trabalho é mais uma Cronologia disciplina auxiliar
da História, à qual o autor vem se dedicando de longa data.
Cronologia esta, como disciplina auxiliar da História, a qual
imortalizou o Barão do Rio Branco, o diplomata com alma de solda-
do, autor das célebres Efemérides do Barão do Rio Branco, que são
lidas na abertura das sessões do Instituto Histórico e Geográfico Bra-
sileiro, onde ele ingressou jovem e seria seu memorável presidente,
como também o Dr. Pedro Calmon.
O autor, em sua Cronologia da 2ª Guerra Mundial, contribui-
ção ao 70° aniversário da Vitória da Democracia e da Liberdade
Mundial contra o nazi-fascismo, aborda a participação do Brasil na-
quela Guerra Mundial através, particularmente, da nossa Força Ex-
pedicionária Brasileira (FEB) cujo comandante, o General João Bap-
tista Mascarenhas de Moraes, patrono de cadeira da Federação de
Academias de História Militar Terrestre do Brasil, disse para outro
patrono de cadeira na FAHIMTB, o General Francisco de Paula Cida-
de, grande historiador militar crítico do Exército e “jovem turco” que
atuou como Juiz Militar na FEB:

“Cidade, vamos partir para a maior aventura de nossa


História Militar”.

E foi uma aventura vitoriosa onde nossa FEB fez muito boa
figura ao lutar em aliança ou contra representações de frações dos
melhores exércitos do mundo presentes na Europa na 2ª Guerra
Mundial.
Vitória cujos louros, no retorno da Itália, o Comandante da
FEB depositou nos Montes Guararapes, local de duas batalhas me-
moráveis que asseguraram, segundo o patrono de cadeira na FA-
HIMTB Gilberto Freyre na Câmara Federal

“o destino do Brasil de ser hoje um só e não dois ou três hostis


entre si”.
7

E nos Montes Guararapes, onde tiveram lugar as batalhas dos


Guararapes, tivemos o privilégio cívico em 1970-71 de coordenar o
projeto, a construção e a inauguração do Parque Histórico Nacional
dos Montes Guararapes e publicar nosso primeiro livro As batalhas
dos Guararapes - dedicação e análise militar. Recife: Universidade
Federal de Pernambuco, 1971. E, com apoio da Prefeitura do Recife
levantar monumento contendo em placa de bronze estas palavras do
Comandante da FEB proferidas ao depositar os louros da Vitória da
FEB nos Guararapes:

“Nesta colina sagrada, na batalha vitoriosa con-


tra o invasor, a Força Armada do Brasil se forjou e
alicerçou para sempre a base da nação brasileira. Na
qualidade de Comandante da Força Expedicionária
Brasileira, deposito no Campo de Batalha dos Guara-
rapes, os louros que os soldados de Caxias alcança-
ram contra as tropas germânicas nos campos de ba-
talha da Itália”.

Votos de que o autor, diligente e persistente historiador mili-


tar brasileiro, um dia edite um trabalho História Militar do Brasil
Dia a Dia, para ser lida no início das sessões da Federação das Aca-
demias de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), de suas
AHIMTB federadas e Delegacias.

Cel Claudio Moreira Bento


Presidente e Fundador da FAHIMTB
8

Distintivos do V Exército NA e da FEB.


Fonte: mercadolivre.com.br
9

ÍNDICE

1. Apresentação..............................................................................................................4
2. Prefácio.........................................................................................................................6
3. Relação de abreviaturas......................................................................................10
4. O dia a dia da FEB..................................................................................................12
- 1934..........................................................................................................................12
- 1936..........................................................................................................................12
- 1937..........................................................................................................................13
- 1938..........................................................................................................................13
- 1939..........................................................................................................................15
- 1940..........................................................................................................................18
- 1941..........................................................................................................................21
- 1942..........................................................................................................................26
- 1943..........................................................................................................................43
- 1944..........................................................................................................................59
- 1945.......................................................................................................................127
- 1946.......................................................................................................................192
- 1948.......................................................................................................................192
- 1949.......................................................................................................................193
- 1950.......................................................................................................................193
- 1951.......................................................................................................................193
- 1952.......................................................................................................................194
- 1954.......................................................................................................................194
- 1955.......................................................................................................................194
- 1956.......................................................................................................................195
- 1957.......................................................................................................................195
- 1960.......................................................................................................................195
- 1963.......................................................................................................................198
- 1966.......................................................................................................................198
- 1967.......................................................................................................................199
- 1968.......................................................................................................................199
- 1969.......................................................................................................................199
- 1971.......................................................................................................................199
- 1976.......................................................................................................................200
- 1985.......................................................................................................................200
- 1995.......................................................................................................................200
- 1998.......................................................................................................................201
- 1999.......................................................................................................................201
- 2001.......................................................................................................................201
- 2003.......................................................................................................................201
4. Informações Gerais.................................................................................................202
5. Encerramento............................................................................................................204
6. Bibliografia..................................................................................................................204
10

Relação de abreviaturas (ordem alfabética)

AD – Artilharia Divisionária;
BE – Batalhão de Engenharia;
Bia C/AD – Bateria Comando de Artilharia Divisionária;
BI – Boletim Interno;
BtlAAAé – Batalhão de Artilharia Anti-Aérea;
Ch EM – Chefe do Estado-Maior;
Cia AC ou CAC – Companhia Anti-Carro;
CC – Carros de Combate (tanques);
Cia Fzo – Companhia de Fuzileiros;
Cia Int – Companhia de Intendência;
Cia Obuses – Companhia de Obuses;
Cmt do V Ex – Comandante do Quinto Exército;
DB – Divisão Blindada;
Dep Int – Depósito de Intendência;
DIE – Divisão de Infantaria Expedicionária;
DIP – Departamento de Imprensa e Propaganda;
DMth – Divisão de Montanha;
Dst/Cia Trnp – Destacamento da Companhia de Transportes;
Dst Prec – Destacamento Precursor;
Dst 1º Btl Sau – Destacamento do Primeiro Batalhão de Saúde;
EB – Exército Brasileiro;
ECD – Em condições de;
Elm – Elemento (s);
ELO – Esquadrilha de Ligação e Observação;
EM – Estado-Maior;
Esc Atq – Escalão de Ataque;
GADo – (ou GADO) Grupo de Artilharia de Dorso;
Gen Div – General de Divisão;
Gp Hosp – Grupo Hospitalar;
Gpt – Grupamento;
ID – Infantaria Divisionária;
IOp – Instrução de Operações;
LCI - Landing Craft Infantry;
LP – Linha de Partida;
Mrt – Morteiro (s);
Mtr – Metralhadora (s);
NA – Norte-americano;
OGO – Ordem Geral de Operações;
OOp – Ordem de Operações;
OPO – Ordem Parcial de Operações;
PC – Posto de Comando;
Pel – Pelotão;
11

Pel PE – Pelotão de Polícia do Exército;


Pel Mrt/CPP/II/11º RI – Pelotão de Morteiros da Companhia de Petrechos Pesados
do Segundo Batalhão do Décimo-Primeiro Regimento de Infantaria;
PG – Prisioneiro de Guerra.
1º Pel/1º Esqd Rec – Primeiro Pelotão do Primeiro Esquadrão de Reconhecimento;
I/1º ROAR – Primeiro Grupo do 1º ROAR;
PO – Posto de Observação;
IV Corpo Ex – Quarto Corpo de Exército;
4ª Cia/II/11º RI – Quarta Companhia do Segundo Batalhão do Décimo-Primeiro
Regimento de Infantaria;
RAPC – Regimento de Artilharia Pesada Curta;
RI – Regimento de Infantaria;
ROAR – Regimento de Obuses Auto Rebocado;
TF 45 – Task Force 45 (Força-Tarefa 45);
TO – Teatro de Operações;
USS – United States Ship;
ZAç – Zona de Ação;
ZReu – Zona de Reunião.
12

Ano de 1934

Início da Missão Militar Americana (MMA) no Brasil. Durante


quatro anos, 1936/40, conviveram as duas missões militares no Bra-
sil, a francesa e a norte-americana (Latfalla, 2011, p. 29).

1936
1936
6 Jun - Concluído, por troca de notas, em Berlim, Modus Vivendi Co-
mercial entre o Brasil e a Alemanha, com base em esquema de paga-
mento mediante compensação de marcos (ASKI-mark). As exporta-
ções de algodão brasileiro para o III Reich irão registrar grande au-
mento e, em contrapartida, a Alemanha irá superar os EUA como o
maior fornecedor das importações brasileiras. O Brasil permanecerá,
até 1941, em posição de “equidistância pragmática” entre Alemanha
e EUA (Garcia, 2000, p. 111).

22 Jul – Em carta a Getúlio Vargas, o embaixador brasileiro em Wa-


shington, Dr. Oswaldo Aranha, disse o seguinte: “O mundo caminha
para os extremos, seja o de esquerda, seja o de direita. Não há lugar
para o meio-termo; a alavanca universal apoia-se, hoje, na Rússia
(URSS) e deslocará o mundo para a esquerda ou o atirará num abis-
mo de guerras e lutas sociais” (Pereira, 2015, p. 21).

12 Nov - Renovação do contrato da MMA para cooperação na parte


de Defesa da Costa, e também no desenvolvimento e funcionamento
do Centro de Instrução de Artilharia de Costa e nos cursos de Fortifi-
cação Permanente e Guerra Química (Idem, p. 30).

Dez - Na Conferência de Buenos Aires, sob a presidência do Presi-


dente norte-americano Franklin Delano Roosevelt, é estabelecido o
princípio de que a ameaça a qualquer nação americana seria consi-
derada uma ameaça ao conjunto das nações do continente
13

(cpdoc.fgv.br). Esta conferência foi parcialmente fracassada pela


oposição argentina à tese de uma nova Doutrina Monroe (Rodrigues,
Seitenfus, 1995, p. 389).

1937
Janeiro - Getúlio Vargas propõe aos EUA “todas as formas de coope-
ração militar e naval, inclusive a construção de uma base naval num
porto brasileiro para utilização pelos norte-americanos no caso de
guerra de agressão contra os Estados Unidos”. Na mensagem ao Pre-
sidente Roosevelt, Vargas declara que se os EUA fossem atacados “os
interesses vitais do Brasil estariam necessariamente envolvidos”
(McCann, 1995, p. 94).

18 Mar - Assinado um contrato entre Brasil e Alemanha para compra


de armas alemãs (Oliveira, 2015, p. 30). Em 1938, ocorrerá o segun-
do contrato.

10 Nov - Getúlio Vargas impõe ao país o “Estado Novo”, um regime


político de exceção caracterizado pela centralização do poder, nacio-
nalismo, anticomunismo e autoritarismo.

Final de 1937 - Com o Estado Novo, começa a desmoronar a estru-


tura montada pelo governo alemão no Brasil. Diversos centros inte-
gralistas (de vertente nazista) foram fechados (Pereira, 2015, p. 47).

1938
10 Mar - O Secretário de Estado dos EUA Cordel Hull promove uma
conferência interministerial para discutir a ajuda militar aos países
latino-americanos ameaçados pelo nazismo. Resultou disso a decisão
da prestação de assistência militar, fortalecendo assim os vínculos
dos EUA no sub-continente, lançar as bases de uma cooperação mili-
tar e naval e se contrapor às iniciativas das ações do Eixo (McCann,
1995, p. 93).
14

15 Mar 38 - Oswaldo Euclides de Souza Aranha é nomeado Ministro


das Relações Exteriores. A presença de Aranha no MRE serviu para
contrabalançar as forças contrárias no governo brasileiro entre pró-
americanos e simpatizantes do Eixo (Garcia, 2000, p. 112).

24 Mar - Oswaldo Aranha declara que seus objetivos na Chancelaria


eram trabalhar pelo desenvolvimento econômico do Brasil através
da vinculação com os EUA (McCann, 1995, p. 67).

25 Mar - O Brasil assina contrato com a Krupp alemã para compra de


material bélico (canhões) (Garcia, 2000, p. 112).

28 Mar - Assinado um contrato entre Brasil e Alemanha para compra


de armas alemãs (Idem).

18 Abr - Getúlio Vargas decreta a proibição do funcionamento de


partidos políticos estrangeiros no Brasil (CIPEL, 2015, p. 130). O de-
creto atinge o nazismo.

21 Set - A repressão às atividades de propaganda político-ideológica


do Partido Nazista nos estados do Sul do país leva a uma crise diplo-
mática entre o Brasil e a Alemanha: Karl Ritter é declarado persona
non grata pelo governo brasileiro e a Wilhemstrasse, Ministério dos
Negócios Estrangeiros alemão, toma medida similar em relação ao
embaixador brasileiro em Berlim, José Joaquim Moniz de Aragão
(Garcia, 2000, p. 113).

Outubro - As autoridades brasileiras descobrem uma pretensa cons-


piração nazista para fomentar rebeliões no Brasil, Uruguai e Argenti-
na. Oswaldo Aranha declara então a confirmação de que o perigo
existia e era “dirigido da Alemanha” (McCann, 1995, p. 98).

Novembro - Por ordem do Presidente Roosevelt, a Comissão Conjun-


ta do Exército e Marinha dos EUA inicia os planejamentos para fazer
frente ao aumento de poder e às ambições expansionistas da Alema-
nha, Itália e Japão. O resultado foi o conjunto dos chamados Planos
15

Arco-íris (Rainbow). Os Planos Arco-íris 1, 2 e 3 implicavam a defesa


do hemisfério ocidental até a latitude 10° sul, ou seja, o Saliente Nor-
destino; o Arco-íris 4 incluía todo o hemisfério ocidental e previa o
envio de tropas dos EUA ao extremo sul da América do Sul, se neces-
sário (Duarte, 1971, p. 35). Entre os planos Rainbow, estava a cogita-
ção da Operação Pot of Gold por parte do Presidente Roosevel, que
previa 100 mil soldados para a ocupação de pontos estratégicos en-
tre Belém/Rio de Janeiro. Esta operação não ultrapassou o estágio de
planejamento, tendo sido substituída por entendimentos para bases
navais e aéreas NA no Brasil.

9/24 Dez - VIII Conferência Pan-americana de Lima, Peru. Participa-


ram os 21 Estados membros. A principal preocupação era o desen-
volvimento de uma cooperação interamericana mais efetiva frente à
crescente ameaça extracontinental nas preliminares da Segunda
Guerra Mundial. Foi emitida uma Declaração que se denominou "De-
claração de Lima".

1939
9 Mar - Missão do chanceler Oswaldo Aranha aos Estados Unidos
resulta na assinatura, em Washington, de acordos bilaterais de cré-
dito e cooperação econômica, com a liberação de empréstimo norte-
americano no valor de US$ 50 milhões (Garcia, 2000, p. 113).

25 Mai/6 Jun - Visita ao Brasil do General George Catlett Marshall


Jr., Chefe do Estado-Maior do Departamento de Guerra dos EUA. Um
dos assuntos foi o emprego de forças terrestres NA no NE brasileiro,
rejeitado então por militares do EB, que só aceitavam a possibilidade
de apoio naval e aéreo. O Ch EME, Gen Pedro Aurélio de Góes Mon-
teiro, declara também que “no caso de uma guerra, a preocupação
principal do Brasil seria a defesa do sul contra invasões e a ação sub-
versiva das colônias alemãs”. Em 06 Jun, o navio Nashville deixa o
Brasil transportando Marshall e também Góes Monteiro, que realizou
visita aos EUA a convite dos EUA (McCann, 1995, p. 115/117).
16

29 Jun 39 - O Chanceler Osvaldo Aranha realiza uma exposição de


motivos ao Presidente da República contendo diretrizes para a mobi-
lização do país em função da crise econômica advinda com a guerra,
que já era esperada na Europa face às atitudes governamentais de
Adolf Hitler. Esta exposição de motivos continha providências sobre
a opinião pública, combustíveis, trigo, estoque e racionalização do
consumo de produtos indispensáveis e proibição da exportação de
ferro. As medidas “não tiveram a repercussão desejada” (Castello
Branco, 1960, p. 68).

Jul - Em reunião do Conselho Nacional de Segurança, que analisou as


possibilidades de uma guerra na Europa, houve consenso sobre a
neutralidade brasileira na futura guerra, mas surgiram preferências
políticas sobre onde o Brasil deveria comprar os armamentos para a
sua própria defesa. Getúlio Vargas queria descartar os fornecedores
europeus. O Gen Francisco José Pinto, Ministro-chefe da Casa Civil,
preferia os Estados Unidos. O Gen Eurico Dutra, Ministro da Guerra,
queria comprar da Alemanha. O Conselho decidiu comprar na Euro-
pa. O governo brasileiro adotou a posição de neutralidade com rela-
ção à guerra e continuou a buscar seu equilíbrio pragmático entre as
Grandes Potências na medida do possível (Moura, 2012, p. 56).

23 Ago - Os representantes alemão - Joachim von Ribbentrop e sovi-


ético - Vyacheslav Molotov, assinam em Moscou um pacto de não-
agressão (Tratado de Não Agressão entre a Alemanha e a União das
Repúblicas Socialistas Soviéticas).

Setembro - Adolf Hitler retoma na prática o Plano Pangermânico


para domínio do mundo. Este Plano foi publicado por Otto Tannen-
berg em 1911, em Leipzig, sob o título “A Grande Alemanha, obra do
século XX”. Na América do Sul, o Plano previa a tomada da Argentina,
Chile, Uruguai, Paraguai e “o terço meridional do Brasil, onde a cultu-
ra alemã dominava” (Simões, 1967, p. 39 apud Peixoto, 1951, p. 85).

1 Set - As tropas alemãs invadem a Polônia com a força avas-


saladora da Blitzkrieg, iniciando assim a 2ª Guerra Mundial.
17

3 Set 39 - A Inglaterra e a França declaram guerra à Alemanha.

4 Set – O governo brasileiro proíbe aeronaves dos beligerantes de


sobrevoar o território sem autorização (Castello Branco, 1960, p. 36).

17 Set - A União Soviética, aliada de última hora da Alemanha hitle-


rista, invade o leste da Polônia.

23 Set - Reunião de Chanceleres no Panamá para tratar de quatro


assuntos: criação da Comissão Consultiva Interamericana Financeira
e Econômica, neutralidade na guerra, paz e cooperação internacional.
Foi elaborada a “Declaração Geral de Neutralidade das Repúblicas
Americanas” e uma “Zona de Segurança” (Castello Branco, 1960, p.
37). Conforme Frank McCann, reuniões bilaterais definiram “a dire-
ção das relações Brasil-EUA para os anos seguintes” (1995, p. 122).

27 Set - A capital polonesa, Varsóvia, é conquistada pelos alemães e


se rende nesta data.

20 Out - O governo Vargas declara a neutralidade do Brasil em


relação à guerra (Calmon, 1959, vol. 6, p. 2254).

14/23 Nov - Visita ao Brasil de uma Delegação Militar dos Estados


Unidos, chefiada pelo General Delos Carleton Emmons, Comandante
da Força Aérea (United States Army Air Command-USAAC) represen-
tando o governo e o Exército norte-americano nas festas comemora-
tivas do cinquentenário da Proclamação da República. A visita estrei-
tou a amizade entre as duas nações no início da II GM.

30 Nov - A URSS, alegando que a Finlândia não atendeu às suas pro-


postas sobre o istmo da Carélia, península de Hybachi e portos de
Petsamo e Hango, invade-lhe o território, não obstante a mediação
dos EUA e da Suécia (Simões, 1967, p. 8).

13 Dez - Batalha do Rio da Prata: o encouraçado de bolso alemão


Admiral Graff von Spee é encurralado ao largo de Montevideo por
três belonaves inglesas. O Cmt do Graf Spee, Capitão Hans Langs-
18

dorff, desembarca sua tripulação, manda explodir e afundar seu na-


vio, segue para terra e se suicida em um hotel de Buenos Aires.

1940
12 Fev - Afundamento do navio cargueiro alemão Wakama em Cabo
Frio, RJ, incendiado pela própria tripulação ao ser intimada pelo Cru-
zador inglês HMS Hawkins. Este navio esteve ancorado no Rio de
Janeiro até 11 de fevereiro e zarpou tentando furar o bloqueio naval
imposto pela Inglaterra e França embora as águas territoriais brasi-
leiras fossem consideradas neutras (www.naufragiosdobrasil.com.br).

7 Abr - A Alemanha invade a Iugoslávia e a Grécia, contando com o


apoio da Áustria, Hungria e Bulgária.

30 Abr - O Presidente Roosevelt, dos EUA, determina ao Almirante


Harold Rainsford Stark, Chefe de Operações Navais, estabelecer com
urgência acertos com o Brasil para a segurança da Ilha de Fernando
de Noronha (McCann, 1995, p. 166).

12 Mai - Discursando em Minas Gerais, Getúlio Vargas declara a


neutralidade do Brasil na guerra e que “manterá o país afastado dos
acontecimentos que perturbam a vida de outros povos” (Rodri-
gues/Seitenfus, 1995, p. 409).

25/27 Mai - Por ordem de Roosevelt, o Exército dos EUA desenvolve


o plano “Pot of Gold”, nunca realizado, que previa o lançamento de
uma força de 100 mil homens em vários pontos do litoral brasileiro
entre Belém e o Rio de Janeiro, juntamente com quatro encouraça-
dos, dois porta-aviões, nove cruzadores e três esquadrões de contra-
torpedeiros (McCann, 1995, p. 167).

30 Mai – Nomeação, para o comando da 7ª RM, com sede em Recife,


PE, do Gen João Baptista Mascarenhas de Moraes.
19

10 Jun 40 - A Itália declara guerra à França e à Grã-Bretanha.

11 Jun - Getúlio Vargas discursa a bordo do encouraçado Minas Ge-


rais em atitude ambígua, mas demonstra admiração pelos nazistas, o
que causa reações dos EUA (Barone, 2013, p. 58).

21 Jun – Assunção do Comando da 7ª RM, Recife, do Gen Masca-


renhas de Moraes, que vai até 29 Jan 1943. Da 7ª RM, o Gen foi
movimentado para o Comando da 2ª RM, São Paulo.

30 Jul - II Reunião de Consulta dos Chanceleres americanos em Ha-


vana, Cuba, convocada depois da invasão alemã aos Países Baixos e à
França, fato que causou preocupação aos Estados americanos ante a
possibilidade de a Alemanha reivindicar as colônias dos países inva-
didos situadas na América. Esta situação deu origem à Declaração XV,
"Assistência Recíproca e Cooperação para a Defesa das Nações Ame-
ricanas", na qual se reafirmava o procedimento da consulta entre os
Estados e se reiterava o conceito de que "um atentado de um Estado
não-americano contra a integridade ou a inviolabilidade do territó-
rio, soberania ou independência política de um Estado americano
seria considerado um ato de agressão contra todos…" (Blajberg,
2012, p. 2).

14 Ago – O Plano Rainbow IV (extensão do Rainbow I) dos EUA pre-


vê o desembarque em Natal, Recife e Belém de 15 mil homens dividi-
dos em três “combat teams” e a utilização de 70 aeronaves em um
porta-aviões, independente da autorização do governo brasileiro. O
governo Vargas considerou inaceitável essa possibilidade e alertou
Lehmann Miller que daria ordem de “abrir fogo”. Conforme Pereira
(2015, p. 147/148), o Brasil “estava bem mais próximo de sofrer
uma invasão militar dos EUA – seu futuro aliado – que do Eixo”. O NE
brasileiro, principalmente PE e RN, era a principal região de apoio
para as FA/NA e fundamental para a defesa do continente americano.

27 Set - Formação formal do Eixo com a assinatura do Pacto


Tripartite entre a Alemanha, a Itália e o Japão. Rezava ele que um
ataque a qualquer de seus membros seria respondido em conjunto.
20

Outubro de 1940 - Segunda viagem do Gen Góes Monteiro aos EUA.


Desta vez, para participar da reunião dos Chefes de EM das nações
americanas (Duarte, 1971, p. 75).

11 Out - O navio Siqueira Campos, em viagem da Europa para o Bra-


sil, é interceptado por um navio de guerra britânico e levado para
Gibraltar sob o pretexto de transportar carga de origem alemã. Com
a intervenção da diplomacia, o navio foi liberado a 18 de dezembro
(Castello Branco, 1960, p. 51).

5 Nov - Reeleição de Franklin Delano Roosevelt para a presidência


dos EUA (Castello Branco, 1960, p. 45).

27 Nov - Em viagem para os EUA o navio mercante brasileiro Buar-


que, estando ancorado em Port of Spain, teve sua carga retirada de
bordo pelas autoridades britânicas de controle de contrabando. Sob
protestos, o governo inglês liberou a mercadoria (Castello Branco,
1960, p. 51).

1 Dez - O navio de cabotagem brasileiro Itapé, navegando ao longo


do litoral brasileiro, foi abordado por um cruzador britânico a 18 mi-
lhas do Farol de São Tomé. Os ingleses retiraram de bordo 22 cida-
dãos de nacionalidade alemã que viajavam para o norte do país. O
incidente foi contornado sem maiores consequências após os pro-
testos do Brasil (Castello Branco, 1960, p. 51).

18 Dez - O governo britânico libera, por insistência dos EUA, o navio


brasileiro Siqueira Campos, que transportava armamento Krupp ale-
mão para o Brasil (McCann, 1995, p. 173).

30 Dez - O Governo britânico libera o Buarque, atendendo aos pro-


testos do Governo do Brasil.
21

1941
14 Jan - Instalada no Rio de Janeiro a Comissão Interamericana de
Neutralidade, criada pela Conferência do Panamá (23 Set 39)
(www.al.sp.gov.br).

18 Jan - Decidida a criação do Ministério da Aeronáutica. A Aviação


Militar do Exército e a Naval da Marinha seriam unificadas na Força
Aérea Brasileira (Castello Branco, 1960, p. 78).

19 Jan – O governo autoriza o início das obras das pistas de pouso


por parte da Panair do Brasil em Natal no RN.

20 Jan - Publicação do Decreto nº 2.961, desta data, criando formal-


mente o Ministério da Aeronáutica, que originará a Força Aérea Bra-
sileira (FAB) (www.biblioteca.presidencia.gov.br), incorporando os
aviões do Exército e da Marinha. Inicialmente, a nova força foi cha-
mada de Forças Aéreas Nacionais, depois FAB. O primeiro ministro
foi João Pedro Salgado Filho.

6 Fev - Hitler determina a criação do “Afrika Korps” para socorrer


seu aliado Mussolini no norte da África, e designa o Gen Erwin Jo-
hannes Eugen Rommel para o comando. A presença alemã no N da
África faz apressar os entendimentos Brasil/EUA para a instalação de
uma base aeronaval estadounidense no NE do Brasil.

11 Mar - Aprovado o “Lend and Lease Act” (Empréstimo e Arrenda-


mento) pelo Congresso americano, o qual consistiu em um progra-
ma de empréstimos para abastecer com alimentos e armamentos as
nações que estavam em guerra e cuja defesa era considerada vital
para os EUA.

22 Mar - Ataque aéreo, sem afundamento, ao navio cargueiro


brasileiro Taubaté nas costas do Egito, Mar Mediterrâneo, por um
avião alemão da Luftwaffe. O Taubaté conseguiu chegar ao porto de
22

Alexandria. Saldo: um morto e 13 tripulantes feridos (Castello Bran-


co, 1960, p. 52).

25 Mar 41 – Início efetivo das obras do Campo de Aviação em Natal


pela Panair do Brasil.

3 Abr - Os alemães acusam o recebimento da Nota de Protesto bra-


sileiro em relação ao ataque ao Taubaté, mas a partir daí não houve
mais nenhuma manifestação do governo alemão (Castello Branco,
1960, p. 53).

7 Abr - Os alemães invadem a Iugoslávia e a Grécia. Em 20 Abr


invadem Creta. Em 22 Jun iniciaria a invasão da URSS.

18 Abr - Mediante pedido dos EUA, o governo brasileiro autoriza aos


norte-americanos a utilização dos portos de Recife e Salvador. Em
contrapartida, uma semana depois, os norte-americanos se oferecem
para instruir pilotos brasileiros em seu país (www.al.sp.gov.br).

14 Mai - Brasil e EUA assinam contrato de venda e compra de produ-


tos estratégicos. Ainda neste mês foi assinado pelo Brasil um contra-
to com o Eximbank para a compra de maquinário para uma usina
siderúrgica e um crédito de 12 milhões de dólares para o Brasil com-
prar equipamentos bélicos (Siqueira, 2015, p. 8/9).

16 Mai – O governo dos EUA envia ao Brasil o Gen Matthew Bunker


Ridgway para formar um “núcleo de planejamento conjunto e o envio
de forças do Exército dos EUA para o NE...”. A missão de Ridgway
fracassou redondamente e ele foi substituído pelo Gen Lehman Wel-
lington Miller (Pereira, 2015, p. 75).

26 Mai - Os EUA colocam em ação o Plano Rainbow V, para a hipóte-


se de confronto com o Eixo no TO do Atlântico, que previa o deslo-
camento de navios do Pacífico para o Atlântico (Duarte, 1971, p. 44).

Junho - A Força Tarefa 3 (FT 3) da Marinha dos EUA, sob o comando


do Contra-Alm Jonas Howard Ingram, passa a patrulhar o Atlântico
23

Sul. Os portos para abastecimento e descanso das guarnições dos


navios foram os de Natal, Recife e Salvador (Duarte, 1971, p. 180).

6 Jun 41 - Em relatório desta data, o Chefe da Delegação Brasileira


junto à Comissão de Washington para regular a colaboração Bra-
sil/EUA, Gen Estevão Leitão de Carvalho, citado por Raul Simões,
pede a atenção do governo

para a situação em que ficará o fornecimento de material


de guerra ao Brasil com a mudança havida nas condições es-
tratégicas da luta, em virtude da cessação de qualquer perigo
de ataque ao Hemisfério Ocidental por Forças terrestres e aé-
reas do Eixo. Declarei ali, com efeito, que a Guerra se estava
aproximando do seu término e o fim especial a que se destina-
va o material americano, isto é, a defesa do território brasileiro
contra o perigo de um ataque do Eixo, iria também desapa-
recendo. Por outro lado, dizia no referido documento, a Lei de
Empréstimo e Arrendamento poderá ser revogada e os pedidos
em andamento suspensos. A aquisição de material de guerra
fora do Lend-Lease será certamente mais dispendiosa. [...] Só
nos restam os Estados Unidos como seguros fornecedores de
material de guerra (Simões, 1967, p. 24 e 27).

13 Jun - Um submarino alemão interrompe o curso do navio mercan-


te brasileiro Siqueira Campos a tiros de canhão nas proximidades do
Arquipélago do Cabo Verde. Após vistoriar o navio brasileiro e foto-
grafar documentos o Cmt alemão libera o Siqueira Campos (Castello
Branco, 1960, p. 53).

15 Jun - A Força Tarefa 3 NA inicia o seu trabalho de patrulhamento


das operações dos portos de Recife e Salvador.

19 Jun – O Gen George Cattlet Marshall, Ch EM do Exército NA insiste


para que o Brasil aceite a introdução de tropas NA no NE, principal-
mente através de uma manobra conjunta no terreno. Em outubro, o
governo brasileiro cancelou as manobras (Duarte, 2015, p. 79).

22 Jun - Inicia a invasão alemã à URSS.


24

10 Jul 41 - O Presidente Vargas recebe do Presidente Roosevelt uma


mensagem expondo a situação mundial e os riscos do envolvimento
da América do Sul no conflito mundial (Gabriele, 1986, p. 405).

24 Jul - Estabelecida uma Comissão Mista Brasil-EUA entre os exér-


citos dos dois países, assinada pelos ministros Oswaldo Aranha e o
General Lehman Miller, então chefe da Missão Militar Americana no
Brasil. No primeiro acordo, o Brasil prometia auxiliar a defesa co-
mum do continente americano. Entretanto, sobre assistência militar,
o Brasil declarava que sozinho definiria quando, onde e por quanto
tempo a mesma seria necessária (McCann, 1995, p. 199).

13 Ago - Os dirigentes dos EUA, Roosevelt, e da Inglaterra, Winston


Churchill, firmam a “Carta do Atlântico”, origem da Carta das Nações
Unidas (Castello Branco, 1960, p. 46).

18 Ago - Os EUA anunciam o transporte de aviões de combate para o


norte da África através do Nordeste brasileiro.

21 Ago - A Recomendação nº 16 da Comissão Mista de Washington,


desta data, contém a proposta, aceita pelo Governo brasileiro, para a
ampliação do alcance do Acordo Militar de 23 Mai 1942, tendo em
vista estender a cooperação militar para fora do Continente Ameri-
cano. A Recomendação seguinte, a de nº 17, sob o título de “Regras
gerais para colaboração das Forças Brasileiras com o Exército Norte-
Americano nos teatros de operações extracontinentais” prevê inici-
almente a participação do Brasil

com uma Força Expedicionária do Exército constituindo


um Corpo de Exército de três divisões de infantaria e uma divi-
são blindada que atuaria na África e Europa. A Força Aérea par-
ticiparia das operações no Teatro do Mediterrâneo, inicialmen-
te com um Grupo de Caça e uma Esquadrilha de Observação e
Ligação e posteriormente com um Grupo de Bombardeiros Mé-
dios. A Marinha de Guerra teria estendida a águas exteriores a
área marítima de patrulhamento e proteção de comboios (Si-
mões, 1967, p. 34).
25

Out 41 - Os norte-americanos elaboram o novo plano Rainbow V,


que previa o deslocamento de milhares de homens para o Norte-
Nordeste do Brasil (Latfalla, 2011, p. 74).

18 Out - O Gen Estevão Leitão de Carvalho recebe, nos EUA, corres-


pondência do Ministro da Guerra Gen Eurico Gaspar Dutra, datada de
06 Out, na qual o Ministro solicita providências junto ao governo NA
para o envio, o quanto antes, dos oficiais emissários para os

reconhecimentos na região do Teatro de Operações em


que fosse previsto atuar a FEB. [...] a novidade era a informação
de que o governo (do Brasil) resolvera antecipar (grifo do au-
tor) a remessa da tropa para fora do Continente (Simões, 1967,
p. 30/31).

10 Nov - No discurso em comemoração ao 4º aniversário do Estado


Novo, o presidente Vargas avisou que puniria os invasores e também
elementos da chamada “quinta coluna”, além de comprometer o Bra-
sil na defesa da América e de reafirmar a solidariedade pan-ameri-
cana (Idem).

7 Dez - Ataque japonês à base norte-americana de Pearl Harbor no


Pacífico. Aumenta a pressão norte-americana para a declaração con-
tinental de guerra ao Eixo (Rigoni, 2006, p. 41).

8 Dez - Vargas declara solidariedade aos EUA e aprova medidas para


silenciar estações clandestinas de rádio nazistas no Brasil (McCann,
1995, p. 202).

10 Dez - Aviões Catalina do Esquadrão Brasileiro VP-52, apoiados


pelos navios USS Greene e USS Thrush iniciam as atividades de pa-
trulhamento anti-submarino no Atlântico-Sul a partir de Natal.

11 Dez - Franklin Delano Roosevelt anuncia o “Estado de Guerra”


dos EUA com o Japão.
26

22 Dez 41 – Início da Primeira Conferência de Washington


(Conferência de Arcadia), 15 dias após Pearl Harbor, que reuniu os
principais líderes militares britânicos e americanos. Wisnton Chur-
chill e Franklin Roosevelt decidiram pela invasão do norte da África
em 1942, enviar bombardeiros americanos para bases na Inglaterra
e o reforço das tropas britânicas no Pacífico. Foram discutidos aspec-
tos do pós-guerra conforme a Carta do Atlântico, de 14 Ago 1941.

29 Dez - Esboçado pelo presidente Franklin Roosevelt, pelo primei-


ro-ministro britânico Winston Churchill e pelo assessor de Roosevelt,
Harry Hopkins, durante um encontro na Casa Branca, o texto da De-
claração das Nações Unidas, gênese da ONU.

1942
Janeiro - O Gen Estevão Leitão de Carvalho é nomeado Inspetor do
1º Grupo de Regiões Militares (6ª e 7ª Regiões Militares no NE brasi-
leiro).
- Em 1º de janeiro de 1942, 26 governos presentes na Conferência de
Arcadia aceitam a Declaração das Nações Unidas.

7 Jan - Por intermédio do Embaixador dos EUA no Brasil Jefferson


Caffery o Presidente Roosevelt informa ao Presidente Vargas, em
relação ao material bélico prometido

“que as remessas começarão imediatamente [...] e aumentá-


las muito rapidamente até o mínimo das necessidades brasileiras”
(Pereira, 2015, p. 67).

14 Jan – Final da Conferência de Arcadia (ver 22 Dez 1941).


27

15/28 Jan 42 - III Reunião de Consulta dos Ministros das Relações


Exteriores das Repúblicas Americanas no Rio de Janeiro (Palácio Ti-
radentes), convocada por Washington em seguida ao ataque japonês
a Pearl Harbor. O principal objetivo da reunião foi a aprovação de
uma resolução de rompimento imediato de relações diplomáticas e
comerciais dos países americanos com o Eixo. Ao final, por força da
recusa argentina e chilena, foi aprovada uma resolução que apenas
recomendava o rompimento de relações (FGV/CPDOC).

Acima, Oswaldo Aranha, Ministro das Relações Exteriores, discursando na III


Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas
Americanas declarando o rompimento das relações diplomáticas por parte
do Brasil para com os países do Eixo (Fonte: reina.com.br).

22 Jan - O Brasil rompe as relações com os países do Eixo: Alemanha,


Itália e Japão.

27 Jan - Em documento secreto, o Min da Guerra manifesta à Presi-


dência da República o parecer de que deveria ter sido adiado o rom-
pimento das relações com o Eixo (Brayner, 1968, p. 69).
28

28 Jan 42 - Na Reunião dos Chanceleres Americanos, o Brasil


confirma o rompimento das “relações diplomáticas com o Império do
Japão, em consequência da agressão aos Estados Unidos da América”
(Castello Branco, 1960, p. 64).

Fevereiro - Os EUA formulam o Plano de Operações no Nordeste


Brasileiro (Garcia, 2000, p. 117).
- O Presidente Vargas envia para os EUA o Ministro da Fazenda Artur
de Souza Costa para cobrar dos norte-americanos as promessas fei-
tas no sentido do fornecimento de armas às FFAA brasileiras
(McCann, 1995, p. 209) (ver 12 Fev).
- O Gen Estevão Leitão de Carvalho é nomeado Comandante do TO de
Leste e Nordeste, com jurisidição sobre os estados do PI, CE, RN, PB,
PE, AL, SE e BA (6ª e 7ª Regiões Militares).

6 Fev - Criação do Serviço de Defesa Passiva e Antiaérea pelo De-


creto 4.098 para a Defesa Civil do país, com vigência em todo o litoral
brasileiro (Bento, Giorgis, 2014, p. 403).

12 Fev - Em carta ao Ministro Souza Costa, Vargas diz que “Este é o


momento para armar o Brasil” (McCann, 1995, p. 212).

16 Fev - Afundamento do navio brasileiro Buarque a 60 milhas das


costas da Carolina do Norte, EUA, pelo submarino alemão U-432
comandado pelo Capitão-Tenente Heinz Otto Schultze, com uma
morte. Os sobreviventes, no total de 85, foram resgatados por navios
norte-americanos (Barone, 2013, p. 27).

18 Fev - Afundamento do cargueiro brasileiro Olinda nas costas da


Virgínia, EUA, pelo mesmo submarino U-432. Sobreviveram todos os
46 tripulantes (Idem).

25 Fev - Desaparecimento do cargueiro brasileiro Cabedelo no


Atlântico, ao largo das Antilhas, possivelmente torpedeado pelo sub-
marino italiano Leonardo da Vinci. Perda total, com 54 tripulantes
mortos (Ibidem). No mesmo dia, o submarino italiano Tazzoli
afundou o cargueiro inglês Queen City nas costas do Maranhão.
29

2 Mar 42 - Criação da Base Aérea de Natal (BANT) pelo Decreto Lei


nº 4.142 desta data, a qual iniciaria suas atividades em 07 Ago. Ao
lado, em novembro deste mesmo ano, passaram a conviver no mes-
mo aeródromo, em “Parnamirim Field”, duas bases aéreas. A brasilei-
ra, localizada no Setor Oeste do aeródromo, e a americana no Setor
Leste, conhecida como “Trampolim da Vitória”, assim chamado por
ser ponto obrigatório de passagem das aeronaves aliadas que se des-
tinavam ao Teatro de Operações da África e da Europa
(www.aereo.jor.br/2012/08/01/70-anos-da-base-aerea-de-natal/).

3 Mar - Renovação do Acordo Lend Lease com os EUA, criando um


crédito de 200 milhões de dólares para o Brasil comprar armamento
e munição (Siqueira, 2015, p. 9). Outros ítens também foram estabe-
lecidos no acordo, como uma ferrovia, minério de ferro, borracha, um
programa de saúde, etc. (McCann, 1995, p. 216).

7 Mar - Afundamento do cargueiro brasileiro Arabutan ao largo da


Carolina do Norte, EUA, pelo submarino alemão U-155 comandado
pelo Capitão-Tenente Adolf Cornelius Piening. Morreu um dos 51
tripulantes, com dois feridos graves. Os demais se salvaram usando
os escaleres (Barone, 2013, p. 27).

8 Mar - Afundamento do cargueiro brasileiro Cayrú ao largo da costa


de Nova York pelo submarino alemão U-94 com 53 mortos (Idem).

11 Mar - O governo brasileiro reage às agressões nazistas aprovando


o Decreto-Lei nº 4.166 que dispunha “sobre as indenizações devidas
por atos de agressão contra bens do Estado brasileiro e contra a vida
e bens de brasileiros ou de estrangeiros residentes no Brasil”, o que
equivale a confiscar os bens de alemães e italianos no Brasil (Castello
Branco, 1960, p. 55).

28 Mar - Em função do Acordo de 3 Mar 1941 o Embaixador dos EUA


no Brasil Jefferson Caffery apresenta ao governo Vargas uma série de
cinco reivindicações para as operações NA no NE, nem todas aten-
didas (Leite, Novelli Jr., 1983, p. 526).
30

16 Abr 42 - Instalação de um destacamento do Exército na ilha de


Fernando de Noronha. Comandado pelo Gen Francisco Gil Castelo
Branco, era formado pelo 30º BC e pela 1ª Bateria Independente de
Obuses (Duarte, 1971, p. 158); (ver 23 Mai 42).

18 Abr - Brasil e EUA chegam ao texto final em relação ao acordo de


defesa conjunta entre os dois países (McCann, 1995, p. 218) (ver 23
Mai).

20 Abr - Descobertas no Rio de Janeiro centrais de rádio clan-


destinas de espionagem nazista. Elas tinham a função de informar os
acontecimentos no Brasil e também as posições dos navios em deslo-
camento para o norte da África.

30 Abr – O acidente de Getúlio Vargas:

“Na véspera de 1º de maio, quando descia de Petrópolis


para sua saudação anual aos trabalhadores no estádio do Vasco
da Gama, Getúlio havia sofrido um acidente automobilístico de
que saiu com fraturas na perna, no maxilar e na mão. Seria
obrigado a permanecer quase três meses em convalescença”
(CPDOC/FGV).

- Surgiu então uma crise política que prejudicou os acertos entre


Brasil e EUA (McCann, 1995, p. 223). Getúlio Vargas não possuía Vi-
ce-Presidente.

1º Mai - Torpedeamento e afundamento do navio brasileiro Parnaíba


na altura da Ilha de Barbados no Caribe pelo submarino alemão U-
162, que estava sob o comando do Capitão Jurgen Wattenberg.
Foram seis mortos e 65 sobreviventes (Barone, 2013, p. 33).

16 Mai - O Alto Comando Naval Alemão determina aos seus subma-


rinos e navios de ataque que “atacassem sem aviso todos os navios
sul-americanos armados”, exceto argentinos e chilenos (McCann,
1995, p. 222).
31

18 Mai 42 - Torpedeamento e afundamento do navio brasileiro


Comandante Lyra na altura da ilha de Fernando de Noronha pelo
submarino italiano Barbarigo com dois mortos e 50 sobreviventes
(Barone, 2013, p. 33).

20 Mai - Elaboração do Plano de Operações nº 1-43 da 4ª Esquadra


brasileira, que estabeleceu o planejamento das patrulhas navais na
nossa costa (Castello Branco, 1960, p. 96).

22 Mai - Ao largo de Natal um avião B-25 brasileiro é alvejado por


um submarino U-boot (alemão), o qual submerge imediatamente. O
avião respondeu com cargas de profundidade.
- Neste mesmo dia, a FAB já mostraria a sua razão de existir e teria o
seu batismo de fogo. Um avião B-25 atacou com bombas o submarino
Barbarigo, da marinha italiana, que havia atacado o navio brasileiro
Comandante Lyra quatro dias antes. Era a oitava embarcação do País
atingida pelas forças do Eixo antes da entrada do Brasil na guerra.
- Os ataques aéreos contra os submarinos italianos Barbarigo e Ar-
chimede nas costas do NE causaram, por parte do Eixo, a chamada
Operação Brasil. Os alemães não aceitavam ter os submarinos do
Eixo atacados “por um país inexpressivo como o Brasil, (o que) bei-
rava a humilhação [...] Era inadmissível que um país habitado por
mestiços – como alguns diários de bordo da Kriegsmarine referiam-
se aos brasileiros – atacasse as forças do Eixo” (Pereira, 2015, p.
113).

23 Mai - Acordo Militar Brasil/EUA. Os dois países firmam uma con-


venção secreta político-militar e criam duas comissões, uma em Wa-
shington e outra no Rio de Janeiro. A Comissão Mista de Defesa
Brasil-Estados Unidos foi criada em Washington para desenvolver
contatos e discutir novas formas de cooperação, principalmente a
instalação de bases militares no norte e nordeste brasileiro e a defe-
sa no Atlântico-sul (Bento, 2015, p. 6). A Comissão Mista técnico-
militar Brasil-Estados Unidos (ver 13 Nov 42) foi criada para elevar
os padrões das forças militares brasileiras (Castello Branco, 1960, p.
88). Planos estratégicos de desembarque de tropas aliadas no norte
32

da África foram estipulados, já que o NE brasileiro era a região da


América mais próxima daquele continente (DPHCEx, 2015, p. 4).
- Chega à Fernando de Noronha uma parte do 1º Grupo Móvel de Ar-
tilharia de Costa (1º GMAC).

24 Mai 42 - Torpedeamento e afundamento do navio brasileiro


Gonçalves Dias ao largo de Key West, EUA, pelo submarino alemão U-
502. Seis mortos e 46 sobreviventes que se salvaram nos escaleres,
sendo resgatados por navios norte-americanos.

30 Mai – O Comando de Guerra Naval alemão (Seekriegleitung –


SKL) resolve propor ao Oberkommando der Wehrmach - OKW, ata-
car o Brasil (Duarte, 2015, p. 114/116, apud Documento 12938/42,
altamente secreto, diário do Gen Alfred Josef Ferdinand Jodl, Atas do
Tribunal de Nuremberg, p. 125, 18 Mai 1946). O Comando de Sub-
marinos alemão elabora a Oop nº 53 e propõe a sua execução (Ope-
ração Brasil) contra os principais portos brasileiros (Idem, apud U-
boot Archive Admiralty C.B. 4501 History of U-Boat Policy 1939-
1945, p. 26; KTB B.d.U., 21 Jun 1942). O Almirante Carl Doenitz
desaconselhou a operação e destacou que se ela fosse desencadeada
ele desejava “que, pelo menos, fosse dada total liberdade aos seus
subordinados” (Idem, p. 122). Foi nisto que se baseou o Capitão
Harro Schacht para executar os ataques ao indefesos navios brasi-
leiros em agosto (Idem).

1 Jun - Afundamento do cargueiro brasileiro Alegrete no Mar do


Caribe, região das ilhas de Santa Lúcia e São Vicente, pelo submarino
alemão U-156. Todos os 64 tripulantes sobreviveram em baleeiras
com grandes sofrimentos (Ibidem).
- Afundamento do cargueiro brasileiro Vidal de Negreiros nas Anti-
lhas pelo mesmo submarino alemão U-156. Não houve mortos. Não
há maiores informações. Em 14 Jan 44 foi incorporada à Marinha
outra embarcação com o mesmo nome, a Corveta Vidal de Negreiros.

2 Jun – A Alemanha ameaça o Brasil com retaliações em função dos


ataques aos submarinos do Eixo. A população de Natal entrou em
33

pânico e muita gente fugiu para o interior. O Gen Cordeiro de Farias


ordenou blackout (Pereira, 2015, p. 140).

4 Jun 42 – O Alto Comando da Marinha alemã (OKM) alega que o


Brasil ajuda “o inimigo” com bases no NE e que, sobre os ataques
alemães aos navios mercantes brasileiros, “o motivo dos afundamen-
tos foi de absoluta responsabilidade destes navios”. Alega também
que as restrições a cidadãos alemães no Brasil são “escandalosas” e
que o Brasil “iria à guerra contra a Alemanha” (Pereira, 2015, p. 123).
- Promoção do Gen Mascarenhas de Moraes a General de Divisão,
continuando ele na função de Cmt da 7ª RM, Recife.

5 Jun – Torpedeamento e afundamento do navio brasileiro Paracury


pelo submarino alemão U-159 no Atlântico Norte (Donato, 1996, p.
198).

9 Jun - A Kriegsmarine finaliza os planos para o desencadeamento da


chamada “Operação Brasil”, ou seja, ataques simultâneos a portos
brasileiros e a continuidade dos ataques a navios do Brasil (Pereira,
2015, p. 124).

14 Jun - Chega a Fernando de Noronha o 1º Grupo do 2º RAAAé. Nes-


ta data, com grande dificuldade, foi desembarcado o primeiro canhão
de 152,4 mm (Duarte, 1971, p. 161).

15 Jun – O Almirante Erich Johann Albert Raeder, da Marinha Alemã,


obtém autorização de Hitler para desencadear a Operação Brasil. Hi-
tler declara na ocasião, no Ninho da Águia, em Berghof, que “a guerra
submarina irá decidir o futuro da guerra”. O embaixador alemão no
Brasil Karl Ritter considerou “indesejável” a Operação Brasil (Perei-
ra, 2015, p. 126/127).

16 Jun - Adolf Hitler decide lançar uma “blitz” de submarinos contra


o Brasil, considerando que este já não era mais neutro na guerra.
Ameaça também destruir a base aérea de Natal (McCann, 1995, p.
223).
34

26 Jun 42 - Afundamento do cargueiro brasileiro Pedrinhas ao largo


de Porto Rico, Caribe, pelo submarino alemão U-203. Os 48 tripu-
lantes se salvaram em baleeiras (Barone, 2013, p. 33).
- O Comando de Submarinos alemão cancela a Operação Brasil e os
comandantes recebem ordem de destruir os documentos relativos à
operação (Pereira, 2015, p. 190). Mas os ataques continuaram.

16 Jul - Afundamento do cargueiro brasileiro Tamandaré ao largo de


Port of Spain, Trinidad-Tobago, pelo submarino alemão U-66. O
cargueiro era provido de um canhão e soube defender-se, na véspera,
de um outro U-boot antes de ser afundado pelo U-66. Houve quatro
mortos e 48 sobreviventes, salvos em baleeiras e recolhidos por um
barco-patrulha norte-americano (Idem).

28 Jul - Afundamento do vapor brasileiro Barbacena ao largo de


Trinidad-Tobago pelo submarino U-66. Houve seis mortos e 56 so-
breviventes que se salvaram em três baleeiras (Ibidem).
- Afundamento do petroleiro brasileiro Piave ao largo de Trinidad-
Tobago pelo submarino alemão U-155. Houve um morto, o capitão, e
34 sobreviventes salvos em barcos salva-vidas (Barone, 2013, p. 34).
- Conforme Pereira, 2015, p. 143, o Almirante Ingram - o “Lorde do
Mar - falhara em garantir a segurança dos navios brasileiros”.

30 Jul – O Presidente Roosevelt decide invadir o norte da África


(Operação Tocha) face à situação crítica dos britânicos no Egito. No
mesmo dia parte do Recife um comboio (o AS-4) carregado de mate-
rial bélico para o socorro aos ingleses, inclusive blindados e artilha-
ria auto-propulsada (Pereira, 2015, p. 145).

31 Jul - O Chefe do Departamento Administrativo do Serviço Público


(DASP) Luiz Simões Lopes apresenta relatório ao Executivo alinhan-
do as dificuldades econômicas advindas com a guerra. O relatório
propunha a criação de um novo órgão para a mobilização econômica
do país. A iniciativa teve efeitos positivos, tendo sido nomeado o
Coronel João Alberto Lins de Barros para Coordenador. Foi extinta a
Comissão de Defesa da Economia. O novo órgão então criado passou
a atuar sobre importação/exportação, produção, transporte, mão-de-
35

obra e comércio, entre outros quesitos (ver 30 Nov 1942) (Castello


Branco, 1960, p. 71).

4 Ago 42 - O Min da Guerra Gen Dutra, tendo sido vencido na sua


proposta de mobilização do Exército em vez da abertura do volun-
tariado para a FEB, que se revelou um profundo fracasso, registra o
seguinte em documento desta data:

“O Gen Silva Júnior, Cmt da 1ª RM, mostrou-me uma rela-


ção dos voluntários reservistas que desejavam se alistar no
Exército. Lamentável! Apenas se apresentaram os humildes de-
sempregados e alguns de idade que já ultrapassou a do serviço
militar; estudantes e outras pessoas que tanto pregavam a
guerra nas ruas e nos comícios, nenhum apareceu” (Leite, No-
velli Jr., 1983, p. 547).

07 Ago - Início do funcionamento da Base Aérea de Natal (BANT).

8 Ago - João Alberto Lins de Barros é substituído pelo General Aná-


pio Gomes na função de Coordenador econômico (Castello Branco,
1960, p. 71).

14 Ago – Chegam a Washington os representantes da delegação bra-


sileira para os entendimentos com os NA em função do Acordo Mili-
tar assinado em junho. O principal problema era a desconfiança mú-
tua (Pereira, 2015, p. 107 e 109).

15 Ago - Afundamento do paquete brasileiro de carga e passageiros


Baependy no litoral sergipano pelo submarino U-507. O número de
mortos foi o segundo maior de todos os ataques: 270, com 36 passa-
geiros e tripulantes salvos em uma baleeira (Pereira, 2015, p. 155).
Este navio transportava uma parte do recém criado 7º Grupo de Arti-
lharia de Dorso (7º GADô) que se destinava ao Recife (Idem, p. 162).
Viajava sem as marcas de neutralidade visíveis. Os primeiros torpe-
dos foram disparados às 1853 h e não atingiram o navio. Às 1912 h
os outros dois atingiram o Baependy.
36

- Afundamento do navio cargueiro e de passageiros Araraquara nas


costas de Sergipe, horas após o afundamento do Baependy, pelo mes-
mo U-507. Foram 131 mortos, com dez sobreviventes.

16 Ago 42 - Afundamento do navio brasileiro de carga e passageiros


Aníbal Benévolo no litoral sergipano pelo mesmo submarino alemão
U-507. Foram 150 mortos e quatro sobreviventes (Ibidem, p. 165).

Ao lado, o Capitão Harro


Schacht, alemão comandante
do submarino U-507, respon-
sável pelos ataques aos navi-
os mercantes brasileiros.
(Fonte: reina.com.br)

17 Ago - Em novo ataque,


o U-507 afunda o navio
brasileiro de carga e
passageiros Itagiba nas
costas da Bahia. Morreram
39 pessoas, inclusive
militares do 7º GADô
(Ibidem, p. 168).
- No penúltimo ataque
deste dia, o U-507 ataca e afunda o cargueiro Arará no litoral baiano
enquanto este salvava os náufragos do Itagiba. Dos 35 tripulantes
salvaram-se 15 (Barone, 2013, p. 34).
- Ver a rota do U-507 na página seguinte.
37

18 Ago - Uma parte da população do Rio de Janeiro aglomera-se em


frente ao Palácio do Itamaraty no Rio de Janeiro, sede do Ministério
das Relações Exteriores, exigindo a presença do Chanceler Oswaldo
Aranha e exigindo retaliação aos afundamentos de navios brasileiros
pelo Eixo. As manifestações alastram-se por todo o país, levando ao
auge o sentimento anti-germânico (CIPEL, 2015, p. 44).

19 Ago - O U-507 afunda sua última vítima, a barcaça Jacira no litoral


baiano. Os seis tripulantes salvaram-se em um barco (Idem). Confor-
me o Cel Durval Lourenço Pereira (2015, p. 216/217) o Cap Harro
38

Schacht (Lobo Solitário) “extrapolou a missão que lhe fora confiada.


[...] O massacre nas águas do litoral nordestino aconteceu graças à
iniciativa e à decisão pessoal do capitão de corveta [...]”. Schacht, ao
contrário de outras operações, não recebeu nenhuma honraria ou
prêmio pelas ações contra o Brasil.

21 Ago 42 - O Diário da Bahia publica a foto de uma menina de


quatro anos, Walderez Moura Cavalcante, náufraga do Itagiba que,
colocada em uma caixa de madeira de leite condensado Moça, chegou
à praia, depois de horas à deriva. Seu pai, Otávio de Barros Caval-
cante, era tripulante e também sobreviveu. Os dois se encontraram
no hospital (blogdonassifblogspotcom.blogspot.com).
- O Min da Guerra, Gen Eurico Gaspar Dutra lança uma proclamação
ao Exército lamentando os afundamentos de navios brasileiros e
destacando que “o Exército é um só, um bloco, uma força coesa - e
cada soldado saberá cumprir o seu dever...” (Leite, Novelli Jr., 1983,
p. 504).

22 Ago - Através de Nota Ministerial, o Brasil rompe as relações e


declara “Estado de Beligerância” com as potências do Eixo (Gabriele,
1986, p. 407).

24 Ago - Em transmissão para o Brasil, a Rádio Berlim nega o


“Estado de Beligerância” entre a Alemanha e o Brasil.

25/27 Ago - Primeira reunião em Washington do General Estevão


Leitão de Carvalho, representando o governo do Brasil, com o Major-
General James Garesche Ord, chefe da representação norte-ame-
ricana, para dar andamento às negociações de defesa do continente
(Castello Branco, 1960, p. 123). Fica decidida, entre outros assuntos,
a remessa de tropas NA para o NE brasileiro.

28 Ago – Terminam as ações do U-507 na costa brasileira. Ficou


caracterizada a incapacidade das FFAA de enfrentar ações navais
inimigas e a falha dos EUA em proporcionar segurança através da
sua Task Force-23 (TF-23), que possuía somente três cruzadores,
quatro destróieres, alguns navios de apoio e cinco aviões. E nenhum
39

deles estava encarregado de patrulhar as águas territoriais brasi-


leiras em agosto de 1942. O Alm Ingram expressou “seu mais
profundo pesar” pelas perdas sofridas (Pereira, 2015, p. 179/180).

31 Ago 42 - Mediante o Decreto nº 10.358, o Brasil declara “Estado


de Guerra” com as potências do Eixo, de acordo com os artigos 74 e
171 da Constituição Federal (Castello Branco, 1960, p. 61).

Setembro - Criação da 10ª RM, com sede em Fortaleza, com juris-


dição sobre CE, MA e PI, tudo com vistas à defesa do saliente
nordestino.

3 Set - Em visita ao Brasil, o Coordenador dos Negócios Intera-


mericanos Mr. Nelson Rockfeller (EUA) visita o Gen Dutra, estando
presente o Gen Góes Monteiro, Ch EME. Na oportunidade, o NA alu-
diu, “mais de uma vez”, à preocupação que o Brasil deveria ter “de
enviar tropas para a África” como tropa de ocupação (Leite, Novelli
Jr, 1983, p. 575). Isto não se realizou, inclusive não era julgado
necessário pelo Presidente Roosevelt.

10 Set - O governo federal manda executar o Plano de Defesa do


Teatro de Operações do Nordeste, proposto pelo Gen Leitão de Car-
valho, e decide desdobrar a 7ª RM (criando a 10ª RM), com sede em
Fortaleza, para a defesa do NE (Castello Branco, 1960, p. 109).

16 Set - Mediante o Decreto nº 10.451 o governo determina a mobili-


zação geral de todo o território nacional (Castello Branco, 1960, p.
62). O Gen Góes Monteiro fala em 2 milhões de homens.

18 Set - Organização das 7ª e 14ª Divisões de Infantaria com sedes


em Recife e Natal respectivamente, subordinadas à 7ª RM, então co-
mandada pelo Gen João Baptista Mascarenhas de Moraes (Castello
Branco, 1960, p. 109).

24 Set - A Marinha do Brasil recebe dos EUA dois caça-submarinos


que foram denominados Guaporé e Gurupi.
40

25 Set 42 - O Decreto 10.490-A cria a Zona de Guerra Brasileira. Ela


abrangia todo o litoral do Brasil, o vale do rio São Francisco e as
águas oceânicas contíguas ao Brasil, no limite de uma faixa de segu-
rança estabelecida pela Declaração do Panamá e mais a nossa fron-
teira no Rio Grande do Sul. O restante foi considerado Zona do Inte-
rior (Bento, Giorgis, 2014, p. 401).
- Pela resolução 11 da Comissão Mista de Defesa Brasil-EUA, a defesa
do território brasileiro e das instalações militares nele existentes fi-
cam a cargo do Exército Brasileiro.

27 Set - Afundamento do navio cargueiro brasileiro Osório no litoral


do Pará pelo submarino alemão U-514, com cinco mortos e 46 sobre-
viventes.
- Afundamento do cargueiro brasileiro Lajes no mesmo local do Osó-
rio e pelo mesmo submarino. Foram três mortos e 46 sobreviventes
(Barone, 2013, p. 34).

28 Set - Criação da Coordenação de Mobilização Econômica, com


amplas atribuições, com o objetivo de organizar a economia de guer-
ra em consonância com os acordos com os EUA e com o compromis-
so de fornecer as matérias-primas necessárias para a guerra, em tro-
ca de financiamentos norte-americanos para projetos industriais no
Brasil (ver 30 Nov 1942) (Castello Branco, 1960, p. 72).
- Afundamento do navio mercante brasileiro Antonico ao largo da
Guiana pelo submarino alemão U-516. Houve 16 mortos e 24 sobre-
viventes (Idem).

29 Set - Getúlio Vargas convoca ao Palácio do Catete o Comandante


da Força Atlântica do Sul/Frota Atlântica dos EUA, Vice-Almirante
Jonas Howard Ingram para lhe oferecer o comando oficial das forças
brasileiras, o que não se realizou por ser desnecessário (McCann,
1995, p. 236).

5 Out - Pelo Dec. Lei 4.789, o governo autoriza a emissão de “Obriga-


ções de Guerra” e dá outras providências, ficando autorizado a emitir
títulos da Dívida Pública, para fazer face às despesas extraordinárias
com a Segurança Nacional até a importância de três milhões de con-
41

tos de réis (3.000.000:000$0), os quais serão denominados Obriga-


ções de Guerra, com juros de seis por cento (6 % ) ao ano, pagáveis
semestralmente (www2.camara.leg.br).

8 Out 42 - Mediante o Decreto 4.812, o governo dispõe “sobre a


requisição de bens imóveis e móveis necessários às forças armadas e
à defesa passiva da população” (Castello Branco, 1960, p. 62).

15 Out - Pelo Dec. Lei 48.830, o governo federal reconhece a Legião


Brasileira de Assistência como órgão de caráter nacional de coope-
ração do estado. A instituição foi criada pela esposa de Getúlio Var-
gas dona Darci Vargas, com o objetivo “de amparar e prestar assis-
tência aos soldados mobilizados pela guerra e aos seus familiares”.
No Piauí, a LBA havia sido criada em 11 Set 1942 (Lira, 2017, p. 49).

Nov - Início das atividades das Base Norte-Americana em Natal, a


chamada “Parnamirim Field”.

3 Nov - Afundamento do navio mercante brasileiro Porto Alegre ao


largo de Durban, África do Sul, pelo submarino alemão U-504. Houve
um morto e 40 sobreviventes que se salvaram em baleeiras (Ibidem).

8 Nov - Início da “Operação Torch” (Tocha) no norte da África: Casa-


blanca, Oran e Argel, com o fetivo de 107 mil homens, sob o comando
do Gen Dwight David Eisenhower do Exército dos EUA (Duarte, 19-
71, p. 322).
- O desembarque aliado no norte da África afasta a possibilidade de
agressão nazista ao NE brasileiro. O governo brasileiro autoriza a
ampliação do Acordo Militar com os EUA visando à cooperação mili-
tar fora do continente americano (Meira Mattos, 1983, p. 93)

10 Nov - Seguindo exemplo dos EUA, em uma das cerimônias come-


morativas dos cinco anos da instituição do Estado Novo, o governo
lança os Bônus de Guerra para dar cumprimento ao Decreto-Lei
4.789, de 05 de outubro de 1942. Os bônus eram títulos públicos de
empréstimo da população ao governo, sob a forma de subscrição
compulsória e/ou voluntária, com a finalidade principal e econômica
42

de financiar o custo com o aparelhamento, recrutamento e treina-


mento de tropas para um conflito armado e controlar a inflação ad-
vinda por este.

13 Nov 42 - Regulados os trabalhos da Comissão Mista de Defesa


Brasil-Estados Unidos através da Recomendação nº 11 desta data
(ver 23 Mai 42) (Castello Branco, 1960, p. 88).

22 Nov - Afundamento do navio mercante brasileiro Apalóide nas


costas da Venezuela pelo submarino alemão U-163 com três mortos
e 52 sobreviventes salvos em baleeiras (Barone, 2013, p. 34).

30 Nov - Organizada nesta data a Coordenação de Mobilização Eco-


nômica, com a principal função de transformar a economia de paz em
uma “economia de guerra capaz de atender aos imperativos inter-
nos” (ver 31 Jul 1942) (Castello Branco, 1960, p. 72).
- Pela Portaria 28, desta data, foi criado em Fortaleza o Serviço Espe-
cial de Mobilização de Trabalhadores para a Amazônia (SEMTA) para
recrutar contingentes humanos sacrificados pela seca para a Ama-
zônia (Lira, 2017, p. 70). Algumas cidades do NE instalaram “pousos”
para a concentração de trabalhadores que eram encaminhados para
a Amazônia, os “soldados da borracha” (Idem).

30 Dez - Posse dos membros brasileiros e norte-americanos da Co-


missão Mista Brasil-Estados Unidos da América, criada para a coope-
ração entre as autoridades militares. Ato realizado no Palácio do
Itamaraty, Rio de Janeiro.

31 Dez – Declaração do Presidente Getúlio Vargas sobre a participa-


ção do Brasil na guerra fornecendo tropas: não uma “simples expedi-
ção de contingentes simbólicos” para combater o inimigo do outro
lado do Atlântico. Em face disto, o Ministério da Guerra começa ime-
diatamente a trabalhar nos planejamentos (Dulles, 1979, p. 57).
- Até esta data, 153 aspirantes a oficiais da reserva de 2ª classe (R/2)
já haviam sido convocados na área da 7ª RM. Eles foram distribuídos
nos 14º, 15º e 16º RI (Duarte, 1971, p. 216).
43

1943

6 Jan - O Gen Dutra dirige ao Presidente Vargas uma primeira


exposição de motivos sobre a criação de forças expedicionárias bra-
sileiras para emprego no exterior. Nesta exposição, Dutra preconiza
dois Corpos de Exército, um deles motorizado, e também uma divi-
são blindada (Leite, Novelli Jr., 1983, p. 577).

9 Jan - O Gen Div Mascarenhas de Moraes é exonerado do comando


da 7ª RM e nomeado Cmt da 2ª RM, sediada em São Paulo. Foi
nomeado para a 7ª RM o Gen Newton de Andrade Cavalcanti, que
assume as funções em 26 Ago (Duarte, 1971, p. 342).

13 Jan - O avião NA Consolidated Catalina PBY VP-83/P-10 decola de


Fortaleza às 0500 h para cobrir um comboio. Às 0647 h descobre o
rastro do U-507 no litoral cearense e este, descoberto, começa a
submergir. O Cmt do Catalina Ten Lloyd Ludwig coloca o avião no
mesmo rumo do submarino mas em sentido contrário e lança quatro
bombas de profundidade de 650 libras (Pereira, 2015, p. 298). O U-
507, que provocou a entrada do Brasil na guerra, nunca mais seria
visto. Morreram todos os 54 tripulantes e mais quatro prisioneiros
britânicos. Este submarino foi o responsável pelo afundamento de
seis navios brasileiros em 1942 com mais de 600 vítimas
(http://mardoceara.blogspot.com/2010/10/u-507-um-relato-sobre-
o-afundamento-do.html).

14 Jan - Início da Conferência de Casablanca, Marrocos, entre os três


grandes. Os EUA com o Presidente Roosevel, a Inglaterra com o Pri-
meiro-Ministro Winston Churchill e a França livre com os generais
De Gaulle e Henri Giraud. O Primeiro-Ministro da URSS, Josef Stálin,
não compareceu por estar envolvido na luta contra os alemães em
Stalingrado. Nesta reunião, ficou estabelecido que a invasão da
Europa seria pela península italiana (tese de Roosevelt), o que envol-
via o Brasil. Em função destas decisões, a FEB foi designada para a
bota italiana e não mais para o norte da África, ideia inicial.
44

20 Jan 43 - O comando da 14ª Divisão de Infantaria, sediado em


João Pessoa, conclui a elaboração das Instruções para os Batalhões
de Guerrilheiros formados por praieiros e pescadores dos litorais do
RN, PB e PE. Estes batalhões foram formados e treinados para
participarem da defesa do litoral nordestino (Duarte, 1971, p.
271/273).

25 Jan - A Argentina corta as relações com o Eixo (McCann, 1995, p.


256).

27 Jan - Encontro secreto e noturno entre os presidentes Franklin


Delano Roosevelt e Getúlio Vargas a bordo do Destroyer USS Hum-
boldt ao largo de Natal, RN, oportunidade na qual ambos acertaram
as linhas gerais da participação brasileira no conflito ao lado dos alia-
dos (Gabriele, 1986, p. 410). Nesta oportunidade, o presidente dos
EUA revela em carta a Vargas a ultra-secreta Operação Husky, que
tratava da invasão da Sicília (Barone, 2013, p. 99).

28 Jan - Encontro de Vargas com Roosevelt na Base Aérea de Par-


namirim, Natal, RN.

30 Jan - O Ch EME Gen Góes Monteiro em nota nº 37-6 desta data


propõe a seguinte composição para a Força Expedicionária: quatro
divisões de infantaria, uma divisão motorizada e uma divisão moto-
mecanizada, o que não se realizou (Leite, Novelli Jr., 1983, p. 585).

7 Fev - O Brasil declara sua adesão à futura Organização das Nações


Unidas e à Carta do Atlântico (Correio da Manhã, Rio, 7 Fev 43, p. 1).

9 Fev - O alemão Albrecht Gustav Engels é preso no Rio de Janeiro,


acusado de ser um dos chefes da espionagem nazista no Brasil.

18 Fev - Afundamento do navio mercante brasileiro Brasilóide ao


largo de Sergipe pelo submarino alemão U-518. Não houve mortos e
se salvaram os 50 tripulantes em duas baleeiras e um bote (Barone,
2013, p. 34).
45

Março de 1943 - O Contra-Almirante Alberto de Lemos Bastos


alerta o governo sobre a precariedade dos meios navais brasileiros e
da defesa de Salvador. O Arsenal de Marinha do Rio levava até sete
anos para construir um navio. No NE, navios de pesca foram
sugeridos para atuarem como caça-submarinos, tese rebatida pelo
Almirante Hélio Leôncio Martins: “Considero uma covardia mandar o
sujeito para o mar em um navio dessa maneira” (Pereira, 2015, p.
132, apud BONALUME NETO, Ricardo. A nossa segunda guerra: os
brasileiros em combate, 1942-1945. Rio de Janeiro: Expressão e
Cultura, 1995, p. 63).

2 Mar - Afundamento do navio cargueiro brasileiro Afonso Pena ao


largo de Porto Seguro, Bahia, pelo submarino italiano Barbarigo.
Foram 125 mortos e 117 sobreviventes (Idem).

3 Mar - O Ministro da Guerra nomeia como observadores no Norte


da África junto às forças francesas do Gen Henri Honoré Giraud os
majores Hugo Panasco Alvim e Pedro da Costa Leite e para idênticas
funções junto ao QG do Exército Norte-americano o Ten Cel Aurélio
de Lyra Tavares e o Cap Henrique de Almeida Moraes (Castello Bran-
co, 1960, p. 153).
- Assunção do Comando da 10ª RM pelo Gen Francisco Gil Castelo
Branco.

12 Mar - Getúlio Vargas autoriza o Gen Estevão Leitão de Carvalho


ao planejamento, nos EUA, da utilização de tropa brasileira nas
opera-ções de guerra dos aliados (Lira, 2017, p. 115). O Presidente
recomenda ao Gen Leitão de Carvalho que o NE não deixasse de
permanecer em estado de defesa e que a “Ordem de Batalha” das
forças brasileiras fosse de três divisões de infantaria e uma divisão
blindada. O equipamento para esta divisão seria fornecido pelos EUA
(Meira Mattos, 1983, p. 93).

15 Mar - O Gen Mascarenhas assume a 2ª Região Militar, São Paulo.

26 Mar - Instalação da Base de Operações Navais em Belém do Pará.


46

27 Mar 43 - Instaladas as bases aéreas de Natal, Vitória, Florianópo-


lis, Fortaleza, Maceió, Recife, Rio Grande, Santos e São Luís do Mara-
nhão.

29 Mar - Tendo como marco inicial a Comissão Militar Mista Brasil-


Estados Unidos, chefiada pelo General Estevão Leitão de Carvalho,
Getúlio Vargas autoriza este general à criação da Força Expedicioná-
ria Brasileira e confirma o planejamento, com os americanos, da uti-
lização de tropas brasileiras em operações de guerra.

30 Mar - Descoberta de uma rede de espionagem alemã no Rio de


Janeiro. Prisão de pelo menos, oito pessoas, entre os quais alguns
brasileiros. A rede era chefiada pelo então embaixador alemão no
Brasil Kurt Prüfer (A Noite, Rio de Janeiro, edição desta data).

5 Abr - Uma aeronave A-28 Hudson da Base Aérea de Salvador bom-


bardeia um submarino alemão em uma posição próxima a Aracaju. A
missão teve como comandante o então Tenente Ivo Gastaldoni.

18 Abr - O governo brasileiro decide oficialmente pela participação


do Brasil na Segunda Guerra Mundial. Em Washington, o Gen Estevão
Leitão de Carvalho, dá ciência ao Ch EME/EUA, Gen George Marshall,
da resolução definitiva do governo brasileiro.

17 Mai - Um comboio brasileiro, o denominado TB.13, em viagem na


rota Trinidad Tobago - Bahia, escoltado desde Recife por três navios
da Marinha brasileira, sofreu a interferência do submarino alemão U-
128 nas imediações da foz do rio São Francisco. Interceptado e avari-
ado pelo navio Jaguaribe (Castello Branco, 1960, p. 100), os alemães
foram atacados por aviões Mariners NA e pelos destroiers Moffett e
Jouett e, forçados a emergir, decidiram afundar a embarcação, tendo
sido a tripulação recolhida por um Contra-torpedeiro norte-ameri-
cano nas costas de Alagoas.

Junho - Getúlio Vargas institui este mês como o mês nacional da bor-
racha, solicita ao povo a doação de artefatos de borracha velha e usa-
da e estimula o empenho na produção do látex não só da seringueira
47

como também da árvore da maniçoba e da mangabeira (Lira, 2017, p.


63). No ano de 1944 a produção do látex da maniçoba no Brasil che-
gou a 1,841 toneladas. O valor dos donativos era encaminhado ao
Fundo Especial para a compra de aviões para a FAB (Idem, p. 67).

8 Jun 43 - A Marinha de Guerra do Brasil abre o voluntariado para a


guerra.
- O Comandante da corveta NM-Carioca C-1, da Marinha Brasileira,
recebe ofício do Cmt da 4ª Esquadra Americana elogiando o trabalho
de salvamento do vapor NA Perseverance em águas infestadas de
submarinos inimigos nas costas do Ceará. O NM-Carioca rebocou o
Perseverance até Fortaleza (Simões, 1967, p. 50).

17 Jun - O Exército Brasileiro abre o voluntariado para a composição


da FEB através do Dec. Lei 12.628 desta data. Conforme o General
Francisco de Paula Cidade, citado pelo Ten Cel Raul Simões, a grande
maioria dos homens aptos alegou isenção legal para o serviço militar
e, assim “...a força expedicionária teve que ser organizada com a ju-
ventude pobre do Brasil” (Simões, 1967, p. 186). Quanto aos oficiais,
o quadro foi o seguinte: Infantaria - da ativa, 479; da reserva (R/1),
97; e R/2, 396. Artilharia - da ativa, 196; R/1, 23; e R/2, 21. Cavalaria
- da ativa, 40; R/1, 3; e R/2, 13. Engenharia - da ativa, 57; R/1, 4; e
R/2, 3. Total: da ativa, 772; R/1, 172; R/2, 343 (Idem, p. 192).

18 Jun - A capital do PI, Teresina, realiza um exercício de defesa pas-


siva com a população, o qual foi coroado de êxito (Lira, 2017, p. 47).

31 Jun - Afundamento do navio mercante brasileiro Tutoia no litoral


paulista pelo submarino alemão U-513, com sete mortos e 30 sobre-
viventes (Ibidem).

Julho – Formação do XV Gp Ex (Cmt: Gen Harold Alexander, inglês)


com a junção do VIII Ex britânico (Gen Bernard Law Montgomery) e
do VII Ex NA (Gen George Smith Patton), no norte da África. Essas
tropas invadiram e conquistaram a Sicília (Operação Husky, em Jul/-
Ago). Ao final da campanha, o VII Ex foi substituído pelo V Ex NA
48

(Gen Mark Wayne Clark). O V e VIII Ex combateram juntos até o final


da guerra.
- Neste mês o Major Castello Branco segue para os EUA para estágio
no Exército NA. Em Fort Leavenworth, Castello inicia o aprendizado
para substituir no EB a doutrina francesa pela do Exército NA. Esta é
baseada na guerra de movimento (Dulles, 1979, p. 57).

4 Jul 43 - Afundamento do cargueiro brasileiro Pelotaslóide na foz


do rio Pará, delta do Rio Amazonas, pelo submarino alemão U-590
com cinco mortos e 37 sobreviventes (Barone, 2013, p. 34).

10 Jul - Início da Operação Husky da invasão da Sicília pelos Aliados


com meios anfíbios e de paraquedistas na região de Gela, costa sul da
ilha. Esta operação foi até 17 de agosto.

22 Jul - Afundamento do pesqueiro brasileiro Shangri-Lá em Arraial


do Cabo, no litoral fluminense a tiros de canhão pelo submarino
alemão U-199. Os dez tripulantes morreram (Ibidem).

25 Jul - O Grande Conselho Italiano vota pela deposição de Benito


Mussolini. Assume a chefia do governo provisório como primeiro-
ministro da Itália o Marechal Pietro Badoglio, o qual tratou rapida-
mente de negociar a paz com os Aliados, conseguindo-a através
do Armistício de 08 Set 1943 (www.britannica.com). Mussolini foi
preso por ordem do rei Vitor Emanuel.

31 Jul - Afundamento do vapor brasileiro Bagé no litoral de Sergipe


pelo submarino U-185, com 26 mortos e 106 sobreviventes em três
botes salva-vidas e três balsas (Barone, 2013, p. 34).
- Localizado o submarino alemão U-199 nas costas do Rio de Janeiro,
o avião brasileiro PBY-5 Catalina, pilotado pelo aviador Alberto Mar-
tins Torres, auxiliado por mais duas belonaves e após violentos com-
bates, afunda o mesmo. Salvaram-se 12 tripulantes alemães (Donato,
1996, p. 465).

Agosto – Conforme o Marechal Mascarenhas de Moraes em suas


“Memórias” (1º volume, p. 117) o Gen Dutra, em visita aos EUA refe-
49

riu-se, em caráter oficial, à intenção do governo brasileiro no sentido


de enviar à Europa uma força exepdicionária.

9 Ago 43 - São traçadas as primeiras normas para a organização da


Força Expedicionária Brasileira, pela Portaria-Ministerial 47/44
desta data, publicada no Boletim Reservado do EB de 13 Ago 43.
- O General de Divisão João Baptista Mascarenhas de Moraes é con-
sultado pelo Ministro da Guerra sobre a aceitação do comando de
uma das três1 Divisões Expedicionárias. As demais seriam comanda-
das pelos generais Newton Cavalcanti e Heitor Borges.
- Publicadas as instruções para a organização da 1ª DIE. A FEB (1ª
DIE + Órgãos Não-Divisionários) é reforçada com um depósito de
recompletamento, com estrutura fixada pela Portaria Ministerial
47/44, desta data. A organização da 1ª DIE foi a seguinte:
- Infantaria: Comando e Estado-Maior da Infantaria Divisionária; 1°
Regimento de Infantaria; 6° Regimento de Infantaria; e 11° Re-
gimento de Infantaria.
- Artilharia: Comando e Estado-Maior da Artilharia Divisionária; I
Grupo do 1° Regimento de Obuses Auto-Rebocado (ROAR); II Grupo
do 1° ROAR; I Grupo do 2° ROAR; e o I Grupo do 1° Regimento de
Artilharia Pesada Curta.
- Engenharia: 9° Batalhão de Engenharia, de Aquidauana.
- Cavalaria: Esquadrão de Reconhecimento da Vila Militar, Rio,
organizado pelo 2° Regimento Moto-Mecanizado.
- Saúde: 1° Batalhão de Saúde, proveniente das Formações Sanitá-
rias do Rio de Janeiro e São Paulo. Foi organizado em Valença, RJ.
- Elementos de tropa especial: Cia do QG/1ª DIE; Cia de Manutenção;
Cia de Intendência; Cia de Transmissões; Pelotão de Polícia; e Banda
de Música Divisionária.
- A FEB foi constituída pela 1ª Divisão de Infantaria Expedicionária
(1ª DIE) e pelos “Órgãos Não Divisionários” (OND), que davam su-
portes diversos às ações da 1ª DIE.
- Foram aproveitadas unidades já existentes, transformadas algumas
e criadas outras. Quando foi examinada a organização das Unidades,

1 Dois dias após o embarque do 1º Escalão, o governo cancelou a organização das duas ou-
tras Divisões (Castello Branco, 1960, p. 127).
50

surgiram numerosas modificações e muito pouco se pôde aproveitar


do que existia. As medidas objetivas e concretas para a organização
da FEB só entraram em execução quando convenientemente definido
o seu enquadramento. Isto se realizou, principalmente, com a desig-
nação do General Mascarenhas de Moraes para organizar e instruir a
DIE permanecendo, entretanto, suas Unidades componentes no âm-
bito de seus comandos normais.
- Criação do Pelotão de Polícia da 1ª DIE, depois organizado com a
mobilização de policiais voluntários da Guarda Civil de São Paulo
(Bento, 2015, p. 18).
- Criadas as Chefias do Serviço de Material Bélico, Químico de Guerra,
Justiça, Engenharia, Transmissões, Polícia e Serviço Religioso.
- O efetivo total da 1ª DIE foi de 25.445.
- Conforme o Ten Cel Raul Mattos Simões, em relação à doutrina a ser
empregada pela FEB na Itália,

O problema consistiu em fazer sair de um maquinismo


montado à francesa, uma Força Expedicionária que funcionasse
à americana. Outra dificuldade por vencer foi a seleção física do
pessoal (Simões, 1966, p. 58).

10 Ago 43 - O Gen Div João Baptista Mascarenhas de Moraes, então


Cmt da 2ª RM, é consultado e responde ao General Ministro da Guer-
ra aceitando o convite para comandar uma das DIE. Este comando
passou a ser cumulativo com o da FEB como um todo.
- Em agosto, designação do Gen Osvaldo Cordeiro de Farias para inte-
grar a Artilharia da FEB.

15 Ago - Em viagem aos EUA, o Gen Dutra é recebido pelo Presidente


Roosevelt. Foi condecorado com a Legião do Mérito do governo NA e,
no dia 21, participou da reunião plenária da Comissão Mista de Defe-
sa, sediada em Washington, que aprovou o plano geral de participa-
ção de tropas brasileiras na guerra. Segundo Afonso Arinos de Melo
Franco, foi nessa ocasião que Dutra viu derrotada sua exigência de
que, “além da força expedicionária a ser enviada, o governo norte-
americano se incumbisse de aparelhar, também, outras tropas do
Exército, em número equivalente, que continuariam no território
51

nacional”. Ficou resolvido que, em princípio, a FEB se deslocaria para


a Europa - mais precisamente para o teatro de guerra do Mediterrâ-
neo - em junho e julho de 1944, e que os oficiais brasileiros que a
integrariam fariam estágios de três meses na Escola de Comando e
Estado-Maior de Fort Leavenworth, no estado de Kansas. Dutra per-
maneceu ainda um mês nos Estados Unidos. Na véspera de sua parti-
da, declarou em Miami que já havia cem mil soldados brasileiros
prontos para embarcar, o que - não obstante ter sido o voluntariado
para o Exército brasileiro aberto dois meses antes - era inteiramente
fantasioso (CPDOC/FGV).

17 Ago 43 - Encerramento da operação aliada de invasão da Sicília.


Apresentação do Gen Mascarenhas no Rio de Janeiro para o comando
da 1ª DIE, vindo do comando da 2ª RM, São Paulo.

18 Ago - Expedidas as “Diretrizes de Instrução dos Quadros e da


Tropa do Corpo de Exército” com as quais o EME procurou imprimir
a transição da doutrina de instrução da Missão Francesa para a Mis-
são Americana (Castello Branco, 1960, p. 147).

21 Ago - Nesta fase, aeroclubes de todo o país recebiam doações de


aviões. Nesta data, o Aeroclube de Júlio de Castilhos, RS, e o Aero-
clube do Piauí, Teresina, receberam aviões com cerimônias de
batismo. Este, recebeu o nome de Félix Pacheco (Lira, 2017, p. 101).
- Assinatura, em Washington, pelo Gen Dutra, Ministro da Guerra do
Brasil, e autoridades NA, da Recomendação nº 16, acertando a cria-
ção da FEB (Duarte, 1971, p. 332).

3 Set - Começa a Operação Baytown de desembarque dos aliados no


sul da Itália, dia em que o governo italiano contrário ao ditador Beni-
to Mussolini concordou com um armistício com os Aliados. Começa a
Operação Avalanche, de desembarque aliado em Salerno, na Calábria
e em Tarento.

9 Set – Desembarque aliado em Salerno. A partir daí, as tropas do


Eixo são “obrigadas a ceder terreno recuando, lenta e progressiva-
mente, para o norte” (Moraes, 1969, p. 167).
52

8 Set 43 - O armistício da Itália com os aliados é anunciado publica-


mente pelo Gen Dwight David Eisenhower e em seguida através de
uma proclamação pelo italiano Marechal Pietro Badoglio.

14 Set - Com o fim de incrementar a produção de borracha, o gover-


no cria o Serviço Especial de Mobilização de Trabalhadores para a
Amazônia (SEMTA) através do Dec. Lei nº 5.813, desta data, para o
recrutamento, encaminhamento e colocação de trabalhadores para a
Amazônia. São os “Soldados da Borracha”. Cria também, para o ge-
renciamento desse trabalho, a Comissão Administrativa do Encami-
nhamento de Trabalhadores para a Amazônia (CAETA)
(www3.dataprev.gov.br).

21 Set – Início do funcionamento do Campo Provisório de Concen-


tração de Pouso Alegre, até 15 Abr 44, no quartel do 8º Regimento de
Artilharia Montada, em Pouso Alegre-MG, que abrigou 62 prisionei-
ros de guerra alemães, 20 da Marinha de Guerra e 42 da Marinha
Mercante germânicas, que integravam a guarnição do cargueiro ale-
mão Anneliese Essberger. Proveniente de Bordéus-França, ele se
destinava ao Japão atuando como “furador de bloqueio”. Foi afunda-
do pela própria tripulação, em 22 de novembro de 1942, próximo do
Equador, após ter sido descoberto disfarçado em navio norueguês de
nome Skjilbred, pelo Grupo Tarefa 23-2 dos EUA (BENTO, Claudio
Moreira, Cel. Campo de Prisioneiros de Guerra em Pouso Alegre - MG.
RIHGB, vol. 152, nº 373, p. 1052-1056, Out/Dez 1991).

26 Set - Afundamento do navio cargueiro brasileiro Itapagé no litoral


de Alagoas pelo submarino alemão U-161 com 22 mortes e 106 so-
breviventes não confirmados. Este submersível foi afundado no dia
seguinte por aviões caça-submarinos da esquadrilha norte-ameri-
cana VP-74, baseados em Salvador (Barone, 2013, p. 35).

27 Set - Afundamento do cargueiro brasileiro Cisne Branco perto de


Canoa Quebrada, no Ceará, após algum tipo de colisão, assim descrita
pelos tripulantes, com quatro mortos e seis feridos. Estava prestando
serviços para a Marinha brasileira, mas não houve registros de que
53

seu afundamento tivesse sido provocado por algum submarino


inimigo (Idem).

28 Set 43 - A Diretoria Regional de Defesa Passiva Antiaérea do PI


divulga o Plano A para a mobilização pessoal e material (Lira, 2017,
p. 47). Dois dias depois, em 30 Set, o nome passa a ser Serviços de
Defesa Civil.

1 Out - Os Aliados libertam, depois de Salerno, a cidade de Nápoles


(Pinto Jr./Medeiros Jr., 20-03, p. 58)

7 Out - O General João Baptista Mascarenhas de Moraes é designado


para organizar a 1ª DIE, cujas unidades componentes deveriam per-
manecer, enquanto isso, no âmbito de seus comandos normais até
ordens futuras.

18 Out - São expedidas e determinadas as primeiras normas para


a transformação dos efetivos das unidades da 1ª DIE, visando a adap-
tação dos quadros de organização e efetivos ao modelo norte-ame-
ricano (Moraes, 1947, p. 26). Conforme o CPDOC/FGV, citado por
Lira, 2017, p. 119, das doenças encontradas na seleção para a FEB a
sífilis foi “uma das mais presentes” entre os convocados.
- Conforme Denison de Oliveira, citado por Lira, 2017, p. 140, “dos
mais de 25 mil soldados” da FEB, somente pouco mais de mil “se
ofereceram como voluntários”. Uma estatística mostra que a maior
parte dos recrutas da FEB teve origem no meio rural, tinha instrução
primária e era católica.
- O soldado incorporado deveria ter pelo menos cinco anos de esco-
laridade, medir no mínimo 1,60 m e pesar pelo menos 60 Kg.
- Conforme o ex-combatente Claudísio Torres de Carvalho, piauiense
encaminhado ao Rio de Janeiro, uma das simulações de doenças para
fugir da convocação era a seguinte:

[...] Muitos, porque tínhamos lá [...] muitos que não que-


riam ir, pegavam o leite condensado e colocavam no membro
[...] nós tínhamos uma inspeção só de doença venérea. [...] O
cabra chegava, que tem uma borrachinha de aplicar em criança
54

[...] antigamente tinha. Você botava o leite condensado ali, e


chegava detrás da porta e injetava no membro, quando o médi-
co puxava... Hemorragia! Muitos não foram por isso, mas
quando foram descobertos, foi gente pra cadeia como o diabo,
expulsos do Exército [...] (Lira, 2017, p. 172).

22 Out 43 - O Boletim Preparatório nº 1 - Reservado, do QG/1ª DIE,


prevê a criação da Companhia do Quartel-General (Cia QG/1ª DIE).

23 Out - Afundamento do navio brasileiro “Campos” ao largo do lito-


ral de São Paulo pelo submarino U-170, com 12 mortos e 51 sobre-
viventes. Este foi o 31º e último navio brasileiro atacado pela Ale-
manha (Castello Branco, 1960, p. 56).

26 Out - O Ministro da Guerra mandou dar efetivo “Tipo FEB” às


OM/1ª DIE de acordo com as seguintes unidades mobilizadoras: 1º
RI: 1° RI; 2° R Moto Mec: 1° Esqd Rec; Btl Vilagran Cabrita: 1ª Cia
Com; Btl de Guardas: Cia do QG/1ª DIE; 3° RI: Pel Polícia; Diretoria
de MB: Cia Mnt , Cia Vtr Int, 1º Btl Saúde e Cia Int; 1º Grupo de Obu-
ses: I/1º ROAR 105mm; 1º GADO: II/1º ROAR 105m; Grupo Escola
Art: I/1º RAPC 155mm; 6º RI: 6º RI; 6º GADO: I/2º ROAR; 11º RI: 11º
RI; 9º BE, reforçado pela Cia Escola de Eng e pelo 1º Btl Pontoneiros
(Itajubá): 9º BE. Inicia assim a mobilização (Castello Branco, 1960, p.
135).

29 Out - Criado o 1º Regimento de Obuses Auto-Rebocado (1º


ROAR) para integrar a 1ª DIE.

3 Nov - Assume o comando do 1º RI o Cel Aguinaldo Caiado de


Castro (Carvalho, 1952, p. 6), recebendo-o do Cel Alexandre Zacarias
de Assunção, que havia iniciado o processo de alteração dos efetivos
do RI em preparação para compor a 1ª DIE (Idem, p. 54).

4 Nov - Determinação para que se processasse imediatamente à


organização do I/1º ROAR (I Grupo do 1º Regimento de Obuses
Auto-Rebocado. No prosseguimento, é tomada a determinação para a
organização do II/1º ROAR.
55

20 Nov - Expedida a Diretiva nº 1 da 1ª DIE regulando aspectos


básicos para a organização da Divisão.

23 Nov 43 - Em Decreto-Lei Reservado 6018 é criada oficialmente a


FEB, inicialmente com três DI e elementos orgânicos do Corpo de
Exército, inclusive Aviação e Órgãos de Comando e Serviços. Enquan-
to não fosse nomeado o Cmt da Força o Min da Guerra tomaria as
medidas a ela referentes. E, conforme o Art 2º, a Força Expedi-
cionária recebia oficialmente a designação abreviada de FEB (Leite,
Novelli Jr., 1983, p. 593).

28 Nov - Conferência de Teerã, a primeira entre os governantes dos


EUA, Inglaterra e URSS, respectivamente Franklin Roosevelt,
Winston Churchill e Josef Stálin. Ficaram definidas as partilhas, a in-
tervenção anglo-americana na França, o desembarque na Norman-
dia, a divisão da Alemanha, as fronteiras da Polônia ao terminar a
guerra, as propostas de paz e o reconhecimento pelos EUA e RU da
fronteira soviética no Ocidente com a anexação da Estônia, da Letô-
nia, da Lituânia e do leste da Polônia.

30 Nov - Designada a Comissão Militar Brasileira que, sob o coman-


do do General de Divisão João Baptista Mascarenhas de Moraes, irá
visitar o Teatro de Operações do Mediterrâneo.

Dez – Invadida a Itália, os governos dos EUA e da Grã-Bretanha pas-


sam a tratar da Operação Overlord, ou seja, o desembarque na Nor-
mandia (França). Em face disto, muitas grandes unidades da Ingla-
terra e dos Estados Unidos foram retiradas da frente italiana para a
frente ocidental europeia.
- Ainda em fase de desenvolvimento e organização, a FAB envia
Oficiais de Ligação para o QG da Força Aérea Aliada no Mediterrâneo
para observação “in loco” das operações de guerra e trazerem às
autoridades brasileiras as condições, os processos de combate e a
organização das forças aéreas aliadas, bem como os serviços de
apoio. E ainda, propor providências para a melhor preparação dos
Grupos de Caça brasileiros (Simões, 1967, p. 141).
56

Oficiais brasileiros e norte-americanos em visita ao TO do Mediter-


râneo/Itália (Dez 1943). O Gen Mascarenhas é o 2º da direita, à frente. Fonte:
Mattos, 1983, p. 104.

6 Dez 43 - O General Cmt da 1ª DIE, chefiando a Comissão Militar


Bra-sileira, segue para a África e para o Teatro de Operações da Itália
a fim de estabelecer uma primeira ligação de comando, observar o
campo de batalha e tomar contato com os problemas, os mesmos que
o impressionaram no transcurso da campanha. Chegada a 08 Dez em
Dakar. O itinerário da comitiva brasileira foi: Casablanca, Argel, Orã e
Nápoles, onde a Comissão chegou a 19 Dez.
- Através dos Decretos Reservados nºs 6.069-A, 6.071-A, 6072-A e
6073-A, todos desta data, foi criada a Tropa Especial da 1ª DIE que
dará origem à Polícia do Exército e mais as seguintes unidades, a se-
rem mobilizadas (veteranos2bpe.blogspot.com.br):
- QG e Tropa Especial da 1ª DIE;
- 1º Esquadrão de Reconhecimento da 1ª DIE;
- 1º Batalhão de Saúde;
- I Grupo do 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta (I/1º RAPC);
57

- 1ª Companhia de Transmissões da 1ª DIE; e


- 2º Regimento de Obuses Auto Rebocado (2º ROAR).

13 Dez 43 - Determinada a organização imediata do Esquadrão de


Reconhecimento da 1ª DIE.
- Determinada a organização imediata da 1ª Companhia de Trans-
missões da 1ª DIE.
- Determinada a organização imediata do 1º Batalhão de Saúde da 1ª
DIE.
- Determinada a organização imediata do QG e da Tropa Especial da
1ª DIE. Em face disto, é oficialmente instalado o QG com sede provi-
sória à Rua São Francisco Xavier, 409 (André, 2007, p. 110).
- O Governo expede o Decreto-Lei nº 6.095 criando na Marinha diver-
sas condecorações, como a Cruz Naval, Serviços Relevantes e Servi-
ços de Guerra. Este Decreto foi modificado pelo de nº 6.744, de 7 Ago
44 (Castello Branco, 1960, p. 547).

14 Dez - Determinada a organização imediata do I/2º Regimento de


Obuses AR.

15 Dez - Através do Decreto nº 6097, foi criado o Quadro de Enfer-


meiras da Reserva do Exército no Serviço de Saúde. Foram todas vo-
luntárias. Na mesma data, o Decreto nº 14.257 aprova o Regulamen-
to para o Quadro de Enfermeiras e prevê o acesso até a 1ª classe.

18 Dez - Criação do 1º Grupo de Aviação de Caça pelo Decreto-Lei nº


6.123 sob o comando do Ten Cel Nero Moura, para atuar na Itália em
proveito da FEB.

20 Dez - Visita da comitiva brasileira ao QG do Comando Aliado do


TO do Mediterrâneo em Argel, Argélia e, em seguida, Caserta, região
de Napoles, ao QG do Gen Mark Clark, Cmt do V Exército Aliado. Nes-
te mesmo período, o Gen Mascarenhas visitou a frente de combate no
rio Garigliano e presenciou duelos de artilharia (Meira Mattos, 1983,
p. 104). Em 21 Dez, em Nápoles, o Gen Mark Clark ofereceu um jantar
à comitiva brasileira (Idem, p. 106). A chegada de volta ao Brasil se
deu em Natal a 26 Dez.
58

27 Dez 43 - Publicação da Diretiva Geral para a instrução da 1ª DIE,


expedida pelo comando da Divisão.

28 Dez - Nomeação oficial do Gen Div João Baptista Mascarenhas de


Moraes para comandante da 1ª DIE, cumulativamente com o coman-
do da FEB. São nomeados, respectivamente, comandantes da Infan-
taria e Artilharia da 1ª DIE os generais de brigada Euclydes Zenóbio
da Costa e Álcio Souto.

29 Dez - As Unidades da FEB ficam subordinadas ao comandante da


mesma para fins de instrução, disciplina e organização. Para admi-
nistração e disciplina as mesmas ficam subordinadas aos coman-
dantes das Regiões Militares.

30 Dez - Regressa da Itália ao Rio de Janeiro o comandante da 1ª


DIE, o qual chefiou a Missão Militar Brasileira em visita ao TO italia-
no. Permaneceu na Itália um destacamento precursor brasileiro com-
posto por cinco oficiais. Após a chegada, o Gen Mascarenhas apre-
sentou um completo relatório ao Ministro da Guerra (Meira Matos,
1983, p. 104).

Enfermeiras brasileiras do 16º Hospital de Evacuação, Pistóia. Fonte: Mattos,


1983, p. 145.
59

1944
Início de Jan - Deslocamento do 9º Batalhão de Engenharia (9º BE,
Aquidauana), por sub-unidades, para Três Rios, RJ, onde ficou
concentrado.
- Partida dos aviadores brasileiros do Grupo de Caça da FAB para os
EUA afim de treinamento na Escola de Tática Aérea de Aviação NA
em Orlando, Flórida (Simões, 1967, p. 141). Nos meses de janeiro e
fevereiro, 400 homens do Grupo de Caça foram enviados para
treinamento na Base Aérea de Água Dulce no Panamá.

O 1º Grupo de Aviação de Caça da FAB, comandado pelo então Major Nero


Moura em treinamento nos EUA. Depois desta fase, estágio no Canal do
Panamá. Posteriormente, Itália (Fonte: www.fab.mil.br).
60

- O Grupo de Caça da FAB atuou na Itália como caça-bombardeiros e


em bombardeios picados. O avião era o P-47 Thunderbolt, armado
com oito peças de Mtr .50. Os ataques à bomba eram com as explo-
sivas de 250 kg, sendo que cada avião levava duas. Ocasionalmente,
eram levadas bombas incendiárias de gasolina gelatinosa (Simões,
1967, p. 143).
- Início do funcionamento do Campo de Instrução do Engenho da
Aldeia (CIEA), situado a 32 Km NO do Recife, criado por iniciativa do
Gen Newton de Andrade Cavalacanti e depois denominado Centro de
Instrução Marechal Newton Cavalcanti (CIMNC) (Duarte, 1971, p.
416).

1 Jan 44 - O 1º RI passa a ser enquadrado e organizado conforme a


doutrina NA para regimentos de infantaria (Carvalho, 1952, p. 55).

2 Jan - Partida do Rio de Janeiro, com destino à Escola de Tática Apli-


cada, Orlando, Flórida, EUA, do primeiro contingente da FAB para
instrução (Castello Branco, 1960, p. 508).

3 Jan - Designado para Cmt do 1º Esqd Rec o Cap Flávio Franco


Ferreira (Oliveira, 2015, p. 56).

7 Jan - Além da 1ª DIE, conforme o Aviso nº 7-7 desta data, foi


determinada a constituição da 2ª e da 3ª DIE que entraram “em
franca preparação”, mas que não tiveram existência na prática. A 1ª
DIE: era formada com elementos das 1ª, 2ª, 3ª e 4ª regiões militares;
a 2ª DIE: com meios da 3ª, 5ª e 9ª regiões militares; e a 3ª DIE: com
tropa da 7ª RM (Leite, Novelli Jr., 1983, p. 598).

8 Jan – O BE nº 2 publica o Aviso nº 18, de 05 Jan 44, que autoriza os


Cmt de RM a admitir e incluir nos corpos de tropa como convocados
os brasileiros natos que se apresentarem espontaneamente, com
mais de 18 e menos de 30 anos de idade e satisfaçam às condições de
aptidão física para a FEB.
- O mesmo BE (Suplemento nº 1) publica a Portaria nº 5855, de 03
Jan, que estabelece as Instruções para o Curso de Emergência de En-
fermeiras da Reserva do Exército.
61

10 Jan 44 - Início do 1º Período de Instrução da 1ª DIE, compre-


endendo o adestramento e o emprego das sub-unidades de cada
Arma.

13 Jan - O Gen Mascarenhas concede longa entrevista ao jornal O


Globo, publicada nesta data, onde apresenta os aspectos da partici-
pação do Brasil na guerra, das operações militares e do papel dos
correspondentes de guerra (Meira Mattos, 1983, p. 107).

15 Jan – O BE nº 3 publica o Av. nº 53, de 08 Jan 44 o qual declara


que a documentação referente à FEB passe a ser de caráter ostensivo
e não mais reservado.

19 Jan - As unidades da área da 1ª RM designadas para a 1ª DIE pas-


sam para o comando da FEB para todos os fins.

21 Jan - Pelo Aviso Reservado nº 3130, as unidades da 1ª DIE esta-


cionadas na 1ª RM passam a depender diretamente, sob todos os as-
pectos, do comandante da FEB, Gen Mascarenhas de Moraes.

22 Jan - Operação Shingle: os Aliados desembarcam em Anzio e Net-


tuno, na costa oeste da Itália 62 Km ao sul de Roma sob forte reação
ítalo-alemã. As baixas aliadas foram de 43 mil homens.
- O BE nº 4 publica o Av. nº 129, de 19 Jan 44, solução de consulta
autorizando e regulando a incorporação na FEB de voluntários
reservistas de 3ª categoria e/ou voluntários de primeira praça.

25 Jan - O comandante da 1ª DIE fica subordinado diretamente ao


Ministro da Guerra.

1 Fev - Assume o comando da Artilharia Divisionária da 1ª DIE


(AD/1ª DIE), em substituição ao General Álcio Souto, o Gen Osvaldo
Cordeiro de Farias.

4 Fev - O 1º Esqd Rec recebe autonomia administrativa em relação à


sua unidade original, o 2º Rgt Moto Mec (Oliveira, 2015, p. 81).
62

5 Fev 44 - Um Boletim Especial do Exército cria o Pelotão de Polícia


Militar com 19 integrantes oriundos do 3º RI e que recebeu um con-
tingente de 44 voluntários oriundos da Guarda Civil de São Paulo
(veteranos2bpe.blogspot).

Pel PM/1ª DIE, recrutado no 3º RI e na Guarda Civil de São Paulo, e que deu
origem à Polícia do Exército. Fonte: Mattos, 1983, p. 134.

7 Fev – O Av. nº 303 autoriza os Cmt de OM da 1ª DIE a promover Sgt


para completar os efetivos, de acordo com o número de vagas.

9 Fev - Incorporado oficialmente à 1ª DIE/FEB o 1º Esqd Rec (Olivei-


ra, 2015, p. 81).

10 Fev - Novos contingentes do pessoal da FAB começam a chegar às


bases aéreas dos EUA nas Caraíbas para instrução (Castello Branco,
1960, p. 508).

14 Fev – O Dec. Lei nº 6268 cria o Depósito de Pessoal do Exército,


da FEB.
63

- O Dec. Lei nº 14.751 cria o distintivo de braço da FEB (abaixo), que


depois foi substituído pelo da cobra fumando.

15 Fev 44 - Determinada a transferência de sede do 6º RI e do 11º RI


por Aviso desta data respectivamente, de Caçapava e de São João d’el
Rei, para a Vila Militar, do primeiro, e para o Morro do Capistrano, do
segundo.

16 Fev - O jornal The New York Times noticia o afundamento de 18


submarinos do Eixo por aviões brasileiros e norte-americanos em
águas brasileiras.

2ª quinzena de Fev - Deslocamento do 6º RI de Caçapava, SP para a


Vila Militar.
64

25 Fev 44 - Troca de prisioneiros brasileiros, entre os quais o Em-


baixador na França, Luiz Martins de Sousa Dantas, então internados
no campo de concentração de Godensberg, na Alemanha, por prisio-
neiros alemães no Brasil, tendo agido como intermediários os Em-
baixadores da Espanha e Portugal.
- Responsável pela missão diplomática brasileira na França durante a
Segunda Guerra Mundial, Souza Dantas concedeu visto de entrada no
Brasil a judeus e a outras minorias perseguidas pelos nazistas, sal-
vando cerca de 800 pessoas do extermínio entre junho de 1940 e
janeiro de 1941 (Barone, 2013, p. 70).

2 Mar - Término do deslocamento do 6º RI e início da ocupação das


suas instalações na Vila Militar (Castello Branco, 1960, p. 144).

4 Mar – O BE desta data publica o Av. nº 524, de 24 Fev, que dá


organização ao Depósito de Pessoal e estabelece como sede as
dependências deixadas pelo 6º RI em Caçapava, SP, de acordo com o
Dec. Lei nº 6268, de 14 Fev 44.

13 Mar - Segue para os EUA o último grupo de aviadores brasileiros


para estágio de treinamento na Força Aérea norte-americana (USAF).
A partir desta data, todos os grupamentos foram concentrados na
Base de Albrook no Panamá (Idem, p. 508).

15 Mar - Início do treinamento de mecânicos brasileiros nos EUA. A


última fase deste treinamento foi iniciado em 1º de julho.

16 Mar - Rendição da região de Monte Cassino, Itália, aos Aliados,


após ter sido devastada pela Artilharia, inclusive o seu Mosteiro. Par-
ticiparam do ataque tropas NA, francesas, inglesas, canadenses, po-
lonesas e neo-zelandesas, entre outras.

17 Mar - Término do deslocamento e início da instalação do 11º RI


de São João D’el Rei no Morro do Capistrano, Vila Militar, Rio de
Janeiro (Castello Branco, 1960, p. 145).
65

2ª quinzena de Mar 44 - Deslocamento do I/2º ROAR para a então


Capital Federal, Rio de Janeiro.
- Termina a concentração da 1ª DIE no Rio de Janeiro, ficando toda a
Divisão sob a ação direta e exclusiva do seu comandante.

20 Mar – Pelo Decreto nº 15.100 o Presidente da República aprova


o Plano de Uniformes para a Fôrça Expedicionária Brasileira.

22 Mar – O DO publica o Dec. nº 15.100, de 20 Mar, o qual


aprova o plano de uniformes para a FEB.

25 Mar - O Boletim Interno nº 70 da 1ª DIE publica a relação da clas-


sificação intelectual da primeira turma de enfermeiras formadas pelo
Curso de Emergência de Enfermeiras da Reserva do Exército (CEE-
RE). Foram três as primeiras colocadas no curso, todas com o grau de
9,5: Maria do Carmo Correa e Castro, Berta Moraes e Elza Cansanção
Medeiros.

27 Mar – O Av. 767 estabelece que o Centro de Instrução do Engenho


da Aldeia (CIEA) seja de utilização periódica e não permanente para
as tropas da 7ª RM.

31 Mar - A 1ª DIE passa a ter existência real a partir desta data


podendo, o Comando, dispor completamente das suas unidades.
- A Infantaria da 1ª DIE realiza um impressionante desfile no centro
da cidade do Rio de Janeiro.

1 Abr – O BE nº 14 publica o Av. nº 749, de 25 Mar, o qual aprova as


insígnias de Comando para as sub-unidades (Companhias, Baterias e
o Esquadrão Cav) das OM da FEB.

3 Abr - Término do deslocamento de Quitaúna e início do acan-


tonamento (provisório) do I/2º ROAR nas instalações a si destinadas
na Vila Militar (Castello Branco, 1960, p. 145) (ver 12 Jul 44).

4 Abr – A Port. Nº 6268 regula as atribuições do Comando da


Infantaria Divisionária da Divisão de Infantaria da FEB.
66

10 Abr 44 - Criadas a Banda de Música e a Banda de Corneteiros e


Tambores da 1ª DIE.

15 Abr - A 1ª DIE expede a sua Diretiva Geral nº 3 regulando a data


limite de 15 de maio para o final dos planejamentos de embarque da
FEB para o hemisfério norte.

19 Abr - Em homenagem recebida pelo seu natalício, o presidente


Getúlio Vargas assim se pronuncia:

No mar se acha o perigo que nos ameaça. Não esque-


çamos que foi no litoral onde sofremos a investida brutal dos
agressores, afundando, de surpresa, sem que estivéssemos em
guerra, nossos pacíficos navios mercantes em tráfego de cabo-
tagem. É, pois, do mar que teremos de esperar a primeira arre-
metida inimiga e repelir quaisquer tentativas de invasão (Diá-
rio Oficial, Teresina, citado por Lira, 2017, p. 111).

- O Av. nº 939 determina para a FEB que os oficiais, quando promo-


vidos (até Tenente-Coronel) poderão continuar no exercício das
mesmas funções anteriores à promoção desde que não haja conflito
hierárquico (BE nº 17).

21 Abr – O Secretário de Estado NA em Washington, Cordell Hull,


determina aos seus diplomatas em Londres que “comunicassem a sir
Winston Churchill a importância que a FEB tinha para a política in-
terna brasileira” (Waack, 2015, p. 61) (ver 1º Mai).

26 Abr - Criação do Serviço Postal da FEB pelo Decreto-Lei nº 6.438,


desta data.

28 Abr - Criação das regras para o funcionamento do Serviço Postal


da FEB, aprovadas pela Portaria nº 6.413-A, desta data.
67

29 Abr 44 – O BE nº 18 publica a criação da franquia postal para a


FEB pelo Dec. Lei nº 6437 de 26 Abr 44. O mesmo BE publica a cria-
ção do Serviço Postal da FEB (Dec. 6438, de 26 Abr 44).

Maio – Na Itália, o XV Gp Ex rompe a Linha Gustav, construída de


costa a costa desde o rio Garigliano até o Mar Tirreno, a oeste, e atra-
vés dos Apeninos até a foz do rio Sangro, na costa do Mar Adriático, a
leste. Compunha-se de fortalezas e bunkers de concreto, linhas de
arame farpado, torres de tiro e campos minados. O rompimento da
linha abriu o caminho para Roma, que caiu em poder dos Aliados em
junho. A perseguição aos alemães continuou até a Linha Gótica (a
“Linha Verde”), outra posição defensiva inimiga que cortava a Itália
no sentido leste/oeste, de Pesaro a Massa.
- Neste mês, o Gen Mascarenhas encontrou-se com o Adido Militar
NA Gen Hayes Kroner em um evento no RJ. O brasileiro manifestou
ao NA a sua preocupação com o embarque da tropa brasileira para
seu destino. Pouco tempo depois, na volta de uma viagem aos EUA, o
adido NA trouxe a notícia de que em junho chegaria ao Rio o navio
Gen Mann para o transporte do 1º escalão brasileiro. Daí por diante
tudo seguiu normalmente (Meira Mattos, 1983, p. 113).

1 Mai - Início da fase final do 1º Período de Instrução da 1ª DIE, vi-


sando à sistematização da instrução de todos os elementos da Di-
visão.
- Churchill responde (ver 21 Abr), dizendo que “eu sou a favor de
colocar a Divisão Brasileira na Itália o mais breve possível [...]. Não se
deve falar de uma força simbólica (Waack, 2015, p. 61).

2 Mai - Criação do Depósito de Intendência da FEB. Criação do


Serviço de Fundos da 1ª DIE. Criação do 1º Batalhão de Trabalha-
dores da FEB.

3 Mai - Regulada a constituição dos elementos orgânicos da FEB,


além das três DIE.

10 Mai - Constituição do 1º Escalão da FEB para o embarque.


68

13 Mai 44 – O BE nº 20 publica o Av. 1152, de 08 Mai, que concede


autonomia ao assim chamado 1º Batalhão de Trabalhadores da FEB,
que foi uma OM não divisionária. Pertencia ao Depósito de Pessoal e
foi extinto em 09 Ago 44 pelo Av. nº 2200.

15 Mai - Criação do Estado-Maior Especial para cuidar da


preparação do embarque da 1ª DIE por escalões para além-mar.
- Reunião reservada no Gabinete Secreto do Ministro da Guerra Gen
Eurico Gaspar Dutra. Presentes os generais Mascarenhas, Lima
Brayner, Henrique Lott, Amaury Kruel e Castello Branco, além do Ch
de Gabinete Cel João Bina Machado. Participaram também oficiais
NA, chefiados pelo Adido do Exército dos EUA no Brasil Gen Hayes
Kröner o qual, entre outros assuntos, tratou do transporte do 1º
escalão da FEB, que foi realizado pelo navio Gen Mann, um de uma
frota de seis. Eram navios artilhados, superprotegidos, podendo
transportar seis mil homens, e que desenvolviam uma velocidade de
28 milhas horárias, o que lhes permitia não poderem ser perseguidos
por submarinos nem tocaiados porque possuíam radares de grande
capacidade (Brayner, 1968, p. 58; Leite, Novelli Jr., 1983, p. 620).

17 Mai - Nomeação cumulativa do Gen Div João Baptista Mascare-


nhas de Moraes das funções de comandante do 1º Escalão da FEB
com as funções de comandante da 1ª DIE.

18 Mai - Criação do Quadro Especial da Justiça Militar da FEB pelo


Decreto-Lei 6.509.

20 Mai - A Artilharia da 1ª DIE realiza uma demonstração de tiro no


Campo de Instrução de Gericinó, Vila Militar, Rio de Janeiro.
- A 1ª Secção de EM da 1ª DIE “dá o pronto” nos efetivos a serem em-
barcados para a Itália.
- O BE nº 21 publica a organização da Força Aérea Brasileira (FAB)
em tempo de paz (Decreto-Lei nº 6365, de 23 Mar 44).

24 Mai - Em comemoração à Batalha de Tuiuti e ao Dia da Infantaria


ocorre a apresentação da 1ª DIE ao Presidente Getúlio Vargas bem
como o desfile de toda a 1ª DIE, inclusive as enfermeiras, no Centro
69

do Rio de Janeiro (Praça Paris e Av. Rio Branco) com o armamento


que lhe foi confiado para a instrução e adestramento.

26 Mai 44 - O Decreto-Lei nº 6.535 recria o Serviço de Assistência


Religiosa nas Forças Armadas (SARFA). Foram recrutados 25
capelães através de voluntariado. Após a partida do 1º Escalão foram
acrescentados dois pastores protestantes, um da Igreja Batista e um
evangélico, todos voluntários (Piovesan, 2017, p. 98).

31 Mai - Diretiva Geral para a Instrução da 1ª DIE, na qual é esta-


belecido o 2º Período de Instrução de 5 de junho a 8 de julho de
1944.

Junho - Neste mês, organizado pelo Major Cláudio de Paulo Duarte


da União Católica dos Militares, foi publicado pela Editora Vozes o
Manual de Orações do Soldado Brasileiro (Piovesan, 2017, p. 184).

3 Jun - Fim da fase final do 1º Período de Instrução da 1ª DIE.


- O BE nº 23 publica a criação do SAR em operações de guerra (ver
26 Mai).
- O mesmo BE publica o Av. nº 1400, de 29 Mai, que estabelece a
altura mínima de 1,50 m para as candidatas ao Quadro de Enfer-
meiras da FEB.

4 Jun - As forças do V Exército aliado entram vitoriosas em Roma


(Castello Branco, 1960, p. 177).

5 Jun - Início do 2º Período de Instrução da 1ª DIE.

6 Jun - Dia D - Desembarque das tropas aliadas nas praias da


Normandia, França, entre Cherbourg e o Havre. 176 mil homens de-
sembarcam com o material, em um total de cinco divisões. Neste
mesmo dia, os 5º e 8º Exércitos Aliados ocupam Roma
(www.sentandoapua.com.br).

8 Jun - A Portaria nº 6573 regulamenta o Serviço de Assistência


Religiosa (SAR) da FEB. Foram 17 padres do clero secular (dioce-
70

sano), quatro jesuítas, três franciscanos, um beneditino, um salesiano


e um evangélico (Leite, Novelli Jr., 1983, p. 624).

16/17 Jun 44 - O Gen Eisenhower passa a assinalar a necessidade


urgente da invasão do sul da França para que os aliados pudessem
dispor de novos portos destinados ao desembarque de tropas e
logística. Para isto, a campanha da Itália se tornou fundamental no
sentido da fixação das forças alemãs, impedindo que fossem rocadas
para território francês (Meira Mattos, 1983, p. 126).
- Ocorre uma sensível diminuição dos efetivos aliados na frente
italiana (sete divisões), deslocados para a força que invadiu a França
pelo sul a partir de 12 Ago. O efetivo do V Ex diminuiu de 249 para
153 mil homens (Meira Mattos, 1983, p. 125/126).

22 Jun - Na Itália, a 1ª DIE foi incorporada ao XV Grupo de Exércitos


(XV Gp Ex), Grande Comando que enquadrava as tropas aliadas e fez
parte de grandes operações, como a Olive (Ago/Dez 44), a Encore
(Fev/-Mar 45) e a Grapeshot (Abr/Mai 45). O XV Gp Ex foi formado
ainda no norte da África em Jul 1943 pelos VIII Exército britânico
(VIII Ex) e pelo VII Exército (VII Ex) NA.

26 e 27 Jun - Expedidas as duas Diretivas pormenorizando as mano-


bras da 1ª DIE. A do Gpt nº 1 em Santa Cruz, a do Gpt 2 em Nova
Iguaçú e a do Gpt 3 no Recreio dos Bandeirantes. O Gpt 2 foi o único a
não seguir para este destino, seguindo para o Cais do Porto do Rio de
Janeiro para o embarque (ver 29/30 Jun).

27 Jun - Expedidas as “Instruções para a Inspeção do Efetivo” defi-


nindo-se a data de 30 de junho para esse procedimento. Na verdade,
estas Instruções foram a própria Ordem de Embarque no navio Ma-
jor-General William Abram Mann (Brayner, 1968, p. 79).
- O Grupo de Caça da FAB nos EUA é deslocado para a base de Suffolk
Army’s Air Field em Long Island para exercícios nos aviões Thun-
derbolt P-47 (Castello Branco, 1960, p. 511).

28 Jun - Embarque, em caráter sigiloso, no cais do porto do Rio de


Janeiro, dos elementos precursores do 1º Escalão de Embarque.
71

28/29/30 Jun 44 - A partir das 2000 h, deslocamento para as


respectivas “zonas de manobras” dos 1º e 3º Grupamentos Táticos da
1ª DIE para a realização de exercícios.
- Deslocamento e início do embarque, no Cais do Porto do Rio de Ja-
neiro, do 2º Grupamento Tático da 1ª DIE, para além-mar (1º Es-
calão de Embarque).

30 Jun - Visita, à noite, do Presidente Dr. Getúlio Dornelles Vargas, ao


navio transporte General Mann. Nesta noite, a bordo, o Adido NA Gen
Kroner informa confidencialmente ao Gen Mascarenhas que o desti-
no do navio era o porto de Nápoles. O segredo foi mantido até o Gen
Mann entrar na baía napolitana (Meira Mattos, 1983, p. 115).

Julho – O Ministro da Fazenda do Brasil trata, nos EUA, da nego-


ciação de custos sobre a alimentação dos brasileiros da FEB na Itália.
Fica acertado que seria a Ração do tipo B/NA, mas reforçada por 160
g de arroz e feijão e 150 g de mandioca por cabeça, gêneros vindos
do Brasil (Waack, 2015, p. 65).

1 Jul - Termina o embarque do 2º Grupamento Tático da 1ª DIE (1º


Escalão de Embarque).
- O BE nº 27 publica a determinação de que os funcionários do Banco
do Brasil passem a usar os mesmos uniformes da FEB com distinti-
vos e insígnias especiais (Av. 1669, de 23 Jun 44).

2 Jul - Partida (às 0600 h) do Rio de Janeiro do navio USS General


Mann, conduzindo para a Itália o 1º Escalão (5.379 homens). A
viagem foi escoltada até Gibraltar pelos destróieres brasileiros Mar-
cílio Dias, Mariz e Barros e Greenhalg. Até Nápoles, o Gen Mann foi
escoltado por navios da Armada Real Britânica. Além dos generais
Mascarenhas de Moraes e Zenóbio da Costa e seus respectivos esta-
dos-maiores (QG/1ª DIE), faziam parte deste contingente: 4ª Cia/II/-
11º RI (São João D’El Rey); Cia Obuses/11º RI; Pel Mrt/CPP/II/11º
RI; II/1º ROAR (Campinho); 1º Pel/1º Esqd Rec; 6º RI (Caçapava);
Dst Prec 9º BE; Dst/Cia Trnp; Cia Manutenção; Pel PE; Dep Intendên-
cia; Dst 1ª Cia Intendência; Dst 1º Btl Sau (Valença); Grupo Hospita-
72

lar; Justiça Militar, Pagadoria Fixa, Correio Regulador, três oficiais da


Marinha de Guerra, 11 funcionários do Banco do Brasil, três capelães
e três correspondentes de guerra (Sílvio S. da Fonseca - DIP, um fo-
tógrafo do DIP e um fotógrafo do Exército). Às 0730 h: missa a bordo.
- Em reunião do EM Combinado fica decidida pelos aliados a invasão
do sul da França em meados de agosto; esta decisão foi informada ao
supremo comandante aliado no TO italiano Marechal Lord Henry
Maitland Wilson. Nove divisões foram retiradas, sendo sete para a
França meridional e mais duas para a Grécia. A Campanha da Itália
passa “a ter outra feição e outra finalidade”, ou seja, manter as forças
alemãs em estratégia de “fixação”, impedindo-as de rocarem tropas
para o sul da França. Os efetivos do V Ex diminuem de 249 mil para
153 mil homens. Alguns batalhões de Artilharia Anti-Aérea NA foram
transformadas em tropas de infantaria, as Task Force. O V Ex passa a
ser composto de:
- cinco divisões britânicas;
- sete divisões de países súditos do Reino Unido (Canadá, Austrália,
Nova Zelândia e África do Sul);
- cinco divisões NA;
- uma divisão italiana; e
- duas divisões polonesas. A partir de setembro, mais a 1ª DIE brasi-
leira, a 10ª Div Mth e a 92ª DI (NA) (Moraes, 1969, p. 168).

4 Jul 44 - Determinação para a organização e instalação imediata do


1º Pelotão de Sepultamento da 1ª DIE. Incluído no 1º Escalão da FEB
o 1º Pelotão de Sepultamento (Moraes, 1947, p. 252), o qual só
chegou à Itália em 9 de outubro de 1944, ficando subordinado ao
Serviço de Intendência.

5 Jul - Determinadas as atribuições, fora do Continente, através do


Decreto-Lei nº 6.660 desta data, do comandante do 1º Escalão da
FEB. É adiada a execução da organização das 2ª e 3ª DIE.
73

Acima, visita noturna de Getúlio Vargas ao navio Gen Mann antes deste
zarpar do Rio com o 1º Escalão. Fonte: Mattos, 1983, p. 116.

Pronunciamento do Presidente Vargas ao microfone do navio Gen Mann:


74

“Soldados do Brasil, o Presidente da República aqui vem, acompanhado do Minis-


tro da Guerra, para trazer-vos os votos de feliz viagem e, não podendo faze-lo pes-
soalmente a cada um, o faz por meio deste microfone. O governo e o povo do Brasil
os acompanham em espírito nessa jornada, vos saúdam e vos aguardam cobertos
de glórias” (Meira Mattos, 1983, p. 114).

12 Jul 44 - O I/2º ROAR ocupa o aquartelamento do II/1º ROAR em


Campinho, desocupado por esta unidade então já em deslocamento
para a Itália (Castello Branco, 1960, p. 145).

15 Jul - A BBC (British Broadcasting Corporation) de Londres, noti-


cia a chegada do primeiro contingente de tropas brasileiras ao TO
Europeu.
- O navio Gen Mann, com o 1º Esc/FEB, à noite, parte de Gibraltar
para Nápoles.

Armamento NA usado pelos brasileiros na Itália.


Mtr Mão Thompson .45 (Fonte: segundaguerra.net)

15/16 Jul - Reunião, a bordo, do Gen Mascarenhas com o Ch EM e Ch


Secções de EM para tratar de detalhes do desembarque.

16 Jul - Chegada a Nápoles (mais ou menos às 0700 h) do navio Gen


Mann conduzindo o 1º Escalão. O desembarque começou às 1300 h,
sendo concluído às 1540 h. Em seguida: deslocamento ferroviário
para Agnaro, a 25 Km. Uma parte do efetivo seguiu a pé.
75

- Acantonamento em Agnaro, região de Bagnoli (Nápoles), do 1º Es-


calão. A primeira noite foi ao relento pela falta de barracas e a ali-
mentação foi a ração de reserva NA tipo C (Brayner, 1968, p. 109).
- Um pequeno grupo de enfermeiras já estava instalado em Nápoles,
quando chegou o 1º Grupamento da FEB. Em número de 67, as en-
fermeiras foram seguindo para o front em pequenos grupos, por via
aérea. Em outubro de 1944, embarcou o último grupo composto de
33 enfermeiras, muitas vindas de diferentes regiões do Serviço de
Saúde do Exército (http://www.portalfeb.com.br).
- O Serviço de Saúde da FEB foi composto de cerca de 1.390 pessoas,
dentre os quais 176 médicos de formação eclética, cirurgiões, anes-
tesistas, ortopedistas e outras especialidades; muitos voluntários
como o Dr. Alípio Correia Neto, célebre em sua época. Além destes,
farmacêuticos, padioleiros e as 67 enfermeiras oriundas de várias
partes do Brasil, compondo o grupamento feminino da FEB e mais
seis delas nos quadros do Grupo da FAB (portalfeb.com.br).

17 Jul 44 - É designado para a FEB o General de Brigada Olympio


Falconière da Cunha.
- Desembarca em Nápoles o II Grupo do 1º ROAR, comandado pelo
Cel Geraldo da Camino.
- Formatura geral do 1º RI e solenidade no Campo de Marte da Vila
Militar, quando o regimento foi homenageado pelo Ministro da Guer-
ra Gen Eurico Gaspar Dutra e recebeu um Estandarte de Guerra como
estímulo à vitória (Carvalho, 1952, p. 60).

18 Jul - Assume o comando do estacionamento de Bagnoli, para fins


de disciplina e demais condições de vida no acampamento, o General
de Brigada Euclydes Zenóbio da Costa.

19 Jul - Pela primeira vez em território europeu (estacionamento de


Agnaro), pela tropa brasileira em missão de guerra, é hasteada em
solenidade a Bandeira Nacional pelo comandante da FEB Gen Div
João Baptista Mascarenhas de Moraes. Foi cantado o Hino Nacional.
- Determinada a organização e instalação imediata do Correio Regu-
lador (Postal) na Capital Federal, o Correio da FEB.
76

- Afundamento do navio brasileiro de carga e passageiros Vital de


Oliveira perto do Farol de São Tomé, na costa do Rio de Janeiro, pelo
submarino alemão U-861 com 99 mortos e 176 sobreviventes (Cas-
tello Branco, 1960, p. 102).
- O V Exército expede as suas “Instruções Gerais de Administração
dos ‘Partigiani’ no Território do Governo Militar”, documento impor-
tante para a FEB (Gabriele, 1986, p. 464). Os Partigiani foram os
guerrilheiros anti-fascistas que colaboraram com os Aliados.

20 Jul 44 - O Aviso nº 57 cria a Esquadrilha de Ligação e Observação


da FAB (1ª ELO) para apoiar a FEB na Itália, comandada pelo Major
Aviador João Affonso Fabrício Belloc (www.sentandoapua.com.br).

21 Jul - O jornal A Noite, do Rio de Janeiro, publica as palavras do


Gen Mascarenhas de Moraes ao desembarcar em Nápoles, se diri-
gindo aos seus subordinados: “Apurem-se bem, porque há muito
trabalho para nós de agora em diante” (Rigoni, 2016, p. 37).

23 Jul - Início da Instrução Preliminar da 1ª DIE na Itália.


- Remessa das primeiras malas de correio para o Brasil (Moraes,
1947, p. 253).
- O V Exército atinge o corte do rio Arno, na Itália.
- Primeira missa na Itália (Agnaro), assistida por toda a tropa

26 Jul 44 - O Cmt da FEB recebe autorização para o deslocamento do


1º Escalão da 1ª DIE para Tarquínia, 350 Km ao norte de Nápoles.

27 Jul - Partida da equipe de reconhecimento para a nova área de


estacionamento em Tarquínia (102 Km NO de Roma), composta pelo
Gen Zenóbio, Cel Brayner, Cel Kruel, Ten Cel Castello Branco e o Maj
Almeida Moraes. Chegada em Roma às 1800 h.

28 Jul - O papa Pio XII recebe a delegação brasileira chefiada pelo


Gen Zenóbio no Vaticano às 1200 h. O primeiro a se ajoelhar foi o
Gen Zenóbio. O santo padre dirigiu-se em português aos brasileiros e
deu a cada um uma medalha e um retrato seu (Dulles, 1979, p. 66).
77

29 Jul 44 - Partem de Nápoles para Tarquínia os destacamentos pre-


cursores e as turmas de estacionadores das unidades da FEB.

30 Jul - “O Jornal” destaca o embarque dos expedicionários para a


Itália e ainda neste mesmo mês “O Globo” anunciava “Prontos para a
primeira batalha os soldados do Brasil” (Rigoni, 2016, p. 37). Ainda
em julho, o jornal chileno La Opinion fez o seguinte comentário:

Os países latino-americanos que até o momento decla-


raram guerra às potências do Eixo não combateram e muitos
deles não o pretendem fazer. Salvo o caso dignificante do
Brasil, que se prepara como país combatente para enviar aos
campos da Europa uma considerável força expedicionária (Ri-
goni, 2016, p. 41).

31 Jul – Deslocamento e início do estacionamento em Tarquínia pelo


destacamento precursor e turmas de estacionadores. O transporte
foi de trem e por caminhões.
- O Decreto nº 16.247 desta data cria o Consulado Geral do Brasil em
Roma.

Agosto - O inglês Gen Harold Alexander, Cmt do XV Gp Ex, formado


pelo VIII Exército britânico (VIII Ex) e pelo VII Ex NA, tendo em vista
acabar com a guerra antes do natal, resolve desencadear a Operação
Olive. Foi uma grande ofensiva para romper a Linha Gótica, conquis-
tar Bolonha, perseguir os alemães pelo vale do rio Pó e cortar a sua
retirada da Itália. Ao final desta grande operação, o VII Ex foi substi-
tuído pelo V Ex dos EUA, comandado pelo general Mark Wayne Clark,
que foi formado pela 6ª Divisão Blindada Sul-africana, 1ª Divisão
Blindada (USA) Força Tarefa 45 (USA), pelo Destacamento FEB em
Set 1944 e com a 1ª DIE como um todo em Nov. A Operação Olive
fracassou por ação das tropas alemãs. As razões do insucesso foram
efetivos insuficientes, falta de material bélico, ausência de tropas
especializadas para lutar em montanha, firme reação dos alemães, e
a chegada do inverno que deixou o terreno íngreme dos Apeninos
enlameado (ver 25 Ago).
78

Composição do V Ex (XV Gp Ex) no início da Op Olive (Ago 44)

6ª Divisão Blindada
(África do Sul)
1ª Divisão Blindada
(EUA)
4º Corpo de Exército Força Tarefa 45
(USA) (EUA)
V Exército dos Gen Willis
- Destacamento FEB
EUA Crittenberger
(Set 44)
Gen Mark Wayne
- 1ª DIE como um
Clark
todo (Nov 44)
2º Corpo de Exército 34ª DI, 88ª DI, 91ª DI
(USA) e 85ª DI, todas dos
Gen Geoffrey Keyes EUA.
6ª Divisão Blindada
13º Corpo de (GB), 1ª Divisão de
Exército Infantaria (GB), 8ª
(Grã-Bretanha)
Divisão de Infantaria
Gen Sidney Kirk-
man (Índia) e 1ª Brigada
Blindada (Canadá)

1 Ago 44 - Início do movimento do 1º Esc para Tarquínia, onde


chega a 5 de agosto.

2 Ago - O Papa Pio XII recebe em audiência o Gen Mascarenhas de


Moraes, acompanhado pelo Embaixador brasileiro junto à Santa Sé
Dr. Hildebrando Accioli.

3 Ago - O 1º BE instala-se no Rio de Janeiro, vindo de Aquidauana,


após um período acantonado em Entre Rios, RJ. Algumas frações suas
já haviam seguido destino para se incorporarem ao 1º Escalão de
Embarque para a Itália (Castello Branco, 1960, p. 145).
79

4 Ago 44 - Final do movimento para Tarquínia, que foi por via fer-
roviária até Littoria e depois nos caminhões da Secção Base
Peninsular do Ex NA (Castello Branco, 1960, p. 163).
- O VIII Exército aliado atinge e ocupa a região sul de Florença
(Castello Branco, 1960, p. 179).

5 Ago – Conclusão da concentração. Toda a tropa do Escalão


Avançado da 1ª DIE encontra-se em Tarquínia.
- A 1ª DIE, representada pelo 1º Escalão da FEB, é incorporada ao V
Exército dos EUA.
- Providenciada a criação do Grupamento Tático nº 6, ou Dst Gen
Zenóbio da Costa (Pinto/Medeiros, 2003, p. 76) (ver 8 de agosto).

8 Ago - Criado o Grupamento Tático, sob o comando do Gen Bda


Zenóbio da Costa, que passou a ter a denominação de "Destacamento
FEB", mas que foi chamado também de “Dst Zenóbio”.

9 Ago - Mediante convite, o Cmt da FEB e outros oficiais deslocam-se


de avião de Tarquínia para Cecina, em visita ao Cmt do V Ex
americano.
- Primeiro encontro pessoal entre o comandante do V Exército,
Tenente-General Mark Wayne Clark, e o general comandante do 1º
Escalão da FEB, no QG do V Exército, em Cecina.
- Determinação para que fique sem efetivo o Batalhão de Tra-
balhadores.

10 Ago – O Cmt da FEB recebe ofício do Ten-Gen Mark Clark trans-


mitindo as boas vindas ao Cmt e à FEB, dizendo também que “é
motivo de orgulho possuir tropas do Brasil integrando o V Exército.

11 Ago - Convidado, o Gen Mascarenhas realiza uma visita ao QG do


V Ex em Cecina acompanhado do Gen Zenóbio e oficiais de EM.

12 Ago – Inspeção do Cmt V Ex NA, Gen Mark Clark, à tropa brasi-


leira em Tarquínia. Ficou decidido que os treinamentos fossem reali-
80

zados em terreno íngreme e a área escolhida foi Vada, a 200 Km. O


deslocamento foi noturno em 500 viaturas (Dulles, 1979, p. 68).
- Os alemães evacuam Florença.

14 Ago 44 - Segunda inspeção da tropa brasileira, esta pelo Gen


Brann, mais seis generais e oficiais de EM NA na região de Tarquínia.
Providências diversas, principalmente logisticas, foram tomadas
nesta ocasião (Meira Mattos, 1983, p. 121).

15 Ago - As forças Aliadas desembarcam no sul da França, perto de


Nice, e avançam rapidamente na direção nordeste, rumo ao rio Reno.

16 Ago - Inicia a distribuição de armamento norte-americano aos


brasileiros. Nesta primeira entrega foram fuzis Springfield, lança-
rojões (bazooka), carabinas .30 e Mtr M Thompson (Rigoni, 2006, p.
133).

Fuzil Springfield M1903 (EUA), calibre .30, cópia do Mauser alemão.


Fonte: www.mundodasarmas.com/2015/04/m1903-springfield.html

17 Ago - O governo brasileiro cria, pelo Decreto-Lei nº 6.795, as


seguintes medalhas para premiar os elementos da FEB: Medalha de
81

Guerra; Medalha de Campanha; Cruz de Combate de 1ª Classe; e a


Cruz de Combate de 2ª Classe. As medalhas foram regulamentadas
em outubro (Este Decreto foi publicado no BE 35, de 26 Ago).
- Início do deslocamento por meios próprios da tropa brasileira
(Grupamento Tático) de Tarquínia para a região de Vada-Rosignano.

18 Ago 44 - Incorporação da 1ª DIE ao IV Corpo de Exército.

19 Ago - Visita do Primeiro Ministro da Inglaterra, Sir Winston Leo-


nard Spencer Churchill às tropas aliadas em Cecina, inclusive à
brasileira (Uma Cia Fzo do 6º RI), quando fez revista à tropa e assis-
tiu a um desfile. No discurso, a autoridade assim se pronunciou:

"General Clark, Oficiais e soldados da 34ª Divisão dos Es-


tados Unidos, Oficiais e soldados do Corpo Expedicionário Bra-
sileiro! Eu vos saúdo! Sinto-me, esta manhã cheio de orgulho,
pelo fato de me caber a honra de inspecionar essas unidades do
5º Exército, uma das grandes unidades das Nações Unidas, que
está sempre avançando vitoriosamente. Temos assim na Itália,
um dos mais esplêndidos exércitos do mundo. A combinação
do 5º Exército e do 8º Exército, une dois exércitos veteranos
irmanados que lutam ombro a ombro pela causa da justiça. Sois
os artificios de façanhas que jamais serão esquecidas: os pri-
meiros desembarques na Itália. A luta de Anzio, a batalha de
Cassino e a captura de Roma e Livorno. Todos êsses episódios
desempenharam papel importantes e valioso nos destinos dos
exércitos aliados. Nenhuma operação poderia ter mais com-
pensadora neste teatro da guerra, do que foi a levada a cabo
por vós, quando obrigastes os nazistas a manter mais de dúzias
de divisões na Itália, onde elas estão sendo reduzidas a peda-
ços. Auxiliastes de maneira notável e eficiente a grande batalha
que agora está em caminho do seu desfecho vitorioso na Fran-
ça. Entretanto, embora tenhais sido artifices de grandes feitos
no passado e possais estar orgulhosos do que conseguistes no
passado estou aqui hoje, para vos dizer que novas vitórias e
novos sucessos estão diante de vós. Vós tereis de desempenhar
constantemente de agora em diante uma parte vital nessa lon-
ga e árdua luta, para cujo breve fim todos nós lutamos e todos
nós rezamos. Eu vos desejo - a tôdas unidades aqui representa-
82

das - e a vós, soldados do Brasil - todo êxito e felicidade. Que


Deus vos abençoe a todos" (almanaque.folha.uol.com.-
br/brasil_22ago1944.htm).

20 Ago 44 - Encerramento do estacionamento em Tarquínia e final


do deslocamento para Vada, com todo o Escalão Avançado estacio-
nado na região (Castello Branco, 1960, p. 164).
- A 1ª Companhia de Transmissões realiza a primeira comunicação
por teletipo com o Brasil.

21 Ago - Inspeção da tropa brasileira pelo Estado-Maior do V Exér-


cito na região de Vada. Neste dia, chegam os primeiros instrutores
norte-americanos à área brasileira (Rigoni, 2006, p. 134).
- Encerramento das atividades de treinamento do 1º Grupo de Caça
da FAB nos EUA, sendo ele deslocado para o Campo de Mastic, Suf-
folk, Virgínia, para participar de uma manobra que simulou a reali-
dade de um campo de batalha (Idem, p. 512).
- Os jornais do Rio de Janeiro publicaram cartazes de “O Brasil está
presente”, buscando chamar a atenção dos leitores. Nos cartazes
existia a figura de um combatente da FEB (Rigoni, 2016, p. 42).

22 Ago - Início do período final de três semanas de instrução na


Itália, com o objetivo de completar a instrução dos Quadros e da
Tropa tendo em vista sua próxima incorporação às forças do V Exér-
cito, que se acham em linha (em posição, prontas para combate).
- Segundo aniversário da declaração de guerra do Brasil à Alemanha
e à Itália.

23 Ago - Determinada a organização e instalação imediata de quatro


"Grupos Suplementares Brasileiros em Hospitais Norte-Americanos”.
- Autorizada a organização do Centro de Recompletamento de Pes-
soal da FEB, no Rio de Janeiro.
- Retorno do Grupo de Caça da FAB para Suffolk, para inspeção de
saúde e demais providências materiais preparatórias para o front da
Itália. Um pequeno número de pilotos não conseguiu atingir os índi-
ces, sendo reconduzido de volta para o Brasil (Ibidem).
83

Pilotos do 1º Gp de Caça da FAB antes da decolagem para uma missão. Fonte:


Mattos, 1983, p. 164.

24 Ago 44 - Embarque das enfermeiras paranaenses (oito no total)


na Estação Ferroviária de Curitiba, rumo ao Rio de Janeiro. Lá che-
gando, foram submetidas a treinamentos físicos organizados pelo
Exército Brasileiro na Escola de Educação Física
(www.portalfeb.com.br).
- O 1º RI realiza uma homenagem a Caxias na data de seu 141º ani-
versário de nascimento. O jovem Luiz Alves de Lima e Silva foi inte-
grante do Regimento no início da sua carreira militar.

25 Ago - Dia do Soldado e reverência ao Patrono do EB, o Duque de


Caxias: primeiro desfile do 1º Escalão de Embarque, em Vada, com
apresentação ao comandante do V Exército, Tenente-General Mark
Clark. A tropa foi comandada pelo Gen Zenóbio da Costa. O desfile foi
assistido por altas autoridades militares, entre as quais o General
Chadebec de Lavallade, do Exército Francês, ex-Chefe da Missão
84

Militar Francesa no Brasil. Conforme Frank McCann (1995, p. 324)


“Vada constituiu um divisor de águas na experiência da FEB e na
História do Brasil”. O Brasil abandonava a influência militar francesa
pela NA. Neste mesmo dia os Aliados retomaram Paris.
- A frente de combate do V Ex na Itália passa a ser balizada pela linha
Pisa-Prato-Borgo, frente ao XIV Ex alemão (Moraes, 1969, p. 169).
- As forças alemãs na Itália perfazem 28 divisões, sendo 26 alemãs e
duas italianas sob o comando do Marechal Albert Kesselring (Idem).
- Início da Operação Olive, cujo objetivo era, no período até 28 Set,
romper a Linha Gótica e avançar na direção norte.

26 Ago - Início do estágio de oficiais e praças brasileiros na 88ª DI


norte-americana, já em combate.
- Passa a funcionar uma escola de motoristas para adaptação e habi-
litação às viaturas norte-americanas.
- O BE nº 35 publica o Av. nº 2411, de 19 Ago, que fixa em Cr$ 6,50 o
valor da etapa de alimentação da FEB, ou seja, a importância em va-
lor financeiro destinado ao custeio da alimentação de um homem,
por dia, em determinada área considerada.

27 Ago - Partida do primeiro contingente do 6º RI para quatro dias


de estágio na linha de frente que, na época, estava nas regiões do
corte do rio Arno, Florença e Pisa. O estágio foi junto ao 442º RI/34ª
DI/NA, apelidado de Red Bull (Simões, 1967, p. 72).

31 Ago - O Encarregado de negócios da Embaixada do Brasil na Itália


Vasco Tristão Leitão da Cunha abre o Consulado Geral do Brasil em
Roma, criado em cumprimento ao Decreto nº 16.247 (ver 31 Jul) de
31 de julho de 1944 (www.sentandoapua.com.br).
- Constatação pelos aliados de que a presença de tropas inimigas na
Itália neste final de agosto era de 27 divisões alemãs e seis italianas
(Castello Branco, 1960, p. 184).

01 Set - Regresso do primeiro grupo de estágio do 6º RI e partida do


2º grupo, que estagiou junto ao 442º RI/34ª DI e posteriormente
junto ao 349º RI/88ª DI/NA, divisão apelidada de Blue Cover (Trevo
85

Azul) (Idem, p. 73). Os estágios foram muito proveitosos para a FEB.


Este grupo retornou no dia 05 Set, chegando a Vada às 2100 h.

3 Set 44 - Visita de inspeção do comandante da 1ª DIE a todos os


órgãos da 88ª DI em que estagiavam oficiais e praças brasileiros,
verificando o ânimo do qual se achavam possuídos nesse primeiro
contato com o inimigo.

4 Set - Final do período de estágio de oficiais e praças brasileiros na


88ª DI.
- O Cmt do V Exército decide atacar a Linha Gótica, linha de defesa
alemã que estava instalada do Tirreno ao Adriático e que procurava
impedir o acesso dos aliados ao Vale do rio Pó (www.cepen.org).

6 Set - A 1ª Companhia do 9º Batalhão de Engenharia, comandada


pelo Cap Floriano Möller, passa à disposição do IV Corpo. É a
primeira tropa brasileira a entrar em ação, no caso montando e
operando uma das pontes Bailey sobre um afluente do rio Arno.

7 Set - Comemoração da Independência do Brasil por todas as tropas


do 1º Escalão em terras da Itália.
- Visita ao QG Brasileiro, em Vada, do Dr. Vasco Tristão Leitão da
Cunha, Ministro Plenipotenciário Brasileiro em Argel, Argélia.

8 Set – No BI nº 28 desta data o Gen Mascarenhas, em face do baixo


grau de disciplina da tropa da FEB, determina maior na repressão
(Moraes, 1969, p. 163).

9 Set - Primeiro encontro entre os comandantes da 1ª DIE e do IV


Corpo, Gen Willis D. Crittenberger, a fim de serem assentadas as
condições de emprego da tropa brasileira.
86

Construção da Ponte Bailey pela 1ª Cia do 9º BECmb. À direita, o Cmt Cap


Floriano Möller (Fonte: Meira Mattos, 1983, p. 132).

10 Set 44 - Início do grande Exercício de conjunto do Grupamento


Tá-tico em Vada, com a duração de 36 horas, representando o coroa-
mento final da instrução, e ao qual assistiu o Tenente-General Mark
Clark, comandante do V Exército. Houve uma marcha de 36 Km e um
exercício de ataque na região de Castellina Marítima feito pelo 6º RI e
pelo I/2º ROAR. Serviram de árbitros 270 oficiais NA. Ao final, o Gen
Mark Clark declarou que a tropa brasileira estava apta a entrar em
linha (Castello Branco, 1960, p. 170).
- Início da ofensiva aliada à Linha Gótica (Operação Olive) nos Ape-
ninos através do V Exército (Idem, p. 182).
- O Grupo de Caça da FAB deixa Suffolk e é conduzido ao campo de
embarque de Patrick Henry, Newport, onde fica uma semana, embar-
cando depois no navio francês Colombie (Ibidem, p. 512).

11 Set - Final do Exercício do Gpt Tático, com a aprovação do Cmt do


V Exército.
87

- Criação e Organização do Destacamento FEB sob o comando do Ge-


neral Euclydes Zenóbio da Costa [subordinado ao IV C Ex (Gen
Crittenberger)], com a seguinte organização: 6º RI, II/1º ROAR, 1ª/9º
BE e Cia de Evacuação/1º Btl Saúde, mais outras frações divisioná-
rias, armas e serviços. O Gen Zenóbio assumiu o comando às 1800 h.
- Designação do Gen Bda Anor Teixeira dos Santos para Chefe do
Estado-Maior da FEB no Interior (no Brasil).

13 Set 44 – O V Ex dispõe suas forças da seguinte maneira: à direita


o XIII Ex inglês; ao centro o II Cp Ex NA; e à esquerda o IV Cp Ex NA. A
ZAç deste era a Rv 64 (Florença-Pistoia-Bolonha) à esquerda e a
linha Camaiore-Monte Prano à direita. Conta com a 1ª DB/NA, a 6ª
DB/SA, a Task Force 45/NA e o Dst FEB (Moraes, 1969, p. 171).
- Deslocamento de Vada e estacionamento do Destacamento FEB na
região de Ospedaletto, 3 Km a sul-sudeste de Pisa.
- Nesta noite, o Gen Zenóbio recebe, entre outras, a missão de
substituir Elm do 2º/370º RI/NA às 1900 h de 15 Set. Em seguida
(ver 15 Set), substituição de tropas estadounidenses na região de
Vecchiano com a missão de atuar ofensivamente na direção Norte. É
a primeira missão operacional de guerra do Destacamento FEB.
- Publicadas as instruções para organização e funcionamento do
Estado-Maior da FEB no Interior (no Brasil).
- O Destacamento FEB fica adido e subordinado ao IV Corpo de
Exército.

14 Set - Execução dos reconhecimentos para o deslocamento e para


a Substituição das tropas norte-americanas. A OGO desta operação
foi expedida às 2100 h, assinada pelo Cel João Segadas Viana.
- Deslocamento do 1º BI/6º RI do Destacamento FEB de Ospedaleto
para Vecchiano, oito Km ao norte de Pisa, vale do rio Sercchio, para
substituir o 434º Btl de Artilharia Antiaérea dos EUA (434º Btl
AAAé) (olapaazul.com).

15 Set - Início do engajamento da FEB na Campanha da Itália. O 6º


RI, menos o III Btl (que se deslocou a pé), foi deslocado a partir das
0600 h para a região NO de Vecchiano. Na mesma noite, entrada em
linha da tropa brasileira com a Operação de Substituição, pelo
88

Destacamento FEB, dos elementos americanos pertencentes à Task


Force 45 (FT 45) e da 1ª Divisão Blindada na frente Vada-Ospe-
daletto, alturas oeste de Filettole. O II/370º RI e o 434º GAAAé foram
substituídos a partir das 1900 h na região Vecchiano-Massacinccali-
Filetole. O 334º RI/NA foi substituído pelo 6º RI. A Operação foi
concluída às 2400 h. A missão: ocupar ou conquistar a linha Massa-
rosa-Bozzano-Marti-La Certosa-Via del Pretino-Santo Stefano (Mon-
teiro, 2012, p. 1). As informações vindas dos NA e de civis davam
conta de que os alemães ocupavam a linha Camaiore-Monte Valimo-
no-Monte Acutto (Simões, 1967, p. 76).
- Início da ofensiva do V Exército sobre o eixo Florença-Bolonha.

15/16 Set 44 - Patrulhas brasileiras atuam na região da estrada Via


Bertini-Ponte Vignole mas sem estabelecer contato com o inimigo.
- O Grupo Da Camino, em apoio direto ao Dst FEB, é deslocado para
ocupar posição nas encostas do Monte Bastione. Às 1422 h de 16 foi
lançado contra o inimigo o primeiro tiro da artilharia brasileira, atin-
gindo com precisão o alvo: Massarosa, contribuindo assim para a
conquista desta localidade pelo 6º RI. O tiro foi disparado pelo Ca-
bo Atirador Adão Rosa da Rocha, da 2ª peça da 1ª Bateria do 2º GO,
comandada pelo Capitão Mário Lobato Vale (Idem, p. 1/2).

16 Set - Pela madrugada, início do movimento ofensivo do Desta-


camento FEB. O I/6º RI (Btl Gross) marcha para tomar contato com o
inimigo na direção Filetole-Monte Ghilardona. O II/6º RI (Btl Rama-
gem) marcha para Bozzano-Vecoli. O III/6º RI (Btl Silvino) marcha
para Le Corti-Bozzano.
- Conquista de Massarosa, Monte Comunale, San Stefano, Monte di
Cima, Borrano, Quiesa e Il Monte pelo Destacamento FEB sob forte
bombardeio da artilharia alemã. Foram as primeiras vitórias brasi-
leiras. A população recebe os brasileiros como heróis. Massarosa foi
conquistada pela 2ª/I/6º RI.
- Deslocamento do QG/1ª DIE de Vada para a Quinta Real de San
Rossore, região de Pisa.

17 Set - Encerramento do estacionamento em Vada.


89

- O Destacamento FEB, através do III/6º RI que ultrapassa o I/6º RI,


alcança a linha dos maciços de Monte Ghilardona, Cota 304 NE de
Fibialla, Piazzano, C. Di Cima, Vila Forci, Monticiano, Il Vecoli, C.
Bocella e C. S. Lucia. Um Pelotão de Reconhecimento do 1º Esqd Rec
alcança Stiava. A 1ª Cia/I BI/6º RI alcança Luciano.
- Conquista de Quiesa, Bozzano e Massarosa (Rosty, 2015, p. 42).

18 Set 44 - O Dst FEB alcança ao final da jornada a linha Nocchi-


Gombitelli-Orbicciano-Monsagratti-Cuca estabelecendo contato com
o inimigo pela primeira vez. Conquista de Camaiore, Castegnori, San
Martino in Fredane, C. Pellagio, Cucco, Terraccia, Monsagrati, Cota
404, Canestrano e C. de Collecchio pelo Destacamento FEB, cerrando
assim sobre a Linha Gótica. Camaiore foi conquistada às 1900 h por
um pelotão pertencente ao grupamento comandado pelo Cap Ernani
Ayrosa da Silva do I/6º RI (Btl Gross).
- Embarque, no cais do porto do Rio de Janeiro, da parte maior da 1ª
DIE, composta pelos 2º e 3º Escalões de Embarque.

19 Set - O Destacamento FEB cerra sobre os postos avançados da


Linha Gótica, apoiados nas alturas de Monte Prano, Valimono, Acuto,
Pruno e Cota 540. A linha ocupada pelo 6º RI foi Cota 238 oeste de
Montemagno – Meschino – Migliano – Monsagratti – Garupa norte de
C. Il Coletto – corte da Estrada ao norte de Cucca (Simões, 1967, p.
77).
- O 1º Gp Av Ca embarca para a Itália, chegando em Livorno no dia 6
de outubro.

20 Set - Conquista das regiões de Stignano, Auticiano, Fibiane, Boz-


zano e Cota 562 (olapaazul.com) na linha Nocchi-Monsagrati-Cucca e
captura dos primeiros quatro prisioneiros alemães, desertores da
7ª/25º RI/40ª DI alemã. Os PG estavam maltrapilhos e mal alimen-
tados. Tinham pouquíssima munição para as suas armas.
- Liberadas as localidades de Vado, Lombrici e Casoli.
- O Gen Zenóbio expede sua Ordem Geral de Operações nº 6 do Dst
FEB, regulando a ação brasileira sobre Monte Prano, Monte Valimono
e Monte Acuto a partir de 21 (Castello Branco, 1960, p. 194).
90

- Um Pel Fzo da 1ª/I/6º RI chega ao alto do Monte Pedone às 1800 h


mas é obrigado a retornar às linhas do Btl (Santim, 2015, p. 41).
- Embarque do 1º RI no Porto do Rio, juntamente com outras tropas,
no navio Gen Mann.
- Embarque do Min da Guerra Gen Dutra para a Itália em Fortaleza
Voadora NA. Itinerário: Ilha da Ascensão - Dakar - Alger - Nápoles.

21 Set 44 - Ação sobre a linha Monte Prano - Monte Pedome - M.


Rondinasa - Cota 562 norte de Fibbiano. Operação parcialmente vito-
riosa. A 7ª Cia do III/6º RI, depois de ocupar Lombrici e Casoli ficou
detida por fogos inimigos da região de Monte Ciurlaglia. Pela direita,
as 1ª e 2ª Cias (I Btl/6º RI) avançaram em direção às vilas de
Pomezzana, Grataculo, Bologna e Metato.
- Nesta jornada, ocorreram as primeiras três baixas brasileiras por
morte em combate (Moraes, 1947, p. 79). Foram os soldados Antenor
Guilhermino (9ª Cia/III/6º RI), Abilio Pifer e Constantino Marochi
(ambos da Cia PtrP/II/6º RI) (Simões, 1967, p. 78).
- O Dst FEB ocupa as regiões de Rocchiano, Casolim Metato e Encos-
tas NW de Monte Pedone, alcançando Rondinaja, Fibbiano e Auti-
ciana.

22 Set - Partida, do Rio de Janeiro, dos navios que conduziram os 2º


e 3º Escalões de Embarque, formando o grosso da 1ª DIE. São 11 mil
homens nos navios USS Gen Man e USS Gen Meiggs, escoltados pelos
cruzadores Rio Grande do Sul e USS Memphis e pelos destróieres USS
Trumpeter e USS Cannon. Deste contingente faziam parte:

2º escalão: Elm QG/1ª DIE; ID; QG/AD/1; 1º RI (Regimento Sam-


paio); I/2º ROAR; 2º/Esqd Rec; Dst/9º BE (Aquidauana); Dst/Cia
Trnp; Dst/1º BSau; Dep Int; Cia Int; 2º e 3º Gp Hosp; Justiça Mili-
tar/2ª Auditoria, três oficiais do Exército dos EUA; cinco funcionários
do Banco do Brasil, um correspondente de guerra (Rubem Braga -
Diário Carioca), serviço postal e um fotógrafo.

3º escalão: Elm QG/1ª DIE; EM/Gen Falconiére; Elm Ligação; 11º RI


(São João D’El Rey); I/1º ROAR; I/1º RA-PC; Esqd Lig Obs (ELO);
Dst/9º BE (Aquidauana); Dst/1º BSau (Valença); Dst Sau/AD; Dst
91

Sau Adido à AD; Elm Dep Int; Dst Cia Int; Gp Hosp; Posto Regulador,
Pel Sepultamento, Banda de Música, três oficiais do Exército/EUA e
dois correspondentes de guerra (Egydio Squeff - O Globo e Raul
Brandão - Correio da Manhã) (www.sentandoapua.com.br).

23 Set 44 - Uma patrulha de reconhecimento da 1ª/I/6º RI, coman-


dada pelo 2º Ten Mário Cabral de Vasconcelos, realiza um reconhe-
cimento de Monte Prano entrando em combate com elementos ini-
migos, com pleno êxito (Castello Branco, 1960, p. 195).
- O BE nº 39 publica o Av. 2970, de 20 Set, que destina ao Depósito de
Pessoal da FEB os aquartelamentos do 1º e do 11º RI e do II/2º RO-
AR, todos na Vila Militar.

24 Set - Chegada a Nápoles do General Eurico Gaspar Dutra, Ministro


da Guerra do Brasil em visita à FEB. A visita “elevou o moral, a vonta-
de de lutar e o prestígio da FEB junto às autoridades norte-ameri-
canas” (DPHCEx, 2015, p. 8).
- O Ministro da Guerra condecora com o grau de “Grande Oficial da
Ordem do Mérito Militar" o inglês General Henry Maitland Wilson, 1º
Barão de Wilson, Comandante Supremo Aliado no Mediterrâneo.
- O Dst FEB inicia às 1000 h as operações contra Monte Valimono,
Monte Acuto e Monte Prano. Com o movimento desbordante, os ale-
mães evacuam Monte Prano, Fiano e Convalle (Castello Branco, 1960,
p. 196).

25/26 Set - Conquista de Monte Valimono, Monte Acuto e Garupa de


Batoni pelo Destacamento FEB por abandono dessas posições pelo
inimigo.
- Visita do Ministro da Guerra do Brasil ao QG do Comandante do XV
Grupo de Exércitos, Marechal de Campo Sir Harold Rupert Leofric
George Alexander, 1º Conde Alexander de Tunis, em Siena, o qual é
condecorado com o grau de Grande Oficial da Ordem do Mérito Mili-
tar Brasileiro.

26 Set - Captura de Monte Prano pelo Destacamento FEB após seis


dias de batalhas, com o hasteamento da Bandeira Nacional no local.
Os alemães evacuaram Monte Prano por receio de ficarem cercados.
92

A região foi ocupada pelo I/6º RI na manhã deste dia. O II Btl ocupou
as povoações de Convalle e Pescaglia (Simões, 1967, pág. 78).
- O Pel Reconhecimento, sob o comando do Ten Belarmino de Men-
donça é lançado na direção de Stazzema para retomar o contato com
o inimigo.
- Visita do general Ministro da Guerra do Brasil ao QG do Coman-
dante do V Exército, Tenente-General Mark Clark, em Florença.
- O Tenente-General Mark Clark condecora com a Ordem do Mérito
Militar Americana os generais Mascarenhas de Moraes e Zenóbio da
Costa.

27 Set 44 - Início da rocada do Destacamento FEB para o Vale do rio


Sercchio. Conquista das localidades de Lopleglia e Fianno.
- Na busca de contato com o inimigo, patrulhas brasileiras vasculham
as regiões de Stazzema, Monte Procinta e Monte Piglione.
- O Dst FEB recebe a missão de progredir na direção de Castelnuovo
di Garfagnana (Castello Branco, 1960, p. 198).
- Neste grande reajustamento do XV Gp Ex, o Gen Alexander objetiva
conquistar Bologna e Ravena. O lema é “Bologna antes do Natal”.
- Visita do Gen Dutra ao II Cp Ex NA (Maj-Gen Geoffrey Keyes).

28 Set - Conquista das localidades de Covaloe, Pigaio, Villabuona e


Piazzanelo (olapaazul.com). Informações sobre o inimigo demons-
tram que houve um retraimento e reajustamento do seu dispositivo
defensivo, ou seja, o deslocamento da Linha Gótica. Entretanto, neste
final de setembro, já tinha ficado caracterizado o insucesso da Opera-
ção Olive do XV Grupo de Exércitos para romper a Linha Gótica (Mei-
ra Mattos, 1983, p. 135).
- Em face disto o Gen Zenóbio, tendo recebido as determinações da
OGO nº 12 do IV Corpo no sentido de deslocar o Destacamento FEB
para o Vale do Sercchio, procede a mudança da ZAç, inicia a pro-
gressão na direção de Castelnuovo di Garfagnana e passa a buscar o
contato com a Task Force 92 (Castello Branco, 1960, p. 198). A
finalidade da missão era “procurar e manter o contato com o inimigo,
porém com uma frente duas vezes maior (20 Km), menos acidentada
e mais humanizada” (DPHCEx, 2015, p. 8).
- Acantonado em Camaiore, o I/6º RI passa à Reserva do IV Corpo.
93

- O Gen Dutra visita Florença.

29 Set 44 - Os elementos avançados do Destacamento FEB atingem a


linha Stazzema-Fornoli apossando-se, durante a progressão, das ci-
dades de Pescaglia e Borgo a Mozzano e chegando à linha Gallicano-
Braga.
- Visita do Ministro da Guerra do Brasil ao QG do Comandante do IV
Corpo de Exército, Major-General Willis Dale Crittenberger, em
Lucca.
- O Ministro da Guerra condecora, com o grau de "Grande Oficial da
Ordem do Mérito Militar", o Tenente-General Mark Clark, Coman-
dante do V Exército.

30 Set - O Grupo Da Camino (II/1º ROAR) instala-se no terreno na


área de Val D’Ottava para apoiar as operações. O III/6º RI retoma o
contato com o inimigo em frente a Capanne e Osteria. O II/6º RI
alcança Fornovolasco e faz contato com o inimigo. O III Btl substitui o
370º RI/NA e ocupa as localidades de Borgo a Mozzano, Fornoli e
Pian de la Rocca (Simões, 1967, p. 79). Termina o mês da entrada em
ação da FEB na Itália, mas muita coisa ela ainda terá pela frente.
- O Ministro da Guerra Gen Eurico Gaspar Dutra chega ao QG da 1ª
DIE na Quinta de San Rossore, região de Pisa. Na oportunidade, o Gen
Mark Clark, em homenagem ao brasileiro, organiza um destacamento
formado pela Task Force 45 e pelo Destacamento Zenóbio da Costa e
passa o comando do mesmo para o Gen Dutra (Leite, Novelli Jr.,
1983, p. 639).

Outubro – Lançada em disco a Canção do Expedicionário pelo cantor


Francisco Alves, com letra de Guilherme de Almeida e música de
Spartaco Rossi (Barone, 2013, p. 131).
- A 232ª DI alemã, que enfrentou os brasileiros em Monte Castello,
recebe ordem de se deslocar do Campo de Instrução de Wildflecken
(região central da Alemanha) para os Apeninos (Waack, 2015, p. 85).
Nos Apeninos, ela ocupa uma região que engloba os Montes Belve-
dere e Castello (Idem, p. 116). Monte Castello tem 877 m de altitude
acima do nível do mar, enquanto que Belvedere possui 1.139 m, o
que o fazia estratégicamente mais importante que o primeiro. A defe-
94

sa alemã de Castello era bem mais frágil que a de Belvedere (Idem,


132/134).

1/2 Out 44 - Rocada do grosso do Destacamento FEB para o vale do


Sercchio. A 8ª Cia/III/6º RI avança até a região entre San Quirico e
Ponte Calavorno quando perdeu um homem e teve vários feridos.

4 Out - O Batalhão Silvino (III/6º RI) recebe a missão de conquistar a


linha Motrone-San Romano-Ghivizzano-Gromignana e alcançar a re-
gião de Fornaci.
- Transportado pelo navio SS Colombie chega a Nápoles o 1º Grupo
de Aviação de Caça. Durante a viagem foi criado o símbolo do “Senta
a Pua”, a ave “que come de tudo” (Barone, 2013. p. 162).
- O Gen Dutra visita o Vaticano, onde é recebido pelo Papa Pio XII.

5 Out - Chegam a Nápoles os navios Gen Mann e Gen Meiggs com os


2º e 3º Escalões de Embarque. Feita a baldeação, a tropa é conduzida
a Livorno em 55 barcas de desembarque tipo Landing Craft Infantry
(LCI) onde chega a 11 Out. De Livorno, a tropa foi deslocada em ca-
minhões para a Quinta Real de San Rossore, região de Pisa (Castello
Branco, 1960, p. 164).
- O Destacamento FEB apodera-se dos povoados de Ghivizzano e
Bolognana e ocupa Motrone e San Romano. Patrulhas chegam a Pon-
te Calavorno e Osteria, recebendo a informação de que o inimigo con-
centra a maior parte de seus meios em Castelnuovo di Garfagnana
(Castello Branco, 1960, p. 199).

6 Out - O Destacamento FEB conquista as localidades de Pedona,


Manciana, Bolognana, Coreglia Antelminelli e Fornacci di Barga, esta
com a importante Fábrica de Munições de Catarozzo, capturada pelo
III/6º RI. A 9ª/III/6º RI ocupa Ponte de Vigna (Castello Branco, 1960,
p. 201).
- Desembarca em Livorno o 1º Grupo de Caça da FAB sendo, em se-
guida, conduzido à Tarquínia (Idem, p. 513). Comandados pelo Major
Aviador Nero Moura, eram 43 aviadores. O 1º GAvCa foi incorporado
ao 350th Fighter Group, veterano da Campanha do Norte da África,
do qual faziam parte, ainda, os esquadrões norteamericanos 345th,
95

346th e 347th Fighter Squadron. O recém-chegado grupo brasileiro


chegou a Tarquínia às 0700h de 07 Out.

7 Out 44 - Patrulhas do Destacamento FEB entram, sem encontrar


resistência, em Gallicano, Fabricche e Cardoso. Com isso, a FEB toma
o domínio da rodovia transversal Fabbriche-Coreglia-Antelminelli,
assegurando o nosso eixo de suprimentos. Recebe a informação de
que Barga está desocupada pelo inimigo.
- Um contra-ataque inimigo é repelido em Fornaci pelo Btl Silvino
(III/6º RI) (Castello Branco, 1960, p. 201).

8 Out - O IV Corpo determina o deslocamento do Btl Gross (I/6º RI)


para Camaiore, mantendo a sua situação de reserva do Destacamento
FEB. A localidade de Barga é ocupada pela 8ª Cia/III/6º RI enquanto
a 7ª Cia ocupa Gallicano sob fogo de Art e Mrt partidos de Monte
Faeto e Cotas 408 e 437 (Simões, 1967, p. 79).

9 Out - Patrulhas brasileiras alcançam a região de Barga-Gallicano


vencendo pouca resistência.
- O I/6º RI, que estava na Reserva do IV Corpo, retorna ao RI. A sua
2ª Cia ocupa Coreglia, cobrindo uma brecha de 8 Km entre as tropas
brasileira e NA. Enquanto isso, o II Btl cerra o dispositivo para a linha
Trassilico - Colomini - Faeto e o III Btl mantem Elm em Albiano,
Catagna e Sommocolonia (Simões, 1967, p. 79).
- Chegada à Itália do Pelotão de Sepultamento da FEB (Piovesan,
2017, p. 115).

10 Out - Patrulhas brasileiras ultrapassam a transversal Barga-Gal-


licano e atingem a linha Foce de Celio-Castelvecchio. Outras não con-
seguem chegar a Treppignana, Sommocolonia e Monte Renaio por
força da artilharia inimiga.
- O 6º RI expede a sua OPO nº 7, determinando o reinício do avanço a
11 Out.

11 Out - O Destacamento FEB consolida a conquista da cidade de


Barga e as alturas da localidade de Gallicano, embora recebendo
fogos de morteiro e de metralhadoras.
96

- O 2º e o 3º Escalões de Embarque, sob o comando dos generais Cor-


deiro de Farias e Falconiére da Cunha, chegam à área de estaciona-
mento da Quinta Real de San Rossore em Livorno encontrando um
acampamento “dotado de todos os recursos higiênicos e disposto em
ordem impecável” (Moraes, 1947, p. 54).

12 Out 44 - Cumprindo novas ordens, o III/6º RI avança para a linha


Monte Faeto-Cota 437-San Piero-Caproni-Albiano-Catagnana-Monte
Vano. Por sua vez, o II Btl ocupa Fabbricche e destaca uma Cia para
Trassilico (Castello Branco, 1960, p. 203).

Desembarque de tropas do 2º escalão da FEB em Nápoles, Itália. (Fonte:


CPDOC/FGV – Fundação Getúlio Vargas).

13 Out - As 8ª e 9ª Cias do Btl Silvino (III/6º RI) avançam para o nor-


te ao longo da vertente oriental do rio Sercchio. Patrulhas ocupam
97

Catagnana, Albiano e Monte Faeto (desocupado logo após por falta


de munição) (Castello Branco, 1960, p. 203).
- O inimigo captura os primeiros PG brasileiros. Foram os Sd
telefonistas Guilherme André de Morais e João Lopes. Este, conseguiu
a fuga e retornou às linhas brasileiras (Simões, 1967, p. 80).
- O 6º RI ocupa a linha Monte Faeto - Cota 437 - San Piero in Campo -
Caproni - Labiano - Catagnana - Monte Vano e mantém alguns Elm
em Sommocolonia (Idem).
- As medalhas de Guerra, Campanha, Combate de 1ª e 2ª Classes são
regulamentadas pelo Decreto nº 16.8-21 (ver 17 Ago).

14 Out 44 - Retornam ao comando do Gen Zenóbio o I/6º RI (Btl


Gross) e o II Grupo de Obuses 105 do 1º ROAR (Brayner, 1968, p.
183).
- O E4 do V Exército, em Relatório, declara que o consumo de mu-
nição está muito alto e se assim continuar o Comando será forçado a
adotar uma atitude defensiva até o dia 10 de novembro (Castello
Branco, 1960, p. 222).

15 Out - Progride o Btl Gross para Borgo a Mozzano e Pian de la


Rocca. O II/1º ROAR chega à região de Cardoso.

15/16/17 Out - Reconhecimentos da FEB localizam tropas inimigas


em Monte San Quirico e em Lama di Sopra.

16 Out - Criação do Centro de Recompletamento de Pessoal no Rio


de Janeiro, destinado a preencher claros abertos em função de baixas
em campanha.
- Visita do Ministro da Guerra do Brasil ao estacionamento brasileiro
de Pisa. A autoridade inspecionou a tropa sob o comando do General
Osvaldo Cordeiro de Farias, inclusive as tropas recém-chegadas nos
2º e 3º escalões.
- Visita do Ministro da Guerra do Brasil à Secção Brasileira de Base
da FEB, chefiada pelo então Coronel João Pinto Pacca, em Livorno.
- A Engenharia da FEB instala uma ponte na região de Castellacio
melhorando as condições de movimento.
98

Zona de Ação da FEB. Fonte: Simões, 1967, p. 71.


99

17 Out 44 - Visita do Ministro da Guerra do Brasil ao Destacamento


FEB, comandado pelo Gen Zenóbio da Costa. A autoridade quis ver a
tropa em ação, tendo passado o dia junto à mesma e assistido o início
de um ataque. O Ministro foi também ao PC do III/6º RI em Bolog-
nana, onde almoçou.
- Nesta oportunidade, por iniciativa do Gen Dutra, a partir de uma
recomendação do Gen Mark Clark, houve a adoção do distintivo da
FEB “A cobra está fumando”, o que foi imediatamente aceito pelas
autoridades e pela tropa em geral. Conforme o site do Batalhão Suez:

A insígnia da FEB é formada por uma cobra verde que es-


tá fumando um cachimbo, sobre um fundo amarelo. Em cima da
figura da cobra está escrito BRASIL, em branco sobre um fundo
azul. O contorno do emblema é em vermelho. [...] O fundo ama-
relo, a cobra verde, as letras brancas e o fundo do letreiro em
azul, representam as cores da bandeira; a borda vermelha sig-
nifica a guerra. A cobra fumando foi o símbolo escolhido em
resposta a um repórter carioca que dizia "é mais fácil a cobra
fumar do que o Brasil entrar na guerra"
(www.batalhaosuez.com.br).

O desenho foi de autoria do Cel Aguinaldo José de Senna Cam-


pos, Chefe da 4ª Secção da 1ª DIE (Dulles, 1979, p. 80 apud Senna
Campos, 1970, p. 95). Existem várias versões sobre a origem da co-
bra fumando (ver John Foster Dulles, 1979, p. 80, nota de rodapé).

O distintivo da FEB. A cobra fumando


cachimbo (Fonte: reina.com.br).
100

18 Out 44 - Regresso de Pisa para Nápoles do Ministro da Guerra do


Brasil. Nesta oportunidade, o Gen Mascarenhas entrega um docu-
mento seu dirigido ao Presidente Vargas manifestando a sua incon-
formidade com a ideia de ser criado na hierarquia o posto de “Te-
nente-General”, à semelhança do Exército NA. A ideia não vingou.
- Começa a funcionar um PC Avançado da 1ª DIE em Quiesa para as
operações no Vale do Sercchio. O QG da DIE continua em San
Rossore.
- O IV Corpo determina a paralisação temporária das operações e a
manutenção das atuais posições.

Bacia do rio Serchio. Fonte: Simões, 1967, p. 85.


101

19 Out 44 - Criação da “Secção Especial do Comando da FEB” na


Itália (Moraes, 1947, p. 256).
- Nesta data, o Gen Zenóbio, já tendo o apoio de uma Cia CC norte-
americana e do II/1º ROAR, passa a aguardar a autorização do IV
Corpo para iniciar a ofensiva em direção a Castelnuovo di Garfag-
nana.

20 Out - A área brasileira do estacionamento de San Rossore recebe


a visita do Gen Mark Clark, Cmt do V Ex, com honras militares, acom-
panhado pelo Gen Mascarenhas.
- Em OGO nº 14 desta data, o Gen Zenóbio determina os preparativos
para a conquista de Calomini, Molazzana, Treppignana e Lama di
Sopra.
- Publicado no BI/1ª DIE, o Gen Mascarenhas cria o cargo de Inspe-
tor-Geral do 1º Escalão da FEB e o atribui ao Gen Olympio Falconieri
da Cunha (Moraes, 1969, p. 208).
- Identificada a presença da 232ª DI Alemã na área de Castelnuovo di
Garfagnana mediante interrogatório de prisioneiros.
- Uma brigada de “partigiani” liberta a localidade de Gaggio Montano
dos alemães (Rigoni, 2006, p. 127).

21 Out - A 2ª/I/6º RI avança para Coreglia em substituição ao 2º Pel


Rec.
- Um Pel Fzo da 7ª/III/6º RI avança para Albiano para substituir ou-
tro Pel da 8ª Cia do mesmo RI (Castello Branco, 1960, p. 205). A 8ª
Cia ocupa Albiano e Catagnana (Santim, 2015, p. 50).

22 Out - A 4ª Cia (II Btl) é substituída no flanco W da ZAç por Elm da


Task Force 45.
- O IV Corpo libera tropas brasileiras que estavam diretamente em
seu poder, ou sejam, o I/6º RI e uma Cia Fzo do II/6º RI (Btl Oest).
- Uma patrulha do 6º RI comandada pelo 2º Ten Manuel Barbosa da
Silva choca-se contra o inimigo. Morreram o Tenente, o Sgt José
Ferreira de Barros, o Cabo Amintas Pires de Carvalho e os soldados
Mário Gonçalves da Silva e Guilherme Barbosa de Melo (Simões,
1967, p. 80), mas são feitos 80 PG inimigos.
102

- Em face do atraso na entrega do armamento NA não foi possível, a


partir desta data, iniciar o Período de Instrução da FEB nas áreas de
Filetolle e San Rossore (Moraes, 1969, p. 206).

23 Out 44 - O Boletim do 6º RI, assinado pelo Cel Cmt, publica um


resumo das atividades até esta data (Idem). O teor é o seguinte:

A 15 de setembro o Regimento substituiu, nas alturas de


FILETTOLE o 334° RI, americano. Um mês depois havíamos
progredido 28 Km para o norte e conquistamos 236 quilo-
metros quadrados, contendo para mais de cem mil habitantes.
Por nossas forças brasileiras tendo sempre à frente o 6° Regi-
mento de Infantaria, foram libertadas as cidades de Massaro-
sa, Camaiore, Pescaglia, Borgo a Mozzano, Fornacci e Barga
além de várias dezenas de vilas, entre as quais Nozzano, Le
Corti, Quiesa, Bozzano, Valpromaro, San Martino in Fredana,
Orbicciano, Lopeglia, Fiano, Montemagno, Vado, Lombrici, Ca-
soli, Pomezzano, Pascoso, Campolimisi, Fabbriche, Diécimo,
Pian della Rocca, Grivizzano, Cardoso, Bolognana, etc. Se é
verdade que muitas localidades foram ocupadas sem operação
em outras como Massarosa, Quiesa, Camaiore, Pian della Roc-
ca, etc., entramos sob o bombardeio de artilharia e da mesma
forma não saíram de nossa memória o ataque ao MONTE PRA-
NO com a audaciosa patrulha comandada pelo Tenente CA-
BRAL e os ataques a VALIMONA, ACUTO e M. SAN QUIRICO,
onde perderam a vida oito companheiros, ficando feridos mais
trinta homens. Em compensação aprisionamos oitenta inimi-
gos, muitos dos quais durante a luta. Nenhum caso tivemos de
covardia e vários atos de bravura foram assinalados, sobres-
saindo-se o praticado pelo soldado CESÁRIO AGUIAR que, feri-
do, continuou atirando com o seu FM até que a morte o colhes-
se. É para mim motivo de satisfação e orgulho ter comandado
com êxito o 6° Regimento de Infantaria, já possuidor de honro-
sas tradições de trabalho e alto grau de instrução no Exército
Nacional, nessa fase em que o 6° RI, como Unidade vanguar-
deira da Infantaria Brasileira soube colher os primeiros louros
para o estandarte e algumas glórias para o Pavilhão Nacional
em território europeu, nesta Segunda Guerra Mundial (Simões,
1967, p. 80/82).
103

24 Out 44 - Ocupação de Sommocolonia pelo Destacamento FEB


(Mo-raes, 1947, p. 256). A pequena guarnição de italianos que
defendia a posição se rendeu sem luta. A partir daí, a manutenção
dessa posição dependia de reforços que nunca chegaram (ver 31
Out).
- Tentativa frustrada de ocupação de Monte San Quirico e Castel-
vecchio pelo Dst FEB.
- Início das atividades do Grupo de Caça da FAB na Toscana, incor-
porado ao 350º Grupo de Caça da USAF.

25 Out - Ocupação pelo Destacamento FEB das regiões de Tras-


silico e Verni. Uma Diretiva Geral do Cmt da FEB reestrutura o
comando, retornando o Gen Zenóbio à ID. Cordeiro de Farias
reassume toda a sua Artilharia.
- O Dst FEB passa a ser empregado diretamente pelo Gen Masca-
renhas (Brayner, 1968, p. 188).

26 Out - O Cmt do 2º Corpo de Exército suspende as operações que


vinha realizando em face do desgaste da tropa, determinando que
fosse mantida a linha Livergnano-Monte Castellaro-Monte Cercere na
Linha Gótica (Castello Branco, 1960, p. 221).

27 Out - O Dst FEB realiza uma forte barragem de fogos na sua ZAç.

28 Out - O Destacamento FEB consolida a posse de Monte Faeto.


- Identificada a Divisão italiana Monterosa na ZAç do Dst FEB atra-
vés do interrogatório de PG italianos.
- O PC da DIE é transferido de Quiesa para Ponte a Moriano.
- O Gen Zenóbio expede a sua OGO nº 15, desta data, com o pla-
nejamento do avanço e das operações de conquista dos objetivos
(ver 30 Out) em sua ZAç.

29 Out - Ocupação de Callomini pelo Destacamento FEB. O I/6º RI


recebe a ação principal.
- O Gen Mark Clark marca para o dia seguinte uma importante reu-
nião em Futa.
104

- Em Pisa, junto à catedral, um grupamento da FEB canta o Hino


Nacional (https://www.youtube.com/watch?v=Mo5EDpJ-Jtk).

30 Out 44 - Às 0800 h o Btl Gross/6º RI inicia o ataque a E do


Sercchio a partir da linha Albiano-Catagnana-Sommocolonia. A
2ª/I/6º RI con-quista a região de La Rochette. Conquista de Lama di
Sotto, Lama di Sopra, Pradoscello, Pian de los Rios, Cota 906, Colle e
Monte San Quirico pelo Destacamento FEB. Estava concluída a 1ª
fase, ficando a tropa atacante a quatro Km de Castelnuovo di
Garfagnana.
- Conferência no QG do V Exército no Passo de Futa entre os coman-
dantes, quando ficou decidida a rocada (mudança de Zona de Ação)
da 1ª DIE para o Vale do Reno e uma defensiva temporária para
descanso da tropa. Para isto, a DIE teve que ser agrupada na região
de Porreta Terme (Moraes, 1969, p. 206).
- A 6ª Divisão Sul-africana passa ao comando do IV Cp de Exército.

31 Out - O inimigo contra-ataca às 0200 h na frente da 3ª Cia/I/6º RI


chegando ao PC/3ª Cia e recuperando posições perdidas na véspera,
principalmente Pian de los Rios e Barga. Sommocolonia também foi
violentamente recuperada pelos alemães, quando morreu em com-
bate o 1º Ten José Maria Pinto Duarte2, Cmt do 1º Pel da 1ª/I/6º RI.
Sob forte resistência, o inimigo consegue reconquistar as cotas 906 e
1048. A 3ª/I/6º RI retrai para a região ao norte de Albiano e a 1ª Cia
retrai para Catagnana, o que resultou no retraimento de elementos
da 7ª/III/6º RI. A 2ª Cia ficou isolada na área de Lama-Prodoscello,
quando recebeu ordem de retrair para Sommocolonia (Castello
Branco, 1960, p. 212). A tropa brasileira havia sido surpreendida e a
falta de reservas impediu o restabelecimento do dispositivo, já que
as forças inimigas eram numericamente superiores (Simões, 1967, p.
82). Mesmo assim, o avanço do Dst FEB foi de 22 Km.

2 O corpo do Ten Duarte ficou insepulto na neve até o fim da guerra, quando foi
resgatado pelo Cap Atratino, Cmt da CPP 1, e conduzido a Pistóia (Castello Branco,
1960, p. 210).
105

- Este foi um dos mais sérios reveses da FEB, com quatro mortos,
entre os quais o Asp José Gerônimo de Mesquita e o 2º Sgt Geraldo
Berti, mais cinco feridos e 15 desaparecidos. Total de baixas: 59.
- Fim das operações do Destacamento FEB, substituído pelo Gpt
Tático nº 6. Entre 27 e 31 de outubro o Dst FEB havia progredido 40
Km, com 208 prisioneiros, 290 baixas, 13 mortos, várias cidades
libertadas e capturada uma fábrica de munições e acessórios para
aviões em Fornaci (Moraes, 1969, p. 186).
- O Gen Mascarenhas assume o comando efetivo de toda a DIE.
- Início da rocada do Gpt Tático 6 para o vale do Reno, concluída a 9
de novembro.
- Iniciam as missões de guerra do 1º Gp Caça, com os pilotos ainda
enquadrados nas esquadrilhas NA (Cambeses, 2015, p. 53).
- O total de baixas brasileiras até esta data chega a 322 (13 mortos,
sete extraviados, 87 feridos e 215 acidentados).

1 Nov - Com a chegada das demais


Unidades da Divisão, o Comandante da 1ª
DIE assume o controle da totalidade de
seus meios, inclusive das operações que se
desenrolavam no vale do Sercchio.
- O Gen Mascarenhas forma dois sub-
grupamentos táticos para operarem um a
leste do Sercchio e o outro a oeste.

1/2 Nov - Início das operações de


substituição do 6º RI e do II/1º ROAR por
tropas americanas na frente de Garfagnana.
O II/6º RI (Btl Oest) é deslocado para o Vale
do Reno. Início dos reconhecimentos da
nova zona de operações.

Ao lado, militar brasileiro usando fardamento,


equipamento e armamento norte-americanos
(Fonte: reina. com.br).
106

2 Nov 44 - Deslocamento do II/6º RI do vale do Sercchio para a


região de Porretta Terme. O 6º RI, exceto o I e o II Btl, foi movi-
mentado para o Vale do Reno.
- O PC Avançado da DIE é transferido para Porreta-Terme.
- Conforme o Maj Antonio André, após a saída de algumas unidades
do front italiano para a França, permaneceram as seguintes, com os
comandantes:

a) XV Grupo de Exército, comandado pelo inglês Gen Sir Alexander:


b) Dois corpos do V Exército americano: II e IV Corpo, comandados
pelos Ten-Gen Geoffrey Keys e Willis D. Crittenberger, respectiva-
mente;

c) Do II Corpo de Exército faziam parte:


- a 6ª Div Blindada Sul-africana, Major Gen W. H. E. Poole;
- a 88ª DI NA, Maj Gen Paul W. Kandall;
- a 91ª DI NA, Cmt Maj Gen William C. Liversay;
- a 92ª DI - Cabeça de Touro, Gen Edward M. Almond;
- Destacamento Legnano Grupo-Itália Maj Gen Umberto Utili;

d) IV Corpo de Exército, Ten Gen Willis D. Crittenberger:


- a 1ª Div Blindada NA, Maj Gen Veron E. Prichard;
- a 1ª DIE-FEB, Gen Div João Batista Mascarenhas de Moraes;
- a 10ª Div Montanha NA, Maj Gen George P. Hays;
- a DI Touro Vermelho NA, Maj Gen Charles Bolte;
- a DI Gen Custer NA, Maj Gen Jonh B. Coult.

3 Nov - Após escalas em Dakar, Casablanca, Oran, Argel e Tunísia,


chega a Nápoles por via aérea um grupo de 15 enfermeiras. No dia 16
Nov chegam a Livorno em navio-hospital dos EUA (Rigoni, 2016, p.
88).

3/4 Nov - O II/6º RI (Maj Abílio) entra em linha às 2100 h sob


blecaute total substituindo parte da 1ª DB/NA e ocupa as posições de
Torre di Nerone.
107

Enfermeira Virgínia Portocarrero, da FEB. Fonte: Fiocruz.

4 Nov 44 - Deslocamento do III/6º RI (Maj Silvino) para a área de


Mara-no. O II/6º RI (Maj Abílio) entra em linha no vale do Reno.
- O efetivo de PG capturados pela FEB até esta data chega a 258.
- O Gen Mascarenhas passa o comando do setor do Sercchio ao Ma-
jor-General Edward Mallory Almond, Cmt da 92ª DI norte-americana
às 1200 h e se desloca para o Vale do Reno onde se desenvolveriam
as próximas operações. O QG/1ª DIE é avançado para Porreta-Terme,
na Rv 64. A substituição das unidades brasileiras pelas NA foi reali-
zada por batalhões, ficando concluída nesta data (Moraes, 1969, p.
204).
- Chega a Nápoles o primeiro grupo de enfermeiras brasileiras. Fica-
ram impressionadas pelo aspecto da cidade destruída, a situação ca-
lamitosa da cidade, miséria e pobreza, povo desguarnecido de qual-
quer moral ou ética (www.portalfeb.com.br).
- Declaração de Aspirantes do futuro Tenente Francisco Mega na Es-
cola Militar do Realengo. Sua apresentação para a FEB foi em 07 do
mesmo mês (Simões, 1967, p. 178).
108

- Início da fase (até 12 Nov) chamada de Defensiva-Agressiva no Vale


do Reno. A concentração foi desta data até 30 Nov.

Major Elsa Cansanção Medeiros, enfermeira da FEB.


Fonte: youtube.com

5/6 Nov 44 - Entrada em linha do III/6º RI na região de Affrico -


Volpara - Braineta.

6 Nov - Nesta data, através da Instrução de Operações nº 65, do IV


CEx, o Gen Mascarenhas recebe em Porreta Terme a sua primeira
missão de guerra como Cmt da DIE: a preparação dos planos para a
conquista de Castelnuovo di Vergato (não confundir com Castelnuo-
vo di Garfagnana).
- O 2º GO e Órgãos Regimentais são deslocados para a região de Ma-
rano e o 2º Pel Rec acantona em Borgo Capane (Castello Branco,
1960, p. 228).
- Abatido pela Artilharia Anti-Aérea alemã em Bolonha o avião do
Ten Aviador brasileiro John Richardson Cordeiro e Silva, que morreu
preso à cabine do seu aparelho (Idem, p. 529).

7 Nov - O comandante do 6º RI, Cel João Segadas Viana, assume o


comando das forças do seu Setor, inclusive elementos de CC norte-
americanos. A seguir, desloca o RI e o instala em Marano.
109

8/15 Nov 44 - Prosseguem as atividades de substituição, defesa das


posições conquistadas e o grande emprego de patrulhas pela DIE.

8 Nov - Visita do Marechal Sir Harold R. Alexander, Comandante do


XV Grupo de Exércitos ao QG da FEB em Porretta Terme.
- Reunião e estacionamento do I/6º RI (Maj Gross) e do Pelotão de
Reconhecimento na região de Borgo Capanne.
- Diretiva Geral nº 8 do Cmt da 1ª DIE destacando aspectos do com-
bate contemporâneo (na época) entre os quais o treinamento e a uti-
lização das patrulhas, estas com a finalidade de manter contato com
o inimigo e capturar PG.
- Nesta data, uma patrulha brasileira do 6º RI deu um “golpe de mão”
contra uma guarnição de Mtr alemã na região Nordeste de Torre di
Nerone com absoluto sucesso, inclusive captura de prisioneiros ale-
mães e resistência a um contra-ataque inimigo. Destacou-se o Cabo
Marcílio Luiz Pinto, que foi elogiado pelo Gen Mark Clark e recebeu a
medalha Norte-americana Silver Star (segundaguerra.net).
- Até esta data, 23 brasileiros já tinham sido presos pelos alemães.

9 Nov - O Comandante da 1ª DIE assume o comando do Setor Riola -


Marano, o qual compreendia o 6º RI e a Força Gardner. Esta, compu-
nha-se da 3ª Companhia do 6º RI (3ª/I/6º RI) e da Companhia A do
13º Batalhão de Tanques norte-americano.
- O Gen Mascarenhas assume totalmente o comando de toda a 1ª DIE.
- A 3ª/I/6º RI passa à disposição da Força Gardner (Task Force
Gardner), então adida à 1ª DIE.
- O QG Recuado da DIE é transferido de Pisa para Pistóia.
- Até esta data, o grosso da DIE, acampada em Pisa, ainda não rece-
bera o material de guerra indispensável para as operações (Moraes,
1947, p. 107).
- A 1ª DIE expede uma Diretiva de Instrução recomendando o apri-
moramento em combate, as patrulhas e o perfeito entendimento e
integração entre a Inf e a Art.
- Conforme Dennison de Oliveira (2015, p. 107), o 1º Esqd Rec inicia
nesta data a operar como tropa de Infantaria em montanha, o que se
prolongará até 18 Fev 45.
110

- Nesta época, conforme o Gen Mascarenhas (1969, p. 222), “a tropa


brasileira estava insuficientemente instruída e adestrada, sem a
devida coordenação. [...] A deficiência dos efetivos – sete divisões
foram deslocadas da Itália para o sul da França – exigiu o antecipado
emprêgo desses regimentos, com alguns batalhões insuficientemente
adestrados”.
- Bolonha passa a ser o objetivo principal das operações. No dispo-
sitivo do IV Corpo de Exército, a 1ª DIE fica com o setor oeste (es-
querda) do Reno em uma frente de 15 Km (Idem).
- O comando NA passa a usar cortinas de fumaça para encobrir o cor-
te da Rv 64 (Porreta-Terme - Bolonha) e assim possibilitar o trânsito
na mesma.

10 Nov 44 - Início de uma nova fase na Campanha da Itália com a


Defensiva no Vale do Reno.
- O 2º Pel Rec desloca-se para Capugnano e incorpora-se ao Esqua-
drão de Reconhecimento.

11 Nov - O Cmt da DIE expede a sua OGO nº 2 determinando


“sustentar as posições, assegurar as ligações com a 6ª DB Sul-afri-
cana, defender La Serra, Palazzo e Affrico e vigiar a região a oeste de
Porreta-Terme/Venturina” (Brayner, 1968, p. 224).
- Organização da instrução na Itália para o grosso da lª DIE, compos-
ta pelos 2º e 3º Escalões de Embarque.
- Passam para o comando da 1ª DIE as tropas norte-americanas que
guarneciam as regiões de Bombiana e adjacências de Silla e Porretta
Terme.
- O 1º Gp Caça começa a operar em esquadrilhas constituídas so-
mente por brasileiros (Cambeses Jr., 20-15, p. 53).

12 Nov - A Bateria Comando da Artilharia Divisionária da 1ª DIE (Bia


C/AD/1ª DIE), o III Grupo e a 1ª Bia do IV Grupo iniciam seu estacio-
namento em Castel de Casio; o Esquadrão de Reconhecimento (Esqd
Rec) (menos o 2º Pel) acantona em Granaglione, quatro Km ao sul de
Porretta Terme.
111

13 Nov 44 - O 9º Batalhão de Engenharia (9º BE) completa sua


reunião, ficando completo em Suviana.
- Dois grupos 105 e um grupo 155 da Art brasileira deslocam-se para
a região do Reno, onde o Gen Cordeiro de Farias, Comandante da AD,
instala seu QG (cepen.org.br).
- Os grupos passam a ser designados pelos nomes de seus Cmt:
I/1ºROAR – Grupo Levi Cardoso; II/1º ROAR – Grupo Da Camino;
I/2º ROAR – Grupo Souza Carvalho; e I/1º RAPC – Grupo Panasco
Alvim (Moraes, 1969, p. 207).
- Instalação em Pistóia-Suviana da Esquadrilha de Ligação e Obser-
vação (ELO) da Artilharia Divisionária, com dez aviões Piper-Cub-LH
de 65 HP, tendo como pilotos oficiais da Força Aérea Brasileira. As
observações de tiro e as missões de reconhecimento aéreo ficaram
entregues à Artilharia Divisionária.

14 Nov - Início da defensiva agressiva da 1ª DIE. O II/6º RI con-


quista e ocupa a cota 670 (Leste da Torre di Nerone) no Setor Sul-
Norte. É a primeira tropa brasileira a entrar em combate nesta nova
fase.

15 Nov - O Destacamento Nelson de Mello substitui a Task Force


Gardner e cerra sobre Boscaccio e Montecavalloro (Castello Branco,
1960, p. 232).
- Em discurso na solenidade comemorativa à proclamação da Repú-
blica, o Ministro da Justiça e Cônsul-Geral do Brasil em Roma Vasco
Tristão Leitão da Cunha faz referência ao fato de submarinos italia-
nos terem afundado navios brasileiros quando o nosso país ainda era
neutro (Simões, 1967, p. 169).

16 Nov - O Cel Nelson de Mello, então Sub-Cmt do 6º RI, assume o


comando do Quarteirão Leste (Sub-setor leste).
- O I/6º RI (Gross), agora formando o Grupamento Nelson de Mello,
pertencente ao Sub-setor leste, conquista e ocupa as alturas de Bos-
caccio, Il Sasso, Monte Cavalloro, estabelecendo ligação com a 6ª
Divisão Sul-Africana em Lissano.
- Em discurso no banquete comemorativo aos sete anos do Estado
Novo, Getúlio Vargas disse que a participação do Brasil não se devia
112

somente por revide às agressões alemães/italianas mas também


pelos benefícios que o país podia adquirir entre as nações ven-
cedoras (Lira, 2017, p. 159).

17 Nov 44 - Repelidas várias ações inimigas em Il Sasso e Cota 670.


- O II/6º RI (Abilio) ocupa a Cota 702 e o Dst Nelson de Mello ocupa
as regiões de Monzone e Lissano.

Acima: O Cmt IV Cp Ex, Gen Crittenberger, em 13 Nov 44, cumprimenta o Sgt


Onofre Rodrigues de Aguiar e sua patrulha, a qual aprisionou uma guarnição
inteira de uma posição de Mtr alemã em 8 Nov 44 na região de Torre di
Nerone. Fonte: Moraes, 1969, p. 221.

18 Nov - Repelido um ataque inimigo local (golpe de mão) na região


de Affrico.
- Repelido um golpe de mão inimigo em Monte Cavalloro. O inimigo
retoma a Cota 702.
113

- Modificada a Zona de Ação da 1ª DIE, que passa a ser a região entre


a estrada 64 e o rio Marano. O Dst Nelson de Mello recebe ordem de
cessar o movimento ofensivo e consolidar as posições já conquis-
tadas em Il Sasso, Montecavalloro e Boscaccio (Moraes, 1947, p. 110).
- Na data limite para entrega do material destinado aos 1º e 11º RI
esta providência não foi ultimada.
- A DIE recebe ordens de passar o Esqd Rec à disposição do 2º Grupo
Blindado NA. Recebe também a ordem para passar, a partir de 22,
um Btl do 6º RI à disposição da Task Force 45 (Castello Branco, 1960,
p. 232).
- Na OGO nº 68 desta data o Cmt do 4º CEx estabelece para a 1ª DIE a
conquista e manutenção da linha de alturas Monte Castello-Monte
Della Torraccia-Monte Terminale em operação confiada à Task Force
45 (Castello Branco, 1960, p. 241/243).

19 Nov 44 - Início do reajustamento da 1ª DIE no vale do Reno. As


OM Inf são deslocadas para o setor Marano-Riola. Nesta noite, o II/1º
RI (Btl Sizeno Ramos Sarmento). Um Btl da DIE é requisitado para
Reserva do CEx. O inimigo é repelido em Monte Cavalloro e Il Sasso.

19/20 e 21 Nov - Concentração do 1º RI na zona de combate (região


de Borgo Capanne), após deslocamento noturno de Filetolle para a
área de Marano-Riola. Ocupa a sua área o II/1º RI (Btl Sizeno),
substituindo o II/6º RI/Maj Alípio (Santim, 2015, p. 56). Em seguida,
o III/1º RI (Maj Franklin) substitui o III/6º RI (Btl Silvino Castor da
Nóbrega).

20 Nov - Repelida uma infiltração inimiga em Affrico.


- Morte em combate nos Apeninos do Ten Amaro Felicíssimo de
Oliveira, Sub Cmt do pelotão do Ten Braz Teixeira do Esqd Rec FEB.
Os seus companheiros não conseguiram resgatar o corpo por ação do
Ini. Seu cadáver só foi encontrado em 02 Abr 45 atrás de uma casa
em Montiloco, Gaggio Montano (Piovesan, 2017, p. 231/232).

21 Nov - O Cmt do 2º CEx informa ao Cmt da DIE que


114

“iria desencadear as operações contra o maciço Monte


Castello - Monte Della Torraccia - Monte Terminale antes de pros-
seguir com as que vinham sendo realizadas pelo 6º RI” (Castello
Branco, 1960, p. 233).

- O ataque fica previsto para 24 Nov. Com isso, fica sem efeito o pla-
nejamento da 1ª DIE e sustada a execução para a conquista de Cas-
telnuovo di Garfagnana. O objetivo do Gen Alexander foi o de desen-
cadear ações locais “obrigando os alemães a tamponar com reservas
pontos sucessivos da frente” (Meira Mattos, 1983, p. 147). Os obje-
tivos dos primeiros ataques a Monte Castello devem ser interpre-
tados dentro desta estratégia, juntamente com o objetivo de retirar
dos alemães vistas e fogos sobre a Rodovia 64 (Rv 64).
- A OGO nº 4 determina a substituição do 6º RI pelo 1º RI (exceto o I
Btl) já nos preparativos para o primeiro ataque a Monte Castello.
- O 1º RI (menos o I Btl) começa a substituição do 6º RI ocupando
Volpara, Affrico, Torre di Nerone e Turziano.
- Entrada em ação do 1º RI (- o I Btl) na área de Riola, substituindo o
6º RI. Ocupa a sua área o III/1º RI (Btl Franklin) em Borgo Capane. O
II/1º RI (Btl Syzeno) é deslocado para Riola.

21/22 Nov - Deixa a área de Filetolle, à noite, o I/1º RI (Btl Uzeda)


em direção a Borgo-Capane. O III/1º RI é deslocado para Riola.
- No dia anterior, nos reconhecimentos realizados pelo 1º Esqd Rec
para as ações sobre Monte Castello morre em Montilocco o 1º Ten
Amaro Felicíssimo da Silva (Oliveira, 2015, p. 108).

22 Nov - O 1º RI instala o seu Posto de Comando (PC) na região de


Marano. Sua missão é a de manter a região Torre di Nerone-Africo
entre Soprassasso e o rio Marano. O Cel Caiado de Castro guarnece
Torre di Nerone com o III Btl (Maj Franklin) para impedir ameaças
inimigas sobre a Rota 64 (Marano-Riola).
- Batismo de fogo do Regimento Sampaio. O inimigo realiza suces-
sivos golpes de mão sobre as posições de Torre di Nerone e uma ação
de patrulha sobre Monte Cavalloro, mas foi repelido, tendo 36 mor-
tos. O inimigo desencadeia forte concentração de Art e Mrt nas posi-
ções brasileiras.
115

- Final do trabalho de recebimento de material bélico para o grosso


da 1ª DIE (2º e 3º Escalões de Embarque).
- Concluídas as ações de reconhecimento do 1º Esqd Rec para o
ataque a Monte Castello.

23 Nov 44 - Partida do 4º Escalão de Embarque (4.976 homens) do


Rio de Janeiro para a Itália, a bordo do USS Gen Meiggs, escoltado
pelos cruzadores Omaha e Rio Grande do Sul e pelo Contratorpedeiro
Marcílio Dias. O 4º Esc era composto de: Depósito de Pessoal, Cia Dep
Int; Correio Regulador; Grupo de Tradutores, praças avulsas, um
correspondente de guerra (Joel Silveira, dos Diários Associados),
quatro funcionários civis do Banco do Brasil, quatro oficiais da Mari-
nha de Guerra e 37 praças da Aeronáutica (www.sentando-
apua.com.br).
- Deslocamento do I/1º RI (Uzeda) para Silla.
- O III/6º RI começa a substituição da Cia E/2º/370º RI (NA) em
Bombiana nos preparativos para as operações de ataque.
- A Task Force 45 ultima seus preparativos para o primeiro ataque
aos Montes Belvedere, Castello, Della Torraccia e Terminale (Castello
Branco, 1960, p. 237).

24 Nov - Ultrapassagem da Linha de Partida (0600 h) e início das


operações.
- Primeiro ataque da Task Force 45 com o 2º Batalhão do 370º Regi-
mento de Infantaria, sob o comando do Brigadeiro-General Paul Ru-
tledge, à qual estavam adidos o nosso III/6º RI (Btl Silvino) e o 1º
Esqd Rec, contra Monte Castello, sem resultado positivo. A missão do
Btl Silvino era

Atacar na direção Bombiana - Monte della Caselina - Monte


Terminale, de modo a conquistar as alturas de Monte Terminale-
Cotas 997-977 devendo, antes, apossar-se da linha Monte Cas-
tello - Monte della Casellina em ligação com o 2º Btl do 370º RI NA
à esquerda.
116

- O Esqd Rec recebeu a missão de cobrir o flanco direito do III/6º RI e


ficar em condições de explorar o êxito na direção de Monte Termi-
nale (Castello Branco, 1960, p. 243).
- Conforme Antonio Walter Santim (p. 57) este ataque foi realizado
com a tropa “mal dormida e insuficientemente alimentada, apresen-
tando claros nas suas fileiras”. Apesar do sucesso parcial do III/6º RI,
através da 7ª Companhia, “a 9ª Companhia não conseguiu subjugar
as posições alemãs de Abetaia. Às 1300 h, foi ordenado o retrai-
mento” (DPHCEx, 2015, p. 9).

25 Nov 44 – O Cmt do III/6º RI (Silvino) recebe às 0230 h ordem


para retomar outro ataque a Monte Castello a ser iniciado às 0800 h.
Ocor-re então o segundo ataque a Monte Castello realizado pela Task
Force 45, e pelos III/6º RI, I/1º RI e III/11º RI, que atinge os
objetivos de Belvedere e Castello. Entretanto, conforme o Gen Masca-
renhas

“em face da enorme extensão do objetivo alcançado e por


motivo de desgaste físico de que se achava presa, a tropa atacante
não pode firmar-se no terreno conquistado, sendo rechaçada para
as posições de partida pelos CC alemães” (Moraes, 1947, p. 113).
Pouco faltou parq que conquistássemos Monte Castelo: alguns de
nossos homens chegaram a atingir o topo da elevação. Mas se con-
seguíssemos nos apossar dessa elevação nossas condições seriam
tão precárias que não teríamos meios de repelir os vigorosos con-
tra-ataques que o inimigo, a curto prazo, teria possibilidade de de-
sencadear do Monte Della Torraccia (Idem, 1969, p. 225).

- A 9ª Cia em C. Viteline e a 7ª em Abetaia foram detidas, mas a


posição de Belvedere foi conquistada e mantida pela Task Force 45
(ver 28/29 Nov), o que facilitaria as ações futuras (DPHCEx, 2015, p.
10).
- Ao final da jornada, o Cmt do 4º CEx decide passar o I/1º RI ao co-
mando da Task Force para prosseguir nos ataques às posições ini-
migas e reverter à 1ª DIE o III/6º RI e o 1º Esqd Rec (Castello Branco,
1960, p. 247).
117

- Diretiva Geral do Cmt da 1ª DIE assumindo a direção das operações


na área de Garfagnana. O Gen Zenóbio retorna ao comando da In-
fantaria Divisionária (ID/1ª DIE).
- A Intendência da FEB instala o Ponto de Distribuição da DIE em
Pieve del Capane, o qual funcionou até 01 Abr 1945.

26 Nov 44 - Nova ampliação no setor confiado a 1ª DIE, o qual


passou a abranger a região de Monte Castello. Revertem ao comando
bra-sileiro o 1º Esquadrão de Reconhecimento e o III/6º RI.
- O Cmt da DIE recebe o comando global de sua Divisão por determi-
nação do IV Corpo de Exército.
- O III/11º RI (Btl Cândido) é deslocado para as proximidades da
zona de combate da Divisão Brasileira.
- O III/6º RI (Silvino) repele um ataque local alemão ao sul de Monte
Castello.
- O Gen Mascarenhas recebe a visita do Gen Crittenberger às 0600 h
em Porreta-Terme. Reúnem-se reservadamente os dois chefes, quan-
do o Cmt brasileiro exige que a FEB não fosse mais colocada sob
comando NA. Acertam ambos os próximos procedimentos visando
Monte Castello, inclusive o emprego da 1ª DIE “em conjunto, sob um
comando único” (Brayner, 1968, p. 246).
- O setor brasileiro, que abrangia a área de Brainetta-Querceto, passa
a abranger Bombiana-Monte di Gaggio e também a Vila de Gaggio
Montano.
- A Instrução de Operações nº 71 do IV Corpo passa a totalidade da
1ª DIE ao comando do Gen Mascarenhas e prescreve capturar a crista
de Monte Belvedere para o norte, inclusive Monte Castello. O ataque
tinha o objetivo de impedir que o inimigo continuasse a ter vistas e
fogos sobre a Rota 64 e fica previsto para a manhã do dia 29 (Castello
Branco, 1960, p. 249). A 1ª DIE passa a ser protagonista de suas
próprias ações, embora continue enquadrada.

27/28 Nov - Entrada em Linha do III/11º RI (Btl Cândido) em Silla,


após o deslocamento, à noite, de Filetolle para a região de Marano-
Riola.
118

28 Nov 44 - O I/1ºRI (Btl Uzeda) desloca-se de Gaggio Montano às


1900 h afim de ocupar posição para o 3º ataque a Monte Castello
(Uzeda, 1952, p. 34). Foi o batismo de fogo do Batalhão Uzeda.
- O III/6º RI (Maj Silvino) passa à reserva da 1ª DIE na região de
Livrone-Casellina.

28/29 Nov - O inimigo ataca as posições das tropas norte-america-


nas em Monte Belvedere/Corona, desalojando-as da crista daquela
elevação e deixando descoberto o flanco esquerdo da 1ª DIE.
- O sub-setor de Oeste na frente do 1º RI sofre pesadíssimo bom-
bardeio.

29 Nov - Entrada em linha do II/11º RI (Btl Ramagem) em Lustrola,


após deslocamento noturno, na véspera, de Filetolle para a região de
Marano-Riola.
- Novo ataque a Monte Castello a partir das 0800 h, em missão se-
cundária, este sob a responsabilidade do comando brasileiro e que
redundou em revés para as nossas armas. A operação obedeceu às
prescrições da OOp nº 7 da 1ª DIE. Este ataque teve um Grupamento
sob o comando do Gen Zenóbio com o I/1º RI (Uzeda) e o III/11º RI
(Cândido) em primeiro escalão; o III/6º RI (Silvino) ficou em reserva.
O Major Uzeda lançou a 3ª Cia Fzo (Cap Mandim) pela esquerda; pela
direita, a 1ª Cia Fzo (Cap Everaldo); e reserva: 2ª Cia Fzo. Houve a
participação de três pelotões de CC americanos. O apoio de fogo foi
dos I, II e III Grupos Art. Não foi possível contar com a colaboração da
Aeronáutica. A 3ª/I/1º RI sofreu muitas baixas em face dos fogos
ajustados de Mazzancana, Fornace, Cargé, cotas 875 e 803, Fornello,
cota 887, Abetaia, Valle e Falfare (Brayner, 1968, p. 258).
- Este ataque não contou com o fator surprêsa e durou o dia inteiro.
Ao meio-dia as ações já estavam comprometidas. No final do dia hou-
ve flutuações na frente do Btl Uzeda (I/1º), o qual retornou à Posição
de Ataque por força dos bombardeios e dos contra-ataques, já com
mais de 150 baixas. Com isso, o Btl Silvino também retraiu. Como já
estava escurecendo, o Escalão de Ataque retraiu e o ataque ficou
abortado. Houve 190 baixas. Os dois Btl do Escalão de Ataque haviam
chegado à ZAç recentemente, sem nenhuma experiência de combate.
119

Conforme o Cel Manoel Thomaz Castello Branco (1960, p.


251/252) a tomada do dispositivo quebrou o sigilo das operações e o
retraimento prematuro dos norte-americanos em Monte Belvedere
deixou o flanco esquerdo da DIE sem cobertura, o que permitiu aos
alemães liberdade de ação na região.

30 Nov/1 Dez 44 - Chegada do I/11º RI (Btl Jacy) a Granaglione,


após deslocamento noturno de Filetolle para a área de destino.
Entrada em linha do II/11º RI (Btl Ramagem), após deslocamento de
Lustrola para Silla.
- Intensa atividade de patrulhas alemãs e inquietação com fogo de
Mrt 170 nesta noite.

1 Dez - As demais frações do 11º RI são deslocadas para Borgo


Capane. O I/11º cerra sobre Silla, substituindo o I/1º RI em Le Ronc-
cole - Cse Guanella. Conclusão do reajustamento da 1ª DIE no vale
do Reno. Pela OGO nº 8, a DIE retoma a defensiva mantendo as
regiões de Monte Cavaloro, Boscaccio, Torre di Nerone, Affrico,
Bombiana, Le Roncole e Gaggio Montano.

2 Dez - A partir das 2100 h ocorre uma intensa e agressiva ação de


patrulhas inimigas no setor do I/11º RI (Maj Jacy) em Guanella, pro-
vocando o retraimento desordenado do Btl. A Art foi acionada mas a
situação beirou o pânico e confusão, restabelecida a ordem pela
intervenção do III/6º RI (Btl Silvino). Conforme o Gen Mascarenhas
foi “por falta de preparação psicológica” do I/11º RI (Moraes, 1969,
p. 234). Em 12 Dez, o I/11º RI participou, já recuperado psicoló-
gicamente, do ataque a Monte Castello.
- Na noite de 1/2 é substituído o Btl Uzeda, passando este à Reserva
da DIE.
- Ocorre o primeiro sepultamento brasileiro em Pistóia (Rigoni,
2006, p. 161)

3 Dez - Durante a madrugada o controle da situação foi prontamente


restabelecido pela Art e pelos outros batalhões do mesmo RI, e prin-
cipalmente pelo III/6º RI (Maj Silvino) que, mesmo extenuado,
permitiu novamente a articulação da tropa brasileira.
120

4 Dez 44 - Conclusão da rearticulação e dos reajustamentos na


frente da 1ª DIE, iniciados na véspera. O Gp de Caça da FAB desloca-
se para a região de Pisa.

5 Dez - Pela Instrução de Operações nº 72, desta data, o Cmt do IV


Corpo determinou à 1ª DIE capturar e manter a crista Monte Belve-
dere-Monte Della Torraccia e ficar em condições de atacar Castel-
nuovo e Monte Della Croce. O Gen Mascarenhas posiciona-se con-
trário ao ataque e expõe a sua opinião ao Cmt do IV Corpo.

6 Dez - Expedida a OGO nº 6 da DIE e iniciado o cuidadoso reco-


nhecimento do terreno pelos generais Mascarenhas, Zenóbio e Cor-
deiro de Farias para o cumprimento da missão recebida na véspera.
O Cmt da DIE decide escolher Monte Castello como objetivo prin-
cipal. A data do ataque ficou marcada para 12 de dezembro.
- Início dos bombardeios da Artilharia brasileira sobre Monte Cas-
tello.

7 Dez - Chegada a Nápoles do navio com o 4º Escalão de Embarque,


constituído pelo Depósito de Pessoal, diversas outras frações e
órgãos de apoio. A partir de Nápoles, deslocou-se em um navio e LCI
para Livorno e daí em caminhões para a Quinta Real de San Rossore.
Alguns dias depois seguiu destino para Staffoli, localidade a 30 Km
de Pisa (Castello Branco, 1960, p. 165).
- O Min da Guerra autoriza os funcionários do Banco do Brasil da
Agência da FEB na Itália ao uso das insígnias dos postos aos quais
foram arvorados (elevação provisória a cargo).

8 Dez - O Regimento Sampaio passa à reserva da 1ª DIE, sendo


substituído pelo 6º RI. O 1º RI acantona na região de Silla/Porreta,
com o PC em Corvela (Carvalho, 1952, p. 93).

9 Dez - A aviação inimiga bombardeia tropas brasileiras em des-


locamento nas proximidades de Porreta Terme.
- A DIE expede a sua OGO nº 10 fixando a composição do Gpt Ataque
e o dispositivo para a ação sobre Monte Castello. O 1º RI desloca-se
nesta noite para a sua ZReu em Guanella. As condições de deslo-
121

camento e ocupação da LP foram as piores possíveis em face da


chuva e do frio (Castello Branco, 1965, p. 264).
- Reconhecimentos brasileiros dão conta de que a posição de C.
Vitelline estava desocupada (Idem).

10 Dez 44 - Reconhecimento realizado nesta noite pelo Pel do Ten


Mário Montanha Bezerra (4ª Cia do III/11º RI) enfrenta grossas
concentrações de Art inimiga ao Norte de C. Vitelline tendo retor-
nado com várias baixas, inclusive do Ten comandante (ferido) e um
Sgt morto. Não conseguiu o Pel Fzo cumprir totalmente a sua missão
(Ibidem).
- O Ponto de Distribuição da FEB sofre um ataque aéreo inimigo às
0600 h. Os danos só não foram maiores em face da imperícia do
piloto alemão.

11 Dez - Expedida a OGO nº 11 da 1ª DIE com a operação de ataque


sobre Monte Castello a partir das 0630 h de 12. Ainda nesta data, o
Gen Mascarenhas expede o Aditamento à OGO nº 11, determinando à
Cia PP do 11º RI: “Cooperar, mediante pedido do 11º RI, em benefício
do Escalão de Ataque” (Castello Branco, 1965, p. 263).
- A DIE realiza uma ação diversionária na ZAç do 6º RI, mas os norte-
americanos realizam prematuramente um bombardeio sobre Monte
Belvedere prejudicando a operação brasileira.
- A Eng/FEB, em apoio ao Btl de Saúde, restabelece o tráfego no
interior da região de Porretta Terme, onde uma bomba de avião ale-
mão havia causado enormes danos. Do interior das casas destruídas
foram retirados 21 cadáveres, inclusive de prisioneiros alemães que
aguardavam interrogatório (Simões, 1967, p. 119).
- Concentração do pessoal do 4º Escalão de Embarque em San
Rossore.

12 Dez - À 0000 h, o III/11º RI desloca-se de Borgo Cappane para a


sua ZReu, completando o movimento às 1400 h.
- Os alemães atacam violentamente a parte de Monte Belvedere ain-
da ocupada pelos norte-americanos (FT 45), desalojando os mesmos
dessa posição.
122

- O Regimento Sampaio entra em posição, à noite, para o 2º ataque à


Monte Castello.
- Segundo ataque brasileiro ao Monte Castello a partir das 0630 h
com maus resultados para as nossas armas. No total, foi o 4º ataque.
Escalão de Ataque: II e III/1º RI. Reserva: I e III/11º RI. Apoio de
Fogo: I, II e IV Grupos Art mais parte do III. Apoio Eng: 9º BE e
Comunicações: 1ª Cia Transmissões.
Conforme o Gen Mascarenhas de Moraes:

“no justo momento da partida do Btl Franklin (0600 h) a ar-


tilharia americana desencadeou prematuramente um bombardeio
diversório sobre Monte Belvedere, quebrando por completo o sigi-
lo operativo” (Moraes, 1947, p. 121).

Em função disso, os dois Btl do Esc Atq atravessaram a LP em


horários diferentes. Um adiantado e outro atrasado. Não houve apoio
da FAB. Mesmo com o emprego da reserva as fortíssimas barragens
de fogo do inimigo não permitiram o avanço. Sob pânico, o I/11º RI
foi obrigado a retrair desordenadamente. Os militares foram proces-
sados pela Justiça Militar e absolvidos (Waack, 2015, p. 153).
- Em Abetaia, ocorreu a morte de 17 expedicionários metralhados
pela defesa alemã, episódio conhecido como o Massacre de Abetaia,
ou “Os 17 de Abetaia”. Com a chegada da noite, às 1500 h o Gen
Zenóbio deu por encerrada a operação, principalmente porque tivera
os dois flancos expostos; foram 145 baixas. Conforme o Cel Manoel
Thomaz Castello Branco (p. 269), as causas do insucesso, que foi o
mais duro revés da FEB na Itália, foram as seguintes:
. terreno íngreme e escorregadio;
. falta de agressividade dos CC/NA;
. ausência de apoio da Força Aérea;
. quebra da surpresa; e
. reconhecimentos incompletos.
- Conforme a interpretação da DPHCEx/CEPHiMEx:

Para o ataque, a 1ª DIE escolheu a manhã de 12 de de-


zembro de 1944. Empregou qutro Batalhões, sendo três em
primeiro escalão, um em reserva e uma companhia, a 5ª do 11°
123

RI, com uma missão secundária, mas de extrema importância


para o sucesso da operação. Essa Companhia deveria progredir
em direção a Mazzancana, de modo a ameaçá-la, impedindo
que essa posição pudesse convergir fogos sobre o chamado
"vale da morte", região por onde deveria progredir a 9ª Com-
panhia do 1° RI. A 7ª Companhia do 1° RI deveria seguir na
direção frontal ao Monte Castelo, para conquistá-lo. Mais ao
leste, a 4ª e a 6ª Companhias do 1° RI deveriam progredir sobre
a região ao norte de Abetaia e por último, as 1ª e 2ª Compa-
nhias do 11° RI deveriam progredir protegendo o flanco leste
do 2° Batalhão do 1° RI. Como reserva, ficou o 3° Batalhão do
11° RI, com suas três Companhias. Porém, a ação da 5ª Compa-
nhia não obteve êxito o suficiente para impedir os fogos de
flanqueamento de Mazzancana sobre o "vale da morte". Desse
modo, os ataques das companhias do 3° Batalhão do 1° RI (7ª,
8ª e 9ª Companhias) ficaram totalmente comprometidos. Do
mesmo modo, a resistência alemã em Abetaia foi tão forte que,
apesar do uso de sua companhia reserva, o 2° Batalhão do 1° RI
também não obteve sucesso. Então, às 14:30 h, todo o escalão
de ataque encontrava-se detido frente às fortes posições
alemãs (DPHCEx, 2015, p. 11).

- Conforme o CPDOC/FGV:

Segundo John F. Dulles, na preparação do ataque de 12


de dezembro, Amauri Kruel, de posse de informações forneci-
das pela 2ª Secção, fez uma avaliação da força inimiga e a apre-
sentou à 3ª Seção (chefiada por Castello Branco), tentando de-
monstrar que o ataque, tal como fora planejado, não teria su-
cesso. Kruel baseava-se em informações de que os alemães ha-
viam se fortificado, cavando trincheiras e colocando minas por
trás das redes protetoras de arame farpado, e de que haviam
também aumentado o número de posições artilhadas em Mon-
te Castelo. Kruel considerava um erro tentar a tomada de Mon-
te Castelo com soldados de infantaria, precisando atravessar
uma longa distância. Monte Castelo tinha 987 m de altitude e os
montes que o cercavam - Belvedere, Gorgolesco, La Torraccia -
variavam entre 1.120 e 1.140 m. Castello Branco, porém, não
aceitou a avaliação de Kruel e, em reunião realizada a 8 de de-
zembro com o General Mascarenhas de Morais, teve seu plano
124

aprovado. O revés sofrido pelos brasileiros significou uma bai-


xa de 145 soldados, entre mortos e feridos.

- A Eng/FEB, em apoio ao Btl de Saúde após o ataque a Monte Cas-


tello, consegue retirar as oito ambulâncias que haviam ficado retidas
pelos bombardeios alemães. Ato contínuo, o Btl Eng foi elogiado pelo
Cel Gardner, Cmt de um Btl CC da Div Bld Sul-Africana, pelo trabalho
realizado na região do rio Reno, o que facilitou o êxito daquele Btl
nas ações sobre Vergato (Simões, 1967, p. 120).
- Visita do Dr. Joaquim Pedro Salgado Filho, Ministro da Aeronáutica
do Brasil, ao QG da FEB, em Porretta Terme.

13 Dez 44 - Reunião dos generais em Taviano. Os generais Clark e


Crittenberger aceitam a exposição de motivos apresentada pelo Cmt
da 1ª DIE para o insucesso da véspera e dispensam temporáriamente
a DIE da realização de operações ofensivas. Entretanto, o Gen
Mascarenhas pensa em renunciar ao comando da FEB. Foi demovido
por amistosa ação do Gen Cordeiro de Farias (ver 14 Dez).
- Começa a defensiva de inverno, chamada de “Defensiva agressiva”
(Brayner, 1968, p. 299). Foi abandonado o lema de Bologna “antes do
Natal” e substituído por “Vale do Pó antes da primavera” e inicia o
período de estabilização da frente, que vai até 18 Fev 1945 (Meira
Mattos, 1983, p. 153/154).

14 Dez – Em entrevista confidencial com o Gen Cordeiro de Farias, o


Gen Mascarenhas manifesta o seu “pensamento de deixar o comando
da FEB”, viajar para o Rio de Janeiro e entregar ao Ministro Dutra o
seu pedido de exoneração. Foi desestimulado pelo Cmt Art FEB
(Moraes, 1969, p. 227).
- Conforme suas próprias palavras “A FEB somente passou a resplan-
decer no cenário da guerra quando em minhas mãos centralizei o
comando periclitante de nossa divisão expedicionária” (Idem).
- Nesta data, militares do 11º RI realizaram várias tentativas para
resgatar o Cap João Tarcísio Bueno, Cmt da 1ª/I/11º RI, gravemente
ferido no contra-ataque brasileiro para retomar posições abandona-
das no Monte Castello. O Cap estava caído em local de difícil acesso e
batido por fogos inimigos. Todas as patrulhas organizadas regressa-
125

ram sem o Cap. Na madrugada do dia seguinte, silenciosamente e


sózinho, o Sd Sérgio Pereira, ordenança do Cap ferido, subiu a mon-
tanha para procurá-lo. Rastejando a maior parte do tempo, encontra
o oficial quase morto e o carrega nas costas montanha abaixo até as
linhas amigas. Demonstrou espírito de corpo, responsabilidade, co-
ragem, iniciativa, subordinação e abnegação.

15 Dez 44 - O II/1º RI (Sizeno) passa à situação de Reserva do IV


Corpo de Exército.

16 Dez - Passagem de comando do V Exército dos EUA do Gen Mark


Clark para o Gen Lucian King Truscott Jr.
- A DIE expede a sua Diretiva Geral nº 17, regulando o trabalho de
EM para o período.

17 Dez - O 1º RI (Cel Caiado de Castro) passa à situação de Reserva


da 1ª DIE.
- A entrega de suprimento pela Intendência da FEB passa a ser feita
pela manhã em vez de ser noturna, sem prejuízo à operações.

21 Dez - À noite, a guarnição brasileira de Torre de Nerone repele


um golpe de mão dos Alemães.
- O setor defensivo da 1ª DIE, que tinha uma frente de 18 Km, de
Monte Belvedere a Lissano, passa a ser inteiramente coberto por
uma densa camada de neve, chegando a temperatura a atingir os 18
graus centígrados negativos. O período de inverno caracterizou-se
pelas patrulhas, golpes de mão e reconhecimentos de ambos os lados
(Moraes, 1947, p. 125).

22 Dez - Início do período chamado de “Estabilização” pelo comando


brasileiro, o qual vai até 16 Fev 1945 (Brayner, 1968, p. 302). Em
face disto, foi expedida a OGO nº 14, regulando a manutenção das
regiões de Monte Castello (sob vigilância), Boscaccio, Torre di Nero-
ne, Affrico, Bombiana, Ca de Berto, Norandella, Montilocco, Casaccia
e C. Prumarela.
- Início do período de acampamento do I/1º RI (Uzeda) em Quer-
ciola, que vai até 27 Fev 45.
126

- Início do repouso por revesamento, determinado pelo Gen Masca-


renhas. Cada combatente pode ir a Florença, com despesas pagas
através do Serviço Especial da FEB (Carvalho, 1952, p. 100).

24 Dez 44 - Deslocamento do Depósito de Pessoal da FEB de San


Ros-sore para Staffoli. A partir desta noite a neve castigou os
brasileiros na Itália e dificultou as operações.
- Abatido o avião do Ten Aviador Ismael da Mota Paes ao norte do rio
Pó. O piloto saltou de pára-quedas, foi aprisionado pelos alemães e
conduzido para o campo de Stetin, União Soviética. Retornou à FAB
somente em maio de 1945, depois de ser libertado pelos soviéticos
(Castello Branco, 1960, p. 529).
- A Legião Brasileira de Assistência (LBA) providencia a distribuição,
na frente de combate e nos hospitais, de um mimo e de uma men-
sagem de natal a cada combatente da FEB.
- Nesta noite começaram as nevascas. A temperatura chegou a 18
graus negativos.

25 Dez - O inimigo desencadeia uma violenta ofensiva para con-


quistar Livorno, obrigando a 92ª DI americana a um grande retrai-
mento.
- Deste dia até 7 de janeiro a Art 170 mm dos alemães passa a de-
senvolver grande atividade contra o QG da DIE.
- Substituição do Major Abílio da Cunha Pontes pelo Major Henrique
Cordeiro Oest no comando do II/6º RI (Idem, p. 622).

26 Dez - Os alemães reconquistam Barga, na província de Lucca, re-


gião da Toscana.

29 Dez - Acantonam na região de Pavana, as 1ª e 4ª Secções de EM e


Chefias dos Serviços de Saúde, Material Bélico e Engenharia.
- Os aliados, contando com a 1ª DB, a 85ª DI, a 8ª Div Britânica
Indiana e parte da 34ª DI, sob o comando do Gen Crittenberger, recu-
peram Barga.
- Uma patrulha do 11º RI comandada pelo Sgt Nilo Pinheiro e com a
missão de reconhecimento da região de altos de C. Ercole localiza e
127

elimina uma posição de Mtr alemã situada a 300 m Sudoeste daquela


elevação (Castello Branco, 1965, p. 288).

30 Dez - Surge a notícia de que os patrulheiros brasileiros estavam


sendo caçados pelos alemães na neve, face ao fardamento verde-oli-
va. Em face disto, o Ch EM fez ver aos norte-americanos a neces-
sidade do abrigo branco. Dez mil abrigos brancos foram destinados à
tropa brasileira por ordem do Gen Mark Clark (Brayner, 1968, p.
311).

1945
2 Jan - Organizado e concedido efetivo ao Escalão Fixo do Depósito
de Intendência da FEB.
- Abatido o avião do Ten Aviador João Maurício Campos de Medeiros
em Alessandria. O piloto salta, mas seu páraquedas se choca com fios
de alta tensão “que lhe roubaram a vida” (Castello Branco, 1960, p.
530).

3 Jan - Em missão de patrulha de reconhecimento para busca de


contato com o inimigo o Ten Regueira do 1º RI localiza uma posição
alemã na região de Oratio delle Sassane, tendo havido contato direto
com combatentes nazistas. A patrulha brasileira causou várias baixas
e recolheu material inimigo. Sofreu duas baixas sem morte (Castello
Branco, 1965, p. 290).

4 Jan - Visita do Gen Joseph Taggart McNarney, Sub-Comandante das


Forças Aliadas no Mediterrâneo e Comandante das Forças America-
nas na Itália, ao Gen Mascarenhas no QG de Porreta Terme.

7 Jan - O Gen Mascarenhas decide ir ao Brasil para se entender com o


governo federal, mas é dissuadido pelos seus assessores diretos.
Decide então pela ida do Cel Brayner em vez dele.
- Afasta-se da função de Ch EM 1ª DIE o Cel Floriano de Lima Brayner
por motivo de viagem a serviço ao Brasil, sendo substituído pelo Ten
Cel Castello Branco.
128

- Arrefece a atividade da Art alemã sobre o QG da 1ª DIE em Porreta


terme, após uma noite muito violenta. O Gen Mascarenhas recusou-
se a usar o abrigo escavado na montanha (Brayner, 1968, p. 307).

8 Jan 45 - O Cap Flávio Franco Ferreira é substituído no comando do


1º Esqd Rec, por motivo de saúde, pelo então Ten Plínio Pitaluga
(Oliveira, 2015, p. 56).

9 Jan - Entra no setor defensivo de San Marcello, no flanco esquerdo


da FEB, a 10ª Divisão de Montanha dos EUA, vinda de um ano de
treinamento nas montanhas do Alasca.

12 Jan 45 - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 12


de uma Proclamação de estímulo aos oficiais, sargentos, cabos e
soldados da Infantaria e da Artilharia da FEB, tendo em vista as
futuras operações.
- Por ordem do 4º CEx, a 1ª DIE expede uma Nota de Instrução re-
gulando a retomada da instrução de patrulhas noturnas e diurnas,
tiro e desencadeamento de fogos (Art) para a tropa brasileira, a ser
iniciada a 15 de janeiro (Castello Branco, 1965, p. 297).
- Chegada do Cel Lima Brayner ao Rio de Janeiro, em viagem oficial.

17 Jan - Visita do Príncipe Umberto II de Savoia (Umberto Nicola


Tommaso Giovanni Maria de Sabóia), Tenente-General da Itália, às
Forças Brasileiras, na região de Porreta Terme.

22 Jan - Abatido o avião do Ten Aviador Aurélio Vieira Sampaio em


Milão. O caça caiu incendiando e a FAB perdeu mais um piloto
(Castello Branco, 1960, p. 530).

23 Jan - O Cel Lima Brayner é recebido pelo Presidente Getúlio Var-


gas às 1500 h. Após longa conversa, Vargas manifesta absoluta confi-
ança no Gen Mascarenhas e decide mantê-lo no cargo de Cmt da FEB
(Brayner, 1968, p. 326).
129

24 Jan 45 - Realização de uma Conferência do Gen Lucien Truscott,


novo Cmt do V Ex, sobre o treinamento da tropa, com a presença dos
generais comandantes.
- OGO da 1ª DIE estabelece os contatos com a frente “para evitar
surpresas e fazer prisioneiros” (Brayner, 1968, p. 304).
- Duas patrulhas brasileiras do 1º RI nas regiões de Castelnuovo e de
Cota 720 enfrentam forte resistência inimiga. Tiveram três baixas
por morte e o Sgt Virgulino desaparecido. Seus corpos só foram
resgatados a 5 de março (Castello Branco, 1965, p. 292).
- Uma patrulha do 6º RI para reconhecer campos de minas entre
Roncale e Santa Maria Villiana elimina dois alemães mas perde um
soldado morto e um ferido (Idem, p. 294).

25 Jan - Visita do embaixador brasileiro no Vaticano, Dr. Maurício


Nabuco, do Ministro Brasileiro junto ao Quirinal (Sede do Governo da
Itália), Dr. Vasco Tristão Leitão da Cunha e do Cônsul em Livorno,
Luiz Nogueira Porto, ao QG da lª DIE em Porreta Terme.
- Início da viagem do Cel Lima Brayner de volta para a Itália.
- O governo, através do Dec Lei nº 7.270, regula os casos de invalidez
e de incapacidade física para o serviço militar e cria a Comissão de
Readaptação dos Incapazes das Forças Armadas (CRIFA)
(www.planalto.gov.br).

26 Jan - Através de Nota de Instrução, o IV Corpo determina, entre


outras prescrições, a retomada da ginástica e da ordem unida para a
tropa brasileira, ordem mal recebida pelo comando da FEB. A mesma
Nota enfatiza a correção de deficiências na instrução e a eliminação
da negligência no cumprimento de missões, recomendando a severa
aplicação dos princípios doutrinários (Castello Branco, 1965, p. 298).
130

27 Jan - Visita do Gen Affonso de Souza Ferreira, Diretor de Saúde


do EB ao QG da 1ª DIE em Porreta Terme.

29 Jan - Atingido o avião do Ten Josino Maia de Assis. O piloto tentou


chegar à área aliada mas em Piacenza teve que saltar do aparelho.
Foi salvo por um oficial alemão e levado preso para Nuremberg e
Musberg de onde regressou ao término do conflito (Castello Branco,
1960, p. 530).
131

A logística de transporte de suprimentos na neve com o uso de mulas.

Fonte: Carvalho, 1952, p. 126.

31 Jan - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 31 de


uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da
Cavalaria da FEB, tendo em vista as futuras operações.
- Retorno do Cel Brayner do Brasil por via aérea, com chegada em
Nápoles às 1100 h, sendo recebido pelo próprio Gen Mascarenhas.
132

Fins de Jan 45 - Incursões da aviação alemã sobre as posições bra-


sileiras com bombardeios, inclusive bombas incendiárias, na região
de Riola e vizinhanças das posições do IV Grupo Art.
- Em janeiro, as baixas brasileiras foram as seguintes: 25 mortos, 111
feridos e 87 acidentados.
- Nesta época, o inimigo ainda mantinha na Itália 30 divisões contra
24 dos aliados (Moraes, 1969, p. 239).

Fev - O Ministro da Guerra determina o rodízio de funções, na


FEB/1ª DIE, de oficiais que já estavam há mais de seis meses na Itá-
lia. Embora controvertida, o Gen Mascarenhas aceitou executar a me-
dida, que foi tomada para, entre outras motivações, substituir oficiais
que apresentavam enfermidades. Um dos casos, por problemas de
saúde, foi o do Cel João Segadas Vianna, Cmt do 6º RI,

“que tanto se destacara na primeira fase das operações,


mas cujo estado de saúde o impossibilitava de continuar em Cam-
panha, sendo substituído pelo Coronel Nelson de Mello”
(www.políticasnacionais.org).

3 Fev - Criado o Serviço de Contra-Informação na 2ª Secção do


Estado-Maior da 1ª DIE.

4 Fev - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 35 de


uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da Enge-
nharia da FEB, tendo em vista as futuras operações.
- Atingidos os aviões do Cap Joel Miranda e do Ten R/2 Danilo Mar-
ques Moura em Castelfranco. Ambos saltaram de pára-quedas. O Ten
Danilo conseguiu evadir-se e chegou às linhas aliadas 28 dias depois
a pé e de bicicleta. O Cap Joel teve um braço fraturado e foi protegido
pelos “partigiani” em Pádua, dali retornando ao fim da guerra (Cas-
tello Branco, 1960, p. 530).

5 Fev - Uma nota do “jornal falado” do Btl Uzeda registra que o Btl
recebeu a visita do Major médico Emil Beyer, do 5º Exército NA que,
ao final, elogiou o trabalho sanitário do Btl (Uzeda, 1952, p. 59).
133

- Um relatório confidencial NA emite a seguinte opinião sobre a FEB:


não está preparada para ofensivas nem para defensivas contra um
inimigo agressivo; a organização da FEB não está sendo bem utili-
zada; muitas falhas seriam evitadas pela inspeção nas unidades; ofi-
ciais demosntraram incompetência nas suas funções; e treinamento
e disciplina ajudariam a melhorar (Waack, 2015, p. 166).

8 Fev 45 - Partida do 5º Esc de Embarque do Rio de Janeiro para a


Itália, transportado pelo navio Gen Meiggs, escoltado pelo cruzador
USS Marblehead e pelos Contratorpedeiros Mariz e Barros e
Greenhalg. O 5º Esc era constituído pelo Centro de Recompletamento
de Pessoal. Viajaram 247 oficiais, 4.835 praças e 46 outras diversas
pessoas, entre elas o correspondente de guerra Thassílio de campos
Mitke, da Agência Nacional (www.sentandoapua.com.br). Este último
escalão era formado por soldados do Norte e Nordeste do Brasil.
- Início dos preparativos para a ofensiva do IV Corpo. O Gen Cmt do
IV Corpo convoca uma reunião dos seus comandantes de Divisão em
Lucca, quando aquela autoridade definiu o reinício das operações
ofensivas para a 2ª quinzena de fevereiro. Era o “Plano Encore”, no
qual ficou prevista a ação conjunta da 1ª DIE com a 10ª Divisão de
Montanha (10ª DMth) norte-americana, comandada pelo Gen George
Price Hays.
- O 1º RI (Cel Aguinaldo Caiado de Castro) passa a ser gradativa-
mente “liberado da linha de frente” (Moraes, 1947, p. 129).

10 Fev - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 41 de


uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da 1ª
Companhia de Transmissões da FEB, tendo em vista as futuras
operações.
- O Grupo de Caça da FAB ataca um parque de viaturas alemão ao
norte de Mântua tendo conseguido a destruição das instalações e de
80 caminhões ali estacionados (Castello Branco, 1960, p. 520). Este
Grupo regressou à base, reabasteceu-se de combustível, munição e
bombas e retornou ao mesmo local para continuar o ataque. Os pilo-
tos eram o Cap Lagares e os tenentes Koop, Eustorgio, Keller, Mene-
zes, Tormin, Torres e Canário (Simões, 1967, p. 145).
134

- Abatido o avião do Ten Roberto Brandini em local não conhecido. O


piloto foi recolhido pelos alemães e levado a um hospital por feri-
mento na cabeça onde passou por cirurgia com pleno êxito. Retornou
em 8 de maio com o fim da guerra (Castello Branco, 1960, p. 531).

11 Fev 45 - Final do período defensivo do 1º RI na região de Borras


(estabilização) que havia começado em 24 Dez. Neste período, a
frente do Regimento Sampaio foi alvo de 4 mil tiros de artilharia
(Carvalho, 1952, p. 99).

12 Fev - O Gen Mascarenhas, acompanhado pelo Gen Zenóbio, pelo


Ch EM/DIE e pelo Maj Vernon Walters, realiza uma proveitosa visita
ao Comandante da 10ª DMth Gen George Price Hays.
- O Gen Mascarenhas recebe a Ordem de Operações do IV Corpo Ex
para o ataque a Monte Castello. Imediatamente, determina ao Ch Sec
Op Ten Cel Castello Branco os estudos de EM para o ataque.
- No âmbito da 1ª DIE inicia o “Curso de Minas” a cargo do 9º BE em
Suviana. Foi criado também o “Curso de prática de Ski” especial-
mente para as ações de patrulhas (Castello Branco, 1965, p. 299).
- Antecipando os planejamentos, o Comando do V Exército projeta a
Ofensiva de Primavera com a conquista de Bolonha e transposição do
Rio Pó (Idem, p. 402).

13 Fev - Realização de palestra pelo Cmt do IV Corpo, Gen Critten-


berger. Presentes todos os generais brasileiros.
- Reunião dos generais brasileiros e oficiais de EM com o Gen Masca-
renhas para o planejamento do ataque a Monte Castello. Decidido o
ataque em duas direções convergentes. O da esquerda: fixação do
inimigo; o da direita: ataque frontal sobre o objetivo. Designação do
1º RI para o ataque principal (Meira Mattos, 1983, p. 164).
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 44 de uma pro-
clamação elogiosa aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da Agên-
cia do BB da FEB, tendo em vista as operações ainda em andamento.
- O Cmt da 1ª DIE/FEB distribui uma Nota de Instrução regulando a
instrução de fogos de “Contra-Morteiros” e criando a função de “Ofi-
cial de Contra-Morteiros” nos RI e nos GO (Idem).
135

14 Fev 45 - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 45


de uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados do
Serviço de Saúde da FEB, tendo em vista as futuras operações.

15 Fev - Atingido o avião do Aspirante a Oficial R/2 da FAB Ray-


mundo da Costa Canário ao sul do rio Pó. Sem poder aterrissar, ele
saltou no interior da área aliada se salvando (Castello Branco, 1960,
p. 532).

16 Fev - Final do período de “Estabilização”, assim chamado pelo


comando brasileiro.
- Conferência dos chefes militares em Lucca, quando foi estabelecido
a continuidade do Plano Encore.
- Para a ofensiva conjunta com a 1ª DIE ficou decidida a ação da 1ª
DMth sobre Mazzancana. Portanto, a Fase A da manobra do IV Corpo
para a conquista do maciço Monte Belvedere-Monte Della Torraccia,
contaria com a 10ª DMth para atacar pelo flanco Belvedere-Gor-
golesco-Cappella di Ronchidos-Mazzancana e com a 1ª DIE para
atacar Monte Castello. Ficou decidida uma ação diversionária da 1ª
DIE sobre o Corredor de Abetaia quando a 10ª DMth iniciasse o seu
ataque. O Gen Mascarenhas destinou esta missão ao Btl Ramagem
(II/11º RI). O Gen Mascarenhas se fez acompanhar nesta reunião
pelo então Tenente-Coronel de Infantaria e EM Humberto de Alencar
Castello Branco, Chefe da Secção de Operações (3ª Sec/EM) da 1ª DIE
(Castello Branco, 1965, p. 356).
- O Major Manoel Rodrigues de Carvalho Lisboa substitui o Major Ja-
cy Guimarães no comando do I/11º RI (Idem, p. 624).

17 Fev - A 1ª DIE expede o seu Plano de Manobra para a Fase A do


Plano Encore, de acordo com a OGO nº 4 do 4º C Ex para a conquista
de Monte Castello em ataque coordenado com a 10ª DMth, que
recebeu a missão de conquistar a linha de elevações entre Monte
Belvedere e Monte della Torraccia. São intensificadas as ações de pa-
trulhas para capturar prisioneiros e obter informações (Idem, p.
357). O ataque principal fica a cargo do 1º RI. Os batalhões começam
a se deslocar para as Zonas de Reunião (ZReu).
136

18 Fev 45 - Expedida a OGO nº 19 e concluída a OGO nº 20 da DIE,


para os preparativos do ataque. O Dia D fica marcado para 20 de fe-
vereiro. A OGO nº 20, também expedida nesta data, publica infor-
mações sobre o inimigo resultantes das ações de reconhecimento
(Castello Branco, 1965, p. 359).
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 49 de uma pro-
clamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados Motoristas da FEB,
tendo em vista as futuras operações.
- Na noite de 18/19 Fev, o 1º Batalhão do 86º RI Mth NA realizou o
seu ataque na sua ZAç ao Monte Belvedere. Antes, este regimento
havia escalado e conquistado as escarpas rochosas de Riva Ridge
vencendo o 1044º RI alemão já na madrugada de 19 Fev. Esta
conquista facilitou a vitória sobre Monte Belvedere e da FEB sobre
Monte Castello.

19 Fev - Início da nova fase da Operação (ou Plano) Encore, do IV


Corpo de Exército (até 06 Mar), para eliminar todas as resistências
inimigas ao longo do divisor Reno-Panaro, além de retirar os obser-
vatórios alemães sobre a Rodovia 64, criar melhores condições de
prosseguir para o Norte e conquistar Bolonha. A conquista de Monte
Castello fazia parte do Plano Encore, sendo que o diferencial em rela-
ção às tentativas anteriores “era a direção geral do ataque, que deixa-
va de ser frontal e passava a buscar os flancos das posições alemãs”
(DPHCEx, 2015, p. 12).
- Estabelecido um PC Avançado da 1ª DIE em Gadelle e um PO em
Salgastri, abertos às 2100 h. Às 0900 h, o Cmt do 1º RI, Cel Caiado de
Castro, assume o comando do seu sub-setor (Idem, p. 363).
- Desencadeada a ofensiva do IV Corpo em ação noturna às 2300 h
com a 10ª DMth apoiada pelo II/11º RI (Btl Ramagem) em ação
diversionária, sem preparação de artilharia. A ação partiu da linha
Querciola-Gabra com dois RI em 1º escalão sobre Monte Serraccicio-
Cappel Busio-Pizzo de Campiano. O ataque foi de completo êxito,
surpreendendo os alemães (Ibidem).
- O I/1º RI (Btl Uzeda) recebe a seguinte missão para 21 Fev:

Ultrapassando a 10ª Div Mth na região de Mazzancana e


em íntima ligação com esta unidade conquistar as alturas de
137

Fornace 875; após investir sobre a crista ao sul do Fosso del


Malandrone, para coadjuvar o 3º Batalhão na conquista de
Monte Castello, esforçando-se por neutralizar as resistências
inimigas na região de cota 977, desta elevação. Ordens pos-
teriores regularão seu emprego futuro (Uzeda, 1952, p. 94/95).

- O III Btl do 1º RI (Btl Franklin) recebe a seguinte Missão:

Beneficiando-se da ação do I/1º RI a W e em íntima


ligação com o 11/11° RI conquistar Monte Castelo, com es-
forço na direção Le Roncole - 887, atingindo 02. Durante a
conquista de 03 manterá a posse de Monte Castelo, e apoiará a
progressão da Unidade que tiver de conquistar La Serra. Seus
morteiros devem estar em condições de apoiar o I Batalhão na
conquista de 01 e cooperar na conquista de 03 (Idem).

20 Fev 45 – Pela manhã, o Gen Mascarenhas chega a C. Gadelle, a


quatro Km de Monte Castello, onde instala o seu PO para o ataque.
- Ao clarear da manhã (0530 h): conquista dos Montes Belvedere e
Gorgolesco, este às 0600 h, com sérias dificuldades em face dos
contra-ataques, pela 10ª DMth NA. O inimigo esgotou as suas
reservas nestas ações. Para a conquista de Gorgolesco houve o
concurso de CC e de Art, inclusive a do Gen Cordeiro de Farias. Às
1537 h, os NA cerram sobre a linha Cota 1053-Mazzancana-Cappela
de Ronchidos. Os aviões da FAB arrasam a resistência alemã em
Mazzancana, preparando a ação de ataque ao Monte Castello no dia
seguinte.
- Mazzancana foi conquistada às 1700 h, o que muito facilitou o
ataque brasileiro. Ficou aberta a via de acesso a Monte Castello.
- Às 1000 h começou a ação diversionária do II/11º RI (Ramagem)
no chamado Corredor de Abetaia.
- Às 1530 h começaram as ações previstas na OGO nº 20/DIE, ou seja,
ultrapassar os americanos em Mazzancana e partir para o objetivo nº
1: Cota 875-Fornace.
- Entre 1700 e 1800 h o I Btl (Uzeda) e o III Btl (Franklin) do 1º RI
tomaram o dispositivo de ataque (Brayner, 1968, p. 354). Às 1730 h
o III/1º RI desloca-se para a ZReu em Gambaiana-Le Roncole-Cá di
Berto. À noite, o Cel Caiado de Castro solicita autorização para anteci-
138

par o ataque, tendo em vista a informação (falsa) de que os alemães


estariam abandonando Monte Castello; não foi autorizado.
- A OPO nº 33 determina ao 1º RI a substituição da 10ª DMth às 2000
h em Mazzancana.
- O Complemento nº 4 da OGO nº 20 fixa o ataque para as 0530 h de
21 Fev (Brayner, 1968, p. 364).
- Os batalhões do 1º escalão de ataque ocupam, de 2330 h de 20 às
0350 h de 21, as regiões de C. Vitelline, Ponto 744, Ponto 779, Ponto
718 e Fornace em preparação para o ataque do dia seguinte.
- O II/1º RI (Maj Syzeno) ocupa La Grilla.
- Morre o padre Antônio Álvares da Silva, Frei Orlando, capelão do
11º RI, em lamentável acidente de tiro protagonizado por um par-
tigiani em Bombiana (Castello Branco, 1965, p. 346).
- Assume o comando de um Pel Fzo em Guanella, sopé do Monte
Castello, o então Asp Francisco Mega.

21 Fev 45 - Terceiro ataque brasileiro a Monte Castello, a partir da


linha Mazzancana-Corazza-Gambaiana-Le Roncole às 0530 h. Ao
mesmo tempo, os norte-americanos atacam Monte Della Torraccia.
- Conquista de Monte Castello por ação do 1º RI - Regimento
Sampaio, do II/11º RI (Maj Ramagem), toda a Art/1ª DIE, duas
companhias do 9º BE e do Esqd Rec. O apoio aéreo foi da FAB através
do 1º Grupo de Caça sob o controle do Cel Nero Moura. Com esta
conquista os brasileiros

“prosseguiriam pelo Norte do rio Marano até atingir a linha


Roncovecchio-Seneveglio, o que assinalaria o término da 1ª fase”
(Moraes, 1947, p. 136).

- Na página seguinte, o croquis da região de Monte Castello. O ataque


foi conduzido da maneira, a seguir, descrita.
139

Região de Monte Castello (Fonte: Almeida, 1985, p. 65).

- A 1ª Cia do 9º Btl de Engenharia da FEB consegue levantar do ter-


reno do ataque 169 minas de diversos tipos e 51 armadilhas diver-
sas. A 2ª Cia apoiou o ataque do II/11º RI levantando minas e arma-
dilhas no eixo Falfare-Abetaia e mantendo as estradas em pleno trá-
fego. A 3ª Cia construiu uma ponte Bailey em La Grilla e outra em
Gambaiana. A Cia A do 235º Batalhão de Engenharia NA construiu
uma ponte Bailey em Crociale e a 1029 Cia Tw cumpriu suas constru-
ções de pontes Bailey com extraordinária precisão. O 9º BE perdeu o
Sgt Luiz Ribeiro Pires em Abetaia, heroicamente tombado (Simões,
1967, p. 115).
- Descrição do ataque:
- Ação principal: 1º RI, na direção Gaggio Montano-Monte Castello-
La Serra com o ataque frontal, pelo centro, a cargo do III Btl (Maj
Franklin Rodrigues de Morais) e suas 7ª, 8ª e 9ª Cias Fzo. Pelo flanco
140

esquerdo o I Btl (Uzeda). Este, teve a missão de conquistar Fornace.


Suas Cia Fzo eram comandadas: a 1ª, pelo Cap Everaldo José da Silva;
a 2ª, pelo Cap Edson Ramalho; e a 3ª, pelo Cap Yeddo Jacob Blauth.
Reserva do 1º RI: II Btl - Btl Sizeno Ramos Sarmento, com as suas
Cias Fzo 4ª, 5ª e 6ª.
- Ação secundária: II/11º RI. Reserva: II/1º RI. Reserva divisionária:
III/11º RI.
- Às 1430 h o Btl Uzeda conquistava as cotas 930 e 875, ultra-
passando as posições inimigas de Congé. Neste mesmo horário,
depois de ter ficado detido em sua ZAç, o Btl Franklin conquistou
Fornello. Enquanto isso, o Btl Ramagem atuava em Abetaia.
- Por volta de 1500 h uma Cia Fzo norte-americana abriu fogo por en-
gano contra uma Cia Fzo do I/1º RI matando um soldado brasileiro.
- Às 1720 h “a defesa inimiga entrou em colapso” (Moraes, 1947, p.
141). A 10ª DMth não consegue tomar Monte della Torraccia.
- O Btl Uzeda foi o primeiro batalhão a chegar ao cume de Monte
Castello às 1800 h através do Pelotão do Ten Aquino, da 1ª Cia Fzo (I
Btl), juntamente com a Cia Waldir do Btl Franklin. “A conquista se
efetuara pelo desbordamento” (Uzeda, 1952, p. 112).
- Imediatamente foram realizadas as operações de limpeza e o 1º RI
entrou em posição defensiva. Uma parte do efetivo alemão retraiu,
outra parte morreu e outra se entregou como PG.
- Conforme o Gen Ventura, as primeiras tropas a alcançar o cimo de
Monte Castello às 1800 h foram uma Cia Fzo (Cap Everaldo) do I/1º
RI (Btl Uzeda) e outra (Cap Paulo de Carvalho) do III/1º RI (Btl Fran-
klin) (Pinto/Medeiros, 2003, p. 126). Morreu em combate o 1º Ten
Godofredo da Cerqueira Leite, Cmt do Pel de Petrechos da 3ª Cia do I
Btl do 1º RI, juntamente com o seu ordenança. A 3ª Cia era comanda-
da pelo Cap Yeddo Jacob Blauth.
- Conforme o Gen Mascarenhas, sobre Monte Castello:

“Sua captura era uma tarefa de consciência e um imperativo da


dignidade militar. Essa cidadela da presumida invencibilidade alemã
representava um símbolo e um marco na vida de nossa tropa em ter-
ras de ultramar. Constituiu o índice do valor de nossa gente” (Moraes,
1947, 142).
141

- Número de baixas brasileiras: 103.


- Conforme o Cel Manuel Thomaz Castello Branco (1960, p. 520)

“Das poucas missões de apoio imediato cumpridas pelo 1º Gru-


po (de Caça), ainda nesta época, destaca-se a magnífica colaboração
prestada à conquista do maciço Monte Belvedere-Monte Castello-
Monte della Torraccia [...]. Lembramo-nos perfeitamente dos ataques
picados realizados contra resistências inimigas na Cappela di Ron-
chidos [...]”.

Conforme o CPDOC/FGV,
participaram da conquista de Monte Castelo a 10ª Divi-
são de Montanha norte-americana, a artilharia brasileira, o 1º
Regimento de Infantaria brasileiro (Regimento Sampaio), co-
mandado pelo coronel Caiado de Castro, e a Força Aérea Brasi-
leira. O plano da operação foi elaborado pelo tenente-coronel
Humberto Castelo Branco e consistia em um ataque sob a for-
ma de duas pinças, sendo que a da esquerda arpoaria desde o
início o flanco direito inimigo, e a da direita investiria frontal-
mente. Monte Castelo foi conquistado a 21 de fevereiro, se-
guindo-se a conquista de La Serra, na madrugada de 23 para
24, e, horas depois, a tomada de Monte della Torraccia pelos
norte-americanos.

- Na página seguinte, a imagem da manobra Monte Castello - La Ser-


ra.
142

Fonte: Carvalho, 1952, p. 112/113.

22 Fev 45 - Por volta de 0230 h o baluarte de Abetaia era dominado


pelo II/11º RI (Btl Ramagem). Os norte-americanos conseguem con-
quistar Monte Della Torraccia com a cooperação e o apoio de fogo da
1ª DIE. O inimigo não conseguiu contra-atacar, sendo que duas Cias
do RI 1043 simplesmente debandaram em face da “superioridade
material” dos NA e brasileiros (Waack, 2015, p. 233).
- Ao Btl Franklin do 1º RI é expedida a ordem de lançar Postos Avan-
çados (PA) entre as posições conquistadas e as inimigas, ou seja, em
La Serra e cota 958. Para isso, o Btl ocupa Monte della Caselina com o
Pel do Ten Antonio Candido Tavares Bordeaux Rego, da 7ª Cia Fzo
(Carvalho, 1952, p. 113).
- Nesta jornada, “buscando dar sepultura condigna aos nossos mor-
tos, o Reverendo João Filson Sorén, do 1º RI, iria desvendar o impres-
sionante quadro, macabro e heroico, dos ’17 de Abetaia’” (Idem).
- O Gen Crittenberger elogia por escrito em documento oficial o Cmt
e todos os oficiais e praças da 1ª DIE pela conquista do maciço Belve-
dere-Castello.
143

- Chegada a Nápoles do navio que transportou o 5º Escalão de Em-


barque, completando assim os 25.445 integrantes de toda a FEB. Este
pessoal é transferido para Staffoli. Do total da FEB, 15 mil eram
combatentes e o restante tropas de apoio logístico/administrativo e
Depósito de Pessoal.
- Em todas as viagens do Brasil para a Itália os navios-transporte
foram escoltados por belonaves brasileiras e norte-americanas.

23 Fev 45 - Passagem de comando do 6º RI do Cel João Segadas


Viana para o Cel Nelson de Mello por motivo de saúde do primeiro.
Segundo uma outra versão, esta substituição foi

“em cumprimento à orientação ministerial que determinava a


substituição progressiva dos oficiais que já tivessem mais de seis me-
ses de campanha na Itália para proporcionar experiência de guerra a
outros oficiais” (CPDoc/FGV).

- A OPO nº 34 determina a conquista do triângulo de elevações Bella


Vista-Cota 958-La Serra, encarregando o 1º RI da ação principal atra-
vés do seu II Btl (Btl Sizeno) tendo a cobertura, pelo flanco direito, do
II/11º RI (Btl Ramagem).

23/24 Fev - Ataque e conquista de La Serra - Cota 958 e Bella Vista


por ação do II/1º RI (Sizeno) e do II/11º RI (Ramagem) a partir das
2115 h. Às 2300 h a 6ª/II/1º RI, em ataque noturno, conquistou as
alturas de Cota 958 e às 2400 h foi a vez de La Serra. Às 1230 h as
operações de limpeza estavam concluídas (Castello Branco, 1965, p.
374). Destacaram-se, além da 6ª Cia do II Btl, sob o comando do Cap
Wolfango Teixeira de Mendonça como um todo, os tenentes Apollo,
Urias, Chaon e Deschamps pela bravura e destemor. Conforme o ex-
Presidente do CNOR 2º Ten R/2 Art da Tu 1961 do CPOR/RJ Sérgio
Pinto Monteiro sobre o Ten Apollo:

Atuando em apoio à 10ª Divisão de Montanha NA no ata-


que a La Serra - Cota 958, o Pel do 1º Ten R/2 Inf Apollo Miguel
Rezk (6ª/II/1º RI), após ultrapassar um extenso campo mina-
do, atacou as posições fortificadas alemãs. Apesar do intenso
144

fogo inimigo - Art, Mtr e Mrt - o pelotão alcança o objetivo, in-


veste contra a posição e nela se instala, conquistando-a e fa-
zendo prisioneiros. Ferido, o Tenente Apollo manteve o coman-
do e repeliu três contra-ataques, infligindo pesadas perdas ao
inimigo. Por esta missão, ele foi condecorado pelo governo
americano com a “Distinguished-Service Cross”, por “extraor-
dinário heroísmo em ação, distinção máxima somente concedi-
da a este combatente brasileiro”. Anteriormente, graças ao seu
desempenho no ataque a Monte Castelo, em 12 Dez 44, o Te-
nente Apollo já tinha sido agraciado pelos Estados Unidos com
a “Silver Star”. Do governo brasileiro recebeu a Cruz de Comba-
te de 1ª Classe, a Medalha de Sangue, a Medalha de Campanha e
a Medalha de Guerra. Os feitos do Tenente Apollo ultrapassa-
ram os limites de sua existência física. Na verdade, já não mais
lhe pertenciam quando, na madrugada de 21 de janeiro de
1999, aos 81 anos, foi vencido pelo inexorável.

24 Fev 45 – Com a vitória brasileira em La Serra: conquista de Monte


della Torraccia pela 10ª Divisão de Montanha NA na parte da tarde
(Moraes, 1969, p. 252).
- Sucessivos contra-ataques inimigos para a recomposição das suas
posições foram repelidos na madrugada pelas guarnições brasileiras
de Monte della Torraccia, La Serra e Cota 958.
- Tentativa de infiltração inimiga pelo vale do rio Marano contida ao
amanhecer (Brayner, 1968, p. 371). Os alemães retraem para a Linha
Gengis Khan, a última linha de alturas dos Apeninos (Rosty, 2015, p.
70).
- A 1ª DIE expede Diretriz para as futuras operações enfatizando o
vigor físico e as condições técnicas e táticas para a tropa.

25 Fev - Com a atuação do I (Uzeda) e do II Btl (Sizeno) do 1º RI, a 1ª


DIE passa a dominar a linha Roncovecchio-Seneveglio. Fim da 1ª fase
do Plano Encore e a prescrição de novas missões, principalmente
Castelnuovo di Vergato e Montese.
- Às 0335 h, sem sucesso, o inimigo contra-ataca fortemente as posi-
ções brasileiras em La Serra. Novo contra-ataque foi realizado ao
amanhecer, sendo repelido por volta de 1000 h. Nesta ação, foi ferido
145

o Ten Apolo (6ª Cia/II), sendo substituído pelo Sgt Schultz que, pela
sua atuação, foi promovido a 2º Tenente (Carvalho, 1952, p. 117).

26 Fev 45 - A 5ª/II/1º RI ocupa a Cota 884, próxima a La Serra.


Começa a operação de limpeza do vale do rio Marano que vai até 1º
de março.

27 Fev - O Destacamento Olivier3 e o 1º RI substituem a 10ª DMth na


linha Monte Serasiccia-Monte della Torraccia (Castello Branco, 1965,
p. 376). O Cmt do 1º RI ocupa o seu PC em Il Palazzo.

28 Fev - Chegada a Livorno do 5º Escalão de Embarque, constituído


pelo Centro de Recompletamento de Pessoal.
- Aprovação oficial da Canção dos Expedicionários, de autoria de Alda
Caminha (música) e de Luiz Peixoto (letra) pelo Aviso Ministerial
520 desta data. A primeira estrofe é a seguinte:

Enquanto pelos campos de Batalha


Altiva tremular nossa bandeira
Com fé eu lutarei, a vida arriscarei,
E o inimigo sem temor
Esmagarei...

Entretanto, a canção que foi aprovada pelos febianos foi a lan-


çada em disco em outubro de 1944, com música do maestro Spartaco
Rossi e poema de Guilherme de Almeida, que começa com “Você sabe
de onde eu venho?” - Venho do morro, do engenho”...
- A OGO nº 21 estabelece o dispositivo defensivo da DIE com um se-
tor destinado ao 6º RI, um Quarteirão-Centro com o II/11º RI (Rama-
gem) e um Grupamento Oeste sob o comando, a partir desta data, do

3 Destacamento do Major Júlio Maximiano Olivier Filho, do 1º RI, composto pelo


Esqd Rec, 1ª/I/11º RI e Cias Can AC dos 1º e 11º RI, mais 450 “partigiani”, o qual
teve a missão de defender um dos pontos de maior responsabilidade da frente da
1ª DIE, no qual rechaçou três fortes ataques alemães apoiados por Artilharia e
Morteiros, fato que lhe valeu uma citação e elogio por bravura (Bento; Giorgis,
2001, p. 63).
146

Gen Zenóbio, formado pelo 1º RI, III/11º RI (O Lapa Azul), 1º Esqd


Rec e a CAC/1º RI.

Mar 45 – Nesta época o Gen Mascarenhas, atendendo às reclamações


dos brasileiros em relação à comida, mandou organizar e colocar em
funcionamento uma Escola de Arte Culinária em Pistóia. Foram
formadas três turmas, totalizando 145 cozinheiros (Henriques, 1959,
p. 238).

3 Mar – Início das operações no vale do rio Marano. A 10ª DMth é


lançada para a conquista de Campo del Sole e Monte Della Vedetta.
- O Btl Ramagem (II/11º RI) progride em campo minado, enfrenta
resistências em Ca de Fabro e conquista esta posição pelo assalto e
no combate corpo-a-corpo. Às 1415 h ocupa a linha Ca di Giansimo-
ni-Narecchie-Rocca Pitigliana. Este ataque contou com o apoio da
FAB.
- Às 1100 h, o Cel Nelson de Mello determina ao Btl Silvino (III/6º RI,
Btl Navalha) a ocupação de Rocca Pitigliana. Este Btl conquista Brai-
ne e Le Vigne às 1630 h, tendo a sua 7ª Cia sido forçada a retrair por
ação do fogo inimigo na progressão para Santa Maria Villiana. Esta
Cia Fzo retomou depois a progressão e ocupou Roncole e a região sul
de Santa Maria Villiana.

3/4 Mar - Continuação das operações de limpeza do vale do Marano


pelo III/6º RI e II/11º RI. Em seguida, este Btl (Ramagem) sai de li-
nha, para descanso. A 10ª DMth conquista Monte Acidola, Sarsa e
Monte della Croce.
- O I/11º (Maj Lisboa) substitui o I/6º (Gross) ocupando a linha For-
naci-Monzone-Il Sasso (Castello Branco, 1965, p. 381).

4 Mar - O I/1º RI (Btl Uzeda) recebe a missão de conquistar Capella


Il Monte, para a qual encarrega a 1ª Cia Fzo (Cap Everaldo). O Cmt
Cia encarrega o Pelotão do Ten Osvaldo de Souza para a missão. A
progressão e a ação do pelotão foram plotadas pelo inimigo, houve
combates corpo a corpo e o tenente recebeu ordem para retrair, mas
levou consigo quatro prisioneiros (Uzeda, 1952, p. 151).
147

- O III/6º RI (Silvino) ocupa Santa Maria Villiana. Com isso, a 10ª


DMth conquista Monte Della Croce. Às 1030 h, o 6º RI substitui as
tropas da 10ª DMth em Monte della Croce.
- O Gen Mascarenhas emite a sua OGO nº 24 desta data regulando o
avanço da DIE na direção de Cota 722-Castelnuovo di Vergato-
Affrica-Estrada 64.
- Mudança do PC/PO da DIE para Riola.
- À tarde, o planejamento passa por pequenas alterações: o I/6º
(Gross) para conquistar Castelnuovo di Vergato e as cotas 702 e 722.
O I/11º (Lisboa) para conquistar Precaria.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 31 de uma
proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados do Serviço de
Intendência da FEB, tendo em vista as futuras operações.

4/5 Mar 45 - Preparativos do 6º RI e montagem do ataque a Cas-


telnuovo di Vergato, previsto para iniciar às 0500 h de 05 de março,
sem preparação da Art, conforme a OGO nº 24 da 1ª DIE. Este ataque
ficou sob a direção do Gen Crittenberger pelo fato de envolver duas
divisões.
- Conforme o DPHCEx em relação ao Plano Encore, a missão da 1ª
DIE era:
por em prática a última etapa do Plano Encore, que con-
sistia na tomada pelas tropas brasileiras do maciço Torre di
Nerone - Castelnuovo (di Vergato), que faziam parte das ele-
vações de Soprassasso, Precaria, Pontos Cotados 702, 722, 720
e 609; e pela 10ª Div Mth as cristas de Castel D’Aiano, 860 -
Monte della Castellana, ao N do rio Aneva (DPHCEx, 2015, p.
15).

5 Mar - Prossegue a 10ª DMth no seu avanço para a conquista da


linha Castel D’Aiano-Madna di Brasa-Monte Della Costellana. A partir
daí ficou encarregada de iniciar o ataque a Castelnuovo di Vergato
em operação combinada com a 1ª DIE.
- Na madrugada, o I/6º progride para a sua Z Reu.
- Às 1230 h, início do ataque a Castelnuovo di Vergato pelos 6º e 11º
RI. Este, avançou pelo sul do objetivo. Surgem resistências inimigas
na Cota 702 e em Soprassasso. A defesa de Cota 702 foi vencida pela
148

ação dos morteiros e pelo assalto da 1ª/I/6º RI. Às 0930 h os Btl


Lisboa e Ramagem recebem fogo inimigo de Castelnuovo. O Cmt do
6º RI determina “deixar para trás” Soprassasso, conquistado depois
pelo II/6º RI (Maj Oest), e prosseguir sobre a Cota 722. Às 0700 h o
I/11º RI (Lisboa) ocupa Precaria, mas a sua 5ª Cia Fzo é severa-
mente atacada e sofre muitas baixas. Em função disso atrasa o ataque
a Castelnuovo di Vergato.
- Às 1330 h, a 4ª/II/11º RI (Cap Erix Motta) conquista La Spiaggia e
às 1600 h conquista C. Bonzone desbordando assim Castelnuovo di
Vergato.
- O Gen Crittenberger chega a Riola e liga-se diretamente com o Cmt
do 6º RI apelando para que Castelnuovo di Vergato fosse con-
quistada antes do anoitecer. Às 1700 h, o Cmt da 1ª DIE determina ao
11º RI o avanço pelo sul de Castelnuovo para “abreviar a sua queda”
(Castello Branco, 1965, p. 385).
- Conquista da região NE de Castelnuovo por volta das 1800 h
quando a 1ª/I/6º RI, comandada pelo Cap Aldenor, entra na cidadela,
favorecida pela ação conjunta dos 6º e 11º RI e armas de apoio. A
surpresa sobre os alemães foi total (Silva, 1985, p. 72).
- Os alemães remanescentes abandonaram a região pela madrugada
de 06 de março. 98 caíram prisioneiros.
- Dominadas as alturas da linha Torre de Nerone - Castelnuovo e
instalação do 6º RI em posição defensiva voltada para as posições
alemãs ao N do rio Aneva ainda não alcançadas pela 10ª Div Mth.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 64 de uma pro-
clamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados do Serviço Religio-
so da FEB, tendo em vista as futuras operações.
- Encontrados três corpos de soldados brasileiros do 1º RI mortos na
patrulha de 24 Jan sepultados pelos alemães na Cota 720 em Pre-
caria. Foi colocada uma cruz de madeira com a inscrição “3 Tapfere -
Brasil - 24-1-1945”. O Sgt Virgulino, ferido, foi recolhido a um hospi-
tal alemão e retornou à FEB ao final da guerra (Castello Branco,
1965, p. 292).

6 Mar - Realização das operações de Aproveitamento do Êxito em


Castelnuovo di Vergato.
149

- O 6º RI se instala defensivamente em Castelnuovo e o 11º RI recebe


ordem para ocupar a linha C. Baldino-Serra de Gatto-C Sarsa.
- O Cmt da 1ª DIE recebe nova Instrução de Operações do IV Corpo
determinando manter as atuais posições, patrulhar vigorosamente,
ligar-se com a 10ª DMth e realizar o reajustamento do dispositivo.

7 Mar - A 10ª DMth ocupa a linha Monte Valbura-Monte Della Spé-


Castel D’Aiano.
- Encerramento da penúltima fase do Plano Encore.
- Em cumprimento às determinações superiores, a 1ª DIE recebe
uma mudança de sua ZAç e procede ao reajustamento do seu dispo-
sitivo baseado no Grupamento Oeste, sob o comando do Gen Zenóbio
da Costa. Primeiros contatos com o inimigo na linha Gengis Khan.
- Em função da nova IOp do IV Corpo, a OGO nº 26 estabelece nova
estrutura para o dispositivo da 1ª DIE.
- Abatido o avião do Cap Theobaldo Antônio Kopp em Suzzara, nor-
deste de Parma. O piloto saltou de pára-quedas e foi protegido pelos
“partigiani” retornando em 23 de abril (Castello Branco, 1960, p.
532).

8 Mar 45 - O Cmt do IV Corpo determina a cessação da “Ofensiva do


IV Corpo” e cancela a fase final do Plano Encore, mudando a ZAç da
1ª DIE.
- O 81º Esqd Rec da 1ª DB norte-americana substitui o 11º RI e o 6º
RI em suas ZAç (Idem, p. 391).

9 Mar - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 68 de


uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da Polícia
Militar da FEB, tendo em vista as futuras operações.

10 Mar - Início da Defensiva Temporária (até 8 de abril) deter-


minada pela OOp nº 14 do IV Corpo que transfere a 1ª DIE para o
Vale do Panaro. Um dos objetivos foi o de proporcionar a recupe-
ração dos desgastes sofridos e repouso à tropa.
- A OGO nº 27 estabelece a prescrição de “manter com maior esforço
Monte Della Torraccia e Monte Belvedere” (Brayner, 1968, p. 388).
150

- O BE nº 10 publica o Av. nº 550, de 06 Mar, o qual determina que os


Of e praças que retornarem do TO da Itália não devem mais retornar
para o mesmo.

10/16 Mar - Fase da rocada de forças do Vale do Reno para o Vale


do Panaro.

11 Mar 45 - Mudança do QG Avançado da 1ª DIE de Porretta Terme


para Lizzano in Belvedere. O QG Recuado avançou de Pistóia para
Pavana.

12 Mar – Conferência do Gen Mascarenhas com o Gen Truscott em


Casteluccio, oportunidade na qual foram tratados, entre outros as-
suntos, o da delicada questão do rodízio de oficiais da FEB por
determinação do Ministro Dutra. O Cmt da FEB resolveu “protelar o
seu cumprimento [...] para evitar o comprometimento da eficiência
no combate. Deixei, portanto, de realizar o rodízio geral” (Moares,
1969, p. 237).

15 Mar - Transferência da 1ª ELO para nova base em Porretta


Terme.
- O Gen Mascarenhas expede a Nota de Serviço nº 7/E1 dispondo
sobre as “Citações de Combate” e definindo que as mesmas “são de
uso privativo do comando da Divisão” (Moraes, 1947, p. 290).

16 Mar - Até esta data, foram computadas 240 mortes, 1382 feridos
e 44 extraviados na FEB (Meira Mattos, 1983, p. 175).

17 Mar - O Cmt da 1ª DIE expede a OGO nº 29 reajustando o dispo-


sitivo da DIE com três sub-setores e um “Quarteirão de Cobertura de
Flanco” guarnecido pelas três Cia AC dos RI.
- O BE nº 11 publica o Av. nº 520, de 28 Fev, o qual adota a primeira
“Canção do Expedicionário”, de autoria de Alda Caminha e Luiz
Peixoto (ver 28 Fev 45), que foi substituída posteriormente.

20 Mar - O Gen Mascarenhas comparece a uma reunião no QG do IV


Corpo de Exército para tratar da retomada da Ofensiva de Prima-
151

vera. A DIE fica encarregada da proteção do flanco ocidental do V


Exército. O III/6º (Silvino) substitui o II/1º (Sizeno) na ZAç. Este,
acantona em Vidiciático.

21 Mar - Entrega de condecorações a oficiais brasileiros em Lizzano


in Belvedere, em cuja cerimônia esteve presente o Tenente-General
Lucian King Truscott Jr., Comandante do V Exército.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 31 de uma
proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados do Serviço de
Material Bélico da FEB, tendo em vista as futuras operações.
- O I/6º (Maj Gross) substitui o III/11º (Maj Cândido) na ZAç deste. A
2ª/I/1º substitui a 9ª/III/6º em Rocca Corneta.
- Uma esquadrilha brasileira ataca com êxito uma oficina de repara-
ção de material de estrada de ferro no Vale do Pó.

23 Mar 45 - Diretiva Geral nº 13 do Cmt da 1ª DIE enfatizando os


ensinamentos colhidos nas últimas operações e a necessidade de
“aumentar a energia física do combatente” (Moraes, 1947, p. 66).
- A OGO nº 30 reajusta novamente o dispositivo da 1ªDIE.

24 Mar - O II/6º RI (Maj Oest) providencia a susbtituição das Cias AC


dos RI do Quarteirão de Cobertura de Flanco (ver 17 de março). Este
Quarteirão contou também com um “Grupamento de Partigiani”.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 83 de uma
proclamação elogiosa e de agradecimento aos oficiais, sargentos, ca-
bos e soldados da 179ª Companhia Química de Geradores de Fumaça
do Exército Norte-americano, a qual operou junto à FEB, tendo em
vista as operações passadas e em andamento.
- O XV Grupo de Exércitos delineia a grande manobra para conquista
de Bologna e do Vale do rio Pó com a transposição deste.
- O Comando do XV Grupo de Exércitos define o dia 10 de abril como
o Dia D para o início da Ofensiva de Primavera com o objetivo de
atingir o Vale do Pó. O V Exército recebeu ordem de desencadear esta
ofensiva a 12 Abr (Rosty, 2015, p. 93).
152

25 Mar - O Boletim Interno da 1ª DIE publica a criação dos “Órgãos


Não Divisionários” ao comando do Gen Olympio Falconiére da Cunha,
para tratar dos “problemas de retaguarda” (Moraes, 1947, p. 58).
- O 6º RI lança uma Patrulha de Combate para golpe de mão na
região de C. S. Antônio. O comandante foi um oficial R/2 e a patrulha
retornou com completo êxito em sua missão (Castello Branco, 1965,
p. 394).

26 Mar 45 - O Serviço de Polícia da FEB, composto por uma Chefia e


um Pelotão, é aumentado, transformando-se o Pelotão em uma
Companhia com Secção de Comando e quatro Pel PE (Castello Bran-
co, 1965, p. 341).
- Abatido o avião do Ten Othon Corrêa Netto em região a NW de
Veneza. O piloto saltou, foi preso pelos alemães, interrogado e levado
à uma prisão em Nuremberg e depois Musberg. Foi libertado em 29
de abril pelos norte-americanos (Idem, p. 532).

27 Mar - Tentativa de infiltração alemã nas posições da 2ª/I/1º RI,


quando uma patrulha inimiga captura dois observadores, um inglês e
um brasileiro em Monteforte (Idem, p. 397).
- Reunião de generais e oficiais de EM no QG do IV Corpo em
Castelluccio para a Ofensiva da Primavera.
- A Argentina declara guerra à Alemanha (Waack, 2015, p. 305).

28 Mar - O II/6º RI (Maj Oest) substitui o Destacamento Olivier em


sua ZAç. Dissolução deste Destacamento (Castello Branco, 1965, p.
393).

30 Mar - Ocorrem diversas tentativas de infiltração do inimigo em


grande parte da frente brasileira, todas repelidas.
- Estabelecimento de relações diplomáticas do Brasil com a União
Soviética.

1 Abr - O 6º RI lança nova Patrulha de Combate para golpe de mão


novamente na região de C. S. Antônio, também comandada por um
Aspirante R/2. A patrulha retornou com a missão cumprida. No
mesmo período, o 11º RI executou diversas missões de patrulha,
153

sendo que uma delas, em Caselina, aprisionou 34 alemães, inclusive


um Cmt Cia e um médico. Esta é considerada a patrulha de “maior
vulto [...] campanha” (Idem, p. 395/396).
- A Intendência da FEB avança o Ponto de Distribuição [(princi-
palmente classes I (alimentos), e III (combustíveis)] para Pamperso.

2 Abr - O IV Corpo de Exército expede a sua OGO nº 15 na qual


prescreve os preparativos e as ordens gerais sobre a Ofensiva de Pri-
mavera. A 1ª DIE recebe a missão de manter as posições, ficar em
condições de cobrir o flanco esquerdo do IV Corpo e realizar opera-
ções de perseguição ao inimigo. Em ocasião posterior, o Gen Masca-
renhas obteve autorização para ampliar a missão da DIE e atacar a
região de Montese-Montello. Em face disto, o Cmt FEB planeja atacar
a partir das 1315 h de 14 Abr com o 11º RI (Cel Delmiro Pereira de
Andrade) e com os II e III/1º RI mantendo o 6º RI em reserva (Cas-
tello Branco, 1960, p. 407). PC do 1º RI: em Sassomolare.
- Localizado e identificado em Montiloco o corpo do Ten Amaro
Felicíssimo de Oliveira (ver 20 Nov 44). O 1º Esqd de Cavalaria Leve
(1º EsqdCL) possui a denominação histórica de Esquadrão Tenente
Amaro, está sediado em Valença, RJ e é subordinado à 12ª Brigada de
Infantaria Leve (Aeromóvel), sediada em Caçapava, SP.

3 Abr 45 - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 93 de


uma proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados do Serviço
Postal da FEB, tendo em vista as futuras operações: “Este é o último
esforço que o Brasil espera de nós, pela Vitória Final. Avante
Brasileiros” (Carvalho, 1952, p. 137).

5 Abr - Substituição do Major Orlando Gomes Ramagem no coman-


do do II/11º RI pelo Major Miguel Archanjo de Souza Aguiar (Idem, p.
626).
- Uma patrulha brasileira é duramente atacada pelo alemães em Ser-
rasiccia. O resgate dos feridos foi uma página de glória para o Serviço
de Saúde da FEB, que conseguiu cumprir a sua missão entre 1730 e
2300 h, debaixo de tiros de morteiros (Rigoni, 2016, p. 124).
- Início do ataque preparatório à Ofensiva da Primavera pelo V Ex no
litoral do Mar Tirreno.
154

6 Abr - Tentativa frustrada de golpe de mão alemão sobre a


9ª/III/11º RI.

7 Abr - De 7 de março até esta data a 1ª DIE capturou 94 prisio-


neiros alemães, todos pertencentes ao XIV Exército.
- Nova distribuição das tropas permite ao 6º RI uma necessária “re-
cuperação” (Moraes, 1947, p. 160).
- O Gen Mascarenhas determina um reajustamento na 1ª DIE visando
os preparativos para o ataque a Montese (Castello Branco, 1960, p.
412). Determina ainda a mudança do QG para Gaggio Montano.

8 Abr 45 - Devido à ampliação do setor brasileiro, o Btl Sizeno (II/1º


RI) recebe a missão de guarnecer a posição de Sassomolare.
- Nova reunião dos generais do IV Corpo em Casteluccio: o Gen Mas-
carenhas descreve o dispositivo da 1ª DIE desdobrado em Capella di
Ronchidos-Sassomolare e propõe que a conquista de Montese fosse
atribuição da tropa brasileira como compensação ao esforço da 10ª
DMth.
- Deste dia até 12 Abr, a Art inicia o sistema de “falsas preparações”
em todas as frentes do IV Grupo do 1º ROAR e da DIE, cuja finalidade
era iludir o inimigo em relação à incerteza do local e data do ataque.
O 1º ROAR, nesta ação, foi reforçado por um Grupo de Art 178 mm
britânico, Mrt, CC e Art blindada que estavam à disposição da DIE
(Simões, 1967, p. 112).
- O VIII Ex britânico inicia as operações na frente à leste da FEB.

9 Abr - Atingido o avião do Ten Armando de Souza Coelho em área


inimiga. Conseguiu o piloto chegar à area aliada mas teve que saltar,
sendo recolhido pelas tropas inglesas. Dois dias depois retomou as
suas missões (Castello Branco, 1960, p. 534).

10 Abr - Início da Ofensiva de Primavera (até 02 Mai) pelo XV Grupo


de Exércitos, o qual terminou com a capitulação incondicional das
forças inimigas na Itália em 02 de maio.
- O 1º RI é substituído pelo 371º RI/NA e passa a ser concentrado em
Gaggio Montano aguardando nova missão (Carvalho, 1952, p. 130).
155

- Pelo Decreto-Lei nº 7.454, o Governo cria as medalhas da Aero-


naútica: Cruz de Bravura, Cruz de Aviação, Cruz de Sangue e Medalha
de Campanha na Itália (Idem, p. 548).

11 Abr - O QG Avançado da DIE é instalado em Gaggio Montano.

12 Abr - Nas ações de patrulhas de reconhecimento para o ataque a


Montese morre o Cmt de Patrulhas Sgt Max Wolf, do 11º RI, em ação
em Riva di Biscia. Seus companheiros resolveram resgatar o corpo,
quando morreram mais dois combatentes e ficaram feridos três (Cas-
tello Branco, 1960, p. 414). O corpo de Wolf ficou insepulto até a to-
mada da cota 759 em Montese (14 Abr), quando os padioleiros o res-
gataram. Wolf havia sido condecorado pelo General Lucian Truscott
(USA) com a Medalha Bronze Star (USA).
- O II/11º RI desloca-se para a região sul de Campo del Sole, cerrando
sobre o II/1º RI face ao triângulo Montese - Cota 888 - Montello (Si-
mões, 1967, p. 97).

13 Abr 45 - Encerramento dos reajustamentos da 1ª DIE. Os efetivos


da Divisão prontos para o combate nesta data eram os seguintes: 889
oficiais e 13.950 praças. O dispositivo era composto de dois quar-
teirões e um sub-setor, mais as tropas de apoio de fogo e adminis-
trativo. A linha de frente era Capella di Ronchidos-Le Grotti-Albarelli-
Melchiorri-Monte Forte-Lama-Campo del Sole-Sassomolare-Monte
Nuvoleti (Moraes, 1947, p. 164).
- Nesta data o nº de prisioneiros capturados pela DIE chega a 666.
- A OGO nº 33 estabelece, entre outros objetivos, a conquista da linha
Montese-cota 888-Montello a partir de 14. Conforme o DPHCEx-
/CEPHiMEx:

A conquista de Montese caracterizou-se como a mais cru-


enta batalha na qual participou a FEB e onde foi decisiva a
atuação dos comandantes de pequenas frações, particular-
mente comandantes de Pelotão de Fuzileiro e de Grupo de
Combate (GC). As tropas em contato na frente do V Ex no setor
da 1ª DIE em Março/Abril 1945 eram: inimigas – 232ª Dl em
Favulo; 114ª DI Ligeira em Montese; 334ª DI em Castel
156

D'Aiano; 94ª DI e 90ª DI Panzer em reserva em Trapola ao


norte de Vergato; e as amigas: 371° RI, frente à 232ª DI; 1ª DIE
(FEB) frente à 114ª DI Lig; 10ª Div Mth ao Sul de Castel
D'Aiano, frente à 334ª DI; e 1° DIBld ao Sul de Vergato. As
missões da 1ª DIE e da 10ª Div Mth eram "Atacar para romper
o dispositivo inimigo a oeste da Rv 64, na frente da 114ª DI
Ligeira alemã na região de Montese, com a 1ª DIE e o 371° RI;
fixar e manter as atuais posições na frente da 232ª DI inimiga.
Após a conquista de Montese, prosseguir na direção da 10ª Div
Mth. A 10ª Div Mth atacar para conquistar a localidade de Cas-
tel d'Aiano e prosseguir para a região de Trapola". As possi-
bilidades do inimigo eram de "defender fortemente o triângulo
balizado pelas alturas de Montese, Cota 888 e Montello e inter-
vir no combate com carros de combate da 90ª DI Panzer". As
Forças Aliadas, após terem rompido a Linha Gótica, com a to-
mada de Monte Castelo, balizada pela cadeia de montanha dos
Apeninos, estabeleceram que o próximo passo seria atingir o
vale do Rio Pó (DPHCEX, 2015, p. 17).

14 Abr 45 - Na preparação para as ações sobre Montese, o I/11º RI


ocupa a linha Ponto Cotado 783/N de Monte Forte - Região N de
Maserno - Cotas 806 e 808 (1ª Cia); Região de Montaurigula (2ª Cia);
I. Tufi - I. Biccocchi (3ª Cia); e a Cia Ptr P 1 com base de fogos na linha
Cotas 783 - 928 - 806 - 808 - Montaurigula - Cota 930. Esta Cia ainda
manteve dois Pel Mtr .30 e cinco Pç Mtr .50 nas cotas 952 - 928 - I.
Gianarelli (Simões, 1967, p. 97/98).
- Com um adiamento de dois dias, inicia a Ofensiva de Primavera pelo
IV Corpo de Exército (Operação Craftsman), que visava eliminar a
nova linha de defesa alemã (Linha Gengis Khan), substituta da Linha
Gótica.
- A 2ª Cia/11º RI ocupa, às 0725 h, com um Pel Fzo, a cota 806,
mantém um Pel em Cota 818 - Montaurigula e outro na Cota 826.
- Às 1000 h, a Art concentra tiro de Mrt químico sobre cota 778 e se
destaca nos fogos de contra-bateria e contra-morteiros.
- Às 1015 h, o I/11º RI avança um Pel para Possessione.
- O S3 do 11º RI, Ten Cel Jurandir Bizarria Mamede, informa aos
batalhões que o IV Corpo exigia que o ataque fosse iniciado até as
157

1200 h e determina que os Btl cerrassem sobre as patrulhas. A 6ª


Cia/II/11º RI atinge a cota 750 na sua progressão para Possessione.
- A partir das 0830 h o apoio aéreo norte-americano deu prioridade
ao V Exército e, particularmente, à ZAç do IV CEx.
- Às 0910 h a Art inicia seus fogos, que duraram 30 minutos.
- Às 0935 h a DIE e a 10ª DMth recebem ordem de atacar.
- Posições de Mtr inimigas se revelam em pleno tiro pela ação das pa-
trulhas em Cota 758, Sasso Baldino, Cota 750, Creda, Braine, Mon-
tello, cota 866, Cá de Bertolino, cota 755, leste de cota 831 e cota 767.
Estas armas dificultaram muito o avanço sobre Montese.
- O III/6º (Btl Silvino) desloca-se de Varia de Soto para Il Monte
(Santim, 2015, p. 129).
- A partir das 1015 h foram lançados os pelotões para ocupação de
posições à frente. O ataque propriamente dito começou às 1330 h
por ação do 11º RI mais os II (Sizeno) e III/1º RI (Franklin) e armas
de apoio. O 11º RI (Regimento Delmiro) e o Btl Syzeno (II/1º RI)
atacaram para conquistar a linha Riva di Biscia-Montese-Cota 888-
Montello. Os Btl Aguiar (II/11º RI) e Franklin (III/1º RI) mantiveram
suas posições em Monteforte e Monte Nuvoleti.
- A 10ª DMth ataca às 0945 h em sua ZAç mas sofre pesadas baixas
(Brayner, 1968, p. 399).
- A 1ª DB inicia sua ação às 1400 h enfrentando as maiores dificul-
dades (Idem).
- Antes do meio-dia um Pel Fzo da 6ª/II/1º RI conquistou Posses-
sione, uma das posições da Linha Gengis-Khan.
- Às 1200 h o Cmt do IV Corpo determina à 1ª DIE o imediato ataque
a Montese para aliviar a 10ª DMth (Brayner, 1968, p. 400)
- O I/11º (Btl Maj Lisboa, que substituiu o Maj Jacy) atacou
diretamente na direção de Montese. Às 1300 h todos os objetivos
haviam sido conquistados (1ª fase). Ficou em poder dos brasileiros a
linha Casone-Il Cerro-Possessione-Cota 745.
- Ataque propriamente dito a Montese: foi desencadeado às 1330 h,
com preparação de Art. Escalão de Ataque: III e I Btl do 11º RI. Esfor-
ço principal: III/11º RI (Btl Cândido), na direção Casone-La Torre-
Cota 927, coberto à esquerda pelo Btl Lisboa e à direita pelo Btl
Sizeno. Houve ação da Cia de Morteiros Químicos do IV Corpo com
cortinas de fumaça. A reação do inimigo se mostra violenta.
158

- Às 1500 h, o Btl Lisboa (I/11º RI), em verdadeiro combate em lo-


calidade, penetra com a sua 2ª Cia, comandada pelo Cap Sidney Álva-
res, na Vila de Montese com o Pel Fzo comandado pelo 1º Ten Iporan
Nunes de Oliveira e com o Pel do Ten Ari Rauen, ficando em 2º
escalão o Pel do Ten Malheiros. Houve apoio da nossa Art e fogos de
contra-bateria inimiga que conseguiram barrar o avanço do Pel do
Ten Ari, o qual caiu mortalmente ferido na cabeça à frente de seus
comandados. O seu Pel sofreu muitas baixas, principalmente pela
ação das minas anti-pessoal (Simões, 1967, p. 100).
Em seguida, o Btl Lisboa completa “a posse integral da
localidade”, que era o objetivo nº1 (O1) (Brayner, 1968, p. 401).
Enquanto isso, o III Btl lançava-se à conquista de Serretto e alturas
de Paravento com as Cias 8ª (Cap João Manuel de Faria Filho) e 9ª
(Cap Hugo de Andrade Abreu). A 8ª, no eixo Serretto-Cota 927-Cota
888 e a 9ª na direção geral Paravento. Ambas tiveram enormes
dificuldades pela resistência inimiga (Art e Mrt) e pelas minas anti-
pessoal. A 8ª ainda ficou encarregada de realizar a limpeza das
periferias E e SE de Montese. No prosseguimento, foram eliminadas
as resistências inimigas em Cota 759, Ponto 767, Cemitério de
Montese, Cota 749 e SE de cota 871. O Pel Amorim, da 4ª/II/11º RI
ocupa Creda. Em seguida, o inimigo aumenta o fogo sobre Il Cerdo,
cota 751, Creda e cota 773. Em Creda, o Ten Amorim sofre um feri-
mento e o Ten Mega, também da 4ª Cia, idem, tendo morrido pouco
depois. Mega tinha sido promovido a 2º Tenente em 05 Mar.
- Às 1515 h, o 11º RI (III Btl) conquista Serreto e alcança as re-
dondezas de Paravento. Em seguida, prossegue na direção de cota
927, que era o O2. Por volta de 1400 h, o I Btl (Maj Lisboa), pros-
segue o ataque com os pelotões Iporan e Ari, sendo que este sob o
comando do Sgt Auxiliar, face à morte do seu Cmt. O inimigo faz fogo
da Torre da Igreja de Montese, das encostas sul da localidade, região
leste de Fábrica e Três Casas. Elm da 2ª Cia ficam detidos nas encos-
tas sul de Montese. Não se dispõem de informações sobre o pelotão
do Ten Malheiros. Os CC norte-americanos alcançam Monte-buffone.
Conforme a DPHCEx:

Nesta mesma ocasião, 15:30 h, a 6ª Companhia deter-


minava ao Pelotão Apollo que atacasse 758 e procurasse sol-
159

dar-se a Possessione onde se encontrava o Pelotão Rosa. A


despeito dos seus esforços, não pode ir além de 744, obstado
por campos de minas e intensos bombardeios de artilharia e
morteiros que procuravam detê-lo. Encerrada a jornada, os
batalhões receberam ordens para manter as posições con-
quistadas, em condições de retomarem as operações, na manhã
seguinte. Embora muito exausto, o III/11º RI procurou rea-
justar-se, passando a 7ª Companhia, a quem estava reservado
papel de destaque no prosseguimento do ataque, a ocupar po-
sições entre as duas outras. Por trás dele, articulou-se o III/6°
RI, indo a 7ª Companhia reunir-se em Il Cerro e a 9ª Companhia
em Creda, permanecendo a 8ª Companhia ao norte de Montese
e a Companhia de Petrechos Pesados em 855. Simultanea-
mente, o S3 (oficial de operações) do 11° RI estabeleceu liga-
ções com o II/1º RI, acertando pormenores a respeito do ata-
que a 778, que deveria efetuar-se logo após cerrada prepa-
ração de fogos, quando, então, o III/11º RI também partiria
para os seus objetivos. Nesta situação, os batalhões continua-
ram a sofrer baixas, pois os morteiros e a artilharia do inimigo
não cessaram de atirar durante a noite (DPHCEx, 2015, p. 20).

- Às 1800 h, o Btl Cândido concluía o assalto às posições inimigas na


região de Ponto Cotado 831, a Nornordeste de Montese e Creda. As
operações de limpeza continuam.
- Na Itália, os Aliados contavam com a ajuda de 50 mil “partigiani”
que criaram as maiores dificuldades para os alemães (Castello Bran-
co, 1960, p. 416).

14/15 Abr 45 - O Btl Silvino (III/6º RI) é deslocado para a região de


Il Cerro-Serreto-Creda.

15 Abr - Continuação dos combates na região de Montese. Conforme


a DPHCEx (2015, p. 21) as operações reiniciaram às 0945 h:

O combate reiniciou-se na manhã de 15 de abril. Às 9:45


h, o III/110 RI, ainda mal refeito da jornada anterior, partiu em
demanda dos seus objetivos, depois de curta preparação de ar-
tilharia. A sua missão era a mesma, isto é, a posse das alturas
de 927 e 888-Montello. A 7ª Companhia atacou pela direita da
160

crista de 927, enquanto a 8ª Companhia avançou a cavaleiro da


própria crista, permanecendo a 9ª Companhia, como reserva,
em Paravento. Apoiada por alguns carros de combate, a 7ª
Companhia rapidamente galgou as encostas leste de 927, não
obstante cerrado fogo do inimigo que lhe infligiu pesadas
baixas, inclusive a perda de um dos seus pelotões. Mais adiante,
porém, era detida, em situação muito precária, por fogos de
armas automáticas partidos de 927, Cá di Berretta e garupa de
Canello, além dos fogos dos morteiros e da artilharia que
continuavam a cair na região. A 8ª Companhia conseguiu tam-
bém projetar-se para frente, tendo, em dado momento, causado
verdadeira sensação a quantos ouviram a sua mensagem infor-
mando que havia atingido 888. Na verdade, porém, ficou apu-
rado, logo depois, não tinha ido além de 824, onde se encon-
trava igualmente detida por fogos oriundos de 927 e Monte-
buffone. Involuntariamente, provocara ela a suspensão dos fo-
gos da artilharia que as apoiava, deixando-as em apuros por
alguns momentos. A 7ª Companhia, em ponta, desarticulada e
sem ligação com a esquerda, foi a que mais sofreu as con-
sequências deste imprevisto. Vendo-a nesta situação quase in-
sustentável, o Comandante do batalhão, rapidamente, impul-
sionou um pelotão da 9ª Companhia para cobrir-lhe o flanco
esquerdo o qual, infelizmente, não chegou a atingir o objetivo,
indo juntar-se, equivocadamente, à 8ª Companhia.

- Conquista da posição de Paravento pelo III/6º RI (Btl Silvino) e


avanço em direção a Montello e Cota 888 (Santim, 2015, p. 130).
- Em Serretto, morre o 2º Tenente Francisco Mega, do II/1º RI, ferido
em ação à frente de seu Pel Fzo. Conforme o Ten Cel Raul Mattos A.
Simões no Prefácio de seu livro “A presença do Brasil na 2ª Guerra
Mundial”:

“não é recomendável mandar-se um aspirante à guerra.


Se por um lado tem a afoiteza e a impetuosidade dos jovens fal-
tam-lhe, por outro, a experiência e o bom senso dos mais ma-
duros” (Simões, 1967, Prefácio).

- O Regimento Delmiro (11º RI) continua o ataque procurando con-


quistar a linha Cota 888-Montello. Às 1145 h, Montebuffone e Cota
161

788 foram conquistados. Às 1245 h, os CC destruíram o casario de


Montello.
- Às 1530 h o Cmt da DIE incumbe o Cmt do 6º RI (Reserva) de con-
trolar o combate na área de Serretto-Montebuffone-Cota 927. O Cel
Nelson de Mello determina ao Btl Silvino (III/6º RI) cerrar e ultra-
passar o Btl Cândido (III/11º RI). À noite, o III/11º RI foi substituído
pelo 6º RI (exceto o Btl Silvino) (Moraes, 1969, p. 284).
- A jornada termina sem posições definitivas. O III/11º RI (Cândido)
retrai para Campo del Sole.
- A OGO nº 34 determina ao 11º RI e ao II/1º RI o prosseguimento da
ação sobre Paravento e Serreto.
- Uma esquadrilha da FAB ataca posições inimigas no Monte Solo,
liberando o avanço da ofensiva aliada no Vale do Pó, tendo sido
elogiada pelo Major-General Geoffrey Keyes, Cmt do II Corpo Ex NA
(Simões, 1967, p. 148). Conforme o Tenente-Brigadeiro do Ar Rui
Barbosa Moreira Lima, a expressão “Senta a Púa” do emblema do 1º
Grupo de Caça da FEB foi originada no dito popular nordestino
“Senta a Púa, Zé Maria”, usado para diversas ocasiões (Simões, 1967,
p. 150).
- O Cmt do Pelotão de Sepultamento relata em documento uma gran-
de dificuldade em resgatar os combatentes mortos em face das arma-
dilhas (Booby traps) ligadas aos corpos (Piovesan, 2017, p. 122).

16 Abr 45 - O 6º RI (exceto o I Btl) toma posição em Serretto para


lançar-se contra Montello-Cota 927-Cota 888-Montebuffone, cujo
ataque visava “facilitar a ação da 10ª DMth” (Castello Branco, 1960,
p. 432).
- Para o ataque, o Cmt do III/6º RI dispôs a 8ª Cia em cota 824 e orla
N de Montese, a 7ª nas encostas N de Serretto e a 9ª na encosta NE
da mesma elevação. Este Btl havia sofrido 94 baixas na jornada
anterior, inclusive um capitão, dois tenentes e 13 Sgt (Santim, 2015,
p. 130). O Btl não conseguiu desembocar na LP por força da Art e Mrt
inimigos. Nova tentativa às 1100 h também é frustrada. Entretanto
lança patrulhas sobre a Cota 927. O Cmt 6º RI decide ultrapassar o III
Bt pelo II Btl (Maj Oest). O III Btl foi substituído, à noite, pelo II/6º e
conduzido à retaguarda (Varia di Sotto) para repouso e recomple-
tamento. Enquanto isso, a Art/1ª DIE concentra fogos em Montese.
162

- As 1200 h o II/6º RI (Btl Oest) progride na direção de Il Cerro-


Montese através da infiltração homem a homem face ao ininterrupto
bobardeio inimigo , concluindo o movimento à noite.
- A 10ª DMth (à direita da DIE) conquista o vilarejo de Tole.
- A OGO nº 35 renova a ordem de ataque ao 6º RI para a conquista
das cotas 927 e 888 e Montello. Mensagem urgente do Cap Sidney, às
1446 h, dá conta de que o pelotão do Ten Iporan Nunes de Oliveira
havia entrado em Montese por sudeste e dominado a guarnição ini-
miga localizada na igreja. Iporan foi imediatamente reforçado por um
outro pelotão. Às 1750 h estava consolidada a posse de Montese. Já à
noite, a 4ª Cia/II/6º RI ocupa a cidade.
- O Cel Delmiro Pereira de Andrade em seu livro “O 11º RI na II
Guerra Mundial (BIBLIEx, 1950) assim relata esta fase do combate:

“A 2ª Companhia está sendo bastante hostilizada nas


encostas Sul de Montese. O Pelotão mais avançado tem várias
baixas, inclusive seu Tenente; o S/3 do RI informa ao Coman-
dante do I Batalhão que uma concentração de dois Grupos de
Artilharia ia ser desencadeada sobre as resistências de Mon-
tese. Uma mensagem urgente, às 14h, do Capitão Sidney, Co-
mandante da 2ª Companhia, informa que o Tenente Iporan
entrara em Montese sob terrível bombardeio e que suspen-
desse, imediatamente, a concentração que havia começado
momentos antes. Um mensageiro enviado pelo Tenente Ipo-
ran informava ao Comandante de Companhia a sua verdadei-
ra situação, isto é, que havia atingido o seu 1° objetivo: Mon-
tese”.

- Conforme Antonio Walter Santim (p. 131) “Montese virou terra


arrasada. O estrago foi tanto que os italianos a chamavam de ‘Monte
Cassino do Norte’”.

17 Abr - A OOp nº 16 do IV Corpo, cumprindo ordens do V Ex,


determina à 1ª DIE manter as atuais posições, reconhecer o inimigo e
ficar em condições de (ECD) realizar as operações de Perseguição.
- O Cmt da 1ª DIE aproveita para realizar substituições das suas
tropas e reajustar o nosso dispositivo, mas continuam as ações de pa-
trulhas. O I/1º RI é deslocado para a região de Villa d’Aiano-Bocca
163

dei Ravari. O I/6º (Gross) é deslocado para Bocca dei Ravari-Monte


Pigna.
- Nesta fase, a 10ª DMth rompe a linha alemã na região de Tole e na
brecha penetra a 1ª DB/NA até a retaguarda alemã. Nestas condi-
ções, para evitar um envolvimento, “os alemães não tinham outra
alternativa senão a de retrair” (Moraes, 1969, p. 292).

18 Abr 45 - O Cmt da 1ª DIE aproveita para fazer os reajustamentos


ne-cessários no dispositivo brasileiro com substituições dos
batalhões. O II/6º substitui Elm da 10ª DMth na região de Le Coste-
Tole. Con-tinuam as ações de limpeza da área de Montese.
- Baixas brasileiras em Montese de 14 Abr até esta data: 34 mortos e
386 feridos, com o total de 426 baixas. Foram feitos 453 PG. O PC do
1º RI fica instalado em Canolle.
- Conforme o Gen Mascarenhas

“Finalizara com extrema simplicidade o episódio mais san-


grento vivido por nossas forças em território italiano. Foram quatro
jornadas severas, vividas sob os mais pesados bombardeios que tro-
pas brasileiras experimentaram durante toda a Campanha em terri-
tório italiano. Conseguiram as armas patrícias vergar a resistência do
inimigo e desmantelar, de forma definitiva, o renitente bastião de
Montese” (Moraes, 1947, p. 180/181). E ainda, o Gen Mascarenhas:
Na jornada de ontem, só os brasileiros mereceram as minhas
irrestritas congratulações; com o brilho de seu feito e seu espírito
ofensivo, a divisão brasileira está em condições de ensinar às outras
como se conquista uma cidade (DPHCEx, 2015, p. 22).

- A partir das 1100 h os norte-americanos se lançam na direção de


Monteveglio, oportunidade em que obtiveram considerável sucesso.
- Patrulhas de reconhecimento dão conta da presença alemã em toda
a frente, ainda.

19 Abr - Diminui o fogo inimigo na área da 1ª DIE. Confirmado o


retraimento dos alemães em toda a frente, exceto algumas resis-
tências enfrentadas pelo Btl Gross (I/6º RI).
- O 1º RI (Btl Sizeno) vence as resistências e ocupa as posições de
Cota 758, Canelo e Bortolino (Carvalho, 1952, p. 143).
164

- O Esqd Rec (Cap Plínio Pitaluga) é lançado na direção do rio Panaro


através de Montese-Ranocchio para retomar o contato com o inimi-
go. À noite, ocupa a linha Ranocchio - Monte Maiolo - Bertochi, lan-
çando operações de reconhecimento até a margem do Panaro.
- Ao final da jornada elementos avançados da 1ª DIE mantinham a
linha Riva di Biscia-San Martino-Ranocchio-Monte Maiolo-La Trap-
pola-Monte Tortore-Tole.
- A 1ª DB/NA alcança a região de Monte Acuto-Monte Albanello-
Pavo-loni.
- A 1ª DIE recebe do IV Corpo a missão de

“limpar a margem oriental do Panaro e capturar os elementos


esparsos do inimigo na direção geral de Zocca-Monte Orsello” (Mo-
raes, 1947, p. 186).

- Com a constatação de que os alemães se haviam retirado das suas


posições na noite de 18/19 de abril, inicia a fase do Aproveitamento
do Êxito (até 22 Abr) pelas tropas do IV Corpo, incluindo a 1ª DIE.

20 Abr - Início e continuidade das ações de Aproveitamento do Êxito.


A OGO nº 39 confere à 1ª DIE a missão de atacar a região de Zocca-Il
Monte e progredir no eixo Manzone-San Michelle-Montalbano. No
prosseguimento, progredir na direção de Monte Orsello.
- Para isso, o Cmt da DIE resolve cobrir a região SO do rio Rivella com
o 11º RI e ocupar a região de Zocca-Il Crociale.
- Com muitas dificuldades, o 1º RI atinge a linha Piron-delle-Cá Del
Sarto-Verucchia estabelecendo contato com o inimigo na região de
Zocca.
- Substituído em Montese pelo 371º RI/NA, o 6º RI é lançado sobre
Guiglia e Marano, ocupa La Selva mas não consegue se apossar de
Zocca em face de obstinada resistência inimiga. A região era objetivo
de real importância para ambos os contendores.
- A DIE realiza, com sucesso, a limpeza do eixo Castel D’Aiano-Zocca-
Vignola até as margens do rio Panaro, realizando simultâneamente
uma operação defensiva (a cobertura) e outra ofensiva (aproveita-
mento do êxito) (Carvalho, 1952, p. 144).
165

- O Gen Mascarenhas transfere o seu QG Avançado para a região de


Sassomolare e decide atacar Zocca-Il Monte.
- Nesta noite, os primeiros elementos do 2º CEx penetram nos su-
búrbios de Bologna, conquistada no dia seguinte, 21 (Castello
Branco, 1960, p. 435).

21 Abr 45 - As tropas inimigas abandonam a vila de Zocca nesta


madru-gada, antes do ataque brasileiro por ação do 6º RI.
- Captura e ocupação de Zocca às 0915 h por ação do 6º RI e do 1º RI
com o Btl Uzeda.
- O 1º Esqd Rec atinge a região de Gainasse e Monte Delle Vallecchie
onde realiza seus reconhecimentos.
- Prossegue a ação retardadora do inimigo, mas a DIE consegue avan-
çar para a linha Montespecchio-Casellano-Cervura-La Torre-Campaz-
zo-Doccia. O PC do 1º RI avança para Somelano di Sotto e às 1200 h
para Rósola.
- A OGO nº 40/DIE estabelece a conquista de Samone-Ponte Samone
e progredir na direção Zocca-Guiglia.
- Às 2300 h nova OGO, a de nº 41, lança o 1º Esqd Rec nos eixos
Zocca-Vignola e Zocca-Lodalo para penetrar nas linhas inimigas.
- O Btl Eng é lançado para neutralizar obstáculos lançados pelos ale-
mães. Os PG informavam que toda a margem leste do Panaro estava
minada (Moraes, 1969, p. 294).

22 Abr - As operações de 21 possibilitaram investir contra Marano


sul Panaro e Vignola. Os objetivos foram todos conquistados. Foi
alcançada a linha Pieve Trebbio-Pietrarossa-Castiglione. Elm da 1ª
DB penetraram na planície do rio Pó chegando à região de Módena e
a DIE alcançou a região de Vignola, caracterizando o final de uma
fase e o início de outra.
- Nesta data, após uma semana, foi concluído o “Aproveitamento do
Êxito” e iniciados os preparativos para as operações de “Persegui-
ção”.
- A OGO nº 42, expedida às 2330 h determina à 1ª DIE
166

“contornar as resistências de Marano, prosseguir para C.


Malassi-P. Galloni e Panaro-Capriglio. Cortar a retirada do inimigo
entre Panaro e o Secchia sobre a Estrada 12” (Brayner, 1968, p. 424).

- O IV Corpo determina à 1ª DIE, entre outras ordens, o deslocamento


rumo a NE para bloquear a possível travessia dos alemães do rio Pó
para o Norte. A 1ª DIE alcança a linha Pieve Trebbio-Pietrarossa-
Castiglione, sendo que esta jornada marcou o fim de quatro dias de
Aproveitamento do Êxito (Meira Mattos, 1983, p. 183).
- Em função disto, o Cmt da 1ª DIE decide cortar a retirada do ini-
migo entre os rios Panaro e Secchia e para isso cria o Destacamento
Nelson de Mello (DNM) com o III/6º RI (Silvino), o II/1º RI (Syzeno),
uma Cia de Obuses, uma Cia Eng, uma Cia de Reconhecimento e
quatro Pel CC norte-americanos.
- Os I (Gross) e II Btl (Oest) do 6º RI ocupam as alturas que dominam
o Panaro por leste. O 11º RI, exceto o II Btl, ocupa as regiões de San
Antônio, Cá Nova e Monte Orsello.
- No final da jornada deu-se por concluída a limpeza das margens
leste do Panaro. O QG será transferido para C. Grotti, ao N de Zocca.
- O 1º Gp Caça alcança o máximo de resultados positivos na Itália,
cobrindo-se de glórias. O 22 de abril passou a ser o aniversário da
aviação de caça da FAB (Cambeses Jr., 2015, p. 57). Neste mesmo dia,
uma esquadrilha ataca uma ponte de pontões sobre o rio Pó e outra
ataca uma outra ponte e um comboio de viaturas.
- Pressionando os alemães na margem do rio Pó, o V Exército faz 30
mil prisioneiros (Castello Branco, 1960, p. 436).
- Conforme o Cel Manuel Thomaz Castello Branco (1960, p. 443),
nesta noite inicia-se “a etapa complementar da perseguição”. O DNM
desloca-se por Guiglia-Bazzano-Spilamberto-Formigine “desbordan-
do Marano Sul Panaro” (Idem, p. 446).
- Abatido o avião do Ten Marcos Eduardo Coelho de Magalhães em
Sassuolo onde foi recolhido por um “camisa negra” (partisan) que
quis matá-lo, sendo salvo por um cabo enfermeiro alemão. Com os
tornozelos fraturados, foi levado a um hospital em Reggio nell’Emília
de onde foi resgatado pelos norte-americanos (Ibidem, p. 534).
167

23 Abr 45 - Iniciando a Perseguição, ocorre a ocupaçao de Marano,


Vignola e do rio Secchia, ao longo da estrada nº 12.
- Ocupação de Magreta-Ergástolo-Formigine pelo Destacamento
Nelson de Mello ainda pela madrugada. O III/11º ocupa Marano Sul
Panaro e Vignola (Ibidem).
- Ocupação de Castelarano e Sassuolo pelo 1º Esquadrão de Reco-
nhecimento. Enquanto isso, o II/6º (Oest) transpõe o Panaro e ocupa
C. Galloni, Denzano e P. Galloni e o I/6º (Gross) chega à região de
Monte Guerro e Rocchetta. O Btl Syzeno (1º RI) atinge Formigene.
- A 1ª DIE recebe uma nova ZAç ao sul da Rv nº 9 e a missão de
realizar a cobertura do Eixo Modena-Piacenza.
- O QG Avançado da 1ª DIE é transferido para C. Grotti, ao N de Zocca.
- O Gen Mascarenhas realiza uma reunião com os generais Zenóbio e
Cordeiro de Farias para tratar do transporte das tropas nas ope-
rações de Perseguição. A opção escolhida foi por usar as Vtr da Art
sob o controle do Cmt da AD e seus oficiais de EM, solução voluntária
e de grande espírito de colaboração do Gen Cordeiro de Farias. Estas
prescrições constaram da OGO nº 43/DIE.
- A 10ª DMth, apoiada pela Força Aérea, inclusive a FAB, transpõe o
rio Pó, possibilitando que a Engenharia da FEB pudesse construir
duas pontes na região de San Benedetto Pó.

24 Abr - O Esqd Rec e o 1º RI, exceto o Btl Sizeno (que foi lançado
para Arceto), são lançados para a região de Montestino e o QG
Avançado deslocou-se para Vignola.
- O Esqd Rec teve a missão de reconhecer as transversais que vinham
ao eixo Marano sul Panaro - Castelvetro - Sassuolo.
- Ao final desta jornada o Esqd Rec atinge Sassuolo-Ponte Nova, lança
o 1º Pel à Casalgrande e Scandiano. Reconhecendo a estrada nº 63
entre Labinea e Casina, alcança a região de San Polo D’Enza estabe-
lecendo ligações com o Esqd Rec da 34ª DI norte-americana em
Sassuolo-Ponte Nova. Às 1700 h, o Cmt Esqd informa que tropas NA
estavam em contato com o inimigo em Vazzano. O Esqd Rec lança
então um Pel para Bibbiano, de onde acabava de se deslocar uma
coluna alemã em direção a Montecchio Emilia.
- O DNM ocupa Arceto e Sabbione. O II/1º RI estaciona em Arceto e o
III/6º RI em Sabbione. O grosso do 1º RI permanece nas suas po-
168

sições à retaguarda por absoluta falta de transportes (Castello Bran-


co, 1960, p. 447), o que desagrada profundamente o seu Cmt.
- O 11º RI avança com os seus Btl II e III de Montese para Sassuolo e
Scandiano, respectivamente. Enquanto isso, o I/11º RI se concentra
em Cá Di Sola. O I/6º RI ocupa Levizzano (Simões, 1967, p. 122).
- Neste movimentos, foi notável a boa recepção das populações locais
à tropa aliada (Idem).
- A Esquadrilha do Ten Perdigão, do 1º Gp de Caça da FAB, localiza
um comboio de trens com 80 vagões em Verona, ataca e consegue
explodir alguns, carregados de munição (Castello Branco, 1960, p.
524).

25 Abr 45 - O IV Corpo expede a sua IOp nº 88 determinando a


conti-nuação da Perseguição nas direções de Montecchio e San Polo
D’Enza bloqueando o inimigo na Estrada 63.
- Em função disto, a OGO nº 44 transcreve as mesmas prescrições da
IOp/IV Corpo.
- O 6º RI atinge o corte do rio Enza.
- O 1º RI transpões o Panaro e ocupa a região de Montestino - San
Dalmazio e desdobra-se nas regiões de San Dalmazio, Il Malandrone,
Arceto e Monfestino. PC do Regimento em Le Crocci.
- O 1º Esquadrão de Reconhecimento se lança sobre Traversetolo e
reconhece a região entre os rios Enza e Parma. Em Pannocchia e
Languirano o Cmt levanta a informação de que existe a presença de
alemães em Collecchio e que dois Btl inimigos se deslocavam de
Barceto para Fornovo di Taro (Simões, 1967, p. 123).
- Extinção do Destacamento Nelson de Mello às 1300 h, retornando o
Cel Nelson de Mello ao 6º RI. Em seguida, este regimento se desdobra
com seus Btl em Montecchio Emilia, San Polo D’Enza e Bibiano.
- O 11º RI se desdobra com os Btl Lisboa e Cândido em Casal-
grande/Scandiano e o Btl Ramagem em Puianello enquanto o II/1º
RI desloca-se para Rivalta.
- No final desta jornada a DIE já estava cerrando sobre o rio Enza.
Nota: nesta data, todos os anos, a comunidade de Montese come-
mora sua libertação dos alemães pela tropa brasileira. Evento conhe-
cido como “La Liberazione”.
169

26 Abr 45 - O Cmt da 1ª DIE decide iniciar a Perseguição entre os


rios Enza e Taro. Para isso, lança o 6º RI para Parma e o Esqd Rec
para o rio Taro (OGO nº 45). Resolve também transferir o seu QG
Avançado para Montecchio (80 Km após Vignola direção norte).
- Às 1200 h o Gen Mascarenhas lança o Esqd Rec na direção de Col-
lecchio. Às 1500 h, nesta localidade, o Esqd choca-se com dois Btl da
90ª Divisão Panzer Grenadier (vanguarda alemã), ou seja, forças bem
superiores às suas. Informado disto, imediatamente o Gen Mascare-
nhas determina (às 1725 h) o deslocamento das forças disponíveis
para apoiar o Esqd Rec em Collecchio. O Cmt do 6º RI lançou a 8ª/III,
que é a primeira tropa a chegar a Collecchio. Também o II/11º RI
(Maj Aguiar) é lançado com a 5ª Cia Fzo e o Pel Mtr da CPP. O
interrogatório de prisioneiros permitiu identificar a 148ª DI alemã
em deslocamento para o norte. Bloqueada a rota 62 para Parma.
- Os generais Mascarenhas, Zenóbio e Cordeiro de Farias deslocam-se
também para a região de Collecchio/San Polo Enza. No local, o Cmt
da 1ª DIE investe o Gen Zenóbio na coordenação das ações e investe
o Maj Ramagem no comando das forças para atacar o inimigo.
- O inimigo encontrava-se nas imediações da igreja e do casario
próximo quando foi atacado pela 5ª/II/11º RI sob o comando do Cap
Newton Belfort. O Pel do Ten Rocha Loures consegue conquistar a
igreja. O Pel do Sgt Gonçalves conquista a região do cemitério. O ini-
migo estava fortemente instalado na região da estação ferroviária. À
noite chegam à região a 4ª/II/11º e 2ª/I/6º. Para dificultar as coisas
começa uma chuva torrencial (Castello Branco, 1960, p. 451).
- Às 2030 h o Maj Ramagem instala o seu PC na igreja de Collecchio e
suspende o combate para reiniciá-lo no dia seguinte. Os generais bra-
sileiros se dirigem para o PC do Maj Ramagem em Collecchio.
- Abatido o avião do Ten Luiz Lopes Dornelles em Alessandria. O
aparelho mergulhou caindo ao solo. Não se sabe se a ejeção não fun-
cionou, tendo o piloto morrido na queda (Idem, p. 535).

27 Abr - Às 0200 h, com o inimigo cercado, o combate era travado no


interior da localidade tendo, ao amanhecer, atingido o ponto crítico.
Às 0600 h reinicia o ataque na direção oeste enquanto a 4ª/II/11º
realiza a limpeza da cidade para eliminar resistências. Às 1100 h os
alemães estavam em plena retirada para Fornovo apresentando,
170

porém, ações retardadoras e resistências em Ponte Scodogna e em


Medesano.
- Em relação à tropa inimiga que ficou em Collecchio o Gen Mas-
carenhas diz o seguinte “Ao meio-dia as tropas alemãs estavam
completamente dominadas” (Moraes, 1947, p. 200). Fizeram-se 395
prisioneiros, inclusive 17 oficiais.
- Um pelotão e uma Secção de CC norte-americanos foram lançados
em Aproveitamento do Êxito no eixo Collecchio-Fornovo di Taro
retomando o contato com o inimigo em Pontescodogna. Foram iden-
tificadas forças alemãs em torno de 600 homens em Respício.
- Às 0900 h, em mensagem secreta, o IV Corpo apela à 1ª DIE pela
aniquilação da 148ª DI alemã.
- Ao final da jornada toda a região de Collecchio estava controlada
por ação do II/11º RI (Maj Aguiar), do Pel CC e demais tropas da 1ª
DIE. Estava barrado o acesso do inimigo a Parma, foram feitos 588
prisioneiros, apreendido muito material e “cerca de 100 cavalos em
mui bom aspecto” (Moraes, 1947, p. 201).
- O QG Recuado da DIE desloca-se para Vignola.
- Ao final da tarde o Btl Ramagem, apoiado por CC/NA domina a
região ao sul de Collecchio.
- Ao final da tarde, presentes o Cmt do IV Corpo e o do V Ex ao QG
Avançado da 1ª DIE em Montecchio Emília, os dois chefes declaram-
se “satisfeitíssimos” com as ações da DIE brasileira e prescrevem as
próximas ações com o objetivo principal de impedir o acesso alemão
ao norte.
- Uma patrulha de guerrilheiros “partigiani” encontra, escondidos em
um veículo, em uma estrada em Donga, o Duce Mussolini e sua
amante Clara Petacci, acompanhados de membros do seu governo.
Foram presos, mais tarde executados (28 Abr) e seus corpos foram
expostos em Milão.
- A IOp nº 89 do IV Corpo determina à 1ª DIE progredir na ZAç, des-
truir as forças inimigas, bloquear o acesso dos Apeninos para o norte,
substituir Elm da 34ª DI e proteger o flanco esquerdo do IV Corpo
(Brayner, 1968, p. 443).
- O Gen Mascarenhas determina ao 6º RI, com ações convergentes de
seus Btl e o Esqd Rec, o cerco sobre Fornovo.
171

- Às 1500 h o II/6º RI (Oest) já atingia Neviano di Rossi e as eleva-


ções de Respício. Nesta tarde ainda, em Neviano di Rossi, oficiais do
6º RI recebem a visita do Pároco Dom Alessandro Cavalli que se ofe-
rece para ser mediador junto ao comando alemão. O Maj Henrique
Cordeiro Oest, em iniciativa inteiramente sua,

confiou ao vigário de Neviano di Rossi, Dom Alessandro Cavalli,


o papel de emissário junto às tropas alemãs de Respício, com o fim de
levar-lhes, de viva voz, a intimação de rendição incondicional, de
acordo com as leis internacionais (Moraes, 1969, p. 310).

- Tendo aceito a incumbência, o padre caminhou seis Km até os


alemães e transmitiu a intimação ao Cmt da Divisão alemã (Moraes,
1969, p. 310). Às 1930, um oficial superior alemão mandou-lhe
retornar e trazer as condições de rendição por escrito. Às 2030 h, em
Neviano di Rossi, o padre deu ciência ao Maj Oest da entrevista com
os alemães. O oficial brasileiro Adjunto da Sec Op do 6º RI levou a
novidade para o Cmt Cel Nelson de Mello em Bibiano. Nelson de
Mello decide mandar então aos alemães a intimação por escrito no
dia seguinte, não sem antes cientificar o Gen Mascarenhas através do
Ten Cel Castello Branco.

28 Abr - A DIE expede a OGO nº 48 determinando que o objetivo


principal é barrar o acesso inimigo para o rio Pó. O Cmt do 6º RI
recebe, a partir da zero hora, o comando das ações na região.
- Foi empregado o 6º RI a cavaleiro do eixo Collecchio-Fornovo para
atuar sobre forças inimigas na área de Felegara-Gaiano-Neviano di
Rossi-Fornovo, juntamente com o Esqd Rec da seguinte maneira,
conforme a OOp nº 37 do Cmt do 6º:
- O I/6º (Btl Gross) foi lançado no Eixo Collecchio-Fornovo para
ocupar Gaiano e Fornovo.
- Na margem esquerda do rio Taro foram lançados o Btl Silvino
(III/6º RI) e o 1º Esqd Rec (Cap Pitaluga).
- Portanto, o cerco a Fornovo di Taro estava sendo comprimido pela
1ª DIE através do 6º RI mais Elm de apoio.
- O II/6º RI (Btl Oest) e um Pel CC foram lançados no eixo Mamiano-
San Vitale de Baganza-Neviano di Rossi-Respício-Fornovo di Taro
172

para conquistar Respício. O Btl Oest surpreende o inimigo na estrada


62. Por iniciativa própria, o Maj Oest solicita ao vigário de Neviano di
Rossi - Dom Alessandro Cavalli, que levasse aos alemães uma intima-
ção de rendição aos alemães. O padre caminhou seis Km até Respício
onde, após severo interrogatório, recebeu a incumbência de voltar à
linhas brasileiras e solicitar por escrito as condições de rendição. Os
majores Newton Reis e Altair Franco Ferreira tiveram saliente papel
nas negociações.
- Antes de atacar Fornovo di Taro, o Cel Nelson de Mello, autorizado
pelo Gen Mascarenhas, intimou por escrito o comando alemão a se
render através do Pároco Cavalli, documento entregue aos alemães
às 0900 h. Antes das 1200 h os alemães responderam que depen-
diam de instruções do escalão superior em mensagem assim redigida

“1145 h – 28 IV 945 – Herrn. Oberst Nelson de Mello.


Nach Eingang einer Weisung der vorgesetzten Komando be-
horde erfolgt Antwort. Mj Kuhn” (Moraes, 1947, p. 206). Tra-
dução: “Depois de receber instrução do comando superior se-
guirá a resposta”.

- Conforme o Cel Manoel Thomaz Castello Branco (1960, p. 460) esta


resposta não satisfez o Cel Nelson de Mello porque não expressava a
“rendição incondicional”. Porisso, o Cmt do 6º RI resolve atacar às
1300 h. O combate continua sendo travado. Em Pontescodogna, o
I/6º RI enfrenta forte reação e é detido. O Cap Ernani Ayrosa da Silva,
individualmente resolve atrair a atenção dos alemães progredindo
em direção a Gaiano pela Estrada 62 onde encontra um grupo de
alemães. Houve um diálogo e forte enfrentamento, quando morreu
um soldado brasileiro e ferimentos em outros, inclusive o Cap Ayro-
sa, que foi levado pelos alemães a uma casa próxima para ser socor-
rido (Castello Branco, 1960, p. 461). Às 2100 h o inimigo ainda lança
um forte contra-ataque apoiado por Art, neutralizado pelo I/6º RI
(Maj Gross).
- O II/1º RI (Sizeno) barrou o inimigo na região de Salsomaggiore-
Castell’Arquato. À noite o 1º RI, motorizado, desloca-se pelo eixo
Monfestino-Puianello-Montecchio Emília-Parma-Piacenza para bar-
rar avanço do inimigo para o norte. O Pel do Ten Carneiro foi
173

destacado para Milão para representar a FEB na ocupação simbólica


de Milão pelo IV Corpo (Carvalho, 1952, p. 157).
- Às 2100 h o Gen Zenóbio “determinou a suspensão da progressão,
mantendo-se as posições alcançadas” (Brayner, 1968, p. 448).
- Enquanto isso, a DIE instala governos civis democráticos nas loca-
lidades libertadas, principalmente Zocca, Vignola, Maranelo, Fiorano,
Sassuolo, Scandiano, Puianello, Quatro Castella, San Polo D’Enza,
Bibbiano e Montecchio/Emília.
- Às 2200 h apresentam-se os três oficiais inimigos em Gaiano para
os entendimentos sobre a rendição da 148ª DI Alemã, de remanes-
centes da 90ª Divisão Blindada (Panzer Grenadier) e da Divisão Itá-
lia. Os três oficiais eram chefiados pelo Major Kuhn, Ch EM 148ª DI.
Eles cruzaram as linhas e foram encaminhados para o PC do 6º RI em
Collecchio, oportunidade em que o Maj Kuhn informou que estava
autorizado a entrar em entendimentos para a rendição. Em função
disto, o Cel Nelson de Mello decide informar o Gen Mascarenhas. O
Cmt da DIE envia imediatamente para Collecchio o seu Ch EM Cel
Floriano de Lima Brayner, e o seu Ch 3ª Sec Ten Cel Humberto de
Alencar Castello Branco.
- Enquanto isso, os combates continuavam em Segalara. Elm avan-
çados brasileiros do 1ºRI chegam e ocupam a região de Placência.
- Em Respício, um tenente médico alemão procurou o Cmt do II/6º RI
propondo a rendição somente da Infantaria alemã. Às 2400 h, um Btl
apresentou-se à rendição (Castello Branco, 1960, p. 462).
- Mussolini e sua amante Clara Petacci e alguns assessores, presos a
27 Abr em local próximo à fronteira suíça, foram levados a Milão
onde foram expostos, já mortos, em praça pública, dependurados
pelos pés (Idem, p. 472).
- O BE nº 17 publica o Relatório sobre o Cemitério Militar Brasileiro
instalado em 02 Dez 44 em Pistóia. Até esta data os mortos foram
sepultados nos seguintes locais:
- Cemitério Municipal de Tarquínia - 2; Cemitério Militar Americano
de Folonica - 1; Cemitério Militar Americano de Vada - 65; Cemitério
Civil de Vada - 2; Cemitério Americano de Nápoles - 2; Cemitério
Americano de Roma - 1; Cemitério Militar de Pistóia - 187.
174

Perseguição e rendição. Fonte: Carvalho, 1952, p. 156.

29 Abr - À 0100 h os alemães ainda desfecham um novo contra-


ataque em Segalara, rebatido pela tropa da 3ª/I/6º RI (Cap Aldenor
Maia).
175

- O 1º RI recebe a missão de prosseguir impedindo a retirada inimiga


para o norte do rio Pó e a passagem para a margem sul do mesmo
rio, tudo em trono de Piacenza. Foi empregado, para isso, o Btl
Franklin, enquanto o Btl Uzeda permaneceu na missão anterior.
- O Maj Sizeno (II Btl) organiza o Destacamento Celestino (Cap
Celestino Nunes de Oliveira, Cmt da CPP) e o lança na direção de
Varani di Moligari para cortar o eixo Fornovo-Salsomaggiore. Neste
local o Cap Celestino, em contato com a tropa alemã, manda-lhe um
ultimatum de rendição, mas nesta altura a rendição já estava em
andamento. O Dst Celestino retornou no dia seguinte às 0900 h ao
seu Btl (Carvalho, 1952, p. 155).
- Mas já estava caracterizada a derrota inimiga pelo cerco da 1ª DIE à
148ª DI alemã e aos remanescentes da divisões 90ª Panzer e Bersa-
glieri Itália. Terminam as operações ativas do vale do Taro.
- A conferência entre brasileiros e alemães inicia por volta das 0130
h, quando os representantes inimigos declaram a incapacidade de
permanecer na luta e o desejo de se renderem aos brasileiros.

O Major Altair Franco Ferreira recebe o parlamentário alemão Major Otto


Von Kleiber (Fonte: https://jornalismodeguerra.wordpress.com/ ).
176

- Conforme o depoimento do Gen Dionísio Nascimento, presente em


Collecchio-Fornovo, ao Cel Gélio Fregapani:

“[...] Eu perguntei ao interprete Major Kludge, do lado


alemão (nos entendíamos em uma mistura de inglês, italiano e
alemão), por que queriam se render, com tropa muito superior
aos nossos efetivos e ocupando uma boa posição do outro lado
do rio. Ele me respondeu que a guerra estava perdida, que ti-
nham 400 feridos sem atendimento, que estavam gastando os
últimos cartuchos para sustentar o fogo naquele momento e
que estavam morrendo de fome. Que queriam aproveitar a
oportunidade de se render aos brasileiros porque sabiam que
teriam bom tratamento [...]”.

- Fica estabelecida a suspensão dos fogos de Artilharia e o início da


apresentação das unidades alemãs aos Postos de Coleta a partir das
1200 h. O Major Altair Franco Ferreira e o Cap R/2 Eugênio da Cruz
Machado são escalados para a instalação dos referidos Postos em
Ponte Scodogna e em Felegara. Em 18 Jun, o Cmt da FEB elogiou em
Boletim o Major Franco Ferreira.
- Às 0530 h os parlamentares alemães se retiram e começa a
execução dos entendimentos com a suspensão do fogo da Art alemã.
- Às 1200 h, novos parlamentares alemães se fizeram presentes em
Pontescodogna, presente o Cmt da DIE, para ajustar os entendi-
mentos da rendição.
- Às 1300 h surge em Pontescodogna “a primeira coluna de 13 ambu-
lâncias inimigas repletas de feridos” (Moraes, 1947, p. 208).
- A partir das 1700 h continua a execução da rendição às Forças Bra-
sileiras dos remanescentes da 90ª Divisão Panzer Grenadier, Divisão
Bersaglieri Itália, Divisão Monterosa e a de Fuzileiros San Marco.
- Apresentação às 1830 h, como prisioneiro de guerra, do Gen Mário
Carloni, comandante da Divisão Bersaglieri Itália e alguns oficiais. O
Gen foi escoltado ao QG do V Ex em Florença.
- O II/11º RI (Btl Aguiar) ocupa Castelvetro.
177

Parlamentários alemães apresentando-se ao Cel Nelson de Mello, Cmt 6º RI,


em Fornovo, para a rendição. Fonte: Moraes, 1969, p. 312.

- A 1ª DIE recebe a missão de sair de Fornovo di Taro e deslocar-se


para Alessandria afim de ocupar esta cidade, estabelecer uma cabe-
ça-de-ponte na margem Norte do rio Pó e continuar a cortar a retira-
da do inimigo na direção de Parma e Piacenza (Castello Branco,
1960, p. 468).

30 Abr 45 - Às 0200 h um oficial do V Ex, acompanhado de mais


outros dois, apresentou-se trazendo um comboio para evacuação de
PG.
- Às 0230 h houve uma pausa nos trabalhos de rendição, sendo reini-
ciados às 0530 h. Neste horário, apresenta-se a coluna de viaturas da
148ª DI Alemã, um Batalhão de Montanha e um Batalhão de Camisas
Negras italiano (Partisans).
- A partir das 0700 h o controle da área de rendição passou para o V
Ex, mas permanece operado pela 1ª DIE.
- Às 1830 h, apresenta-se em Fornovo ao Gen Falconiére o alemão:
178

“Gen Otto Fretter Pico, Cmt da 148ª DI, acompanhado por 31


oficiais de seu EM. Foi escoltado até Florença pelo Gen Olympio Fal-
coniére da Cunha. Encerrava-se assim a rendição total da DI alemã,
cumprindo-se integralmente todos os entendimentos [...]” (Moraes,
1947, p. 210).

- Os oficiais do EM da 148ª DI alemã foram escoltados para a


retaguarda pelo Cel Luiz Braga Mury e pelo Cap Carlos de Meira
Mattos, entre outros oficiais.
- O Gen Mascarenhas recebe a OOp do IV Corpo na qual o Gen Crit-
tenberger define as próximas ações da tropa brasileira.
- Ocupação de Alessandria pelo Gpt 1/1ª DIE, por força de deter-
minação do IV Corpo no sentido de barrar forças do LXXV Corpo de
Exército alemão na fronteira ítalo-francesa.
- Em função disto, o Cmt da DIE expede a sua OGO nº 49 com a
seguinte decisão: a DIE é subdividida nos Grupamentos números 1, 6
e 11, respectivamente comandados pelos generais Osvaldo Cordeiro
de Farias, Olympio Falconiére da Cunha e Euclydes Zenóbio da Costa.
- O Gen Mascarenhas, Cmt da 1ª DIE, determina a publicação no Bo-
letim Interno nº 120/DIE de uma Proclamação elogiosa aos oficiais,
sargentos, cabos e soldados da Esquadrilha de Ligação e Observação
da FAB (ELO/FAB), tendo em vista a emulação ao desempenho da
Esquadrilha nas futuras operações em proveito da 1ª DIE.
- Abatido o avião do Ten Renato Goulart Pereira na região de Veneza.
O piloto conseguiu levar o avião até a região do lago Commachio on-
de saltou, sendo recolhido pelos ingleses. Retornou às suas missões
dois dias depois (Castello Branco, 1960, p. 535).
179

O Gen Otto Fretter Pico (à direita), apresentando-se como PG ao Gen


Falconiére em Fornovo di Taro. Fonte: Moraes, 1969, p. 314.

1 Mai 45 - Ocupação, pelo Esquadrão de Reconhecimento, da área de


Casale, a cavaleiro do eixo Alessandria-Casale-Vercelli-Turim. Che-
gando a esta localidade (Turim), o Esqd Rec estabelece contato com
autoridades italianas e norte-americanas.
- O Gpt 1, comandado pelo Gen Cordeiro de Farias, fica composto pe-
lo Rgt Sampaio, Grupo Da Camino e 3ª Cia do 9º BECmb.
- Ocupação de Solero pelo I/11º RI (Maj Lisboa). Ocupação de Salva-
tore e Casteletto pelo II/11º RI (Maj Aguiar). O III/11º RI (Maj Cân-
dido) ocupa a área de Mirabello-Occimiano.
- Continuam os reconhecimentos e a limpeza da área com a captura
de frações das tropas que se renderam.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 121 de uma
Proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da Cavalaria da
FEB, tendo em vista as operações em andamento.
- As estações de rádio noticiam o suicídio de Hitler.

2 Mai 45 - O I/11º RI (Lisboa), reforçado, ocupa Turim e alcança a


cida-de de Susa (a 32 km da fronteira francesa), estabelecendo
ligação em Briançon com a 27ª Divisão do Exército Francês.
- O Esqd Rec desloca-se na direção de Caluso. O III/11º (Btl Cândido)
desloca-se para Vercelli e pretendia lançar-se sobre Novara quando
180

chegou a ordem para a cessação “das hostilidades em todo o territó-


rio italiano” (Castello Branco, 1960, p. 471).
- Rendição incondicional das tropas inimigas que combatiam na
Itália. Cessação das hostilidades no Teatro de Operações italiano. O
total de PG chega a 20.573 em toda a campanha da Itália.
- O Gpt 11 (Gen Zenóbio) alcança todos os objetivos e estabele
ligação com uma GU do Ex Francês.
- O QG Avançado da 1ª DIE passa a funcionar em Alessandria a partir
das 1800 h.
- Conforme o Gen Mascarenhas “Todos os exércitos inimigos [...]
terminaram a sua capitulação na noite de 2 de maio” (Moraes, 1947,
p. 221).

3 Mai 45 - O Cmt da 1ª DIE recebe a IOp nº 92 do IV Corpo que, além


de manter a ocupação de Placência e concentrar as forças na região
de Alessandria, determina o limite da nova ZAç para ocupação que
passou a ser a linha Lu Quargneto-Solero. Com isto, esta ocupação se
prolongou até 20 de Junho.
- Em OGO nº 50, o Cmt da DIE decide manter os três Gptos: 1, 6 e 11,
correspondendo aos 1º, 6º e 11º RI.
- O Gen Mascarenhas de Moraes dirige aos brasileiros uma Ordem do
Dia contendo o seguinte:

“A ordem de cessar fogo acaba de ser dada a todas as


tropas que combatem na Itália. Glória a Deus nas alturas
e paz entre os homens de boa vontade na Terra”
(www.sentandoapua.com.br).

4 Mai - O Cmt do V Ex Gen Lucien Truscott oferece um almoço aos


generais Cmt de Corpos e de Divisões em Verona, no PC do V Ex.
- Ao chegar no local do almoço, o Gen Mascarenhas foi calorosamente
cumprimentado pelos outros comandantes.

5 Mai - Formalizada a rendição incondicional do inimigo.


- O Copacabana Clube realiza uma Festa da Vitória no Rio de Janeiro.
181

5/6 Mai 45 - O QG Recuado da 1ª DIE é deslocado de Vignola para


Alessandria.

6 Mai - Realização da “Parada da Vitória” em Milão com cerca de 15


mil “partigiani”.
- O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 126 de uma
Proclamação aos oficiais, sargentos, cabos e soldados da Justiça Mili-
tar da FEB, tendo em vista as operações ainda em andamento.

7 Mai - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 127 de


uma Proclamação aos soldados alpinos italianos em colaboração com
a FEB.
- Convidado, o Cmt da FEB desloca-se para Milão para uma con-
ferência com o Cmt do XV Grupo de Ex Gen Mark Clark a ser reali-
zada no PC do IV Corpo.
- O governo federal expede o Decreto-Lei nº 7.532, desta data, deter-
minando o dia 8 de maio para a comemoração nacional referente ao
término da II Guerra Mundial (Dia da Vitória).

8 Mai - Através da OGO nº 51, o Cmt da 1ª DIE extingue os


Grupamentos 1, 6 e 11.
- A ocupação fica assim articulada: 1º RI em Placência; 6º RI em
Voghera-Castelnuovo-Tortona; 11º RI em Il Cristo; AD em Il Cristo,
Stradella, Canneto-Broni e Castel San Giovanni; 9º BEC em Valenza;
1º Esqd Rec em San Giuliano; Cia Transmissões em Alessandria; QG
em Alessandria.
- Dia da Vitória no continente europeu com a rendição da Alemanha.
- Os QG Avançado e Recuado se fundem em um só em Alessandria.
- Desloca-se de Alessandria o Dst Precursor, chefiado pelo Cel Lima
Brayner, para preparação do desembarque da tropa no Brasil.

10 Mai - Definida a área de Francolise para o estacionamento da FEB


onde passou a aguardar o embarque para o Brasil.

11 Mai - Realização de uma missa na Igreja Madona Della Salve,


Catedral de Alessandria, em homenagem aos febianos tombados em
182

cumprimento ao dever militar. Presença de todos os generais, exceto


o Ch EM DIE, mais um décimo da tropa.

13 Mai 45 - Realização, pelo comando da FEB, de almoço de congra-


tulação em Alessandria pela vitória dos Aliados. Presentes os gene-
rais, exceto o Gen Falconiére, Ch dos EM e oficiais representantes dos
comandos norte-americanos.

14 Mai - Extinção da 1ª ELO pelo BI nº 73 da AD/1ª DIE.

19 Mai - Entrega de condecorações a oficiais brasileiros, em Ales-


sandria, com a presença do Tenente-General Lucian King Truscott Jr.,
comandante do V Exército e do Gen Crittenberger, Cmt do IV Corpo.
A condecoração foi a Cruz de Combate de 1ª Classe que foi concedida
ao Gen Mascarenhas, às bandeiras dos três RI, dos quatro Grupos Art,
do Btl Eng, do Btl Saúde, da Cia de Transmissões e do Esqd Rec. Em
seguidam foram entregues as condecorações a oficiais e praças.

28 Mai - Parte de Nápoles, por via aérea, com destino ao Brasil o


Destacamento Precursor sob a chefia do Ch EM DIE para a prepa-
ração do retorno da FEB ao Brasil.

29 Mai - O Gen Mascarenhas condecora, em nome do Ministro da


Guerra do Brasil, em Gardone, QG do V Ex, 21 oficiais do Exército
Norte-americano.

30 Mai - O 1º RI, representando a FEB, desfila em Piacenza sob o


comando do Cel Aguinaldo Caiado de Castro.

2 Jun - Chega ao Rio de Janeiro o Dst Precursor para o desembarque,


chefiado pelo Ch EM/FEB/DIE.

3 Jun - Início do deslocamento do 9º BE e de Unidades da FEB para a


região de Francolise, para a preparação da concentração tendo em
vista o retorno ao Brasil. Esta concentração só seria encerrada no dia
20 (Castello Branco, 1960, p. 491/492).
183

4 Jun 45 - Entrega de condecorações a 22 oficiais norte-americanos


pelo Gen Mascarenhas. Cerimônia realizada no Estádio de Milão
(Moraes, 1947, p. 238).

6 Jun - Chega à localidade de Francolise o 9º Batalhão de Engenharia


a fim de preparar o estacionamento.
- O Ministro da Guerra determina que as unidades da FEB passem a
ser subordinadas ao comandante da 1ª Região Militar o que, na prá-
tica, significou a dissolução do contingente.
- Início do deslocamento da Divisão, em escalões, para Francolise.
- O Brasil declara guerra ao Japão através do Decreto nº 18.811
(Castello Branco, 1960, p. 63).

9 Jun - Entrega de condecorações a quatro oficiais norte-ameri-


canos, inclusive o Gen Hays, Cmt da 10ª DMth, pelo Gen Mascare-
nhas em nome do Governo brasileiro. Cerimônia realizada em Re-
monzacco, Udine.
- O BE nº 23 publica o Decreto-Lei nº 18.811, de 06 Jun que declara
guerra ao Japão.

11 Jun – Em Aviso Reservado, o Ministério da Guerra determina que:


“Não obstante reconhecer o interesse do público, fica proibido, por
motivo de interesse militar, aos oficiais e praças da FEB fazer decla-
rações ou conceder entrevistas sem autorização do Ministério da
Guerra” (Carlos Haag - https://diplomatizzando.blogspot.-com/-
2013/08/a-feb-os-pracinhas-e-o-legado-de.html).

17 Jun - O Gen Mascarenhas determina a publicação no BI nº 21 de


uma Proclamação elogiosa à Imprensa e aos Correspondentes de
Guerra que trabalharam junto à FEB.
- O 1º RI é deslocado de Piacenza para Nápoles, passando a aguardar
embarque de regresso ao Brasil, o que acontecerá em 12 Ago. Foram
56 dias de espera.

20 Jun 45 - Termina a missão de ocupação. O último elemento de


ocupação deixa a área antes destinada à FEB neste dia.
184

- Termina a concentração da FEB em Francolise, aguardando o em-


barque para o Brasil.

22 Jun 45 - O Gen Mascarenhas visita o Gen Mark Clark em Rivalta


de Garda, oportunidade em que condecorou o chefe americano com a
Medalha de Guerra em nome do Governo brasileiro.

25 Jun - O QG da 1ª DIE passa a funcionar em Francolise.


- Uma publicação demonstra que até esta data foram sepultados no
Cemitério Militar Brasileiro em Pistóia 444 mortos, sendo 321 em
combate (Piovesan, 2017, p. 88).
- Fica constatado que o maior número de mortos foi do 1º RI (135),
seguido do 11º RI (129) e do 6º RI (97), seguindo-se as demais OM e
grupamentos. Total: 444 (Idem, p. 134).

26 Jun - Os aliados assinam a “Carta das Nações Unidas”, origem da


ONU, em São Francisco, EUA (Castello Branco, 1960, p. 46). A Carta
foi ratificada pelo Brasil em 12 de setembro de 1945.

27 Jun - Chegada do comando brasileiro a Santa Maria Capua Vetere.

2 Jul - Entrega de condecorações a oficiais e praças brasileiras e ame-


ricanas em Francolise.

3 Jul - Através do BI nº 178 da 1ª DIE o Gen Mascarenhas regula o


deslocamento “da FEB para o Brasil em escalões sucessivos” (Mo-
raes, 1947, p. 241).
- O Grupamento Itália, tropa de ocupação, ainda estacionada, fica ao
comando do Gen Osvaldo Cordeiro de Farias, o general mais antigo
que permaneceu na Itália (até 11 Ago 1945), sem prejuízo das fun-
ções de Comandante da AD/1ª DIE.

4 Jul - Desdobramento do pessoal da FEB em escalões de embarque,


sendo dividido em duas partes principais: 1) elementos já em pre-
parativos de embarque e 2) Grupamento Itália.
- Desastre do Cruzador Bahia com a perda de 336 homens na região
próxima ao Arquipélago de São Pedro e São Paulo (950 Km NE de
185

Recife) durante um exercício de tiro de metralhadoras. Às 0900 h


uma arma disparou acidentalmente para o convés do navio e atingiu
uma carga de profundidade (ou mina) na popa causando uma grande
explosão e afundando o cruzador. Salvaram-se 28 tripulantes com
grandes sofrimentos (www.naufragiosdobrasil.com.br).

5 Jul 45 - Início do comando do Grupamento Itália pelo Gen Cordeiro


de Farias.
- O Governo cria, pelo Decreto-Lei 7.709, a medalha “Sangue do Bra-
sil” para agraciar os feridos (civis e militares) em combate (Castello
Branco, 1960, p. 548).

6 Jul - Embarca na Itália, de regresso ao Brasil, por via aérea, o co-


mandante da FEB acompanhado por quatro oficiais de seu EM. O
avião decolou às 0945 h com escalas previstas para Orã, Casablanca e
Dakar (Meira Mattos, 1983, p. 204).
- Parte de Nápoles o navio General Meiggs conduzindo o Escalão nº 1,
composto pelo 6º RI, o II Grupo de Art, uma Cia Eng, parte da Cia de
Transmissões, um Pel de PE e um Pel do Esqd Rec. Total de 4.931
homens. A tropa brasileira viajou sob o comando do Gen Bda Eucly-
des Zenóbio da Costa.
- É modificada a denominação de “Primeiro Escalão da FEB” para
“FEB”. Portanto todo o período de combates na Itália foi executado
pelo Primeiro Escalão, somente nesta data “transformado em ‘Força
Expedicionária Brasileira’” (Moraes, 1947, p. 243).
- O Min da Guerra, pelo Aviso 2.175, determina que as unidades da
FEB sejam desmobilizadas e passem a ser subordinadas ao Comando
da 1ª RM a partir das suas chegadas ao Rio de Janeiro. Começa a de-
sincorporação dos convocados e a destinação das unidades para suas
guarnições de origem. Proíbe a organização de grupos de veteranos.
- Por este Aviso Ministerial fica formalmente dissolvida a FEB/1ª
DIE.
- Em trabalho sobre o processo de reintegração social dos veteranos
da FEB, o historiador Francisco Cesar Alves Ferraz, citado pela FGV,
chama a atenção para a diferença entre a dissolução e a desmobiliza-
ção da FEB:
186

“A dissolução da unidade combatente é uma fase da desmo-


bilização. Foi possível dissolver a DIE/FEB, isto é, a estrutura da
FEB para a luta no TO da Itália, e manter os homens mobilizados,
pois o que determinava a desmobilização de cada expedicionário é
o fato de deixar de estar à disposição do Estado, ser vestido e ali-
mentado por ele, estar sob sua responsabilidade e ficar submetido
aos seus regulamentos de direitos e deveres. Dessa forma, os expe-
dicionários que retornaram ao país, e ficaram alguns dias à espera
do licenciamento, estavam ainda mobilizados, pelo menos até o li-
cenciamento” (http://bibliotecadigital.fgv.br/ - apud FERRAZ,
2002: 126, ou FERRAZ, 2012, p. 91).

7 Jul 45 - Expedida a Portaria nº 8.458 regulando o licenciamento de


oficiais da reserva convocados para a FEB.

8 Jul – Chega a Natal o avião com o Gen Mascarenhas de Moraes, o


Cel Castello Branco e o Cap Edson Figueiredo. No mesmo dia, decola
para o Recife.

9 Jul - O Gen Mascarenhas visita a região dos Montes Guararapes, no


Recife onde, há quase 300 anos, havia sido formada a gênese do
Exército Brasileiro na luta fraterna e vitoriosa de índios, brancos e
afro-descendentes contra o invasor holandês. Na oportunidade, a
autoridade profere um discurso que está na 4ª capa deste livro.

11 Jul - Depois de uma escala em Salvador, chega ao Rio de Janeiro o


comandante da FEB. O Gen Mascarenhas desembarcou na Base Aérea
de Santa Cruz.
- Expedido o Aviso nº 8.463 que regula a desmobilização “dos ele-
mentos que constituíam o 1º Escalão de Transportes” (Brayner,
1968, p. 524).

12 Jul - Partida de Nápoles do navio Pedro I em que vieram de


regresso o Esquadrão de Reconhecimento, parte do 6º RI, a Cia do
QG, a Cia de Manutenção e as praças sentenciadas pela Justiça.
- Recepção em homenagem ao Gen Cmt da FEB no Ministério da
Guerra onde foi saudado pelo Gen Newton Cavalcanti.
187

14 Jul 45 - O BE nº 28 publica o Decreto-Lei nº 7.709, de 05 Jul, que


cria a medalha Sangue do Brasil (ver 05 Jul).

18 Jul - Entrega de condecorações a oficiais e praças brasileiras e


americanas em Gardonne na Itália (Moraes, 1947, p. 261).
- Chegada ao Rio de Janeiro do 1º Escalão de Transporte (General
Meiggs) com 4.931 febianos. Desfile da tropa na Capital da República
ocupando a Praça Mauá e Av. Rio Branco até a Praça Paris, na Glória.
Aviões da FAB abrilhantaram o desfile (www.sentandoapua.com.br).
- Presentes a este desfile os generais Mark Clark, James Garesch Ord
(Cmt da 28ª DI), Willis Crittenberger e Donald Brand e, ainda, uma
representação da 10ª DMth (Castello Branco, 1960, p. 496).

23 Jul - Entrega de condecorações a oficiais e praças brasileiras e


americanas em Francolise (Moraes, 1947, p. 261).
- O Presidente Vargas recebe no Catete o Gen Mascarenhas.

25 Jul - O governo cria pelo Decreto-Lei nº 7.776, desta data, a Co-


missão de Readaptação dos Incapazes das Forças Armadas (CRIFA),
diretamente subordinada à Presidência da República, para atender
os incapazes nas três armas (Castello Branco, 1960, p. 540).

26 Jul - Partida de Nápoles do navio Pedro II do Lloyd Brasileiro que


transportou o 9º BE e Elm avulsos dos QG. Este navio foi autorizado a
escalar em Livorno e trazer para o Brasil as esposas e filhos dos mili-
tares que haviam constituído família na Itália (Castello Branco, 1960,
p. 497).

3 Ago - Chegada ao Rio de Janeiro do navio Pedro I com o Escalão A,


sob o comando do Cel Armando de Moraes Âncora.

6 Ago – O Av. nº 2054 desta data publica a organização da Secção da


Guarda do Cemitério Militar de Pistóia. Em 08 Nov, o Av. nº 2971
declara que a Guarda fique sob a dependência direta do Adido Militar
à Embaixada do Brasil em Roma.
188

8 Ago 45 - No Boletim nº 31 do Serviço de Saúde do Grupamento da


FEB, o Ten Cel Gilberto Peixoto, Chefe do Grupo, citando uma das
enfermeiras brasileiras pelo seu trabalho, termina com o seguinte
trecho: “….tais fatos, que tanto honram a Medicina Militar Brasileira,
não podem ficar em silêncio e sinto-me feliz em assiná-los ao Co-
mando, como um exemplo a ser seguido” (portalfeb.com.br).

11 Ago - Passagem de comando do Grupamento Itália do Gen Cor-


deiro de Farias para o Gen Falconiére da Cunha.

12 Ago - Partida de Nápoles do navio Mariposa, em que vieram o 1º


RI, os III e IV Grupos Art e o Btl de Saúde. A tropa brasileira viajou
sob o comando do Gen Bda Osvaldo Cordeiro de Farias. Chegada ao
Rio em 22 Ago.

13 Ago - Chegada do navio Pedro II ao Rio de Janeiro com o Escalão


B, sob o comando do Cel José Machado Lopes.

22 Ago - Chegada do navio NA Mariposa à Capital Federal com 6.187


expedicionários sob o comando do Gen Oswaldo Cordeiro de Farias,
sendo efusivamente recebido pela população carioca. Na Vila Militar,
o Gen Renato Paquet, Cmt da 1ª DI, organizou uma recepção com a
participação de familiares dos integrantes da FEB. Desfile da tropa
no Rio de Janeiro. Nos navios Duque de Caxias e NA Gen Meigs
chegaram os 3º e 4º escalões.
189

Cel Aguinaldo Caiado de Castro, Cmt do 1º RI, em desfile da


tropa da FEB no Rio de Janeiro (Fonte: Carvalho, 1952, p. 161).

28 Ago 45 - Partida de Nápoles, do navio Duque de Caxias, que trans-


portou parte do Depósito de Pessoal e a Cia de Intendência.

29 Ago - Transferência do Gen Mascarenhas para a Reserva Re-


munerada.

3 Set - Na Avenida da Liberdade em Lisboa, desfila o III Btl do


Depósito de Pessoal, por solicitação do governo português, quando
da passagem por aquele porto do navio Duque de Caxias.
190

4 Set 45 - Partida de Nápoles do navio General Meiggs em que veio o


11º RI.

16 Set - A Assembleia Nacional Constituinte recebe, em Sessão


Especial, o Gen Mascarenhas, pelo motivo da concessão das honras
de Marechal do Exército, publicadas no Artigo 34 das Disposições
Constitucionais Transitórias. O discurso de agradecimento foi publi-
cado às páginas 4992 e 4993 do Diário da Assembleia de 17 Nov
1945.

19 Set - Chegada à Capital Federal dos navios Duque de Caxias e


General Meiggs. Desfile da Tropa no Rio de Janeiro.
- Partida de Nápoles do navio James Parker que conduziu o Depósito
de Pessoal para o Brasil.

21 Set - Viagem à Europa do Gen Mascarenhas em avião dos EUA


para visitar os TO aliados e tomar conhecimento dos problemas do
pós-guerra. Escalas em Dakar, Casablanca, Argel, Marselha e Salz-
burgo. Na Alemanha, encontrou-se com o Gen Mark Clark. Seguiu
para Viena e Budapest. Regressa a Salzburgo e depois segue para
Pisa, Livrono, Roma e Pistóia.

29 Set - O BE nº 39 publica o Dec. Lei nº 7974, de 20 Set, que deter-


mina a isenção do imposto de transmissão de propriedade de imó-
veis urbanos e rurais para o pessoal da FEB dentro de um prazo de
12 meses a contar da data da publicação do Decreto-Lei.

1 Out - Criação da Associação dos Ex-Combatentes do Brasil, Secção


do RJ, tendo sua primeira sede no antigo Silogeu Brasileiro, Avenida
Augusto Severo, 4, Rio de Janeiro.

3 Out - Chegada à Capital Federal do navio James Parker, que


transportou para o Brasil o último escalão da FEB (o 5º), ou seja, o
Depósito de Pessoal. Na viagem à Europa, o Gen Mascarenhas chega a
Berlim, depois Paris, hospedado pelo governo francês. Em 06 Out, é
recebido pelo Gen De Gaulle. Segue para Londres em 9 Out, a 11 para
Lisboa e a 16 para os EUA. Foi recebido a 18 Out pelo Presidente
191

Harry Truman. Em 19 vai para Nova York, visita West Point em 20,
21 em Fort Knox, 23 em Leavenworth, a 25 em Utah, 26 em Fort Sill,
29 em Fort Benning, 30 em Miami. Já de volta, faz escalas em Porto
Rico (onde se encontra com o Gen Willis Crittenberger), Trinidad,
Belém e Natal. Chega ao Rio em 05 Nov.

13 Out 45 - Embarque em Nápoles, por via aérea, do general


Olympio Falconiére da Cunha, último comandante do Grupamento
Itália.

O Gen Mascarenhas (ao centro, sentado) sendo homenageado em almoço em


Budapest pelo soviético Gen Svirdov (em pé), Cmt das tropas de ocupação
(28 Set 45). Em pé também os dois intérpretes. Fonte: Mattos, 1983, p. 220.

24 Out - Instalada oficialmente a Organização das Nações Unidas.

19 Nov - O Diário da Assembleia Constituinte desta data publica o


discurso e o agradecimento do Gen Mascarenhas àquela Assembleia
pela concessão das honras de Marechal de exército a si consignadas.
192

20 Nov 45 - Licenciadas as enfermeiras da FEB, de acordo com o


Aviso nº 3.537. A partir desta data, elas passaram a pleitear a mate-
rialização de seus serviços prestados na guerra.

8 Dez – O BE nº 49 publica o Av. 3065, de 01 Dez, que autoriza o


cômputo em dobro do tempo de serviço na Itália para o pessoal da
FEB.

15 Dez - O BE nº 50 publica o Dec. Lei nº 8281, de 04 Dez, que extin-


gue o Depósito de Pessoal da FEB.

18 Dez - Extinção, a partir de 1º de janeiro de 1946, do EM/FEB no


Interior pelo Aviso nº 3.143.

21 Dez - Sepultamento em Pistóia do corpo do Sgt Max Wolf Filho


morto em 12 Abr 45. Seus restos mortais foram trasladados para o
Monumento aos Mortos da Segunda Guerra Mundial no Rio de Janei-
ro, onde jazem na quadra G, jazigo 32. Wolf foi promovido post-
mortem a 2º Tenente em 11 Jun 45.

22 Dez - Extintos o QG e a Bateria de Comando da AD/1ª DIE


através do Aviso nº 3.161.

26 Dez - Pelo Aviso nº 130-C fica extinta a 1ª Divisão de Infantaria


Expedicionária a partir de 31. Conforme o Gen Meira Mattos:

No período de um ano de presença no TO do Medi-


terrâneo, a FEB, com um efetivo de total de pouco mais de 25
mil homens e um efetivo combatente de 15 mil (uma DI), com-
bateu continuamente durante 239 dias, teve duas mil baixas de
combate, das quais 451 mortos; enfrentou sucessiva e alterna-
damente 10 divisões alemãs, e três divisões italianas; e fez 20,5
mil prisioneiros em combate, entre os quais dois oficiais-gene-
rais, um alemão e um italiano.

29 Dez – O BE nº 52 publica o Dec. Lei nº 8443, de 26 Dez que


extingue a Justiça Militar da FEB.
193

1946
23 Jan - Através do Decreto-Lei nº 8.794, o governo regula as vanta-
gens dos herdeiros dos militares falecidos da FEB ou que viessem a
falecer em consequência dos ferimentos ou moléstias adquiridas em
campanha (Castello Branco, 1960, p. 542). A Lei nº 8.795, também
desta data, concedeu auxílio pecuniário aos inválidos e incapazes
(Idem).

18 Out - A Assembleia Constituinte do Brasil concede ao General


Mascarenhas as honras de Marechal do Exército (Castello Branco,
1960, p. 496).

2 Dez - Publicação do Boletim Especial do Exército com a Homena-


gem aos Mortos da Força Expedicionária Brasileira. Esta publicação é
da Secretaria Geral do Ministério da Guerra e contém os nomes, da-
dos básicos e a descrição sumária das condições em que faleceu o
combatente. Nesta data, o número de desaparecidos era de 23.

1948

Criada a Comissão Mista Brasil - Estados Unidos, a Missão Ab-


bink, chefiada por John Abbink e pelo ministro Otávio Gouveia de
Bulhões. Sua atribuição foi diagnosticar os principais problemas da
economia brasileira e o emprego de recursos externos no setor pe-
trolífero. Esta Missão serviu de base ao Plano Salte (Idem, 565).

8 Jun - Entrada em vigor da Lei nº 288 de amparo e recompensa dos


integrantes da FEB ainda na ativa. Esta lei foi generalizada, bene-
ficiando inclusive os que não foram para a Itália (Idem, p. 542).
194

28 Nov - O Governo cria, para a Aeronáutica, a “Medalha do Atlântico


Sul” pela Lei nº nº 497, desta data (Ibidem, p. 548).

1949
2 Fev - Promulgada a Lei nº 616, desta data, que estende a Lei nº
288, de 8 de junho, àqueles que cumpriram

“missões de vigilância e segurança do litoral, e operações


de guerra e de observação dentro dos Teatros de Guerra, em
que fora dividido o país” (Ibidem).

20 Ago - Criação da Escola Superior de Guerra (ESG) pela Lei nº 875


(Ibidem, p. 581).

1950
12 Jul - Promulgada a Lei nº 1.156, desta data, que

“reparou injustiças, como estendeu, generosamente, os


seus benefícios a todas as unidades sediadas na Zona de Guer-
ra, o que vale dizer, à grande maioria das Forças Armadas, pois
raras unidades estavam fora dos seus limites” (Ibidem, p. 543).

1951
25 Out - Por projeto elaborado e aprovado pela Câmara dos Deputa-
dos, transformado em Lei nº 1.209, desta data, e sancionado pelo
Exmo. Sr. presidente da República, tiveram as enfermeiras da FEB
sua aspiração realizada; estavam efetivadas no posto de 2º Tenente e
incluídas na Reserva de 2ª classe do Exército, com o mesmo posto
(www.portalfeb.com.br).
195

10 Dez - A Lei nº 1.488 reverte ao serviço ativo do Exército o Mare-


chal Mascarenhas de Moraes (Idem). A reversão estabelece a perma-
nência dele no serviço ativo do Exército até morrer (Bento, 2015, p.
22. In: Flores, Hilda; Neuberger, Lotário (organizadores), II Guerra
Mundial - Reflexos no Brasil, Porto Alegre, Ediplat, 2015.

1952

10 Out - O Presidente Getúlio Vargas, em decreto desta data, nomeia


a Comissão de repatriamento dos mortos sepultados em Pistóia
(Rigoni, 2006, p. 162).
- Inauguração na Academia Militar das Agulhas Negras do Monu-
mento aos Tenentes da FEB mortos nos campos de batalha da Itália,
por iniciativa dos cadetes de Infantaria de 1951 e 1952, com desta-
que para os tenentes Aluizio Farias, Godofredo Cerqueira Leite, Fran-
cisco Mega, Arty Rauen, Rubens Resstel e José Maria Pinto Duarte.
Um dos que discursaram na inauguração foi o Marechal João Baptista
Mascarenhas de Moraes (Simões, 1967, p. 174).

1954

2 Jun - O Governo cria a “Medalha da Força Naval do Nordeste” pelo


Decreto nº 35.587 e pelo Decreto 35.586 cria a “Medalha Força Naval
do Sul” (Castello Branco, 1960, p. 548).

1955
- A Comissão de Repatriamento dos Mortos do Cemitério de Pistóia
constata que o número de desaparecidos é de cinco, depois reduzido
para quatro. Um caso de morto sem corpo foi o do Soldado Antonio
de Souza, afogado no rio Pó (Piovesan, 2017, p. 92).
196

1956
23 Ago - Estendida a Lei nº 8.795, de 23 Jan 46, pela Lei nº 2.579
desta data, aos ex-combatentes julgados inválidos por doença ou
ferimento depois da guerra. O total de inválidos neste dia chegava a
1.180 (Castello Branco, 1960, p. 542).

1957
1 Jan - Através de projeto elaborado e aprovado pela Câmara dos
Deputados, foram convocadas para o Serviço Ativo do Exército no
posto de 2º Tenente, com acesso até 1º Tenente, com permanência
assegurada, gozo dos direitos, vantagens e regalias inerentes aos ofi-
ciais da Ativa, nos termos da Lei nº 3.160, desta data, as enfermeiras
da FEB.

1960

12 Abr - Publicação do Regulamento do Monumento Nacional aos


Mortos da 2ª Guerra Mundial (Dec nº 48.071, de 7 Abr 1960, DOU de
12/04/1960, com retificação publicada no DOU 5/07/1960.
- O Jornal do Brasil, do Rio de Janeiro, publica a partida da Comissão
de Repatriamento para trazer de Pistóia para o Brasil os restos mor-
tais dos combatentes da FEB (Piovesan, 2017, p. 245).
197

Muro no Monumento Votivo de Pistóia. Fonte: euandopelomundo.com

5 Ago 60 - Inauguração do Monumento Nacional aos Mortos da Se-


gunda Guerra Mundial no Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro, o qual
teve sua construção iniciada em 24 de julho de 1957 e concluída em
junho de 1960.

À direita, Monumento aos Mortos da 2ª


Guerra Mundial – Aterro do Flamengo,
Rio de Janeiro. Fonte: Mattos, 1983, p.
277.
198

1 Dez 60 - O Jornal do Brasil publica a notícia de que a FAB realizará


o transporte dos restos mortais dos combatentes da FEB.

2 Dez - O Governo italiano cede a gleba do cemitério brasileiro de


Pistóia ao Brasil sob o título de usufruto por 30 anos podendo ser
renovado (Rigoni, 2006, p. 163).

11 Dez - Queda em Portugal de um dos aviões da FAB destinados ao


transporte dos restos mortais dos 466 febianos e da FAB de Pistóia
para o Brasil. As urnas e seus conteúdos foram preservados (Piove-
san, 2017, p. 245). Um dos passageiros era o Gen Cordeiro de Farias.
Conforme o relato do Maj Brig José R. Meira de Vasconcelos em
publicação de 25 Fev 2010:

Na manhã de 11 de dezembro, na etapa, Itália - Lisboa,


um dos aviões ao efetuar as operações para o pouso, em Lisboa,
chocou-se com o paredão do início da pista. A perna direita do
trem de pouso entrou na asa direita começando um incêndio
que foi se propagando por todo o avião. A tripulação, face o in-
cêndio, não tentou sair pela fuselagem traseira onde estavam
as urnas pois saía muita fumaça naquela região e a expectativa
era de que o incên-dio, ali, seria mais forte. Ela começou a sair
pela cúpula existente na parte superior do avião usada para a
observação de navegação, pelas estrelas. O 2º Piloto, Major Av
Macedo, quando viu a explosão e o incêndio na asa direita pro-
curou sair pela janela do lado do piloto. Ele conseguiu, mas
quando saltou caiu na parte onde o incêndio era muito forte, e
em consequência queimou-se bastante, passando por um longo
tratamento, devido a seriedade dos ferimentos e em conse-
quência teve que ser reformado. Os Sargentos Mecânico, o Ra-
diotelegrafista e o Piloto saíram pela janela de navegação, quei-
mando um pouco as mãos e correram por cima da fuselagem
até o final do avião. Isto foi possível pela posição do avião que,
na caída, rodou 180 graus e em consequência o vento existente
jogava o fogo para a parte dianteira, se afastando dos tripulan-
tes. Na parte traseira, a situação era mais fácil. Não houve um
incêndio interno e o avião, sem trem de pouso, estava com a fu-
selagem rente ao chão. O General Cordeiro de Farias conseguiu
abrir a porta e todos saíram sem maiores consequências. As-
199

sumiu, imediatamente, o controle da situação e tomou todas as


providências possíveis. Foi ajudado pela tripulação, pelo pes-
soal da Comissão de Translado e pelo pessoal da Força Aérea
de Portugal, que estava presente na chegada. Na parte traseira
estava, também, um ex-combatente que fazia parte da comissão
e que durante a guerra perdera parte de uma perna, usando
uma perna mecânica. Mesmo assim, ele conseguiu se salvar,
sem maiores consequências.
(https://lapaazul.files.wordpress.com/2010/11/o-translado-
dos-pracinhas.pdf

22 Dez - Chegada das 466 pequenas caixas de zinco e madeira com


os restos mortais dos militares brasileiros da FEB/FAB ao recém-
inaugurado Monumento Nacional aos Mortos da II Guerra Mundial
(Monumento aos Pracinhas), Aterro do Flamengo, Rio de Janeiro. Um
morto permanece enterrado no Monumento Votivo de Pistóia. Total
de mortos: 467 (Meira Mattos, 1983, p. 278, vol. 2).

1963

- Surge o Clube de Veteranos da FEB no Rio de Janeiro.

- 16 Jul – Fundação da Associação Nacional dos Veteranos da FEB no


Rio de Janeiro e inauguração do prédio na Rua das Marrecas, 35, cen-
tro do Rio de Janeiro.

1966
200

7 Jun - Inauguração do Monumento Votivo brasileiro em Pistóia,


construído pelo projeto do arquiteto do Itamaraty Olavo Redig de
Campos (Rigoni, 2006, p. 163).

1967
15 Set - Publicação do Diário Oficial da União contendo a lei que con-
ceitua a Situação de Ex-combatente da Segunda Guerra Mundial (Lei
nº 5.315, de 12 Set 1967 - DOU de 15/09/1967).

1966
1968

17 Set - Falecimento, no Rio de Janeiro, do Marechal João Baptista


Mascarenhas de Moraes. Está sepultado no Mausoléu dos Veteranos
da FEB no Cemitério São João Batista, seu homônimo, situado no
bairro de Botafogo, Rio de Janeiro.

1969
16 Jul - Oriunda do Clube de Veteranos do Rio de Janeiro surge a
Fundação da Associação Nacional dos Veteranos da FEB (ANVFEB)
no Rio de Janeiro com regionais nos estados.

1971
30 Nov - Aprovação dos Estatutos da Associação Nacional dos Vete-
ranos da FEB – ANVFEB, RJ, os quais sofreram alterações em 15 de
201

agosto de 1972, 23 de setembro de 1975, 27 de junho de 1978, 24 de


outubro de 1980 e 3 de setembro de 1984.

1976
16 Jul - Inauguração da Casa da FEB pelo Presidente General Ernesto
Geisel, situada na Rua das Marrecas, 35 - Lapa, Rio de Janeiro, RJ, em
grande solenidade e com a presença das mais altas autoridades do
país (http://www.portalfeb.com.br/anvfeb/).

1985
12 Nov - Em Decreto Presidencial nº 91.904 o governo federal reco-
nhece como “de utilidade pública” a ANVFEB, com a finalidade de de
estreitar e prolongar os laços de camaradagem e de solidariedade
humana entre os veteranos da FEB e seus familiares, os demais só-
cios e amigos, assim como rememorar a história e as glórias do Brasil
na II GM.

1995

11 Abr - Inauguração do Monumento Brasile em Gaggio Montano,


homenagem aos brasileiros mortos em Monte Castello (Rigoni, 2006,
p. 184).

14 Abr - Inauguração do Monumento A la Libertá em Montese nos


50 anos da libertação da cidade pelos brasileiros (Idem, p. 172).

1998
202

20 Jun - Inauguração do Monumento “Castelnuovo di Vergato” em


Vergato, homenagem aos brasileiros mortos pela Comunidade local
(Ibidem, p. 196).

1999
21 Fev - Lançamento da pedra fundamental do Monumento Libera-
zione em Guanella (imagem da 1ª capa deste livro) (Rigoni, 2006, p.
191).

2001
12 Abr - Inauguração do Monumento ao Sgt Max Wolff Filho em
Serreta de Mazerno, no mesmo local onde ele morreu (Idem, p. 177).

21 Jun - Inauguração do Monumento Liberazione em Guanella com


grande público brasileiro e italiano (Ibidem, p. 193).

2003

21 Jun - Inauguração do Monumento aos soldados brasileiros em


Serrasiccia, mortos em ação de patrulha (Rigoni, 2006, p. 216).

9 Nov - Inauguração do Monumento de Livergagno em homenagem


ao piloto brasileiro John Richardson Cordeiro e ao Grupo de Caça da
FAB (Idem, p. 217).
203

Informações gerais

- Chefe do Estado-Maior da 1ª DIE: Cel Floriano de Lima Brayner;


- Ch 1ª Sec: Ten Cel João da Costa Braga Júnior;
- Ch 2ª Sec: Ten Cel Amaury Kruel;
- Ch 3ª Sec: Ten Cel Humberto de Alencar Castello Branco;
- Ch 4ª Sec: Major Aguinaldo José Senna Campos;
- Cmt da ID: Gen Bda Euclydes Zenóbio da Costa;
- Cmt AD/1ª DIE: Gen Bda Osvaldo Cordeiro de Farias;
- Cmt do 1º RI – Cel Aguinaldo Caiado de Castro;
- Cmt do I/1º RI: Major Olívio Gondim Uzeda;
- Cmt do II/1º RI: Major Sizeno Sarmento;
- Cmt do III/1º RI: Major Franklin Rodrigues de Morais;
- Cmt do 6º RI – Cel João Segadas Viana (a partir de 23-Fev45 o Cel
Nelson de Mello);
- Cmt do I/6º RI: Major João Carlos Gross;
- Cmt do II/6º RI: Abilio Cunha Pontes (a partir de 25 Dez 44 o Major
Henrique Cordeiro Oest);
- Cmt do III/6º RI: Major Silvino Castor da Nóbrega;
- Cmt do 11º RI: Cel Delmiro Pereira de Andrade;
- Cmt do I/11º RI: Major Jacy Guimarães; depois: Major Manoel Ro-
drigues de Carvalho Lisboa;
- Cmt do II/11º RI: Major Orlando Gomes Ramagem;
- Cmt do III/11º RI: Major Cândido Alves da Silva;
- Cmt 9º Btl Eng: Cel José Machado Lopes;
- Cmt 1º Btl Sau: Ten Cel Med Bonifácio Antonio Borba;
- Cmt 1º Esqd Rec: Cap Flávio Franco Ferreira (Cap Plínio Pitaluga);
- Cmt 1ª Cia Trans: Cap Mário da Silva Miranda;
- Presidente do Conselho Superior de Justiça Militar: Gen Div Boane-
rges Lopes de Souza.
- Grupos de Art da FEB: 1º e 2º Regimentos de Obuses Auto Reboca-
dos (ROAR) e 1º Regimento de Artilharia Pesada Curta (RAPC).
- Em Palestra do Marechal Humberto de Alencar Castello Branco rea-
lizada na Escola de Comando e Estado-Maior do Exército, muito tem-
po após o período da guerra, ele assim se expressou sobre a Campa-
nha da FEB na Itália:
A FEB teve:
204

Uma operação de abertura - Camaiore,


Uma operação de dignidade - Monte Castello,
Uma operação de sofrimento - Montese,
Uma operação militar - Castelnuovo, e
Uma operação de coroamento - Fornovo.

- A Infantaria Divisionária da 1ª DIE combateu na Itália com três Re-


gimentos de Infantaria compostos por nove batalhões, estes forma-
dos por um total de 27 Cias Fzo, estas totalizando 81 Pelotões e estes
compostos por 243 Grupos de Combate na totalidade, mais as frações
de Apoio de Fogo, AC, Comunicações, Saúde, etc., orgânicos da ID.
- A FEB combateu em 239 dias de ação contínua;
- Total de PG capturados: 20.573;
- Efetivo total da FEB: 25.334;
- Total de mortos da FEB/FAB: 463;
- Número de Divisões inimigas que se defrontaram com a FEB ao
longo da campanha: 10 alemãs e três italianas.
- Outros números da FEB, fornecidos pelo Serviço de Saúde: na fase
de recrutamento, funcionaram 60 juntas de saúde; a incapacidade
era elevada, resultado de subnutrição crônica, desenvolvimento físi-
co insuficiente, tuberculose, deficiências dentárias, sífilis, disfunções
cardíacas e problemas psiquiátricos; 10.776 homens baixaram aos
hospitais durante os 11 meses da campanha; 49 faleceram nos hospi-
tais; feridos em combate: 1577 e acidentados 1145, sendo 487 em
combate.

Ao lado, recepção à FEB na Av. São João


em São Paulo.
Fonte: revistapesquisa.fapesp.br
205

Encerramento

E
ste trabalho tem como principal escopo uma homenagem da
Academia de História Militar Terrestre do Brasil/RS a todos os
febianos, principalmente aos que tombaram na Itália na defesa
dos princípios democráticos.
Também ao Marechal João Baptista Mascarenhas de Moraes,
insigne chefe militar que soube suportar pressões vindas de todos os
lados, inclusive do Brasil, mas conseguiu se impor e transmitir à For-
ça Expedicionária o seu cunho pessoal na ação de comando.
Destaco também o esforço da extinta Federação das Academi-
as de História Militar Terrestre do Brasil (FAHIMTB), na pessoa do
seu antigo Presidente, Cel Cláudio Moreira Bento que vem, há déca-
das, dedicando seu trabalho na direção dos valores da História Mili-
tar do Brasil, inclusive o da FEB nos 70 anos da maiúscula vitória
frente aos alemães na Segunda Guerra Mundial.
Aos acadêmicos e membros-efetivos dessas entidades o nosso
sincero agradecimento.
Ao Exército Brasileiro por manter acesas as chamas da memó-
ria da FEB realizando os Seminários Nacionais da Atuação da Força
Expedicionária na Itália.

O autor

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Desfile da FEB no Rio de Janeiro.


Fonte: segundaguerra.net/brasil-na-segunda-guerra

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Fonte: A História do Brasil nos traços de Estigarríbia.
Rio: FUNCEB, 2019, p. 231
210

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