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MAPA - Saúde Coletiva

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Atividade MAPA – Material de Avaliação Prática da Aprendizagem

Acadêmico: Glauber Medeiros Rezende R.A.: 24167307-5

Curso: Nutrição

Disciplina: Saúde Coletiva

Instruções para Realização da Atividade


1. Todos os campos acima deverão ser devidamente preenchidos;
2. É obrigatória a utilização deste formulário para a realização da Atividade MAPA;
3. Esta é uma atividade individual. Caso identificado cópia de colegas, o trabalho de
ambos sofrerá decréscimo de nota;
4. Utilizando este formulário, realize sua atividade, salve em seu computador, renomeie
de forma clara, converta em PDF e envie em forma de anexo;
5. Critérios de avaliação: Utilização deste formulário; Atendimento ao Tema;
Constituição dos argumentos e organização das ideias.
6. Procure argumentar de forma clara e objetiva, de acordo com o conteúdo da
disciplina.
7. Antes de iniciar sua atividade assista ao vídeo de instruções para realização do
M.A.P.A. copiando e colando o este link em seu navegador:
https://www.youtube.com/watch?v=4CmNudfeU3Y

Em caso de dúvidas, entre em contato com seu Professor Mediador.

Bons estudos!

De acordo com as situações apresentadas abaixo, leia com atenção responda


o que se pede:

QUESTÃO 1. O SUS é constituído por uma série de serviços, que possuem objetivos
diferentes e complementares, mas sempre com foco na saúde e seguindo os
princípios e diretrizes preconizados pela lei 8.080/90 e lei 8.142/90 (Lei Orgânica da
Saúde/LOS). Eles podem estar sob a gestão de qualquer uma das três esferas de
governo: federal, estadual e municipal. Isso determinará a abrangência de suas
ações: os serviços federais geralmente determinam regras e fluxos que são
referências para os demais serviços nacionais (estaduais e municipais), e estes, por
sua vez, são referências locais, responsáveis pelos seus estados e cidades
(PAIM;SILVA,2010). Com base nestas informações descritas:
FURTADO, M. D. D; OLIVEIRA, R. G. Saúde Coletiva. Maringá: UniCesumar, 2017.
[Unidade 2, p. 45-67].

A) Cite e Explique os princípios doutrinários/éticos e organizacionais que regem a


administração pública dos serviços de saúde brasileiro.

QUESTÃO 2. Na reunião do conselho de saúde da Unidade de Saúde da Família São


Leopoldo de um município de pequeno porte um representante dos usuários trouxe a
seguinte situação para discussão:
"Meu vizinho usa cadeiras de rodas há 10 anos. Pensava que boa parte de seus
problemas estavam resolvidos uma vez que, após muita luta, a prefeitura arrumou
transporte especial para deficientes físicos. Assim ele não dependeria tanto da ajuda
de seu filho para algumas atividades. Porém, tentou colher sangue na UBS e quase
não conseguiu por dois motivos: − os horários do transporte são poucos e não
compatíveis com o horário da coleta de sangue. Ele chegou atrasado 30 minutos, o
que se repetirá todas as vezes que ele e outros deficientes estiverem nessa situação
e; − a porta da sala de coleta é muito estreita e a cadeira não passou. Só conseguiu
colher o sangue porque a auxiliar de enfermagem foi muito atenciosa e colheu o
sangue fora do horário e no corredor, recomendando que da próxima vez ele chegue
mais cedo. Ele agradece muito a auxiliar mas gostaria de uma solução mais definitiva
para este e outros casos semelhantes."
Um representante dos trabalhadores explicou que: "este não era um problema do
Conselho de Saúde. O número de cadeirantes é muito pequeno na área e afinal o
cliente já havia sido atendido. Além disso, os exames são feitos em um laboratório
regional e o horário de coleta é definido pelo serviço encarregado de recolher o
material em várias unidades."
Outro usuário discorda afirmando que: "o Conselho tem sim muito a ver com isso,
porque foi criado no SUS para atender as reclamações da população. Não podemos
abrir mão dessa vitória, antes não tínhamos Conselho agora temos!"

A) Tendo como base as competências de um conselho de saúde, a afirmação "... este


não era um problema do Conselho" é correta? Justifique sua resposta.

QUESTÃO 3. Os sistemas de atenção à saúde são respostas sociais deliberadas de


acordo com as necessidades de saúde da população. Assim, ao se discutir uma
proposta de organização de um modelo assistencial no Sistema Único de Saúde
(SUS), deve-se começar por analisar quais necessidades de saúde se expressam na
população brasileira, ou seja, a situação de saúde dos brasileiros deve ser analisada
com base nos seus aspectos demográficos e epidemiológicos (MENDES, 2011). Com
base no enunciado, responda as questões “A”, “B” e “C”:
MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília:
Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 (pg.25 a 28)
Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf

A) COMENTE sobre a situação de saúde apresentado no Brasil


atualmente e EXPLIQUE o modelo assistencial que vem sendo proposto para
superar o sistema fragmentado vigente.
B) DIFERENCIE a “condição aguda” da “condição crônica” e CITE 3 exemplos de
cada.
C) APRESENTE e EXPLIQUE os componentes que fazem parte estrutura
operacional das Redes de Atenção à Saúde.

Orientações gerais:
- Para esta atividade, você deverá utilizar o formulário padrão que está disponível no
ícone “Material da Disciplina”.
- Considere as orientações para a atividade MAPA, acessando o link do vídeo
explicativo que está disponível na sala do café.
- Não se esqueça de que este é um trabalho acadêmico, assim sendo, observe as
Normas ABNT.
- Atenção: se identificado plágio (cópia indevida de textos pesquisados, ou cópia
textual entre colegas) a atividade poderá ser zerada.
- Anexe o arquivo no campo de resposta da atividade MAPA, clicando sobre o botão
Selecionar arquivo.
- Após anexar o arquivo, certificar-se de que se trata do arquivo correto, clique no
botão Responder e, posteriormente, em Finalizar Questionário (após "Finalizar o
Questionário", não será possível reenviar a atividade ou realizar qualquer
modificação no arquivo enviado).
- Tendo dúvidas, não deixe de encaminhá-las por meio do "Fale com o mediador".

RESPOSTAS:

Questão 1 A) Cite e Explique os princípios doutrinários/éticos e organizacionais


que regem a administração pública dos serviços de saúde brasileiro.

Os princípios éticos e operativos dos serviços de saúde são


extraídos da Constituição Federal (principalmente no art. 198) e da Lei nº
8.080/1990, especialmente do seu artigo 7º.

Os princípios ÉTICOS (doutrinários ou finalísticos) são os seguintes:

UNIVERSALIDADE: Lei nº 8.080/90, ar.t 7º, I. A saúde é um direto


de todos e um dever do Estado (art. 196, CF). Note-se que todos os cidadãos (e
mesmo estrangeiros) terão direito de acessar o sistema de saúde brasileiro.

EQUIDADE: Art. 196, caupt, CF. Art. 7º, IV, da Lei nº 8.080/90. A
equidade tem por finalidade diminuir as desigualdades: econômicas, sociais,
regionais. Assim, ela realiza a igualdade de condições ao tratar de forma desigual
indivíduos que são desiguais. Um exemplo de realização prática do princípio da
equidade, foi a inserção do inc. XIV na Lei nº 8.080/90, art. 7º: organização de
atendimento público específico e especializado para mulheres e vítimas de
violência doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas reparadoras.

INTEGRALIDADE: Lei nº 8.080/90, art. 7º, II. Art. 198, II, CF:
atendimento integral, com prioridade para as atividades preventivas, sem prejuízo
dos serviços assistenciais. As ações e serviços de saúde devem abranger a
recuperação e reabilitação, mas também prevenir e promover a saúde, portanto,
deve também haver atenção à saúde antes mesmo da doença se manifestar
(preservação da saúde). Note-se que esse princípio se refere ao indivíduo e à
coletividade, portanto o ser humano deve ser tratado como indivíduo e como um
ser biopsicossocial que demanda cuidado, acolhimento e preservação de sua
autonomia. Um exemplo de realização da integralidade, é a inserção recente em
2023 do inc. XV na Lei nº 8.080/90, art. 7º: proteção integral dos direitos humanos
de todos os usuários e especial atenção à identificação de maus-tratos, de
negligência e de violência sexual praticados contra crianças e adolescentes.

Os princípios ORGANIZACIONAIS (operativos) são os seguintes:

REGIONALIZAÇÃO: Art. 198, caput, CF. Lei nº 8.080/90, art. 7º, IX,
“b”. A regionalização informa a base territorial e divisão político-administrativas
em que os serviços de saúde serão prestados. Note-se que a regionalização
geralmente corresponde a uma área que aglomera vários municípios.

DESCENTRALIZAÇÃO: Art. 198, I, CF. Lei nº 8.080/90, art. 7º, IX,


“a”. A descentralização busca aproximar as esferas de governo da população e
de suas necessidades. Assim, quanto mais perto a solução estiver da demanda
(ou problema), mais eficiente é a prestação dos serviços de saúde. Na prática, os
municípios tem ficado com o encargo de prestar os serviços de saúde enquanto a
União e os estados assumem papel de fomentar, direcionar e coordenar.

HIERARQUIZAÇÃO: Art. 198, caput, CF. Lei nº 8.080/90, art. 7º, IX,
“b”, e art. 8º, caput, in fine. A hierarquização ocorre sobre a forma (em níveis
crescentes de complexidade) como os serviços de saúde são organizados e
prestados à população. Com efeito, os vários níveis de atenção à saúde são
pautados por um sistema de referência e contrarreferência com o intuito de tornar
mais eficiente e integrada as redes de atenção à saúde.

RESOLUBILIDADE: Art. 7º, XII, Lei nº 8.080/90. A resolubilidade diz


respeito à capacidade efetiva de solucionar os problemas na área da saúde. Em
outros termos, quando surge alguma demanda individual ou coletiva relacionada
à saúde, deve ser resolvida.

PARTICIPAÇÃO POPULAR: Art. 198, III, CF. Lei nº 8.080/90, art. 7º,
VIII. A participação da comunidade visa tornar as decisões políticas e
administrativas mais transparentes de democráticas, como ocorreu com o
“movimento sanitário” que culminou na reforma do sistema de saúde no Brasil.
Exemplo prático de realização do princípio da participação popular são os
Conselhos de Saúde (Lei nº 8.142/1990), as Conferências de Saúde e a
fiscalização que a população pode e deve realizar sobre a prestação de serviços
de saúde e a suas políticas públicas.

Questão 2 A) Tendo como base as competências de um conselho de saúde, a


afirmação "... este não era um problema do Conselho" é correta? Justifique sua
resposta.

O Conselho de Saúde tem competência para participar da


formulação de políticas de saúde e controle da execução em todas três esferas
de governo (art. 1º, §2º, da Lei nº 8.142/90), conforme princípio constitucional da
participação popular. Conforme Resolução 333/2003 do CNS, o Conselho de
Saúde poderá propor ações de melhoria no SUS, fazendo uma ligação entre os
serviços de saúde e os usuários, examinando e apresentando soluções para
consultas, propostas e denúncias de irregularidades, inclusive com sugestões de
projetos de Lei.

Portanto, diante do problema proposto nessa questão (paciente com


deficiência, a adequação das instalações e horário de prestação do serviço
público), o SUS no âmbito municipal (Unidade de Saúde da Família de São
Leopoldo) poderá receber proposta de solução pelo Conselho de Saúde, visto que
as competências deste são amplas quando se trata da prestação de serviços de
saúde e a resolução dos problemas decorrentes deste.

Questão 3 A) COMENTE sobre a situação de saúde apresentado no Brasil


atualmente e EXPLIQUE o modelo assistencial que vem sendo proposto para
superar o sistema fragmentado vigente.

O modelo FRAGMENTADO (ou hierarquizado) é o modelo


hegemônico no mundo e atua de forma isolada e piramidal. As características do
modelo fragmentado são a medicalização, o paradigma das condições agudas
(atuação episódica e reativa) ou no máximo a atuação em eventos agudos de
condições crônicas. Há uma ineficiência na atenção primária à saúde (APS), que
tem a capacidade de resolução de até 85% das demandas do serviço. Outra crítica
que se faz atualmente a esse modelo é que as condições e doenças crônicas são
a maior causa de demandas ao serviço de saúde e, portanto, deveriam ser tratadas
de forma mais abrangente, horizontal e eficiente.

O modelo ASSISTENCIAL é conhecido por sua organização


poliárquica ou em Redes de Atenção à Saúde (RAS), equilibrando o atendimento
entre condições agudas e condições crônicas, atua de forma contínua, coordenada,
cooperativa e integral. Busca prestar atenção à saúde no lugar certo, na hora e
tempo certos e com custo justo. Em suma, a atenção primária da saúde (APS, que
é a principal porta de acesso ao sistema de saúde) ocupa o centro da rede de
atenção à saúde, pois aqui se soluciona até 85% da demanda, e ela se organizará
de forma mais dispersa do que os serviços de atenção secundária e terciária, que
são mais complexos em termos tecnológicos (tais como hospitais especializados
ou de referência e diagnósticos laboratoriais). Assim, a atenção secundária e a
terciária ficarão mais concentradas em termos geográficos e demográficos.
O modelo assistencial pode-se realizar também pelo comando
constitucional da descentralização, que visa constituir territórios sanitários
conforme o fluxo e a demanda da população, além de ter a participação ativa da
comunidade, como por exemplo através dos Conselhos de Saúde.
Note-se que no modelo assistencial a assistência à saúde é marcada
pela ausência de hierarquia e pela dialética entre atenção primária, secundária e
terciária, com atuação de equipes multiprofissionais e valorização do autocuidado.
Por fim, o modelo assistencial tem suas origens nos EUA e Canadá
e, no Brasil, busca a integração e a realização dos princípios da equidade,
integralidade e resolubilidade, tornado os serviços de saúde efetivos, seguros e de
qualidade. Exemplos práticos brasileiros são o Programa Mãe Paranaense, Rede
Cegonha e Rede de Atenção à Urgência e Emergência, Rede de Atenção à Saúde
das Pessoas com Doenças Crônicas, Rede de Cuidado à Pessoa Com Deficiência,
Rede de Atenção Integral à Saúde do Idoso.

Questão 3 B) DIFERENCIE a “condição aguda” da “condição crônica” e CITE 3


exemplos de cada.
Condição AGUDA: Em regra, as condições agudas decorrem de
doenças transmissíveis e de curta duração (inferior a três meses) e a evolução e
início dos sintomas são repentinos. Exemplos: dengue, gripe, apendicite,
amigdalite, traumas e fraturas. A causa (em geral, é única) das doenças agudas
é fácil de diagnosticar (incerteza pequena) e respondem bem a prescrição médica,
tratamentos medicamentosos e cirurgias. Note-se que uma condição aguda pode
evoluir para uma condição crônica, exemplo: traumas físicos que deixam sequelas
incapacitantes para o trabalho, como uma deficiência física ou motora, cegueira,
amputação de membros.

Condição CRÔNICA: Em regra, as condições crônicas decorrem de


doenças não transmissíveis ou são casos que demandam mais tempo de
atendimento à saúde. Se iniciam e evoluem de forma gradual, lenta, pois em regra
possuem múltiplas causas (socioeconômicas, culturais, biológicas). Exemplo:
gestante, diabetes, hipertensão arterial, câncer, doença de Alzheimer e Parkinson,
depressão, ansiedade. Note-se que uma condição crônica pode evoluir para um
evento agudo (processo de agudização), exemplo: dores fortes decorrentes do
câncer ou na hora do parto. Por fim, as condições crônicas são muito mais
numerosas do que as condições agudas e ainda demandam muito mais recursos
(impacto econômico e financeiro), tempo, medicamentos e profissionais da saúde
(impacto sanitário).
Questão 3 C) APRESENTE e EXPLIQUE os componentes que fazem
parte estrutura operacional das Redes de Atenção à Saúde.

Os elementos constituintes do RAS são: população, estrutura


operacional e modelo de atenção à saúde.
Em relação à ESTRUTURA OPERACIONAL da RAS, ela se compõe
de nós das redes e das ligações imateriais e materiais de comunicação entre os
nós.
A APS está no centro da comunicação, onde em seu entorno estão
os sistemas LOGÍSTICOS (transporte em saúde, acesso regulado à atenção,
prontuário clínico, cartão de identificação das pessoas usuárias) e os sistemas de
APOIO (diagnósticos e terapêuticos, assistência farmacêutica, informação em
saúde).
Outros autores ensinam que a estrutura operacional é constituída de
atenção primária, pontos de atenção à saúde secundários e terciários, sistemas de
apoio, sistemas logísticos e sistema de governança.
O centro de comunicação e acesso (porta principal) é a APS.
A atenção secundária e terciária serve de apoio a APS quando
necessários serviços especializados e de complexidade tecnológica.
A logística é ancorada em tecnologia da informação e racionalização
do acesso.
A Governança deve ser sistêmica e integrar a APS aos pontos de
atenção à saúde, aos sistemas de apoio e aos sistemas logísticos da rede. Em
suma, a governança gerencia e harmoniza os sistemas de apoio e logístico em
relação com a APS. Para tanto, por exemplo, no âmbito do SUS, existem
Comissões Intergestores.

REFERÊNCIAS:

FURTADO, Marcela Demitto; OLIVEIRA, Raquel Gusmão. Saúde Coletiva.


Maringá: Unicesumar, 2017.

PAIM, Jairnilson Silva Paim (Org. e autor); ALAMEIDA-FILHO, Naomar de (Org. e


Autor). Saúde coletiva - Teoria e prática. 2ª ed. Rio de Janeiro: Medbook, 2023.

MENDES, E. V. As redes de atenção à saúde. Eugênio Vilaça Mendes. Brasília:


Organização Pan-Americana da Saúde, 2011 (p. 25 a 28). Disponível em:
http://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/redes_de_atencao_saude.pdf; acesso
em 27/04/2024.

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