Conedu 2021
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O objetivo geral deste trabalho foi compreender como ocorreu o trabalho com as culturas
lúdicas no contexto da alfabetização (1º ano do ensino fundamental) por meio do ensino remoto.
Já como objetivos específicos, esse estudo pretendeu: a) Discutir o conceito de culturas lúdicas
relacionando-os com os processos de alfabetização e letramento; b) Compreender o processo de
alfabetização da criança no 1º ano do ensino fundamental; c) Demonstrar a visão de professores
sobre a possibilidade de trabalho com o lúdico no contexto da alfabetização e suas estratégias
mediante o ensino remoto. Essa pesquisa é caracterizada como qualitativa, do tipo bibliográfica,
documental e exploratória. Foram usadas várias técnicas para a coleta dos dados, como a
pesquisa em publicações do banco de Dados da Capes, bibliotecas virtuais e sites de periódicos
científicos entre os anos de 2010 e 2021 sobre a temática; a análise documental do processo de
legalização e normatização do ensino remoto durante a pandemia; a aplicação de um
questionário para gerar dados sobre a visão dos professores a respeito da cultura lúdica e da
alfabetização ocorridos durante a pandemia do Covid-19. Concluímos que as culturas lúdicas
foram presenciadas nesse contexto por meio de jogos virtuais adaptados do ensino presencial
para o remoto. Apesar dos entraves percebemos que a valorização ou não das culturas lúdicas
não depende apenas dos docentes e sim de outros fatores além do planejamento, como a falta de
acesso que, além de comprometer a interação dos alunos, também afetou o processo de
alfabetização e letramento.
INTRODUÇÃO
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Licenciada em Pedagogia pela “Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente
Prudente” /FACLEPP da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Julyara1@hotmail.com.
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Licenciada em Pedagogia pela “Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente
Prudente” /FACLEPP da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Licencianda em Letras pela
“Faculdade de Artes, Ciências, Letras e Educação de Presidente Prudente” /FACLEPP da Universidade
do Oeste Paulista – UNOESTE. Sabri_na_maria@hotmail.com.
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Mestre e Doutora em Educação pela Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade Estadual
Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP. Docente da “Faculdade de Artes, Ciências, Letras e
Educação de Presidente Prudente” /FACLEPP. Da Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Curso
de Licenciatura em Pedagogia. Membro do “Grupo de Pesquisa em Estudo Organizacionais – GPEOS, da
Universidade do Oeste Paulista – UNOESTE. Membro do Grupo de Pesquisas “Cultura Corporal,
Saberes e Fazeres” da Universidade Estadual Paulista “Julio de Mesquita Filho” – UNESP,
nairazevedo@hotmail.com.
contexto histórico, o lúdico chegou a ser proibido em ambientes educacionais (ARIÈS,
1981).
Para Silva (2014), a brincadeira apesar de ser muito mencionada nas propostas
curriculares necessita de uma compreensão pedagógica. O docente deve propor
momentos de brincadeira livre, observando a ação do aluno em relação à brincadeira.
“Assim, o ambiente escolar se torna um ambiente propício para análise do
comportamento infantil e para a divulgação da cultura lúdica” (SILVA, 2014, p. 44).
Desta forma, este trabalho adotou por norte alguns conceitos do termo
“brincadeira” utilizado por autores clássicos que estudam a temática, mais
especificamente pelo ponto de vista da Teoria Histórico-Cultural por meio dos estudos
de Vigotskii4 (1988) e Leontiev (1988) e pelo ponto de vista do referencial teórico da
Sociologia da Infância5 por meio dos estudos de Sarmento (2004), Corsaro (2011).
Com relação ao termo “alfabetização”, o autor compreende como uma
tecnologia de representação da linguagem, alfabético-ortográfica. Quando essa
tecnologia é dominada, o indivíduo passa a envolver conhecimentos e procedimentos
relacionados tanto ao funcionamento desse sistema quanto às capacidades motoras e
cognitivas para manipular os instrumentos de escrita (SOARES; BATISTA, 2005).
Para Coelho (2011), a criança precisa da interação para desenvolver a escrita, é
por meio desse contato com o mundo letrado, com as influências culturais e com o
sistema simbólico que o aluno desenvolve o interesse pela leitura e pela escrita. Porém,
apesar dessa interação ser fundamental, durante o ano de 2020, ocorreu uma pandemia
mundial, ocasionada pelo vírus Sars-Cov-2, conhecido como COVID-19.
A transmissão do vírus “se propaga por meio de gotículas, secreções
respiratórias e contato direto com o indivíduo infectado” (BRITO et al, 2020, p. 3). Por
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Lev Semenovich Vigotskii foi um psicólogo russo e um dos principais autores responsáveis pelo início
das reflexões da “Teoria Histórico-Cultural”, baseada no Materialismo Histórico-Dialético de Karl Marx.
Por questões de traduções realizadas em contextos diferentes, encontramos obras cuja grafia de seu
sobrenome está descrita como “Vigotskii” ou “Vygotsky”. No entanto, trata-se de obras do mesmo autor
(VIGOSTKII; LURIA; LEONTIEV, 1988).
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Os autores Sarmento (2004) e Corsaro (2011) usam os termos “culturas da infância” ou “culturas
infantis” para denominar o processo de construção estabelecidos pelas crianças nas relações com seus
pares. Trata-se das relações sociais entre as crianças e que contemplam não apenas as ações do brincar,
mas que rege também relações de conflitos e cooperação, além de relações sociais diversas, como as de
gênero, etnia etc.
isso, no Brasil ocorreram várias medidas de prevenção, como o isolamento social.
“Como consequência desse isolamento, ocorreu o fechamento de comércios, escolas,
universidades, restaurantes e vários outros locais que geram aglomeração de pessoas”
(BEZERRA et al., 2020, p.2).
Segundo Behar (2020), a aprendizagem por meio das plataformas digitais foi
uma das estratégias adotadas pelas secretarias de educação em contexto de pandemia.
Para a pesquisadora, esse novo formato, visto como um Ensino Remoto Emergencial
(ERE) ganhou esse título porque os professores e alunos foram impedidos por decreto a
frequentar presencialmente as instituições e emergencial porque não houve nenhum
preparo com antecedência para tal metodologia.
Assim, este trabalho tem como objetivo compreender como ocorreu o trabalho
com as culturas lúdicas no contexto da alfabetização (1º ano do ensino fundamental) por
meio do ensino remoto. Já como objetivos específicos, pretendeu-se: a) Discutir o
conceito de culturas lúdicas relacionando-os com os processos de alfabetização e
letramento; b) Compreender o processo de alfabetização da criança no 1º ano do ensino
fundamental; c) Demonstrar a visão de professores sobre a possibilidade de trabalho
com o lúdico no contexto da alfabetização e suas estratégias mediante o ensino remoto.
REFERENCIAL TEÓRICO
METODOLOGIA
Essa pesquisa é uma pesquisa de abordagem qualitativa, do tipo bibliográfica e
exploratória. As pesquisas qualitativas, segundo Gil (2002), dependem de muitos
fatores, como por exemplo a natureza dos dados que serão coletados, os instrumentos de
pesquisas, a extensão da amostra e dos pressupostos teóricos que a pesquisa se propõe.
Com relação à pesquisa bibliográfica, Prodanov e Freitas (2013) mencionam
que ela parte de material já publicado em livros, artigos, dissertações, teses, jornais,
revistas, periódicos ou outro material já escrito sobre a temática abordada pelo estudo.
No caso deste estudo, abordamos desde autores clássicos com livros publicados
para tratar dos conceitos de “cultura lúdica”, “alfabetização” e “letramento”, até
pesquisas recentes publicadas no Banco de dissertações e teses da Capes e repositórios
de bibliotecas públicas de Universidades, publicadas entre 2010 e 2021, sobre o tema.
Já as pesquisas exploratórias possuem como objetivo proporcionar mais
informações sobre uma determinada temática e geralmente envolve técnicas práticas de
abordagens a pessoas “que tiveram experiências práticas com o problema pesquisado”
(PRODANOV; FREITAS, 2013, p. 52).
No caso deste estudo a pesquisa teve como objetivo gerar conhecimentos de
forma prática de problemas específicos. Para isso, foi realizada uma pesquisa com 8
professores, que atuam no 1º ano do Fundamental de 4 escolas (sendo 3 escolas públicas
e 1 particular) de um município de pequeno porte do interior de São Paulo. A coleta dos
dados ocorreu de forma remota, por meio de um questionário do Google Forms.
Por se tratar de pesquisas envolvendo seres humanos, antes desses
procedimentos, buscamos a aprovação desta pesquisa junto ao “Comitê de Ética e
Pesquisa” – CEP6. Somente após a devida aprovação desta pesquisa no CEP é que
iniciamos a coleta de dados com os docentes pelo questionário.
É importante mencionar que os professores das escolas foram convidados a
participar da pesquisa, no qual foi enviado o “Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido” – TCLE, que esclarece que eles não são obrigados a participar, quais são
os riscos, os benefícios entre outras informações relevantes. Os professores que
aceitaram participar da pesquisa receberam uma cópia do TCLE e o link do questionário
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Aprovado de acordo com o parecer número 4.708.936 e CAAE: 46263021.4.0000.5515.
pelo aplicativo do WhatsApp, cujo contato foi autorizado antecipadamente pelos
diretores das escolas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
REFERÊNCIAS
GIL, A.C. Como elaborar projetos e pesquisa. 4. ed. São Paulo: Atlas; 2002.
SOARES, M. Alfabetização: a questão dos métodos. 1. ed. São Paulo: Contexto, 2017.