Apostila
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TEORIA GERAL DAS LICITAÇÕES
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Média calculada para o período 2006-2016, segundo estudo do IPEA. Disponível em:
https://repositorio.ipea.gov.br/bitstream/11058/9315/1/td_2476.pdf. Acesso em 23.02.2023.
2
MELLO, Celso Antônio Bandeira de. Curso de Direito Administrativo. 35ª ed. rev. e atual. São
Paulo: Malheiros, 2021, p. 431-432.
3
JUSTEN FILHO, Marçal. Cometários à Lei de licitações e contratações administrativas (livro
eletrônico). São Paulo: Thomson Reuters Brasil, 2021, p.255.
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Deste modo, podemos entender a licitação como o processo
administrativo, precedente à contratação pública, através do qual a
Administração realiza um certame entre terceiros interessados com o fim de
obter a proposta mais vantajosa para o interesse público.
É um processo administrativo porque decorre do poder
administrativo do Estado. Todos os poderes, Executivo, Legislativo ou
Judiciário, ao exercerem seu poder de administração, devem realizar
licitações. Assim, por exemplo, quando o Poder Judiciário pretende comprar
computadores ou alugar um imóvel, ele tem o dever de licitar.
A licitação pode ser definida como uma categoria de processo
administrativo, dentro do qual encontramos diversas modalidades:
concorrência, pregão, leilão, concurso, diálogo competitivo (que é uma
novidade da lei). Vejamos que a tomada de preços e o convite, existentes na
Lei nº 8.666/93, não foram mantidos na Lei nº 14.133/2023.
A licitação é, ainda, um processo administrativo através do qual a
Administração Pública realiza um certame, ou seja, uma competição, uma
disputa, para a escolha de um contratante. Esse contratante pode ser uma
pessoa física ou jurídica, que vai firmar um contrato com a Administração,
que tem como objeto o fornecimento, prestação ou alienação de um bem à
Administração. O contrato pode, ainda, servir para que o licitante vencedor
receba algo da Administração Pública ou para uma outorga de uso de bem
(concessão de uso de bem público).
Além disso, no conceito temos a finalidade da licitação, seu
objetivo, qual seja, a seleção do contrato mais vantajoso para o interesse
público. Logo mais veremos que o que caracteriza um contrato como “mais
vantajoso” para o interesse público, quando tratarmos dos princípios das
licitações.
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Explorando melhor o que diz o artigo: (I) toda vez que a Administração
Pública pretender contratar um prestador de serviços, realizar uma obra,
comprar um bem, móvel ou imóvel, ela precisará licitar; (II) a legislação
poderá prever casos em que a licitação é dispensada ou dispensável ou
inexigível – são situações excepcionais de contratação direta; (III) deve haver
igualdade de condições entre os licitantes para garantir que se faça uma
escolha com base em condições objetivas, assegurando a todos chances
iguais de competição; (IV) necessidade de manutenção das condições
efetivas da proposta, entre as quais encontra-se o equilíbrio econômico-
financeiro do contrato.
O art. 22, inciso XXVII da Carta Constitucional 4, determina a
competência privativa da União para legislar sobre NORMAS GERAIS sobre
licitações e contratos.
Mas o que isso significa? Significa que cabe aos Estados, Distrito
Federal e Municípios editar normas e regulamentos para atender às
necessidades regionais e locais. As leis estaduais, distritais ou municipais não
podem, entretanto, contrariar a legislação geral.
A dificuldade reside em saber o que seria norma geral e o que seria
aplicável somente à União, uma vez que a legislação não diz claramente o
que seria aplicável a todos os entes e quais prescrições legais seriam
aplicáveis somente à União.
Ainda, a Nova Lei de Licitações e Contratos é bem minuciosa e
completa, quase não deixa espaço para uma regulamentação dos Estados e
Municípios.
A licitação é a regra, mas a lei pode excepcionar situações em que
seja possível à Administração realizar a contratação direta, seja por dispensa
de licitação (casos previstos no art. 76) ou por inexigibilidade (nos casos em
que a competição é inviável). Ambos os conceitos serão mais bem detalhados
em aula específica sobre o tema.
2 EVOLUÇÃO LEGISLATIVA
Desde as Ordenações Filipinas há previsão de realização de licitação
pelo Poder Público. Era prevista a modalidade licitatória do pregão,
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Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre:
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em todas as modalidades, para as
administrações públicas diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, Distrito
Federal e Municípios, obedecido o disposto no art. 37, XXI, e para as empresas públicas e
sociedades de economia mista, nos termos do art. 173, § 1°, III;
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naturalmente, com diferenças relevantes em relação ao modelo atual. Em
1828 surgiu uma espécie de concorrência para a realização de obras públicas.
Em 1964 foi editada a Lei nº 4.320 que previa a licitação para a
compra de bens, obras e serviços. Em 1965, com a Emenda 15, a concorrência
ganhou status constitucional. Em 1967 surgiu o Decreto-Lei nº 200, que trouxe
todas as modalidades de licitações existentes na Lei 8.666/93. E, em 1968, ele
passa a ser aplicável aos Estados e Municípios. Em 1986, o Decreto-Lei nº
2300 modifica o modelo licitatório.
Em 1988, com a CF/88 a licitação passa a ser obrigatória, nos termos
do art. 37, XXI, cujo estudo fizemos acima.
Conforme a Lei nº 14.133/2021, a licitação pode ser realizada nas
modalidades de: pregão, concorrência, leilão, diálogo competitivo e
concurso. É importante ressaltar que a NLLC não prevê mais a licitação na
modalidade de carta-convite e tomada de preços.
(I) A lei 14.133 não se aplica a nenhum fato anterior à sua entrada em
vigor;
(II) As disposições penais têm aplicabilidade imediata;
(III) A lei anterior, Lei 8.666/93, convivia com a lei nº 10.520/2002 (a lei
do pregão) e com a Lei 12.462/2011 (que é a lei do Regime
diferenciado – criado para abrigar as obras das olimpíadas, copa
das confederações e mais alguns regimes que foram sendo
agregados ao longo do ciclo de vida da lei). Já a nova lei de
licitações, a Lei nº 14.133/2021, veio substituir essas 3 legislações, que
foram revogadas após o interregno previsto na própria legislação.
Mas a Lei 14.133 não revogou todas as leis que dispõem sobre
licitações e contratos. Algumas leis específicas continuam vigentes. Nestes
casos, a Lei nº 14.133/2021, aplica-se apenas subsidiariamente. São elas:
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e) Lei 12.232/2010 – trata da contratação de serviços de publicidade;
f) Lei 12.598/2012 – cuida da disciplina das compras e contratações de
produtos e sistemas de defesa.
3 APLICABILIDADE DA LEI
O art. 1º da Lei nº 14.133 dispõe que a lei se aplica à Administração
Pública, direta e indireta, fundacional ou autárquica, da União, Estados,
Municípios e Distrito Federal. Afirma, ainda, que se aplica a todos os poderes
5
Art. 193. Revogam-se:]
I - os arts. 89 a 108 da Lei nº 8.666, de 21 de junho de 1993, na data de publicação desta Lei;
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destes entes – Executivo, Legislativo e Judiciário - sempre que estiverem no
exercício de suas funções administrativas.
Quando falamos de administração indireta estamos falando também
das agências reguladoras, que são autarquias de regime especial e, também,
das agências executivas, que nada mais são do que autarquias ou fundações
com qualificação jurídica especial.
Um tema interessante diz respeito aos conselhos profissionais, como
a OAB, e o CREA, por exemplo, que são classificados como autarquias
especiais. O STF decidiu que a OAB não é uma entidade da administração
indireta, é um serviço público independente 6. Como não é autarquia, não
estaria sujeita a controle da Administração. Assim, os mandamentos
constitucionais atinentes à Administração Pública, como o concurso e as
licitações não lhe são aplicáveis.
Posteriormente, estes atributos foram estendidos aos demais
conselhos profissionais, mas ainda reside dúvida a respeito da licitação.
Os consórcios públicos – que são entidades dotadas de
personalidade jurídica de direito público ou de direito privado e servem como
instrumento para conjugação de esforços e recursos entre entes federativos -
devem licitar, tenham eles natureza de direito público ou de direito privado.
A nova lei também determina a aplicabilidade aos fundos especiais e
entidades controladas, direta ou indiretamente pelo Poder Público.
A lei não se aplica às empresas públicas e às sociedades de economia
mista, que devem seguir a disciplinada Lei das Estatais (Lei nº 13.303/2016),
por expressa previsão constitucional 7.
Nos casos de inaplicabilidade da Lei 14.133/2021, em razão de norma
especial dispondo sobre licitações e contratos com regime diferenciado, a
NLLC será aplicada subsidiariamente. As normas da Lei 14.133 serão
aplicadas sempre que não forem incompatíveis com a disciplina prevista na
lei especial.
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ADI 3.026/DF, Pleno, rel. Min. Eros Grau, j. em 08.06.2006, DJ de 29.09.2006.
7
Art. 173. Ressalvados os casos previstos nesta Constituição, a exploração direta de atividade
econômica pelo Estado só será permitida quando necessária aos imperativos da segurança
nacional ou a relevante interesse coletivo, conforme definidos em lei.
§ 1º A lei estabelecerá o estatuto jurídico da empresa pública, da sociedade de economia
mista e de suas subsidiárias que explorem atividade econômica de produção ou
comercialização de bens ou de prestação de serviços, dispondo sobre: (...)
III - licitação e contratação de obras, serviços, compras e alienações, observados os
princípios da administração pública;
7
Temos, ainda, a previsão do art. 1º, § 3º, que trata do empréstimo
internacional, por meio de financiamento ou doação, para a realização de
contratações pela Administração Pública brasileira. Neste caso, não estamos
falando de licitação internacional.
O §3º trata de duas situações diversas: no inciso I trata das condições
decorrentes de tratados internacionais recepcionados no ordenamento
brasileiro e no inciso II dispõe sobre eventuais exigências normativas nos
contratos de financiamento ou doações internacionais. Devem ser
respeitados os acordos internacionais que, quando recepcionados no
ordenamento jurídico, adquirem status constitucional.
No caso do inciso II, deve ser sempre respeitada a prevalência da
Constituição Federal, não pode haver conflito entre as exigências e os
princípios constitucionais. Neste caso, entendemos que não é afastado o
julgamento objetivo, que é uma exigência constitucional, mas apenas
atendidas as especificidades do caso. Todas as exigências devem constar
expressamente do edital. E há expressa necessidade legal de parecer jurídico
favorável. A ideia é não frustrar o caráter objetivo e imparcial do processo
licitatório.
Em relação ao art. 2º, da NLLC, que enumera as espécies de contratos
aos quais a lei é aplicável, cumpre destacar que o elenco não é exaustivo.
Eventuais contratos atípicos celebrados pela Administração Pública devem
sujeitar-se ao processo licitatório.
O mesmo se diz do art. 3º da lei, que não disciplina uma série de
contratos. Entre eles os contratos de direito privado.
Os contratos de crédito externo, por sua vez, estão sujeitos à
legislação estrangeira. Nesse sentido, seria impossível subordiná-los à
legislação brasileira.
Nos termos do art. 4º, continua vigente o regime preferencial
relativamente às Microempresas (ME) e Empresas de Pequeno Porte (EPP). A
aplicação do regime preferencial decorre da lei (LC 123/2006) e independe de
previsão expressa no edital.
Para o enquadramento das Microempresas e Empresas de Pequeno
Porte como tais, a LC 123/2006 estabeleceu uma série de requisitos em seu
art. 3º, em especial, o limite de faturamento bruto, que deverá ser de até R$
360.000,00 para as microempresas e superior a R$ 360.000,00 e igual ou
inferior a R$ 4.800.000,00 para as empresas de pequeno porte.
O §1º do art. 4º dirimiu a controvérsia sobre as contratações de valor
superior ao limite de enquadramento na condição de microempresas e
empresas de pequeno porte, proibindo a aplicação do regime para
contratações de valores superiores ao limite de enquadramento.
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4 CONCEITOS E PRINCÍPIOS
O art. 5º traz uma série de princípios que não são aplicáveis somente
ao processo licitatório. São princípios gerais que regem a atividade da
Administração Pública, inclusive já positivados.
Inicialmente cumpre estabelecer o conceito de princípio. Conforme
nos ensinam DI PIETRO e MARRARA 8:
Princípios configuram, em breve síntese, normas: i) escritas ou não escritas
que permeiam o ordenamento e estruturam valorativamente as disciplinas
jurídicas; ii) cujos enunciados normativos, quando consagrados no direito
positivo, caracterizam-se pela concisão e pela alta abstração; iii) cujos
conteúdos mandamentais se irradiam e se dispersam pelo ordenamento
jurídico; iv) cujos efeitos normativos variam e se adaptam de acordo com a
situação, o espaço e o tempo e v) cujos destinatários são amplos e imprevistos
em sua formulação textual.
8
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. MARRARA, Thiago. Estrutura Geral da Nova Lei:
Abrangência, Objetivos e Princípios. In “Licitações e Contratos Administrativos: inovações da
Lei 14.133, de abril de 2021”. GUIMARÃES, Edgar [et al.]; coordenação Maria Sylvia Zanella di
Pietro. 2ª ed. Rio de Janeiro: Forense, 2022, p.16-17.
9
Idem, ibidem. p. 17.
9
De qualquer forma, parece que o legislador quis repetir os conceitos
para frisar seu conteúdo e importância. Entretanto, a aplicação dos princípios
é sempre supletiva, conforme disciplinado no art. 4º da LINDB. Veremos os
princípios agrupados, em breve resumo. O princípio da vantajosidade será
abordado em momento mais oportuno.
10
JUSTEN FILHO, Marçal. Idem. p. 116.
10
O princípio da competitividade significa a adoção de regras no edital
que assegurem a participação do maior número de competidores possível 11.
O julgamento objetivo impõe que a Administração atue sem
subjetivismo, de forma racional. Ainda que se trate de decisão com certo grau
de discricionariedade, o princípio se aplica. Além disso, deve pautar todo o
processo licitatório, não apenas o julgamento das propostas.
11
JUSTEN FILHO, Marçal. Idem, p. 117.
12
Op. Cit. p. 32.
11
comportamento pode gerar a responsabilização pela Lei Anticorrupção (Lei
nº 11.846/2013).
Já a razoabilidade e a proporcionalidade são sinônimas. Sempre que
houver uma certa discricionariedade no ato, o administrador deverá agir de
forma razoável e proporcional, buscando as melhores alternativas para
aquele caso concreto.
Para JUSTEN FILHO 13, a proporcionalidade não seria sequer um
princípio, mas uma técnica para determinar a validade de outras normas
jurídicas e formular a solução mais adequada para o caso concreto. Para o
autor, “se a proporcionalidade for um princípio, então é um princípio que tem
por objeto os demais princípios (e também as regras).”
13
JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratações Administrativas.
E-book. São Paulo: Thomson Reuters Brasil Conteúdo e Tecnologia Ltda. 2021. P. 99-100.
14
Idem, ibidem.p.128.
12
Toda vez que o aplicador da lei se deparar com algum desses
vocábulos, ele deve interpretar a lei, em conformidade com o art. 6º.
13
inovação legal ao dispor expressamente que os custos indiretos, como
manutenção, reposição, depreciação, impacto ambiental entre outros, devem
ser considerados sempre que puderem ser apurados.
A vantajosidade aparece de diversas formas, e a busca por ela pauta
todo o processo licitatório e não somente o julgamento das propostas.
O planejamento da contratação e do processo licitatório constitui
uma importante forma de assegurar a vantajosidade, assim como não aceitar
sobrepreço ou superfaturamento.
Cumpre ressalvar que o sobrepreço é diferente do superfaturamento.
Enquanto o sobrepreço é aquele acima do preço referencial de mercado
(expressão contida na lei), o superfaturamento é aquele ganho indevido
durante a execução do contrato (medição a maior, alterações no orçamento,
alterações no material etc.) Ambos são definidos no art. 6º.
A Administração Pública não pode aceitar proposta manifestamente
inexequível, seja ele por erro no cálculo, por imperícia, ou por prática de preço
predatório por empresas que pretendem eliminar as concorrentes.
Sempre que for possível, a Administração Pública deve combinar a
análise do preço com qualidade, com a utilização da combinação de critérios
(preço e técnica).
O tratamento isonômico é outro dos objetivos da licitação. Ele visa a
objetividade do Estado na escolha das propostas, objetivando impedir o
direcionamento da licitação. Ele garante a objetividade na escolha das
propostas, sendo um dos fatores que favorece a vantajosidade, ampliando a
competição.
Por sua vez, a garantia da justa competição relaciona-se com os
princípios da ordem econômica prevista no art. 170 da Constituição Federal
e visa prevenir e repelir a cartelização. A Administração é responsável por
impedir que apenas um grupo de empresas, atuando de forma concertada,
participe ou seja vencedora nas licitações. O zelo pela livre-concorrência e
livre iniciativa é um dos deveres do Estado. Encontramos nos arts. 9º e 10º, da
NLLC, regras que visam concretizar esses deveres.
O tratamento isonômico visa, ainda, evitar privilégios, discriminações
indevidas e vantagens ilegais, bem como conflitos de interesses. Além disso,
deve haver: (I) publicidade das regras da licitação; (II) proibição de tratamento
diferenciado e indevido; (III) vedação aos conflitos de interesses; (IV) dever de
promover a competitividade.
O incentivo à inovação foi incluído como objetivo na Lei nº 14.133, mas
não constitui tarefa fácil para o administrador. Isto porque a experimentação
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de soluções inovadoras sempre implica em riscos de negócio. O incentivo à
inovação aqui adquire duplo sentido, tanto de fomento à atividade
empresarial inovadora no âmbito nacional, como forma de trazer à
população o acesso a novas tecnologias industriais, trazendo-lhe benefícios.
Como exemplos desse incentivo podemos citar os arts. 81, §4º 15, 75, IV
e XVI 16, 26, §2º 17 e 32 18.
O incentivo ao desenvolvimento nacional sustentável não é uma
novidade, já existe desde 2010 na Lei nº 8666. Esse objetivo implica na criação
de políticas públicas que incentivem a proteção ao meio ambiente, a
promoção das condições sociais e o crescimento econômico.
Desenvolvimento sustentável é aquele que satisfaz as necessidades
presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir
suas próprias necessidades.
A sustentabilidade deve estar presente desde a definição do objeto
da licitação, permanecendo durante toda a vida do contrato. Então quando
a Administração Pública vai definir o objeto contratual, deve já colocar na
descrição a necessidade de sustentabilidade (p.ex. reuso de água, obras que
utilizem recursos energéticos sustentáveis etc.). Na habilitação também é
15
Art.81, § 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser restrito a startups,
assim considerados os microempreendedores individuais, as microempresas e as empresas
de pequeno porte, de natureza emergente e com grande potencial, que se dediquem à
pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de novos produtos ou serviços baseados
em soluções tecnológicas inovadoras que possam causar alto impacto, exigida, na seleção
definitiva da inovação, validação prévia fundamentada em métricas objetivas, de modo a
demonstrar o atendimento das necessidades da Administração.
16
Art. 75, inciso IV:
c) produtos para pesquisa e desenvolvimento, limitada a contratação, no caso de obras e
serviços de engenharia, ao valor de R$ 300.000,00 (trezentos mil reais); (Vide Decreto nº
10.922, de 2021) (Vigência) (Vide Decreto nº 11.317, de 2022) Vigência (Vide Decreto nº 11.871,
de 2023) Vigência
d) transferência de tecnologia ou licenciamento de direito de uso ou de exploração de
criação protegida, nas contratações realizadas por instituição científica, tecnológica e de
inovação (ICT) pública ou por agência de fomento, desde que demonstrada vantagem para
a Administração;
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Art. 26 § 2º Para os bens manufaturados nacionais e serviços nacionais resultantes de
desenvolvimento e inovação tecnológica no País, definidos conforme regulamento do Poder
Executivo federal, a margem de preferência a que se refere o caput deste artigo poderá ser
de até 20% (vinte por cento).
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Art. 32. A modalidade diálogo competitivo é restrita a contratações em que a
Administração:
I - vise a contratar objeto que envolva as seguintes condições:
a) inovação tecnológica ou técnica;
b) impossibilidade de o órgão ou entidade ter sua necessidade satisfeita sem a adaptação
de soluções disponíveis no mercado; e
c) impossibilidade de as especificações técnicas serem definidas com precisão suficiente pela
Administração;
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possível fazê-lo, p.ex., obrigações trabalhistas, emprego de mulheres,
programas de diversidade e inclusão. No julgamento das propostas isso
também pode ser considerado e, ainda, previsão na execução contratual.
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Tais diretrizes encontram sua inspiração nas recomendações da OCDE –
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico.
Entre os mecanismos trazidos pela lei para a garantia da governança
nas contratações públicas estão:
• Plano de contratações anuais (art. 12, VII);
• Gestão por competência (art. 7º, I e II);
• Matriz de responsabilidade (art. 8º);
• Segregação de funções (art. 7º, §1º);
• Medidas de integridade voltadas aos agentes públicos (art. 7º, III e
§1º e art. 9º);
• Definição de funções (art. 8º, §§ 3º e 4º);
• Mecanismos de diálogo com o mercado (art. 28, V e art. 78, III);
• Gestão de riscos e controle preventivo (art. 169);
• Virtualização dos atos da licitação (art. 12, VI);
• Regra da contratação eletrônica (art. 17, §§ 2º e 4º).
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BÁSICAS
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12846.htm
Acesso em: 21/03/2024.
18
que trata o § 4º do art. 37 da Constituição Federal; e dá outras
providências. Disponível em:
https://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l8429.htm Acesso em: 21/03/2021.
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