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Educação Financeira

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Finanças pessoais e educação financeira

Prof. Ettore de Carvalho Oriol

Descrição Educação financeira introdutória para melhor gestão de recursos


pessoais.

Propósito Conhecer os fundamentos de finanças pessoais é importante para


adquirir hábitos financeiros saudáveis e apoio para mensurar e melhorar
a vida financeira, além de preparar uma boa aposentadoria.

Objetivos

Módulo 1 Módulo 2 Módulo 3

Identificar os fundamentos Distinguir gastos Reconhecer as diversas


da educação financeira obrigatórios, supérfluos, formas de investimento
investimentos, meios de
negociação e pagamento
Introdução
A Confederação Nacional do Comércio, Serviços e Bens (CNC) informou que
o número de brasileiros com dívidas chegou a 67,5% em abril de 2021, um
novo recorde histórico, ou seja, de cada três brasileiros, dois estão
endividados. O Brasil não tem tradição no ensino de finanças pessoais,
como ocorre em outros países, e, talvez por isso, esse número ainda possa
aumentar (NEDER, 2021).

Não é raro ouvir casos de indivíduos que, apesar de receberem alta


remuneração, não sabem administrar seus recursos financeiros e vivem
endividados. Derek Bok, ex-reitor de Harvard, já dizia:

“Se você acha que a educação é cara, experimente a


ignorância”.

A ignorância financeira pode levar pessoas trabalhadoras à pobreza. Mas


também existem as pessoas que, apesar de não ganharem muito, sabem
administrar bem seu dinheiro, não são consumistas, conseguem atingir
vários de seus objetivos e são considerados senhores do dinheiro (e não
escravos dele).

Este conteúdo procura introduzir os fundamentos das finanças pessoais.


Não pretendemos esgotar o tema, mas ajudá-lo a aprender e aplicar o básico
e, por que não, ajudar outros com esses valiosos conhecimentos, pois você
provavelmente conhece alguém com dificuldades financeiras. Melhor ainda:
continue seu aprendizado de finanças pessoais até sua aposentadoria.

Para isso, vamos traçar um panorama básico, com dicas práticas para que
você possa aplicá-las ao seu dia a dia. Esperamos que, ao final, você possa
mensurar e gerenciar melhor sua vida financeira, equilibrando seus ganhos e
gastos ao longo do tempo e, se for o caso, deixar de ser devedor para ser um
credor, isto é, deixar de pagar juros para receber juros! Invista tempo de
qualidade neste estudo, pois acreditamos que terá um bom retorno.
Preparado? Vamos lá!
1 - Módulo 1
Identificar os fundamentos da educação financeira

O que são finanças pessoais?


Finanças Pessoais é uma subárea das Finanças, que tem como objetivo
mensurar, planejar, executar e controlar os recursos de um indivíduo ou de uma
família. Quanto maior o conhecimento adquirido em finanças pessoais, melhores
tendem a ser as decisões sobre seus recursos: dinheiro, imóveis, ações, tempo
etc.

Mas isso não é um assunto novo, por exemplo:


chevron_right A Bíblia, curiosamente, tem mais de 1300
passagens específicas sobre finanças.

chevron_right A tradição oriental ensina a poupar um


pouquinho a cada mês, pensando que mais
tarde não será possível trabalhar e, por isso,
é preciso ter reservas para a aposentadoria.
Além disso, na cultura oriental, os jovens
sustentam financeiramente o
envelhecimento dos pais, que são muito
respeitados.

chevron_right Os árabes, por sua vez, são reconhecidos há


séculos pela capacidade em negociar e pela
habilidade com os números. Isso mostra
que não devemos ter vergonha de solicitar
descontos ou de negociar salário.

Finanças Pessoais, apesar de tema antigo, como vimos, ainda é pouco


conhecido no Brasil. Que tal ter seus principais conhecimentos?

Vamos ver agora alguns conhecimentos e dicas que podem agregar valor para a
gestão de suas finanças pessoais:

1ª Dica

Estude Finanças Pessoais até sua aposentadoria.

Como veremos no Explore Mais, há muitos livros sobre o assunto. Além disso,
faça cursos e siga canais de redes sociais que tratam do tema. Entreviste
pessoas que sabem administrar bem seus recursos e peça conselhos.

Salomão já dizia: “O orgulho só gera discussões, mas a sabedoria


está com os que tomam conselho”.

Independentemente do tamanho do prêmio recebido em loterias, grande parte


desses “felizardos” acaba voltando ao seu estado financeiro original, pois não
têm alfabetização financeira. Não é raro ver ex-estrelas da tv ou do esporte na
pobreza.

2ª Dica

Para nossa saúde, precisamos ter boas informações para tomar boas decisões.

Exemplo

O Hemograma é um exame de sangue importante, pois ali você terá boas


informações sobre o que está bem e o que está mal em sua saúde. Com tais
informações, você poderá tomar melhores decisões.

Para a “saúde financeira”, temos o mesmo raciocínio. Se você não pode medir,
não pode gerenciar, já dizia Peter Drucker. Poucas coisas fazem uma diferença
maior para sua administração diligente do dinheiro do que manter um
orçamento.

Peter Drucker
Considerado o pai da Administração moderna, Drucker foi um renomado pensador
no mundo de Gestão. O gestor eficaz é o mais famoso dentre seus trinta livros.
Com orçamento Sem orçamento

Um bom orçamento vai Se você não tem


forçá-lo a entender como planejamento nem controle,
você gasta seu dinheiro e close não terá noção de quanto
ajudá-lo a prestar contas de gasta nem onde gasta.
onde você está gastando
mal.

Seja aplicativo, planilha, caderno ou outra forma, tenha informações com


exatidão de suas receitas e dos seus gastos.

3ª Dica

Tente mudar a maneira de pensar (metanoia) em relação ao dinheiro, invista


sempre e gaste bem menos do que ganha.

A classe média, muitas vezes erroneamente, foca em conforto e status, e tem


planejamento mensal: ao final do mês, geralmente, já gastaram tudo,
independentemente se receberam pouco ou muito. Já aqueles que têm
mentalidade de ricos, geralmente focam na liberdade, com o planejamento anual
ou por décadas, sempre gastando menos do que ganham, para investir em ativos
que vão gerar fluxos de dinheiro (Zruel, 2016).

A ideia é fazer o seu dinheiro trabalhar para você ao invés de você trabalhar para
ele. Para isso, é necessário poupar e investir em vez de gastar.

Filosofia da classe média


Filosofia ou mentalidade de ricos. Zruel (2016, p. 49)

4ª Dica

O hábito de administrar as finanças é mais importante do que a quantidade de


dinheiro que você recebe ou tem: ou você controla o seu dinheiro, ou ele
controlará você!

5ª Dica

Os gastos excessivos geralmente têm pouco a ver com o que se está


comprando e estão mais ligados a emoções e à falta de satisfação na vida.

6ª Dica

Pague seus impostos.

Dê a Cesar o que é de César. Se vai pagar mais impostos é porque está


recebendo mais dinheiro! Seja correto e pareça correto independentemente das
pessoas ao seu redor. Tenha personalidade e seja íntegro. O Brasil precisa de
mais pessoas assim!

7ª Dica

Cuidado para não ser mesquinho, avarento, egoísta, invejoso.

São Paulo já dizia que:

“O amor ao dinheiro é uma fonte de todos os tipos de males.


E algumas pessoas, por quererem tanto ter dinheiro, se
desviaram da fé e encheram a sua vida de sofrimentos.”
Fama e fortuna prometem trazer felicidade, mas, muitas vezes, trazem
sofrimentos e vazio interior. É possível ser rico e miserável ao mesmo tempo.

8ª Dica

Aprenda a estabelecer sua remuneração pelos resultados que apresenta e não


pelas horas que trabalha: ocupação é diferente de gerar valor e resultados.

9ª Dica

A falta de dinheiro muita das vezes é o efeito das suas ações.

Você já ouviu alguém dizer que a falta


de dinheiro é um enorme problema?
Na verdade, raramente isso é um
problema, mas um sintoma do que
está acontecendo na vida da pessoa.
A falta de dinheiro é o efeito. Mas
onde está a causa? Se as coisas não
vão bem na sua vida exterior, talvez
seja porque não estão indo bem na
vida interior.

10ª Dica

Comprar em bazar não é vergonha.

Hoje, temos vários sites de brechós ou de produtos usados que podem fornecer
bens com qualidade a preços baixos. E neles você pode se desfazer de coisas
que não usa há meses. Isso é ambientalmente bom. As pessoas com
mentalidade de rico não têm vergonha de ir em bazar ou de pechinchar
descontos ao pagar “em cash” para economizar.

Como vimos, muitos são os motivos que levam uma pessoa a comprar: a
necessidade, a diversão, os modismos, a importância, o status e o apelo
mercadológico do comércio. Mas há quem consuma pelo simples prazer de
comprar, de adquirir alguma coisa independentemente da sua utilidade ou
significado.

Então, pergunte-se antes de comprar:


Pechinchar
Barganhar, negociar.

Em cash
À vista.

Esta compra é desejo ou necessidade? Trata-se de algo útil ou totalmente


supérfluo? É absolutamente necessário ou há algo mais importante em que devo
investir este dinheiro?

Se eu comprar usado, o produto irá me satisfazer?

É realmente necessário comprar agora?

Já verifiquei a relação custo x benefício? Qual é o menor preço?

Haverá despesa de manutenção? Posso suportar tal despesa?

Quanto tempo preciso trabalhar para ganhar tal quantia? Os benefícios


compensam o esforço que fiz para conseguir o valor do bem?
O que é renda?
A renda é uma das “pernas” do equilíbrio financeiro, que deve ser utilizada para
cobrir os gastos do dia a dia e para investimentos de mais longo prazo.

Atenção!
É imprescindível que os gastos sejam menores do que a renda, pois, caso
contrário, a pessoa poderá entrar em uma espiral que a deixará cada vez mais
endividada. Entender que apenas parte da renda deve ser utilizada para os
gastos cotidianos é uma das partes mais importantes em um planejamento
financeiro pessoal.

Para esclarecer bem essa questão, devemos entender que nem todos os valores
que recebemos são renda. Um empréstimo que tomamos não pode ser
considerada uma renda, pois, em algum momento, esse valor deve ser devolvido.
Além disso, valores de empréstimos ou financiamentos geram custos, como
juros, o que reduz a renda.

Empréstimo
Enquanto financiamento é uma dívida com finalidade específica (pois, se não for
feito o pagamento, o credor pode tomar o bem, como um banco credor que toma o
imóvel, carro ou equipamento), os empréstimos são para gastar no que desejar, e o
valor dos juros geralmente é bem maior.

Então, renda corresponde aos valores que você recebe em


função da prestação de um serviço, venda da mão de obra ao
seu empregador, lucro auferido com algum negócio, ou seja,
são valores que não precisam ser devolvidos ou que tenham
algum ônus, ou seja, obrigação atrelada a ela.

Um adiantamento de salário não é uma renda, por exemplo, pois ainda não foi
implementado o serviço a que se refere, podendo ser devolvido caso o serviço
não seja feito.
Ao entendermos esse conceito, podemos calcular qual é a nossa renda semanal,
mensal ou anual. Essa renda deve ser calculada em função dos valores que
serão recebidos e após a implementação das condições que deram origem a
eles.

Assim, empréstimos ou adiantamentos que a obrigação de execução esteja em


ano subsequente não devem entrar na conta da renda anual. Essa forma de
calcular a renda evita que você inclua valores que, de alguma forma, terá de
devolver ou mesmo trabalhar em período posterior ao período calculado.

Veja um exemplo expand_more

Uma pessoa que receba salário mensal de R$1.000,00 e que, como


empregado, receba 13º salário e férias anuais. Além do salário, essa
pessoa tem uma renda de aluguel de um imóvel no valor de R$100 reais
mensais.

A renda anual dessa pessoa será de 12 meses de salário, 1 salário de 13º


salário, os 12 meses de aluguel e, se tirar férias durante o ano, 1/3 de
adicional de férias. Essa soma será de 12 mil + 1 mil + 1.200 mil + 330
reais, perfazendo um total de 14.530 reais no ano.

Toda a sua programação financeira deve considerar essa renda, tomando


cuidado para que suas despesas, quando somadas por um ano, não
ultrapassem esse valor.

Você é uma pessoa endividada


Ter dívida a vencer não é estar endividado, mas ter dívidas vencidas e não pagas,
ou estar com seu gasto do dia a dia maior que sua renda, significa estar
endividado. Mesmo que se tenha reservas e que ainda não se tenha dívidas, no
curto prazo, esse gasto acima da renda se tornará dívida.

O importante, então, é não comprometer com as contas do dia a dia mais que a
renda mensal. Essa premissa indica ainda que valores recebidos que não fazem
parte da renda não devem ser usados para cobrirem gastos do dia a dia.

Imagine uma pessoa que toma empréstimos para pagar seus gastos cíclicos: no
mês seguinte, além do valor a pagar maior que sua renda, terá de pagar a
amortização do empréstimo e os juros do período. Nessa situação, essa pessoa
irá cada vez ficar mais endividada, podendo ir à falência por completo.

Amortização
É a redução do valor de uma dívida contratada por meio de pagamentos parciais.

Atenção!

Muito cuidado com as compras por impulso!


Esse em um dos maiores problemas para as
finanças pessoais. Pessoas que não resistem
às tentações de comprarem por impulso
dificilmente conseguem equilibrar suas
finanças. Isso acontece pois, cada vez que a
pessoa compra por impulso, ela gera um
gasto que não está planejado.

Organizações sabem muito bem que boa parte das compras no varejo e na
Internet são por impulsos e, por isso, investem em pesquisa e publicidade e
promoções para que você compre hoje, agora!

Com o avanço das Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), celulares,


tablets ou softwares podem capturar as mais diversas informações sobre você,
sua renda, seus gostos, suas fragilidades e, no momento certo, lhe oferecer uma
promoção imperdível, para comprar agora, com as melhores justificativas dentro
de sua lógica.

Muitas vezes, supérfluos são comprados, o que, futuramente, pode dificultar a


compra de suas necessidades.
Dica prática expand_more

Evite negócios “incríveis, mas só se for agora”. Se é “só hoje”, fuja! Não
seja precipitado, volte amanhã! Quer muito essa mercadoria do shopping?
Ok, amanhã passe lá e compre! Geralmente, a pessoa não volta para
comprar, pois não era uma necessidade, nem a compra estava no
planejamento. Dê uma olhada, por exemplo, em sua casa e conte quantos
livros ou produtos, ou serviços foram comprados por impulso e não
foram utilizados ao ponto de valer a pena a compra.

Imagine uma pessoa que compra uma


televisão nova porque foi seduzida
pela promoção da “Black Friday” ou da
“Cyber Monday”. Ela terá o prazer de
fazer a compra na hora de forma
muito fácil (cartão de crédito,
desconto se comprar na hora etc.), e,
depois de pagar essa televisão em
prestações por um período grande,
normalmente de 36 a 60 meses, terá o
desprazer de trabalhar duro para pagar
o valor referente a 2 ou 3 televisões!

Black Friday e Cyber Monday


Black Friday é o dia de vendas a preços muito baixos instituído pelos comerciantes
norte-americanos no dia seguinte ao Dia de Ações de Graças, que é o momento de
confraternização das famílias e agradecimento a Deus por mais um ano bom. Já o
Cyber Monday ocorre na segunda-feira após o Black Friday.

Você sabia?

Além de problemas financeiros decorrentes de compras por impulso, existem


sites, como Black Friday death count, que contam o número de mortos e feridos
por causa de tumultos e agressões em compras na Black Friday. Outros sites
contam o número de fraudes.
Quem compra o que não precisa por impulso tende a ficar com as finanças mais
apertadas, além de pagar juros altos. Se essa compra for programada, será
possível verificar a melhor promoção, reduzir a taxa de juros paga, ou mesmo
juntar o dinheiro e só então comprar a TV negociando um bom desconto por
pagar à vista, além de receber os juros do período em que acumulou o valor para
a compra.

O valor do dinheiro no tempo é um fundamento importante. Pagar agora e


aproveitar o conforto depois geralmente é bem melhor do que aproveitar agora e
ter que pagar caro depois.

Você planeja suas finanças?


Para evitar os gastos por impulso e os gastos maiores do que a renda, o
planejamento financeiro pode trazer o equilíbrio necessário para uma vida mais
pacífica. Muitas pessoas ganham menos que outras e conseguem mais bens e
serviços, pois programam suas finanças e garantem maior retorno de seus
rendimentos.

Para as pessoas que programam as suas finanças, a renda geralmente não é o


mais importante, mas os gastos, pois é sobre eles que temos maior controle.
Uma pessoa pode até procurar melhorar sua renda, mas nada disso resolve se
os gastos acompanharem esse aumento. Assim, olhar para os gastos pode
tornar a vida mais equilibrada. Viver segundo as suas posses, ou sua renda, é a
forma mais fácil de construir patrimônio e garantir um futuro mais tranquilo.

O que é necessário para você conhecer o que ganha e controlar as


suas despesas?
É importante manter registros e relatórios de todas as receitas e de todos os
gastos diariamente. Para que exista um equilíbrio nas finanças pessoais, é
necessário conhecer e medir os ganhos e gastos pessoais. Usar anotações em
papel, aplicativos no celular ou construir e gerenciar planilhas de controle pode
ser uma mudança árdua no início, assim como passar a fazer exercícios ou se
alimentar melhor.

Entretanto, o hábito de mensurar seu dinheiro é saudável e importante para a


prudente gestão de seu dinheiro. Construir relatórios periodicamente e
apresentá-los aos membros da família pode melhorar o envolvimento de todos e
aumentar a eficácia do planejamento.

Saiba mais

Faça o download da planilha controle de gastos, que foi elaboradora pelo


professor Ettore Oriol. Nela, você encontrará um exemplo de como é possível
fazer o controle das suas finanças.

O livro Finanças Pessoais: como fazer o orçamento familiar, de Willian Eid Junior
e Fabio Gallo Garcia, oferece boas dicas de como mensurar bem suas entradas e
saídas. Uma sugestão é pensar na sua remuneração anual, e não mensal. Em
vez de planejar com o seu salário de R$2.200,00 por mês, pense em utilizar
R$26.400,00 anuais (12 x R$2.200,00).

Nesse exemplo, se você trabalha 22 dias, recebe R$100,00 reais por dia de
trabalho (R$2.200,00/22 = R$100,00). Agora, imagine que você gasta por mês
com o celular R$200,00, o que equivale R$2.400,00 por ano. Então, você trabalha
24 dias por ano para pagar seu celular! Se você gasta mensalmente R$300 (=
R$3.600 por ano) com seu animal de estimação, você trabalha 36 dias do ano
para o seu bichinho!

Quantos dias você trabalha para você e para ajudar a outra


pessoa que você gosta? O dinheiro é para isso: para lhe
ajudar a fazer ou ter o que gosta. Gostaríamos que você
soubesse detalhadamente o quanto de esforço você precisa
fazer para ter ou fazer algo.

Já para Nathalia Arcuri, no seu best seller Me Poupe! 10 passos para nunca mais
faltar dinheiro no seu bolso, o conselho é fazer o planejamento financeiro
semanalmente. Duas de suas dicas práticas são:
“(...) analisar minhas compras
semanalmente em busca dos ralos, ou
seja, daqueles pequenos gastos que
detonam nossas finanças sem que a gente
perceba... Não sair de casa sem uma lista
de compras e me manter fiel a ela.”

(ARCURI, 2018, p. 113).

Enfim, se planejar bem é um dos fundamentos das finanças pessoais: sem isso,
fica difícil conseguir sair de devedor para credor e ter liberdade financeira (fazer
com que o dinheiro trabalhe por si).

Planejando o presente, olhando para o


video_library futuro
Neste vídeo, a partir do relato de uma experiência pessoal, o especialista reflete
sobre a importância do planejamento financeiro para os dias atuais e para o
atingimento de objetivos futuros.
Finanças para solteiros versus
finanças para as pessoas com
família
Para uma pessoa solteira, que mora
com os pais ou mesmo sozinha, as
finanças pessoais são mais
facilmente equilibráveis, pois os
imprevistos tendem a ser menores. No
entanto, quando os imprevistos
acontecem, a pessoa só pode contar
consigo para a solução. Assim, seu
planejamento deve considerar todas
essas condições.

Quando a pessoa tem a sua família,


ela deve ser envolvida em seu
planejamento financeiro. Unidade,
concordância e diálogo são
fundamentais. Prestação de contas
com amor é recomendável.

Problemas financeiros enfrentados por um casal, por exemplo, colocando sobre


ambos a responsabilidade sobre os gastos e sobre as diversas questões
relacionadas às finanças pode ser um hábito saudável que evita vários
problemas.

O planejamento em conjunto traz maior cumplicidade e a falta de dinheiro é


compartilhada, evitando acusações e demais questões que envolvem um casal.
Problemas financeiros podem levar a problemas familiares diversos e, até
mesmo, a divórcios.

Tratar o dinheiro com responsabilidade é tarefa de toda a família, e pode trazer


maior união e comprometimento, inclusive dos filhos. Envolva todos em seu
planejamento financeiro e procure ouvir o desejo e objetivos de cada um que faz
parte da família. É esse envolvimento que os ajudará no momento da execução.
Você ama sua família? Então, seja zeloso e deixe-a amparada.
Faça seguros, planeje riscos e imprevistos, até morte
prematura ou invalidez. Isso é mais importante ainda se
tivermos dependentes financeiros. Não deixe dívidas, mas
deixe exemplo e legado para seus familiares.

Como definir objetivos de curto, médio e


longo prazo?
Agora, chegamos na parte mais importante para o planejamento das finanças
pessoais: o estabelecimento de metas (objetivos com prazos e valor) que você
deseja atingir em curto, médio e longo prazos. Contudo, para que você possa
estabelecer metas, é necessário estar com todos os gastos e receitas já
levantadas e planificadas. Tendo esse conhecimento, poderá planejar melhor
quais metas deseja alcançar.

Metas de longo prazo devem ser desdobradas em metas de médio prazo e,


depois, em metas de curto prazo, pois, dessa forma, as ações necessárias serão
planejadas e tomadas ao longo do tempo.
Ter essa ideia de distribuir as ações necessárias ao longo do
tempo é a única forma de atingir metas grandes e
audaciosas.

Dica

Para que uma pessoa possa acumular valores suficientes para ter uma boa
aposentadoria complementar na velhice, é necessário guardar um valor
mensalmente desde jovem. Quanto antes a pessoa conseguir iniciar o acúmulo
desse valor, menor será a quantia que ela terá de restringir de sua renda para
esse fim.

Assim, o objetivo de ter a aposentadoria complementar vai sendo implementado


de forma contínua e aos poucos. Esse é um exemplo de um objetivo de
longuíssimo prazo que deve ser implementado em curto prazo, ou seja,
mensalmente, para que ele aconteça no futuro.

Utilizando os juros compostos a seu favor


Semeadura e colheita requerem tempo de espera. Vivemos em um mundo
“micro-ondas”, que não tem o hábito de esperar. Precisamos ter mansidão e
paciência para utilizar o melhor que o tempo pode nos proporcionar.

Atenção!

Uma pesquisa chamada Experimento ou


Teste do Marshmallow, do psicólogo Walter
Mischel, da Universidade de Stanford,
concluiu que crianças que foram capazes de
esperar por mais tempo pela possível
recompensa (marshmallow) apresentaram
tendência de ter melhor êxito na vida.

Os juros praticados no normalmente são, normalmente, compostos, ou seja,


incidem juros sobre juros.

Imagine que você tomou um empréstimo de 1.000 reais para pagar daqui a seis
meses e que os juros sejam de 2% ao mês. Ao final de seis meses, se os juros
forem simples, você pagaria 1.120 reais, mas, se os mesmos 2% de juros fossem
compostos, você pagaria 1.126,16 reais.

Essa diferença de 6,16 reais parece pequena, mas imagina se esse prazo de
pagamento do valor integral somado aos juros fosse de 120 meses, 180 meses
ou 240 meses. Se considerarmos os mesmos 1000 reais para um prazo final de
240 meses, tomando esses dados apenas como exemplo, teríamos de pagar R$
5.800,00 para juros simples e R$ 115.888,70 para juros compostos: uma
diferença 18 vezes maior para os juros compostos. Agora pense no contrário, se
você aplicar hoje um valor de 1000 reais por um prazo de 240 meses, a um juros
composto de 2% ao mês, quem irá receber os 115.888,70 será você.

Os juros compostos crescem de forma exponencial, ou seja, quanto mais tempo,


mais “agressivo” é o crescimento. Quando esses juros compostos são utilizados
a nosso favor, como, por exemplo, quando aplicamos nossos recursos de
reserva para a aposentadoria, podemos ter um ganho expressivo.

Exemplo expand_more

Veja na planilha de aposentadoria (clique aqui para download) que simula


o investimento mensal de um valor fixo de R$250,00 reais por 40 anos.

Imagine uma pessoa que começa a trabalhar com 25 anos e se aposenta


com 65 anos, idade mínima, hoje, para aposentadoria pelo sistema de
previdência pública no Brasil – Instituto Nacional do Seguro Social
(INSS).

Se esse investimento for colocado em uma aplicação que lhe garanta 4%


ao ano, que, no Brasil, é uma renda considerada baixa, mais inflação, ao
final desse período, o valor acumulado será de R$888.834,62, se
considerarmos uma inflação média de 4% ao ano nos 40 anos de
aplicação.

Com esse valor de capital, investido a mesma taxa de 4% ao ano, o


rendimento dessa pessoa seria de R$3.022 de forma perpétua, ou seja,
sem consumir o seu capital e sem considerar a inflação subsequente.

Com esse exemplo, podemos verificar


o poder que os juros compostos
podem ter sobre o investimento de
longo prazo e como podemos estar
pagando alto para termos
empréstimos. Essa é a filosofia ou
mentalidade dos ricos que discutimos:
ter liberdade e viver do fluxo de
Poder de composição
investimentos feitos anteriormente.

Como demonstrado, devemos ter sempre os juros compostos ao nosso favor e


nunca contra nós.

Quando vamos pegar um empréstimo e não observamos essa questão, ou


quando não pagamos nosso cartão de crédito no dia correto, ou quando
compramos aquele bem financiado, normalmente estamos assumindo
prestações calculadas a partir da aplicação de juros compostos. Assim, quando
pensamos em 1% ao mês, por exemplo, podemos estar pagando, na realidade,
muito mais do que 12%, quando observado de forma anualizada.

Juros compostos, se não forem ao nosso favor, mas contra


nós, podem ter como consequência a falência de uma família.
Uma pequena “lagartixa” em nossas finanças pode se
transformar em um “crocodilo voraz” se não for eliminada
com rapidez e sabedoria.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1
Ao definir finanças pessoais, identificamos uma sequência lógica para sua
execução, que vem da Administração. Essa sequência é:

Mensurar, planejar, executar o planejamento e controlar toda a


A
execução.

B Planejar, conhecer, monitorar e executar.

C Monitorar, conhecer, controlar e executar.

D Conhecer, controlar toda a execução, monitorar e executar.

E Conhecer, executar e planejar a execução.

Parabéns! A alternativa A está correta.

As finanças pessoais seguem o ciclo PDCA da Administração, sendo que


devemos, primeiramente, conhecer nossos ganhos e gastos. Em seguida,
devemos planejar esses gastos de forma a otimizá-los. Logo após, devemos
executar esse planejamento controlando em tempo mais próximo do real
todos os gastos e receitas que estamos conseguindo, para podermos ir
realimentando nosso planejamento, tornando-o dinâmico como a vida.

Questão 2

Qual é o tipo de gasto que deve ser evitado para que você não perca o
controle de suas finanças?

A Gastos obrigatórios

B
Gastos supérfluos

C Gastos por impulso

D Gastos controlados

E Gastos em conhecimentos

Parabéns! A alternativa C está correta.

Esse é um ponto muito importante, pois os gastos por impulso são os piores
que uma pessoa pode fazer. Mesmo gastos supérfluos fazem parte de um
bom planejamento financeiro, já que nenhuma pessoa é um robô que não
precisa de prazeres e de incentivos. No entanto, os gastos por impulso
trazem prejuízos inestimáveis para o planejamento financeiro e, muitas vezes,
consequências de longo prazo para as finanças pessoais com parcelamentos
de médio e longo prazo.

2 - Módulo 2
Distinguir gastos obrigatórios, supérfluos, investimentos, meios de negociação e pagamento

Gastos obrigatórios, não obrigatórios e


supérfluos: seja um gastador consciente
Para iniciarmos este módulo, vamos diferenciar os tipos de gastos que uma
pessoa pode fazer em seu dia a dia. Temos três tipos de gastos mais comuns, e
cada um deles ocupa um lugar seguindo esta ordem de importância em nosso
planejamento:

1º - Gastos obrigatórios expand_more

Os gastos obrigatórios são aqueles que necessitamos realizar para a


sobrevivência e para o conforto mínimo, ou seja, aqueles que não
podemos deixar de pagar, normalmente por mês. Necessitamos colocá-
los como prioridade em nosso planejamento, pois a falta de um deles
pode acarretar problemas muito sérios para nós.

Assim, gastos como energia elétrica, água, alimentação básica, produtos


de limpeza para a casa e outras despesas diversas devem ocupar o topo
da nossa lista de prioridades. Imagina você não pagar a sua conta de luz
e ela ser cortada, você ficará com dificuldades até de preservar seus
alimentos, pois a geladeira deixará de funcionar, o que pode gerar outras
despesas.

2º - Gastos de investimentos expand_more

São aqueles que, quando realizados, aumentam os ganhos futuros ou,


pelo menos, a sua possibilidade. Nesses gastos, estão valores
empregados em estudos, por exemplo, quando investimos na ampliação
de nossos conhecimentos aplicáveis à carreira profissional.

Eles são os mais produtivos dentro do planejamento, pois podem


incrementar a nossa renda com o passar do tempo. Quando você investe
em um novo negócio, ou estudo, adquirindo novos conhecimentos, isso
pode melhorar a sua renda.

Esses gastos são considerados investimentos, mesmo que de maior ou


menor risco, e devem ser destacados em seu planejamento para que
você os tenha com regularidade. Estar sempre melhorando em sua
carreira, ou buscando novas fontes de renda, é algo que todas as
pessoas devem fazer durante a sua vida adulta. Muitas vezes, diversos
gastos que suportamos estão relacionados com essa renda extra
advinda de gastos do passado.

3º - Gastos supérfluos expand_more

Por fim, temos os gastos supérfluos, ou seja, que podemos deixar de


realizar sem influenciar em nossa sobrevivência. Muitas vezes,
acontecem sem planejamento e por meio de compras realizadas por
impulso. Esses gastos são os mais danosos para o planejamento das
finanças pessoais e devem ser evitados a todo custo.

Como vimos, as propagandas procuram fazer com que você compre os


produtos sem pensar, por impulso ou por sentimento, sem utilizar a
razão. Essa é a forma mais fácil de vender um produto, não dando tempo
para que o cliente pense e se arrependa da compra, ou que pesquise
mais e ache um fornecedor com menor preço. Assim, a compra de
supérfluo normalmente acontece por impulso, e não de forma planejada.
Se a pessoa se planejar, ela pesará qual item irá priorizar e tomará uma
decisão mais racional e consciente.
Controle de gastos
Quando você for construir as suas planilhas de controle de gastos, tenha sempre
em mente a que grupo pertence cada gasto que você está colocando na lista.
Coloque em ordem decrescente de prioridade. Essa ordem de prioridade pode
variar de pessoa para pessoa. Para alguns, dízimos e ofertas em primeiro lugar,
para outros, habitação ou alimentação, por exemplo.

As pessoas são diferentes. Pare e pense: o que você busca em primeiro lugar em
sua vida? Depois, identifique suas prioridades de gastos e como organizá-las.

Outro ponto importante é identificarmos onde podemos reduzir custos. Ao


colocar os gastos em planilhas, é possível identificarmos com o que estamos
gastando os recursos e quais as prioridades. Assim, podemos melhorar a
eficiência dos gastos e identificar o quanto estamos trabalhando para pagar
cada tipo de gasto. Essa identificação promove uma limpeza em gastos
desnecessários e nos traz a noção exata de cada tipo de gasto que temos.

Dica

Utilizar cores na planilha pode facilitar a visualização (amarelo = atenção nesse


ponto, acompanhe de perto, reflita e pense como melhorar. Vermelho: está mal
nesse item, precisa agir logo. Verde: ok, parabéns, mantenha assim).

Controlar os gastos é uma questão de medição e de ajustes. A renda é


secundária nesse planejamento, pois uma pessoa que conhece seus gastos
irá controlá-los e encaixá-los em sua renda, vivendo segundo as suas posses
e evitando o endividamento e a inadimplência. Precisamos ter em mente que
os desejos são infinitos, mas que os recursos são escassos. Considerando
essa lei econômica, podemos entender nossas finanças pessoais, mas
também como funcionam governos e empresas.

Geralmente, temos desejos de comprar mais do que o que ganhamos. Isso


explica a questão do aumento de ganhos e, mesmo assim, muitos não
conseguem equilibrar as finanças. Se não controlamos nossos gastos, qualquer
aumento de receitas será consumido por novos gastos incorporados de forma
quase automática em nossa vida. Não importa se você ganha salário-mínimo ou
50 mil reais, se você não planejar suas finanças pessoais, rapidamente terá
incorporado aquele ganho extra a seus gastos regulares.
Para não perdermos todo o controle sobre nossas vidas financeiras e acabarmos
nos tornando pessoas endividadas, precisamos controlar com muito cuidado as
nossas finanças pessoais, entradas e saídas. Os gastos devem ser realizados de
forma racional, lógica, sábia, e devemos ter os controles planejados e
executados de forma consistente, evitando desvios que possam afetar as
finanças de longo prazo.

As planilhas devem ser alimentadas regular e periodicamente, com a geração de


relatórios para a verificação do cumprimento das metas estabelecidas,
procurando corrigir os desvios e melhorar a sua eficiência. Todo esse trabalho
parece cansativo, mas seus resultados compensam, e muito, o tempo gasto com
eles.

Uma estratégia conhecida para controle dos gastos é o método dos potes (ou
método dos envelopes):

Nesse método, o dinheiro disponível


para tal grupo fica em local específico,
por exemplo, pode-se abastecer o
pote, com legenda “restaurante”, com
R$440,00 todo início de mês (o que
pode significar R$20,00 de almoço
para cada um dos 22 dias úteis
mensais). Se na metade do mês, eu já
gastei R$340,00, tenho que “me virar”
na outra metade do mês com
R$100,00. Teve mais prazer antes,
mas terá mais “desprazer” depois ao
fazer sacrifícios. O que não pode é
gastar mais do que o planejado e
contrair dívidas.

Dica

Levar quentinha para o trabalho pode ser mais saudável, mais barato e gerar
economia de tempo!

Fazendo esse planejamento, você agrupará suas despesas e


melhorará sua gestão, gerando uma visualização clara dos
seus gastos. Essa é uma estratégia que pode gerar
indicadores e melhorar a visão de onde se pode cortar
despesas.

video_library Controle de gastos: como fazer?


Neste vídeo, a partir do da conceituação da importância do controle de gastos e
da finitude dos recursos para sua cobertura, o especialista reflete sobre a
necessidade de se ter em mente que o principal ponto de uma vida financeira
equilibrada está no controle dos gastos. Indica, ainda, meios de como sair das
dívidas e como é bom e prazeroso o dia sem dívidas.

Como sair de dívidas excessivas por meio


da negociação?
Comprar “a crédito” significa gastar o que você não possui. Por isso, notícias
como “Serasa realiza novo Feirão Limpa Nome: a medida vai beneficiar 64
milhões de consumidores” repetem-se com frequência. Para não se colocar em
uma situação como essa e acabar com os gastos com juros, que representam,
segundo consultores, a principal despesa inútil de uma família, liste todas as
suas dívidas. As que tiverem maiores juros devem ser priorizadas, transferidas,
renegociadas ou eliminadas. Converse com o credor, negocie com ele taxas
menores.

Corte radicalmente gastos, altere seu padrão de vida e consumo. Uma vida
simples pode ser muito boa. Uma boa prática é ter uma única conta em
apenas um banco para receber e pagar tudo: se tivermos várias contas em
vários bancos, podemos ter várias dívidas aparentemente pequenas, o que
pode nos dar a falsa sensação de que podemos gastar mais.

Compre à vista e com desconto sempre que for possível. Evite ao máximo
comprar a prazo, pois isso significa que está sendo gasto dinheiro que ainda não
foi recebido, comprometendo a renda futura. Procure não adquirir o hábito da
dívida, pois isso criará um ciclo vicioso dificultando sua quebra. Quem tem
hábito de fazer dívidas, quando aumenta a renda, geralmente, aumenta também
as dívidas.

Qual é a melhor forma de sair das dívidas excessivas ou mesmo


da inadimplência? expand_more

É por meio da negociação. Os bancos geralmente estão dispostos a uma


negociação com um cliente que está inadimplente ou prestes a chegar
nessa condição.

Dívidas contraídas em cartão de crédito e cheque especial têm taxas de juros


estratosféricas e precisam ser negociadas com urgência. Nesses casos, os
bancos têm linhas especiais com taxas de juros muito menores para a
negociação desses valores. É mais vantajoso fazer um empréstimo com taxas
menores para a cobertura de dívidas em cartão de crédito. Se não for possível,
transfira a dívida e/ou conta para outro banco que seja mais flexível nas
negociações.

Importante

Quando negociamos uma dívida, é importante entender o porquê ela surgiu e


como evitar que se repita. Erros podem existir, mas jamais se repetir.
Uma pessoa que acabou inadimplente
em um cartão de crédito não deve ter
planejado bem seus gastos e acabou
gastando mais do que podia. Existem
exceções a essa questão, como
quando acontecem problemas
imprevistos maiores do que as
reservas acumuladas para
emergências, e, nesses exemplos, a
dívida é até justificada.

Porém, em ambos os casos, a consequência é a mesma: necessidade de cortes


nas despesas futuras para acomodar o pagamento do empréstimo e a não
constituição de uma bola de neve que só vai crescendo com o tempo.

Entender que devemos replanejar nossos gastos para


incorporar o novo parcelamento é um passo muito importante
para deixarmos de ter dívidas excessivas.

Dentro dessa premissa, devemos observar quais gastos podem ser cortados,
planejando nosso dia sem dívidas. Ter essa meta nos dará maior impulso e
maior força para renunciarmos aos gastos necessários.

É importante entender que esse dia é libertador, pois passamos de devedores,


que pagam juros para os outros, para credores, que recebem juros dos outros.
Nesse momento, deixamos de ser tomadores para nos tornamos investidores, o
que traz uma sensação de muita satisfação e alegria.

Afinal, qual é o principal objetivo de um planejamento financeiro


pessoal?

É nos tornar investidores, com objetivos de longo prazo, como uma


aposentadoria confortável, não dependendo do governo para a nossa
sobrevivência ou para a compra de casa própria ou do carro que desejamos, ou,
ainda, do estudo que almejamos. Com planejamento e controle dos gastos,
temos maiores chances de alcançar os objetivos que traçarmos, encaixando-os
em nosso orçamento ao longo do tempo.
Meios de pagamento
Cada meio disponível é utilizado para pagamentos específicos e pode trazer
ganhos em negociações durante a compra dos produtos, considerando as
vantagens e desvantagens. Para cada tipo de compra, devemos escolher a
melhor forma de pagamento. A particularidade de cada tipo de ambiente
também tem influência na forma como compramos e pagamos nossas compras,
pois por exemplo:

Em uma compra pela Internet não é Em um supermercado, podemos


possível pagar com dinheiro e escolher a melhor forma de
conseguir um desconto por isso; no pagamento, entretanto, em um
entanto, nesse caso, você pode fazer ambiente como a feira livre, é mais
uma ampla pesquisa de preços, comum pagar em dinheiro, pois nem
escolhendo o local ou fornecedor que todas as barracas oferecerem o
oferece maior valor (preço menor, pagamento com cartão de débito e de
entrega mais rápida, mais garantias crédito.
etc.).

Pagamento em dinheiro
Vamos iniciar falando do pagamento em dinheiro. Mesmo com toda a tecnologia
que temos hoje, algumas localidades só aceitam o pagamento em dinheiro.

Exemplo

O pedágio em estradas: se você não tiver um dispositivo para a passagem


automática pelos pedágios, será obrigado a pagar em dinheiro. Caso você não
tenha o dinheiro, a prática será considerada evasão do pedágio e você incorrerá
em uma infração de trânsito, com aplicação de multa e acúmulo de pontos na
carteira de habilitação.

Vamos considerar as vantagens e desvantagens desse tipo de pagamento:

Vantagem expand_more

O desconto que normalmente conseguimos nessa modalidade. Como o


comerciante não precisa pagar taxa ao fornecedor da máquina de
cartões, ele tende a repassar essa economia como desconto para o
cliente. Nesses casos, o pagamento em dinheiro é uma vantagem muito
interessante, pois o fornecedor também conseguirá desconto ao pagar
contas dele em dinheiro, aumentando a vantagem nessa modalidade, o
que incentiva seu uso com maior frequência.

Desvantagem expand_more

Ser mais facilmente roubado, oferecendo menor segurança para o cliente


e para o vendedor. No entanto, novas modalidades de pagamento
instantâneo já foram desenvolvidas, como veremos mais a frente,
procurando otimizar esse processo e aumentar a segurança dos
negociantes.

Importante

Sempre peça a Nota Fiscal (NF), senão o fornecedor pode sonegar impostos. A
NF é sua garantia e um tributo, fundamental para manter e melhorar os serviços
públicos como saúde, estradas, saneamento, segurança etc. Seja íntegro, peça
NF e não compre produtos piratas. Guarde suas notas fiscais e contabilize o
quanto você gastou. Melhor ainda: ao receber a NF e a garantia do produto,
escaneie em uma pasta no seu computador ou na nuvem em pastas
identificadas por ano, dentro do diretório de suas finanças pessoais.

Pagamento com PIX


O PIX é a modalidade de pagamento
mais recente em nossa economia,
instituída pelo Banco Central do Brasil
(BCB) em 2021. É um sistema de
pagamentos instantâneos sem custo
que procura substituir o pagamento
em dinheiro e, indiretamente, também
o cartão de débito. Nessa modalidade,
o pagador transfere,
instantaneamente, o valor da sua
conta para a do fornecedor, sem a
necessidade de intermediários,
ocorrendo o débito e o crédito
instantâneo nas contas indicadas.

Em pesquisas realizadas, os usuários identificaram que a


velocidade da transação era o atributo que mais atraia a
atenção para o uso do PIX.

Ao inserir o PIX no sistema financeiro nacional, o BCB procurou otimizar a


relação entre comprador e fornecedor, evitando a utilização do dinheiro em papel
e aumentando a segurança da transação, que pode ser conferida no momento, e
da própria pessoa que não terá mais que permanecer com dinheiro em mãos.

Como esse processo não tem custos, mesmo pequenos comerciantes, como um
pipoqueiro, podem receber por meio dessa modalidade. Grandes empresas
também podem utilizá-lo para suas transações, trazendo maior transparência e
velocidade na movimentação dos valores.

A importância do PIX está em atingir as camadas mais


pobres da população, desde que estas estejam bancarizadas
(possuam conta em banco), algo que vem aumentando com
bastante regularidade há muito tempo no Brasil, mas que
precisa avançar para atingir 100% da população
economicamente ativa em nossa sociedade.

Pagamento com cartão de débito


O cartão de débito é outra modalidade de pagamentos muito utilizada pelos
brasileiros em geral. Independentemente da classe social, da pessoa estar
inadimplente ou ter apenas uma conta-poupança ou conta-salário, que não têm
custos de manutenção, ela pode utilizar o cartão de débito para movimentar
seus recursos.

Outra vantagem do cartão de débito é que a pessoa gasta apenas o valor


disponível em sua conta, ou seja, a pessoa está gastando o dinheiro que possui,
evitado a contração de dívida sem perceber, como acontece, muitas vezes, com
o cartão de crédito.

Devemos tomar muito cuidado com uma questão que se esconde


por trás do cartão de débito: o cheque-especial.

Muitas vezes, a pessoa usa um empréstimo rotativo do banco para fazer o


pagamento com o cartão de débito.

Exemplo

Sua conta está zerada, pois você não tem um real lá, mas aparecem R$2.000,00
disponíveis no cheque-especial. Na pressa, você pode achar que esse dinheiro é
seu, mas não é!

Se você utilizar o dinheiro do banco, mencionado no exemplo, contrairá uma


dívida e os juros cobrados no cheque-especial são sempre muito altos. Por isso,
seja racional e compare a taxa de juros de empréstimo, do cheque-especial e do
cartão de crédito. Mais uma vez, as finanças pessoais pedem bom senso, razão
e lógica para a tomada de decisões. Nada de pressa ou emoção.

Pagamento com cartão de crédito


O cartão de crédito deveria ser chamado de “cartão de dívida absurda”, pois é a
principal causa do endividamento das pessoas no Brasil.

Contudo, pode ser um instrumento


interessante quando utilizado de
forma consciente e planejada. Por
meio dele, podemos parcelar compras
sem a incidência de juros, adiantando
o consumo de produtos em caso de
necessidade. Além disso, ele pode lhe
dar pontos que podem ser resgatados
para compra de bens ou serviços,
como milhas de companhias aéreas.

Essa ferramenta deve ser utilizada com bastante atenção, visto que muitas
pessoas usam o cartão de crédito para comprar por impulso, pois o pagamento
será distribuído no tempo, comprando o produto hoje e tendo que pagá-lo por
longos espaços de tempo, com juros exorbitantes, podendo tornar-se uma
grande dor de cabeça até sua quitação.

O cartão de crédito é uma armadilha para pessoas impulsivas e desorganizadas,


formando uma bola de neve sem tamanho. Vamos analisar duas práticas que
devemos evitar ao máximo.

Juros exorbitantes do cartão de crédito


São juros muito altos, podendo ser mais do que 300% ao ano (nos EUA é de menos
de 30% ao ano) ou 15% a 20% ao mês. Se 100% indica o dobro, 300% é o quádruplo,
ou seja, uma dívida de R$1.000,00 no cartão de crédito hoje significa uma dívida de
R$5.000,00 dentro de um ano (devolver os R$1.000,00 emprestados e ainda pagar
R$4.000,00 de juros). Cuidado com o Custo Efetivo Total (CET), percentual
verdadeiro que você vai pagar, que fica no meio de vários outros percentuais. Isso
quando há transparência. No CET, incidem quatro serviços: pagamento rotativo,
saque, parcelamento de fatura e da compra.

1ª Financiar gastos corriqueiros com cartão de crédito. Por exemplo:


Uma pessoa que faz a despesa de
alimentos do mês para pagamento em
três parcelas no cartão de crédito
postergará o pagamento de uma conta
mensal para meses seguintes. Ao final
do primeiro mês, ela terá de fazer nova
despesa e ainda não terá terminado de
pagar a anterior, precisando pagar a
despesa deste mês e a parcela da
despesa do mês anterior.

Por que esse tipo de gasto é contraproducente?


Pois acarretará a diminuição dos valores disponíveis nos meses seguintes.

2ª Pagar o valor mínimo do cartão de crédito. Por exemplo:


Richard tem uma dívida de R$1.100,00
e o valor mínimo é R$100,00. Ele
pagou os R$100,00, mas os juros
exorbitantes vão incidir nos
R$1.000,00 que restam de dívida: se
os juros são de 20% ao mês, ao final
do mês, Richard terá a dívida de
R$1.200,00.

Por que essa não é uma boa prática?

Porque mesmo pagando o valor mínimo na data correta, sua dívida aumentou.
Com juros compostos, essa dívida aumentará como uma bola de neve e o
devedor cavará o próprio buraco financeiro rumo à falência.

Se usar cartão de crédito, pague o valor total sem juros e de forma automática
(acerte isso com seu gerente). Se perceber que não terá dinheiro para pagar o
cartão, pegue um empréstimo no banco com taxa menor do que a taxa do cartão
de crédito. Para usá-lo, você precisará de muita disciplina e controle, ou então
fuja do cartão de crédito, que é tentador e motivo de dívida pesada em todas as
classes sociais.

Renda extra
Após o planejamento das despesas e seu controle, outro ponto para melhorar as
finanças pessoais e o equilíbrio financeiro é o ganho de uma renda extra. Essa
opção implica em maior sacrifício da pessoa em relação às horas desprendidas
para auferir renda.

Existem diversas formas para que uma pessoa possa melhorar a sua renda.
Estas, em sua maioria, não são permanentes. Caso tornem-se constantes,
podem levar a pessoa ao burnout ou a outros problemas físicos ou mentais.

Burnout
Palavra inglesa que indica esgotamento físico e psicológico, levando a pessoa a
doenças.

Cuidado com extremos em todas as áreas, inclusive com o


trabalho. Ser workaholic (trabalhador compulsivo) e sempre
trabalhar demais não é bom, assim como não é bom trabalhar
pouco, mal e sem amor.

A jornada dupla ou dupla carreira é bastante comum em algumas


profissões, como, por exemplo, professores e enfermeiros. Na dupla
carreira, é possível até descobrir um novo talento ou uma válvula de
escape para o trabalho principal. No entanto, na maioria das profissões,
não é algo simples, podendo sobrecarregar a pessoa, caso opte por tal
jornada dobrada.
Optar pela jornada dupla pode trazer um alívio inicial, mas pode
transformar a pessoa em um “escravo do trabalho”, levando ao
esgotamento físico e mental. Outro ponto importante é considerar esse
ganho extra como uma forma de equilibrar as finanças, e não uma
forma permanente de ganhos e que seja incorporada aos gastos
rotineiros. Se isso acontecer, a pessoa não poderá abandonar sua
jornada dupla, tonando seu fardo, na maioria das vezes, pesado demais.
Mesmo a hora extra praticada no mesmo serviço é regulada pela
legislação, impedindo seu uso indiscriminado por patrões e
empregados.

Existem diversas formas de aumentar


a renda de uma pessoa. Uma delas é o
trabalho freelancer, em que a pessoa
trabalha por encomendas. A GIG
Economy, ou economia de freelancer,
com trabalhadores autônomos, sem
empregos, (como Uber, iFood,
tradutores, designers gráficos, babás
etc.) é uma tendência forte. Isso
começou com profissionais de
comunicação e tecnologia, mas agora
está em várias áreas.

Empregos
No emprego, há vínculo contratual entre empresa e empregado, carteira assinada e
vários direitos para o empregado. Por isso, o freelancer precisa ainda mais de
conhecimentos de finanças pessoais, pois, se ele passar vinte dias sem trabalhar,
por alguma enfermidade, ficará vinte dias sem receber. Ou, se não tiver demanda no
mês, não terá trabalho e não receberá nada. Por outro lado, freelancers que fazem
boa gestão de suas finanças, em uma cidade com baixo custo de vida e ganhando
em dólares, podem fazer um bom negócio.

Nesse caso, os ganhos são variáveis e as despesas suportadas por esses


ganhos também devem ser temporárias. Ter essa noção de temporalidade dos
ganhos é muito importante para o planejamento das finanças pessoais. Se a
pessoa perder essa noção, pode transformar os gastos em permanentes, e
quando o trabalho temporário não ocorrer, ele acabará por ficar com grandes
dívidas.

Outra forma de procurar aumentar a renda é empreender. Ser empreendedor não


é uma tarefa fácil no Brasil. Além do conhecimento do produto, é necessário
conhecer sobre gestão, finanças, planejamento, gestão de pessoas, impostos
etc.

Dica

Trabalhe em uma organização pequena em que você aprenda tanto sobre o


produto quanto sobre gestão: aumente sua empregabilidade e seu potencial de
sucesso como empreendedor. Algumas pessoas querem empreender para não
terem mais chefes! Se você é empreendedor, seus clientes serão seus chefes,
seus patrões! Desenvolver um empreendimento e levá-lo ao sucesso é um
desafio de grande envergadura, e institutos como o SEBRAE e Endeavor podem
ajudar muito aos que pretendem trilhar esse caminho.
Perda do emprego e a 'volta por cima'
A perda do emprego pode ser devastadora para o planejamento das finanças
pessoais. De uma hora para outra, as receitas são reduzidas ou acabam, ficando
apenas as despesas que precisam ser honradas em curto ou longo prazo.

Para cada tipo de emprego, a pessoa precisa planejar essa possibilidade: hoje, é
comum que pessoas de cerca de 40 anos já tenham passado por mais de 10
empresas diferentes. Por isso, é recomendável ter uma economia de seis
salários em aplicações com liquidez e reduzir seus custos em 50%, pois, assim,
terá 12 meses sem dívidas enquanto procura outro trabalho.

Nesses meses, seu trabalho de oito a dez horas todo dia será procurar
empregos, se qualificar, melhorar seu networking, caprichar no LinkedIn e no
currículo. Um trabalho voluntário também pode ser bom para manter a
“máquina” em funcionamento, aumentando o networking, desenvolvendo
habilidades e ajudando outras pessoas.

Liquidez
Facilidade e velocidade com a qual um bem ou ativo pode ser convertido em
dinheiro novamente.

Networking
Ação de manter uma rede de contatos de trabalho.

Dica

O site Atados, por exemplo, é um portal de oportunidades de voluntariado com


milhares de oportunidades: você pode não ter emprego de carteira assinada,
mas trabalhos não faltam!

Existem empregos em que a possibilidade de perda, praticamente, não existe,


como no caso dos servidores públicos, e o planejamento financeiro não precisa
contemplar tantas reservas para a possibilidade de perda do emprego, pois
possuem estabilidade, só podendo ser mandados embora se praticarem algum
tipo de ilicitude. Mesmo para os casos das pessoas que têm certa estabilidade
no emprego, a programação financeira deve existir: estranhamente, não é raro
ver servidores ativos ou aposentados endividados “até a alma”!

Para os casos de pessoas que têm grande possibilidade de serem dispensadas


ou que tenham profissões em mercados muito dinâmicos, planejar um fundo
para os casos de dispensa é essencial. Normalmente, essas profissões
conseguem recolocação mais rápida, mas só a existência da possibilidade de
dispensa já deve ser considerada no planejamento das finanças.

Conheça os benefícios que o cidadão tem direto ao ser mandado


embora:

Seguro-desemprego expand_more

Programa desenvolvido pelo governo, que tem suas restrições, mas


procura fornecer uma renda até a pessoa conseguir se recolocar no
mercado de trabalho ou até que se esgote o prazo de concessão.

FGTS expand_more

O Fundo de Garantia por Tempo de Serviço (FGTS), representa o


equivalente a, aproximadamente, um salário por ano trabalhado na
empresa e é sacado de forma integral.

Aviso prévio expand_more

Também temos o aviso prévio dado ao trabalhador no momento da


dispensa, que equivale a 30 dias trabalhados podendo chegar a 90 dias
dependendo do tempo de empresa que a pessoa tiver.

Todos esses valores recebidos devem ser muito bem administrados, reforçando
a reserva constituída para que a pessoa consiga atravessar o período do
desemprego e garantir seu equilíbrio financeiro.
“Dar a volta por cima” em um momento como esse requer mansidão, disciplina e
planejamento, procurando estar sempre preparado para as dificuldades
enfrentadas durante a nossa jornada nesta vida. Se na época de “vacas gordas”
você não desperdiçou, mas poupou recursos, então, na época de “vacas
magras”, o impacto negativo será menor.

Atenção!
Uma demissão pode ser uma bênção, pois permitirá ter mais autoconhecimento,
mais conhecimento do mercado, desenvolver maturidade e humildade, conseguir
trabalhar em algo com muito mais sentido e até com melhor remuneração. São
vários os casos de empreendedores que, graças a uma demissão, melhoraram
muito de vida.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Por que é considerado uma boa prática, por grandes especialistas, que
tenhamos apenas uma conta bancária para receber e pagar todas as nossas
receitas e dívidas?

Pois não temos a capacidade de estarmos em dois lugares ao


A mesmo tempo, ficando prejudicado o controle financeiro
dessas duas contas.

Pois, se tivermos várias contas em vários bancos, podemos


ter várias dívidas grandes e isso pode nos dar a sensação de
B
que podemos gastar mais e que estamos melhores
financeiramente.

Pois não temos a capacidade de identificar vários assuntos


C ao mesmo tempo, ficando prejudicado o controle financeiro
das contas que temos.
Pois, se tivermos várias contas em vários bancos, podemos
D ter várias dívidas aparentemente pequenas, e isso nos dará
mais crédito na praça, indicando que somos bons pagadores.

Pois, se tivermos várias contas em vários bancos, podemos


E ter várias dívidas aparentemente pequenas, e isso pode nos
dar a falsa sensação de que podemos gastar mais.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Ter várias contas em bancos pode ser um grande problema para algumas
pessoas, pois controlar todas essas contas não é tarefa fácil. Nesses casos,
nós podemos cair facilmente em erros e desequilíbrios financeiros, pois
podemos nos enganar achando que as pequenas dívidas são administráveis
e, na realidade, quando somadas, representam um grande problema. As
demais alternativas não têm relação com a existência ou não de mais de uma
conta, pois não é necessário presença física para o controle de uma conta
corrente e ter dívida grande já aparece diretamente.

Questão 2

Os meios de pagamento existentes podem ter grandes vantagens e


desvantagens. O meio que possibilita o pagamento eletrônico instantâneo e
que não tem custo para o usuário é:

A Cartão de crédito.

B Dinheiro.

C Cartão de débito.
D PIX.

E Transferência Bancária – TED.

Parabéns! A alternativa D está correta.

O PIX, transferência eletrônica criada pelo BCB, tem como uma das suas
grandes vantagens a rapidez e o custo zero para as transações, além de ser
instantânea e não ter limite de valor, ou horário para a sua realização.

3 - Módulo 3
Reconhecer as diversas formas de investimento
Investimentos e as diversas
possibilidades
Agora que você já sabe que precisa gastar menos do que ganha, o que fazer com
as sobras? Investir! Lembre-se: investimento deve dar retorno!

Você já ouviu algo assim:

“Diversifique seus investimentos.”


“Não coloque todos os ovos na mesma cesta.”
“Comece pequeno, mas comece já!”
“Sejamos sábios como as formigas, que guardam comida no
verão, preparando-se para o inverno.”
“Faça um fundo de reserva e não especule”.

Esses são conhecimentos simples e importantes. Investir com sabedoria e


disciplina é algo fundamental para a liberdade financeira, e adquirir esses
conhecimentos básicos não é difícil.

Entender como funcionam os diversos tipos de investimentos


e como se organizar com o dinheiro que projetamos para
gastos futuros é essencial para uma boa gestão de médio e
longo prazo das finanças pessoais.

Você conhece as possibilidades de investimento do seu suado dinheirinho? Você


conhece as vantagens e desvantagens de cada tipo de investimento? E os
custos envolvidos em cada transação bancária que você realiza?

Então, vamos juntos neste módulo entender sobre investimentos e as diversas


possibilidades disponíveis para cada tipo de perfil de investidor e para cada
objetivo que se deseja alcançar.
Perfil de investimentos
De uns anos para cá, o Banco Central do Brasil (BCB) tem obrigado os bancos a
identificar o perfil do investidor e a informá-lo antes de iniciar um investimento
para esse cliente. Cada cliente é enquadrado em um dos quatro tipos de perfil de
investimento normalmente indicados pelo questionário respondido. Os perfis
indicados são:

Conservador expand_more

O perfil conservador abarca os investidores que preferem manter seu


capital a aumentar a possibilidade de ganhos. Nesse perfil, as pessoas
tendem a manter seus investimentos em aplicações em que
praticamente inexista a possibilidade de rendimentos negativos. O trade-
off desse investidor é sacrificar a possibilidade de ganhos pela
impossibilidade de perdas.

Moderado expand_more

Neste perfil, as pessoas aceitam correr um pouco mais de risco em troca


da possibilidade de maiores retornos. Assim, uma pessoa moderada
procurará manter sua carteira de investimentos equilibrada, dando
preferência a investimentos com maior segurança. Mesmo aceitando
correr um pouco mais de risco, esse investidor não aceita a perda de seu
capital com facilidade, escolhendo investimentos em que até possam
ocorrer essa perda, mas de forma muito moderada.
Arrojado expand_more

O perfil arrojado está ligado a investidores que já possuem maior


conhecimento do mercado e que, por isso, aceitam correr maior risco
para retornos de médio e longo prazo. Esse tipo de investidor aceita
correr maior risco direcionando seus investimentos para aplicações com
maior volatilidade. É nessa volatilidade que o ganho acontece, pois o
maior risco em curto prazo é compensado com maior ganho em longo
prazo. Para investir com esse padrão, é necessário estar preparado para
um investimento de longo prazo.

Agressivo expand_more

Por fim, temos o perfil agressivo. Neste, os investidores estão dispostos a


correr maior risco para terem a possibilidade de auferirem maiores
ganhos. Assim, esses investidores buscam o maior retorno no menor
tempo possível. Esse perfil é muito focado e não se abala com as
flutuações do mercado, mantendo posições arriscadas mesmo em
momentos de extrema volatilidade do mercado.

Atualmente, um dos investimentos mais interessantes para esse perfil é o


de criptomoedas. O bitcoin e outras criptomoedas estão cada vez mais
populares e com altos retornos, e até grandes organizações estão
investindo nelas. Cuidado com especulações, se informe bem a respeito,
mas é um investimento que vale a pena conhecer. Inicialmente, começar
com uma pequena parcela de seus investimentos com investimentos
mais arriscados pode ser uma estratégia interessante.

Entender qual é o seu perfil de investimentos pode evitar muitas dores de cabeça
e perdas de recursos por afobação ou por movimentos precipitados durante a
baixa ou a alta do mercado. Entender que não se deve entrar no mercado quando
ele está em alta e que não se deve sair quando está em baixa pode ser algo
muito importante.

Durante a crise de 2020, em que a Bolsa de Valores de São Paulo chegou


próximo de 65 mil pontos, muito perderam grandes somas de valores, pois
saíram do mercado nesse momento. No entanto, pessoas ousadas lucraram
muito, pois, menos de um ano depois, a mesma bolsa de valores já estava
batendo em 120 mil pontos novamente, como antes da crise. Quem percebeu
essa possibilidade e entrou na bolsa no momento mais agudo da crise ganhou
100% em menos de um ano.

Dica
Algumas pessoas deixam boa parte de seus recursos em aplicações
conservadoras e um pouco em aplicações mais arriscadas, o que é algo
prudente, principalmente para iniciantes. Outro conhecimento tradicional é o de
“não colocar todos os ovos na mesma cesta”, pois, se a cesta cai, todos os ovos
quebram. Portanto, diversifique seus investimentos!

Invista na sua educação


Educação pode e deve ser um investimento, e investimento é sacrifício, mas
deve ter retorno. Contudo, infelizmente, muitas pessoas investem pouco ou não
investem em educação.

William Eid Jr., renomado professor de Finanças, fez uma pesquisa interessante,
na qual concluiu que endividados tinham menor performance no trabalho. Por
isso, as empresas deveriam investir fortemente na educação financeira para que
seus empregados tenham saúde financeira (assim como saúde física, espiritual
etc.).

Dica
Invista na educação financeira e busque vários conselheiros. Por mais que você
estude, um conselheiro pode ter informações valiosas que você não tem. Ouça
pontos de vista diferentes. Evite conselhos de pessoas não íntegras. Busque
conselho de pessoas honestas, éticas, que têm experiência prática e/ou teórica.
Uma dona de casa pode ter valiosos conselhos que você raramente encontra em
um curso de mestrado.

Educação de nível superior garante êxito financeiro?


Sabemos que concluir a faculdade dobra o valor dos salários médios recebidos,
mas será que isso garante algo? Será que educação de nível superior garante
êxito financeiro, aposentadoria bem-sucedida e a certeza de nunca constar no
banco de dados de proteção ao crédito?

Os especialistas da área financeira são unânimes na resposta: “Não”.

Saiba mais
Segundo reportagem de Carolina Riveira (2019): “A média entre os países da
OCDE, grupo que reúne as nações ricas, é de um salário 40% maior para quem
tem diploma de graduação. Já um residente brasileiro formado no Ensino
Superior ganha, em média, mais que o dobro (140%) de quem só cursou o Ensino
Médio; com pós-graduação, pode-se ganhar um salário mais de quatro vezes
maior (350%) na comparação com quem só se formou no Ensino Médio,
segundo o relatório Education at a Glance, da OCDE”.

video_library Estudo: o melhor investimento


Neste vídeo, a partir do relato de uma experiência pessoal, o especialista reflete
sobre os ganhos advindos do estudo e sua importância para o incremento da
renda futura de uma pessoa. O conhecimento não ocupa espaço e garante mais
do que dinheiro, por meio cidadania e status social. Também é muito importante
a educação financeira de crianças.
Conta-corrente
A conta-corrente é uma necessidade em muitos casos para que o investimento
seja realizado, mas é sempre bom lembrar que a conta-corrente não traz
qualquer rendimento para os valores que ficam depositados nela. Na realidade,
os bancos cobram pacote de serviços para que o correntista tenha a conta
corrente. Nesse caso, é importante para a pessoa considerar esse custo em
suas planilhas de controle de gastos, pois esse valor, mesmo que pequeno,
impactará fortemente no orçamento em longo prazo.

Como existe essa cobrança de serviços para a utilização da conta corrente,


muitos bancos, para incentivar que seus correntistas apliquem seus recursos
com eles, dão descontos nessas tarifas, dependendo do valor e do tipo de
aplicação que o correntista possui na instituição. Esse incentivo deve ser
considerado durante o cálculo do retorno dos investimentos, principalmente para
aqueles aplicadores que possuem poucos recursos ou que tenham um perfil
conservador de aplicação.

Outro ponto importante em relação à conta corrente é a questão do limite do


cheque especial, discutido anteriormente.

Dica

Pesquise no canal Me Poupe, ou outros, como reduzir com o gerente esses


pacotes de serviços que praticamente não usamos e pagamos.
Conta poupança
A poupança é um dos investimentos mais tradicionais no Brasil. Apesar de ainda
representar a maior massa de investimentos existente em nosso país, ela vem
perdendo espaço para outros investimentos. Isso aconteceu, pois a taxa de juros
básica no Brasil está cada vez mais baixa, representando uma redução
expressiva na remuneração paga pela aplicação na poupança.

Você sabe como funciona a remuneração da poupança?

keyboard_double_arrow_right A remuneração tradicionalmente é de 6% ao ano, paga a


cada três meses, sempre na data-base do investimento. Isso
quer dizer que, se investirmos no dia 1º de janeiro,
receberemos nossa primeira remuneração no dia 31 de
março. Hoje em dia, já existem poupanças que pagam a
rentabilidade mensalmente. Essa remuneração é acrescida
de TR (Taxa Referencial), que procura incorporar ao
rendimento da poupança a inflação do período. No entanto,
há alguns anos, a TR está com seu valor percentual zerado,
devido à forma de cálculo e à baixa inflação registrada nos
últimos anos.

keyboard_double_arrow_right Quando a taxa de juros básica da nossa economia (SELIC),


informada pelo BCB, fica igual ou abaixo de 7%, a
remuneração da poupança passa a ser de 70% da taxa
SELIC. Isso implica dizer que, se a taxa SELIC for de 5% ao
ano, o rendimento da poupança será de 3,5% ao ano.

keyboard_double_arrow_right Os juros utilizados para o cálculo da remuneração da


poupança são os juros compostos, ou seja, todo mês a
remuneração do mês anterior é incorporada ao principal
para que sejam calculados os juros do mês seguinte. Assim,
a taxa efetiva de remuneração da poupança durante o ano
será maior do que os 6%, já que o valor é aplicado a 0,5% ao
mês.

A poupança é um dos investimentos mais seguros que temos no


mercado.

Isso acontece pois existe um fundo garantidor formado por uma reserva
obrigatória feita por todos os bancos e controlada pelo BCB para garantir os
depósitos com valores de até R$250.000,00.

Investimentos em imóveis
Muitos familiares recomendam investir em imóveis e dizem que sempre é um
bom negócio, mas essa decisão não é tão simples. Pagar um aluguel barato para
juntar dinheiro para dar uma boa entrada (utilizar seu FGTS e tentar algum
programa como Minha Casa Minha Vida) pode ser interessante. Assim, em vez
de pagar aluguel, você pode custear a prestação de seu imóvel. Entretanto,
preste atenção:

É lamentável, mas a classe média


realmente acredita que, quando assina o
contrato do financiamento, está de fato
adquirindo sua casa. Neste momento, faço
a pergunta: você realmente acha que a
casa é sua? ... você pagava aluguel para a
imobiliária, agora está pagando aluguel
para o banco; pare de pagar as prestações
durante três meses e rapidinho descobrirás
quem é o verdadeiro dono do imóvel.

(ZRUEL, 2016 p. 48).

Em relação ao segundo imóvel, é necessário pensar mais ainda. O dinheiro do


aluguel que você receber deve ser declarado no imposto de renda, pois será
considerado renda. Alugar o segundo imóvel por mês ou temporada (por meio do
portal Airbnb, por exemplo) é interessante, mas lembre-se também dos gastos
da manutenção.

Comentário

Com a pandemia da COVID, várias empresas passaram a utilizar o teletrabalho e


viram que não precisam alugar um imóvel caro. Logo, o número de imóveis
disponíveis para aluguel aumentou e o preço caiu. Em alguns casos, o
proprietário já se contenta do inquilino pagar apenas o condomínio e nada pelo
aluguel.

Assim, percebemos que imóveis, como outros investimentos, é um risco, e


precisamos planejar riscos e retornos.
Investimentos em automóveis
Carro pode ser uma grande despesa. Por isso, comprar um carro deve ser algo
muito bem pensado e calculado, ou ele poderá ser um devorador de seus
recursos, pois tem custos fixos, variáveis e de oportunidade.

Custos fixos expand_more

Depreciação (redução de valor de aproximadamente 10% ao ano);


Seguro (alguns carros são mais visados pelos ladrões e o seguro
pode ser mais de R$2.400,00 por ano, o que significa R$200,00 por
mês);
Tributos (IPVA, DPVAT).

Custos variáveis expand_more

Combustível (aproximadamente R$6,00/litro. Se seu carro faz 6 Km


por litro, a cada Km, você paga R$1,00. Faça um
orçamento/planejamento de gasto com combustível a partir de
seus trajetos mais frequentes);
Manutenção preventiva, óleo etc.;
Pneus;
Juros do financiamento do carro;
Reparos e melhoramentos;
Estacionamento e pedágios;
Multas;
Lavagens e limpeza.

Custos de oportunidade expand_more

Você poderia estar investindo o valor que gastou e que gasta com o
veículo em uma aplicação com bom retorno.

Geralmente, automóveis trazem muitas despesas, mas, em alguns casos, eles


podem ser investimentos interessantes, como ao comprar em leilões, fazer
manutenção e vender a preço superior.

A necessidade geralmente não é ter automóvel, mas fazer um deslocamento:


sair do ponto A e chegar ao ponto B, com segurança. Já existem soluções
criativas para economizar no transporte, como o transporte compartilhado.

Fundos de investimentos

O que são fundos de investimentos?

São agrupamentos de investidores que aplicam seus recursos em diversos tipos


de papeis, buscando respeitar um perfil de investimentos e uma forma de
comportamento.
Normalmente, esses fundos, ou A Comissão de Valores Mobiliários
reuniões de investidores, são geridos (CVM) também exige que os fundos e
por bancos ou outras instituições seus gestores sejam cadastrados em
financeiras credenciadas junto ao seu site, para que o fundo seja
BCB, sendo o seu cadastramento e considerado válido. Essa
registro uma exigência para esses obrigatoriedade de credenciamento
fundos. dos fundos serve como uma forma de
garantir que os investidores não serão
lesados pelos administradores dos
fundos.

Para essa administração, normalmente, os gestores cobram uma taxa


estabelecida previamente sobre a rentabilidade auferida pelo fundo. Outra forma
de cobrança é no momento de aplicação, chamada de taxa de carregamento, em
que parte do principal (valor investido) é subtraída.

Os fundos de investimentos podem assumir diversas formas e serem destinados


a diversos perfis de investidores. Existem fundos que carregam apenas papeis
de governo, que têm o menor risco e, por consequência, a menor possibilidade
de remuneração, até fundos que aplicam o capital dos investidores em ações
baseadas em bolsas de valores do exterior. Existem fundos que aplicam em
imóveis ou em ações e debentures (papeis de dívidas emitidos por empresas).

Por que é importante conhecer cada um desses fundos?


Porque cada um desses fundos tem um público específico e você, ao investir
suas economias, precisa entender seu perfil de investimento, o motivo pelo qual
está economizando esse dinheiro e qual é o prazo em que esse valor ficará
investido.

Papeis de governo
Os papeis de governo, ou seja, títulos da dívida pública emitidos pelo governo,
pagam juros pré ou pós fixados acrescidos a um índice de inflação. Essa forma
de estruturar a dívida pública tende a pulverizar esse valor e a melhorar as taxas
pagas para a rolagem dessa dívida.

Quando um investidor aplica seus recursos nesses papeis, ele está emprestando
sua poupança, seus recursos, para o governo, que os utiliza, em geral, para pagar
as suas dívidas. Quando o orçamento do governo indica que ele gastará mais do
que arrecadará, é autorizada a emissão de papeis que serão usados para
arrecadar os valores necessários.

Os papeis mais comuns emitidos pelo governo são tesouro prefixado, tesouro
Selic e tesouro IPCA. Cada um desses títulos tem seus prazos finais e pagam
juros a cada seis meses. Assim, o investidor saberá o valor que receberá ao final
da aplicação de forma antecipada, podendo variar o valor conforme o índice de
inflação aplicado.

Essa é uma das aplicações mais seguras existentes no


mercado, sendo garantida pelo governo federal e, em alguns
casos, pelo Fundo Garantidor de Crédito. Esse investimento
incide no imposto de renda, que pode ser aplicado no
pagamento dos juros ou anualmente, conforme o tipo de
aplicação.
Renda fixa
Os fundos chamados de renda fixa são aqueles que aplicam, geralmente, em
uma composição de:

80% 20%
No mínimo, 80% em renda fixa. E 20% em derivativos.

Esses são os fundos mais conservadores existentes no mercado e procuram


atingir pessoas com perfil conservador.

Quais são os títulos que compõem essa carteira e como ela é


controlada? expand_more

Os títulos que compõem essa carteira são de renda fixa, ou seja, títulos
públicos, debêntures, CBD e LCI/LCA, entre outros. O controle dessa
carteira é realizado por um gestor que pode manipular a composição da
carteira entre as diversas opções de títulos existentes no mercado,
respeitando a política de investimentos e as regras emitidas pelo BCB,
pela Comissão de Valores mobiliários (CVM) e demais órgãos
reguladores do mercado financeiro nacional.

Quando investimos em fundos de renda fixa, uma parcela dos valores é investida
em outros papeis que não o são. Essa parcela é utilizada como forma de
alavancar a rentabilidade desses fundos, principalmente em períodos de taxas
de juros muito baixas, procurando manter a rentabilidade acima do CDI, opção
mais segura que a dos fundos.
A divulgação dos resultados alcançados pelo fundo é feita mensalmente. Por
que isso é importante?

Primeiro Segundo
Essa divulgação garante que, quando Você poderá acompanhar a taxa de
aplicar nesse fundo, você poderá administração, a rentabilidade e os
acompanhar toda a movimentação descontos de imposto de renda
ocorrida na carteira e realizada pelo ocorridos em seu saldo de aplicação.
gestor. E assim, julgar se o fundo está
atingindo as suas expectativas e
atendendo o seu planejamento de
curto, médio e longo prazo.

Renda variável
Os fundos de investimentos variáveis, ao contrário dos de renda fixa, investem
preferencialmente em papeis com renda variável.

Esses fundos são indicados para investidores com perfis


mais arrojados ou agressivos, pois a possibilidade de perdas,
até mesmo de parte do capital, é possibilitada.
Os investimentos em rendas variáveis são papeis emitidos por empresas, como
ações e debêntures. Nesses papeis, alguns pagam dividendos e outros pagam
juros além da devolução do principal em prazo predeterminado.

Dentro desse guarda-chuva da renda variável, existem diversos tipos de fundos.

Exemplo

O fundo multimercados, que não segue qualquer regra de investimento


específica, ficando o administrador livre para investir os recursos onde lhe
parecer mais vantajoso, desde que estes sejam investidos de forma
diversificada, diminuindo os riscos de perda total do patrimônio. Existem fundos
multimercados que obedecem a algumas regras mais restritivas, mas isso
depende do documento de constituição e do objetivo traçado para cada fundo.

Fundos imobiliários

Fundos Imobiliários são fundos que investem em imóveis. Eles


repassam aos seus investidores os ganhos com aluguel e os ganhos
com a valorização dos imóveis, que refletem nas cotas do fundo. Eles
são formados por bancos e corretoras que compram imóveis
comerciais e os alugam a grandes empresas ou outros tipos de
locatários. Esta forma de investir em imóveis garante que pequenos
investidores poderão investir em imóveis, um dos investimentos mais
seguros com renda variável.
Outro tipo de fundo imobiliário é aquele que investe em empresas.
Nestes, os valores dos investidores são utilizados para a compra de
empresas. As empresas adquiridas são melhoradas por meio de uma
gestão mais agressiva e profissional, aumentando seu valor de
mercado e gerando lucro. O lucro gerado é pago de forma periódica aos
investidores do fundo e, após um período predeterminado, as empresas
são vendidas e os valores investidos devolvidos aos investidores.

Fundos variáveis no exterior


Existem fundos que investem 100% do valor investido em fundos sediados no
exterior.

Como funcionam esses fundos?


Apesar de serem cotados em reais, ou
seja, não é necessário o investimento
em moeda estrangeira, tais fundos
receberão como remuneração a
variação das cotas do fundo-mãe, e a
variação da moeda estrangeira em
relação ao real. Imagine um fundo que
invista em um fundo mãe nos EUA, a
rentabilidade desse fundo será
composta da variação das cotas do
fundo-mãe somado à variação do
dólar frente ao real.

Para investir nesses fundos, não são necessárias grandes somas, já que o fundo
que está sediado no Brasil pode receber qualquer valor para a aplicação nesse
fundo-mãe. É necessário verificar, em cada instituição que oferece essa
modalidade de fundo, o valor mínimo de investimento e as taxas de
administração cobradas.

Essa é uma oportunidade de investimentos no exterior, sem as burocracias para


a expatriação dos valores a serem investidos.

Investimento em previdência
complementar
Se tudo der certo, vamos envelhecer. A questão é como envelhecer. A
expectativa de vida no Brasil é de:

80 anos para mulheres. 73 anos para homens.


Geralmente, na aposentadoria, a renda cai bastante e os gastos sobem.
Infelizmente, muitos aposentados no Brasil passam por sérios problemas
financeiros e são várias as causas. Uma delas é não ter se planejado bem na
juventude. Parece muito distante a aposentadoria, mas não é.

Além disso, Nathalia Arcuri, em seu best seller Me Poupe! 10 passos para nunca
mais faltar dinheiro no seu bolso, acredita que a situação futura tende a piorar.
Veja:

Em 2050, os idosos serão mais numerosos


que os jovens. Vai faltar adulto contribuinte
para pagar a conta dos velhinhos. E tenho
uma notícia: VOCÊ SERÁ UM DESSES
VELHINHOS. É por isso que a
aposentadoria, como conhecemos hoje no
Brasil, está com os dias contados.
Entendeu o tamanho da encrenca? Por
essas e outras, esqueça a aposentadoria
do governo. Não vai rolar. O máximo que
você pode esperar desse dinheiro no futuro
é um complemento de renda para pagar o
supermercado do mês, e olhe lá…

(ARCURI, 2018, p.101).

A autora recomenda 30% para o futuro, ou seja, metas de amanhã, e 70% para
cobrir custos hoje.

O investimento em planos de aposentadoria é algo muito importante para o


planejamento financeiro de uma pessoa. Investir na segurança para a velhice é
algo que todas as pessoas no mundo deveriam fazer.
Como demonstramos no primeiro
módulo, quando investimos por longos
períodos, podemos investir pequenos
valores e nos aproveitarmos dos juros
compostos ao longo desse tempo. Ao
investirmos para a aposentadoria,
precisamos pensar desde a nossa
juventude, para que o valor investido
mensalmente seja pequeno, mas que,
na velhice, seja suficiente para cobrir
os nossos gastos.

No Brasil, existem planos específicos para a aposentadoria, regulados pelo


governo e oferecidos pela maioria dos bancos que operam aqui. Estes são os
chamados PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livres) e VGBL (Vida Gerador de
Benefícios Livres). São conhecidos como planos de sobrevivência e acumulam
valores durante o período de diferimento para o pagamento de aposentadorias
após esse período de acumulação. Ambos os planos têm a opção de saque do
valor acumulado ao final do período de diferimento. No entanto, após a
aposentadoria e início dos recebimentos, essa opção não existe mais.

No momento da contratação, o contratante opta por uma das


formas de recebimento dos valores após a sua
aposentadoria, que pode ser perpétua ou por tempo
determinado.

Para cada uma das opções, o contratante receberá um valor diferente, calculado
em função do valor acumulado e da expectativa de vida do aposentando. Vale
lembrar que essa é uma aposentadoria complementar, ou seja, não substitui a
aposentaria oficial do governo.

Outra particularidade desses planos é a incidência de imposto de renda.

VGBL PGBL

Tem seu valor investido Pode ter o valor investido


durante o período diferido, descontado da base de
impossibilitado de ser cálculo do IR em até 12% da
descontado no Imposto de renda bruta do contribuinte.
Renda, não sendo Assim, é necessária sua
close
necessária a sua declaração declaração no ajuste anual
no ajuste anual do IR, para que o seu valor seja
apenas a declaração do descontado da base de
montante acumulado ao cálculo do IR.
longo do tempo como um
patrimônio.

Em caso de resgate dos valores aplicados, incidirá imposto de renda sobre os


valores resgatados seguindo a tabela regressiva disposta pela Receita Federal
do Brasil. Esses valores e formas de incidência são diferentes para o PGBL e
para o VGBL e devem serem estudas de forma independente para cada
planejamento financeiro, identificando qual desses planos é mais oportuno para
cada investidor.

Investimento em ações - Bolsa de Valores


O investimento em ações é uma das formas mais agressivas de investimento.
Esse tipo de investimento é para perfis mais agressivos, pois existe sempre a
possibilidade de perda completa do capital investido.

Imagina o investimento em uma ação de uma empresa que está falindo? Essa
pessoa que investiu perderá completamente seu capital investido. Por essa
razão, o investimento direto em ações deve ser cercado de muitos cuidados e,
geralmente, iniciantes devem pensar em médio ou longo prazo, diversificando as
ações.

Como investir na bolsa de valores?


Para investir diretamente na bolsa de valores, na compra de ações, é necessária
a contratação de uma corretora de valores mobiliários. Somente essas empresas
podem operar na bolsa de valores, inclusive podendo custodiar os títulos
comprados.

Essa custódia não é obrigatória, pois o investidor pode retirar seus títulos e
guardá-los consigo. No entanto, isso não é recomendado, pois existe um custo
alto para a sua recolocação nas corretoras para a venda. Hoje, já existem
instituições que oferecem gratuitamente esse serviço de custódia aos seus
clientes, como forma de atraí-los para as suas carteiras.

O investimento em ações também pode ser um negócio muito interessante,


principalmente para investimentos de longo prazo, em que, além da valorização
das ações, o investidor recebe dividendos. Os dividendos são a distribuição dos
lucros aos acionistas da empresa e podem melhorar muito a rentabilidade dos
investimentos nessas ações.

Dica

Conheça melhor a empresa em que está querendo investir, veja se ela é ética e
ambientalmente sustentável, se seus valores são compatíveis com os seus
valores de vida. Investir na empresa em que você trabalha é interessante, pois
desenvolverá mais a “cabeça de dono” e trará mais conhecimento e engajamento
com seu trabalho.

Cuidados ao investir seu patrimônio


Como já mencionado, para investir, é necessário ter uma gama de cuidados para
não fazer maus negócios.

O primeiro passo é entender bem o seu perfil como investidor.

Investimentos realizados fora do perfil tendem a trazer grandes dores de cabeça


e inquietações.
Imagine uma pessoa conservadora vendo seus investimentos terem perdas em
períodos de crise, ou um investidor agressivo observando seus investimentos
rendendo de forma conservadora por longos períodos de investimento. Ambos
teriam decepções.

Outro ponto muito importante que deve ser observado é o agente que está
cuidando dos seus investimentos. Investir em instituições sérias e com
segurança jurídica é sempre mais importante do que a rentabilidade oferecida.

Existem agentes de investimento que oferecem rentabilidade muito acima do


mercado e que, na realidade, são fraudes. Por isso, desconfie sempre de agentes
que lhes ofereçam rentabilidades muito acima das praticadas no mercado, pois
eles, provavelmente, não conseguirão cumprir o contrato.

Dica
Verifique antes se o agente não tem reclamações contra ele ou processos por
algum tipo de fraude. Um conselho geral é investir sempre com agentes
reconhecidos pelo mercado e com reputação sólida, pois são as economias de
uma vida, e arriscá-las pode ser uma péssima ideia.

Investir em uma consultoria financeira individual ou familiar pode ser um


investimento importante, visto que você se conhece e sabe que será muito difícil
adquirir sozinho conhecimentos e disciplina para gerenciar seus recursos.

Depois de um tempo, você poderá andar “sem as rodinhas da bicicleta”, sem o


apoio externo. Tal consultoria pode ser presencial ou remota. Ela pode te ajudar
a pagar menos impostos e tarifas bancárias, bem como a ter bons hábitos.
Talvez agregue tanto valor (mais benefícios do que custos) que você não vai
mais querer ficar longe dela.
Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

(FCC, 2012, BANESE ‒ Técnico Bancário)

Sobre fundos de investimento, é correto afirmar que

A São garantidos pela instituição financeira administradora.

Suas cotas podem ser adquiridas apenas por investidor


B
pessoa jurídica.

Seu funcionamento depende do prévio registro na Comissão


C
de Valores Mobiliários.

D Não sofrem auditoria independente.

E O valor das cotas é calculado e divulgado mensalmente.

Parabéns! A alternativa C está correta.

Essa exigência de registro tem como função, para os investidores, o controle


e a segurança de que o fundo está seguindo todas as regras da CVM e dos
demais órgãos reguladores como o BCB. Assim, os investidores têm órgãos
que fiscalizam e avalizam a coerência e demais questões formais que os
fundos devem observar para serem transparentes e seguros ao investimento.

Questão 2

(FUNCAB, 2015, PC-AC ‒ Perito Criminal ‒ Contabilidade)

Os fundos de investimento representam uma modalidade de investimento,


constituída sob a forma de condomínio, que aplica em conjunto os recursos
dos investidores com objetivos comuns. Os fundos que possuem políticas de
investimentos que envolvam vários fatores de risco, sem o compromisso de
concentração em qualquer fator em especial, são denominados:

A Renda variável.

B Renda fixa.

C Referenciados.

D Cambiais.

E Multimercados.

Parabéns! A alternativa E está correta.

Cada tipo de fundo tem um objetivo específico, sendo que os fundos que
podem investir em diversos tipos de papeis sem restrições de percentuais ou
de risco são os fundos multimercados. Estes podem investir em renda fixa,
variável, ações ou outros fundos, sem transgredir a sua regra de constituição.
Considerações finais
Espera-se que este conteúdo tenha ajudado a ampliar o seu entendimento sobre
finanças pessoais. Aqui, estudamos fundamentos básicos que merecem ser
refletidos, praticados e ensinados cada vez mais no Brasil: gastar menos do que
se ganha, diversificar investimentos, evitar especulações e ganhos rápidos e
fáceis, mas imediatos, fazer orçamento, ter paciência, controlar impulsos
consumistas, ter muitos conselheiros e investir na educação. Percebemos que
você pagará um preço para entender e praticar os fundamentos de finanças
pessoais, mas você pode pagar um preço maior se não souber tais
fundamentos.

É importante chamar a atenção para o tipo de gasto que mais pode melhorar a
vida de uma pessoa, que são aqueles com estudos e conhecimentos. A
educação financeira e a educação, de forma geral, podem trazer, como vimos,
além de resultados financeiros com o desenvolvimento da carreira, um
inestimável ganho pessoal e como cidadão. Mesmo que estudos indiquem que
quanto maior o grau de escolaridade de uma pessoa, maior a sua possibilidade
de obter uma renda maior, o ganho em cidadania e em desenvolvimento pessoal
superam, e muito, esse ganho financeiro. Tratando apenas do ganho não
financeiro, o gasto/investimento em estudos e conhecimento trará uma
satisfação pessoal inestimável, que nenhum dinheiro pode pagar.

Neste momento, ao concluir este conteúdo, você está ganhando este


conhecimento e atraindo para si todos os lucros advindos dele. Isso garante que
você terá uma vida melhor e com mais alegrias, tornando seu futuro mais
agradável e mais próspero, pois prosperidade não está apenas em ganhar mais
ou ter mais bens, mas em ser mais feliz. Segundo Aristóteles, sucesso é atingir o
seu objetivo de vida. Para atingir seu objetivo, o conhecimento é, certamente, o
melhor caminho.
headset Podcast
Agora, os especialistas Ettore Oriol e Marcus Brauer encerram o tema falando
sobre questões relacionadas às finanças pessoais, aprofundando os tópicos e
trazendo exemplos para melhorar o seu entendimento.

Explore +
Assista aos seguintes filmes para refletir sobre o tema da Inteligência Artificial:

Finanças Pessoais: como fazer o orçamento familiar é um pequeno livro dos


renomados professores Willian Eid Junior e Fábio Gallo Garcia. Eles
abordam o assunto com grande interesse e com planilhas e demais
indicações de como aplicá-las no dia a dia. Recomendamos folhear a
pesquisa Estresse Financeiro e Produtividade no Trabalho, de Eid Jr.

O livro Sobrou dinheiro: como administrar a casa, do didático professor Luís


Carlos Ewald, que já foi várias vezes a programas de TV, tem uma
linguagem simples, mas com conhecimentos sólidos e dicas práticas.
Ewald tem várias dicas legais no Youtube (recomendamos ver vídeos sobre
Pai Rico e Pai Pobre).

O Serasa Ensina tem vários conteúdos interessantes. Destacamos o curso


gratuito Trilha Financeira. iDinheiro finanças pessoais é outro portal
interessante, bem como Vida e Dinheiro, do Governo Federal.

O livro de Provérbios contém conhecimentos e reflexões importantes sobre


finanças pessoais que vão te ajudar a entender melhor o sentido da vida e
das finanças. Nesta linha, indicamos o site Ganância Educação Financeira,
com princípios para uma vida financeira equilibrada, em contraponto aos
valores materialistas da sociedade de consumo, bem como o curso Crown
de finanças pessoais.

Se você quer saber mais sobre finanças (não apenas finanças pessoais),
recomentamos o canal do Youtube Finanças 101. O prof. Hsia Hua Sheng é
PhD respeitado e, ao mesmo tempo, divertido. Ele e seus colegas tentam
traduzir finanças para um público maior, sem perder o rigor acadêmico.

Conheça mais sobre a importância e variedade de seguros. Um bom início


é o portal TSS tudo sobre seguros.

Você é um comprador compulsivo? Na Internet, você encontra alguns


testes gratuitos. Se tiver dúvidas, procure psicoterapia ou grupos de
autoajuda, como Devedores Anônimos.

Referências
ARCURI, N. Me Poupe! 10 passos para nunca mais faltar dinheiro no seu bolso.
Rio de Janeiro: Sextante, 2018.

BERNARDO, A. Descubra o que é — e se você é — um comprador compulsivo.


Consultado na Internet em: 11 jun. 2021.

CUNHA, J. Os devedores anônimos e o lado obscuro do consumismo. Revista


Trip. Consultado na internet em 11 jun. 2021.

EID JR., W.; GARCIA, F. G. Finanças pessoais: como fazer o orçamento familiar.
São Paulo: PubliFolha, 2007.

EWALD, L. C. Sobrou dinheiro: como administrar as contas da casa. Rio de


Janeiro: Bertrand Brasil, 2015.

NEDER, V. Endividamento das famílias sobe a 67,5% e volta a bater recorde,


aponta estudo. CNN Brasil, 2021. Consultado na Internet em: 11 jun. 2021.

RIVEIRA, C. No Brasil, ter faculdade faz dobrar o salário — por que isso é ruim.
13 out. 2019. Consultado na internet em: 11 jun. 2021.

ZRUEL, B. Eu vou te ensinar a ficar rico. Betrand: São Paulo, 2016.


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