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ORALIDADE

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Índice

I. Introdução...........................................................................................................................3
Objetivo geral:............................................................................................................................3
Objetivos específicos.................................................................................................................3
II. Metodologias...................................................................................................................3
CAPÍTULO I: Processo de ensino e aprendizagem da oralidade..............................................4
1. Conceito da oralidade.........................................................................................................4
1.1. Tipos de oralidade...........................................................................................................4
a) Oralidade primáriaa................................................................................................................4
b) Oralidade secundária..............................................................................................................5
1.2. Importância da oralidade na sociedade...........................................................................5
1.3. Características da oralidade.............................................................................................6
CAPÍTULO II: Ensino da oralidade..........................................................................................6
2. O processo de ensino e aprendizagem da oralidade...........................................................6
2.1. Ensinando a oralidade.....................................................................................................6
2.2. Fases e etapas de aprendizagem da oralidade.................................................................7
a) Oralidade inicial..................................................................................................................7
b) Oralidade não inicial...........................................................................................................7
2.3. Metodologias e estratégias para o ensino da oralidade...................................................8
a) Método a partir de atos de fala............................................................................................8
b) Método a partir do diálogo..................................................................................................8
c) Método natural....................................................................................................................9
2.4. Estratégias/Técnicas......................................................................................................10
a) Expressão dramática.........................................................................................................10
2.3. A oralidade como arte/Ciência..........................................................................................11
Capitulo III...............................................................................................................................13
Conclusão.................................................................................................................................13
Referências...............................................................................................................................14
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I. Introdução

Como forma dar um pontapé de saída a esta pesquisa, salientar que a oralidade como a arte de
realização verbal, ela inteira-se no processo de ensino e aprendizagem como um instrumento
de promoção do desenvolvimento do aluno, como também como a arte de “expressar bem”.
Dizer que a oralidade é a prática de uso da língua natural por meio da produção sonora, em
diversos gêneros de texto orais, nos mais diferentes contextos e níveis de formalidade.
Nela, estaria inclusa a fala forma de produção textual por meio de sons articulados e de
significados), acompanhada de outros aspetos como a prosódia, os gestos, a expressão facial,
os movimentos corporais, entre outros, esta pesquisa baseara-se na construção de argumentos
lógicos e epistemologicamente validos de modo a dar uma limitação temática no tema
principal, onde os “focal points” estarão voltados no que concerne a definição, metodologias
e técnicas de ensino da oralidade em um contexto educacional. A pesquisa terá em termos da
sua objetivação os seguintes interesses:

Objetivo geral:

 Contextualizar a oralidade na sala de aulas e em um contexto social;

Objetivos específicos:

 Definir a oralidade em diferentes óticas;


 Recitar a importância da oralidade em um contexto social;
 Enumerar as metodologias e técnicas usadas no ensino da oralidade;
 Mencionar os tipos e as formas de oralidade

II. Metodologias
 Recolha e interpretação de dados (vídeo aulas);
 Hermenêutica;
 Bibliografias a fim;
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CAPÍTULO I: Processo de ensino e aprendizagem da oralidade

1. Conceito da oralidade

A oralidade é a capacidade desenvolvida por homens e mulheres para estabelecer conceitos,


ideias e termos com significados específicos que permitem uma interação
Social.
Oralidade é a prática de uso da língua natural por meio da produção sonora, em
diversos gêneros de texto orais, nos mais diferentes contextos e níveis de formalidade. Nela,
estaria inclusa a fala forma de produção textual por meio de sons articulados e de
significados), acompanhada de outros aspetos como a prosódia, os gestos, a expressão facial,
os movimentos corporais, entre outros

É considerada, também, como a transmissão oral dos conhecimentos armazenados na


memória humana. Antes do surgimento da escrita 3.000 a.C., com entrada no mundo
ocidental por volta de 600 a.C.), grande parte dos conhecimentos eram transmitidos
oralmente, sendo, pois, o principal meio de comunicação entre os homens. As memórias
auditiva e visual eram os únicos recursos de que dispunham as culturas orais para o
armazenamento e a transmissão do conhecimento às futuras gerações de uma geração a outra)

A oralidade é uma forma de comunicação que se baseia na fala e na audição. É a maneira


mais antiga e natural de transmitir informações e estabelecer conexões entre as pessoas.
Através da oralidade, as palavras são pronunciadas e ouvidas, permitindo a troca de ideias,
conhecimentos e experiências.

1.1. Tipos de oralidade

a) Oralidade primáriaa

Os elementos técnicos condicionam as formas de pensamento ou as temporalidades de uma


sociedade. Isso quer dizer que uma sociedade que não possui influências da escrita ou da
impressão organiza-se de uma forma diferente de uma outra que possua tais influências.
A oralidade primária é o tipo de oralidade que não é influenciada de nenhuma forma pela
escrita ou pela impressão, pois não possui contato com as mesmas. Nessas sociedades, a
palavra tem como função básica a gestão da memória social, e, desta forma, o edifício
cultural estaria fundado sobre as lembranças dos indivíduos.
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Uma característica importante da comunicação oral é que ela não deixa resíduos táteis. Isto é,
uma sociedade puramente oral não possui registros e se baseia totalmente na memória.
A memória humana não corresponde a um equipamento de armazenamento e recuperação fiel
das informações, pois há, muitas vezes, dificuldades para diferenciar as mensagens originais
que recebemos das relações e associações que fazemos a elas.
Apesar da grande diversidade técnica das últimas décadas, há uma persistência da oralidade
primária nas sociedades modernas, visto que as "representações e maneiras de ser ainda são
transmitidas independentemente dos circuitos de escrita e dos meios de comunicação
eletrônicos". Ou seja, a maior parte dos conhecimentos adquiridos experimentalmente ainda
são repassados por meio da oralidade.

b) Oralidade secundária
A oralidade secundária pertencente às culturas eletrônicas que dependem diretamente da
cultura escrita e da impressão. O fato de ainda falarmos hoje está diretamente ligado à
oralidade secundária. Apesar de muitas culturas altamente desenvolvidas a nível tecnológico
ainda apresentarem muito da estrutura mental oriunda da oralidade primária, a existência de
sociedades que ainda não tiveram contato com a escrita é rara atualmente. Diante disso, é
difícil imaginar uma tradição puramente oral ou a oralidade primária de forma significativa,
pois a tradição oral não possui resíduos ou depósitos e não pode ser tocada.

1.2. Importância da oralidade na sociedade

A oralidade desempenha um papel fundamental na sociedade, pois é por meio dela que as
pessoas se conectam, compartilham informações e constroem relacionamentos. É uma forma
de comunicação que permite a expressão de sentimentos, opiniões e ideias de forma imediata
e direta. Além disso, a oralidade é uma ferramenta poderosa para a transmissão de
conhecimentos e preservação da cultura. Através da oralidade, as histórias são contadas, os
mitos são perpetuados e as tradições são mantidas vivas. É por meio da oralidade que as
crianças aprendem sobre sua herança cultural e os valores de sua comunidade.
A oralidade também desempenha um papel importante na educação. Através da oralidade, os
professores podem transmitir conhecimentos de forma dinâmica e interativa, envolvendo os
alunos e estimulando o seu interesse pelo aprendizado. Além disso, a oralidade permite o
desenvolvimento de habilidades de comunicação, como a capacidade de se expressar de
forma clara e persuasiva.
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1.3. Características da oralidade

A oralidade possui algumas características distintas em relação à escrita. Uma das principais
diferenças é a sua espontaneidade. Ao contrário da escrita, que permite a revisão e a correção
dos textos, a oralidade é produzida no momento da fala, sem a possibilidade de edição.
Outra característica da oralidade é a interação direta entre os interlocutores. Na comunicação
oral, as pessoas podem se responder imediatamente, fazer perguntas, pedir esclarecimentos e
expressar suas opiniões. Essa interação contribui para a construção de significados
compartilhados e para o estabelecimento de vínculos sociais.
Além disso, a oralidade utiliza recursos não-verbais, como gestos, expressões faciais e
entonação de voz, para transmitir mensagens. Esses elementos adicionam nuances e
significados às palavras faladas, permitindo a expressão de emoções, intenções e atitudes.

CAPÍTULO II: Ensino da oralidade

2. O processo de ensino e aprendizagem da oralidade


A noção de oralidade está estreitamente relacionada ao uso da modalidade oral da língua em
práticas sociais e discursivas, tanto no que se refere à sua produção, quanto no que diz respeito à
sua escuta. Envolve a ação de linguagem de sujeitos ativos e responsivos em contextos
interacionais diversos (públicos ou privados) e registros de linguagem variados (formais ou
informais).
A oralidade não se restringe ao estudo da materialidade da fala, mas envolve, em contextos
socioculturais específicos, a fala associada a seu ritmo, entonação, volume e entrelaçada a
múltiplas linguagens, como a gestualidade, a mímica, a imagem e até à modalidade escrita da
língua (por exemplo, na TV, numa exposição oral em que se usa algum apoio escrito). Mesmo
quando um indivíduo não se manifesta verbalmente, suas reações corporais (de interesse,
curiosidade, tédio, indiferença, cansaço, emoção, entre outras) podem influenciar nas decisões
discursivas tomadas por seu(s) interlocutor(es) e, com isso, no andamento da interação.

2.1.Ensinando a oralidade

De acordo com a teoria histórico-cultural de Vygotski (2001), o desenvolvimento do ser


humano ocorre por meio de relações humanas. Ao nascer, a criança atribuirá ligações
associativas mediante o contexto social em que está inserida. Com isso, a fala é o meio mais
fácil para se obter uma comunicação compreensiva com os adultos.
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Durante os três primeiros anos de vida, a criança passa por várias transformações
significativas (Silva, 2010). Nesse período, ela apropria-se dos conhecimentos como a
variedade de objetos, ampliação do vocabulário por meio da linguagem oral e observa as
regras rudimentares de comportamentos sociais. As regras de ações e comunicações vão
surgindo progressivamente, principalmente na escola. Dessa forma, a criança coloca em
prática as suas produções verbais (Oliveira, 2007).

2.2. Fases e etapas de aprendizagem da oralidade


As aulas de oralidade não são apenas para os alunos que não “sabem” falar o Português. Elas
têm lugar ao longo de todo o processo de ensino - aprendizagem e estão organizadas em duas
fases: a oralidade inicial, e a oralidade não inicial.

a) Oralidade inicial
A oralidade inicial é a fase de aquisição do vocabulário básico que vai auxiliar o aluno
Na descodificação e produção de mensagens simples na língua veicular do ensino-
aprendizagem.
Esta fase apresenta uma etapa apenas, cujo nome coincide com o da fase. Nesta etapa, o
professor tem a missão levar os alunos a aprender as primeiras palavras da língua. O
vocabulário adquirido nesta etapa vai permitir a comunicação nas etapas subsequentes. A
duração desta etapa varia de acordo com o nível do domínio da língua pelos alunos, podendo
ser curta ou não.
O professor não deve passar para a etapa seguinte sem que os seus alunos tenham bases
sólidas para compreender e realizar tarefas mais complexas.

b) Oralidade não inicial


A oralidade não inicial é a fase em que os conhecimentos adquiridos na fase anterior são
usados para motivar e apoiar a aprendizagem da leitura e da escrita e, ainda, para o
desenvolvimento da compreensão e expressão orais. Esta fase é composta por quatro etapas,
nomeadamente:
1.ª Etapa: Oralidade na iniciação da leitura e da escrita – é a etapa em que os alunos
fazem a interligação da oralidade e da escrita, isto é, os alunos começam a registar por escrito
o que já sabem dizer oralmente.
2.ª Etapa: Oralidade na consolidação da leitura e da escrita – nesta etapa os alunos
trabalham a oralidade ao serviço da consolidação da leitura e da escrita.
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3.ª Etapa: Oralidade no desenvolvimento da leitura e da escrita – nesta etapa os alunos


trabalham a oralidade ao serviço do desenvolvimento da leitura e da escrita.
4.ª Etapa: Oralidade pela oralidade – nesta etapa trabalha-se a oralidade para que o aluno
adquira capacidade crescente de compreensão e expressão orais

2.3. Metodologias e estratégias para o ensino da oralidade

a) Método a partir de atos de fala


É um método participativo que consiste no uso de uma frase ou sequência de frases para
transmitir uma informação, expressar uma ação ou exteriorizar um sentimento, de modo a
corresponder a uma intenção comunicativa de forma adequada. Este método permite a
aquisição e desenvolvimento de expressões e de estruturas frásicas da língua e obedece os
passos seguintes:
1.º Preparação das aquisições – aqui faz-se a apresentação e interpretação de uma situação
representada ou imaginada, relacionada com o tema em estudo. O ponto de partida pode ser
uma conversa, um jogo, uma actividade no jardim horta da escola, uma gravura, etc.
2.º Aquisição (ouvir, compreender e falar) – aqui faz-se a apresentação, interpretação e
sistematização de novas frases, sob orientação do professor.
3.º Exploração do material linguístico adquirido (expressões/frases) – aplicação das
frases (estruturas) aprendidas em situações diferentes e alargamento das estruturas adquiridas.
Este procedimento propicia o desenvolvimento da criatividade dos alunos.
4.º Construção de novo material linguístico e produção oral orientada – consiste na
apresentação das novas situações e na relação entre novas palavras dentro do texto.
5.º Produção oral espontânea – orienta-se a conversa espontânea entre os alunos e a
produção livre de diálogos. Esta actividade deve ser feita aos pares ou em pequenos grupos
para permitir a participação activa de todos os alunos.

b) Método a partir do diálogo

É o uso de diálogo apresentado em cartazes com imagens, como material de base. Estas
devem ilustrar situações de comunicação familiares e ter as crianças como protagonistas. Este
método desenvolve a capacidade de organização, colaboração e expressão de ideias;
desenvolve a espontaneidade, promove a interacção entre os alunos e entre estes e o
professor, cultiva o sentido de respeito pelas ideias dos outros e evita a inibição.
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O Método a partir do diálogo pode apresentar os passos seguintes:


1. Apresentação de gravuras/cartazes para os alunos observarem e conversarem sobre o que
vêem (descrição de imagens relacionando com os seres reais que representam), primeiro, aos
pares e/ou em pequenos grupos e depois, toda a turma;
2. Apresentação do diálogo inteiro pelo menos duas vezes, indicando as personagens
referentes a cada enunciado;
3. Exploração do significado das palavras e das estruturas novas pelos alunos, com o apoio do
professor, através de exemplos, gestos e mímica ou de apresentação de objectos reais;
4. Reconstrução do diálogo inteiro pelos alunos, individualmente ou em pequenos grupos,
com o apoio do professor ou dos colegas;
5. Dramatização das situações de diálogo pelos alunos (o maior número possível), sob a
orientação do professor, com o objectivo de consolidar a aprendizagem e desenvolver a
capacidade de expressão;
6. Exploração do vocabulário em estudo, através de perguntas feitas pelos alunos e/ou pelo
professor e respostas sobre as imagens.
Na utilização deste método pode-se propor temas de interesse geral, tais como: casamentos
prematuros, inclusão de alunos com deficiência na escola primária, desemprego e deveres
da criança, HIV/SIDA, regras de convivência, equidade de género, adultos analfabetos em
língua portuguesa, etc.

c) Método natural
O método natural consiste na aprendizagem da oralidade feita através da exposição à língua
sem, contudo, haver uma preocupação em sistematizar os conteúdos da aprendizagem. Este
método respeita as etapas de aquisição de uma língua por parte das crianças. Para que haja
sucesso na sua aplicação, o professor deverá expor à língua através de recursos e
metodologias que tornam a aprendizagem mais lúdica e acessível em contextos naturais de
uso.

O mérito deste método assenta no facto de promover a aprendizagem da língua no contexto


em que ela é falada ou usada, permitindo uma comunicação espontânea.
Antes de definir o vocabulário a ser aprendido, o professor deve fazer um levantamento
prévio do vocabulário da turma, a partir de uma actividade diagnóstica inicial, que pode
envolver uma roda de conversa sobre uma imagem, um filme, uma história ou até sobre um
objecto novo que o professor tenha na sala na escola.
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Nota: O vocabulário ou material linguístico a ser aprendido na oralidade inicial é


seleccionado dentro dos conteúdos estabelecidos no programa de ensino.

2.4. Estratégias/Técnicas
Técnicas de ensino são os modos de colocar o aluno em contacto com os conteúdos a serem
aprendidos. Veja a seguir algumas:
 Expressão dramática;
 Leitura de imagens;
 Dramatização;
 Exposição oral / seminário;
 Debate;
 Reconto;
 Canção;
 Lengalengas e trava-línguas.

a) Expressão dramática

A expressão dramática é muito útil para o ensino e aprendizagem de uma língua, pois é
baseada no uso simultâneo da linguagem verbal (fala) e da linguagem não-verbal (gestos,
mímica, expressão facial e corporal) para mediação e assimilação de
conhecimentos. Esta estratégia é importante para a compreensão, memorização, ritmo e
entoação. Ela pode ter como ponto de partida objectos ou imagens e apresenta os passos
seguintes:
1.º Demonstração/apresentação da informação – o professor diz a palavra/ frase
acompanhando com gestos, mímica, expressão facial e expressão corporal.
Repete esta demonstração sem a participação dos alunos. Mas também poderá iniciar
procurando exemplos com os próprios alunos.
2.º Demonstração participada/repetição da informação – o professor orienta um aluno
para dizer a mesma palavra/frase acompanhando com gestos, mímica, expressão facial e
expressão corporal e os outros alunos, primeiro, em pequenos grupos e, depois, toda a turma,
repetem a palavra/frase, usando os mesmos gestos, mímica, expressão facial e corporal.
Este passo pode ser repetido quantas vezes forem necessárias até os alunos demonstrarem um
certo domínio das estruturas em estudo. Mas para promover a metodologia participativa e
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centrada no aluno é importante que o professor alterne de posição com os alunos durante a
actividade, permitindo que eles também iniciem o processo.
3.º Prática – O professor orienta um aluno de cada vez, para dizer a palavra/frase aprendida
acompanhando-a com gestos, mímica, expressão facial ou expressão corporal, e os outros
alunos, em grupo e, depois, individualmente, repetem a palavra/frase, usando os mesmos
gestos, mímica, expressão facial e corporal. Mas o professor pode também criar outras
formas, desenvolver a técnica na sala e sempre adoptar um procedimento final de reflexão e
avaliação com a turma.

2.3. A oralidade como arte/Ciência

A tradição oral, na Grécia Antiga, era de extrema importância no ensino da arte da retórica,
a arte de falar bem em público. Os sofistas da Grécia do século V diziam que a retórica era a
fonte de uma base racional para eficazes desempenhos. O princípio fundamental de tal arte (a
retórica) era basicamente demonstrar a capacidade do orador de refutar ou demonstrar um
argumento.
O altar, durante a Idade Média na Europa Ocidental, mais do que o púlpito, tomava o lugar de
importância no centro das igrejas. Os sermões e as pregações nas ruas e praças eram
exemplos da importância do discurso oral para a Igreja. Não só ela, mas também os grandes
governantes perceberam o poder da comunicação oral, sendo um exemplo disso o discurso da
rainha Elizabeth I sobre a necessidade de "sintonizar os púlpitos". Assim, partindo da
premissa de Isabel I de Inglaterra, Carlos I declarou que em períodos nos quais há ausência
de guerras as pessoas são mais governadas pelo púlpito do que por espadas.
No século XV, o desenvolvimento do comércio mudou consideravelmente a comunicação
oral, pois o aumento no intercâmbio de mercadorias e o nascimento das bolsas comerciais
criavam o ambiente perfeito para a prática oral. As inovações do período permitiram a
efervescência de bares, cafés, tabernas e clubes, espaços onde a prática oral, através dos
discursos e debates, era essencial. Tais locais de debate foram, desta forma, o ambiente
propício para, a partir do século XVII, desenvolver o que denominamos de "esfera pública".
A Universidade sempre foi outro ambiente propício e favorável ao uso da oralidade, pois a
arte da retórica era de grande valor neste espaço, tendo em vista que era através de debates
formais, declarações e disputas que os estudantes eram ensinados e estimulados ao
aprendizado. Uma forte influência e consequência deste uso é que a maioria dos estilos
literários, já no século XIX, derivava da retórica acadêmica. Atualmente, um resíduo da arte
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retórica encontra-se nos discursos de defesa de trabalhos de conclusão de curso nas


graduações, mestrados e doutorados.

Capitulo III

Conclusão

A oralidade é uma forma de comunicação fundamental na sociedade, que permite a troca de


informações, a construção de relacionamentos e a transmissão de conhecimentos. É uma
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forma de expressão rica e complexa, que utiliza recursos não-verbais e permite a interação
direta entre os interlocutores.
A oralidade também desempenha um papel importante na educação. Através da oralidade, os
professores podem transmitir conhecimentos de forma dinâmica e interativa, envolvendo os
alunos e estimulando o seu interesse pelo aprendizado. Além disso, a oralidade permite o
desenvolvimento de habilidades de comunicação, como a capacidade de se expressar de
forma clara e persuasiva.

Referências

1. Marcuschi, Luiz Antônio. Da fala para a escrita: atividades de retextualização. 10. ed.
São Paulo: Cortez, 2010, p. 25.
14

2. Machado, Vanda . Tradiçao Oral- Vida Africana e Afro-brasileira. In: FLORENTINA


SOUZA E MARIA NAZARÉ LIMA. (Org.). Literatura Afro-brasileira. 1ed.Salvador:
CEAO - Fundaçao Cultural Palmares, 2006, v. , p. 79-109
3. Ong, Walter J. (1998). Oralidade e Cultura Escrita - A Tecnologização da Palavra.
São Paulo: Papirus Editora. p. 156
4. Travaglia, Luiz Carlos. Gêneros Orais - Conceituação e caraterização. Anais do
SILEL. Volume 3, Número 1. Uberlândia: EDUFU, 2013.
5. Pires, A. & Veiga, A. (2013) Manual de oralidade da língua portuguesa-L2-
Educacao

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