Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Aula 5

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 43

Prof.

Fábio Correia
OABCE 28.855
DIREITO EMPRESARIAL I

Curso de Direito
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL

Prof. Fábio Correia


OABCE 28.855
1. Conceito:
No dizer de Oscar Barreto Filho, autor da mais
completa obra sobre o tema no Brasil, “é o complexo
de bens, materiais e imateriais, que constituem o
instrumento utilizado pelo comerciante para a
exploração de determinada atividade mercantil”.
Trata-se, em suma, de todo o conjunto de bens,
materiais ou imateriais, que o empresário utiliza no
exercício da sua atividade.
LEI Nº 10.406, DE 10 DE JANEIRO DE 2002
TÍTULO III
Do Estabelecimento
CAPÍTULO ÚNICO
DISPOSIÇÕES GERAIS

Art. 1.142. Considera-se estabelecimento todo


complexo de bens organizado, para exercício da
empresa, por empresário, ou por sociedade
empresária. (Vide Lei nº 14.195, de 2021)
§ 1º O estabelecimento não se confunde com o local onde
se exerce a atividade empresarial, que poderá ser físico ou
virtual. (Incluído pela Lei nº 14.382, de 2022)
O CONTRATO DE TRESPASSE
• É o contrato
TRESPASSE oneroso de
transferência do
estabelecimento.
Art. 1.144. O contrato que tenha por
objeto a alienação, o usufruto ou
arrendamento do estabelecimento, só
produzirá efeitos quanto a terceiros
depois de averbado à margem da
inscrição do empresário, ou da
sociedade empresária, no Registro
Público de Empresas Mercantis, e de
publicado na imprensa oficial.
Averbado
Art. 1144,
CC Publicado
na imprensa
O empresário que quer vender o estabelecimento
empresarial deve ter uma cautela importante: ou
conserva bens suficientes para pagar todas as suas
dívidas perante seus credores, ou deverá obter o
consentimento destes.
Art. 1.145. Se ao alienante não restarem
bens suficientes para solver o seu
passivo, a eficácia da alienação do
estabelecimento depende do pagamento
de todos os credores, ou do
consentimento destes, de modo
expresso ou tácito, em trinta dias a
partir de sua notificação.
SUCESSÃO EMPRESARIAL
REALIZADO O DÁ-SE A
TRESPASSE SUCESSÃO
REGULAR EMPRESARIAL
ALIENANTE ADQUIRENTE

RESPONDEM SOLIDARIAMENTE
POR DÍVIDAS CONTABILIZADAS
1 ANO
VENCIDAS
Data da publicação
DÍVIDAS
1 ano
VINCENDAS
Do vencimento
Art. 1.146. O adquirente do
estabelecimento responde pelo
pagamento dos débitos anteriores à
transferência, desde que regularmente
contabilizados, continuando o devedor
primitivo solidariamente obrigado pelo
prazo de um ano, a partir, quanto aos
créditos vencidos, da publicação, e,
quanto aos outros, da data do
vencimento.
CLÁUSULA DE NÃO CONCORRÊNCIA
Art. 1.147. Não havendo autorização
expressa, o alienante do
estabelecimento não pode fazer
concorrência ao adquirente, nos
cinco anos subsequentes à
transferência.
Enunciado 489 do CJF: “A ampliação do
prazo de 5 anos de proibição de
concorrência pelo alienante ao adquirente
do estabelecimento, ainda que
convencionada no exercício da
autonomia da vontade, pode ser revista
judicialmente, se abusiva”.
A AVALIAÇÃO (VALUATION) DO
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
É O período de tratativas, prévio à
concretização do negócio, é chamado
comumente de due dilligence (devida
diligência), que significa basicamente o
procedimento de análise dos documentos, da
contabilidade, dos contratos, das
informações etc. de um determinado
empresário ou sociedade empresária,
geralmente com o intuito de aferir o “valor da
empresa” (valuation).
OUTRAS NORMAS ACERCA DO
ESTABELECIMENTO EMPRESARIAL
Art. 1.148. Salvo disposição em contrário, a
transferência importa a sub-rogação do
adquirente nos contratos estipulados para
exploração do estabelecimento, se não
tiverem caráter pessoal, podendo os
terceiros rescindir o contrato em noventa
dias a contar da publicação da
transferência, se ocorrer justa causa,
ressalvada, neste caso, a responsabilidade
do alienante.
PROTEÇÃO AO PONTO DE NEGÓCIO
(LOCAÇÃO EMPRESARIAL)
PONTO DE NEGÓCIO

Local em que o empresário exerce


sua atividade e se encontra com sua
clientela

Pode ser físico ou virtual


DIREITO DE INERÊNCIA AO PONTO

Consubstanciado na prerrogativa
de permanecer naquele local
mesmo na hipótese de o locador
não pretender mais a renovação do
contrato locatício.
LEI No 8.245, DE 18 DE OUTUBRO DE 1991.

SEÇÃO III
Da locação não residencial
Art. 51. Nas locações de imóveis destinados ao comércio, o locatário
terá direito a renovação do contrato, por igual prazo, desde que,
cumulativamente:
I - o contrato a renovar tenha sido celebrado por escrito e com prazo
determinado;
II - o prazo mínimo do contrato a renovar ou a soma dos prazos
ininterruptos dos contratos escritos seja de cinco anos;
III - o locatário esteja explorando seu comércio, no mesmo ramo, pelo
prazo mínimo e ininterrupto de três anos.
Renovação
Ação compulsória
Renovatória do contrato
de locação
Requisito Contrato escrito e
formal tempo determinado

Requisito Mínimo de 3 anos


explorando a
material atividade

Requisito Mínimo de 5 anos de


relação contratual
temporal contínua
§ 5º Do direito a renovação
decai aquele que não propuser
a ação no interregno de um
ano, no máximo, até seis
meses, no mínimo, anteriores à
data da finalização do prazo do
contrato em vigor.
Esse direito a
renovação
compulsória é
absoluto?

Lei
CF/88
8245/91
O locador poderá
retomar o imóvel
locado, uma vez que
Lei 8.245/1991
o seu direito de
propriedade
prevalecerá.
Hipóteses legais que autorizam a
retomada do imóvel pelo locador

estão previstas nos arts. 52 e 72 da


Lei 8.245/1991

Na ocorrência de uma delas, o


locador vai poder fazer uso da
chamada EXCEÇÃO DE RETOMADA.
HIPÓTESES EXCEÇÃO DE
RETOMADA (LEI 8245/91)
Primeira hipótese (art. Segunda hipótese (art.
72, inciso II) 72, inciso III)
• É a de o locatário • É a de o locador
fazer uma proposta possuir uma proposta
insuficiente para a de aluguel feita por
renovação do um terceiro, em
contrato de aluguel. melhores condições
Esta insuficiência é que a proposta do
aferida em função do locatário.
valor locativo real do
imóvel.
Terceira hipótese (art. 52, Quarta hipótese (art. 52,
inciso I) inciso II, primeira parte)
• É a de o locador • É a de o locador
precisar fazer uma necessitar do imóvel
reforma substancial no para uso próprio
imóvel locado, seja “por
determinação do Poder
Público” ou “para fazer
modificações de tal
natureza que aumente
o valor do negócio ou
da propriedade”.
Quinta hipótese (art. 52, inciso II, parte
final)
•É a de ele precisar do imóvel para
transferência de estabelecimento
empresarial existente há mais de um
ano cuja maioria do capital seja de
sua titularidade ou de seu cônjuge,
ascendente ou descendente.
SHOPPING CENTERS
“O shopping center é um
empreendimento peculiar, em que
espaços comerciais são alugados
para empresários com determinados
perfis, de forma que o complexo
possa atender diversas necessidades
dos consumidores.”

Gladston Mamede
Os shopping
centers podem
fiscalizar as contas
dos lojistas?
Enunciado 30 na I Jornada de Direito Comercial do CJF

“Nos contratos de shopping center, a cláusula de fiscalização


das contas do lojista é justificada desde que as medidas
fiscalizatórias não causem embaraços à atividade do lojista”.
CLÁUSULA DE RAIO
(...) Apelação. Ação renovatória. Locação entre shopping
center e lojista. Cláusula proibindo o locatário de também
se instalar em shopping concorrente durante a vigência do
negócio. Validade, em tese, da disposição contratual,
denominada cláusula de raio. Relação peculiar oriunda do
contrato celebrado entre shopping centers e lojistas,
caracterizando, não uma mera locação, mas parceria de
negócios entre empreendedor e lojistas. Ampla liberdade
para a celebração de contratos do gênero, nos termos do
art. 54 da Lei 8.245/91. (...) (TJSP, Apelação com Revisão
816.681-0/4, Rel. Des. Ricardo Pessoa de Mello Belli, j.
18.10.2005, DJ 25.10.2005).

Você também pode gostar