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Processo Do Trabalho

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PROCESSO DO TRABALHO

PRINCÍPIOS GERAIS DE DIREITO PROCESSUAL


1. Princípio da igualdade/ isonomia
Igualdade formal (art. 5ª, CF).
Paridade de armas (art. 7º, CPC).
Existem formas de mitigaçao deste princípio. Ex: prazo maior para Fazenda Publica,
MP, DP, benefício de gratuidade, inversao no onus da prova em favor do
hipossuficiente.

2. Princípio do contraditorio
Nao existe justiça se apenas uma das partes foi ouvida.
O juiz nao pode se decidir com base em fundamento a respeito do qual nao se tenha
dado as partes oportunidade de se manifestar, ainda que se trate de materia sobre a
qual deva decidir de ofício.

3. Princípio da ampla defesa


E assegurado o contraditorio e a ampla defesa.
Normalmente usado em favor do reu, porem, considerado a doutrina mais moderna,
o autor esta em “defesa” do seu direito material, enquanto o reu estaria em defesa
das acusaçoes feitas contra ele.

4. Princípio da imparcialidade do juiz


Os juízes devem ser imparciais.

5. Princípio da fundamentaçao das decisoes


Todas as decisoes devem ser fundamentadas, sob pena de nulidade.

6. Princípio do devido processo legal


Ninguem sera privado de liberdade ou de seus bens sem o devido processo legal.

7. Princípio do juiz natural


Ninguem sera processado nem sentenciado senao pela autoridade competente.
As especializadas (justiça militar, eleitoral) e trabalhista nao violam esse princípio
pois estao previstas na propria constituiçao.

8. Princípio do duplo grau de jurisdiçao


A lei nao excluira da apreciaçao do poder judiciario lesao ou ameaça a direito.

9. Princípio da razoabilidade da duraçao do processo


A todos sao assegurados a razoavel duraçao do processo e os meios que garantam a
celeridade de sua tramitaçao.
Nao sera promovido o juiz que, injustificadamente, retiver autos em seu poder alem
do prazo legal, nao podendo devolver ao cartorio sem o devido despacho ou decisao.
E vedado ferias coletivas nos juízos e tribunais de segundo grau, funcionando juízes
de plantao.
A distribuiçao do processo sera imediata em todos os graus de jurisdiçao.

PRINCÍPIOS COMUNS AO PROCESSO CIVIL E AO PROCESSO DO TRABALHO


1. Princípio dispositivo/ da demanda/ da inercia da jurisdiçao
O cidadao que deve buscar seu direito, provocando a atuaçao do estado.
O processo começa por iniciativa da parte.
Nao tem como falar em processo sem autor.
Exceçoes no processo do trabalho: nao diretamente o trabalhador ingressou com a
demanda.
• RT movida por ofício advindo da superintendencia regional do trabalho,
quando a empresa se recusa a fazer anotaçoes na CTPS. O ofício sera remetido
diretamente a justiça do trabalho e se transforma em uma RT.
• Execuçao promovida ex officio pelo juiz. A execuçao sera de ofício quando a
parte esta sem advogado.
• “instauraçao instantanea” pelo juiz presidente no tribunal, nos casos de
greve. O juiz presidente do tribunal do trabalho e informado da greve,
podendo fazer uma inauguraçao de um processo trabalhista para saber se a
greve esta ocorrendo dentro das determinaçoes legais.

2. Princípio inquisitivo/ do impulso oficial


Processo começa por iniciativa da parte, mas desenvolve por impulso do juiz.

3. Princípio da instrumentalidade/ da finalidade


Quando a lei prescrever determinada forma, o juiz considerara valido o ato se,
realizado de outro modo, alcançar a finalidade.

4. Princípio da impugnaçao especificada/ específica


Cabe ao reu se manifestar sobre os fatos alegados na inicial, sobre cada ponto.

5. Princípio da estabilidade da lide


O momento de estabilidade no processo do trabalho e o recebimento pelo juízo da
contestaçao apresentada pela parte, o que ocorre em audiencia. Na justiça do
trabalho nao ha decisao de saneamento do feito.

6. Princípio da eventualidade
Incumbe ao reu, alegar na contestaçao, toda materia de defesa expondo as razoes de
fato e de direito com que impugna o pedido do autor e especificando as provas que
pretende produzir.
E na defesa que o reu esgota todos os argumentos.

7. Princípio da preclusao
• Preclusao temporal: perda do direito de praticar um ato processual pelo
decurso do prazo legal.
• Preclusao consumativa: perda da oportunidade de se praticar um ato
processual, pois o mesmo ja foi praticado e consumado.
• Preclusao logica: quando for praticar um ato, ele nao pode ser contraditorio.
• Preclusao maxima: perda da oportunidade de praticar um ato processual em
razao da coisa julgada.
• Preclusao pro judicato: o juiz nao pode decidir questoes ja decididas.
Exceçoes: embargos de declaraçao, açao rescisoria e duplo juízo de
admissibilidade.

8. Princípio da economia processual


Maximo de resultado com mínimo de atos possíveis
9. Princípio do onus da prova

10. Princípio da oralidade


E exteriorizado no processo do trabalho atraves de outros 4 princípios: imediatidade
ou imediaçao; identidade física do juiz; concentraçao dos atos; irrecorribilidade
imediata das decisoes interlocutorias.

11. Princípio da boa-fe processual/ probidade/ lealdade


Aquele que de qualquer forma participa do processo deve agir de boa fe.
Responde por perdas e danos aquele que litigar de ma fe.
De ofício ou a requerimento o juízo condenara o litigante de ma-fe a pagar multa que
deve ser superior a 1% e inferior a 10% do valor corrigido da causa. Indenizar a
parte pelos prejuízos e arcar com os honorarios.
Quando forem 2 ou mais litigantes de ma-fe, o juiz vai condenar cada um na
proporçao do seu interesse ou solidariamente aqueles que coligarem para lesar a
parte contraria.
Quando o valor da causa for inestimavel, a multa pode ser ate 2x o limite maximo
dos benefícios da previdencia social.
O valor da indenizaçao sera fixado pelo juízo, ou caso nao seja possível mensurar,
liquidado por arbitramento ou pelo procedimento comum nos proprios autos.
Aplica-se a multa as testemunhas que intencionalmente alteram a verdade dos fatos
ou omitem fatos essenciais no julgamento da causa.
Todos os sujeitos do processo devem cooperar para que o processo tenha duraçao
razoavel.

12. Princípio da vedaçao da decisao surpresa


O juiz nao pode decidir, em grau nenhum de jurisdiçao, com base em fundamento a
respeito do qual nao se tenha dado as partes oportunidade de se manifestar, ainda
que seja materia sobre a qual deva decidir de ofício.
Nao e considerada “decisao surpresa”, as que as partes tenham obrigaçao de prever,
concernente as condiçoes da açao, aos pressupostos de admissibilidade de recurso
e aos pressupostos processuais, salvo lei prevendo o contrario.
Entende-se por “decisao surpresa” aquela que no julgamento final do merito da
causa, aplicar fundamento em fato nao submetido a audiencia previa de uma ou de
ambas as partes.

PRINCÍPIOS PECULIARES AO DIREITO PROCESSUAL DO TRABALHO


1. Princípio da proteçao processual
Ex.: gratuidade de justiça; inversao do obus da prova; arquivamento do processo
pela ausencia do reclamante e confissao e revelia com ausencia do reclamado.
Cobrança de honorarios sucumbenciais recíprocos dos beneficiarios da gratuidade
de justiça.

2. Princípio da finalidade social do processo


A lei permite que o juiz do trabalho tenha uma atuaçao ampla e ativa para alcançar
a justiça.

3. Princípio da busca da verdade ou busca da verdade real


Os juízos e os tribunais do trabalho terao ampla liberdade na direçao do processo e
valerao pelo andamento rapido das causas, podendo determinar qualquer diligencia
necessaria ao esclarecimento delas.

4. Princípio da indisponibilidade
Sindicato como substituto processual em açao civil publica nao pode renunciar
direitos metaindividuais.

5. Princípio da conciliaçao
Os dissídios individuais ou coletivos submetidos a apreciaçao da justiça do trabalho
serao sempre sujeitos a conciliaçao.
Aberta a audiencia, o juiz propora a conciliaçao.
Terminada a instruçao, as partes podem aduzir razoes finais, em prazo nao
excedente a 10 minutos para cada, o juiz renovara a proposta de conciliaçao e nao se
realizando esta, sera proferida a decisao.
A decisao sera proferida depois de rejeitada pelas partes a proposta de conciliaçao.
E lícito as partes celebrar acordo que ponha termo ao processo, ainda mesmo depois
de encerrado o juízo conciliatorio.
Se a PI preencher os requisitos essenciais e nao for o caso de improcedencia liminar
do pedido, o juiz designara audiencia de conciliaçao com antecedencia mínima de 30
dias, devendo o reu ser citado com pelo menos 20 dias de antecedencia.

6. Princípio da normatizaçao coletiva


Recusando as partes negociaçao coletiva ou arbitragem, poderao de comum acordo,
ajuizar dissídio coletivo de natureza economica, podendo a justiça do trabalho
decidir o conflito, respeitando as disposiçoes mínimas legais de proteçao ao
trabalho.
Conflito jurídico -> reinterpreta normas jurídicas existentes.
Conflito economico -> cria, altera ou extingue normas.

ORGANIZAÇÃO DA JUSTIÇA DO TRABALHO


Sao orgaos da justiça do trabalho: o Tribunal Superior do Trabalho; os Tribunais
Regionais do Trabalho e os Juízes do Trabalho.
▪ Composiçao do TST: 27 ministros com mais de 35 anos e menos de 65, de
notavel saber jurídico e reputaçao ilibada nomeados pelo Presidente da
Republica.
1/5 dos lugares dos tribunais regionais federais, dos tribunais dos estados e
do direito federal e territorios sera composto de membros do MP, com mais
de 10 anos de carreira e de advogados de notorio saber jurídico e de
reputaçao ilibada, com mais de 10 anos de atividade profissional.
▪ Composiçao do TRT: a lei criara varas da justiça do trabalho nas comarcas
nao abrangidas por sua jurisdiçao, atribuindo juízes de direito com recurso
para o respectivo TRT.
Atualmente existem 24 TRT’s.
2 em Sao Paulo.
Nao e obrigatorio: Tocantins, Acre, Roraima e Amapa, mas podem ser criados.
Compostos por no mínimo 7 juízes, recrutados na respectiva regiao e
nomeados pelo presidente, que tenham mais de 30 e menos de 65 anos.
1/5 advogados com mais de 10 anos de atividade e membros do MP do
trabalho com mais de 10 anos de atividade.
Os demais mediante promoçao de juízes do trabalho mediante antiguidade e
merecimento.
▪ Composiçao da Vara do Trabalho: sera exercida por 1 juiz singular (juiz titular
+ juiz substituto).
A lei criara vara do trabalho nas comarcas nao abrangidas por sua jurisdiçao,
atribuindo juízes de direito.
Nas localidades nao compreendidas na jurisdiçao das juntas de conciliaçao e
julgamento, os juízes de direito sao os orgaos de administraçao da justiça do
trabalho.

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