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11 Classe Trabalho

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Escola Secundaria Geral de

Namacurra

Trabalho de História

Tema: Trabalho de férias sobre A história do colonialismo


na áfrica e seus contornos
Discentes:
Trabalho de carácter avaliativo a ser
Jeanroi Gregório Joaquim
entregui na disciplina de Historia.
Dalton do Rosário Leccionada pelo professor : dr.

Turma: A/B Dinocas Sineti

11ª classe

Namacurra
Maio de 2024

Índice

Introdução..........................................................................................................................2

1. Invasão, Partilha e Ocupação efectiva de África.......................................................3

África entre os séculos XV - XIX..................................................................................3

As Teorias sobre a partilha de África............................................................................3

2. As viagens exploratórias............................................................................................5

Principais Sociedades Geográficas e Exploradores:......................................................6

Principais Exploradores e Suas Contribuições..............................................................6

3. A Conferência de Berlim e o Tratado de Zaire..........................................................7

Conferência de Berlim, Causas, objectivos e principais decisões.................................7

4. A Partilha e conquista de África................................................................................9

Principais projectos; tipos de tratados...........................................................................9

5. A Resistência africana contra a ocupação europeia:................................................10

As causas; formas e consequências da resistência africana.........................................11

Formas de Resistência.................................................................................................11

6. Formas de administração colonial............................................................................13

7. Tipos de colónias......................................................................................................13

8. A função das colónias para as metrópoles...............................................................14

9. As colónias francesas: Estrutura política e o sistema administrativo......................15

10. A economia colonial.............................................................................................16

11. As Consequências da dominação colonial em África: A nível económico, social e


político.............................................................................................................................18

Conclusão........................................................................................................................20

Referencias Bibliográficas...............................................................................................21
Introdução
O período do colonialismo europeu na África, que se estendeu do século XV ao XIX,
foi marcado por invasões, partilhas e ocupações que tiveram profundas repercussões no
continente. As teorias sobre a partilha de África, as viagens exploratórias, a Conferência
de Berlim e a resistência africana contra a ocupação europeia desempenharam papéis
significativos nesse processo. A administração colonial, os tipos de colónias e a função
das colónias para as metrópoles também moldaram a dinâmica das relações entre
colonizadores e colonizados. Neste contexto, é fundamental analisar as causas, impactos
e consequências do colonialismo em África, tanto a nível económico, social e político,
para compreender plenamente a herança deixada por esse período histórico.

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1. Invasão, Partilha e Ocupação efectiva de África.

A exploração, partilha e ocupação efetiva de África durante os séculos XV a XIX foi


um período marcante na história do continente. Abaixo estão algumas informações
sobre esses temas:

África entre os séculos XV - XIX

Características

 Durante esse período, os europeus começaram a explorar ativamente África em


busca de recursos naturais, rotas comerciais e oportunidades de expansão.

 O comércio de escravos desempenhou um papel significativo na relação entre


a Europa e África, com muitos africanos sendo capturados e vendidos como
escravos.

 A colonização gradual de diferentes partes do continente por potências europeias


levou a conflitos locais e à imposição de autoridade estrangeira sobre as
populações africanas.

A invasão do continente africano

 A invasão do continente africano foi impulsionada por diversos motivos,


incluindo a busca por matérias-primas, o desejo de expandir impérios coloniais e
a competição entre as potências europeias por territórios.

 As tecnologias superiores das potências europeias, como armas de fogo


avançadas, facilitaram a conquista de territórios africanos.

As Teorias sobre a partilha de África

Teorias econômicas e psicológicas

Durante o período da partilha da África conhecido como Scramble for Africa, diversas
teorias foram propostas para justificar a divisão e colonização do continente africano
pelas potências europeias. Algumas das teorias mais conhecidas incluem:

 Teoria da Missão Civilizadora: Esta teoria defendia que as potências europeias


tinham a responsabilidade de levar a civilização, cristianismo e desenvolvimento

3
para as regiões consideradas "atrasadas" da África. A ideia era que os africanos
se beneficiariam da presença europeia e do progresso trazido por eles.

 Teoria da Superioridade Racial: Baseada em ideias de superioridade racial,


essa teoria sustentava que os europeus eram superiores aos africanos em termos
de capacidade intelectual, cultural e moral. Isso justificava a colonização como
uma forma de "elevar" os africanos e trazê-los para um nível considerado mais
avançado.

 Teoria da Competição entre Potências: Nesta perspectiva, a competição entre


as potências europeias por recursos, territórios e prestígio internacional levou à
corrida pela partilha da África. A busca por matérias-primas, mercados e
influência geopolítica foi um dos principais motores por trás da colonização do
continente africano.

 Teoria da Missão Cristã: Além da missão civilizadora, a missão cristã foi


utilizada como justificativa para a colonização da África. Muitas potências
europeias argumentavam que era seu dever cristianizar os povos africanos,
levando-as a expandir seu domínio sobre o continente.

Essas teorias foram usadas para legitimar a exploração e dominação das terras africanas
pelas potências coloniais europeias, resultando em sérias consequências para as
populações locais e para o futuro do continente africano.

Teorias diplomáticas e da dimensão africana

Na história da partilha da África, várias teorias diplomáticas e relacionadas à dimensão


africana foram desenvolvidas para justificar a colonização do continente

Teoria da Conferência de Berlim (1884-1885): A Conferência de Berlim foi um


marco na partilha da África, onde potências europeias se reuniram para dividir o
continente de forma organizada e pacífica. A justificativa por trás dessa conferência foi
estabelecer regras para a ocupação de territórios africanos, evitando conflitos entre as
potências coloniais.

Teoria do Espaço Vital: Esta teoria, associada principalmente à Alemanha, sustentava


a ideia de que as nações precisavam de territórios adicionais para acomodar seu

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crescimento populacional e econômico. Isso levou à colonização de áreas na África
como parte da busca por um "espaço vital" para a expansão europeia.

Teoria da Economia de Escala: Algumas potências coloniais basearam a colonização


da África na teoria da economia de escala, argumentando que o controle de vastas áreas
do continente poderia gerar benefícios econômicos significativos. A exploração de
recursos naturais e a criação de mercados para produtos manufaturados europeus eram
vistos como essenciais para o desenvolvimento econômico das potências coloniais.

Teoria da Rivalidade Imperialista: A competição entre as potências europeias por


territórios e recursos na África era uma das principais motivações por trás da
colonização. A busca por prestígio, poder e influência geopolítica levou a uma intensa
rivalidade imperialista que moldou a partilha do continente.

Essas teorias diplomáticas e relacionadas à dimensão africana refletem os interesses


políticos, econômicos e estratégicos das potências coloniais europeias durante a era da
partilha da África, deixando um legado complexo e controverso na história do
continente.

2. As viagens exploratórias

As viagens exploratórias são expedições realizadas com o objetivo de descobrir,


explorar e mapear regiões desconhecidas ou pouco conhecidas. Elas tiveram um papel
fundamental no processo de expansão colonial europeia e no aumento do conhecimento
geográfico sobre o mundo.Algumas características importantes das viagens
exploratórias:

 Buscavam descobrir novos territórios, rotas comerciais e recursos naturais

 Promoveram o contato entre civilizações distantes

 Contribuíram para uma nova visão de mundo e para o mapeamento global

 Ganharam um viés científico mais acentuado a partir do século XVIII, inspiradas


pelo Iluminismo europeu

 Resultaram em textos, imagens e mapas elaborados a partir da perspectiva dos


exploradores

5
 Eram empreendidas por motivações complexas, envolvendo interesses
econômicos, políticos e científicos

Portanto, as viagens exploratórias foram expedições fundamentais para a expansão


europeia e o conhecimento geográfico, promovendo o encontro entre diferentes
civilizações e a produção de novos saberes a partir da perspectiva dos exploradores

Principais Sociedades Geográficas e Exploradores:

Sociedade Contribuições
Geográfica

Sociedade Real de Uma das mais antigas e prestigiadas sociedades


Geografia de geográficas do mundo, promoveu expedições e
Londres publicações importantes sobre descobertas
geográficas.

Sociedade Fundada em 1851, desempenhou um papel crucial na


Geográfica promoção da exploração e conhecimento geográfico,
Americana especialmente nas Américas.

Sociedade Focada em explorar e mapear vastas regiões


Geográfica Russa da Rússia e Ásia Central, contribuiu
significativamente para o conhecimento geográfico
dessas áreas.

Principais Exploradores e Suas Contribuições

Cristóvão Colombo (1451-1506)

Contribuições: Descobriu a América em 1492, abrindo caminho para a colonização


europeia das Américas.

Vasco da Gama (c. 1460-1524)

Contribuições: Navegou para a Índia em 1498, estabelecendo uma rota marítima direta
entre a Europa e a Ásia.

James Cook (1728-1779)

Contribuições: Realizou três importantes viagens exploratórias ao redor do mundo,


mapeando extensas áreas do Pacífico e contribuindo para o conhecimento geográfico.

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David Livingstone (1813-1873)

Contribuições: Explorou extensas regiões da África, mapeando rios como o Zambeze e


o Congo e promovendo o conhecimento geográfico do continente.

Essas viagens exploratórias e os exploradores mencionados desempenharam um papel


fundamental na expansão do conhecimento geográfico, no estabelecimento de rotas
comerciais e na abertura de novos horizontes para a humanidade.

3. A Conferência de Berlim e o Tratado de Zaire

O Tratado do Zaire

O Tratado do Zaire, assinado em 1885, foi um importante antecedente da Conferência


de Berlim e da partilha da África. Esse tratado delimitou a bacia do rio Congo,
estabelecendo as fronteiras entre as possessões portuguesas de Angola e Moçambique.

A delimitação da bacia do Congo foi um ponto crucial nas negociações da Conferência


de Berlim, que ocorreu no mesmo ano. Nessa conferência, as potências europeias
buscaram estabelecer regras para a partilha da África e evitar conflitos entre elas.

Portanto, o Tratado do Zaire, ao demarcar as fronteiras na região central africana,


preparou o terreno para as discussões sobre a divisão do continente durante a
Conferência de Berlim. Essa conferência, por sua vez, acelerou o processo de
colonização europeia da África, que ficou conhecida como a "Partilha da África".

Conferência de Berlim, Causas, objectivos e principais decisões.

A Conferência de Berlim, também conhecida como conferência da África Ocidental ou


Conferência do Congo, foi realizada em Berlim de 15 de novembro de 1884 a 26 de
fevereiro de 1885. Este evento marcou a colaboração europeia na partição e divisão
territorial do continente africano.

Durante a conferência, representantes de diversas potências europeias se reuniram para


coordenar os projetos de exploração e ocupação da África, visando prevenir conflitos
ou tensões entre as potências. Alguns dos assuntos discutidos incluíram a regulação do
acesso à bacia do Congo, a navegação nos rios internacionais, as ambições coloniais da
Alemanha e a delimitação rigorosa de áreas de influência.

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A Conferência de Berlim foi uma das mais importantes realizadas na segunda metade
do século XIX, buscando regular o Direito Internacional Colonial e estabelecer regras
para futuras ocupações territoriais na África. Portugal teve um papel significativo nesse
evento, assegurando resultados importantes, como impedir o estabelecimento da
"Associação Internacional Africana" na margem direita do Zaire e garantir a não
inclusão no Acto Geral da referência inglesa à internacionalização do Zambeze.

Causas

 A Conferência de Berlim foi convocada devido à competição entre as potências


europeias por territórios na África, visando garantir o controle de rotas
comerciais e recursos naturais.

 A tentativa de monopolizar vias de acesso ao interior do continente, como as


bacias do Congo, Níger e Zambeze, ameaçava o equilíbrio de forças ocidentais,
levando à necessidade de estabelecer regras claras.

 A assinatura do Tratado do Zaire, que prejudicava os interesses de França e


Alemanha, foi um catalisador para a realização da conferência.

Objectivos

 Estabelecer a liberdade de comércio na bacia e foz do Congo, bem como nas


regiões circundantes, visando garantir o acesso a essas áreas.
 Negociar a liberdade de navegação nos rios Congo e Níger, essenciais para a
penetração no interior da África.
 Definir critérios para futuras ocupações territoriais na África, buscando
disciplinar as ambições das potências europeias.

Principais Decisões

Foi determinado o princípio de ocupação efetiva, exigindo que cada potência ocupasse
efetivamente os territórios para que sua soberania fosse reconhecida.

As bacias do Congo e do Níger foram declaradas livres para o comércio internacional,


promovendo a circulação de mercadorias nessas regiões.

A conferência estabeleceu formalidades a serem observadas para que novas ocupações


na África fossem consideradas efetivas, visando regular as expansões territoriais.

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Portanto, a Conferência de Berlim foi um marco na partilha da África, estabelecendo
regras para a ocupação colonial e o comércio no continente, influenciando
significativamente o futuro geopolítico da região

4. A Partilha e conquista de África

A partilha e conquista da África foram processos significativos que ocorreram entre os


séculos XIX e XX, nos quais as potências europeias colonizaram o continente africano,
visando explorar seus recursos e consolidar influência global. Impulsionada por
interesses económicos, políticos e nacionalistas, essa partilha teve suas origens na
competição entre as nações europeias por matérias-primas, mercados, prestígio e poder.

A Conferência de Berlim, realizada entre Novembro de 1884 e Fevereiro de 1885,


formalizou esse processo, reunindo representantes de 14 nações europeias para negociar
e delimitar áreas de influência na África. Durante essa conferência, fronteiras foram
estabelecidas de maneira arbitrária, ignorando as dinâmicas locais e étnicas. As
consequências desse evento histórico incluíram divisões étnicas, exploração económica
desigual, impacto cultural, instabilidade política e uma persistente influência das
potências colonizadoras na África pós-independência, gerando disparidades no
desenvolvimento e desafios significativos para as nações africanas

Principais projectos; tipos de tratados

Os principais projectos e tipos de tratados utilizados pelas potências europeias durante a


partilha e conquista da África foram:

Projectos de Ocupação e Exploração

 Estabelecimento de companhias comerciais com apoio estatal para explorar e


ocupar territórios africanos

 Expedições militares para conquistar e subjugar populações locais, como a


Campanha de Pacificação em Moçambique

 Construção de infraestruturas como ferrovias e portos para facilitar a exploração


econômica

Tratados Bilaterais de Partilha

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 Definir esferas de influência entre as potências europeias por meio de tratados
bilaterais era um passo preliminar para a ocupação efetiva

 Exemplos incluem o Tratado Luso-Britânico de 1890, que delimitou as


fronteiras entre Angola e Moçambique

 Esses tratados frequentemente ignoravam as realidades locais e étnicas na África

Tratados com Líderes Africanos

 As potências europeias também assinaram tratados com chefes africanos para


obter concessões territoriais e comerciais

 Esses tratados eram muitas vezes desiguais e não refletiam um consentimento


genuíno por parte dos líderes africanos

 Serviam como base legal para reivindicações europeias sobre territórios


africanos

Portanto, a partilha da África envolveu uma combinação de projetos de ocupação e


exploração com diferentes tipos de tratados, tanto entre as próprias potências europeias
quanto com líderes africanos, para consolidar o domínio colonial sobre o continente

5. A Resistência africana contra a ocupação europeia:

A resistência africana contra a ocupação europeia foi um elemento crucial na história do


continente, marcado por movimentos organizados em diferentes regiões da África para
expulsar ou diminuir a influência dos invasores europeus. Esses movimentos de
resistência surgiram em resposta à ocupação colonial e à exploração econômica intensa
imposta pelas potências europeias. Apesar dos esforços dos africanos em resistir, a
superioridade tecnológica e militar dos europeus muitas vezes resultou na vitória destes
últimos.

Alguns exemplos de resistência africana contra a ocupação europeia incluem a


resistência líbia contra os italianos em 1911, a Revolução Urabista no Egito na década
de 1880 e os esforços dos chefes somalis para reduzir a influência europeia em seu país.
Esses movimentos refletem a luta dos africanos contra a imposição colonial e a defesa
de sua autonomia e identidade cultural.

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A resistência africana contra a ocupação europeia evidencia a determinação dos povos
africanos em preservar sua soberania e resistir à exploração e opressão estrangeira,
mesmo diante das adversidades enfrentadas devido à disparidade de recursos e
armamentos.

As causas; formas e consequências da resistência africana.

Causas:

 Luta pela Autonomia e Liberdade: A resistência africana contra a ocupação


europeia foi motivada pela busca pela autonomia e liberdade das sociedades
africanas, que se opunham à exploração e dominação estrangeira.
 Impacto Cultural e Econômico: A imposição colonial europeia não apenas
afetou fisicamente, mas também culturalmente as populações africanas, levando
à resistência contra a dominação branca.
 Exploração e Escravidão: A exploração de mão-de-obra barata e a escravidão
intensificaram a resistência, pois muitos africanos eram submetidos a condições
desumanas de trabalho e tráfico humano.

Formas de Resistência

Revolta e Revolução: Séculos de exploração europeia resultaram em revoltas e


revoluções lideradas por africanos contra a ocupação estrangeira.

Heróis da Resistência: Figuras como Spartacus e o Quilombo dos Palmares


representaram a resistência africana, simbolizando a luta contra a opressão.

Combate ao Racismo e Violência: A resistência africana também se manifestou contra o


racismo e a violência simbólica, cultural e econômica imposta pelos colonizadores.

Consequências da Resistência:

Perpetuação da Cultura e Identidade: A resistência africana contribuiu para a


preservação da cultura e identidade africanas diante da imposição colonial.

Desafios Socioeconômicos: A resistência teve impactos nas desigualdades


socioeconômicas e na miséria, refletindo as consequências dos conflitos e da
exploração.

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Legado de Luta: A resistência africana deixou um legado de luta pela autonomia,
liberdade e preservação da identidade cultural, influenciando a história e a realidade
africana até os dias atuais.

A resistência africana contra a ocupação europeia ocorreu em diversas regiões do


continente, assumindo diferentes formas e enfrentando consequências variadas. Alguns
exemplos significativos incluem:

Resistência na África do Norte

No Egito, a Revolução Urabista liderada pelo coronel Ahmad Urabi na década de 1880
buscou libertar o país da influência britânica, mas foi derrotada após a intervenção
militar britânica em 1882.

Na Argélia, a resistência à ocupação francesa começou em 1830 e se estendeu por


décadas, com destaque para a liderança de Abd el-Kader, que lutou pela independência
argelina até ser capturado em 1847.

Resistência na África Oriental

Na Tanzânia, a resistência à ocupação alemã foi liderada por Abushiri ibn Salim al-
Harthi, que organizou uma revolta em 1888 contra a Companhia Alemã do Leste
Africano, sendo derrotado e executado em 1889.

No Quênia, a resistência contra os britânicos ficou conhecida como Revolta de Mau


Mau, ocorrida entre 1952-1960, com destaque para a atuação de Dedan Kimathi, que
lutou pela independência queniana até ser capturado e executado em 1957.

Resistência na África Austral

Na região da Rodésia do Sul (atual Zimbábue), a resistência shona e ndebele contra a


ocupação britânica ficou conhecida como Guerra dos Chimurenga, com destaque para a
liderança de Nehanda Charwe Nyakasikana e Kaguvi na década de 1890.

Na África do Sul, a resistência negra contra o apartheid envolveu diversas formas de


luta, com destaque para o Congresso Nacional Africano (ANC) e figuras como Nelson
Mandela, que lutaram pela igualdade racial e fim do regime segregacionista.

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6. Formas de administração colonial

As principais formas de administração colonial utilizadas pelas potências europeias


foram:

Administração Indirecta

Nesse sistema, as autoridades coloniais utilizavam as estruturas políticas e


administrativas locais existentes, subordinando-as à metrópole.

As lideranças tradicionais africanas eram mantidas no poder, desde que aceitassem a


soberania europeia e colaborassem com a exploração colonial.

Esse modelo era menos oneroso para as metrópoles e permitia uma ocupação mais
efectiva dos territórios, mas dificultava a assimilação cultural.

Foi adoptado principalmente pela Grã-Bretanha em colónias como a Índia, Nigéria e


Gana.

Administração Directa

Nesse sistema, a metrópole substituía completamente as estruturas políticas locais por


funcionários europeus, impondo directamente sua autoridade. Buscava uma assimilação
cultural mais profunda, com a imposição da língua, religião e costumes da metrópole.

Exigia mais recursos das metrópoles para manter uma burocracia colonial extensa, foi
adotado principalmente pela França em colónias como a Argélia, Senegal e Indochina.

Administração Mista

Algumas colônias adotaram uma combinação das formas direta e indireta de


administração, mantinham-se algumas estruturas políticas locais, mas com maior
interferência e subordinação à metrópole.

Permitia uma ocupação mais efetiva que a indireta, com alguma assimilação cultural, foi
adotado por Portugal em suas colônias africanas, como Angola e Moçambique.

7. Tipos de colónias

Existem vários tipos de colónias que foram estabelecidas por potências coloniais ao
longo da história, cada uma com características específicas e objectivos distintos.
Alguns dos tipos de colónias mais comuns são:

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Colónias de Povoamento

Neste tipo de colónia, os colonos europeus se estabeleciam permanentemente no


território colonizado e formavam comunidades de povoamento. Eles buscavam criar
sociedades semelhantes às de seus países de origem, muitas vezes com o objectivo de
expandir o território da metrópole e desenvolver a economia local. Exemplos incluem as
colónias britânicas na América do Norte e Austrália.

Colónias de Exploração

As colónias de exploração eram estabelecidas principalmente para extrair recursos


naturais ou mão de obra barata dos territórios colonizados. As potências coloniais
exploravam essas regiões para benefício económico próprio, sem se preocupar com o
desenvolvimento local ou o bem-estar da população nativa. Muitas colónias africanas
foram inicialmente colónias de exploração.

Protectorados

Os protectorados eram territórios em que as potências coloniais exerciam controle


indirecto, geralmente através de acordos com líderes locais ou governantes tradicionais.
Embora mantivessem uma certa autonomia interna, esses territórios estavam sujeitos à
influência e directrizes da potência colonial. Os protectorados eram frequentemente
usados para expandir a esfera de influência das potências coloniais sem assumir
directamente a administração do território.

8. A função das colónias para as metrópoles.

As colónias desempenharam papéis diversos e fundamentais para as metrópoles


colonizadoras ao longo da história, contribuindo de várias maneiras para o
desenvolvimento e a expansão dessas potências. Algumas das funções principais das
colónias para as metrópoles incluem:

Exploração de Recursos Naturais: As colónias frequentemente forneciam matérias-


primas valiosas, como ouro, prata, especiarias, algodão, borracha, entre outros, que
eram essenciais para impulsionar a economia das metrópoles. A exploração desses
recursos naturais enriquecia as potências coloniais e impulsionava seu crescimento
econômico.

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Mercados para Produtos Manufaturados: As colónias serviam como mercados
cativos para os produtos manufaturados das metrópoles, ajudando a expandir suas
indústrias e a garantir a demanda por seus bens. As potências coloniais podiam vender
seus produtos a preços vantajosos nas colónias, criando um ciclo econômico favorável.

Expansão Territorial e Poder Global: A posse de colónias permitia às metrópoles


expandir seus impérios e ampliar sua influência global. O controle de territórios além de
suas fronteiras fortalecia o prestígio e poder das potências coloniais no cenário
internacional.

Fonte de Mão de Obra Barata: Muitas colónias forneciam mão de obra barata para as
indústrias e plantações das metrópoles. O trabalho forçado ou mal remunerado dos
nativos das colónias era uma fonte de lucro e sustentação para as economias
metropolitanas.

Estratégia Militar e Posicionamento Geopolítico: As colónias podiam servir como


bases estratégicas para projeção de poder militar, controle de rotas comerciais e
proteção de interesses geopolíticos das metrópoles. A presença militar nas colónias
também ajudava a manter a ordem e a garantir a submissão dos territórios colonizados.

No geral, as colónias desempenharam um papel crucial para as metrópoles


colonizadoras, contribuindo significativamente para seu crescimento econômico, poder
político e influência global. No entanto, esse sistema colonial também resultou em
exploração, opressão e subjugação das populações nativas, gerando consequências
negativas que perduram até os dias atuais.

9. As colónias francesas: Estrutura política e o sistema administrativo

As colônias francesas durante o período colonial apresentavam uma estrutura política e


administrativa centralizada na metrópole, com características da forma de administração
direta:

Estrutura Política

 As colônias francesas eram governadas por um governador-geral nomeado pelo


rei da França.

 O governador-geral representava a autoridade central e tinha amplos poderes


políticos e militares.

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 Havia também um conselho colonial composto por funcionários nomeados, que
assessorava o governador.

 As colônias não tinham autonomia política, com as decisões sendo tomadas pela
metrópole.

Sistema Administrativo

 A administração colonial era exercida de forma direta pelos funcionários


enviados pela França.

 Não havia participação política dos colonos nas decisões, que ficava restrita à
metrópole.

 Buscava-se uma assimilação cultural, com a imposição da língua, religião e


costumes franceses.

 O sistema administrativo era oneroso para a França, que precisava manter uma
burocracia colonial extensa.

Exemplos de colónias francesas administradas de forma directa incluem a Argélia,


Senegal e Indochina. Esse modelo contrastava com a administração indirecta adotada
pela Grã-Bretanha em suas colônias, que mantinha mais as estruturas políticas
locais.Portanto, a estrutura política e o sistema administrativo das colônias francesas
refletiam uma centralização do poder na metrópole e uma imposição direta da
autoridade colonial, em contraste com outras potências que adotaram formas mais
indiretas de administração de seus territórios coloniais.

10. A economia colonial.

A economia colonial desempenhou um papel crucial no enriquecimento das potências


coloniais e na exploração dos territórios colonizados. Cada potência colonial tinha
abordagens e estratégias específicas em relação à exploração económica de suas
colónias.

A actuação das potências coloniais, como França, Portugal e Alemanha, em


relação à economia colonial

França

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Exploração de Recursos Naturais: A França focou na exploração de recursos naturais
valiosos, como borracha, petróleo, minerais e produtos agrícolas, em suas colónias na
África e no Sudeste Asiático. Esses recursos eram essenciais para impulsionar a
economia francesa e sustentar sua indústria.

Plantation Economy: A França estabeleceu plantações em suas colónias, como


no Caribe e na África Ocidental, para produzir commodities como açúcar,
café, cacau e algodão. Essas plantações eram trabalhadas por mão de obra escrava ou
barata, contribuindo para o desenvolvimento da economia colonial francesa.\

Portugal

Comércio de Especiarias: Portugal foi pioneiro no comércio de especiarias,


estabelecendo rotas comerciais para o Oriente e controlando o comércio de produtos
como pimenta, cravo, canela e noz-moscada. Essas especiarias eram altamente
lucrativas e impulsionaram a economia portuguesa.

Exploração de Recursos Coloniais: Portugal explorou recursos naturais,


como ouro, prata, diamantes e produtos tropicais, em suas colónias na África, Ásia
e América. A exploração desses recursos contribuiu para a riqueza de Portugal e sua
posição como potência colonial.

Alemanha

Colonização Tardia: A Alemanha entrou tarde na corrida colonial e focou em adquirir


colónias na África, como Tanganica, Camarões e Sudoeste Africano Alemão, para
explorar recursos naturais e estabelecer bases comerciais.

Desenvolvimento Industrial: A Alemanha utilizou suas colónias como fonte de


matérias-primas para sua indústria, importando produtos como borracha, minerais e óleo
de palma. Isso impulsionou o desenvolvimento industrial e econômico do país.

Cada potência colonial teve um impacto distinto na economia dos territórios


colonizados, moldando as relações econômicas, sociais e políticas entre colonizadores e
colonizados. A exploração econômica das colónias desempenhou um papel fundamental
na acumulação de riqueza e poder das potências coloniais, mas também resultou em
desigualdades e injustiças que persistem até hoje em muitas regiões do mundo.

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11. As Consequências da dominação colonial em África: A nível económico,

social e político

A dominação colonial europeia na África teve profundas consequências econômicas,


sociais e políticas para o continente:

Consequências Econômicas

 As economias africanas foram transformadas para atender aos interesses das


metrópoles, com foco na exportação de matérias-primas e produtos agrícolas.

 Houve uma desestruturação das economias locais e a imposição de


monoculturas, como o algodão em Moçambique.

 As populações africanas foram forçadas a trabalhar em condições precárias nas


plantações e minas, com baixos salários.

 Ocorreu a expropriação de terras férteis dos africanos em benefício dos colonos


europeus.

Consequências Sociais

 Houve uma desarticulação das estruturas sociais e políticas tradicionais


africanas.

 Intensificaram-se os conflitos étnicos devido às fronteiras arbitrárias traçadas


pelas potências coloniais.

 Ocorreram massacres, violência sexual contra mulheres e crianças pelas forças


coloniais.

 Degradação das condições de vida da população africana, com fome, doenças e


miséria.

Consequências Políticas

 As colônias ficaram subordinadas aos interesses políticos e estratégicos das


metrópoles.

 Houve a supressão da soberania e da autodeterminação dos povos africanos.

 Surgiram movimentos de resistência e luta pela independência em várias


regiões.

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 Após as independências, muitos países africanos ficaram politicamente instáveis
devido aos conflitos étnicos e separatistas.

Portanto, a dominação colonial europeia deixou um legado de subdesenvolvimento,


instabilidade e conflitos no continente africano, que ainda hoje enfrenta os desafios de
superar esse passado

O significado do colonialismo em África

O significado do colonialismo na África foi uma experiência amarga para os africanos,


marcada pela luta pela independência e resistência à exploração colonial. O
colonialismo representou a imposição de controle político, econômico e social por parte
das potências europeias sobre os territórios africanos, resultando em consequências
devastadoras para as populações locais. A dominação colonial na África foi
caracterizada pela exploração de recursos naturais, imposição de sistemas de trabalho
forçado, desestruturação das sociedades locais e supressão da autonomia política e
cultural dos africanos. A resistência à opressão colonial e a busca pela independência
foram elementos centrais nesse contexto, refletindo a luta dos africanos contra a
exploração e a busca por liberdade e autodeterminação.

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Conclusão

A vivência do colonialismo na África deixou um legado complexo e multifacetado que


continua a influenciar a realidade do continente. A resistência africana, as formas de
administração colonial e as consequências da dominação europeia são elementos-chave
na compreensão das dinâmicas pós-coloniais africanas. As colónias francesas, a
economia colonial e a estrutura política das potências coloniais são apenas algumas das
facetas desse legado colonial. É essencial reflectir sobre as experiências passadas para
informar as acções presentes e futuras na construção de sociedades africanas mais
justas, inclusivas e autónomas. Ao analisar o colonialismo em África, é possível
vislumbrar um caminho para a reconciliação, o desenvolvimento sustentável e a
promoção da diversidade cultural no continente.

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Referencias Bibliográficas

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da África, VII. UNESCO. Disponível em:
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https://www.slideshare.net/natielemesquita/bibliografia-de-histria-da-frica

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