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Aula 1 História 8° A-B

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HISTÓRIA TURMA: 8º ANO

AULA 01/2023
Objeto de conhecimento: A questão do iluminismo e da ilustração: Iluminismo, racionalismo e os ideais
burgueses.
Habilidade: (EF08HI01) Identificar os principais aspectos conceituais do iluminismo e do liberalismo e discutir a
relação entre eles e a organização do mundo contemporâneo

Iluminismo e Liberalismo. Século das Luzes

O Iluminismo foi a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII e defendeu o


predomínio da razão sobre a fé, representando a visão de mundo da burguesia. Seus pensadores negavam
as doutrinas absolutistas e mercantilistas e apoiavam valores liberais, tanto na política quanto na
economia.
ORIGENS. Os primeiros teóricos do Iluminismo introduziram as bases do movimento ainda no século
XVII, influenciados pelas transformações que vinham ocorrendo na Europa, como o Renascimento, a
Reforma Religiosa, a expansão marítimo-comercial e a ascensão da burguesia.
O racionalismo foi fundamentado como método científico pelo francês René Descartes, que, em 1637,
estabeleceu a razão como único caminho para o conhecimento. Descartes partia de verdades básicas -
axiomas - para atingir conhecimentos mais amplos. Seu primeiro axioma ficou famoso: "Penso, logo
existo". Segundo o pensamento iluminista, o avanço do conhecimento poderia se dar tanto pela via de
racionalismo abstrato de Descartes como pela via do empirismo inglês.
Nas ciências exatas, o físico inglês Isaac Newton também revolucionou o pensamento da época, ao
afirmar que o universo seria regido por leis próprias, que podem ser conhecidas pelo homem por meio da
ciência.
O holandês Baruch de Espinosa demonstrou que o Universo é inteligível, ou seja, pode ser
conhecido por meio da razão. Ele mostrou que os mistérios, os milagres e as coisas ocultas são fruto da
nossa imaginação, devido ao medo que temos dos males que podem nos atingir e das necessidades e
privações que podemos enfrentar. O pensamento de Espinosa é uma crítica radical a todas as formas de
irracionalismo e superstição, seja na religião, na política ou na filosofia.
Os princípios da política iluminista - liberalismo - foram formulados pelo filósofo inglês John Locke,
que defendia uma relação contratual entre o monarca e seus súditos. Para Locke, o homem possuía
direitos como liberdade e propriedade privada, e cabia ao Estado proteger esses direitos, o que limitava
seu poder.

SÉCULO DAS LUZES

No século XVIII, a Europa viveu o ápice das transformações ideológicas e culturais iniciadas com o
Renascimento nos séculos XV e XVI. Voltados para o estudo da sociedade e da natureza, os filósofos da
época acreditavam que o uso da razão era indispensável para alcançar a verdade, base da compreensão
dos fenômenos naturais e do funcionamento da sociedade. Por considerarem a necessidade de "iluminar o
pensamento humano com a razão", esses pensadores foram chamados filósofos iluministas.
Os importantes avanços econômicos, culturais e científicos levaram à crença de que o destino da
humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII - o "século das luzes".
Além do racionalismo e do liberalismo, outro princípio iluminista é o anticlericalismo - posição política
contrária ao poder da Igreja.
Os três nomes mais significativos do Iluminismo francês foram os filósofos Voltaire. Montesquieu e
Jean-Jacques Rousseau. O primeiro, ligado à alta burguesia, era um crítico fervoroso do absolutismo, da
nobreza e, principalmente, da Igreja. Na política, Voltaire foi um dos inspiradores do despotismo
esclarecido. Rousseau era identificado com a baixa burguesia e com os trabalhadores miseráveis,
posicionando-se a favor do Estado democrático e republicano. Trabalhou com a noção do bom selvagem,
segundo a qual o homem nasce bom, mas depois é corrompido pela sociedade. Foi o maior ideólogo da
Revolução Francesa.
OS MAIS IMPORTANTES PRINCÍPIOS DO ILUMINISMO

- A laicização do Estado, ou seja, a separação entre política e religião;


- A laicização do ensino, que tornou a educação responsabilidade do Estado, sem a interferência do clero;
- O combate à escravidão;
- A liberdade como direito natural e inalienável de todo ser humano;
- A igualdade jurídica, ou seja, o combate às diferenças entre as ordens sociais, antes legitimadas pelo
Estado absolutista;
- O confisco das propriedades eclesiásticas, a limitação dos poderes inquisitoriais da Igreja e a concessão de
liberdade religiosa aos súditos.

OS PRINCIPAIS PRECURSORES DO ILUMINISMO

- Francis Bacon (1561-1626). Propôs o método experimental para a conquista do conhecimento, que procura
analisar detalhadamente as diversas circunstâncias em que ocorre um fenômeno e a relação entre elas.
- René Descartes (1596-1650). Defendia a razão como o único meio para atingir o verdadeiro conhecimento
científico. Acreditava que a expressão "Penso, logo existo" era a base para a construção de verdades
universais.
- John Locke (1632-1704). Considerado o "pai do liberalismo político" e o mais importante precursor do
iluminismo, opunha-se à concentração de poderes nas mãos do rei e propunha que o poder legislativo
representasse o verdadeiro poder do Estado.
- Isaac Newton (1642-1727). Com a teoria da gravitação universal, afirmou que o Universo é dirigido por
leis físicas invariáveis.

OS PRINCIPAIS ILUMINISTAS DO SÉCULO XVIII

- Barão de Montesquieu (1689-1775). Apoiava a limitação da soberania dos reis e propunha a divisão dos
poderes do Estado em legislativo, executivo e judiciário.
- Voltaire (1694-1778). Notabilizou-se como defensor da liberdade de expressão e combateu o absolutismo e
a intolerância.
- Jean-Jacques Rousseau (1712-1778). É considerado o pai da democracia. Defendia a ideia de que o homem
é naturalmente bom, porém a sociedade o corrompe. Segundo Rousseau, as desavenças e as desigualdades
entre os homens se iniciaram com a propriedade privada. Em 1762, escreveu O contrato social, no qual
afirmava que somente os pactos sociais poderiam legitimar a autoridade.
- Denis Diderot (1713-1784) e Jean d'Alembert (1717-1783). Diderot dirigiu a elaboração e a publicação da
Enciclopédia das ciências, artes e ofícios - ou apenas Enciclopédia - com a colaboração do matemático
D'Alembert.
Contando com o trabalho de 120 autores, os enciclopedistas pretendiam agrupar na obra todo o
conhecimento da época. Iniciada em 1751, foi concluída em 1772, mas sua divulgação foi proibida pelo
governo francês e pela Igreja católica, que a incluiu no Índex (lista de livros proibidos).

DESPOTISMO ESCLARECIDO

O Iluminismo aterrorizava os soberanos. No entanto, alguns viram que, para se manter no poder, era
preciso adotar reformas de cunho iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como
despotismo esclarecido. Seu objetivo era aliviar as tensões entre a nobreza e a burguesia e preservar as
monarquias absolutistas europeias.
Algumas das medidas adotadas por esses governantes foram a limitação do poder da Igreja Católica e
a redução dos privilégios da aristocracia e do clero. Os principais déspotas esclarecidos foram Frederico
II, da Prússia; o marquês de Pombal, ministro de dom José I, de Portugal; Catarina II, da Rússia; e José II,
da Áustria. Apesar das mudanças, a participação política da burguesia e do povo continuava limitada, o
que levaria a revoltas, entre elas a Revolução Francesa, em 1789.

Características do Iluminismo
 Racionalismo: a Razão surge no Iluminismo como uma propriedade humana. Assim, por meio dela
é que é possível desvendar o mundo, ou seja, lançar uma luz – daí o nome “Iluminismo” – nos
fenômenos naturais.
 Cientificismo: com o Iluminismo, a ciência é contraposta à religião, sendo considerada a forma
mais confiável e verdadeira de conhecimento.
 Progresso: por meio da Razão e da ciência, a humanidade seria capaz de se aprimorar e alcançar
cada vez mais um estado aperfeiçoado. Por essa razão, os tempos passados dominados pela Igreja
Católica foram chamados de “séculos das trevas”.
 Liberalismo: uma das maiores críticas do movimento burguês contra o sistema monárquico é a
concentração de privilégios nas mãos de poucos. Na ideia liberal, todos os indivíduos devem ser
iguais, liberando-os das tradições e das amarras sociais.
 “Liberdade, igualdade e fraternidade”: esse é um lema conhecido da Revolução Francesa. A frase
mostra a força que os ideais iluministas tiveram para desencadear tais mudanças sociais.
 Virtudes: os filósofos iluministas são também conhecidos por pensarem a respeito das virtudes
humanas. Nesse sentido, o ser humano passa o centro da reflexão, substituindo a figura de Deus.
 Modernidade: o momento de apogeu do Iluminismo foi considerado o “século das luzes”, em
contraposição aos “séculos das trevas” passados. Desse modo, o pensamento iluminista situa o
momento atual como o mais moderno, e o passado como sempre uma versão atrasada do presente.

Disponível em: http://www.tancredoprofessor.com.br/conteudo/57/iluminismo-e-liberalismo.-seculo-das-


luzes.Acesso em: 09 de nov de 2020.

ATIVIDADES

1. Observe a imagem: Depois da leitura do texto, conceitue o Iluminismo e justifique por que este
período foi denominado o século das luzes.

2. Sobre as bases e a origem do Iluminismo, das alternativas a seguir, Marque (V) para as que julgar
verdadeiras e (F) para as falsas.

a. ( ) O Renascimento, a Reforma Religiosa, a expansão marítimo-comercial e a ascensão da


burguesia foram movimentos isolados na Europa e nada influenciaram nas bases do Iluminismo.
a. ( ) O racionalismo método científico, estabeleceu a razão como único caminho para o
conhecimento.
a. ( ) Segundo o pensamento iluminista, o avanço do conhecimento só poderia se dar pela via do
racionalismo abstrato.
a. ( ) John Locke partia de verdades básicas - axiomas - para atingir conhecimentos mais amplos. Seu
primeiro axioma ficou famoso: "Penso, logo existo”.
a. ( ) O racionalismo, o liberalismo e o anticlericalismo foram alguns dos princípios iluminista.

6. Sobre as características do Iluminismo, relacione cada característica em suas devidas


especificações, para isso enumere a segunda coluna de acordo com a primeira.

( ) Razão surge no Iluminismo como uma propriedade humana.


a. Liberalismo Assim, por meio dela é que é possível desvendar o mundo, ou seja,
lançar uma luz – daí o nome “Iluminismo” – nos fenômenos naturais.
b. “Liberdade, igualdade ( ) A ciência é contraposta à religião, sendo considerada a forma
fraternidade”: mais confiável e verdadeira de conhecimento.
( ) Por meio da Razão e da ciência, a humanidade seria capaz de se
aprimorar e alcançar cada vez mais um estado aperfeiçoado. Por essa
c. Virtudes
razão, os tempos passados dominados pela Igreja Católica foram
chamados de “séculos das trevas.
( ) Esse é um lema conhecido da Revolução Francesa. A frase mostra
d. Modernidade a força que os ideais iluministas tiveram para desencadear tais
mudanças sociais.
( ) Uma das maiores críticas do movimento burguês contra o sistema
monárquico é a concentração de privilégios nas mãos de poucos. Na
e. Progresso
ideia liberal, todos os indivíduos devem ser iguais, liberando-os das
tradições e das amarras sociais.
( ) Os filósofos iluministas são também conhecidos por pensarem a
f. Cientificismo respeito das virtudes humanas. Nesse sentido, o ser humano passa o
centro da reflexão, substituindo a figura de Deus.
( ) O momento de apogeu do Iluminismo foi considerado o “século
das luzes”, em contraposição aos “séculos das trevas” passados.
g. Racionalismo Desse modo, o pensamento iluminista situa o momento atual como o
mais moderno, e o passado como sempre uma versão atrasada do
presente.

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