Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

1.revista Afl

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 44

AFL

REVISTA OFICIAL DA ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE LISBOA

MAGAZINE
VÍDEOÁRBITRO
FUTEBOL E FUTSAL Duarte Gomes simplifica
NO FEMININO
As craques de Lisboa
dominam Portugal

CALENDÁRIO ÉPOCA 2017/18


Conheça o plano de jogos e competições
N°1 OUT/2017 SEMESTRAL DISTRIBUIÇÃO GRATUITA

ENTREVISTA
Nuno Lobo apresenta
projetos para o futuro
Ficha Técnica
AFL Magazine
Propriedade NIF Diretor Editora Fotografias
Associação de Futebol 500032297 Nuno Cárcomo Lobo Maria João Freire UEFA, FPF, AFL,
de Lisboa José Cruz (capa),
Rua Nova da Trindade, Tiragem Diretor Adjunto Design Gráfico Rogério Sarzedo,
2 – 2.º 1249-250 Lisboa 2000 exemplares Manuel Castelo Diana dos Reis Puga Maria João Freire,
Tel. 213 334 870 Arquivo Jornal Sporting,
direccao@afl.pt N.º Registo ERC Chefe de Redação Impressão Arquivo Jornal O Benfica
www.afl.pt 5277 António Nascimento Grafilinha, Lda.
Sumário

18 20 26

4 ÓRGÃOS SOCIAIS AFL


A equipa completa da Associação
de Futebol de Lisboa
24 QUADRO DE VENCEDORES
Todos os vencedores das
competições da AFL 2016/17

5 EDITORIAL
Assinado por Carlos Teixeira,
Presidente da Assembleia Geral da AFL
26 UEFA REGIONS CUP
Seleção de Lisboa disputou
fase final na Turquia

7 ENTREVISTA
Nuno Lobo revela os principais
projetos até ao final do mandato
28 AS CRAQUES DE LISBOA
Sporting e Benfica conquistam
competições nacionais

12 PLATAFORMA SCORE
Inovações tecnológicas
ao serviço da AFL
32 FUTEBOL É PAZ
União Desportiva Alta de Lisboa
é exemplo de desportivismo

14 SOMOS ARBITRAGEM
A atividade do CA e formação
de novos árbitros em destaque
34 SAÚDE
Osteoartrose e desporto de alta
competição

18 O PROJETO VIDEOÁRBITRO
Vamos simplificar?
Por Duarte Gomes
36 JOGOS SAUDÁVEIS
AFL promove formação para
dirigentes do futebol amador

20 SUPERTAÇA AFL
Lourinhanense conquista
competição
38 CALENDÁRIOS ÉPOCA 2017/18
Calendarização de todos os
jogos de futebol e futsal

42 SENTIR O TEMPO
Fernando Seara assina artigo
de opinião
Nuno Lobo Manuel Castelo José Loureiro José Rodrigues

Órgãos Sociais AFL


Fotos © José Cruz

ASSEMBLEIA GERAL CONSELHO DE JUSTIÇA Vice-Presidente


Mesa da Assembleia Geral Presidente Filipe Miguel Gomes Guimarães
Presidente Fernando Jorge Loureiro de Roboredo Seara Vogal
Carlos Alberto Dias Teixeira Vice-Presidente Maria João Calado dos Reis Puga Freire
Vice-Presidente João Paulo Velez Venâncio Vogal
Tiago Alvares Guedes Vaz Vice-Presidente Pedro Alexandre Gaspar da Silva
1º. Secretário Ana Rita Soretto dos Santos Relógio Vogal
José Ricardo Marques dos Santos Vogal Tiago Nuno Neto Cerqueira
2º. Secretário Pedro Miguel de Azevedo Coutinho Teixeira Vogal
Fábio Alexandre Martins Farias Lourenço da Costa Nélson Jorge Pires da Silva Matos
Vogal
Gonçalo Santos da Cunha de Paiva e Sousa
DIREÇÃO CONSELHO FISCAL
Presidente Presidente
Nuno Miguel Novais Grangeon Cárcomo Lobo CONSELHO DE DISCIPLINA Joaquim Patrício da Silva
Vice-Presidente Presidente Vice-Presidente
Manuel Luis Oliveira Castelo Carla Sofia Santos Vital Vítor Miguel Pena Seabra Franco
Vice-Presidente Vice-Presidente Secretário-Relator
José Carlos Correia Loureiro Pedro Baeta Neves Monteiro Fernandes Gonçalo Oliveira Lage
Vice-Presidente Secretário-Relator Vogal
José Manuel Sigarrosa Rodrigues António Jorge Marques dos Santos Augusto do Rosário Vieira
Tesoureiro Vogal Vogal
Nuno Miguel de Oliveira Custódio Fernando de Almeida Rodrigues Rodolfo Celso Ramiro Pinto Dias Antunes
Vogal Vogal
Carlos Alberto de Seixas Fernando Jorge Gomes Tavares

Vogal Vogal CONSELHO TÉCNICO


Nuno Miguel Martins Pedro Vítor António Rocha Lopes Presidente
Vogal Vogal António José Silva
Mário Jorge da Silva Pinho Fernandes António Maria Fragoso Pereira Seixas Secretário-Relator
Vogal João Diogo Valente Manteigas
João Paulo de Jesus Lopes Vogal
CONSELHO DE ARBITRAGEM António Pedro Gonçalves Dias
Presidente Vogal
Luís Filipe Estrela Maria António Manuel David Francisco
Vice-Presidente Vogal
Joaquim António dos Reis Carvalho José Alberto Padrão

Nuno Custódio Carlos Seixas Nuno Pedro Mário Fernandes João Lopes
Editorial
Momentos de viragem
Coube-me a mim a honra e o privilégio de escrever o editorial do primeiro
número da AFL Magazine. Trata-se, como poderão constatar através da
sua leitura, de um órgão de comunicação social moderno e atrativo,
totalmente vocacionado para o fenómeno do futebol, no distrito de Lisboa.
Para concretizar este projeto, a AFL procurou reunir neste espaço o con-
tributo de alguns dos melhores profissionais do texto e da imagem, mas
também uma galeria de colunistas com prestígio público, larga experiên-
cia e provas dadas nas suas áreas de atividade.

A AFL Magazine pretende ser um espaço de confluência e de convívio


entre todos os clubes de Lisboa. Todos sem distinção, terão aqui um es-
paço informativo pronto a refletir as suas realidades e as suas vivências.

A AFL Magazine irá também abordar temas gerais da modalidade que


nos une, tornando-se assim um ponto de reunião e debate, onde todos
poderão intervir. Neste primeiro número considerámos imperioso abor-
dar um tema que está na ordem do dia: o vídeoárbitro. Ele constitui o
tema central desta edição, assim como a nova plataforma score, futebol
e tecnologia de mãos dadas. Temas que, estou certo, merecerão o vosso
maior interesse e uma leitura atenta. Na verdade, e na minha modes-
ta opinião, tratam-se de pontos de viragem no futebol. Pontos que irão
provocar alterações muito positivas em inúmeras vertentes do futebol.
Realço a maior clareza e celeridade na organização burocrática e admi-
nistrativa das provas e competições, bem como a introdução de fatores
objetivos que criem condições para que a verdade desportiva seja uma
realidade.

Por fim, resta-me desejar à AFL Magazine as maiores felicidades neste


seu lançamento e em simultâneo lançar um desafio que consiste na
participação de todos (escrevendo artigos, dando sugestões, apresen-
tando críticas...) de modo a que possamos melhorar de edição em edição.
Para terminar, desejo a todos neste início de época as maiores felici-
dades desportivas.

Carlos Teixeira
Presidente da Assembleia Geral da AFL

Foto DR
Entrevista Fotos © José Cruz

Em entrevista, Nuno Lobo fala do presente e


do futuro da Associação de Futebol de Lisboa
e revela os principais projetos que pretende
concluir até ao final do mandato. Pelo meio
defende a continuidade da estratégia iniciada
em Janeiro de 2012 e que o levou a uma nova
e histórica vitória eleitoral em 2016.
Tem a palavra o Presidente da AFL.
“Gostava de ver um clube
de Lisboa ganhar uma
competição europeia”
Que balanço faz do seu primeiro mandato? para o futebol português e que foram na sua grande maioria
Foi um mandato em que, sem dúvida, recolocámos a Asso- aceites pelos nossos parceiros. Ao nível desportivo, os
ciação de Futebol de Lisboa (AFL) na liderança do futebol últimos anos são esmagadores naquilo que é a participação
em Portugal. Não só na liderança das ideias político- de Lisboa nos campeonatos profissionais, com Sporting,
desportivas mas igualmente nos resultados desportivos Benfica, Belenenses e Estoril a terem um especial prota-
alcançados, no futebol jogado. Lisboa tinha assumido um gonismo nas várias modalidades do futebol, como já não
papel preponderante até cerca do ano 2000, mas na acontecia há muito tempo. Obviamente que os resultados
primeira década desta século foi perdendo por completo a não se devem apenas ao trabalho da Associação.
sua forma de ser e a sua forma de estar, uma associação São essencialmente fruto do imenso e meritório labor
que era ouvida e respeitada. Havia que reagir a este maras- que todos os clubes têm desenvolvido nos últimos anos,
mo, mudar o rumo, e foi esse passo que os clubes de Lisboa independentemente da sua dimensão.
quiseram dar há cinco anos com a nossa primeira eleição.
Qual foi o papel da AFL neste processo de afirmação
E pensa que esse objetivo foi atingido? dos clubes de Lisboa?
Claramente. Aliás, a nossa atuação foi sufragada pela Essencialmente fomos uma voz mais próxima, ou seja,
esmagadora maioria dos clube e a AFL voltou a ser uma fomos parceiros no dia-a-dia dos clubes. Entre a AFL e os
das associações líderes do futebol em Portugal, com maior clubes havia um fosso muito grande. Contrariar e inverter
peso nos locais próprios: no plenário das Associações, nas este estado de coisas foi a nossa grande bandeira.
Assembleias Gerais da Federação e nos fóruns do futebol, Agora, estamos presentes nas sedes dos clubes e temos um
do futsal, futebol de praia. E foi aqui que a voz da AFL voltou diálogo quase permanente com os seus dirigentes. Temos
a ser escutada. Uma voz independente, com um caminho sido parceiro activos naquilo que os clubes necessitam
próprio, mas com parceiros de excelência, como as outras diariamente. Nas inscrições, nas organizações dos jogos,
associações, o sindicato dos jogadores e treinadores, mé- na logística. Em tudo o que os clubes necessitam dizemos
dicos e enfermeiros, enfim todo o tecido associativo em sempre presente. A rua Nova da Trindade desceu a todos
Portugal. Em resumo, temos ideias próprias que trouxemos os campos e pavilhões do distrito de Lisboa.

8 AFL
Entrevista
Foi o reconhecimento desse trabalho que permitiu que como as provas, as actividades diversas, pode ser também
tivesse uma vitória histórica em 2016? um modo de capitalizar, com a publicidade, mais meios
Penso que sim. Os clubes subscreveram em quase 80 por financeiros, através de novas receitas, para os próprios
cento a nossa candidatura. E depois, numa eleição em que clubes. E embora a grande maioria dispute competições
concorríamos sozinhos, estiveram presentes e deram-nos distritais, já temos provas emblemáticas, como as taças de
essa prova de confiança esmagadora que foi ter a totalida- honra e o campeonato pró-nacional que é dos mais compe-
de da votação, um resultado de tal forma expressivo que titivos do país e que, se forem bem trabalhados em termos
poucos se lembram de alguma vez ter visto em atos eleito- de comunicação, poderão ser uma fonte de receitas para
rais no futebol, seja em Portugal, na Europa ou mesmo no a AFL. Se a Associação tiver mais receitas, menores serão
Mundo. Trata-se de uma responsabilidade imensa mas que as taxas de jogo, de arbitragem, etc. Ou seja, poderemos
assumimos com muito gosto e entusiasmo. concretizar mais apoios financeiros aos clubes.
São estes os objetivo da televisão.

Que aspetos gostaria de destacar no seu programa


eleitoral?
Quando sufragámos o nosso projecto, tínhamos 30 medidas
“... queremos retomar a tradição e garantir que
avulsas que sistematizámos em seis áreas de atuação a AFL Magazine seja o eco da Associação e dos
específica, no futebol, na arbitragem, nos serviços, entre
outros. Mas para os próximos três anos e meio gostaria de clubes, tornando-nos ainda mais próximos.”
destacar três grandes pilares. O primeiro, e a nossa princi-
pal bandeira, será a aquisição de uma nova sede.
Este edifício no Chiado é histórico e emblemático mas,
infelizmente, pouco funcional para os dias e as exigências Que tipo de edifício idealiza para a nova sede?
de hoje. É um edifício que está longe dos clubes e que não Queremos um edifício que seja muito funcional e que tenha
é nada facilitador na deslocação física destes às instalações sido concebido de raiz não para fins habitacionais mas
da AFL. Como consequência, e porque entendemos que a para poder receber serviços e o público. Isto é, que esteja
AFL tem de ser sempre a casa dos clubes, queremos alienar convenientemente infraestruturado, que esteja localizado
este património e adquirir uma nova sede. Este é um projeto numa área de estacionamento mais fácil ou muito próximo,
que vamos concretizar integralmente até ao final de 2018. que disponha de transportes públicos céleres, que possua
O segundo pilar consiste na constituição de um canal de espaços que permitam albergar convenientemente o nosso
televisão próprio e emitir através de cabo. É um projeto para Museu, tornando-o mais “visitável” e acolhedor ao público,
levar a cabo na segunda metade deste mandato e será uma que os serviço administrativos possam funcionar com con-
verdadeira inovação no panorama nacional. dições ótimas de trabalho, etc.
O terceiro grande pilar, e imagem de marca da AFL, é a pro- Eu resumiria tudo a três “qualidades”: bons acessos e esta-
ximidade com os clubes. Queremos estar permanentemente cionamento fácil, funcionalidade e uma infraestrutura que
ao pé de cada clube, independentemente da sua dimensão. permita maior celeridade na resposta aos clubes.
Temos os grandes clubes de Lisboa, como o Sporting, o
Benfica, o Belenenses e o Estoril, mas também outros 270 O que pretende a Associação com a criação da AFL
espalhados pelo distrito e que são, em plano de igualdade, Magazine?
a nossa principal razão de atuação. Queremos estar
A AFL teve, desde longa data, jornais e revistas editados em
presentes em todos os concelhos, independentemente da
papel e que foram os seus órgãos de comunicação social
relevância das provas que os clubes desses municípios
oficiais durante muitos anos. Estes órgãos, no fundo, foram
disputarem.
uma das bases de proximidade com os clubes, uma espécie
de cimento da vida associativa, entre outros, e que fornecia
Como é que o projeto da televisão pode ajudar os coesão e divulgação às suas diferentes atividades. A atual
clubes? direção achou que tinha chegado a altura de retomar essa
Antes de mais irá contribuir para uma muito maior divul- antiga tradição, sem prejuízo de estarmos também presen-
gação daquilo que os clubes fazem. Pouca gente terá noção tes no mundo digital através das redes sociais e do nosso
da verdadeira responsabilidade social que os clubes de site na web. Como disse inicialmente, na primeira década
Lisboa têm. Há muitos clubes do distrito que dão a única deste século, a AFL perdeu capacidade de comunicação,
alimentação que os seus atletas recebem. Há presidentes quer externamente, para a sociedade em geral, quer, mais
de clubes que pagam do seu bolso a alimentação dos grave, internamente, para os seus associados. É por isto
benjamins, infantis, juvenis, enfim… É um imenso trabalho que queremos retomar a tradição e garantir que a AFL
social que a AFL quer publicitar a nível nacional. Depois, Magazine seja o eco da Associação e dos clubes, tornando-
julgamos que com tudo aquilo que os clubes organizam, nos ainda mais próximos. ►

AFL 9
Está satisfeito com os resultados até agora? Dê-nos alguns exemplos de vitórias da AFL…
Eu nunca estou satisfeito e sou daqueles que ambiciona A grande vitória da AFL foi a comunhão e a grande proxi-
sempre mais (risos). Tem sido feito um grande esforço nos midade entre todos os clubes e a Associação. É aqui que
últimos anos para recuperar a capacidade comunicacional reside a nova força da AFL e dos seus associados. Mas
que a AFL teve num passado mais longínquo. Por isso claro que posso destacar outras grandes causas, como
vamos apresentar já em outubro o nosso novo site, com a inclusão do vencedor da Taça da AFL e das outras Asso-
um visual muito bonito e atrativo, muito mais intuitivo e ciações distritais e regionais na Taça de Portugal. Ou,
fácil de manusear pelo nosso público. Além disso dispõe ainda, outra das batalhas lideradas por nós que foi a “luta”
de novas valências e funcionalidades para os clubes. contra o fim do policiamento nos recintos desportivos.
Não fazia sentido, numa altura em que as novas tecnolo- Com a nossa força, com a força dos nossos clubes, conse-
gias estão a chegar em força ao futebol, insistir em guimos que o então Governo da República recuasse numa
soluções ultrapassadas. das leis mais absurdas alguma vez produzida em demo-
Veja-se o exemplo da “Score”, a nova plataforma da cracia. Mas, enfim, não queria destacar individualmente
Federação Portuguesa de Futebol. Tudo está a mudar no todas as vitórias por nós alcançadas. Essas deverão ser
nosso desporto e as Associações têm de ter esta capaci- enumeradas e catalogadas quando se fizer a História
dade de dar resposta diária aos seus clubes, integrando destes mandatos.
e participando na revolução das novas tecnologias.

Como caracteriza a relação da AFL com os seus “A grande vitória da AFL foi a comunhão
parceiros? e a grande proximidade entre todos os
A melhor possível. Muito boa mesmo. Quer com a
Federação Portuguesa de Futebol, que é a casa mãe clubes e a Associação.”
das Associações, quer com todos os organismos ligados
ao futebol, temos uma relação que considero excelente.
Aliás, nos últimos anos, tem prevalecido nesta casa a Como gostaria de deixar a AFL?
orientação de considerar todos os nossos parceiros como Como já disse, penso que agora a Associação tem um novo
de excelência e queremos continuar a trabalhar com todos. protagonismo e uma voz mais forte no contexto nacional.
O que não fazemos, como aconteceu outrora, é andar atrás Claro que pôr ao serviço dos clubes uma nova sede e o
de qualquer interesse político-desportivo ou de qualquer canal de televisão são causas que assumi pessoalmente,
entidade ou grupo de interesse. Temos uma voz própria e em conjunto com toda a Direção, e que vão conferir uma
independente, e temos as nossas ideias que umas vezes nova dimensão à AFL. Mas confesso que não gostaria
triunfam, outras vezes nem por isso. Mas isso faz parte da de terminar o meu mandato sem ver um clube de Lisboa
própria essência do processo democrático. ganhar uma competição europeia de futebol ou de futsal.
Penso que uma vitória dessas seria como a cereja no topo
do bolo. ■

10 AFL
Plataforma Score
Futebol e tecnologia de mãos dadas
Implementada no ano transato de forma algo titubeante, a Plataforma Score está agora a consoli-
dar-se na gestão interna das associações de futebol distritais e regionais. A Associação de Futebol
de Lisboa não foge há regra e já proporciona aos seus clubes filiados esta ferramenta tecnológica,
qual back office do nosso futebol.

Dia após dia a tecnologia tem regista- De forma a obstar a esse cenário, im- Este novo sistema veio permitir aos
do uma evolução contínua, colocando- plementou a Federação Portuguesa de clubes procederem às inscrições dos
-se ao serviço de inúmeras áreas, num Futebol, no início da época passada, seus jogadores, treinadores, dirigentes,
quadro de otimização de recursos mas uma plataforma de gestão desportiva, massagistas, entre outros agentes
particularmente enquanto instrumento a qual tem associada e integra as va- desportivos, através da via informáti-
facilitador de processos, sejam estes riadas componentes inerentes à ativi- ca, nas suas próprias instalações, há
de que índole forem. Talvez por isso, dade desportiva, desde as já referidas distância de um clique, evitando assim
seja lugar-comum afirmar-se que a inscrições de jogadores e restantes as repetidas e por vezes inoportunas
tecnologia é vista cada vez com maior agentes desportivos, passando pela deslocações à sede da Associação e
importância na adestração de métodos organização dos quadros competitivos respetivos serviços administrativos.
e sua operacionalização. e seus resultados, para além de outras
Indubitavelmente, o futebol não podia valências. Por outro lado, a Plataforma Score e
estar alheado desse paradigma. Isto, numa altura em que as preocupações
a crer numa perspetiva de constante Refiro-me à denominada Plataforma ambientais são cada vez maiores, veio
melhoria da qualidade dos serviços Score. Um mecanismo cuja adesão possibilitar uma sempre desejável des-
a que os clubes têm que recorrer, no- inicial foi pouco significativa, até pela burocratização de todo o processo de
meadamente em termos de atos admi- indispensável adaptação que urgia inscrições e o consequente abandono
nistrativos, como sejam as inscrições fazer nos sistemas informáticos de do recurso à infindável quantidade de
de jogadores e demais agentes cada associação de futebol distrital e papel até então imprescindível para
desportivos, cuja maior torrente ocorre regional, não só ao nível de inscrições materializar as ditas inscrições.
no início de cada época futebolística, como também em termos de procedi-
com natural impacto na já de si des- mentos de tesouraria e contabilidade, Mormente o período de inscrições se
mesurada labuta a que os dirigentes mas que na presente época desportiva, estenda por longos meses, é nesta
dos clubes estão sujeitos. 2017/2018, está perto de ser acolhida altura que se verifica o pico mais alto
pela quase totalidade do universo do em termos das mesmas, em particular
futebol associativo distrital, no qual se dos atletas dos escalões de formação
inclui, naturalmente, a Associação de que vão competir nas provas de âmbito
Futebol de Lisboa. distrital e que agora se vão iniciar,
o qual, até aqui, provocava um exacer-
bado volume de trabalho e obrigatória
afetação de recursos humanos nos
“Este novo sistema veio per- serviços da Associação de Futebol de
mitir aos clubes procederem Lisboa, como, julgamos nós, em todas
as suas congéneres. Talvez por isso,
às inscrições dos seus jogado- seja interessante relevar e tendo em
res, treinadores, dirigentes, conta aquilo que são os números
disponibilizados, a enorme aceitação
massagistas, entre outros por parte dos clubes filiados na Asso-
agentes desportivos, ...” ciação de Futebol de Lisboa a este
novo instrumento e os naturais benefí-
cios que daí advêm, não só para os clu-
bes como também para a Associação.

12 AFL
“... a tecnologia é vista cada vez com maior Até ao momento e sempre levando
em conta as naturais adaptações e
importância na adestração de métodos e sua até mesmo aquisição de equipamento
operacionalização.“ informático por parte dos clubes que
importou fazerem, podemos afirmar
perentoriamente que é já um número
considerável de clubes nossos filiados
Foto © AFL
que utilizam a Plataforma Score. Dado
Interface da plataforma score interessante e que confirma a receti-
vidade a que anteriormente aludi por
parte dos clubes em seguir um novo
caminho, mais prático e eficaz, através
do recurso às novas tecnologias.

Mais relevante ainda, o podermos


constatar a alteração de rotinas que se
revelavam altamente burocráticas para
uma ação de cariz quase simplista.
Contudo, o grau de adesão plena será
o objetivo a atingir. Acreditamos que tal
será conseguido. Pela Associação de
Futebol de Lisboa, mas em particular
pelos seus clubes filiados e graças ao
mérito que aos mesmos pertence e
evidenciam.

Nuno Pedro
Vogal da Direção da Associação de Futebol de Lisboa

AFL disponibiliza novo site


A Associação de Futebol de Lisboa disponibiliza desde o início do
mês de outubro, uma nova plataforma digital, dando pressecução a
uma renovada orientação na política de comunicação, não só com
os clubes seus filiados, bem como com todos os que se interessam
pela sua atividade.

Nesse sentido, no âmbito daquilo que tem sido desígnio da direção


da AFL e que passa por prestar uma informação mais completa e
de acesso mais facilitado a todos os utilizadores, em particular aos O novo site, cujo endereço é www.afl.pt, apresenta
nossos clubes filiados tendo em conta a informação de caráter insti- um layout mais atrativo e dinâmico, a que acrescem
tucional que é disponibilizada, nomeadamente comunicados oficiais, novos menus e um conjunto de novas funcionali-
dades que vão permitir uma navegação mais
deliberações disciplinares, calendarizações, arbitragem, para além
simplificada, mais rápida, com a particularidade
de outras notícias de relevante interesse, esta nova plataforma digi-
de estar integrada com as diversas redes sociais
tal, é nossa convicção, vai de encontro aquilo que são os interesses e adaptado aos vários dispositivos móveis.
e acima de tudo necessidades de todos os internautas.

www.afl.pt

AFL 13
SOMOS
ARBITRAGEM

Entrega de diplomas Árbitros de Futebol


Fotos © MJF
SOMOS
ARBITRAGEM
A direção da Associação de Futebol de Lisboa está de parabéns. A edição da AFL Magazine é mais uma iniciativa que
visa servir o futebol lisboeta, com o carimbo de qualidade a que a Associação lisboeta já nos habituou. Com a sua
revista passa a existir mais um veículo de comunicação da AFL com os seus clubes e restantes entidades, tornando-
a uma das maiores do país.
O espírito de comunicação, transparên- Mas sem contarmos a nossa história Não se entenderá que os árbitros são
cia e diálogo são pilares essenciais nunca o público perceberá a nossa os primeiros a querer melhorar e fazer
para a atividade desenvolvida pelo realidade. Nunca será entendido bem, mas que os seus treinos em jogo
Conselho de Arbitragem da Associação que a falta de árbitros fez reduzir as são efectuados em competição.
de Futebol de Lisboa. Desde que equipas de arbitragem de três para Sem aceitarmos que nos façam per-
tomámos posse, em dezembro de dois elemen-tos, que a necessidade de guntas, nunca poderemos responder
2016, procurámos transformar uma servir todos os jogos provoca que os que o Conselho de Arbitragem (CA) da
arbitragem fechada em si tornando-a árbitros terminem os fins-de-semana AFL faz, na normalidade competitiva,
mais próxima de todos os restantes com três ou quatro jogos dirigidos, mais de 700 nomeações por sema-
agentes, clubes, dirigentes, treinado- muitas das vezes fazendo as refeições na, entre futebol e futsal. E mesmo
res, jogadores, entre outros, e estando em trânsito entre jogos. Nunca será durante o mês de agosto, quando as
permanentemente abertos ao diálogo compreendido que os árbitros, agora equipas começavam a preparação
com os pais dos jogadores que, sema- com os Centros de Treino, começam para uma nova época, o CA nomeou
nalmente, também nos abordam. finalmente a ter condições de trabalho para competições de futebol de praia
já que antes treinavam sozinhos, em e para o torneio de abertura da AFL
A arbitragem e os árbitros que a com- autogestão e sem um plano, após um disputado com equipas do Campeo-
põem são parte integrante do nosso dia de trabalho. nato Portugal. Também programou
futebol e não podem ser afastados e as reciclagens e provas de avaliação
muito menos se devem distanciar. Sem darmos a conhecer a nossa física e teórica dos cerca de 650 árbi-
Ninguém está acima de ninguém, vivência, nunca será entendido que tros e observadores ativos. Como se
apenas temos todos funções e respon- os árbitros também fazem os seus não bastasse ainda, está o CA da AFL
sabilidades diferentes. primeiros jogos e erram por inexpe- determinado em realizar novos cursos
riência, tal como os atletas. de candidatos a árbitros, a iniciar já
em outubro.
16 AFL
Árbitros da Final da Taça AFL 2016/17
Foto © Rogério Sarzedo

Vamos já nesta época de 2017/2018


aplicar um projeto de formação aos
nossos árbitros, promovendo com- CURIOSIDADES CA AFL
petências comportamentais que lhes
permitam lidar com situações de con- Número de Árbitros da AFL
flito e que os tornem a todos líderes
496 Futebol
naturais, que tenham autoridade sem
ser autoritários e que sejam o espelho
de uma arbitragem moderna, com-
688 166 Futsal
26 Futebol Praia
petente e eficaz no cumprimento das
regras do jogo. Árbitros Formados na época 2016/17

135
87 Futebol
Mas como compreenderão o CA da 27 Futsal
AFL precisa dos seus melhores ativos 21 Futebol Praia
que não estão apenas dentro de
campo. Temos cinco dos melhores e
mais exemplares núcleos de árbitros
Centro de Treinos
Academia Militar
3
de futebol do país (Sintra, Lisboa,
Brandoa Amadora, Póvoa de Santa Iria Amadora
e Torres Vedras) que, semanalmente Torres Vedras
e no terreno, acompanham e formam
os nossos árbitros trabalhando em Núcleos de Árbitros
sintonia com o CA. Brandoa-Amadora

5
Lisboa
Só uma arbitragem melhor servirá um Póvoa de Santa Iria
futebol melhor. Contem connosco. Sintra
Torres Vedras
Luis Estrela
Presidente do Conselho de Arbitragem

AFL 17
O Projeto
Videoárbitro
Vamos simplificar?
Este projeto está ainda em fase de Assim, o lema de ”Mínima interven-
testes. No entanto, a FPF - tal como a ção, máxima eficácia“ faz todo o
federação holandesa e algumas ou- sentido, nesta fase inicial.
tras - receberam o aval da Comissão A ideia é que o recurso ao VA seja
Técnica do IFAB para avançar nesta de caráter absolutamente excecional
época com os chamados jogos live e corrija decisões quando os tais
(aqueles que permitem intervenção lances forem claros e óbvios e que
direta nas decisões do árbitro). não deixem margem para quaisquer
dúvidas. Significa isso que muitas das
O nome oficial é VAR - Video Assistant situações a que assistimos na última
Referee. Em português, VA - Video- época e que resultaram em golos,
árbitro. É quem terá a missão de ver penaltis ou expulsões poderiam não
o jogo, observando todas as imagens ter sido alvo dessa revisão, porque
disponíveis de forma a identificar, muitas foram dúbias, incertas ou cin-
com precisão e clareza, qualquer zentos. E desde que gere discussão,
erro grosseiro e evidente que possa fica de fora.
ocorrer.
No jogo, a intervenção do VA ocorre,
Que erros são esses? Os que resul- em princípio, por solicitação do árbi-
tem numa das seguintes 4 situações: tro mas ele pode, por sua iniciativa,
golos, pontapés de penálti, expulsões recomendar a revisão de um lance
diretas ou engano/troca na amostra- do qual esteja seguro que deva ser
gem de cartões. retificado. Quando o árbitro apita
para punir uma das tais infrações,
Isto significa que caso o VA detete um o jogo está interrompido e basta
erro que não resulte nos quatro pro- confirmar o acerto ou não da deci-
tocolados, está impedido de intervir. são. Quando entende não punir, o
Exemplos: erro na amostragem de jogo segue e caso o VA tenha ficado
segundo cartão amarelo, fora de jogo com dúvidas, fará uma revisão, em
mal assinalado (sem consequência silêncio, do lance: se estiver certo que
direta no resultado), advertência mal o árbitro errou, pede-lhe que interrom-
efetuada, cantos por assinalar, etc. pa a partida (em zona neutra), anulan-
do tudo o que de técnico aconteceu
Apesar de poder parecer censurável, entretanto (desde que o jogo não
o raciocínio que preside a essa opção tenha recomeçado).
é sensato e coerente: se todas as
partidas fossem interrompidas para O VA ficará junto ao estádio, numa
que cada decisão pudesse ser video- carrinha de exterior ou, preferenci-
avaliada, o jogo pararia dezenas de almente, numa zona centralizada
vezes. Isso significaria o fim do fute- (como acontece no nosso campeo-
bol, tal como o conhecemos: nato, em que estão na Cidade do
com dinâmica, velocidade e emoção. Futebol).

18 AFL
A função do VA deve ser desempenhada por um árbitro,
ex-árbitro que tenha abandonado recentemente ou por outro
que ainda esteja ligado à arbitragem.

Diz o protocolo internacional que a


função do VA deve ser desempenhada
por um árbitro, ex-árbitro que tenha
abandonado recentemente ou por
outro que ainda esteja ligado à
arbitragem. Deve ter, no mínimo, o
mesmo estatuto e categoria do seu
colega de campo.

No entanto, em cada jogo, será apen-


as mais um assistente. A decisão final
cabe sempre ao chefe de equipa,
que pode optar por aceitar a sua
indicação ou revê-la em campo (num
écran, em zona afastada e tranquila).

A função de VA requer formação


contínua para que este possa aliar
à serenidade do discurso e imuni-
dade à pressão o conhecimento
das leis, a fluidez de comunicação e,
sobretudo, a eficácia da decisão no
menor tempo possível.
É fundamental que o técnico que o
acompanhe tenha idêntica sensibi-
lidade. As rotinas melhoram se as
equipas foram (quase) fixas.

O VA deve ter o apoio de um assistente


(AVA) que tem por missão acom-
panhar o seguimento do jogo quando
o VA estiver a rever um lance, anotar
todos os incidente e lances revistos
e comunicar ao operador o resultado
da revisão. Essa função deve ser
ocupada por outro árbitro ou árbitro
assistente.

por Duarte Gomes


Foto © FPF

AFL 19
Estádio Manuel Marques, Torres Vedras
Assistência: Cerca de 300 espectadores
Árbitro: Nuno Pires
Árbitros Assistentes: Tiago Fernandes e Vítor Veigas
4º Árbitro: Miguel Libório

20 AFL
Lourinhanense conquista

Supertaça AFL
Um golo solitário obtido já perto do final do encontro
acabou por ditar o vencedor da Supertaça AFL, com
o Sporting Clube Lourinhanense a enriquecer o seu
palmarés com a conquista de mais este troféu.
Fotos © José Cruz

AFL 21
Quadro de Vencedores

2016/ 2017
Sporting Clube Lourinhanense
O Estádio Manuel Marques, O vencedor acabaria por ser 2015/2016
em Torres Vedras, foi palco da encontrado já perto do final do UD Vilafranquense, Futebol SAD
discussão de mais uma edição jogo, com Ricardinho, pleno de 2014/2015
da Supertaça AFL, competição oportunidade dentro da área do
Real Sport Clube
que colocou em confronto o Clube Pêro Pinheiro, a rematar com êxito
Atlético Pêro Pinheiro, vencedor para o fundo da baliza, materiali- 2013/2014
do Campeonato Pró Nacional, e zando dessa forma a conquista do Atlético Clube da Malveira
o Sporting Clube Lourinhanense, troféu por parte do Sporting Clube
2012/2013
formação que conquistou a Taça Lourinhanense.
AFL, troféus estes respeitantes à Grupo Sportivo Loures
temporada 2016/2017. A noite acabou em festa para as 2011/2012
hostes verdes e brancas, cujo Sporting Clube Lourinhanense
Num jogo pautado pelo equilíbrio, ponto alto aconteceu com a ent-
2010/2011
pese embora as equipas militarem rega da Supertaça ao capitão do
em escalões diferentes do nosso Lourinhanense, João Ferreira, por Futebol Clube Alverca
futebol, com a particularidade do parte do presidente da direção da 2009/2010
Clube Atlético Pêro Pinheiro dis- Associação de Futebol de Lisboa, Sport Grupo Sacavenense
putar o Campeonato de Portugal Nuno Lobo.
2008/2009
e o Sporting Clube Lourinhanense
competir na divisão maior do fute- Grupo Desportivo Ericeirense
bol lisboeta, o que é facto é que 2007/2008
essa diferença não se fez notar.
Casa Pia Atlético Clube

22 AFL
Clube Atlético Pêro Pinheiro
Treinador: Marco Guerreiro
1 Ivan Dias
22 Flávio Passos (86m)
13 Ricardo Santos (45m)
16 Nelson Graça
30 Eduardo Simões
5 Tiago Francisco (Cap.)
6 Tiago Honrado (Sub-Cap.)
11 Luís Leite
20 Leandro Levi (69m)
23 Rodrigo Pinto
7 Bruno Martins

42 Carlos Santilha
14 Francisco Moucheira (86m)
18 Cláudio Jerónimo
12 João Silva
4 Ilmo Ferreira
19 Leonel Robalo (69m)
2 João Oliveira (45m)

Disciplina
C. Amarelo:
Ricardo Santos (35m)
Tiago Honrado (76m)

Sporting Clube Lourinhanense


Treinador: André Tomás

28 Diogo Oliveira
2 Sílvio
30 Manu (Sub Cap.)
17 Tiago Alves
5 Doritos
3 Alverca
10 Fábio Amorim (90+1m)
8 Bernardo
9 Paulinho (60m)
28 João Ferreira (Cap.)
7 Gabi (60m)

99 Rui Oliveira
15 Diogo Carvalho
11 Sérgio Amorim (60m)
14 João Gaspar
13 Ricardinho (60m)
22 Marco Ramos (90+1m)
18 Diogo Rodrigues

Disciplina
C. Amarelo:
Doritos (70m) e Ricardinho (72m)

Supertaça - 6 setembro 2017 Golo: Ricardinho (87m)

1:0
AFL 23
Quadro de Vencedores
ASSOCIAÇÃO DE FUTEBOL DE LISBOA
ÉPOCA 2016/2017

Futebol de Onze – Provas Ordinárias Futebol de Onze – Provas Extraordinárias

Campeonato Distrital Pró Nacional Taça AFL “Carla Couto”


Clube Atlético de Pero Pinheiro Clube Futebol Benfica
Campeonato Distrital I Divisão Honra Torneio Extraordinário Juniores “A” II Divisão
Clube Futebol Benfica Clube Desportivo Vila Franca do Rosário
Campeonato Distrital I Divisão Torneio Extraordinário Juniores “B” II Divisão
Sport Grupo Sacavenense “B” Associação Desportiva Bobadelense
Campeonato Distrital II Divisão Torneio Extraordinário Juniores “C” II Divisão
Grupo Desportivo Estoril Praia Grupo Sportivo de Loures
Taça “Associação Futebol de Lisboa” Torneio Extraordinário Juniores “C1” (Inic./13 anos)
Sporting Clube Lourinhanense Sport Grupo Sacavenense
Supertaça
Sporting Clube Lourinhanense
Campeonato Distrital Juniores “A” I Divisão - Honra
Sporting Clube Linda-A-Velha
Campeonato Distrital Juniores “A” I Divisão Futsal – Provas Ordinárias
Atlético Clube do Cacém
Campeonato Distrital Juniores “A” II Divisão Campeonato Distrital I Divisão Honra
Grupo Desportivo União Ericeirense Grupo Desportivo Estoril Praia
Campeonato Distrital Juniores “B” I Divisão - Honra Campeonato Distrital I Divisão
Sport Lisboa e Benfica, SAD Soc. Recreativa Os Bem Entendidos de Albogas
Campeonato Distrital Juniores “B” I Divisão Taça “Associação Futebol de Lisboa”
Clube Futebol Benfica Grupo Desportivo Estoril Praia
Campeonato Distrital Juniores “B” II Divisão Supertaça
Futebol Clube O Despertar de Casal de Cambra Grupo Desportivo Estoril Praia
Campeonato Distrital Juniores “C” I Divisão - Honra Campeonato Distrital Juniores “A” I Divisão - Honra
Sport Lisboa e Benfica, SAD Clube de Futebol de Sassoeiros
Campeonato Distrital Juniores “C” I Divisão Campeonato Distrital Juniores “A” I Divisão
Sporting Clube de Portugal, SAD Associação de Moradores Santo António Cavaleiros
Campeonato Distrital Juniores “C” II Divisão Campeonato Distrital Juniores “A” II Divisão
União Desportiva Vilafranquense Clube Futsal de Oeiras
Campeonato Distrital Juniores “C1” (Iniciados/13 anos) Campeonato Distrital Juniores “B” I Divisão - Honra
Sport Grupo Sacavenense Clube Recreativo Leões de Porto Salvo
Campeonato Distrital Juniores “D2” (Infantis/12 anos) Campeonato Distrital Juniores “B” I Divisão
Sporting Clube de Portugal, SAD Clube Desportivo e Recreativo “Os Vinhais”

24 AFL
Futsal – Provas Ordinárias Equipa Mais Regular – Prova Ordinária

Campeonato Distrital Juniores “B” II Divisão Campeonato Distrital Juniores “E”


Clube Social e Desportivo Bairro da Boavista Sporting Clube de Portugal
Campeonato Distrital Juniores “C” I Divisão - Honra
Sport Lisboa e Benfica
Campeonato Distrital Juniores “C” I Divisão
Clube de Futebol de Sassoeiros Futebol de Nove – Provas Ordinárias
Campeonato Distrital Juniores “C” II Divisão
Sporting Clube de Portugal Campeonato Distrital Juniores “D”
Campeonato Distrital Juniores “D” Sport Lisboa e Benfica
Sporting Clube de Portugal
Campeonato Distrital Feminino I Divisão - Honra
Clube Futebol Santa Iria
Campeonato Distrital Feminino I Divisão
Futebol de Sete – Provas Ordinárias
Clube de Futebol “Os Belenenses”
Campeonato Distrital Feminino - Juniores “A” - Sub/19 Campeonato Distrital Feminino - Juniores “B” - Sub/17
Sport Lisboa e Benfica Sporting Clube de Portugal
Campeonato Distrital Feminino - Juniores “B - Sub/17 Campeonato Distrital Juniores “D2” (Infantis/12 anos)
Sporting Clube de Portugal Sport Lisboa e Benfica
Campeonato Distrital Feminino - Juniores “C” - Sub/15 Campeonato Distrital Juniores “D1” (Infantis/11 anos
Sport Lisboa e Benfica Clube de Futebol “Os Belenenses”

Futsal – Provas Extraordinárias Futebol de Sete – Provas Extraordinárias

Taça Honra AFL / CM Odivelas Seniores Masculino Campeonato Municipal Torres Vedras – Juniores “D”
Sporting Clube de Portugal Cerca Futebol Clube
Taça Honra AFL / CM Odivelas Seniores Feminino
Sport Lisboa e Benfica
Torneio AFL Juniores “A” – Sub/20
Sporting Clube de Portugal
Torneio Extraordinário Feminino I Divisão - Honra Equipa Mais Regular – Provas Ordinárias
Instituto Superior Técnico
Torneio Extraordinário Juniores “A” I Divisão - Honra Campeonato Distrital Juniores “E2” (Benjamins/10 anos)
Clube Académico de Desportos Sporting Clube de Portugal
Torneio Extraord. Feminino Juniores “B” I Divisão - Honra Campeonato Distrital Juniores “E1” (Benjamins/9 anos)
Clube Futsal de Oeiras Sport Lisboa e Benfica
Torneio Extraord. Feminino Juniores “C” I Divisão - Honra
Clube Futsal de Oeiras
Torneio Extraordinário Feminino Juniores “A” - Sub/19
Clube de Futebol “Os Belenenses”

AFL 25
O percurso da Seleção de Lisboa na Taça da Regiões teve um
registo de 3 vitórias e 3 empates, com um total de 8 golos
marcados e 3 sofridos. Uma prestação positiva em busca da
experiência necessária para melhorar ainda mais a participação
em grandes provas internacionais.

UEFA 2017
Foto © FPF

REGIONS CUP
A UEFA Regions Cup® é uma competição
bianual de futebol dirigida a selecções ama-
UEFA Regions Cup® 2017 – Finalistas
Aqui, o percurso da Seleção de Lisboa teve
doras de toda a Europa. A fase final da prova
igualmente um registo de três vitórias e três
disputou-se este ano em Istambul, na Turquia,
empates, com um total de onze golos marca-
de 1 a 9 de Julho, sendo Portugal represen-
dos e seis golos sofridos. Na Fase Intermédia,
tado pelo colectivo da Associação de Futebol
disputada na cidade polaca de Legnica, qua-
de Lisboa. Para garantir a sua presença na
lificou-se em primeiro lugar, com três vitórias
UEFA Regions Cup®, a Seleção de Lisboa teve
e sem consentir golos. O conjunto de Lisboa
de se sagrar Campeã Nacional de Seleções,
continuou assim a fazer história, garantindo
ao vencer a Taça das Regiões da Federação
um lugar na Fase Final da prova e juntando-se
Portuguesa de Futebol 2015/2016, troféu
ao restrito lote das oito Seleções Finalistas da
esse que veio enriquecer ainda mais o Museu
10ª Edição da UEFA Regions Cup.
da AFL já que se tratou da primeira vez que foi
conquistado.
Na Fase Final disputada em Istambul, a co-
mitiva ficou instalada no moderno Complexo
Foi muito positiva a prestação da equipa de
Desportivo da Federação Turca de Futebol, e
Lisboa logo nesta fase zonal, disputada em
onde decorreram todos os jogos do Grupo A.
Évora. A AFL qualificou-se em primeiro lugar,
A AFL classificou-se na 3ª posição do Grupo
com uma vitória e dois empates e, na fase
A, com três empates, um dos quais contra a
final, jogada na Guarda, obteve duas vitórias
seleção que se sagrou Campeã Europeia, a
e um empate, sagrando-se Vencedora da
Croácia. No último jogo, a vitória garantiria
Taça das Regiões. Feito histórico, pois nunca
uma medalha à seleção portuguesa.
em nove edições tinha vencido a prova. Esta
Mas, apesar de ter dominado por completo o
importante conquista garantiu o apuramen-
adversário, num jogo que pecou pela ineficá-
to para a Fase Intermédia da UEFA Regions
cia ofensiva, na sequência de um lance de
Cup®, que teve lugar na Polónia em Setembro
infelicidade já nos últimos 30 segundos
de 2016. Este feito mereceu por parte da
do jogo, acabou por conceder o empate à
Câmara Municipal de Lisboa a receção de
seleção turca e a correspondente medalha.
toda a comitiva da AFL nos Paços do Concelho,
onde a Seleção de Lisboa foi distinguida e
homenageada pelo apuramento para a UEFA
Regions Cup®.
26 AFL
„... a seleção de Lisboa, sob o comando do
selecionador Marco Guerreiro, efectuou
um percurso considerado pela maioria dos
observadores como tendo sido de grande
prestígio.“

Foto © UEFA

Class. Grupo A J V E D Pontos Class. Grupo B J V E D Pontos

1° Zagreb 3 2 1 0 7 1° Regions 2 3 2 1 0 7

2° Istambul 3 1 1 1 4 2° South Region 3 2 0 1 6

3° Lisboa 3 0 3 0 3 3° Castilla y León 3 1 1 1 4

4° Ingulec 3 0 1 2 1 4° Olomouc 3 0 0 3 0

Balanço
Ao longo dos últimos dois anos, a seleção de A seleção lisboeta ficou em 3º lugar
Lisboa, sob o comando do selecionador Marco
Guerreiro, efetuou um percurso considerado do Grupo A na fase de grupos da Fase
pela maioria dos observadores como tendo sido Final da competição. Em que empatou
de grande prestígio. Efectivamente, sagrou-se todos os jogos, marcou 3 golos e sofreu
vencedora da Taça das Regiões e foi Finalista da
UEFA Regions Cup® sem conceder qualquer der- 3 golos. Zagreb do Grupo A e Regions
rota, num total de doze jogos oficiais disputados, 2 do Grupo B disputaram a Final com a
somando seis vitórias e seis empates, com um primeira a sagrar-se campeã.
registo de 19 golos marcados e 9 golos sofridos.

As exibições da Seleção de Lisboa na Fase Final Para o leitor poder ter uma noção aproximada
mereceram ainda elogios da imprensa local da quantidade do trabalho desenvolvido na sua
e dos adversários diretos, mas não foram su- preparação, refira-se que a seleção de Lisboa
ficientes para um melhor desfecho muito por realizou ao todo 35 treinos em dois anos, alguns
força da qualidade e, sobretudo, da maior dos quais na Cidade do Futebol, gentilmente
experiência das seleções oponentes. De desta- cedida pela Federação Portuguesa de Futebol.
car que ao longo do processo, foram chamados Para terminar, não podemos deixar de referir
aos treinos de preparação mais de 50 jogadores que esta primeira participação permitiu à
representantes da grande maioria dos Clubes seleção de Lisboa adquirir um experiência
militantes na Divisão Pró-Nacional de Lisboa riquíssima a todos os níveis, desportivo, social e
e um da Divisão de Honra. humano, que será certamente muito importante
numa futura participação, tendo para isso, muito
Para a Taça das Regiões (Fases Zonal e Final), contribuído o trabalho e colaboração dos clubes
o selecionador da AFL chamou outros 24 joga- de Lisboa, que ao longo deste longo trajeto,
dores. Nas fases Intermédia e Final da UEFA cederam os seus atletas, e pelos quais natural-
Regions Cup® participaram igualmente 24 mente terá de ser dividido todo este sucesso.
jogadores, embora apenas nove possam ser
considerados totalistas. por Marco Guerreiro
Ex-Treinador Seleção de Lisboa

AFL 27
L
FUTEBO

AS CRAQUES
DE LISBOA
A equipa feminina de futebol de onze do
Sporting Clube de Portugal (SCP) soma e
lote, realçando a contribuição dada
pelo clube leonino para a modalidade.
Mas foi só em 2016, quando a
Federação Portuguesa de Futebol
segue. Imparáveis, as ”leoas” de Lisboa É verdade que já em julho de 1994, decidiu apostar num salto qualitativo
mostraram toda a sua garra na temporada o Sporting foi pioneiro ao colocar em do Futebol Feminino - convidando os
passada, obtendo indiscutíveis vitórias funcionamento as primeiras Escolas clubes da Primeira Liga a aderirem no
no Campeonato e na Taça. Já esta época de Formação de Futebol Feminino que sentido de valorizarem o projeto - que
acrescentaram a Supertaça a um palmarés existiram em Portugal, numa altura em começou a formar-se a atual equipa,
que não pára de crescer. Até a Associação que ainda não existia competição ao liderada pelo técnico Nuno Cristóvão.
Europeia de Clubes considerou muito nível dos escalões jovens.
recentemente a equipa feminina do SCP
a melhor da Europa.

Estas senhoras são um caso mesmo


muito sério no futebol feminino nacio-
nal e europeu. A garra e a qualidade
de jogo exibidas durante a temporada
passada transformaram a equipa
do Sporting Clube de Portugal em
vencedora crónica de quase tudo o
que havia para ganhar na modalidade.
E não se pense que há aqui ponta de
bairrismo. É que depois de vencer o
Campeonato Nacional, a Taça de
Portugal e, mais recentemente, a
Supertaça portuguesa, a equipa femi-
nina do Sporting foi agora condecora-
da além fronteiras.

Quem o fez foi a Associação Europeia


de Clubes (AEC), que agrupa cerca de
220 emblemas europeus e que consi-
derou as leoas a melhor equipa desse
Fotos © José Cruz - Arquivo “Jornal Sporting“

28 AFL
O Sporting Clube de Portugal foi então Para além disso, foram criadas equi- No dia 25 de fevereiro de 2017 fez-se
um dos quatro clubes da Iª Liga a pas de Juniores e de Juvenis e aberta história no Estádio José Alvalade,
responder afirmativamente à chama- uma escola de formação no Pólo onde pela primeira vez se disputou
da, juntamente com o Sporting Clube Universitário da Ajuda. Também aqui um jogo de Futebol Feminino com
de Braga, o Belenenses e o Grupo os resultados foram excelentes já uma assistência recorde de mais de
Desportivo Estoril Praia. O campeo- que o sucesso da aposta do Sporting 9 mil espetadores, que assistiram à
nato adotou então o formato de todos estendeu-se igualmente à formação vitória do Sporting por 1-0 sobre o
contra todos a duas voltas, com já que o SCP ganhou o Campeonato Sp. Braga. No dia 4 de Junho de 2017,
14 clubes inscritos na 1ª Divisão. Nacional de Juniores e o Campeonato os mesmos emblemas reencontraram-
Regional de Juvenis. Destaque-se -se para uma espécie de tira teimas
E os resultados estão à vista. Em ainda a crescente adesão de público na Final da Taça de Portugal, que se
2017, o Sporting Clube de Portugal que as exibições destas craques de disputou no Jamor, e onde estiveram
conquistou o seu primeiro Campeo- Lisboa está a provocar. presentes 12.213 espetadores.
nato Nacional e a sua primeira Taça
de Portugal, qualificando-se ainda
para a Liga dos Campeões e conquis-
tando o primeiro triplete da sua histó-
ria. Ao aceitar este desafio, a direção
do SCP apostou numa equipa para
ganhar, contratando várias jogadoras
internacionais e um treinador expe-
riente, integrando o setor feminino
na secção de futebol, com todas as
condições de trabalho proporcionadas
pela Academia Sporting.

Taça de Portugal - 4 junho 2017 Supertaça - 3 setembro 2017

2:1 3:1

AFL 29
FUTSAL

AS CRAQUES
Foto © Inês Pereira

DE LISBOA
Taça de Portugal - 14 maio 2017 Na época 2016/2017, a equipa feminina de Futsal do Sport Lisboa e Benfica não deu muitas
hipóteses às adversárias e ganhou tudo o que havia para ganhar. A modalidade jogada no
feminino está a render um impressionante pecúlio ao palmarés do clube da Luz, já com mais
4:3 de 10 conquistas a nível nacional. Temos craques da bola dos dois lados da segunda circular
e é Lisboa que sai a ganhar.

Supertaça - 2 setembro 2017 A equipa feminina de futsal do Sport A vitória na Supertaça de futsal femi-
Lisboa e Benfica (SLB) sagrou-se cam- nina, com vitória por 3-0 frente ao
peã Nacional depois de vencer o Gol- Novasemente, num encontro disputado
3:0 pilheira por 11-0 na 14.ª e última jor- no pavilhão Municipal Mário Mexia,
nada da fase final do Campeonato. No em Coimbra, foi o corolário final de
Pavilhão n.º 2 da Luz festejou-se, diante uma época que dificilmente poderia ter
de muitos sócios, adeptos e familiares corrido melhor. Neste jogo, destaque
das atletas, a conquista do quarto tro- para os dois golos marcados de baliza
féu da temporada 2016/2017. Depois a baliza pela jovem guarda-redes
da Taça de Honra da AFL, Supertaça e encarnada, Ana Catarina. Um gesto
Taça de Portugal, o merecido Campeo- técnico de difícil execução e só ao
nato Nacional. Um triplete inédito no alcance de uma grande craque.
futsal feminino nacional. Ao intervalo,
a formação da Luz já vencia por cinco Depois desta vitória, o técnico do SLB
golos sem resposta. deixava a receita do sucesso e realçava
a prestação das suas jogadoras: “Todas
Mas a verdade é que poucas foram as semanas trabalhamos muito para
as equipas que conseguiram bater o alcançar estes objetivos, quatro títulos
pé ao “cinco” benfiquista. Uma equipa em quatro possíveis, melhor ataque,
que se caracteriza, na opinião do seu melhor defesa, melhor era impossível”.
treinador, Bruno Fernandes, pela hu-
mildade, empenho, trabalho e máximo
respeito por todas as adversárias.

30 AFL
Foto © Isabel Cutileiro

A capitã Inês Fernandes era uma


imagem perfeita do pleno conten-
tamento após o apito final e não se
inibiu de o expressar: “Estou muito
feliz. Tínhamos algum receio deste
jogo porque queríamos muito este
título. Mas acreditámos sempre e é
fantástico estar agora aqui a festejar.
Somos dignas campeãs. Posso dizer,
com orgulho, que sou capitã da melhor
equipa do país”, desabafou a jovem
craque da Luz.

Os títulos alcançados pelo futsal femi-


nino do SLB são fruto de uma arrojado
projeto de investimento do clube juntos
das camadas jovens, junto de quem
desenvolve um profícuo trabalho de
atração de jovens para a prática da
modalidade.

“Todas as semanas trabalhamos muito para


alcançar estes objetivos, quatro títulos em
quatro possíveis, melhor ataque, melhor
defesa, melhor era impossível.” Foto © Inês Pereira

Fotos do Arquivo do jornal “O Benfica”

AFL 31
FUTEBOL
É PAZ
FUTEBOL É ATIVO PARA A PAZ Por simples prazer, como fenómeno a opção clubística é mais forte e dura-
social e de massas, despertador de doura que uma relação amistosa, reli-
Tem mais de cento e cinquenta anos emoções violentas e básicas, giosa ou de negócios. Este fenómeno
a definição das especificações de um de alavanca de milhões e milhões tão apaixonante e pouco racional tem
dos instrumentos que mais satisfação e milhões… tudo para assumir uma dimensão
provoca nos seus utilizadores, quer pública. Tem décadas, a apropriação
sejam grandes ou pequenos: À volta da bola todos intrigam. Mas da glória e sucesso dos vencedores
a bola de futebol. todos invejam. Invejam a fama, mes- em qualquer vertente, mesmo sob a
Longe ficaram os tempos medievais mo transitória, invejam os milhões de capa do interesse público.
de quando as bolas eram feitas que nem todos beneficiam, invejam
de couro com aparas de cortiça e o estatuto quase divino dos que os Ao longo dos tempos olha-se e
de bexigas de animais para serem media promovem e entronizam, nas constata-se o longo abraço dos cam-
insufladas. A evolução do futebol foi primeiras páginas dos jornais e aber- peões – seja de que competição for
acompanhada pela melhoria da qua- turas de noticiários. – para o pretexto da celebração e da
lidade das bolas usadas. A tecnologia Todos sabem de futebol. O futebol associação ao sucesso. Os próprios
também se aplica à arte do pontapé discute-se da multinacional à tasca, desportistas, impulsionados pela sua
e ao fulgor da cabeçada. da praia ao clube privado, da sala popularidade, são arrastados neste
Da borracha à vulcanização, do apuro de espera ao meio da rua. As trans- fulgor e a transformam em valor para
científico até ao material isotrópico. ferências, as equipas, as jogadas, as ganhar os favores dos eleitores.
A bola de futebol no presente pesa decisões (boas e más, consoante o E em muitos momentos, os agentes
menos, mais atrativa, mais macia, beneficiado) os resultados, a classi- desportivos foram parceiros daque-
mas nem por isso mais domável. ficação e o julgamento do campeão les que neles buscam o contágio da
Porém como é que algo com cerca são profundamente discutidos, grita- vitória, a alegria da celebração, o hino
de 70 cm de diâmetro e peso não dos, revistos e revisitados e nunca cantado e a bandeira desfraldada, as-
inferior a 450 gramas condiciona tão concluídos. sentes em milhares de espetadores,
fortemente a sociedade atual, fans, seguidores, ou meros leitores
constituindo um parceiro fundamen- O futebol é pretexto para reuniões à distância de um toque, de um
tal da economia, da sociologia, da de amigos, desavenças conjugais e som, de uma imagem, de um “post”.
política e da história? familiares, suspensão ou condiciona- Contrapartida do benefício, o poder
mento de encontros de trabalho. Tudo político sabe que tem a obrigação do
O futebol lança apelos constantes. serve para a troca de impressões, apoio nas suas várias dimensões.
Todos querem associar-se ao jogo em crescente igualdade de género, e Difícil é encontrar o equilíbrio entre
da bola e aos jogos à volta da bola. serve para a discussão feia, pois que a vertigem da vitória e definição de
32 AFL
estratégias adequadas e politicas
especificas que sirvam, a formação UNIÃO DESPORTIVA
dos mais jovens, o desenvolvimento
dos menos favorecidos, a integração ALTA DE LISBOA
dos menos aptos e a justificação dos
meios investidos. Um exemplo de cooperação
O futebol, a bola, as redes das
e desportivismo
balizas, o campo, são instrumentos
Por muito que alguns queiram fazer crer, o mundo do
visíveis de uma arte pouco racional,
futebol ainda é palco de episódios que revelam bem a
mas onde a racionalidade promo-
nobreza de carácter dos seus protagonistas e das insti-
ve campeões. É o palco certo da
tuições que representam. O que se passou na primeira
emoção. Dentro e fora do campo,
eliminatória da Taça de Portugal da edição da presente
acima e para além da trave e da
época, envolvendo o clube filiado na Associação de Fute-
barra, onde a bola teimosamente
bol de Lisboa, União Desportiva Alta de Lisboa e o emble-
não entra as vezes que os adeptos
ma açoriano do Futebol Clube dos Flamengos, sediado na
sempre querem mais.
ilha do Faial, é bem elucidativo disso mesmo.
Onze de um lado, onze do outro,
Ditou o sorteio da primeira ronda da Prova Rainha do
separados entre si e todos sepa-
futebol português que estes dois clubes se defrontas-
rados da terceira equipa até ao apito
sem no campo do clube lisboeta. Despoletavam-se aí
final. Nas bancadas, na telefonia,
os primeiros problemas para o clube açoriano. Fruto dos
crescentemente nas televisões,
enormes constrangimentos financeiros transversais à
seja no café ou no “pub”, em casa
maioria da realidade dos clubes nacionais, uma deslo-
ou na rua, milhões aguardam em
cação ao continente encerrava sempre despesas avul-
ansiedade, o pretexto da celebração
tadas, nomeadamente nos valores relacionados com o
e para a discussão, porque o final é
custo do alojamento e transporte de toda a comitiva do
gozo e pretexto e confraternização e
Futebol Clube dos Flamengos. Realidade que estava
confronto.
mesmo a colocar em causa a participação do clube
açoreano no jogo da Taça de Portugal, pese embora a
existência do subsídio de deslocação atribuído pela
“O futebol, a bola, as redes das balizas, Federação Portuguesa de Futebol e o respetivo prémio
o campo, são instrumentos visíveis de de participação, mas que só aconteceria à posteriori.
uma arte pouco racional, mas onde a
racionalidade promove campeões. E é aqui que entram em campo, fora das quatro linhas,
refira-se, os dirigentes do clube filiado na Associação de
É o palco certo da emoção.” Futebol de Lisboa. Ao tomarem conhecimento destas
circunstâncias adversas para as pretensões do Futebol
Clube dos Flamengos, os responsáveis do Alta de Lisboa
Alguém disse que o futebol é uma
de imediato se prontificaram a garantir o alojamento
língua universal. Alguns definem que
e transporte de toda a equipa insular, abrindo assim
o futebol é uma batalha sem armas,
caminho para garantir a participação dos açoreanos no
uma guerra sem mortes. Relatos
jogo em causa, o que viria a acontecer.
históricos nos chegam em que jogos
de futebol serviram para amenizar a
Numa nota colateral convém referir que o resultado do
conflitualidade entre rivais.
jogo saldou-se por uma vitória da União Desportiva Alta
Face à latente conflitualidade entre
de Lisboa por quatro bolas a zero e o seu consequente
países e blocos económicos será
apuramento para a segunda eliminatória da Taça de
tempo de propor organizar um
Portugal. Para o adepto comum, talvez o resultado seja
campeonato com a participação dos
o menos relevante, diante de um facto revelador do
vários líderes mundiais para dirimir
espírito de cooperação e desportivismo patenteado e que
conflitos e atenuar divergências,
a Associação de Futebol de Lisboa não podia deixar de
mas além de umas pernas partidas
dar a relevância e reconhecimento público que merece.
e uns olhos negros, o resultado não
Nunca o dito popular “Hoje por mim, amanhã por ti” fez
seria animador. Para além de que,
tanto sentido. O nosso futebol também é feito de homens
numa nova bolsa de transferências,
bons. De gente magnânima. O relato aqui feito é só mais
esta nunca atingiria o interesse,
um exemplo.
a divulgação e os valores das que
atualmente o mercado atinge.
Parabéns à União Desportiva Alta de Lisboa
António Rodrigues por atitude tão nobre.
Advogado
Foto © Cristina Bernardo

AFL 33
Osteoartrose e desporto
de alta competição
Para um atleta de alta competição, a osteoartrose pode ser uma das razões para o fim precoce de uma carreira.
Se não houver um especial cuidado, a solicitação que os atletas provocam em determinadas articulações, é de tal
forma agressiva que fica aberto o caminho a fenómenos degenerativos. O futebol não é exceção.

A osteoartrose é uma patologia com elevada prevalência A maior prevenção que o atleta poderá efetuar consiste no
na população em geral. Mas a sua existência em atletas de estudo dinâmico e estático do gesto técnico e no reforço
alta competição é inconcebível. O desporto de alta compe- muscular, de modo a que esse gesto técnico seja o mais
tição é muito diferente de prescrever e instituir que todas as correto possível. Hoje em dia esse estudo consegue-se de
pessoas podem e devem praticar desporto. A prática forma fácil com recurso a vídeo, discutindo-se posterior-
de exercício físico regular de baixa e média intensidade é mente o que deve ser ajustado e as ferramentas a usar.
extremamente benéfica, nomeadamente para as articu- Pode, por exemplo, ser necessário o uso de palmilhas para
lações, desde que não haja contraindicações. controlar e alterar o apoio deficitário de um pé ou contra-
balançar a altura dos membros.
Ao contrário, o desporto de alta competição é um trabalho
de alta exigência. Comparando com um carro de fórmula 1,
dir-se-ia que esse motor está sempre a funcionar no limite “... as exigências nas articulações e nas
e que, como tal, o combustível terá de ser obrigatoriamente cartilagens são de tal forma extremas que o
adequado para se atingir a performance desejada. Tal como desgaste é acentuado e surgem os fenómenos
o motor desse carro é totalmente revisto no final de cada
prova que disputa, também os atletas de alta competição no
de artrose.”
final de cada prestação têm de fazer correções em relação
ao desgaste e dispêndio que o seu organismo sofreu.

É preciso ter noção de que há cada vez mais atletas, pro-


fissionais e não profissionais, a sofrerem de morte-súbita e
isto não acontece apenas a quem pratica alta competição.
O exame médico-desportivo deve ser muito rigoroso, dado
que se podem tratar de atletas jovens, por vezes com idade
inferior a 13 anos, a outros mais idosos – de 60 a 70 anos
-, a fazer a meia-maratona, por exemplo. Isto implica que os
médicos devem ser extremamente cuidadosos no segui-
mento da situação de cada um no sentido de preservar a
sua saúde. Não apenas a nível osteoarticular mas também
cardiovascular, minimizando problemas como a morte súbi-
ta. Fazem-se provas, como meias-maratonas, em que parti-
cipam milhares de atletas (profissionais ou não) e em que,
certamente, um grupo considerável não fez uma revisão
médico-desportiva rigorosa e em tempo útil para as respe-
tivas provas. Sem estes cuidados, muitos atletas terminam
mesmo as competições em que participam com um défice
de atuação no que concerne a uma correta recuperação.

Voltando ao tema, é certo que o desporto de alta compe-


tição exige muito das articulações, dos músculos e de todo
o organismo. Mas se não houver um especial cuidado e um
conhecimento muito preciso, a solicitação que os atletas
provocam em determinadas articulações, dependendo da
modalidade, é de tal modo “agressiva” que mais rapidamen- Zonas mais afetadas
te ficam predispostos a fenómenos degenerativos. com o impacto

34 AFL
Saúde por Vítor Coelho
Médico

Além disso é fundamental o reforço muscular de modo a Os traumatismos de repetição, nas modalidades de con-
que as estruturas sejam as mais simétricas possíveis e que tacto, são igualmente uma causa para o aparecimento pre-
se consiga uma exigência mínima da articulação. coce de artroses, sendo o futebol uma dessas modalidades.
No fundo, deve existir um balanço correto não só articular, Se aos jogos somarmos os treinos diários, verificamos que
mas também das estruturas extra-articulares, de modo a há uma contínua repetição de contactos que podem atingir
que as cargas submetidas nas articulações sejam minimi- as centenas por mês. A agressividade que existe nos treinos
zadas, ou seja, quando existe a carga, a articulação tem já e jogos pode provocar situações graves, daí os muitos casos
uma defesa através de um reforço das partes musculares, de lesões todos os anos que provocam paragens prolonga-
tendinosas e ligamentares. das. É frequente estes traumatismos provocarem alterações
nas cartilagens que predispõem, no futuro, à contração de
De outra forma, as exigências nas articulações e nas cartila- artroses mais graves. O tratamento inicial é conservador
gens são de tal forma extremas que o desgaste é acentuado com recurso a anti-inflamatórios e analgésicos, podendo
e surgem os fenómenos de artrose. passar por lubrificantes intra-articulares, substâncias con-
Ora, esta patologia não é compatível com o desporto de alta droprotetoras e/ou fatores de crescimento. Ultimamente,
competição. Poderá ser compatível na fase final da carreira deposita-se uma grande esperança na utilização de sais
do atleta mas nunca no seu apogeu. As sequelas aconte- de ouro intra-articulares. Em casos extremos poderá haver
cem posteriormente, no final da carreira, que pode ser mais necessidade de tratamento cirúrgico, com técnicas que vão
precoce devido às mesmas. Dependendo do grau, a artrose desde pequenas perfurações à utilização de enxertos de
pode ser extremamente incapacitante. Um atleta com uma cartilagem. Mas sobre isso falar-se-á aqui numa próxima
artrose mínima poderá ser compatível com algumas perfor- oportunidade.
mances, mas, por exemplo, em situações como as de Jogos Foto © Rogério Sarzedo
Olímpicos, em que centésimos de segundo contam, é total-
mente impossível. Um atleta de alta competição que tenha
uma artrose não pode fazer desporto a alto nível, mas pode
e deve fazer desporto e exercício com um intesidade baixa a
moderada e com cargas limitadas. Se não o fizer coloca-se
em situação de atrofia muscular e mais carga será exigida
às articulações.

“Um atleta de alta competição que tenha uma


artrose não pode fazer desporto a alto nível,
mas pode e deve fazer desporto e exercício
com um intesidade baixa a moderada e com
cargas limitadas.”

Claro que as patologias são muito caraterísticas de cada


modalidade. Num maratonista, além de uma capacidade
cardiovascular única, as exigências ao nível dos joelhos e
dos tornozelos são extremas. Num judoca, o esforço que um
ombro desenvolve é imenso, daí a prevalência de lesões ser
muito elevada. Outro exemplo diz respeito ao triplo salto –
neste caso, a carga submetida pela articulação do joelho,
aquando da recepção do primeiro salto, ronda os 800 kgs.

AFL 35
Formação para dirigentes do futebol amador

Jogos Saudáveis
Na sequência de uma candidatura apresentada junto da Federação Portuguesa de Futebol, a Associação
de Futebol de Lisboa está a desenvolver desde o passado mês de setembro os “Jogos Saudáveis”,
um projeto pioneiro que visa sensibilizar e formar os nossos dirigentes no sentido da adoção e
promoção de valores e atitudes que contribuam para a melhoria da imagem do futebol.

Fotos © José Cruz

Dando concretização à prossecução de um dos objetivos es- A apresentação desta iniciativa teve lugar no passado dia 9
tabelecidos para este novo mandato e que passa por dotar de Setembro, no auditório da sede da Associação de Futebol
os dirigentes dos nossos clubes filiados de competências de Lisboa e na qual marcou presença o presidente da
específicas para o desempenho da sua função, a direção da direção, Nuno Lobo, para além do vice-presidente responsá-
Associação de Futebol de Lisboa, naquela que é uma ação vel pela ação, José Carlos Loureiro e da coordenadora da
de cariz pioneiro, está a desenvolver desde o passado mês mesma, Manuela Paulo, assim como a restante equipa de
de setembro uma iniciativa na área da formação denomina- formadores. Na ocasião, teve lugar a primeira sessão da
da “Jogos Saudáveis”. ação para todos os formandos, com a realização de uma
palestra subordinada ao tema “A Ética no desporto” minis-
Este é um projeto que resulta de uma candidatura apre- trada pelo representante do Plano Nacional de Ética
sentada pela Associação de Futebol de Lisboa junto da Desportiva, da responsabilidade do Instituto Português do
Federação Portuguesa de Futebol e que mereceu o melhor desporto e da Juventude, ministrada por Amílcar Antunes.
acolhimento da entidade federativa, já que encerra como Refira-se que são cerca de 80 os formandos que estão a
principal objetivo a sensibilização e formação dos dirigentes participar nesta ação de formação, repartidos em quatro
do futebol amador, em particular dos escalões de formação, grupos em função da localização geográfica de onde são
no sentido da promoção de valores e atitudes em prol de oriundos e que se dividem pelos concelhos de Vila Franca
ambientes sócio desportivos saudáveis, contribuindo, desta de Xira, Alenquer, Torres Vedras e Mafra (Grupo 1), Lisboa,
forma, para o melhoramento da imagem do futebol. Amadora, Loures e Odivelas (Grupo 2), Oeiras e Cascais
(Grupo 3) e Sintra (Grupo 4).

36 AFL
Provedor
Rigor e transparência
A Associação de Futebol de Lisboa foi a associação pioneira, e
até agora única, a criar o órgão independente de Provedor do
Clube. A actual direcção da Associação de Futebol de Lisboa
sempre se regeu pelos princípios da transparência.
O Provedor do Clube visa dar o mais justo e adequado trata-
mento às reclamações e queixas apresentadas pelos clubes
filiados na Associação de Futebol de Lisboa.

Jogos Saudáveis O Provedor do Clube tem por função principal a defesa dos di-
Equipa de formadores reitos e interesses legítimos dos clubes filiados na Associação
de Futebol de Lisboa e a dignificação dos seus serviços.
Sessão: A ética no desporto – Amílcar Antunes Os poderes do Provedor do Clube são meramente consultivos
Sessão: Deontologia no futebol – José Carlos Loureiro e as suas decisões revestem apenas um carácter de recomen-
e Nuno Pedro dação.
Sessão: Relações interpessoais e comunicação –
Paula Abreu As decisões do Provedor do Clube não suspendem quaisquer
Sessão: Gestão do stress – Andrea Brito prazos em curso. No exercício de funções pugnarei sempre
pelo respeito devido a todos os clubes associados na Asso-
Sessão: Comunicação no desporto – Luís Estrela
ciação de Futebol de Lisboa, na escrupulosa defesa dos direitos
Sessão: Gestão de conflitos – Madalena Mascarenhas
que lhes assistem. Empenhar-me-ei sempre para mediar todo
e qualquer conflito institucional entre clubes filiados na Asso-
ciação de Futebol de Lisboa

As várias etapas da formação irão desenrolar-se até ao Ouvirei e darei sequência a todas as reclamações ou queixas
final do próximo mês de Novembro, abordando temas que considere justas, oportunas e dentro das minhas com-
tão específicos como “A ética no desporto”, “Deonto- petências. O meu mandato vai ser ao serviço dos clubes filia-
logia no futebol”, “Relações interpessoais”, “Comu- dos na Associação de Futebol de Lisboa, imbuído sempre na
nicação no Desporto”, “Gestão do stress” e “Gestão rigorosa defesa dos princípios da transparência e da isenção.
de conflitos”. Dentro daquilo que são os objetivos a
atingir com a realização desta ação de formação, pas- João Castilho
sam os mesmos pelo propósito de uma melhor tomada Provedor dos Clubes da AFL
de consciência do acentuar de padrões indesejáveis
de relacionamento entre os vários atores implicados
nos jogos, capazes de colocar em causa a integridade
física e psicológica de todos os intervenientes, com
amplo prejuízo para a imagem do futebol bem como
a aquisição de conhecimentos e a partilha de páticas
para melhor intervir ao nível da transformação de valo-
res e atitudes de convivência no futebol.

José Carlos Loureiro, Manuela Paulo, Paula Abreu, Andrea Brito, Nuno Pedro

AFL 37
38 AFL
Futebol
Futebol
Calendário 2017/18

AFL 39
40 AFL
Futsal
Futsal
Calendário 2017/18

AFL 41
Sentir o tempo
Sabemos que o tempo é uma palavra. O tempo vivido e o tempo sentido. Até o pressentido. E sabendo
E o tempo é, na verdade, um “contínuo não espacial, no qual bem que “o tempo vai a passo, mas não descansa, nem dorme”.
os acontecimentos ocorrem numa sucessão aparentemente Honrando a sua história cumpre, agora, mais um ano. Sabendo
irreversível desde o passado, através do presente, e agarrando sempre que é uma das fundadoras da Federação Portuguesa
o futuro”. Mas o tempo também é a “experiência da duração”. de Futebol. E sabendo que, mesmo que este tempo por vezes
E não ignoramos que o tempo é impercetível. É imaterial. Não o o obnubile, o futebol associativo é a base de todo o futebol. E é
vemos, não o ouvimos, não lhe tocamos. Sei bem que regressei, esta viagem no tempo e pelo tempo que todos os anos importa
agora, com toda a honra, à Associação de Futebol de Lisboa. cumprir. Por respeito ao tempo fundacional.

Com o sentido da responsabilidade do cargo assumido. Mas E com a consciência que nesta época da internet o passado filtra
encontrando, nas memórias, outros momentos e múltiplos o presente e temos a impressão que o futuro já aqui está. Por
instantes. De lutas e de vitórias. Saborosas. Mas, também, tudo, por tudo mesmo, o dia de aniversário, que se comemora
de dores e de derrotas. Mas sentimos sempre o tempo. Senti- com dignidade e coerência, é um dia de festa. De festa já que
mos que podemos ocupar o tempo e passar o tempo ao mesmo esta narrativa é “o único barco que nos permite navegar pelo rio
tempo. É o que cada ano a Associação de Futebol de Lisboa faz. do tempo”. Parabéns Associação de Futebol de Lisboa!
Com orgulho do seu tempo histórico. Com consciência das suas
responsabilidades no tempo presente do futebol português.
Fernando Seara
Com vontade de, sempre como Associação liderante, agarrar Presidente do Conselho de Justiça da AFL
o futuro. E de participar na sua construção que deve envolver Foto © José Cruz

todos. Todos os atores do futebol português. E com o compromis-


so permanente de continuar a ser esta Associação a porta voz de
todos os seus clubes filiados e tratando-os a todos com a mesma
dignidade. É que o tempo também nos diz que grandeza de uma
instituição se mede pela forma como trata, a cada momento, os
que a criaram e a solidificaram, a fizerem crescer no tempo e que
a todo o tempo lhe criaram as raízes para ser mais forte, mais
imaginativa, mais solidária.

O que importa, o que importa mesmo, é que a Associação de


Futebol de Lisboa, ano após ano, sabe que no silêncio não
“há afirmativa nem negativa”. E sabendo-o, e sem receios e
com ousadia, tem defendido os reais interesses dos seus clubes.
Sabendo honrar o tempo.

Sentimos que podemos ocupar o tempo


e passar o tempo ao mesmo tempo.
É o que cada ano a Associação de
Futebol de Lisboa faz.

42 AFL

Você também pode gostar