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Boletim do Instituto de Saúde

Volume 24, Número 2, Páginas 109-120.

Práticas alimentares de crianças menores de 12


meses: um panorama da alimentação infantil no
município de Jacareí - SP
Feeding practices of children under 12 months: an overview of infant feeding in Jacareí - SP

Natália da Costa SelingerI , Mariana Tarricone GarciaII , Sonia Isoyama VenancioIII

Resumo Abstract

Objetivos: Caracterizar as práticas alimentares de crianças entre 0 Objectives: To characterize the feeding practices of children aged
e 12 meses e o perfil das Unidades Básicas de Saúde (UBS) no between 0 and 12 months and the profile of the UBS regarding the
tocante à promoção do aleitamento materno (AM) e alimentação promotion of breastfeeding (BF) and complementary feeding (CF) in
complementar (AC) no município de Jacareí. Metodologia: Estudo the municipality of Jacareí. Methodology: Population-based descrip-
transversal descritivo de base populacional. Realizou-se um inquéri- tive cross-sectional study. A household survey was carried out with
to domiciliar com cuidadores de lactentes menores de 12 meses e caregivers of infants younger than 12 months and interviews with
entrevistas com supervisores de todas as UBS do município. Resul- supervisors from all UBS in the municipality. Results: 253 infants
tados: Participaram do estudo 253 lactentes menores de 6 meses e younger than six months and 287 between six and twelve months
287 entre 6 e 12 meses. A prevalência de aleitamento materno ex-
participated in the study. The prevalence of exclusive breastfeeding
clusivo (AME) foi de 34,3% e de aleitamento materno continuado, de
(EBF) was 34.3%, and continued breastfeeding was 55.1%. Signifi-
55,1%. Identificou-se associações significativas entre escolaridade
cant associations were identified between maternal schooling and
materna e trabalho materno fora do lar, e oferta de alimentos sau-
maternal work outside the home and offering healthy and unhealthy
dáveis e não saudáveis para crianças entre 6 e 12 meses. Quanto
foods to children aged between six and twelve months. As for the
ao perfil de trabalho das UBS, a promoção do AM e AC adequada em
work profile of the UBS, the promotion of adequate BF and AC in
ações de puericultura foi menor do que em grupos no pré-natal. A
prevalência de visita domiciliar pós-parto até sete dias foi de 27,8%. childcare actions was lower than in prenatal care groups. The preva-
Conclusão: Identificar o perfil alimentar e o processo de trabalho lence of postpartum home visits within seven days was 27.8%. Con-
das equipes de saúde permite apoiar o planejamento de políticas clusion: Identifying dietary profiles and the work process of health
públicas, em especial para promoção do AME, introdução alimentar teams support the planning of public policies, especially for the pro-
adequada, capacitação dos profissionais e implementação de pro- motion of EBF, adequate food introduction, training of professionals,
tocolos para pós-parto e puericultura. and implementation of postpartum and childcare protocols.

Palavras-chave: Aleitamento materno; Alimentação complementar; Keywords: Breastfeeding; Supplementary feeding; Primary Health
Atenção Primária à Saúde. Care.
III

III

I
Natália da Costa Selinger (ncs.111@gmail.com) é nutricionista na Prefeitura III
Sonia Isoyama Venancio (soniav@isaude.sp.gov.br) é médica pediatra, dou-
Municipal de Jacareí, Mestre em Saúde Coletiva pelo Programa de Mestrado tora em Saúde Pública, PqC VI do Instituto de Saúde da Secretaria de Estado
Profissional em Saúde Coletiva do Instituto de Saúde, Coordenadoria de Re- da Saúde de São Paulo; docente do Mestrado Profissional em Saúde Coletiva
cursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo. da Coordenadoria de Recursos Humanos da Secretaria de Estado da Saúde
de São Paulo.
II
Mariana Tarricone Garcia (mariana.garcia@isaude.sp.gov.br) é nutricionis-
ta, doutora em Saúde Pública e PqC II no Instituto de Saúde da Secretaria
de Estado da Saúde de São Paulo; docente e coordenadora do Mestrado
Profissional em Saúde Coletiva da Coordenadoria de Recursos Humanos da
Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo.

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Mestrado Profissional em Saúde Coletiva

Introdução de alimentos e os profissionais de saúde desempenham


Os primeiros anos de vida de uma criança, es- papel fundamental auxiliando e orientando mães e cui-
pecialmente os dois primeiros, são caracterizados por dadores1. A falta de atualização sobre o tema por parte
crescimento acelerado e consideráveis avanços no pro- dos profissionais e dificuldades na comunicação entre
cesso de desenvolvimento de habilidades psicomotoras profissional e mãe no momento de contato parecem ser
e neurológicas que são adquiridas e aperfeiçoadas a ca- fatores que influenciam negativamente na realização de
da mês. Há evidências de que, nesta fase, a quantidade práticas adequadas em introdução alimentar.9,10
e a qualidade de alimentos apresentados e consumidos No Brasil, desde a década de 1970, existem
pela criança refletirão no aspecto nutricional ao longo da estudos que descrevem tendências da prevalência de
vida e no padrão alimentar cultural do adulto1. Segundo AM e sobre o perfil alimentar de crianças menores de
a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aleitamento 12 meses em nível nacional, que, apesar de ascenden-
materno (AM) e a alimentação complementar (AC) estão tes, continuam abaixo dos parâmetros preconizados
incluídos entre as 23 intervenções viáveis, efetivas e pela OMS11,12,13,14. Os dados nacionais sobre AC são
de baixo custo para a redução da mortalidade infantil, escassos de maneira geral, e são ainda mais escassos
sendo o AM a mais efetiva dentre elas.2,3 quando comparados aos estudos relacionados ao AM.
A OMS e o Ministério da Saúde (MS) recomendam Considerando a importância dos dados locais no apoio
a amamentação exclusiva até os seis meses de idade. à tomada de decisões dos gestores no tocante à dis-
A partir desta idade é necessário introduzir gradualmen- ponibilização orçamentária, fortalecimento das ações
te outros alimentos na rotina da criança, definida como exitosas e definição de estratégias em prol da alimen-
alimentação complementar, de forma a agregar benefí- tação infantil adequada, o propósito deste trabalho foi
cios nutricionais às inúmeras qualidades e funções do caracterizar as práticas alimentares da população menor
leite materno, devendo manter esta rotina alimentar por de 12 meses de idade e do perfil de trabalho das UBS
dois anos ou mais4,2. A introdução alimentar se confi- para promoção do AM e AC no município de Jacareí.
gura como uma fase que envolve processos complexos
e que são influenciados por diversos fatores sociais,
culturais, étnicos, comportamentais e econômicos que Metodologia
podem interferir no estado nutricional da criança.5 Trata-se de um estudo transversal de caráter des-
Estudos apontam que fatores ligados à mãe e critivo envolvendo um inquérito de base populacional
família, à gestação e parto e a condições socioeconômi- direcionado a cuidadores de lactentes menores de 12
cas estariam associados ao desmame precoce e à ina- meses e entrevistas com supervisores administrativos
dequação na qualidade da alimentação complementar6. dos equipamentos da Atenção Primária à Saúde (APS).
A atuação dos serviços de saúde também pode interferir A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pes-
positivamente na decisão da nutriz em amamentar e no quisa do Instituto de Saúde – CEPIS – sob o número
sucesso da prática do AM, podendo haver aumento da de parecer 3.471.379.
prevalência do aleitamento materno exclusivo (AME) em
crianças menores de seis meses quando existem servi- Amostragem
ços de saúde e programas locais em favor do estímulo A amostra de lactentes foi definida a partir das
ao AM7. Em uma revisão de literatura, identificou-se que crianças com cadastros completos no sistema de ges-
mulheres que passam por ações e aconselhamento em tão de prontuários eletrônicos do município, ou seja,
amamentação tiveram taxas significativamente mais al- com situação de confirmação do endereço cedido,
tas de AM em comparação àquelas que não receberam.8 independentemente de realizar ou não o acompanha-
A orientação adequada na fase da introdução da mento em saúde no Sistema Único de Saúde (SUS). O
AC pode ter impactos positivos na adequação da oferta tamanho da amostra foi fixado considerando os dados

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sobre aleitamento materno da última Pesquisa Nacional no estado de São Paulo. A coleta de dados referentes
de Saúde, realizada em 2013, com prevalência de AME às crianças foi efetuada por meio de entrevista indi-
até o sexto mês de 36,6%.15 vidual realizada por Agentes Comunitários de Saúde
Levando-se em conta uma perda de 10%, a (ACS) treinados na semana que antecedeu o início da
amostra foi composta de 580 crianças, dividida em coleta de dados.
dois domínios de estudo: crianças menores de 6 meses Contatos realizados por três vezes sem sucesso,
(n=290) e crianças de 6 a 12 meses (n = 290). crianças não residentes nos locais cadastrados, crianças
Uma vez obtidos os dados municipais consolida- que não pertenciam à faixa etária de interesse no dia da
dos de cadastros completos de cada Unidade Básica entrevista e recusas foram consideradas como perdas.
de Saúde (UBS) e a definição do tamanho da amostra, Quanto à caracterização do perfil das UBS, a
distribuiu-se o número de crianças proporcionalmente ao coleta dos dados aconteceu por meio de entrevistas
total de cadastros completos de cada UBS, definindo-se, individuais realizadas por estagiários de nutrição pre-
assim, o número de crianças elegíveis por UBS e divididas viamente treinados, com todas as supervisoras res-
segundo os grupos etários de interesse. A partir daí, foi ponsáveis pelas atividades administrativas das UBS.
realizado o sorteio aleatório das crianças que tiveram
seus cuidadores convidados a participar da pesquisa. Análise dos dados
Foram considerados como critérios de exclusão relacio- Os dados do inquérito foram digitados no progra-
nados à criança: anomalias congênitas que impeçam a ma Microsoft Excel e o banco de dados foi posterior-
alimentação via oral sem a adaptação de consistência, o mente transportado para o software Stata para análise
uso de sonda nasogástrica ou gastrostomia, crianças em estatística, por meio da descrição das frequências
que a mãe recebeu contraindicação ao aleitamento mater- absolutas (n) e relativas (%) e os respectivos intervalos
no por apresentar algum fator de risco à mãe ou à criança. de confiança de 95%.
Para a realização das entrevistas referentes ao Para as análises, as crianças foram estratifica-
perfil de trabalho das unidades direcionadas às super- das em dois grupos principais: crianças menores de 6
visoras administrativas de UBS, todos os supervisores meses e entre 6 e 12 meses. As práticas de amamen-
foram convidados a participar. tação e alimentação complementar foram analisadas
segundo os indicadores propostos pelo MS17, e para
Instrumento de coleta de dados as análises de associação entre a prevalência dos
A coleta de dados foi realizada por meio de desfechos e as variáveis relacionadas à mãe, o rece-
questionário baseado no formulário “Marcadores de bimento de orientação alimentar e o acesso à creche,
Consumo Alimentar”16, composto por perguntas fe- foi utilizado o teste de qui-quadrado, considerando o
chadas, direcionado ao consumo de alimentos no dia nível de significância de p<0,05.
anterior à entrevista.
O instrumento para coleta de dados quanto ao
perfil das UBS consistiu em um formulário baseado na Resultados e discussão
proposta da Estratégia Amamenta e Alimenta Brasil Foram entrevistados cuidadores de 540 crianças,
(EAAB) e nas recomendações da OMS/Fundo das Na- sendo 253 menores de 6 meses (180 dias) e 287 entre 6
ções Unidades para a infância (Unicef)/MS17, composto e 12 meses (180 dias e 365 dias). Obteve-se um número
por questões fechadas. de crianças menor do que o calculado devido a recusas,
endereços desatualizados e crianças que estavam em
Coleta de dados idade fora da faixa de interesse no dia da entrevista.
A coleta de dados foi realizada entre os meses de A Tabela 1 refere-se às características sociode-
agosto e dezembro de 2019 no município de Jacareí, mográficas da amostra.

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Tabela 1 – Caracterização da amostra (n = 540), segundo variáveis maternas, das crianças e da


atenção à saúde. Jacareí, São Paulo, 2019.
Entre 6 e 12
Total <6meses
meses
Variáveis (n=540) (n=253)
(n=287)
n % n % n %
Idade materna
<9 anos 26 4,8 18 7,1 8 2,8
>=19anos <35anos 415 76,9 189 74,7 226 78,7
>=35anos 99 18,3 46 18,2 53 18,5
Escolaridade materna (n=451*)
Sem escolaridade 1 0,2 1 0,5 0 0,0
Ensino Fundamental incompleto 7 1,6 4 1,8 3 1,3
Ensino Fundamental completo 71 15,7 37 16,9 34 14,7
Ensino Médio completo 310 68,7 148 67,6 162 69,8
Ensino Superior incompleto 26 5,8 13 5,9 13 5,6
Ensino Superior completo 36 8,0 16 7,3 20 8,6
Situação conjugal (n=539)
Tem companheiro 453 84,0 212 84,1 241 84,0
Não tem companheiro 86 16,0 40 15,9 46 16,0
Situação de trabalho materno (n=537)
Trabalha fora do lar 133 24,8 44 17,5 89 31,1
Não trabalha fora do lar 364 67,8 169 67,3 195 68,2
Está em licença maternidade 40 7,4 38 15,1 2 0,4
Beneficiário de programas sociais
Não 409 75,7 196 77,5 213 74,2
Programa Bolsa Família 119 22,0 53 20,9 66 23,0
Outros programas 12 2,2 4 1,6 8 2,8
Tipo de parto (n=539)
Vaginal 254 47,1 133 52,8 121 42,2
Cesárea 285 52,9 119 47,2 166 57,8
Mãe tem outros filhos 315 58,3 145 57,3 170 59,2
Criança possui convênio 156 28,9 54 21,3 102 35,5
Criança frequenta creche 43 8,0 4 1,6 39 13,6
Criança faz uso de chupeta 297 55,0 139 54,9 158 55,1
Criança faz uso de mamadeira 320 59,3 123 48,6 197 68,6
Receberam orientações 230 42,6 110 43,5 120 41,8
Fonte das orientações (n=230)
Unidade Básica de Saúde 94 40,9 36 32,7 58 48,3
Hospital 111 48,3 65 59, 1 46 38,3
Outros 25 10,9 9 8,2 16 13,3
* Para distribuição da Escolaridade foram excluídos 89 entrevistados que não eram mães das crianças da amostra. Fonte: Elaboração própria, 2020.

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Verificou-se que 76,9% das mães tinham entre 19 de crianças menores de 12 meses de acordo com o
e 35 anos. Com relação à escolaridade e ao emprego, tipo de aleitamento, indicadores da AC e consumo de
74,5% haviam concluído o Ensino Médio, 67,8% não alimentos ultraprocessados. Verificou-se que a preva-
trabalhavam fora de casa e 22% eram beneficiárias do lência de AM em menores de 180 dias foi de 81,8%
Programa Bolsa Família. Os dados relativos às crian- e de AME foi de 34,4%, indicando menor tendência
ças, também apresentados na Tabela 1, apontaram
à prática no município de Jacareí do que a tendência
que 52,9% nasceram de parto cesárea, 71,1% não
nacional de aumento, considerando os resultados
possuíam convênio médico e 92% não frequentavam
do Estudo Nacional de Nutrição e Alimentação Infan-
a creche. Quanto à atenção à saúde, verificou-se que
til (ENANI-2019), que apontou prevalência AME de
42,6% dos cuidadores informaram ter recebido orien-
tações sobre alimentação infantil pelo menos uma vez 45,8% em menores de 6 meses 14 . Com relação
nos 12 meses anteriores às entrevistas. à prevalência da prática do AM em menores de
12 meses, o resultado de 67,6% apontou tendência
O aleitamento materno aproximada aos resultados no âmbito nacional, veri-
A Tabela 2 apresenta dados sobre a distribuição ficados em 2013.12

Tabela 2 – Distribuição de crianças menores de 12 meses de acordo com o tipo de aleitamento


materno, indicadores de alimentação complementar e consumo de alimentos ultraprocessados,
Jacareí, São Paulo, 2019.

Tipo de Aleitamento n % (IC 95%)

Aleitamento materno exclusivo em <6 meses 87 34,4 (28,5 – 40,6)

Aleitamento materno (AM)

<180 dias (n=253) 207 81,8 (76,5 – 86,4)

180 a 364 dias (n=287) 158 55,1 (49,1 – 60,9)

<365 dias (n=540) 365 67,6 (63,5 – 71,5)

Indicador por faixa etária n % (IC 95%)

Introdução alimentar adequada

6 a 9 meses (n=125) 37 29,6 (21,8 – 38,4)

6 a 7 meses (n=33) 8 24,2 (11,1 – 42,3)

7 a 9 meses (n=91) 28 30,7 (21,3 – 40,9)

Diversidade alimentar adequada

6 a 12 meses (n=286) 123 43,0 (37,1 – 48,8)

Frequência alimentar mínima e consistência adequada

6 a 12 meses (n=287) 197 68,6 (62,9 – 74,0)

6 a 7 meses (n=33) 21 63,6 (45,1 – 79,6)

7 a 8 meses (n=254) 176 69,3 (63,2 – 74,9)

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Consumo de feijão ou fígado e miúdos ou carne ou ovo

6 a 12 meses (n=287) 198 70,2 (63,4 – 74,6)

Consumo de alimentos ultraprocessados (n=287) n %

Hambúrguer ou embutidos 33 11,5 (8,0 – 15,8)

Bebidas adoçadas ultraprocessadas 60 20,9 (16,4 – 26,1)

Bebidas in natura adoçadas 81 28,2 (23,1 – 33,8)

Bebidas adoçadas (AUP ou in natura) 122 42,5 (36,7 – 48,4)

Macarrão instantâneo ou salgadinho ou biscoito salgado 57 19,9 (15,4 – 24,9)

Biscoito recheado, doces ou guloseimas 52 18,1 (13,8 – 23,1)

Consumiu pelo menos um dos alimentos ultraprocessados 164 57,1 (51,2 – 62,9)
Fonte: Elaboração própria, 2020.

A alimentação infantil em crianças menores inadequada, a prevalência encontrada, de 65,6%, este-


de 6 meses ve alinhada ao resultado de 70% no âmbito nacional12.
O consumo de leite não materno, líquidos e Ao estratificar os alimentos ofertados, as prevalências
outros alimentos em crianças menores de 6 meses é do consumo de água (52,6%) e outros líquidos (28,1%)
apresentado na Figura 1. Embora a introdução precoce foram maiores do que os resultados obtidos em um
de líquidos e alimentos antes dos 6 meses de vida seja município da Grande São Paulo.18

Figura 1 - Distribuição do consumo de líquidos e alimentos em lactentes menores de 6 meses por


faixa etária. Jacareí, São Paulo, 2019.

Fórmula infantil (%) Leite de vaca (%)

Água (%) Líquidos saborizados (Chá e Suco natural) (%)

Fruta (%) Papa Salgada (%)


58,9

52,6
50,0

44,0

36,8 37,5 37,5


34,0

28,1 28,3 27,7


26,0
21,1 19,6
18
14,6 14,6 15,1 15,7 16,1
13,2
8,3 10

2,6 2,6 4
0 0 0

0 a 180 dias (n=253) 0 a 60 dias (n=53) 61 a 90 dias (n=38) 91 a 120 dias (n=50) 121 - < 180 dias (n=112)

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A alimentação infantil em crianças entre O indicador “frequência alimentar mínima e con-


6 e 12 meses sistência adequada”, recomendado pelo MS16, avalia
A Tabela 2 apresenta os indicadores propostos de maneira combinada a papa salgada, em diferentes
pelo MS para verificação da alimentação complemen- consistências e frequência oferecida, estratificada
tar adequada a partir dos 6 meses de idade. Devido segundo a adequação por faixa etária. Segundo o
às definições dos parâmetros propostos pela OMS16 MS23, a investigação desse indicador é importante,
diferirem dos propostos pelo MS (2015), a baixa pois pode identificar tanto o desenvolvimento masti-
comparabilidade com outros autores mostrou-se gatório quanto a concentração de energia e nutrientes
como um desafio frente à diversidade de resultados ofertada, seja pela consistência, seja pela frequência.
encontrados. Mesmo estudos nacionais recentes co- O resultado encontrado, evidenciado na Tabela 2, foi
mo o ENANI-2019 utilizaram metodologias mesclando de 68,6% de adequação em crianças entre 6 e 12 me-
indicadores propostos pela OMS (2021) e pelo MS.16 ses, e apresentou tendência semelhante aos demais
Identificou-se que a introdução alimentar, que con- municípios do Estado de São Paulo.19
sidera o consumo de grupos alimentares específicos e Ainda na Tabela 2, 91,6% das crianças haviam
idade oportuna, estava adequada em 29,6% das crianças consumido pelo menos um dos alimentos fontes de
entre 6 e 9 meses. A adequação foi menor quanto menor ferro investigados e 70,2% consumiram pelo menos
era a idade do lactente. Apesar do período avaliado ser um alimento amarelo-alaranjado ou folhosos verde-
um momento de transição que implica em um grande -escuros no dia anterior à entrevista. Apesar da faixa
número de mudanças na rotina do lactente e da família, o etária investigada pelo estudo ENANI-201914 ser entre
resultado obtido no presente estudo mostrou-se diferente 6 e 23 meses, foi identificada alta prevalência no con-
do estudo realizado com lactentes paulistas19, que utilizou sumo dos grupos alimentares fonte de ferro (90,9%) e
o mesmo indicador e mesma faixa etária, identificando menor prevalência do consumo de alimentos amare-
maior adequação, de aproximadamente 70%, na introdu- lo-alaranjados ou folhosos verde-escuros (40,9%) na
ção alimentar das crianças avaliadas. Região Sudeste, o que pode indicar menor consumo
A diversidade alimentar mínima considera o de alimentos in natura como frutas e hortaliças, que
consumo no dia anterior de pelo menos um alimento compõem o grupo de alimentos investigados.14
de cada grupo de seis grupos alimentares diferen- Os dados sobre o consumo de alimentos ultra-
tes, sendo eles: 1. leite e substitutos; 2. frutas; 3. processados (AUP) em crianças entre 6 e 12 meses
legumes ou verduras; 4. carnes ou ovos; 5. feijões; e estão na Tabela 2. Verificou-se que 57,1% dos entre-
6. cereais ou tubérculos. Na Tabela 2, identificou-se vistados consumiram precocemente pelo menos um
este indicador adequado em 43% dos lactentes, que, dos AUP investigados no dia anterior à entrevista.
mesmo aquém do resultado esperado, é maior do Destaca-se o consumo de bebidas adoçadas, com
que a proporção de 37,1% identificada em lactentes prevalência de 42,5%. Desta forma, a alta propor-
de uma cidade da região metropolitana de São Pau- ção de consumo de AUP encontrada indicou que a
lo20, que utilizou definição equivalente de diversidade necessidade de intervenções não se resume apenas
alimentar. Mesmo em estudos que consideraram um às crianças, mas a toda a família, uma vez que o
menor espectro de grupos alimentares, como um consumo alimentar infantil reflete o hábito familiar.26
realizado no Estado de São Paulo19, e na avaliação A Tabela 3 apresenta as associações significati-
de dados nacionais (2015) 21 , em que ambos os vas entre a alimentação infantil e variáveis relacionadas
estudos consideraram consumo mínimo de quatro à situação de escolaridade materna, situação materna
grupos alimentares, a tendência à adequação destes de trabalho e acesso à creche. A escolaridade mater-
estudos aproximadamente ou menor que um terço da na, no presente estudo, foi utilizada como proxy de
população estudada, respectivamente 31,8 % e 20%. renda, e estudos realizados por Relvas et al.20 e Coelho

Selinger NC, Garcia MT, Venancio SI. Práticas alimentares de crianças menores de 12 meses: um panorama
da alimentação infantil no município de Jacareí - SP. Bol Inst Saúde. 2023; 24(2): 109-119. |115
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et al.18 correlacionaram a melhor condição social ao encontrados relatos sobre tal achado na literatura,
maior acesso a alimentos in natura e minimamente embora mães que trabalham fora podem se basear
processados, que possuem maior custo e menor na ideia de que seria necessário disponibilizar maior
durabilidade. Contudo, os AUP foram amplamente tempo diário para preparações culinárias, podendo
consumidos, independentemente da escolaridade assim, dar preferência às preparações prontas e
materna. O resultado dialoga com o estudo de aná- ultraprocessadas como discutida no Guia Alimentar
lise da tendência temporal do consumo alimentar para a População Brasileira.26
em domicílios brasileiros entre os anos de 1987 e Também se identificou associação significa-
2009, realizado por Martins et al.25, que apontou para tiva entre frequentar creche e a maior adequação
o maior consumo de AUP por todos os extratos de à frequência e consistência alimentar. Não foram
renda, embora tenha apresentado tendência a ser encontrados na literatura dados sobre esse achado,
maior entre os domicílios de menor renda. embora Pedraza et al.27, em uma revisão sistemática,
Ainda na Tabela 3, foram encontradas associa- tenham apontado a escassez e limitações de estudos
ções significativas entre a condição materna de traba- voltados para a investigação do consumo alimentar
lho fora do lar e o consumo de embutidos. Não foram de crianças em creches.

Tabela 3 – Proporção de consumo de alimentos investigados segundo variáveis: escolaridade


materna, recebimento de orientação alimentar, situação materna de trabalho e acesso à creche
de crianças e lactentes entre 6 e 12 meses (n=287) no município de Jacareí, São Paulo, 2019.

% Bebidas % Frequên-
% Leite %
% Fórmula % Grupo ultrapro- % cia e con-
Variáveis não % Fruta Biscoitos
infantil hortaliças cessadas Embutidos sistência
materno e doces
adoçadasc adequadas

Escolaridade
p=0,256 p=0,017* p=0,001* p=0,003* p=0,001* p=0,003* p=0,525 p=0,684
maternaa
≤ Ensino
56,8 28,6 64,9 64,9 45,9 37,8 13,5 70,3
fundamental
≥ Ensino médio 67,5 58,0 88,7 86,6 18,4 15,5 10,8 74,4
Situação materna
p=0,244 p=0,043* p=1,000 p=1,000 p=0,225 p=1,000 p=0,005* p=0,525
de trabalho
Trabalhando fora 66,1 68,3 16,1 74,2 48,4 12,3 17,7 43,8
Não trabalhando
74,1 49,1 16,6 75,0 57,9 13,7 4,8 49,7
forab
Acesso à creche p=0,013* p=1,000 ** p=1,000 p=0,864 p=1,000 p=0,180 p=0,025*
Frequenta creche 86,8 57,6 7,7 74,2 59,0 17,9 17,9 84,6
Não frequenta
66,8 57,6 16,1 75,0 57,3 18,1 10,5 66,1
creche
a
Foram excluídos da amostra entrevistados fora do público de interesse – mãe de lactentes da amostra.
b
Soma das mães que estavam desempregadas e das mães que estavam em licença-maternidade.
c
Para a variável “Bebidas ultraprocessadas adoçadas” foi considerado o consumo de refrigerante e/ou suco de caixinha e/ou suco em pó e/ou xarope
de groselha e/ou água de coco de caixinha.
* Variável estatisticamente significante.
** O número de casos não permitiu a realização dos testes de associação qui-quadrado.
Fonte: elaboração própria, 2020

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Mestrado Profissional em Saúde Coletiva

O perfil das Unidades Básicas de Saúde no Todas as UBS investigadas realizavam visitas domici-
município de Jacareí liares (VD) pós-parto; entretanto, apenas 27,8% afirmaram
A partir do relato das supervisoras administrati- que a visita domiciliar ocorre antes dos primeiros sete dias
vas locais, a Tabela 4 evidencia os dados referentes pós-parto. A VD pós-parto é uma estratégia importante
à caracterização das UBS do município de Jacareí. para apoio do AME, pois propicia fortalecimento de vínculo
Verificou-se que em 2019, 88,9% das 18 UBS atuavam entre equipe de saúde e família e é oportuna para a pro-
no modelo Estratégia de Saúde da Família (ESF). moção do cuidado do lactente, segundo Baratieri & Natal.30
Em relação às atividades prestadas para promo- O MS 31 recomenda que para uma assistência
ção, apoio e manutenção do AM e AC nas UBS, 77,8% efetiva à puérpera e ao bebê, deve-se buscar garan-
realizavam grupos sobre cuidados na gestação e 61,1% tir a VD na primeira semana pós-parto. No geral, foi
orientavam para cuidados em puericultura. Segundo a identificado que todas as UBS realizam VD pós-parto;
revisão sistemática de Silva et al.28 e os resultados descri- no entanto, a prática mostrou-se frágil. Considerando a
tos na revisão rápida realizada por Venancio et al.29, ações revisão rápida realizada por Venâncio et al.29, o modelo
combinadas no pré e pós-natal aumentaram as taxas de de VD pós-parto é efetiva quando ocorre entre um e três
AM a médio e longo prazo, enquanto ações educativas dias após o parto e é feita a manutenção das visitas no
apenas no pré-natal têm efeito na taxa de AM a curto primeiro mês. Sendo assim, a investigação das causas
prazo. Desta forma, tais resultados sugerem possibili- da menor proporção de VD dentro dos sete primeiros
dades de intervenção no modo de trabalho das equipes. dias pós-parto e posterior adequação se faz necessária.

Tabela 4 – Caracterização das Unidades Básicas de Saúde segundo o modelo de Atenção à Saúde,
das atividades voltadas para promoção do aleitamento materno e da alimentação complementar
adequada, ofertadas nas UBS no município de Jacareí, São Paulo, 2019.

Tipo de Aleitamento n % (IC 95%)


Modelo de Atenção à Saúde
Modelo UBS tradicional 2 11,1
Estratégia Saúde da Família (ESF) 16 88,9
Atividades coletivas para educação em saúde
Grupos sobre cuidados na gestação 14 77,8
Grupos sobre cuidados em puericultura 11 61,1
Prazo visita domiciliar pós-parto
Menos de 7 dias 5 27,8
Entre 7 e 15 dias 12 66,7
Entre 15 e 30 dias 1 5,6
Tempo de realização da última capacitação sobre alimentação infantil
Nunca foi realizada 6 33,3
Menos de 30 dias 3 16,7
>30 dias <12 meses 4 22,2
>12 meses 5 27,8
Tem protocolo de atendimento para mãe/bebê em amamentação 5 27,8
Tem protocolo de atendimento para mãe/bebê em alimentação complementar 3 16,7
Fonte: Elaboração própria, 2020.

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Mestrado Profissional em Saúde Coletiva

Sobre capacitações relacionadas ao AM e ao AC Referências


realizadas pelas equipes das UBS, constatou-se que 1. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde.
38,9% das supervisoras relataram que a equipe passou Departamento de Atenção Básica. Dez passos para uma ali-
por treinamento sobre alimentação infantil nos últimos mentação saudável: guia alimentar para crianças menores de
dois anos: um guia para o profissional da saúde na atenção
12 meses. Entretanto, 33,3% das UBS informaram que
básica. 2 ed. Brasília (DF); 2010.
a equipe nunca havia sido capacitada.
Embora não haja evidências robustas de que ape- 2. Venâncio SI, Saldiva SRDM, Castro ALS, Gouveia AGC,
Santana AC, Pinto JCC, Escuder MML. Projeto Amamentação
nas capacitações sejam efetivas para promoção de mu-
e Municípios: a trajetória de implantação de uma estratégia
danças nas práticas que envolvem o AM e AC29, investir para a avaliação e monitoramento das práticas de alimentação
em capacitações é uma possibilidade de melhorar o infantil no estado de São Paulo, no período de 1998-2008.
desempenho de profissionais na APS32 e pode impactar Bepa 2010;7(83):4-15

positivamente na adequação da AC.20 Nesse sentido, 3. World Health Organization - WHO. The optimal dura-
considerando a realidade local apresentada, referente à tion of exclusive breastfeeding: a systematic review.
proporção de equipes que não receberam capacitações Geneva: WHO; 2001.

formais sobre alimentação infantil, a manutenção das 4. Ministério da Saúde (BR), Secretaria de Atenção à Saúde.
equipes NASF-AP pode ser uma estratégia importante Departamento de Atenção Básica. Guia alimentar para crianças
menores de dois anos. Brasília (DF); 2019.
para o fortalecimento da rede de cuidados.
Quanto à disponibilidade de fluxos e protocolos 5. Vitolo MR. Nutrição, da gestação ao envelhecimento. 2. ed.
Rio de Janeiro: Editora Rúbio; 2014.
para o acompanhamento e cuidados sobre alimenta-
ção, 27,8% afirmaram disponibilizar protocolos para 6. Victora CG, Barros AJD, França GVA, Bahl R, Rollins NC,
Horton S, Krasevec J, Murch S, Sankar MJ, Walker N. Amamen-
atendimento sobre AM e 16,7% afirmaram ter pro-
tação no século 21: epidemiologia, mecanismos, e efeitos ao
tocolos sobre AC.
longo da vida. Epidemiol Serv Saúde [internet]. 2016 [acesso
em 30 mar 2019]; 25(1). Disponível em: http://scielo.iec.gov.
Conclusão br/pdf/ess/v25n1/Amamentacao1.pdf
A pesquisa realizada permitiu que se pudesse 7. Venâncio SI, Rios G. Associação entre o grau de implantação
caracterizar o perfil alimentar de crianças menores da Rede Amamenta Brasil e indicadores de amamentação.
de 12 meses, compreendendo no âmbito municipal a Cad. saúde pública. 2016;32(3): e00010315

prevalência do AME, a evolução da introdução alimentar 8. Vieira GO, Silva LR, Vieira TO, Almeida JAG, Cabral VA. Hábi-
quanto à temporalidade e escolha dos alimentos a tos alimentares de crianças menores de 1 ano amamentadas
serem ofertados ao longo dos meses e a influência de e não-amamentadas. J. Pediatr. 2004;80(5):411-416.

variáveis de interesse. Também foi possível caracterizar 9. Broilo MC, Louzada MLC, Drachler ML, Stenzel ML, Vitolo
as práticas de trabalho das equipes da APS realiza- MR. Percepção e atitudes maternas em relação às orientações
de profissionais de saúde referentes a práticas alimentares no
das no pré-natal e pós-parto, no que tange ao apoio
primeiro ano de vida. J. Pediatr. 2013;89(5):485-491
e promoção do AM e AC adequados e oportunos. Foi
10. Mais LA, Domene SMA, Barbosa MB, Taddei JAAC. Diag-
possível identificar que existem importantes desafios
nóstico das práticas de alimentação complementar para o
locais a serem enfrentados quanto ao início e prolon- matriciamento das ações na Atenção Básica. Ciênc. saúde
gamento do AME, baixa proporção de adequação dos colet. 2014;19(1):93-104
indicadores da alimentação complementar, capacitação
11. Boccolini FRM, Venâncio SI, Giugliani ERJ. Tendência de
dos profissionais e implementação de protocolos para indicadores do aleitamento materno no Brasil em três décadas.
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Selinger NC, Garcia MT, Venancio SI. Práticas alimentares de crianças menores de 12 meses: um panorama
da alimentação infantil no município de Jacareí - SP. Bol Inst Saúde. 2023; 24(2): 109-119. |119

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