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Apostila Licitações e Contratos Administrativos

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Licitações e Contratos

administrativos
Professor: Fabiano da Silva
Licitação

Licitação são processos administrativos


para a compra de bens e contratação de
serviços pelos órgãos públicos nos níveis
municipal, estadual e federal. A lei determina
que o toda vez que governo precisa de um
bem ou serviço um edital de licitação deve
ser aberto. A partir dele, as empresas
concorrem para fornecer o que foi
requisitado.
A Lei nº 14.133, de 1º de abril de
2021, estabelece normas gerais de licitação e
contratação para as Administrações Públicas diretas,
autárquicas e fundacionais da União, dos Estados, do
Distrito Federal e dos Municípios.
Novo regramento sobre Licitações e Contratos
Administrativos foi instituído pela Lei nº
14.133/2021 e trouxe uma série de inovações, tais
como a exclusão das modalidades de carta-convite e
tomada de preços e a inclusão de uma nova
modalidade: o diálogo competitivo. A nova regra
também estabelece que os processos ocorrerão
preferencialmente por meios digitais (art. 12, inciso
VI). As licitações presenciais viram exceção, devem
ser justificadas e ter as sessões obrigatoriamente
registradas em ata e gravadas em áudio e vídeo.
Mudanças previstas na Lei nº 14.133/2021:
1. Novos princípios, como a segregação de funções e planejamento;
2. Regras de governança voltadas à atuação dos agentes públicos envolvidos no
processo, como medidas antinepotismo; obrigação de os agentes de contratação
serem servidores ou empregados dos quadros permanentes da Administração
Pública; emprego da gestão por competências, entre outros;
3. Os tipos de licitação passam a ser chamados de critérios de julgamento, com
destaque para o critério do maior retorno econômico;
4. Mesmo rito procedimental para pregão e concorrência, com o julgamento das
propostas ocorrendo antes da habilitação, como regra.
5. Inserção de mais critérios de sustentabilidade, com enfoque sobre a dimensão
social (possibilidade da exigência de percentual mínimo de contratação de
mulheres vítimas de violência doméstica e/ou egressos do sistema prisional à
contratada envolvida com o objeto da licitação);
6. Novas formas de execução indireta de obras e serviços de engenharia como:
fornecimento e prestação de serviço associado, contratação integrada e semi-
integrada;
7. Preocupação em viabilizar as licitações internacionais, definida como a
processada em território nacional na qual é admitida a participação de licitantes
estrangeiros, com a possibilidade de cotação de preços em moeda estrangeira, ou
licitação na qual o objeto contratual pode ou deve ser executado no todo ou em
parte em território estrangeiro (art. 6º, inciso XXXV);
8.Possibilidade de utilizar o sistema de registro de preços para
dispensas e inexigibilidades;
9. Consagração da pré-qualificação (um dos ditos procedimentos
auxiliares) para objeto a ser contratado pela Administração, como
já era possibilitado pela jurisprudência do TCU;
10. Mudanças nas regras de publicação e disponibilização de
documentos do processo;
11. No caso de sanções administrativas, previsão de regras
agravantes e atenuantes das penas, buscando harmonização com a
Lei nº 12.846/2013 (Lei Anticorrupção);
12. Incentivos para que o setor privado interessado em contratar
com o Poder Público desenvolva ou aprimore programas de
integridade na sua estrutura organizacional;
13. Mudanças e agravamento das sanções penais, inserindo-as
diretamente no Código Penal;
14. Previsão de cláusula contratual definidora de riscos e de
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio
econômico-financeiro inicial do contrato, denominada matriz de
riscos;
Modalidades de Licitação
No âmbito do regime jurídico regulamentado
pela Lei nº 8666/93 (lei anterior), são 6 (seis) as
modalidades licitatórias previstas:
(1) concorrência;
(2) convite;
(3) tomada de preço;
(4) concurso;
(5) pregão; e
(6) leilão.
Na Lei nº 14.133/2021 (Nova Lei de Licitações), as
modalidades da tomada de preços e o convite deixam
de existir, ao mesmo tempo em que prevê de forma
inédita no direito brasileiro uma nova modalidade
licitatória: o diálogo competitivo. Além disso, a
modalidade pregão, prevista na Lei nº 10.520/2002,
passa a ser disciplinado pela nova legislação junto das
demais modalidades.
Nesse sentido, com a Nova Lei de Licitações, as
modalidades de licitação passam a ser 5 (cinco):
(1) pregão;
(2) concorrência;
(3) concurso;
(4) leilão;
(5) diálogo competitivo.
As Modalidades de Licitação e suas principais
características
Pregão
O Pregão é definido pela Lei nº 14.133/2021, no seu
inciso XLI do artigo 6º, como a “modalidade de licitação
obrigatória para aquisição de bens e serviços comuns, cujo
critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de
maior desconto”.
Justamente por ser dedicado à aquisição de bens e serviços
comuns, o pregão possui rito simplificado para a licitação e,
historicamente, sob a perspectiva estatística, é a
modalidade mais utilizada no Brasil.
Assim, a partir da Nova Lei de Licitações, o Pregão passa a ser
obrigatório para a contratação de todo e qualquer bem ou
serviço comum, a partir de dois critérios de julgamento:
(i) menor preço; ou
(ii) maior desconto.
No que se refere ao procedimento desta modalidade,
segue-se o rito procedimental previsto no artigo 17 da
Lei nº 14.133/2021, bastante semelhante ao rito
previsto na Lei nº 10.520/2002 (Lei do Pregão), qual
seja:
Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes
fases, em sequência:
I – preparatória;
II – de divulgação do edital de licitação;
III – de apresentação de propostas e lances, quando for
o caso;
IV – de julgamento;
V – de habilitação;
VI – recursal;
VII – de homologação.
Concorrência:
A Concorrência está definida no inciso XXXVIII
do artigo 6º da Lei nº 14.133/2021, segundo o qual
a concorrência é “modalidade de licitação para
contratação de bens e serviços especiais e de obras
e serviços comuns e especiais de engenharia”.
Nesta modalidade de licitação, os critérios de
julgamento podem ser:
(i) menor preço;
(ii) melhor técnica ou conteúdo artístico;
(iii) técnica e preço; e
(iv) maior retorno econômico ou maior desconto.
Concurso
Prevista no inciso XXXIX do artigo 6º da Lei nº
14.133/2021 o Concurso é “a modalidade de licitação para
escolha de trabalho técnico, científico ou artístico, cujo
critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo
artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao
vencedor” (permanece com conceituação bem semelhante
àquela prevista na Lei nº 8666/93)
A Lei nº 14.133/2021 exige uma antecedência mínima
entre a publicação do edital e a apresentação dos trabalhos
de 45 dias. Esse edital, por sua vez, segundo previsão do
artigo 30 da Nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos, deverá indicar a qualificação exigida dos
participantes, as diretrizes e formas de apresentação do
trabalho técnico, científico ou artístico, as condições de
realização e o prêmio ou remuneração do vencedor (que já é
definido no edital)
Leilão
O Leilão é a modalidade de licitação adotada
quando a Administração Pública pretende alienar um
bem que não lhe serve ou que foi objeto de apreensão.
É prevista no inciso XL do artigo 6º da Lei nº
14.133/2021 nos seguintes termos: “modalidade de
licitação para alienação de bens imóveis ou de bens
móveis inservíveis ou legalmente apreendidos a quem
oferecer o maior lance“.
Segundo a previsão do §2º do artigo 31 da Lei nº
14.133/2021, o edital do Leilão deverá conter os
seguintes requisitos:
Art. 31. O leilão poderá ser cometido a leiloeiro
oficial ou a servidor designado pela autoridade
competente da Administração, e regulamento deverá
dispor sobre seus procedimentos operacionais.
O leilão será precedido da divulgação do edital em sítio
eletrônico oficial, que conterá:
I – a descrição do bem, com suas características, e, no caso de
imóvel, sua situação e suas divisas, com remissão à matrícula
e aos registros;
II – o valor pelo qual o bem foi avaliado, o preço mínimo pelo
qual poderá ser alienado, as condições de pagamento e, se for
o caso, a comissão do leiloeiro designado;
III – a indicação do lugar onde estiverem os móveis, os
veículos e os semoventes;
IV – o sítio da internet e o período em que ocorrerá o leilão,
salvo se excepcionalmente for realizado sob a forma
presencial por comprovada inviabilidade técnica ou
desvantagem para a Administração, hipótese em que serão
indicados o local, o dia e a hora de sua realização;
V – a especificação de eventuais ônus, gravames ou
pendências existentes sobre os bens a serem leiloados.
Diálogo Competitivo

Como já adiantado, uma das grandes novidades da Lei


nº 14.133/2021 está prevista em seu artigo 28, inciso V, por
meio do qual trouxe ao direito brasileiro uma nova
modalidade de licitação: o Diálogo Competitivo.
Na Nova Lei de Licitações, o Diálogo Competitivo
aparece definido da seguinte forma, no artigo 6º, inciso XLII:
XLII – diálogo competitivo: modalidade de licitação para
contratação de obras, serviços e compras em que a
Administração Pública realiza diálogos com licitantes
previamente selecionados mediante critérios objetivos, com o
intuito de desenvolver uma ou mais alternativas capazes de
atender às suas necessidades, devendo os licitantes
apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos;
Também pode ser apontado, quanto ao instituto do Diálogo
Competitivo, que:

(i) a administração pública precisará apresentar, no edital


de lançamento da licitação, as exigências de participação e as suas
necessidades, conferindo prazo aos interessados para se
manifestarem, prevendo os critérios da pré-seleção dos licitantes
e admitindo todos os que atenderem aos requisitos objetivos
(artigo 32, § 1º, incisos I e II);
(ii) a administração não poderá divulgar informações de
modo a favorecer algum licitante ou revelar a outros licitantes as
soluções propostas ou informações sigilosas comunicadas por um
licitante sem o seu consentimento (incisos III e IV);
(iii) a fase de diálogo entre os licitantes e a administração
pública, cujas reuniões deverão ser registradas em ata e gravadas
em áudio e vídeo, poderá ser mantida até que esta identifique,
fundamentadamente, a solução que atenda à sua necessidade
(incisos V e VI);
Os princípios que regem as licitações
Legalidade: todos os procedimentos da licitação devem ser
realizados conforme determina a lei.
Impessoalidade: não pode haver interesse pessoal em uma licitação, é
necessário agir sempre em favor do bem comum e dos interesses da
administração pública.
Moralidade: a licitação deve estar baseada em ações lícitas e
morais.
Isonomia: deve ser garantida a igualdade de condições entre os
licitantes.
Publicidade: a administração pública deve garantir a publicidade
de todos os atos envolvendo a licitação, divulgando amplamente o edital e
as decisões.
Probidade administrativa: os servidores da administração pública
são obrigados a servir com honestidade e buscando atender os interesses
da sociedade.
Vinculação ao instrumento convocatório: a administração e os
licitantes não podem descumprir as normas e diretrizes do edital.
Julgamento objetivo: a apreciação e o julgamento das propostas
deve ser feito de forma objetiva e utilizando os critérios do edital.
Procedimentos das Licitações
A nova lei de licitações, em seu artigo 17, estabelece as
fases de um processo licitatório:
“Art. 17. O processo de licitação observará as seguintes
fases, em sequência: I – preparatória; II – de divulgação do edital
de licitação; III – de apresentação de propostas e lances, quando
for o caso; IV – de julgamento; V – de habilitação; VI – recursal; VII
– de homologação.”
Fase Interna — fase preparatória
A primeira fase de uma licitação acontece no âmbito
interno da administração pública. Neste momento os servidores
públicos avaliam as necessidades de compra/contratação e
definem quais serão as regras presentes no edital.
Os licitantes não participam desta etapa. Portanto, este é um
processo que ocorre internamente e que resulta na elaboração e
posterior publicação do edital.
Fases Externas
A fase externa é marcada pela divulgação do edital de licitação,
seguido dela, todos os atos são públicos e podem ser acessados por
qualquer cidadão interessado em participar do certame. Neste grupo, há
seis etapas distintas, conforme a seguir.

1. Divulgação do edital de licitação


Com a divulgação do edital de licitação o documento se torna
público e todas as pessoas que tem interesse em participar do certame
podem consultá-lo.
O licitante deve ter em mente que o edital é o documento mais
importante da licitação já que ele vai estabelecer regras, prazos, diretrizes,
documentos de habilitação e procedimentos que vão nortear todo o
procedimento.
Isso significa que a empresa interessada em participar da licitação
deve ler todo o edital para conhecer as informações e exigências definidas
pela administração pública. É interessante destacar que a leitura do edital e
análise do objeto permitirá que a empresa avalie se aquela licitação é uma
opção interessante para o seu negócio.
As empresas não devem participar de licitações quando
entenderem que aquele edital não é interessante para o negócio.
2. Apresentação de propostas e lances na licitação
A etapa seguinte à divulgação do edital é a de apresentação de
propostas e lances. No edital são estabelecidas todas as regras para
apresentação das propostas, inclusive os prazos.
Aqui, o procedimento pode ser diferente de acordo com a
modalidade. Na concorrência, os interessados se inscrevem na licitação e
apresentam as suas propostas.

3. Julgamento da licitação
A fase seguinte também varia de acordo com a modalidade de
licitação. O critério de julgamento e escolha da proposta pode levar em
consideração:
• Menor preço;
• Melhor técnica ou conteúdo artístico;
• Técnica e preço;
• Maior retorno econômico ; ou,
• Maior desconto.
Na fase de julgamento a administração pública avalia todas as propostas e
define qual delas atende melhor aos critérios de julgamento estabelecidos
no edital.
4. Habilitação na licitação

O licitante que venceu na fase anterior passa para a


fase de habilitação. Mais uma vez, a ordem dessa fase vai
variar conforme a modalidade licitatória.
No caso da concorrência, a habilitação só é feita depois
do julgamento. Em alguns casos a habilitação poderá ser feita
antes do julgamento.
No edital estão definidos todos os documentos e
certificações que devem ser apresentados na habilitação.
Entre eles, costumam ser exigidos: certidões negativas de
débitos, tributos atestados de capacidade técnica e seguro
garantia.
O licitante precisa estar atento às exigências do edital e
ter todos os documentos em mãos. Isso traz mais segurança e
celeridade na apresentação das informações na etapa de
habilitação.
5. Recursos na licitação

Caso algum licitante que perdeu na etapa de julgamento não


concordar com a escolha da administração pública, ele terá a possibilidade
de fazer um recurso contra a decisão.
Neste caso, o interessado contesta a decisão de maneira
fundamentada e o recurso será encaminhado para a administração pública,
que fará análise dos argumentos e posterior julgamento.
Sendo a decisão do recurso favorável, o processo será revisado de
acordo com os argumentos trazidos pela empresa que apresentou o recurso.
Por outro lado, caso o recurso seja julgado improcedente, a licitação seguirá
para a fase de homologação com o vencedor.

6. Homologação da licitação

A penúltima etapa deste processo é chamada de fase de


homologação.
A homologação é o ato que ratifica todo o processo de licitação. A
homologação depende da análise da legalidade e regularidade de todos os
atos. Estando tudo de acordo com a lei é declarada a aprovação da licitação
para que ela surta os efeitos legais.
7. Adjudicação* da licitação

A etapa final é chamada de adjudicação. Ela se


refere ao ato por meio do qual a administração pública
atribui ao vencedor o objeto da licitação.
Feita a adjudicação a administração pública
segue com a elaboração do contrato e execução do
objeto da licitação, nos termos pactuados entre as
partes. O modelo do contrato que será firmado nesta
etapa costuma estar anexado no edital de licitação e já
é de conhecimento da empresa desde o momento em
que o edital é divulgado.
*adjudicação= é o ato ou efeito de adjudicar, que significa dar ou entregar por
sentença, ou seja, declarar judicialmente que um bem ou parte ideal dele pertence a
alguém.
Contratos Administrativos
Os contratos administrativos representam
acordos realizados entre particulares (pessoas físicas
ou pessoas jurídicas) e a administração pública. Na
prática, eles são formados por acordos recíprocos de
vontade com a finalidade de gerar obrigações também
recíprocas entre os contratantes.
Os contratos administrativos são celebrados
depois de finalizado o processo licitatório. Eles devem
estabelecer com clareza e precisão as condições para a
sua execução, expressas em cláusulas que definam os
direitos, obrigações e responsabilidades das partes –
tudo isso em conformidade com os termos da licitação
e da proposta a que se vinculam.
Características do Contrato Administrativo
O Art. 89 prevê que os contratos devem ser regulados pelas suas
cláusulas e pelos preceitos de direito público.
Os contratos devem mencionar:
• Os nomes das partes e os de seus representantes
• A finalidade
• O ato que autorizou sua lavratura
• O número do processo da licitação ou da contratação direta
• A sujeição dos contratantes às normas desta Lei e às cláusulas
contratuais
Além disso, os contratos deverão estabelecer com clareza e
precisão as condições para sua execução, expressas em cláusulas
que definam os direitos, as obrigações e as responsabilidades das
partes, em conformidade com os termos do edital de licitação e os
da proposta vencedora ou com os termos do ato que autorizou a
contratação direta e os da respectiva proposta.
Depois de finalizado o processo licitatório, a
Administração convocará regularmente o licitante
vencedor para assinar o termo de contrato ou para
aceitar ou retirar o instrumento equivalente, dentro do
prazo e nas condições estabelecidas no edital de
licitação, sob pena de decair o direito à contratação.
Esse prazo pode ser prorrogado uma vez, por
igual período, mediante solicitação da parte durante
seu transcurso, devidamente justificada, e desde que o
motivo apresentado seja aceito pela Administração.
Nos casos em que a empresa vencedora não
assinar o termo de contrato ou não aceitar, ou não
retirar o instrumento equivalente no prazo e nas
condições estabelecidas, a Administração pode
convocar os licitantes remanescentes, na ordem de
classificação, para a celebração do contrato nas
condições propostas pelo licitante vencedor.
Cláusulas essenciais dos Contratos Administrativos
O Art. 92 prevê que são necessárias em todo contrato
cláusulas que estabeleçam:

I - o objeto e seus elementos característicos;


II - a vinculação ao edital de licitação e à proposta do
licitante vencedor ou ao ato que tiver autorizado a
contratação direta e à respectiva proposta;
III - a legislação aplicável à execução do contrato, inclusive
quanto aos casos omissos;
IV - o regime de execução ou a forma de fornecimento;
V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a
data-base e a periodicidade do reajustamento de preços e
os critérios de atualização monetária entre a data do
adimplemento das obrigações e a do efetivo pagamento;
Fiscalização dos Contratos administrativos
A fiscalização de contratos é o conjunto de atos praticados pelos
fiscais, com registro formal e metodologia previamente definida.
Os objetivos são:
• assegurar que o objeto entregue e/ou serviço prestado esteja de
acordo com o que foi contratado;
• aferir se os resultados previstos pela administração com a
contratação estão sendo alcançados;
• realizar instrução processual e encaminhamento de
documentação pertinente para a formalização de procedimentos
relativos a alterações, prorrogações, pagamento, eventual
aplicação de sanções, repactuações e extinção de contratos;
• documentar toda a gestão contratual com vistas a subsidiar a
administração na avaliação da eficiência e eficácia da contratação.
Para alcançar os objetivos expostos, a fiscalização é dividida em
técnica e administrativa.
O fiscal técnico do contrato é o servidor formalmente
designado para acompanhar a execução do objeto que tenha
sido contratado, com o objetivo de avaliar se a quantidade e
qualidade estão de acordo com o definido em contrato.
São competências do fiscal técnico:
• emitir termo de recebimento definitivo após avaliação
técnica do produto/serviço;
• aplicar os mecanismos previstos no contrato para avaliação
da qualidade do produto/serviço;
• notificar o fiscal administrativo, para adoção das
providências cabíveis, quando o produto/serviço entregue
não atender às especificações técnicas estabelecidas em
contrato;
• consultar o fiscal administrativo sobre o saldo contratual
antes de realizar solicitações de objeto/serviços;
O fiscal administrativo é o servidor designado para
acompanhar os aspectos administrativos do ajuste.
São competências desse fiscal:
• instruir os procedimentos de pagamento;
• emitir a nota técnica de atesto;
• controlar o saldo contratual, dando ciência ao fiscal
técnico e às unidades demandantes;
• fornecer, a cada nota técnica de atesto, informações
sobre o controle de saldo contratual;
• instruir os procedimentos para alterações contratuais;
• oferecer, no caso de prorrogação contratual, as
informações requeridas pela Secretaria de
Administração;
• instruir o procedimento para aplicação de
penalidades;
Sanções Administrativas
A aplicação de sanções administrativas tem previsão legal e visa a
preservar o interesse público, quando este é abalado por atos ilícitos
cometidos por licitantes ou contratadas, em procedimentos de aquisição
pública ou na execução de contratos administrativos.
A Nova Lei de Licitações e Contratos Administrativos estabeleceu um
regime jurídico moderno e inovou em relação às sanções (penalidades)
nos contratos administrativos.
Isso porque a nova lei estabeleceu uma abordagem mais detalhada
quanto às sanções administrativas.
Nesse contexto, disciplinou algumas hipóteses em que o licitante ou
contratado pode ser responsabilizado via aplicação das sanções
administrativas.
Para essas imputações é preciso considerar a natureza e gravidade da
infração cometida, as peculiaridades do caso concreto, dentre outras
questões.
As sanções administrativas estão disciplinadas na Nova Lei de Licitações e
Contratos, Lei nº 14.133/2021, em um capítulo específico – Título IV –
DAS IRREGULARIDADES – DAS INFRAÇÕES E SANÇÕES ADMINISTRATIVAS.
A Lei nº 14.133/2021, no artigo 56, trouxe as
seguintes espécies de sanções:

• Advertência;
• Multa;
• Impedimento de Licitar e Contratar;
• Declaração de Inidoneidade para licitar ou
contratar.
Controle interno das licitações e contratos administrativos.
Nova Lei de Licitações e contratos compreendeu a
relevância estratégica da atuação do controle interno para
assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de
contratação mais vantajoso para a administração pública e
evitar contratações com sobrepreço ou com preços
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na
execução dos contratos.
A nova lei, em seu art. 7º, § 1º, dispõe explicitamente
que a autoridade máxima de cada órgão deverá observar o
princípio da segregação de funções, vedada a designação do
mesmo agente público para atuação simultânea em funções
mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade
de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na
respectiva contratação.
de acordo com o art. 11, parágrafo único, cabe à
alta administração do órgão ou entidade a
responsabilidade pela gestão de riscos e controles
internos.
Controle externo das Licitações e Contratos administrativos
Em relação ao controle externo, o primeiro
aspecto a se destacar na NLL é que o texto trata do
assunto em seu Título IV – “Das Irregularidades”,
posicionado no capítulo III – “Controle das
Contratações”, após os capítulos relativos a “infrações
e sanções administrativas” e “impugnações, pedidos
de esclarecimento e recursos”.
Quanto aos tribunais de contas, a Lei
14.133/2021 classifica-os como “terceira linha de
defesa” no controle das contratações públicas, ao lado
do órgão central de controle interno.
• Art. 169
• Art. 170

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