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O Conto Da Serpente Verde e Da Linda Lilie Goethe

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O conto da serpente verde e da linda Lilie Goethe

“Depois de uma pausa, o Rei de ouro perguntou: De onde vieram? Do mundo,


respondeu o Velho. Aonde vão – perguntou o Rei de prata. Para o mundo, disse o
velho. O que procuram aqui conosco? – perguntou o Rei de bronze. Acompanhá-los,
disse o Velho.”
Goethe

Dois grandes fogos-fátuos acordam o barqueiro para atravessar o rio. A travessia é


marcada pelos risos e pelos diálogos em uma língua estrangeira com movimentos
largos que oscilam o barco.
Na outra margem, os fogos-fátuos despejam moedas de ouro. O barqueiro
argumenta sobre as graves conseqüências que podem ocorrer se uma moeda cair
no rio, cobra três cebolas, três alcachofras e três couves como pagamento e
procura um abismo para enterrar o ouro.
No abismo, a serpente verde acorda com o tilintar das moedas. Engole-as e sente o
prazer do ouro fundindo com suas vísceras e a felicidade de ser transparente e
luzente.
Ela, consciente do novo brilho, busca os fogos-fátuos para fortalecer suas
luminosidade. Os fogos-fátuos de brilhos verticais contrastam com o brilho
horizontal da serpente. “A serpente ficou bastante sem graça na companhia desses
parentes, já que, mesmo erguendo quanto podia a cabeça, para sentir adiante ela
tinha de baixá-la de novo para o chão; e se pouco antes, no mato escuro,
regozijara-se muito com a própria aparência, agora, na presença desses primos,
seu esplendor parecia diminuir a cada instante, e pior, parecia que poderia apagar-
se completamente.”
Os fogos-fátuos se divertiram com as inquietações da serpente e depois
perguntaram onde era o palácio da linda Lilie. A serpente informou que era do
outro lado das águas e que não poderiam retornar de barco, pois o barqueiro trazia
qualquer um para esta margem, mas nunca ninguém para o outro lado.
As formas de travessia são a sombra do gigante adormecido ou o corpo da
serpente.
Surgem outros surpreendentes personagens: a esposa do velho da lâmpada, o
cachorro morto, o canário, o príncipe triste de armadura reluzente... Todos têm
conflitos a serem resolvidos, pendências criadas no decorrer do conto. Atravessam
o rio e vão ao encontro da bela Lilie, a linda mulher cujo contato é perigoso.
O príncipe, num ato corajoso e desesperado, joga-se nos braços da Lilie e encontra
a morte. A serpente desenha com seu corpo um círculo em volta do corpo e os
demais personagens ficam imaginando como salvar o jovem morto. O velho,
impelido pelo espírito benigno da lâmpada, surge e declara que um ser isolado não
poderia ajudar, mas apenas quem se junta na hora certa com os demais.
Nova travessia. Na outra margem, a serpente resolve sacrificar sua vida pelo
príncipe. Seu corpo morto se fragmenta em inúmeras pedras preciosas e o velho,
respeitando seu último pedido, lança-as no rio.
Com o corpo vivo e sem alma, com os olhos abertos, mas sem visão, o príncipe é
levado à caverna onde estão as estátuas dos quatro reis: o de ouro, o de prata, o
de bronze e o misturado.
O velho proclama: “Três são as coisas que dominam a Terra: a Sabedoria, a
Aparência e o Poder. Ao ouvir a primeira palavra, o Rei de ouro levantou-se, à
segunda o Rei de prata, e à terceira ergueu-se lentamente aquele de bronze;
enquanto o Rei composto sentou de repente, todo desajeitado.” O rei misturado é
destruído pelos fogos-fátuos.
O jovem nobre se aproxima do rei de bronze e recebe a espada. “A espada à
esquerda, a mão direita livre!” gritou o violento rei. O rei de prata lhe presenteou
com o cedro. “Pastoreie as ovelhas!” disse com a voz obsequiosa. E foi agraciado
pelo rei de ouro com a coroa de ramos de carvalho. “Reconhece as coisas
supremas!”
O príncipe, ao lado de Lilie, fala que o sábio esqueceu da quarta força que
dominaria o mundo, a força do amor. O velho responde que o amor não domina,
mas constrói...
A caverna emerge à superfície e se transforma num grande templo. A serpente,
transformada em pedras, torna-se alicerce para uma firme ponte que pela primeira
vez unificou as duas margens vizinhas e possibilitou o ir e vir da multidão; o
gigante se transforma numa grande estátua na porta do templo marcando as horas
nas imagens nobres e simbólicas; o casamento da velha rejuvenescida e do homem
da lâmpada é renovado por mais mil anos; a multidão se espalha pelo templo
contemplando as estátuas dos três reis de pé e ávida por descobrir o que
significaria a massa disforme escondida sob o tapete...
O conto de Goethe, concluído em 1795, ilumina o caminho para muitas reflexões.
As perspectivas espirituais, culturais e morais descerram os véus com alegorias
misteriosas no grande círculo iniciado pela serpente no curso do rio que tanto pode
ser o Reno, separando a Alemanha da França após a revolução francesa de 1789,
como o rio íntimo de vidas e de mortes. A bela Lilie, para quem convergem todos
os personagens, pode representar Lilith, a primeira mulher na mitologia judaica
arcaica, ou os ideais franceses... As interpretações são infinitas. O próprio autor
nunca explicou o que quis dizer com o conto, até hoje alvo de estudo pelos
admiradores do escritor alemão.
As últimas palavras proferidas por Goethe, em seu leito de morte, foram: “Mais
luz!”. O que significaria este pedido? Estar iluminado para viver a transformação?
Para perceber a mutação da vida em morte?
Todos os personagens do conto passam por grandes transformações e alcançam
um estado mais elevado. O conto é a grande metáfora a ser decifrada por leitores
que anseiam ver além da superfície luminosa dos fogos-fátuos, concluir os
percursos dos rios das próprias vidas distante das margens passadas.

Helena Sut

Enviado por Helena Sut em 24/01/2005


Alterado em 13/05/2005

O conto da serpente verde e da linda Lilie Goethe


“Depois de uma pausa, o Rei de ouro perguntou: De onde vieram? Do mundo,
respondeu o Velho. Aonde vão – perguntou o Rei de prata. Para o mundo,
disse o velho. O que procuram aqui conosco? – perguntou o Rei de bronze.
Acompanhá-los, disse o Velho.”
Goethe
Dois grandes fogos-fátuos acordam o barqueiro para atravessar o rio. A
travessia é marcada pelos risos e pelos diálogos em uma língua estrangeira
com movimentos largos que oscilam o barco.
Na outra margem, os fogos-fátuos despejam moedas de ouro. O barqueiro
argumenta sobre as graves conseqüências que podem ocorrer se uma moeda
cair no rio, cobra três cebolas, três alcachofras e três couves como pagamento
e procura um abismo para enterrar o ouro.
No abismo, a serpente verde acorda com o tilintar das moedas. Engole-as e
sente o prazer do ouro fundindo com suas vísceras e a felicidade de ser
transparente e luzente.
Ela, consciente do novo brilho, busca os fogos-fátuos para fortalecer suas
luminosidade. Os fogos-fátuos de brilhos verticais contrastam com o brilho
horizontal da serpente. “A serpente ficou bastante sem graça na companhia
desses parentes, já que, mesmo erguendo quanto podia a cabeça, para sentir
adiante ela tinha de baixá-la de novo para o chão; e se pouco antes, no mato
escuro, regozijara-se muito com a própria aparência, agora, na presença
desses primos, seu esplendor parecia diminuir a cada instante, e pior, parecia
que poderia apagar-se completamente.”
Os fogos-fátuos se divertiram com as inquietações da serpente e depois
perguntaram onde era o palácio da linda Lilie. A serpente informou que era do
outro lado das águas e que não poderiam retornar de barco, pois o barqueiro
trazia qualquer um para esta margem, mas nunca ninguém para o outro lado.
As formas de travessia são a sombra do gigante adormecido ou o corpo da
serpente.
Surgem outros surpreendentes personagens: a esposa do velho da lâmpada, o
cachorro morto, o canário, o príncipe triste de armadura reluzente... Todos têm
conflitos a serem resolvidos, pendências criadas no decorrer do conto.
Atravessam o rio e vão ao encontro da bela Lilie, a linda mulher cujo contato é
perigoso.
O príncipe, num ato corajoso e desesperado, joga-se nos braços da Lilie e
encontra a morte. A serpente desenha com seu corpo um círculo em volta do
corpo e os demais personagens ficam imaginando como salvar o jovem morto.
O velho, impelido pelo espírito benigno da lâmpada, surge e declara que um
ser isolado não poderia ajudar, mas apenas quem se junta na hora certa com
os demais.
Nova travessia. Na outra margem, a serpente resolve sacrificar sua vida pelo
príncipe. Seu corpo morto se fragmenta em inúmeras pedras preciosas e o
velho, respeitando seu último pedido, lança-as no rio.
Com o corpo vivo e sem alma, com os olhos abertos, mas sem visão, o
príncipe é levado à caverna onde estão as estátuas dos quatro reis: o de ouro,
o de prata, o de bronze e o misturado.
O velho proclama: “Três são as coisas que dominam a Terra: a Sabedoria, a
Aparência e o Poder. Ao ouvir a primeira palavra, o Rei de ouro levantou-se, à
segunda o Rei de prata, e à terceira ergueu-se lentamente aquele de bronze;
enquanto o Rei composto sentou de repente, todo desajeitado.” O rei misturado
é destruído pelos fogos-fátuos.
O jovem nobre se aproxima do rei de bronze e recebe a espada. “A espada à
esquerda, a mão direita livre!” gritou o violento rei. O rei de prata lhe
presenteou com o cedro. “Pastoreie as ovelhas!” disse com a voz obsequiosa.
E foi agraciado pelo rei de ouro com a coroa de ramos de carvalho.
“Reconhece as coisas supremas!”
O príncipe, ao lado de Lilie, fala que o sábio esqueceu da quarta força que
dominaria o mundo, a força do amor. O velho responde que o amor não
domina, mas constrói...
A caverna emerge à superfície e se transforma num grande templo. A serpente,
transformada em pedras, torna-se alicerce para uma firme ponte que pela
primeira vez unificou as duas margens vizinhas e possibilitou o ir e vir da
multidão; o gigante se transforma numa grande estátua na porta do templo
marcando as horas nas imagens nobres e simbólicas; o casamento da velha
rejuvenescida e do homem da lâmpada é renovado por mais mil anos; a
multidão se espalha pelo templo contemplando as estátuas dos três reis de pé
e ávida por descobrir o que significaria a massa disforme escondida sob o
tapete...
O conto de Goethe, concluído em 1795, ilumina o caminho para muitas
reflexões. As perspectivas espirituais, culturais e morais descerram os véus
com alegorias misteriosas no grande círculo iniciado pela serpente no curso do
rio que tanto pode ser o Reno, separando a Alemanha da França após a
revolução francesa de 1789, como o rio íntimo de vidas e de mortes. A bela
Lilie, para quem convergem todos os personagens, pode representar Lilith, a
primeira mulher na mitologia judaica arcaica, ou os ideais franceses... As
interpretações são infinitas. O próprio autor nunca explicou o que quis dizer
com o conto, até hoje alvo de estudo pelos admiradores do escritor alemão.
As últimas palavras proferidas por Goethe, em seu leito de morte, foram: “Mais
luz!”. O que significaria este pedido? Estar iluminado para viver a
transformação? Para perceber a mutação da vida em morte?
Todos os personagens do conto passam por grandes transformações e
alcançam um estado mais elevado. O conto é a grande metáfora a ser
decifrada por leitores que anseiam ver além da superfície luminosa dos fogos-
fátuos, concluir os percursos dos rios das próprias vidas distante das margens
passadas.

O Conto da Serpente Verde de Goethe


Num ano em que celebrando Mozart se falará sem dúvida da FLAUTA MÁGICA, ópera de
iniciação maçónica composta sobre um libretto escrito ao mesmo tempo com grande
leveza e grande profundidade,não posso deixar de recordar como Goethe se entusiasmou
com essa obra, sendo ele mesmo maçon e autor inspirado. Primeiro quis fazer uma
continuação da ópera. Mas o que é perfeito não pode ser retomado, é já completo em si
mesmo. Depois, em 1795, escreve então o Conto da Serpente Verde, (Das Maerchen)que
considero a verdadeira continuação, no puro plano do maravilhoso alquímico, do que fora
a Flauta Mágica de Mozart.
Ronald Gray, um dos primeiros estudiosos do Conto,define-o como "conto de fadas, carregado
de fantasias alegóricas..de natureza alquímica" ( in Ronald D.GRAY, GOETHE THE ALCHEMIST,
1952 ) .

Lemos no Conto uma polaridade inicial, um conflito de opostos,macho e fêmea, luz e trevas,
e uma transmutação, a da serpente, em pedra preciosa e a seguir em PONTE, que permite a
comunicação e a solução de todos os iniciais conflitos e dificuldades. Os ingredientes
necessários estão presentes na obra: os 4 elementos, água, fogo, terra, ar; os 2 princípios,
Sol(ouro), Lua(prata) e as várias fases de progressão: nigredo, albedo, rubedo, e pelo meio,
como era usual, a cauda pavonis, pelo brilho das muitas pedras preciosas coloridas.

Através da serpente se cumprirá o"omnia in uno", o Todo em Um, dos filósofos herméticos.

Consagra-se no fim a união do Amor e da Sabedoria : dá-se o casamento real do príncipe e da


princesa, o templo emerge das águas onde estava oculto, a serpente, aceitando a necessidade
de se sacrificar a um interesse superior, o COLECTIVO, permite que finalmente se unam as
duas margens do rio, para que todos possam, nas devidas alturas, deslocar-se ao templo e aí
assistir, ou participar nas suas cerimónias.

PONTE e TEMPLO: caminho unificador e centro de revelação.

Termino com a exortação de DORNEUS : " transformai-vos de pedras mortas em pedras


filosóficas vivas" ( citado por Jung em Psychologie und Alchemie ).

Muitos anos mais tarde, Goethe, que nunca desejou explicar muito bem o mistério do sagrado
e do profano no seu Conto, haveria de escrever, numa carta de 1814: " As pessoas utilizam
como símbolo da eternidade a serpente que se fecha num círculo. Eu, pelo contrário, gosto
mais de a considerar como imagem de uma temporalidade feliz.."

Uma temporalidade feliz, não era já o segredo da alegria de um Papageno /Papagena, na


ópera de Mozart ?

A SUBLIMAÇÃO, como observou Paulo Quintela àcerca do verso "morre e devém" de SELIGE
SEHNSUCHT, não se dá fora do mundo que é o nosso, só é possível aceitando a própria
natureza, que é limiar e limite, como a arte.

http://simbologiaealquimia.blogspot.com.br/2006/05/o-conto-da-serpente-verde-de-
goethe.html

A cobra verde
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O conto de fadas da cobra verde e da


bela Lilia

Título original Das Märchen

Autor Johann Wolfgang von


Goethe

1ª edição. original 1795

Tipo fábula

Linguagem original Alemão

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O conto de fadas da Cobra Verde e da Bela Lília é um conto de Johann


Wolfgang von Goethe publicado em 1795 na revista alemã Die
Horen (" As Horas "), editada por Friedrich Schiller . Foi colocado na conclusão
do romance Conversas de Emigrantes Alemães (1795). A cobra verde é
considerada o exemplo fundador do gênero Kunstmärchen , ou seja, da arte
dos contos de fadas. [1] A história, repleta de símbolos alquímicos e esotéricos ,
gira em torno da travessia de um rio, que representa a lacuna entre a vida
externa dos sentidos e as aspirações ideais do ser humano.
A história [ editar | editar wikitexto ]

A Serpente e o Fogo-
fátuo, ilustração de Hermann Hendrich (1923)

Dois fogos-fátuos pedem a um barqueiro para atravessar um grande rio . Depois que o
homem tiver satisfeito seus desejos, eles pretendem retribuir com moedas de ouro , que
sacudirão alegremente de suas chamas; o barqueiro, porém, recusa-os porque só pode
aceitar os frutos da terra, e pede-lhes três cebolas , três couves e três alcachofras . Os
fogos-fátuos prometem retribuir o mais rápido possível e são dispensados. O barqueiro
volta para a outra margem e vai jogar as moedas em um penhasco no alto das montanhas.
Dentro está a cobra verde , que imediatamente os engole e fica extremamente brilhante.
Indo em busca de doadores, ele se depara com os fogos-fátuos, que sacodem mais ouro ,
que a serpente engole novamente, ficando ainda mais brilhante. Em agradecimento, ele
mostra o caminho até a bela Lília, que, no entanto, está do outro lado do rio de onde eles
vieram.
A cobra retorna ao seu abismo, onde havia descoberto anteriormente um local fechado por
uma fenda estreita que parecia conter objetos lisos em forma de homem. Com sua
luminescência ele agora consegue distingui-los parcialmente: ele vê três nichos contendo
três estátuas de reis sentados , uma de ouro , uma de prata e uma de bronze . Uma quarta
estátua, esculpida em pé, parece ser composta por uma mistura desarmônica desses três
metais. Um homem idoso entra no templo com uma lâmpada singular em uma das
mãos que não projeta sombras. “Quantos segredos você conhece?” o rei dourado
pergunta a ele. “Três”, responde o velho. A serpente, que conhece o quarto segredo,
revela-o ao seu ouvido, ao que o homem exclama “Chegou a hora!”.
Voltando para sua cabana, o velho encontra sua esposa idosa em meio a uma grande
angústia, porque ela acaba de ser incomodada pelos fogos-fátuos, que também lamberam
as paredes douradas de sua casa e espalharam algumas moedas de ouro, ouro que o
cachorro deles comeu e foi morto por isso. A lâmpada do homem, porém, tem a
capacidade de transformar pedras em ouro e animais mortos em ônix , de modo que faz o
milagre, tornando o cachorro uma obra de arte. Somente a bela Lilia, que com seu toque
mata todos os seres vivos, mas também pode dar vida a pedras preciosas, conseguirá
reanimar o cachorro neste momento.
A velha sai então até Lilia para trazer-lhe o cachorro, colocado num cesto junto com três
cebolas, três couves e três alcachofras, ou seja, a dívida do fogo-fátuo que a velha
ingenuamente se comprometeu a pagar por eles perto do rio. Chegando por volta do meio-
dia à vista do rio, ela se depara com um gigante desajeitado , que com sua sombra rouba
uma cebola, um repolho e uma alcachofra, e depois vai embora. Sem saber se deve
continuar, ela finalmente chega à costa, onde desembarca o barqueiro que acaba de
transportar um jovem, e diz que não pode aceitar os vegetais porque falta um pedaço de
cada vegetal, a menos que ela prometa pagar a dívida no prazo de vinte dias. -quatro
horas. Aceitando, a velha promete a mão mergulhando-a no rio, que fica completamente
preto: logo desaparecerá completamente se ela não cumprir a palavra.
Ao chegar ao jovem, intrigada com a sua aparência régia mas modesta, a velha descobre
que ele também é dirigido pela bela Lilia, e que perdeu a coroa , o cetro e a espada .
Juntos atravessam a ponte formada pela cobra que nessa altura, como todos os dias, faz
um arco sobre o rio para permitir a passagem dos peões. A serpente os segue,
acompanhada pelo fogo-fátuo, até chegarem ao jardim de Lília, às margens de um lago .
A esplêndida menina, de toque letal, está triste com seu destino, principalmente porque
seu canário morreu porque ele a tocou inadvertidamente, com medo de um falcão . Ele
então dá para a velha levar ao marido que a transforma em uma pedra preciosa com sua
lâmpada mágica. A velha deixa para ela o cachorro ônix, que ganha vida graças ao seu
toque. Enquanto isso, o jovem, com ciúmes do cachorro que ela segura ao peito, se joga
em seus braços e morre. Lilia está desesperada, enquanto a cobra imediatamente envolve
o cadáver com seu corpo para retardar sua putrefação, e três aias ajudam a menina a
poupar sua dor. A velha e o fogo-fátuo são instruídos a trazer o homem com a lâmpada,
que chega logo após ter sido guiado para longe pelo falcão. Uma certa esperança atenua
a ansiedade geral, até chegar a meia-noite.
A serpente então parte em direção ao rio. O jovem morto é colocado no cesto ampliado da
velha, e todos os personagens seguem a cobra em procissão; ao chegar ao rio, faz de
ponte para eles, depois disso, na outra margem, o velho pergunta o que ele decidiu.
«Sacrificar-me antes de ser sacrificado», responde. Lilia, neste momento, é capaz de
trazer o jovem príncipe de volta à vida, mesmo que apenas em estado de sonho , tocando
nele e na serpente. Isso se transforma em uma pilha de pedras preciosas que são jogadas
no rio. O velho então conduz o grupo até as portas do templo, que estão bloqueadas por
uma fechadura dourada, mas o fogo-fátuo os ajuda a entrar lambendo o ouro das portas.
O homem exclama que chegou a hora, então o templo começa a tremer e ele é
magicamente transportado para baixo do rio, emergindo finalmente acima da cabana do
barqueiro, que se transforma em um altar de prata . Amanhece e o velho convida a esposa
para ir molhar a mão no rio porque suas dívidas estão pagas. Ele então proclama que três
dominam na terra: sabedoria , beleza e poder. Ao ouvir essas palavras os três reis se
levantam e entregam seus presentes, espada , cetro e coroa , ao jovem príncipe, que
desperta de seu sono. O quarto rei, em vez disso, cai sentado, com seus veios de ouro
agora comidos pelos fogos-fátuos. Agora que o toque de Lilia não traz mais a morte, o
jovem, tendo se tornado rei, corre até ela no altar, onde se unem em casamento .
«Esqueceste que a quarta força é o amor » , diz o jovem rei ao velho, mas este observa:
«O amor não domina, mas forma, e isto é ainda mais».
Olhando para fora do templo, eles veem que uma majestosa ponte permanente forma um
arco sobre o rio: o resultado do sacrifício da serpente. Um último incômodo é causado pelo
gigante, cuja sombra desajeitada causa uma breve comoção na multidão, mas finalmente
perde seu poder destrutivo, transformando-se em uma poderosa estátua que marca as
horas do dia. E “até hoje a ponte está repleta de viajantes, e o templo é o mais
movimentado de toda a Terra”.

Interpretações [ editar | editar wikitexto ]


A difícil interpretação do conto de fadas em chave esotérica levou à observação de que A
Serpente Verde nasceu da leitura de Goethe das Bodas Alquímicas de Christian
Rosenkreutz . [2]
O próprio Goethe prometeu revelar o significado do conto de fadas se primeiro fossem
coletadas cem interpretações. [3] Começamos a procurar quem quisesse fornecê-los, até
mesmo para compensação monetária, mas o número nunca foi alcançado. [3] Até o
momento, foram fornecidas duas chaves interpretativas principais para o conto de fadas,
uma de natureza maçônica de Oswald Wirth , [4] e outra de Rudolf Steiner baseada no
conhecimento antroposófico. [3]
Segundo a interpretação maçônica , o rio representa o Reno , como linha fronteiriça entre
a França do Iluminismo , simbolizada pela bela Lília, e a Alemanha , destinada por sua vez
a ser iluminada pelo brilho do progresso da nova era, com a fundação em seu reino
do Templo Maçônico , contra o qual se enfurece o obscurantismo retrógrado do Gigante. [4]

Notas [ editar | editar wikitexto ]

1. ^ Dennis F. Mahoney, A Literatura do Romantismo Alemão , Boydell & Brewer, 2004, p.


102. ISBN 9781571132369 .
2. ^ WH Bruford, Cultura e Sociedade em Weimar Clássica 1775-1806 , Cambridge University
Press, 1975, p. 186
3. ^ Pule para:a b c Rudolf Steiner, o segredo, revelação esotérica de Goethe em seu Conto de
Fadas ( PDF ), sobre Felice Motta (ed.), antroposscienzatestesso.org , terceira conferência,
1905, p. 41.
4. ^ Pule para:a b Francesco Lamendola, pensamento iniciático de Goethe na misteriosa «Fábula
da Serpente Verde» , em ariannaeditrice.it , 2010.

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