Location via proxy:   [ UP ]  
[Report a bug]   [Manage cookies]                

Apostila de Enfermagem em Clínica Cirúrgica: Gonçalves Dias-Ma

Fazer download em pdf ou txt
Fazer download em pdf ou txt
Você está na página 1de 20

APOSTILA DE

ENFERMAGEM EM
CLÍNICA
CIRÚRGICA

GONÇALVES DIAS-MA
Unidade do centro cirúrgico
O Centro-cirúrgico (CC) pode ser considerado uma das unidades mais complexas do hospital devido
sua especificidade, presença de agente estressores devido às possibilidades de risco à saúde a que os
pacientes estão sujeitos ao serem submetidos à intervenção cirúrgica.
O CC é constituído de um conjunto de áreas e instalações que permite efetuar a cirurgia nas melhores
condições de segurança para o paciente, e de conforto e segurança para as equipes que o assiste.
Sendo um setor de circulação restrita, destacam-se, entre suas finalidades, a realização de
procedimentos cirúrgicos devolvendo os pacientes às suas unidades de origem nas melhores condições
possíveis de integridade; otimização de campo de estágio para a formação, treinamento e
desenvolvimento de recursos humanos; e o desenvolvimento científico para o aprimoramento de novas
técnicas cirúrgicas e afins.

Estrutura Física
O CC deve estar localizado em uma área do hospital que ofereça a segurança necessária às técnicas
assépticas, portanto distante de locais de grande circulação de pessoas, de ruído e de poeira.
Recomenda-se que seja próximo às unidades de internação, pronto-socorro e unidade de terapia
intensiva, de modo a contribuir com a intervenção imediata e melhor fluxo dos pacientes. De acordo
com a organização hospitalar, podem fazer parte do bloco cirúrgico a Recuperação Pós-Anestésica e a
Central de Materiais e Esterilização. As demais áreas são assim caracterizadas:
Vestiários (masculino e feminino): Localizados na entrada do CC, onde é realizado o controle de
entrada das pessoas autorizadas após vestirem a roupa privativa da unidade.
Área de conforto: Área destinada a lanches para que os mesmos não sejam realizados em locais
inadequados.
Sala dos cirurgiões e anestesiologistas: Destinada aos relatórios médicos
Sala de Enfermagem: Reservada ao controle administrativo do CC. Deve estar em local de fácil acesso
e com boa visão de todo o conjunto do setor.
Sala de recepção dos pacientes: Espaço para receber os pacientes. Aqui os pacientes são avaliados
clinicamente antes da cirurgia ou receber medicação pré-anestésica. Este ambiente deve ser o mais
calmo possível a fim de diminuir o estresse do período pré-operatório.
Sala de material de limpeza: Destinado à guarda dos materiais utilizados na limpeza do Centro-
cirúrgico.
Sala para guarda de equipamentos: Área para guarda e recebimento de equipamentos como:
microscópios, bisturis, monitores cardíacos, respiradores, entre outros. Em condições de uso e utilização
imediata.
Sala para armazenamento de material esterilizado (arsenal): Destinado ao armazenamento e
distribuição dos artigos estéreis, para uso nas salas de cirurgia.
Sala de gases medicinais: Destinada ao armazenamento de torpedos de gases medicinais como
oxigênio, ar comprimido, óxido nitroso e especialmente o nitrogênio para uso em aparelhos específicos
ou em casos de emergência.
Expurgo: Local para o desprezo de secreções das salas de cirurgia. Deve estar provida de um vaso
sanitário apropriado com descarga e uma pia para lavagem dos artigos utilizados nas cirurgias.
Apoio técnico e administrativo do Centro-cirúrgico: O Centro-cirúrgico conta com o apoio
imprescindível de alguns setores ligados direta ou indiretamente a ele e que deve estar prontamente
preparados para atendê-lo para seu funcionamento, tais como: banco de sangue, raios-X, laboratório e
anatomia patológica, serviço de engenharia clínica e de manutenção, farmácia, segurança e secretaria.
Sala de Operação (SO): Segundo a legislação brasileira, a capacidade do CC é estabelecida segundo a
proporção de leitos cirúrgicos e Salas de Operação. A Resolução da Diretoria Colegiada (RDC)
n°307/2002, da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (ANVISA) do Ministério da Saúde, determina
uma sala de operação para cada 50 leitos não especializados ou 15 leitos cirúrgicos.
Portas: As portas das salas de cirurgia devem ser largas o bastante para facilitar a passagem de macas
e equipamentos cirúrgicos. Devem possuir metal na altura da maca para evitar seu estrago, ser de
materiais laváveis e resistentes, de preferência revestidas de fórmica. É indicado o uso de portas do tipo
“vaivém” que impeçam o uso das mãos para abri-la. O ideal é que se tenha outra porta de acesso à sala
apenas para membros das equipes com visor de separação dos dois ambientes.
Piso: Deve ser de superfície lisa, não porosa, resistentes a agentes químicos comuns, sem fendas ou
fissuras, ter aspecto estético, realçar a sujeira, não refletir a luz, impermeável, resistente ao choque,
durável, de fácil limpeza, pouco sonoro e principalmente bom condutor de eletricidade estática para
evitar faíscas.
Paredes: Devem ser revestidas de material liso, resistente, lavável, anti acústico e não refletor de luz.
Pintadas de cores que evitam a fadiga visual, as tintas não devem possuir cheiro. Devem ser utilizados
cantos arredondados nas paredes, conforme o Manual de Controle de Infecção Hospitalar da Agência
Nacional de Vigilância Sanitária.
Teto: Deve ser de material resistente, lavável, não deve conter ranhuras e não deve ser poroso, para
facilitar a limpeza e impedir a retenção de microrganismos.
Janelas: Necessárias apenas para a entrada de iluminação natural, não permitindo a entrada de poeira
e insetos. Devem ser dotadas de tela, não possuir parapeitos dentro ou fora da sala, não deve ainda,
possuir cortinas ou persianas.
Iluminação: Na sala de operação, o objetivo da iluminação é minimizar a tarefa visual das equipes
médicas e enfermagem e oferecer condições para que a operação se processe com precisão, rapidez e
segurança.
Iluminação de emergência: Devem existir sistemas interligados e automáticos, para acionarem
geradores reserva de imediato na eventualidade de uma interrupção do fornecimento de força para o
Centro cirúrgico.
Ventilação/ Ar condicionado: Prover o ambiente de aeração em condições adequadas de higiene e
saúde: 99,9% de eficiência na retenção de partículas de até 5 micra de diâmetro.
Remover partículas potencialmente contaminadas liberadas no interior das salas sem acarretar
turbulência aérea: recomenda-se de 20 a 25 renovações completas do ar da sala, no espaço de uma hora.
Proporcionar umidade relativa adequada e temperatura ambiente de conforto e segurança para o paciente
e para a equipe que o assiste: temperatura entre 22 e 23°C. A umidade deve permanecer entre 55 a 60%.
No entanto, não deve ultrapassar 70% para não se tornar ambiente propício ao desenvolvimento de
microrganismos.
Rede de gases: O sistema de abastecimento pode ser descentralizado (utilização de cilindros avulsos,
transportados até o local de utilização) ou centralizado (conduzido por tubulação central até os pontos
de utilização).
Lavabo: Constituído de uma pia em aço inoxidável provida de torneira de água quente e fria, escovas e
anticépticos para a escovação cirúrgica. É previsto um lavabo para cada duas salas de operação.
Recursos Materiais: Classificados em permanentes ou de consumo, o controle dos materiais utilizados
no centro cirúrgico são de competência da equipe de Enfermagem.
Os materiais permanentes podem ser fixos ou móveis. Os móveis são aqueles que podem ser deslocados
ou acrescidos à sala de operação de acordo com a necessidade no ato operatório, dentre os quais se
destacam:
- Aparelho de anestesia;
- Aspirador portátil estéril;
- Banco giratório;
- Balde para lixo;
- Balança para pesar compressas;
- Bisturi eletrônico;
- Carrinho abastecedor;
- Carrinho de medicamentos;
- Coxins;
- Escada com dois degraus;
- Estrados; - Foco auxiliar;
- Mesa de operação com os respectivos acessórios: arco de narcose, ombreiras, suportes laterais,
perneiras, colchonetes em espuma;
- Mesa auxiliar para acondicionar pacotes de aventais;
- Mesa de Mayo;
- Mesa para instrumental cirúrgico (simples e com traves ou suportes);
- Suporte de braço;
- Suporte de hamper;
- Suporte de soro;
- Artroscópio;
- Bomba de circulação extracorpórea;
- Cardioversor ou desfibrilador;
- Colchão de água para hiper ou hipotermia;
- Manta térmica;
- Monitor multiparamétrico;
Equipamentos fixos: adaptados à estrutura da sala de operação que são:
- Foco central;
- Negatoscópio;
- Torre retrátil ou painel de gases medicinais.

Profissionais que atuam no Centro Cirúrgico


Os profissionais que atuam no Centro Cirúrgico são: as equipes médicas (cirúrgica e anestesiologia),
de enfermagem, administrativa e de higiene, que têm como objetivo assistir adequadamente às
necessidades do paciente. É de extrema importância que seus componentes atuem de forma harmônica
e integrada para a segurança do paciente e a eficiência do ato cirúrgico. É importante ainda que as boas
relações humanas e o profissionalismo sempre prevaleçam sobre as tensões, inevitáveis nesse tipo de
trabalho.
Em uma equipe, todos os seus membros têm suas responsabilidades e funções definidas, assim como
devem ser habilitados para as atividades que desempenham. As funções do enfermeiro coordenador, do
enfermeiro assistencial, dos técnicos de enfermagem, dos auxiliares de enfermagem e auxiliares e dos
auxiliares administrativos, devem estar devidamente descritas.
Para o enfermeiro ter condições de prestar assistência ao paciente na sala de cirurgia, como:
monitorização, ações de segurança para evitar queda, auxiliar o anestesiologista durante a indução
anestésica, juntamente com a equipe cirúrgica posicioná-lo na mesa de cirúrgica colocando os coxins
para conforto, e outras ações específicas, é necessário que haja pelo menos 1 enfermeiro assistencial
para cada 4 salas de cirurgia, além do enfermeiro gerente (coordenador) que é responsável pelas ações
administrativas.

Paramentação cirúrgica
Historicamente, o objetivo primário das barreiras de proteção em sala operatória sempre se dirigiu para
a proteção dos pacientes à exposição de microrganismos presentes e liberados pelos trabalhadores.
É o vestuário especifico de acordo com os procedimentos realizado no Centro Cirúrgico.
Tradicionalmente, inclui o uniforme privativo (calça e blusa), propé ou sapato privativo, gorro, máscara,
avental cirúrgico e luva cirúrgica. Ressalta que a utilização do uniforme privativo deve ser restrita ao
ambiente do Centro Cirúrgico, com o objetivo de proteção dos profissionais envolvidos no cuidado ao
paciente em tal unidade critica. As roupas da rua nunca devem ser usadas em áreas semi-restritas ou
restritas do centro cirúrgico. Deve haver um ponto de demarcação entre as áreas de circulação sem
restrição e semi-restritas que ninguém pode ir, a menos que esteja adequadamente paramentado, sendo
que este deve incluir gorro ou capuz, propés e máscara facial.
Área não restrita: Vestiários; Área de transferência; Expurgo.
Área semi-restrita: Secretaria; Conforto médico; Sala de recepção do paciente; de recuperação
anestésica; de acondicionamento de material; de esterilização; centro de material; sala de serviços
auxiliares; e de equipamentos.
Área restrita: Corredor de acesso; Lavabo; Sala de operação.

Infecção do sítio cirúrgico


A infecção do sítio cirúrgico é definida pelo Ministério da Saúde como "processo infeccioso que
acomete tecido, órgãos e cavidade abordada em procedimento cirúrgico". É vista como um sério
problema não só de retardo da cicatrização da ferida, como também, na demora no internamento do
paciente e alto custo hospitalar, sendo a segunda infecção mais frequente após cinco a sete dias da
cirurgia podendo ser limitada ao sítio cirúrgico (60 a 80%) ou afetar o paciente a nível sistêmico.
A infecção da ferida operatória se dá por três fatores:
I. Relacionados ao paciente:
Idade: extremos da idade explicada por diminuição da imunidade do paciente com o avançar da idade;
Sexo: o sexo feminino está associado com o aumento da taxa de infecção do sítio cirúrgico em cirurgias
cardíacas.
Risco anestésico: ASA (American Society Anesthesiology) indicador do estado clínico do paciente,
maior ou igual a III (paciente com doença sistêmica grave que requer assistência médica) é fator de
risco para ISC.
Dependentes do paciente: hipóxia sistêmica, diminuição do fluxo sanguíneo local, uremia, idade
avançada, uso de drogas supressoras, câncer e trauma.
II. Fatores Bacterianos: ocorre com a contaminação de um número acima de 100.000 organismos,
qualidade do agente invasor (endotoxinas e produção de exotoxinas com menor ou maior poder
para estabelecer a infecção).
III. Relacionado ao procedimento cirúrgico: Grau de contaminação da cirurgia: cirurgias limpas
2,1%; cirurgias potencialmente contaminadas 3,3%; cirurgias contaminadas 6,4% e cirurgias
infectadas 7,1%.
Duração da cirurgia: cirurgias prolongadas que ultrapassam o limite do percentual 75, esperado para
o procedimento, aumentam a taxa de ISC por maior contaminação, maior probabilidade de lesão
tecidual, maior possibilidade de tecido eletrocoagulado, menor capacidade de defesa do hospedeiro.
Tipos de cirurgias: nas cirurgias de emergência, os cuidados pré-operatórios do paciente não são
realizados com rigor.
Técnica cirúrgica: preparo da equipe cirúrgica para a escovação das mãos, uso de EPIs a fim de
diminuir a eliminação de microrganismos no campo cirúrgico proveniente da boca e nariz ao espirrar,
falar e tossir. Os tecidos deverão ser manipulados com cuidado a fim de amenizar o trauma cirúrgico. A
hemostasia sem uso abusivo de eletrocauterização, tecido desvitalizado devem ser removidos, as suturas
devem ser sem grandes pressões para evitar a isquemia local, a perfusão tecidual deve ser mantida para
que a oxigenação tecidual e ação de neutrófilos sejam preservadas.
A ISC manifesta-se por rubor, edema excessivo, sensibilidade, calor, estrias avermelhadas na pele
próximas à incisão, linfonodos dolorosos e aumentados na região axilar ou inguinal, odor fétido na
incisão, calafrios no corpo e febre persistente por mais de 72 horas pós-operatória, pulso elevado, dor
crescente a partir do sítio cirúrgico e drenagem de secreção purulenta.
Quanto à drenagem é necessário a observação quanto à coloração, quantidade, consistência e odor,
lembrando que estas características variam do tipo, localização e profundidade da ferida.
Os seguintes termos são freqüentemente utilizados para a drenagem:
•Drenagem serosa é amarelo-pálida, aquosa e semelhante ao líquido de uma bolha;
•Drenagem sanguínea é sanguinolenta, como a oriunda de uma laceração aguda;
•Drenagem serossanguínea é amarelo-rósea pálida, fluída e contém plasma e eritrócitos;
•Drenagem purulenta contém leucócitos e microrganismos e ocorre quando a infecção está presente. Ela
é espessa e opaca e pode variar desde o amarelo pálido até o verde ou bronzeado, dependendo do
organismo agressor.
Ações de enfermagem na prevenção da infecção do sítio cirúrgico (ISC).
A assistência de enfermagem constitui na prevenção de ISC ou tratamento de complicações, pois menor
que seja o procedimento cirúrgico, o risco de complicações sempre estará presente. A prevenção no pós-
operatório promove rápida convalescença, evita infecção hospitalar, poupa tempo, reduz gastos,
preocupações, ameniza a dor e aumenta a sobrevida do paciente.
A análise da anamnese pré-operatória e as prescrições pós-operatórias do cirurgião permitem que a
enfermeira elabore melhor o plano de cuidados, para que o paciente possa alcançar os seguintes
objetivos:
- Demonstrar o retorno ou manutenção da função fisiológica normal, incluindo as funções respiratórias,
circulatórias, de eliminação e o estado nutricional;
- Demonstrar a ausência de infecção pós-operatória em ferida cirúrgica;
- Obter o repouso e conforto;
- Manter ou estimular o autoconceito

Assistência de Enfermagem perioperatória


O termo perioperatório é empregado para descrever todo o período da cirurgia, incluindo antes e após
a cirurgia em si. As três fases dos cuidados perioperatórios são: Pré-operatório, Transoperatório e Pós-
operatório.
Pré - operatório Mediato: começa no momento da indicação da operação e termina 24 horas antes do
seu início. Geralmente, nesse período o paciente ainda não se encontra internado.
Pré - operatório imediato: da véspera da cirurgia até o momento em que o paciente é recebido no
centro-cirúrgico;
Transoperatório: do momento em que o paciente é recebido no CC até o momento em que é
encaminhado para a sala pós-anestésica;
Intraoperatório: Do início até o final da anestesia;
Recuperação pós-anestésica: do momento da alta do paciente da sala de operação até sua alta da sala
de recuperação pós-anestésica;
Pós - operatório imediato: da alta do paciente da sala de recuperação pós-anestésica até as primeiras
24 horas pós-operatórias.
✓ Consentimento cirúrgico: Antes da cirurgia, o paciente deve assinar um formulário
de consentimento cirúrgico ou permissão para realização da cirurgia. Quando
assinado, esse formulário indica que o paciente permite a realização do
procedimento e compreende seus riscos e benefícios, explicados pelo cirurgião. Se
o paciente não compreender as explicações, o enfermeiro notifica ao cirurgião
antes que o paciente assine o formulário de consentimento. Os pacientes devem
assinar um formulário de consentimento para qualquer procedimento invasivo que
exija anestesia e comporte risco de complicações. Os pacientes devem assinar o
formulário de consentimento antes que lhes seja administrado qualquer sedativo
pré-operatório.
Posicionamento Cirúrgico
“O posicionamento cirúrgico é uma arte, uma ciência e também um fator chave no desempenho do
procedimento seguro e eficiente, por meio da aplicação de conhecimentos relacionados à anatomia,
fisiologia e patologia.”
Objetivos:
Oferecer exposição e acesso ótimo do local operatório Manter o alinhamento corporal e as funções
circulatórias e respiratórias Proporcionar acesso para a administração de soluções endovenosas, drogas,
agentes anestésicos Não comprometer as estruturas vasculares e a integridade da pele Trazer o máximo
de conforto para o paciente.
É importante atentar para:
Temperatura da sala - se fria oferecer cobertor aquecido Não deve haver contato direto do paciente com
partes metálicas da mesa Quando da utilização de posicionadores, manter atenção com olhos, orelhas e
nariz.
Uso de coxins
Mesas de operação – são especialmente desenhadas para atender as exigências peculiares e altamente
especializadas da terapia cirúrgica
Equipamentos acessórios como estribo, suporte de perna, suporte de braços e suporte de pé são
desenhados para estabilizar o paciente na posição desejada e para oferecer flexibilidade no
posicionamento.

Mudança de posição com atenção


O posicionamento está relacionado:
Mesas cirúrgicas
Treinamento da equipe de enfermagem
Parceria com a equipe médica
Recursos de proteção:
Colchonetes
Braçadeiras
Travesseiros
Perneiras
Fixadores de braços e pernas
Colchão piramidal (caixa de ovo)
Protetores de calcâneo
Protetores crânio – faciais
Posições cirúrgicas
a) Posição supina ou decúbito dorsal
Indicada para indução anestésica geral e acesso as cavidades maiores do corpo. O paciente fica deitado
sobre o dorso, braços em posição anatômica e pernas levemente afastadas. As palmas das mãos voltadas
para o corpo. A posição da cabeça deve manter as vértebras cervicais, torácicas e lombares numa linha
reta. Os quadris paralelos. As pernas ficam paralelas e descruzadas para prevenir traumas os nervos:
peroneal, tibial, atrito e comprometimento circulatório.
b) Posição prona ou decúbito ventral
Indicada para cirurgias da região dorsal, lombar, sacrococcígea e occipital.
Obs.: necessidade de expansão pulmonar – liberação das mamas no sexo feminino – uso de coxins e
travesseiros cabeça lateralizada e braços no suporte
c) Posição decúbito lateral ou de Sims
Indicada para toracotomias e cirurgias renais.
Nessa posição o paciente fica deitado sobre um dos lados, para obter seu equilíbrio pela flexão da perna
inferiormente colocada a extensão da superior, fixando-o transversalmente pelo quadril a mesa
operatória
O paciente fica deitado sobre o lado não afetado, oferecendo acesso à parte superior do tórax, na região
dos rins, na seção superior do ureter. O posicionamento das extremidades e do tronco facilita a
exposição desejada
d) Posição de Trendelemburg Ocorre oferece melhor visualização dos órgãos pélvicos durante a
abertura ou cirurgia laparoscópica no abdome inferior ou pelve. Nessa posição o paciente ficará em
posição dorsal com elevação da pelve e membros inferiores, por inclinação da mesa cirúrgica, a cabeça
fica mais baixa que os pés. Pode ser utilizada também para melhorar a circulação no córtex cerebral e
gânglio basal quando a PA cai repentinamente e aumenta o fluxo sanguíneo arterial para o crânio.
e) Posição de Trendelemburg reverso ou proclive
Usada freqüentemente para oferecer acesso à cabeça e pescoço para facilitar que a força de gravidade
desloque a víscera para adiante do diafragma e na direção dos pés. Indicada para manter as alças
intestinais na parte inferior do abdome e reduzir a pressão sanguínea. Nessa posição o paciente estará
em decúbito dorsal com elevação da cabeça e tórax e abaixamento do MMII. Quando a modificação
desta posição é usada para cirurgia da tireoide, o pescoço pode ser hiper estendido pela elevação dos
ombros do paciente.
f) Posição de Litotomia ou ginecológica
Indicada para exames urinários, endoscópicos, cirurgias ginecológicas por via baixa e anuretais. Essa
posição é derivada do decúbito dorsal, na qual se elevam os MMII, que ficam elevados em suportes
especiais, denominados perneiras e fixados com correias.
g) Posição de Fowler Modificada
Indicada: neurocirurgias, monoplastias e abdominoplastias. Essa é a posição sentada propriamente dita,
isto é, em ângulo de 90º. Flexiona-se a parte dos MMII para prevenção de quedas. Ocorre o aumento do
peso da paciente no dorso do corpo. O repouso do dorso é elevado, os joelhos são flexionados, e o
suporte de pé é mantido no lugar.
h) Posição Canivete (Kraske)
É a posição derivada da ventral, na qual os MMII, tórax e MMSS são abaixados de forma que o corpo
fique fletido sobre a mesa, mantendo-se a região a ser operada em plano mais elevado. Utilizada para
cirurgias da região Proctológica e coluna lombar.

Período transoperatório (intraoperatório)


É aquele em que o paciente será submetido a uma cirurgia propriamente dita, sendo realizada na unidade
de centro cirúrgico, que é dotada de uma infra – estrutura que garanta plena segurança e conforto ao
paciente e a equipe de saúde.
As funções da enfermagem abrangem a recepção do paciente no CC, organização da SO, atendimento
as necessidades de saúde e segurança do paciente durante e após a cirurgia, encaminhando o paciente
para a RPA, UTI ou enfermaria

Rotinas e salas de operação


Entende-se por montagem da sala os procedimentos para prever e prover artigos e equipamentos
necessários e adequados que visam proporcionar o desenvolvimento do ato anestésico cirúrgico em
ambiente seguro, físico e humano, a que o paciente tem direito.
A fase de montagem da sala compreende desde o momento em que a circulante recebe do enfermeiro o
plano assistencial para o período transoperatório até o início do ato anestésico cirúrgico.
Os procedimentos dependem de informações a respeito da equipe médica, cirurgia, anestesia, mas,
sobretudo, do paciente, e que podem ser obtidas através de aviso de cirurgia, ficha pré-operatória de
enfermagem e ficha de visita pré-operatória.
A montagem da sala abrange as seguintes etapas:
Procedimentos básicos
✓ Preparo da sala de operação:
✓ Colocar o mobiliário em posição funcional;
✓ Proceder à limpeza da sala de operação quando for necessário conforme a rotina
estabelecida no CC. Na limpeza deve-se seguir um fluxo funcional, de modo a
evitar desperdício de tempo e energia. Mobiliário, aparelhos, foco e mesa
cirúrgica.
✓ Prover equipamento para monitoração (cardíaca, oximetria, pressão não invasiva
e temperatura).
✓ Testar o funcionamento de aparelhos elétricos como monitores, focos,
aspiradores, entre outros.
✓ Testar o funcionamento da rede de gases medicinais - verificar os artigos do
carinho de anestesia; bandeja para intubação, esfigmomanômetro, estetoscópio,
etc.
✓ Verificar material e equipamento para procedimentos especiais como: bisturi
elétrico, trépano, microscópio, etc.
✓ Observar controle ambiente quanto à temperatura recomendada da sala de
operação entre 22 a 24ºC.
✓ Realizar degermação das mãos.
Cuidados de enfermagem com Bisturi Elétrico
Finalidades:
- Equipamento utilizado em procedimentos cirúrgicos, para corte e coagulação de tecidos.
Material Necessário:
- 01 Bisturi elétrico;
- 01 Pedal;
- 01 Cabo da placa isolante;
- 01 Placa isolante descartável (adulto e infantil);
- 01 Caneta de bisturi esterilizada.
Pré - Execução:
- Separar os equipamentos e acessórios;
- Encaminhar à sala de cirurgia.
Execução
: - Conectar o bisturi na rede elétrica;
- Conectar a placa isolante descartável no cliente mantendo amplo contato com a pele, em área que não
corra risco de umidificá-la durante o ato cirúrgico, e sem contato com locais de protuberância óssea;
- Conectar o cabo na placa isolante;
- Aproximar o bisturi da mesa operatória;
- Conectar o cabo na placa do bisturi;
- Aguardar que o cirurgião forneça a extensão da caneta do bisturi e conectá-la no equipamento;
- Aproximar o pedal do bisturi do elemento da equipe que irá comandar o equipamento;
- Ligar o “Plug” do equipamento;
- Selecionar o grau de corte e coagulação conforme orientação do cirurgião.
Pós - Execução:
- Desligar o equipamento no “plug”;
- Desligar o bisturi da rede elétrica;
- Vestir luvas de procedimentos;
- Desconectar o cabo e caneta do equipamento;
- Desprezar a placa no lixo;
- Fazer desinfecção do equipamento com álcool 70%;
- Encaminhar a caneta do bisturi para o expurgo da central de material esterilizado;
- Retirar as luvas de procedimento
; - Anotar na folha de débito do centro cirúrgico a utilização do equipamento.
Avaliação:
- Avaliar funcionamento adequado do equipamento;
- Verificar colocação adequada da placa do bisturi;
- Avaliar desinfecção do equipamento – antes e após sua utilização.
Riscos / Tomada de Decisão:
- Não funcionamento por defeito no aparelho: acionar os técnicos da engenharia clínica;
- Não funcionamento do pedal: checar adaptação do pedal ao equipamento;
- Acionamento do alarme do bisturi por má adaptação dos acessórios: checar adaptações do cabo, placa
e caneta; verificar área de fixação da placa do bisturi elétrico no paciente;
-Queimaduras químicas por não retirada do excesso de anticéptico (Chlorexidina ou PVPI) próximo à
placa isolante: retirar a placa, limpar a região e avaliar danos causados.
Prover o carinho com os seguintes artigos médicos esterilizados de acordo com a rotina estabelecida no
CC:
✓ Luvas de todos os tamanhos (7,0; 7,5; 8,0; 8,5 e 9,0).
✓ Pacotes de campos cirúrgicos (LAP).
✓ Pacotes de aventais.
✓ Pacotes de compressas grandes de pequenas.
✓ Pacotes de gazes (10 a 20 unidades).
✓ Fios de sutura comuns e específicos para o procedimento cirúrgico.
✓ Impermeáveis para mesa de instrumental.
✓ Artigos em aço inoxidável (cuba-rim, cúpulas, bacias).
✓ Caixa de instrumental cirúrgico.
✓ Seringas; agulhas; equipo e artigos para anestesia.
✓ Sondas; drenos e cateteres.
✓ Coletores (diureses, sonda nasogástrica, etc.).
✓ Cabo de bisturi elétrico e sistema de aspiração de secreção
✓ Manoplas.
✓ Artigos específicos de acordo com o procedimento cirúrgico (laparoscópios)
✓ Checar a validade da esterilização e a integridade das embalagens dos artigos.
Prover com artigos diversos:
✓ Talas.
✓ Ataduras.
✓ Acessórios para o posicionamento do paciente na mesa cirúrgica
✓ Soluções anticépticas (PVPI tópico e degermante, clorexidina).
✓ Soluções medicamentosas como Ringer simples e lactato, soro fisiológico e glicosado, etc.
✓ Medicamentos de forma geral e anestésicos.
✓ Adesivos (micropore, esparadrapo).
✓ Escova para degermação à base de PVPI ou clorexidina.
✓ Dispor os pacotes nas respectivas mesas auxiliares de modo a facilitar a sincronia de
movimentos para a abertura dos pacotes, preparo da paramentação, preparo do paciente e
preparo do carinho de anestesia.
✓ Prover os impressos, tais como: registro de anestesia, débito de sala, requisição de exames,
descrição de cirurgia, prescrição médica, requisição de hemoderivados, etc.

Procedimentos em relação à equipe médica e à instrumentadora cirúrgica:


O circulante de sala deve:
✓ Controlar e orientar o uso correto do uniforme privativo, visando à segurança do paciente.
✓ Auxiliar os elementos da equipe cirúrgica a vestirem o avental e as luvas.
✓ Iniciar a abertura dos pacotes em sequência de uso e obediência à técnica asséptica.
✓ Auxiliar a montagem da mesa de instrumentação, apresentando os artigos médicos necessários
ao procedimento cirúrgico.

Procedimentos relacionados ao paciente:


✓ Para o transporte do paciente da área de recepção até a sala de operação, o enfermeiro deve
considerar os problemas detectados no recebimento e prover sua segurança física e emocional.
Para tal, a maca deve ter grades e travas e o funcionário responsável pelo transporte, estar
orientado a transportar o paciente, posicionando-se sempre à cabeceira da maca, observando a
expressão facial do doente e tomando os cuidados necessários com infusões e drenagens.
Transferência do paciente para a mesa de operação:
✓ Após a apresentação do paciente à equipe da sala de operação, ele deve ser passado para a mesa
cirúrgica, mantendo sua privacidade, segurança física e emocional e seu conforto.
Alguns cuidados devem ser tomados para a transferência do paciente, como:
✓ Nivelamento da altura da mesa cirúrgica com a maca.
✓ Posicionamento da maca contra as laterais da mesa cirúrgica, evitando assim sua
movimentação que pode ocasionar a queda do paciente.
✓ Solicitar ao paciente para que passe para a mesa cirúrgica, se fisicamente capaz.
✓ Posicionar confortavelmente o paciente na mesa cirúrgica
Limpeza da sala de operação
É o procedimento de remoção de sujeira e detrito indesejável, mobiliários, pisos, paredes mediante a
aplicação de energia química, mecânica e térmica.
A escolha do procedimento de limpeza deve estar condicionada ao potencial de contaminação das áreas
e artigos e dos riscos inerentes de infecções hospitalares. Os ambientes podem ser assim classificados:
- Áreas críticas: São aquelas que oferecem risco potencial de transmissão de infecção, seja por
procedimentos invasivos realizados, pela presença de pacientes com seu sistema imunológico deprimido
ou por executar limpeza de artigos (hemodiálise, central de material e esterilização, centro - cirúrgico,
UTI, etc.).
- Áreas semi-críticas: São todas as áreas ocupadas por pacientes com doenças infecciosas de baixa
transmissibilidade e doenças não infecciosas (unidades de internação, ambulatórios).
- Áreas não críticas: Áreas hospitalares não ocupadas por pacientes (salas administrativas, depósitos).
Limpeza e desinfecção do Centro Cirúrgico
Considerar todo líquido ou material orgânico de qualquer paciente (em todas as cirurgias) como
possível fonte de contaminação, procurando confinar essa a uma restrita área próxima à mesa cirúrgica.
A limpeza e desinfecção da sala de cirurgia podem ocorrer antes, durante e após a cirurgia, conforme
objetivos específicos para cada um desses momentos:
- Limpeza antes do início dos procedimentos cirúrgicos do dia: O objetivo é remover a poeira
porventura acumulada em móveis e equipamentos após a limpeza realizada no final do turno do dia
anterior. Realizar a limpeza das superfícies horizontais dos móveis e equipamentos com pano seco e
limpo, umidificado com água ou solução desinfetante (de preferência, o álcool 70 %).
- Limpeza durante o procedimento cirúrgico: O objetivo é contribuir para a manutenção de ambiente
limpo durante a cirurgia. Realizá-la, desde que não interfira com o ato cirúrgico ou a pedido do cirurgião.
Manter limpa, o máximo possível, a sala de cirurgia durante todo o procedimento. Se necessária, realizar
a limpeza do piso e superfícies durante a cirurgia. Trocar os hamperes e os cestos de lixo sempre que
muito cheios, para evitar que transbordem e contaminem o piso.
- Limpeza após cada procedimento cirúrgico: O objetivo é recompor e preparar a sala para a próxima
cirurgia.
Após cada procedimento cirúrgico, a sala de cirurgia deve ser limpa (piso e a mesa cirúrgica, a
princípio) e, se necessário, realizar a limpeza e desinfecção localizada de equipamentos, piso, paredes,
portas, teto, mobiliários e demais instalações. A necessidade de desinfecção é determinada pela presença
de respingo ou deposição de matéria orgânica.
Para a desinfecção é utilizado o hipoclorito de sódio para as superfícies (pisos e paredes) e álcool 70 %
para equipamentos e metais. Após a desinfecção, realizar a limpeza com água e sabão de toda a
superfície. Secar muito bem as superfícies e os artigos / equipamentos.
A porta da sala de cirurgia deve permanecer sempre fechada, mesmo não havendo procedimento
cirúrgico.
As Normas Internas de Funcionamento do Centro Cirúrgico preveem o tempo de 15 minutos, o qual
pode ser estendido, para fins de limpeza e desinfecção entre as cirurgias.
- Limpeza no final da programação cirúrgica diária (ou do turno) e Limpeza semanal: O objetivo
é a limpeza mais completa, reservando para a limpeza semanal todos os itens não atingidos,
rotineiramente, pela limpeza terminal diária.
– Instrumentos, roupas sujas e resíduos infectantes (sólidos).
O material a ser esterilizado na CME deve ser acondicionado em recipiente resistente à perfuração,
observando os cuidados para evitar acidentes com materiais perfurocortantes (Ex.: pinças fechadas e
bisturi sem a lâmina).
Os resíduos sólidos devem ser descartados em sacos plásticos próprios, sem extravasamento de material
ou líquido, mantendo a superfície externa limpa.
¨ Os materiais perfurocortantes devem ser desprezados em coletores especiais.
As roupas sujas devem ser acondicionadas em sacos plásticos especiais, evitando o extravasamento de
líquidos e mantendo limpa a superfície externa do saco coletor.
O transporte de resíduos sólidos e de roupa suja deve ser feito em carrinhos próprios e fechados, que
circulam apenas na área verde. O recolhimento da roupa e dos resíduos deve ser feito em frequência que
não permita o acúmulo excessivo.
Terminologias
Entende-se por nomenclatura cirúrgica “o conjunto de termos de uma arte ou de uma ciência:
terminologia”. Assim sendo, a nomenclatura cirúrgica é o conjunto de termos utilizados para indicar o
procedimento cirúrgico a ser realizado. Cabe ao profissional de enfermagem entender os diversos
aspectos que envolvem o procedimento cirúrgico, em especial a terminologia pertinente. Essa
terminologia é formada por prefixos, que designam a parte do corpo relacionada à cirurgia, e por sufixos,
que indicam o ato cirúrgico referente
Os principais objetivos da nomenclatura cirúrgica são:
- Fornecer sob forma verbal ou escrita uma definição do procedimento cirúrgico realizado.
- Preparar o instrumental cirúrgico, artigos, equipamentos e acessórios apropriados para cada tipo de
cirurgia.
Prefixos e Sufixos
Otomia – Abertura de um órgão com ou sem dreno.
Stomia – Fazer cirurgicamente uma nova boca.
Ectomia – Remover um órgão. Ráfia – Suturar ou reparar.
Pexia – Fixação de um órgão.
Scopia – Olhar o interior.
Litíase – Cálculo.
Operações terminadas em ECTOMIA
Apendicectomia – Retirada cirúrgica do apêndice vermiforme.
Cistectomia – Retirada da bexiga.
Colecistectomia – Remoção cirúrgica da vesícula biliar.
Craniectomia – Operação para retirar parte do crânio.
Esplenectomia – Retirada do baço.
Fistulectomia – Retirada da fístula.
Gastrectomia – Retirada total ou parcial do estômago.
Hemorroidectomia – Remoção das hemorróidas.
Histerectomia – Extirpação do útero.
Laringectomia – Extirpação da laringe.
Mastectomia – Retirada da mama.
Orquidectomia – Retirada dos testículos.
Pneumectomia – Remoção dos pulmões.
Prostatectomia – Remoção da próstata.
Retossigmoidectomia – Remoção do intestino reto e sigmóide.
Salpingectomia – Remoção cirúrgica de uma parte ou de um ramo do sistema nervoso simpático.
Tireiodectomia – Remoção da tireóide.
Operações terminadas em RÁFIA
Colporrafia – Sutura da vagina.
Gastrorrafia – Sutura do estômago.
Herniorrafia – Sutura da hérnia.
Palatorrafia ou estafilorrafia – Sutura da fenda palatina.
Osteorrafia – Sutura do osso ou colocação de fio metálico em osso.
Períneorrafia – Sutura do períneo.
Tenorrafia – Sutura do tendão.
Operações terminadas em PEXIA
Hisperopexia – Fixação do útero na parede abdominal ou na vagina.
Nefropexia – Fixação do rim na parede abdominal posterior.
Orquidopexia – Fixação do testículo no escroto.
Operações terminadas em SCOPIA
Broncoscopia – Exame com visão direta dos brônquios.
Cistoscopia - Exame com visão direta da bexiga.
Colposcopia - Exame com visão direta da vagina.
Esofagoscopia - Exame com visão direta do esôfago.
Gastroscopia - Exame com visão direta do estômago.
Laringoscopia - Exame com visão direta da laringe.
Laparoscopia - Exame com visão direta dos órgãos abdominais.
Uretoscopia - Exame com visão direta da uretra.
Sigmoidoscopia - Exame com visão direta do sigmóide.
Operações terminadas em OTOMIA
Artrotomia – Abertura cirúrgica de articulação.
Cardotomia – Operação de cortar a cárdia, em casos de estenose do esôfago.
Coledocotomia – Exploração e drenagem do ducto biliar.
Coledocolitotomia – Incisão do colédoço para retirar cálculo.
Hepatotomia – Incisão cirúrgica no fígado.
Flebotomia – Abertura da veia para colocação de Intra-Carth.
Laparotomia – Abertura da cavidade abdominal.
Litotomia – Incisão de um órgão para retirar cálculo.
Osteotomia – Secção cirúrgica parcial, superficial ou profunda de osso, com objetivo terapêutico.
Pielotomia – Incisão do bacinete renal.
Toracotomia – Abertura do tórax.
Operações terminadas em OSTOMIA
Cistostomia - Abertura da bexiga para drenagem de urina.
Colecistostomia – Incisão da vesícula biliar para drenagem.
Colostomia – Operação para formar abertura artificial no cólon.
Gastrostomia – Formação cirúrgica de fistula gástrica na parede abdominal para introduzir alimentos.
Ileostomia – Formação de abertura artificial no íleo.
Jejunonostomia – Formação de abertura artificial no jejuno.
Operações terminadas em PLASTIA
Artroplastia – Reconstrução da articulação com a finalidade de restaurar o movimento e a função da
mesma.
Queiloplastia – Repara dos defeitos dos lábios.
Rinoplastia – Cirurgia plástica do nariz.
Toracoplastia – Cirurgia plástica do tórax.
Salpingolplastia – Operação plástica na trompa de falópio.
Terminologias diversas
Enxerto – Transplante de órgãos ou tecidos.
Amputação – Operação para eliminar membro ou segmento de corpo necrosado.
Anastomose – Formação de comunicação entre órgãos ou entre vasos.
Artrodese – Fixação cirúrgica de articulação para fundir as superfícies.

Anestesiologia
A anestesia é caracterizada pela perda da sensibilidade dolorosa, com perda de consciência e certo grau
de amnésia, ao passo que a analgesia é a perda da sensibilidade dolorosa com preservação do estado de
consciência. Pode ser causada por: estados patológicos diversos ou provocada artificialmente, por
agentes anestésicos.
Os objetivos do ato anestésico são:
Suprir a sensibilidade dolorosa durante a cirurgia com manutenção ou não da consciência;
Relaxamento muscular;
Proporcionar condições ideais para a ação da equipe cirúrgica.
Medicação pré-anestésica
Consiste na administração de uma ou mais diferentes drogas antes do ato anestésico com o objetivo de
produzir amnésia e sedação, diminuir a dor, potencializar os agentes anestésicos, diminuir secreções de
vias aéreas e o metabolismo, reduzir volume do conteúdo gástrico e aumentar o seu pH, reduzindo as
necessidades de anestésicos.
Reduz a ansiedade, pois o estresse pré-operatório pode provocar inquietação, insônia, arritmias,
hipertensão arterial e crise de angina. Portanto, a medicação pré-anestésica deve proporcionar a redução
da ansiedade, de modo que a indução e manutenção da anestesia sejam mais fáceis, pois o estresse pré-
operatório pode provocar inquietação, insônia, arritmias, hipertensão arterial e crise de angina. A
medicação deve ser prescrita de acordo com as necessidades individuais do paciente.

Tipos de anestesia
Os diferentes tipos de anestesias se dividem em dois grandes grupos: a anestesia de consciência (geral)
e as de partes do corpo (sendo as loco regional: local, tissular, plexular, troncular, epidural e
raquianestésica). Uma classificação freqüentemente usada para a assistência anestésica é a seguinte:
✓ Anestesia geral
A anestesia geral pode ser entendida como um estado reversível de ausência de percepção dolorosa,
relaxamento muscular, depressão neurovegetativa e inconsciência, resultante da ação de uma ou mais
drogas no sistema nervoso.
São administrados por vias endovenosas e inalatória preferencialmente devida a relação efeito-doze e
o tempo de curso de efeito são mais previsíveis. Outras vias podem ser usadas, como a anestesia geral
retal.
✓ Anestesia geral por inalação
Os anestésicos líquidos podem ser administrados pela mistura de vapores com oxigênio ou óxido
nitroso-oxigênio e, então, fazer o paciente inalar a mistura. O vapor é administrado ao paciente por meio
de um tubo ou máscara.
A técnica endotraqueal para administração de anestésico consiste na introdução de um tubo
endotraqueal ou da máscara laríngea de borracha macia ou plástico, dentro da traquéia (tubo) ou laringe
(máscara laríngea), com a ajuda de um endoscópio óptico de fibra flexível, ou também pela exposição
da laringe com um laringoscópio ou pela introdução do tubo cegamente. O tubo pode ser inserido tanto
pelo nariz quanto pela boca (a ML somente pela boca). Quanto o tubo encontra-se no local, o mesmo
isola os pulmões do esôfago de forma que, se o paciente vomita, nenhum conteúdo do estômago entra
nos pulmões.
✓ Anestesia geral endovenosa
Pode ser produzida pela injeção intravenosa de várias drogas. Tem a vantagem de não ser explosiva,
agradável para o paciente, ação rápida, fácil de dosar, não requer aparelhagem e é muito fácil de
administrar, porém, não há meio de removê-la organismo (tiopental sódico, etomidato, acetamina,
diazepínicos, propofol e methoexital sódico).
✓ Anestesia local
Caracteriza-se pela administração de anestésico local nas imediações dos axônios. Sua ação é de
estabilizar a membrana do axônio impedindo a despolarização e conseqüente propagação do impulso
elétrico. Pode ser classificada em: local propriamente dita regional e espinhal. Anestesia local pode ser
tópica (mucosa do nariz, boca, árvore traqueobrônquica, esôfago e trato geniturinário) ou por infiltração
(injeção de anestésico nos tecidos nos quais deve passar a incisão).
✓ Anestesia regional
O agente anestésico é injetado nos nervos ou ao redor deles, de modo a anestesiar a área por eles
inervada. As áreas mais comumente utilizadas são: bloqueio do plexo (plexo branquial); anestesia
paravertebral (parede abdominal e vísceras); bloqueio transacral (períneo e baixo abdômen);
✓ Anestesia espinhal
Epidural ou peridural - injeção de anestésico no canal medular no espaço ao redor da duramáter.
Raquianestesia – é obtida pela punção lombar e, no mesmo ato, injeta-se a solução de anestésico no
líquido cefalorraquidiano, no espaço subaracnóideo.
Outras medicações são utilizadas como coadjuvantes no ato anestésico. É o caso do miorrelaxantes
utilizados para facilitar a intubação e oferecer condições cirúrgicas.

Esterilização
O processo de esterilização pelo vapor saturado sob pressão é o método mais utilizado e o que maior
segurança oferece ao meio hospitalar.
A produção do vapor utilizado na esterilização requer alguns cuidados como a água utilizada para a
produção do vapor, esta deve estar livre de contaminantes em concentração que possa interferir no
processo de esterilização, danificar o aparelho ou os produtos a serem esterilizados.
Os equipamentos utilizados para este método de esterilização são as autoclaves. Estas se constituem
basicamente de uma câmara em aço inox, com uma ou duas portas, possui válvula de segurança,
manômetros de pressão e um indicador de temperatura.
Artigos de superfície como bandejas, bacias e instrumentais não devem ser esterilizados com artigos de
espessura como campo cirúrgicos, compressas e outros, nas autoclaves gravitacionais. O volume de
material dentro da autoclave não deve exceder 80% da sua capacidade. Os pacotes devem ser colocados
de maneira que haja um espaçamento de 25 a 50m entre eles, e de forma que o vapor possa circular por
todos os itens da câmara. Os pacotes maiores devem ser colocados na parte inferior e os menores na
parte superior da câmara.

Esterilização Química
Glutaraldeído
Pode ser utilizado para a esterilização de artigos termo - sensíveis que não possam sofrer esterilização
pelos processos físicos como: enxertos de acrílico, cateteres, drenos e tubos de poliestireno.
Óxido de Etileno
O óxido de etileno C2H4O é um gás incolor à temperatura ambiente, é altamente inflamável. A
utilização do óxido de etileno na esterilização é hoje principalmente empregada em produtos médico-
hospitalares que não podem ser expostos ao calor ou a agentes esterilizantes líquidos: instrumentos de
uso intravenoso e de uso cardiopulmonar em anestesiologia, aparelhos de monitorização invasiva,
instrumentos telescópios (citoscópios, broncoscópios, etc.), materiais elétricos (eletrodos, fios elétricos),
máquinas (marcapassos, etc.), motores e bombas, e muitos outros.
Peróxido de hidrogênio
Peróxido de hidrogênio ou água oxigenada é um agente oxidante e a uma concentração de 3 a 6% tem
poder desinfetante e esterilizante, porém pode ser corrosivo para instrumentais. Pode ser utilizado como
opção para esterilização de materiais termo - sensíveis. É usado na desinfecção e esterilização de
superfícies planas e sólidas, na esterilização de capilares hemodializadores.
Plasma de peróxido de hidrogênio
Este método de esterilização é utilizado como alternativa para artigos sensíveis a altas temperaturas e à
umidade e vem sendo estudada sua característica ecologicamente viável, pois é um sistema de
esterilização atóxico, com processo ambiental saudável. Este processo pode ser aplicado em materiais
como alumínio, bronze, látex, cloreto de polivinila (PVC), silicone, aço inoxidável, teflon, borracha,
fibras ópticas, materiais elétricos e outros. Não é oxidante.

Embalagem dos artigos esterilizados


Ao término de um procedimento correto de esterilização, os produtos no interior da câmara do
esterilizador estarão esterilizados. O ar da sala onde o esterilizador estiver instalado contém partículas
de poeira que podem conter microorganismos. Logo, ao remover a carga do esterilizador, esta será
novamente contaminada. Além do mais, normalmente os artigos esterilizados são armazenados por
algum tempo antes de serem utilizados e ainda por cima são transportados dentro do ambiente hospitalar
até o local onde serão utilizados. Fica claro que qualquer artigo, quando não protegido, será
recontaminado até o momento de ser usado.
Os artigos devem ser acondicionados em embalagens para evitar a recontaminação após a esterilização.
Ao mesmo tempo, o material da embalagem deve ser adequado para permitir a esterilização dos artigos
contidos dentro dela.
Além do que, a embalagem deve proteger seu conteúdo durante o manuseio e transporte. Todos os
produtos que serão esterilizados devem ser embalados.
Orientações gerais para a prática da embalagem
•Nas unidades hospitalares que empregam mais de um método de esterilização, medidas devem ser
adotadas para garantir que a troca das embalagens de esterilização seja evitada. As embalagens devem
conter indicações claras sobre que tipo de processo de esterilização deve ser utilizadas.
•Instrumentos médicos reutilizáveis que se destinam à re-esterilização (ex.: em função do vencimento
da data de validade, ou porque a embalagem foi de alguma maneira danificada) devem ser inspecionadas
e quando necessário, lavadas e reembaladas. Embalagens têxteis devem ser recondicionadas.
•O conteúdo de uma embalagem que tenha sido equivocadamente aberta deve ser considerada como não
esterilizada. Deve ser evidenciado que a embalagem foi aberta. Ex.: danificando o material do qual a
embalagem é feita. O conteúdo dessa embalagem deve então ser inspecionado e quando necessário
lavado. Devendo somente então ser reembalado e esterilizado.

Você também pode gostar