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Anais 4o Congresso de Fonoaudiologia Final 1

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ANAIS

4º Congresso de Fonoaudiologia
da Faculdade de Medicina da UFMG

FON
Departamento de
Fonoaudiologia
INSTITUIÇÃO
Reitora:
Sandra Regina Goulart Almeida

Pró-reitor de Pesquisa:
Fernando Marcos dos Reis

Diretora da Faculdade de Medicina:


Alamanda Kfoury Pereira

Chefe do Departamento de Fonoaudiologia:


Denise Brandão de Oliveira e Britto

Coordenação do Colegiado:
Luciana Mendonça Alves
COMISSÃO ORGANIZADORA

Profª. Dra. Aline Mansueto Mourão


Profª. Dra. Amélia Augusta de Lima Friche
Profª. Dra. Denise Brandão de Oliveira e Britto
Profª. Dra. Renata Maria Moreira Moraes Furlan
Profª. Dra. Stela Maris Aguiar Lemos
Doutor Ualisson Nogueira do Nascimento

Doutoranda Graziela Nunes Alfenas Fernandes


Mestranda Alice de Souza Ramos
Mestranda Thaline Moura de Oliveira

Ana Cecília de Oliveira Reis


Anny Sol Rocha Batista
Bianca Guimarães Rocha
Camila de Souza Santos
Ester Florens Guerra Gouvêa
Isa Cordeiro Lima
Sofia Romagnoli Borges Lima

COMISSÃO CIENTÍFICA
Profª. Dra. Amélia Augusta de Lima Friche
Profª. Dra. Denise Brandão de Oliveira e Britto
Doutor Ualisson Nogueira do Nascimento
Doutoranda Graziela Nunes Alfenas Fernandes
Bianca Guimarães Rocha
Sofia Romagnoli Borges Lima
AVALIADORES

Adriane Mesquita de Medeiros


Ana Cristina Côrtes Gama
Ana Paula Lefèvre Machado
Andréa Rodrigues Motta
Andrezza González Escarce
Anna Carolina Marinho
Bárbara Antunes Rezende
Carla Salles Chamouton
Erica de Araújo Brandão Couto
Erika Queiroga Werkhaizer Soares
Fabiana Andrade Penido
Fernanda Abalen Martins Dias
Izabel Cristina Campolina Miranda
Laélia Cristina Caseiro Vicente
Letícia Caldas Teixeira
Luciana Macedo de Resende
Luciana Mendonça Alves
Ludimila Labanca
Mariana Souza Amaral
Mariana Rodrigues Batista
Marina Garcia de Souza Borges
Monalise Costa Batista Berbert
Patrícia Cotta Mancini
Thaís Helena Machado
Thamara Suzi dos Santos
Vanessa Mouffron Novaes Alves
      
        

     


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Premiados - Excelência
Ensino
ENS001 Simulador de casos clínicos de adultos com disfonia comportamental:
desenvolvendo o raciocínio clínico em Fonoaudiologia.
Autores: Lorena Luiza Costa Rosa Nogueira; Sandro Renato Dias; Anna Alice Figueiredo
de Almeida; Renata Rangel Azevedo; Ana Cristina Côrtes Gama.
Resumo:
Objetivo: Desenvolver um sistema especialista voltado para o treinamento e o
desenvolvimento dos raciocínios diagnóstico e terapêutico autônomos de estudantes e
profissionais de Fonoaudiologia interessados no cuidado de indivíduos adultos com disfonias
comportamentais.
Métodos: estudo metodológico com foco no desenvolvimento de software. Envolve a
validação de conteúdos para alimentação e desenvolvimento de software de simulação de
raciocínio clínico em ambiente virtual a partir de casos clínicos reais. O projeto de pesquisa
foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da UFMG sob parecer 5.877.764. A
metodologia segue recomendações de construção de cenários e casos simulados para
aprimorar o raciocínio diagnóstico (Jerônimo et al., 2018) e inclui a validação dos itens que
compõem a avaliação fonoaudiológica na área de voz; os possíveis resultados; os
respectivos diagnósticos e as condutas terapêuticas voltadas para seis casos clínicos reais
de pacientes com diagnósticos otorrinolaringológicos de nódulos vocais, pólipo, cisto, sulco,
edema de Reinke e fenda triangular médio-posterior. Tal validação foi conduzida por meio de
consenso entre quatro fonoaudiólogas especialistas em voz, com mais de 20 anos de
experiência clínica e docente, atuantes nos estados de Minas Gerais, Paraíba e São Paulo.
Já foram realizadas cinco reuniões virtuais, de aproximadamente uma hora e meia cada. A
segunda etapa envolverá a validação dos mesmos itens por 15 especialistas em voz
atuantes nos mesmos estados. Tal etapa será conduzida utilizando-se a metodologia Delphi
(Revorêdo et al., 2015), com nível de confiança de 95%. A etapa seguinte será a validação
de consenso referente às perguntas e devolutivas que nortearão o usuário do software pelas
mesmas quatro profissionais, considerando-se a indução dos raciocínios clínicos analítico e
não-analítico no usuário. Os dados validados comporão o sistema especialista a ser
desenvolvido por profissionais da Ciência da Computação.
Resultados: Foi cumprida a primeira etapa de validações da avaliação fonoaudiológica, dos
possíveis resultados dessa, dos respectivos diagnósticos e das tomadas de decisões
terapêuticas correspondentes. As demais etapas da pesquisa ainda estão em andamento.
Conclusão: Foi possível validar por consenso de quatro especialistas os itens da avaliação
fonoaudiológica, os possíveis resultados, os diagnósticos e as condutas terapêuticas
destinadas a pacientes com diagnósticos de disfonia comportamental.
Linguagem
LGG011 Conhecimento acerca dos transtornos da fluência por profissionais e docentes da
área da saúde
Autores: Sallete Cristina Silva; Juliana Cordeiro de Oliveira; Denise Brandrão de Oliveira e
Britto
Resumo:
Objetivos: descrever o conhecimento de profissionais da área da saúde que atuam em um
hospital público e docentes da universidade acerca dos transtornos da fluência.
Métodos: trata-se de estudo descritivo com abordagem qualiquantitativa, aprovado pelo
Comitê de Ética da instituição (parecer 4635963). A coleta de daos foi realizada por meio de
um formulário estruturado, elaborado pelas pesquisadoras, disponibilizado pela plataforma
digital google forms e divulgado via e-mail e mídias sociais. O questionário foi composto por
vinte e cinco afirmações baseadas nos “25 Mitos sobre a gagueira” retiradas do site da
Stuttering Foudantion e Instituto Brasileiro de Fluência. Os profissionais deveriam julgar seu
nível de concordância com cada afirmação apresentada, seguindo a escala Likert 5-
concordo plenamente, 4- concordo parcialmente, 3-não estou certo/indiferente, discordo
parcialmente, discordo plenamente). Para análise dos dados, utilizou-se o cálculo das
médias das respostas dos cinco mitos com maior concordância/discrepância entre as
participantes: (1) “Um susto pode curar a gagueira”, (2) “A gagueira é um hábito adquirido”,
(3) “O excesso de cobrança dos pais causa gagueira”, (4) “Nervosismo, ansiedade,
insegurança, timidez e baixa autoestima causam gagueira”, (5) “O profissional capacitado
para tratar a gagueira é o fonoaudiólogo”.
Resultados: participaram do estudo 65 indivíduos, sendo 58,5% docentes da universidade,
35% servidores do hospital e 6,2% docente e servidor. Quanto à profissão, 36,9% médicos,
24,6% fonoaudiólogos, 9,7% farmacêuticos, 7,7% dentistas, 6,2% fisioterapeuta, 4,6
enfermeiros e 9,2% outros profissionais (nutricionista, psicólogo, radiologista, biólogo e
enfermeiro). A média de anos de atuação foi de 24,8 anos. No que se refere ao julgamento
das afirmações, 87,7% participantes discordam plenamente que a gagueira pode ser curada
pelo susto, 3,1% discordam parcialmente, 7,7% não estão certos e 1,5% concorda
plenamente. Quanto à gagueira ser um hábito adquirido, 41,5% discordam plenamente,
23,1% discordam parcialmente, 16,9% concordam parcialmente, 16,9% não estão certos e
1,5% concorda plenamente. Acerca do excesso de cobrança dos pais causar gagueira 43%
concordam parcialmente,17% não está certo, 15,5% discorda parcialmente, 13,8% discorda
plenamente e 10,8% concorda plenamente. Quanto à causa da gagueira estar relacionada
ao nervosismo, ansiedade, insegurança, timidez e baixa autoestima, 60% concordam
parcialmente, 16,9% concordam plenamente, 15,5%discordam plenamente, 4,6% discordam
parcialmente e 3,1% não estão certos. Sobre o profissional capacitado para tratar a gagueira
ser o fonoaudiólogo, 68,8%concordam plenamente, 28,1% concordam parcialmente, 1,6%
não está certo e 1,6% discorda parcialmente.
Conclusão: 64% dos participantes responderam adequadamente às perguntas 1 e 5.
Entretanto, as perguntas 2, 3 e 4 foram respondidas inadequadamente por mais de 76% dos
participantes o que demonstra que os profissionais da saúde e docentes da universidade
possuem conhecimentos acerca dos transtornos da fluência, entretanto alguns mitos foram
considerados verdadeiros pelos participantes, apontando um conhecimento limitado acerca
da gagueira.

Motricidade Orofacial
MOO011 Pontos termoanatômicos da face: comparação entre meninos e meninas
Autores: Amanda Freitas Valentim; Júlia Ana Silva; Patrícia Vieira Salles; Renata Maria
Moreira Moraes Furlan; Matheus Pereira Porto; Andréa Rodrigues Motta; Ana Cristina
Côrtes Gama
Resumo:
Objetivo: comparar a temperatura dos pontos termoanatômicos da face, obtida pela
termografia, entre os sexos de crianças respiradoras nasais.
Métodos: estudo observacional transversal realizado com 30 crianças respiradoras nasais
de 4 a 11 anos, média de 7,5 anos, de ambos os sexos. Foi realizada termografia da face
dos participantes, que permaneceram por 15 minutos em uma sala com temperatura de
21±1°C para aclimatação antes de realizar o exame. Após esse tempo, o participante foi
posicionado sentado em uma cadeira, com as pernas a 90º em relação ao tronco. Foi
utilizada a câmera termográfica FLIR A315 para registrar três termogramas de cada
participante em repouso, sendo um frontal, um de perfil direito e um do esquerdo. Foi
avaliada a temperatura média de cada um dos 14 pontos termoanatômicos no termograma
frontal, sendo sete em cada hemiface: Temporal, Supratroclear, Comissura Palpebral Medial,
Comissura Palpebral Lateral, Nasolabial, Comissura Labial e Labial Inferior. De perfil, foram
avaliados 12 pontos, sendo seis de cada lado: Temporal, Articulação Temporomandibular,
Meato Acústico Externo, Comissura Palpebral Lateral, Nasolabial e Comissura Labial. Foi
realizada comparação entre os sexos por meio dos testes T e Mann Whitney. Esse estudo
foi aprovado pelo comitê de ética em pesquisa da UFMG sob o parecer 3.695.491, CAAE
21641019.5.0000.5149.
Resultados: Nos meninos, a temperatura média dos pontos termoanatômicos variou de
33,02°C (no ponto Nasolabial) a 34,86°C (no ponto Comissura Palpebral Medial) no
termograma frontal e nas meninas foi de 33,04°C a 34,96°C nos mesmos pontos. Em
relação ao termograma de perfil, nos meninos a temperatura foi de 32,74°C (no ponto
Nasolabial) a 34,83°C (no ponto Temporal) e nas meninas 32,94°C a 34,75°C nos mesmos
pontos. Não houve diferença de temperatura estatisticamente significante entre meninos e
meninas.
Conclusão: Não houve diferença na temperatura dos pontos termoanatômicos entre os
sexos.

Saúde Coletiva
SCO003 Saúde do professor e fatores psicossociais: revisão sistemática
Autores: Nayara Ribeiro Gomes; Caroline Castro de Assis Santos; Bárbara Antunes
Rezende; Adriane Mesquita de Medeiros
Resumo:
Objetivos: analisar as associações entre os fatores psicossociais do trabalho e o
adoecimento de professores da educação básica evidenciados na literatura científica.
Métodos: revisão sistemática realizada segundo as recomendações do Preferred Reporting
Items for Systematic Reviews and Meta-Analyses (PRISMA) e registrada no International
Prospective Resgister of Systematic Reviews (PROSPERO) sob o número
CRD42021234983. As bases de dados consultadas foram: Portal BVS, Medline, Cinahl,
Scopus, Web of Science, PsycINFO e Embase. Foram incluídos: estudos publicados entre
os anos de 2011 e 2021, em português, inglês ou espanhol; realizados com professores que
atuam em qualquer nível de ensino, exceto no ensino superior; que investigaram os fatores
psicossociais do trabalho; que verificaram presença de morbidades em professores e
apresentaram texto disponível na íntegra. Os descritores DeCS/MeSH utilizados foram:
(docentes OR faculty OR docentes OR "corps enseignant" OR "corpo docente" OR docente
OR educador OR educadores OR professor OR professores OR teacher OR teachers) AND
("doenças profissionais" OR "occupational diseases" OR "enfermedades profesionales" OR
"maladies professionnelles" OR "doenças ocupacionais" OR "doenças do trabalho" OR
"saúde do trabalhador" OR "occupational health" OR "salud laboral") AND ("impacto
psicossocial" OR "psychosocial impact" OR "impacto psicosocial" OR "impact psychosocial"
OR "apoio social" OR "social support" OR "apoyo social" OR "soutien social" OR "fatores
psicossociais" OR "psychosocial factors"). No total, foram identificados 861 estudos. A
seleção dos artigos ocorreu nas seguintes etapas: 1- remoção das duplicatas, 2- leitura de
títulos e resumos para selecionar os estudos elegíveis; 3 - extração dos dados: autores, ano
de publicação, país de realização do estudo, caracterização da amostra, fatores
psicossociais investigados, instrumento utilizado para avaliação dos fatores psicossociais,
principais achados e desfecho em saúde; 4 - avaliação da qualidade metodológica do estudo
por meio da ferramenta QATQS desenvolvida pelo grupo Effective Public Health Practice
Project (EPHPP). Todos os processos de seleção ocorreram de forma independente, por
pares. As discordâncias foram decididas por consenso e na impossibilidade da decisão
houve a avaliação de uma terceira pesquisadora.
Resultados: após serem aplicados os critérios de elegibilidade, 15 artigos compuseram a
revisão. Os estudos encontrados foram realizados em países da Europa, Ásia, África,
Oceania e Américas do norte e do sul, todos são do tipo transversal e o idioma foi
predominantemente a língua inglesa. Em relação aos fatores psicossociais associados ao
adoecimento dos professores foram encontrados: apoio social, carga de trabalho, demanda
e controle do trabalho, recompensa, autonomia e demandas relacionais. Quanto ao
adoecimento dos professores foram identificados os transtornos mentais comuns (TMC) –
ansiedade, depressão e exaustão emocional, (53,3% n=8), dores musculoesqueléticas
(DME) – dor lombar, ombros, braços, pernas (26,7% n=4) e Síndrome de Burnout (6,6%
n=1). Outros dois estudos identificaram de maneira combinada depressão e Síndrome de
Burnout (6,6% n=1) e depressão e dores musculoesqueléticas (6,6% n=1).
Conclusões: Professores apresentam morbidades relacionadas a saúde mental, a DME e a
Síndrome de Burnout. Essas doenças mostraram-se associadas ao baixo apoio social, carga
elevada e alta demanda de trabalho, desequilíbrio esforço-recompensa, baixo controle no
trabalho, prejuízo na relação entre professor e aluno, intimidação e insegurança no local de
trabalho.

Voz
VOZ010 Limitação no trabalho por distúrbios de voz em professores da educação básica
brasileira
Autores: Talisson Farley Evangelista Antunes; Andrezza Maynara Vieira Araújo; Adriane
Mesquita de Medeiros
Resumo:
Objetivo: Analisar a prevalência da limitação no trabalho por distúrbio de voz de professores
brasileiros da educação básica das escolas metropolitanas nas Unidades Federativas (26
estados e o Distrito Federal) e a relação com a jornada de trabalho, ruído autorreferido e IVS
das escolas.
Métodos: Estudo observacional transversal de abrangência nacional aprovado pelo Comitê
de Ética em Pesquisa local sob o parecer nº1.305.863. Considerou-se como critério de
inclusão atuar em sala de aula no período da coleta de dados, de outubro de 2015 a março
de 2016. Foram inelegíveis os professores que não trabalhavam em escola identificada pelo
Censo Escolar 2014; escolas sem telefone, número inoperante ou que trabalhavam em
escolas rurais. Todos os participantes aceitaram os Termos de Consentimento Livre e
Esclarecido e responderam às perguntas por contato telefônico. A variável resposta foi a
limitação no trabalho por distúrbio de voz, com a pergunta: “Nas últimas 4 semanas, você
está tendo problema no trabalho ou para desenvolver sua profissão por causa da sua voz?”.
As respostas foram agrupadas em sim (frequentemente/às vezes) e não (raramente/nunca
ou quase nunca). As variáveis explicativas foram: idade, sexo (masculino, feminino), nível de
ensino (EJA/profissionalizante, educação infantil, ensino fundamental, ensino médio e
outros), jornada de trabalho por 40 horas/semana ou mais (não/sim), percepção de ruído
intenso com necessidade de elevar a voz (frequentemente/às vezes, raramente/nunca),
Índice de Vulnerabilidade Social no município em 2010 agrupadas em muito baixo/baixo,
médio, alto/muito alto. A análise de dados foi realizada por meio da distribuição de
frequência e modelo multivariado de regressão de Poisson com variância robusta (razão de
prevalência ajustada), utilizando o STATA 13.0.
Resultados: Do total de 4979 professores estudados, foram predominantes mulheres
(80,99%), professores com carga horária de 40 horas/semana ou mais (55,34%), que
relataram ruído elevado (64,87%) e IVS muito baixo/baixo (59,09%), sendo a maior parte
com idade até 34 anos (31,72%), atuando em nível de ensino fundamental (20,19%) ou mais
de um nível (49,25%). Verificou-se que a média nacional de limitação no trabalho por
distúrbio vocal foi de 20,37%. A prevalência dessa limitação nas Unidades Federativas
variou entre 13,39% (Espírito Santo) a 45,33% (Amapá). Das grandes regiões a prevalência
maior foi no Norte e Nordeste. Houve associação estatisticamente significante entre a
limitação no trabalho por distúrbio vocais, sexo feminino, nível de ensino; fundamental ou
mais de um nível; jornada de trabalho de 40 horas semanais ou mais, ruído elevado no
trabalho e IVS médio e alto/muito alto.
Conclusão: A prevalência dos professores com limitação no trabalho por distúrbios vocais
no Brasil foi de 20,37%, e nas unidades federativas variou entre 13,39% (Espírito Santo) e
45,33% (Amapá). A maior prevalência do desfecho foi observada entre as mulheres
professores que trabalham mais de 40 horas, no ensino fundamental ou mais de um nível,
que relataram ruído elevado no trabalho e de escolas com IVS médio, alto/muito alto.]
Premiados - Menção honrosa

Linguagem
LGG005 Desenvolvimento, aplicabilidade e usabilidade de um aplicativo para avaliação de
fluência leitora
Autores: Luiza de Andrade e Silva Catti; Amanda Mariane Paulino Gualberto; Gabriela de
Lima Ribeiro; Isa Mourão Carvalho; Mariana Rezende Nonato; Pedro Andrade Militão;
Thales Santos Batista; Letícia Correa Celeste; Luciana Mendonça Alves.
Resumo:
A fluência leitora é definida como capacidade de ler com precisão, rapidez e entonação
adequada. Sua avaliação possibilita monitorar o desempenho acadêmico e detectar
possíveis dificuldades na leitura, viabilizando a intervenção precoce e desenvolvimento de
estratégias específicas. Países como Estados Unidos e Austrália possuem políticas públicas
para monitorar a fluência leitora, visando intervir precocemente quando necessário. No
Brasil, este cenário ainda não é uma realidade. Está em desenvolvimento, a pedido do
Ministério da Educação (MEC), uma ferramenta para avaliação automática da fluência
leitora, sendo necessárias ações junto às escolas para os testes preliminares com o sistema
em desenvolvimento. O objetivo do presente estudo é apresentar resultados iniciais da
primeira fase do projeto de desenvolvimento da ferramenta de avaliação automática da
fluência leitora. É um estudo observacional descritivo e transversal, com amostra
selecionada por conveniência. Participam do projeto de desenvolvimento da ferramenta:
equipe de Engenharia de Software, responsável pelo componente estrutural da ferramenta;
que desenvolveu um sistema de coleta dos áudios de leitura de fácil utilização, com
cadastramento prévio dos alunos, processo sequencial de gravação e armazenamento dos
arquivos em repositório do projeto; e equipe de Inteligência Artificial e Processamento de
Linguagens Naturais (IA-PLN), responsável pela análise de fluência no software, que
desenvolveu uma metodologia de marcação de ocorrências de leitura por meio da
ferramenta Teamtat. Paralelamente, foi desenvolvido material de aplicação das provas de
leitura, composto por uma lista com 24 palavras, 24 pseudopalavras e um texto narrativo.
Para realizar testes preliminares do software, foram feitas gravações de leitura de alunos do
2º e 3º anos de três escolas: estadual (São José dos Campos) federal e privada (Belo
Horizonte) e análise dos áudios usando o software Lepic, com posterior devolutiva para
equipe pedagógica e discussão dos casos de escolares que demandavam ajuda.
Participaram da análise e anotação dos erros cinco acadêmicos de Fonoaudiologia. Foram
marcadas 329 amostras de leitura gravadas antes da ida às escolas e disponibilizadas para
o projeto, possibilitando análise inicial da performance do software em desenvolvimento. Nas
visitas às escolas participaram dez acadêmicos de Fonoaudiologia, sob orientação da
docente responsável pelo grupo. Este momento possibilitou levantar pontos de melhoria no
coletor e avaliar seu funcionamento em diferentes condições de infraestrutura. Foram
incluídos na pesquisa 224 escolares, 119 do 2º ano e 105 do 3º ano. Os estudantes da
escola privada apresentaram a maior média de velocidade de leitura (palavras lidas por
minuto – PPM), sendo 94,22 no 2º ano e 107,94no 3º ano; seguido da escola estadual, com
médias de 74,77 PPM no 2º ano e 90,13 PPM no 3º ano. Por fim, a escola federal
apresentou média de 62,36 PPM no 2º ano e 74,69 PPM no 3º ano. O desenvolvimento de
uma ferramenta de análise automática da fluência leitora envolve equipe especializada
multidisciplinar e consiste em etapas de alinhamento das demandas e expectativas durante
o processo. A variação das médias entre as escolas enfatiza a importância do
monitoramento como política pública, permitindo identificar contextos mais vulneráveis e
intervir assertivamente.

Motricidade Orofacial
MOO007 Análise termográfica da região do músculo masseter pós treinamento funcional em
indivíduos com DTM muscular
Autores: Mariana Souza Amaral; Yasmim Carvalho Telson; Patrícia Vieira Salles; Daiana
Carola de Souza Teles; Renata Maria Moreira Moraes Furlan; Camila Megale Almeida-Leite;
Andréa Rodrigues Motta.
Resumo:
Objetivo: o objetivo do trabalho foi analisar a temperatura da região do músculo masseter
após a realização de um treinamento funcional de mastigação e deglutição em sujeitos com
DTM muscular, utilizando a termografia infravermelha.
Métodos: foi realizado um estudo comparativo experimental, aprovado pelo Comitê de Ética
e Pesquisa sob o número 5.019.514. Participaram do estudo 13 voluntários adultos,
diagnosticados com DTM muscular pelo DC/TMD. Além do DC foi realizada avaliação
miofuncional orofacial de cada participante. Esses foram alocados de forma randomizada
em dois grupos: grupo controle (n=8) tratado com orientação e educação em dor e grupo
caso (n=5) tratado com 12 sessões de treinamento funcional de mastigação e deglutição
além da orientação e educação em dor. Para a avaliação termográfica foi utilizada câmera
FLIR A315®, lente Flir (18 mm). A câmera foi posicionada em um tripé, com 90° de
angulação em relação ao chão. Os participantes foram posicionados sentados, com as
pernas alinhadas ao solo, a 90° em relação ao tronco e cabeça em posição habitual, com
distância de um metro da câmera. A coleta seguiu as recomendações da American
Academy of Thermology. Os termogramas coletados foram analisados por meio do
programa Visionfy (Thermofy®, Brasil) e a região de interesse, região de masseter, foi
selecionada nos termogramas utilizando a ferramenta retângulo, a qual permite obter a
temperatura média dentro de uma região retangular. Para a comparação pré e pós terapia
foi utilizada temperatura média do músculo masseter, de cada lado, em ambos os grupos.
Resultados: no grupo controle houve aumento da temperatura média para ambos os lados
(de 32,4º para 32,63º – masseter direito e de 32,89º para 32,91º para masseter esquerdo).
No grupo caso houve redução da temperatura da região de masseter direito (de 32,52º para
32,03º) e aumento da temperatura média do lado esquerdo (de 32,36º para 32,45º).
Conclusão: a maior diferença foi observada na temperatura média na região do músculo
masseter do lado direito no grupo caso, com redução de 0,49ºC. Tal resultado pode estar
relacionado com a média de dor encontrada na avaliação clínica, que no grupo caso foi
maior do lado direito, ao contrário do grupo controle, que foi maior do lado esquerdo.

MOO014 Atores associados à alimentação de recém nascidos prematuros após a alta


hospitalar
Autores: Juliana Cordeiro de Oliveira;Cláudia Gonçalves de Oliveira; Andréa Rodrigues
Motta; Amélia Augusta de Lima Friche; Renata Maria Moreira Moraes Furlan.
Resumo:
Objetivos: verificar se o grau de prematuridade interfere na alimentação do recém-nascido
após a alta hospitalar.
Métodos: estudo descritivo, com abordagem quantitativa, do tipo transversal com duas
medidas no tempo, aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade e do
hospital em que o estudo foi realizado (pareceres 3.589.241 e 4.222.766). A pesquisa foi
conduzida em duas etapas. Inicialmente, realizou-se a consulta aos prontuários de 114
prematuros nascidos na maternidade de um hospital público em Betim, entre outubro de
2019 a março de 2020. As informações coletadas foram organizadas em um banco de
dados. Posteriormente, os responsáveis pelos bebês foram contatados, via ligação
telefônica, e realizou-se uma entrevista pós-alta no período de agosto a dezembro de 2022,
acerca das condições clínicas e alimentares das crianças. Constituíram critérios de inclusão:
o recém-nascido ser prematuro e ter permanecido, no mínimo, 48 horas internado em
Unidade de Tratamento Intensivo Neonatal. Na primeira etapa, excluíram-se do estudo
recém-nascidos transferidos para outra instituição, que tinham o diagnóstico suspeito ou
confirmado de alguma síndrome, hemorragias peri ou intraventricular graus 3 e 4, ou que
apresentassem alguma disfunção ou anomalia congênita que impedisse ou dificultasse a
sucção ou a absorção e digestão de leite materno. Na segunda etapa, foram excluídas as
crianças em que o contato não foi possível ou que os responsáveis informaram não desejar
participar da pesquisa. Para análise dos dados, utilizou-se como variável independente o
grau de prematuridade (extremo, muito prematuro, moderado e tardio). As variáveis
dependentes adotadas foram: desconforto durante a ingesta alimentar, ocorrência de
náuseas durante a alimentação, preferência por sabores, recusa alimentar, consistência da
alimentação no início da introdução alimentar (alimentos amassados, coados, liquidificados
ou em pedaços) e reinternação após alta hospitalar. Utilizou-se o Teste Qui-quadrado de
Pearson para associação entre variáveis, com nível de significância de 5%.
Resultados: Após a segunda etapa, permaneceram 45 crianças prematuras no estudo,
sendo que, quanto à idade gestacional, 8% foram classificadas como prematuras extremas,
11% muito prematuras e 77% moderadas. Houve associação entre grau de prematuridade e
reinternação (p=0,028), sendo que 17% das crianças foram internadas novamente após a
alta hospitalar. Verificou-se associação do grau de prematuridade com a presença de
náuseas durante a ingesta alimentar (p=0,010), em que os extremos e os muito prematuros
têm mais náuseas que os moderados. Quanto à queixa de desconforto alimentar, relatada
por 22% dos responsáveis, as crianças que foram classificadas como prematuras extremas
tinham mais desconforto que os muito prematuros e os moderados (p=0,032). Não houve
associação entre grau de prematuridade e ingestão de alimentos amassados (p=0,518),
coados (0,532), liquidificados (p=0,661) ou em pedaços (p=0,205) na introdução alimentar,
preferência por sabor (p=0,350) ou recusa alimentar (p=0,553).
Conclusão: o grau de prematuridade influenciou nos aspectos alimentares das crianças
prematuras, com maior desconforto ao se alimentar, náuseas e reinternações nos
prematuros extremos.

MOO016 Protocolo de avaliação termográfica do modo respiratório


Autores: Yasmim Carvalho Telson; Renata Maria Moreira Moraes Furlan; Rafael Augusto
Magalhães Ferreira; Matheus Pereira Porto; Bárbara Helen da Fonseca Patrocínio Werneck;
Andréa Rodrigues Motta.
Resumo:
Objetivo: desenvolver um protocolo de análise termográfica do modo respiratório.
Métodos: trata-se de um estudo exploratório observacional e transversal realizado com
amostra obtida por conveniência e aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o
parecer CAAE 4.532.837. Para a construção do protocolo duas pesquisas foram realizadas:
um estudo piloto com quatro voluntárias, totalizando 38 termogramas e uma pesquisa com
vinte participantes e um total de 240 termogramas (estudo principal). Dentre os participantes
estão alunos e professores de Fonoaudiologia respiradores nasais sem queixas
respiratórias. Na primeira fase do estudo foi utilizada a câmera térmica FLIR SC660 e na
segunda etapa a câmera FLIR A315. Todos os ensaios seguiram as recomendações
preconizadas pela Academia Americana de Termologia e pela Associação Brasileira de
Termologia. Em ambos ensaios foram coletadas as temperaturas das narinas e da boca em
dois momentos distintos: primeiramente respiração nasal habitual e posteriormente a
simulação da respiração oral/oronasal. Para exclusão de possíveis respiradores orais foi
aplicado um protocolo de avaliação de sinais clínicos maiores e menores da respiração oral,
bem como uma avaliação fonoaudiológica do vedamento lábial e força dos músculos
masseteres, bucinadores e orbicular dos lábios. Optou-se pela utilização de participantes
respiradores nasais nos estudos para maior controle e homogeneidade da amostra, já que a
respiração oral/oronasal pode estar associada a múltiplas causas. Os termogramas obtidos
foram incorporados ao software FLIR Tools e tiveram suas regiões de interesses (ROI) -
nariz e boca - analisadas, no estudo piloto, por três formas de seleção: elipse, retângulo e
linha, tendo sido obtidas as temperaturas mínimas, médias e máximas dessas regiões. Já
para o segundo estudo somente a forma elipse foi utilizada em decorrência de seus
resultados satisfatórios no estudo piloto, se adaptando melhor à anatomia das regiões de
interesse. Para o segundo estudo, além de uma amostra maior foi realizado também o
cálculo da temperatura adimensional normalizada. Também foi realizada a coleta das
temperaturas por dois avaliadores e replicada por um mesmo avaliador para avaliação da
concordância inter e intra avaliadores. Foi realizada análise estatística inferencial ao nível de
significância de 5%.
Resultados: a partir dos achados dos dois artigos foi possível perceber que para análise
termográfica do modo respiratório é necessário comparar a temperatura média da boca na
respiração nasal e oral/oronsal. A forma de seleção mais viável para a obtenção da região
de interesse é uma elipse posicionada entre as comissuras labiais, o arco do cupido e o
lábio inferior. Nos ensaios não se chegou à conclusão se o ângulo de captação da câmera
pode interferir nos resultados das medições. Obteve-se concordância desejável (≥0,80) na
comparação intra e inter avaliadores.
Conclusão: a termografia se mostrou uma técnica potencial para análise e avaliação do
modo respiratório. O protocolo proposto apresentou boa concordância inter e intra
avaliadores. Novos estudos já estão sendo realizados para avaliar qual melhor ângulo de
colocação da câmera termográfica para avaliação do modo respiratório. Sugere-se também
a realização de pesquisas utilizando o protocolo proposto em sujeitos com diagnóstico
multiprofissional da respiração oral/oronasal.
Descritores: Termografia, Fonoaudiologia, Respiração Bucal, Nariz, Boca.

Voz
VOZ001 Análise do efeito imediato do Shaker® em indivíduos com e sem queixa vocal
Autores: Miriã Isabela dos Santos Dantas; Lorena Rosa Costa Nogueira; Ana Cristina
Côrtes Gama; Renata Maria Moreira Moraes Furlan.
Resumo:
Objetivo: analisar o efeito imediato do exercício de oscilação oral de alta frequência
sonorizada, utilizando o dispositivo Shaker®, associado à emissão vocal por três minutos.
Métodos: foi realizado estudo experimental comparativo intra-sujeitos, com aprovação do
Comitê de Ética em Pesquisa (parecer 5.179.611). Participaram do estudo 50 indivíduos, 25
do sexo masculino, com idade entre 19 e 42 anos (média de 24,84 e desvio-padrão de 4,8
anos) e 25 do sexo feminino, com idade entre 19 e 56 anos (média de 29,28 e
desvio-padrão de 9,3 anos). Os participantes preencheram a Escala de Sintomas Vocais e a
escala visual numérica sobre a autopercepção do desconforto vocal e foram submetidos, em
sala acusticamente tratada, à gravação da voz durante a emissão da vogal /ɛ/ prolongada,
em tempo máximo de fonação, e contagem de 1 a 10. Os participantes sopraram o bocal do
Shaker®, emitindo a vogal /u/ por três minutos, e, posteriormente, foi realizada novamente a
gravação da voz e o preenchimento da escala numérica de autopercepção quanto ao
desconforto vocal. As amostras vocais foram submetidas à análise acústica por meio do
software VoxMetria versão 5.0, para obtenção do número de harmônicos, frequência
fundamental (F0), ruído, glottal to noise excitation (GNE), Jitter e Shimmer. A análise das
medidas cepstrais: cepstral peak prominence (CPP) e cepstral prominence-smoothed
(CPPS) foram extraídas do software PRAAT versão 6.2. As gravações também foram
submetidas à análise perceptivo-auditiva, realizada por três fonoaudiólogos especialistas em
voz. Estes classificaram os pares de vozes em “melhorou”, “sem alteração” ou “piorou”.
Vinte por cento da amostra foi replicada aleatoriamente para averiguação da concordância
intra-avaliador, obtendo-se 100% de concordância. Os dados foram analisados
considerando-se os seguintes grupos: homens com queixa, homens sem queixa, mulheres
com queixa e mulheres sem queixa, comparando-se os momentos antes e após a prática do
exercício. Foram utilizados os testes T-pareado e de Wilcoxon, com nível de significância de
5% nas análises.
Resultados: após o exercício houve diminuição do jitter (p=0,048) no grupo de homens com
queixa e do shimmer no de homens sem queixa (p=0,042). O grupo de mulheres com queixa
apresentou aumento do número de harmônicos (p=0,011), da frequência fundamental
(p=0,011), dos valores de CPP (p=0,002) e CPPS (p=0,014) da vogal sustentada e
diminuição do jitter (p=0,014), enquanto as mulheres sem queixa vocal apresentaram
aumento de GNE (p=0,013). Todos os grupos apresentaram diminuição significativa do
desconforto vocal (p=0,009; p=0,022; p=0,002; p=0,009, respectivamente). A avaliação
perceptivo-auditiva não indicou alteração vocal para a maior parte dos participantes.
Conclusão: o exercício de oscilação oral de alta frequência sonorizada, utilizando o
dispositivo Shaker®, realizado por três minutos, foi capaz de promover mudanças acústicas
e aliviar o desconforto vocal em todos os grupos analisados, sendo as maiores mudanças
verificadas no grupo de mulheres com queixa vocal.
VOZ003 Efeitos imediatos do laser de baixa potência em mulheres sem alteração vocal e
em disfônicas
Autores: Viviane Souza Bicalho Bacelete; Andréa Rodrigues Motta; Flávio Barbosa Nunes;
Elisa Meiti Ribeiro Lin Plec; Marco Aurélio Rocha Santos; Ana Cristina Côrtes Gama
Resumo:
Objetivo: Avaliar dose, segurança e efeito imediato do LASER (Amplificação por Emissão
Estimulada de Radiação) de baixa potência em mulheres vocalmente saudáveis em uma
única sessão, associado à técnica vocal de vibração de língua sonorizada. Esse estudo se
propôs a identificar uma janela terapêutica de aplicação do LASER de baixa potência no
comprimento de onda infravermelho a partir de autopercepção de desconforto fonatório e
medidas acústicas.
Métodos: Trata-se de uma pesquisa experimental realizada com 36 mulheres vocalmente
saudáveis entre 18 e 45 anos, com fototipo cutâneo de I a III (de acordo com escala de
Fitzpatrick) e Índice de massa corporal (IMC) abaixo de 25. As participantes foram
randomizadas por sorteio simples, para a composição de quatro grupos, com nove em
cada, sendo: Grupo 1 (G1): Fotobiomodulação placebo seguida de Técnica de Vibração
Sonorizada de Língua (TVSL); Grupo 2 (G2): fotobiomodulação à 3 Joules (J) por ponto
(total 21 J) seguida de TVSL; Grupo: 3 (G3) fotobiomodulação à 6 Joules (J) por ponto (total
42 J) seguida de TVSL e; Grupo 4 (G4) fotobiomodulação à 9 Joules (J) por ponto (total 63
J) seguida de TVSL. Utilizou-se o equipamento da marca DMC, modelo Therapy EC, 100
mW de potência e spot de saída com área de 0,028 cm2 e a forma de aplicação foi a pontual
em pontos anatômicos estabelecidos para localização do nível glótico e dos principais
músculos intrínsecos da laringe. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa
(COEP) da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), sob o número 4.704.038 e
realizado com o consentimento das participantes. Os desfechos avaliados foram
autopercepção do desconforto fonatório a partir da Escala Analógico Visual (EVA) e análise
acústica com as medidas espectrais Jitter, Shimmer, Amplitude Perturbation Quotient (APQ),
Noise Harmonic Ratio (NHR), Period Perturbation Quotient (PPQ) e as medidas cepstrais
Cepstral Peak Proeminence (CCP) e Cepstral Peak Prominence-Smoothed (CPPS).
Resultados: A idade variou entre 18 e 45 anos (média 34) e IMC entre 16 e 24,5 (média
21,4). Os grupos foram homogêneos quanto às características relativas à idade, fototipo
cutâneo e IMC (p>0,05). Em relação à autopercepção do desconforto fonatório, todas as
participantes negaram desconforto nos quatro grupos avaliados. Não houve diferença
estatisticamente significante nos parâmetros acústicos entre os momentos de intervenção
nos grupos ou entre grupos G1, G2 e G3 (p> 0,05). No G4 houve redução das medidas de
aperiodicidade de amplitude (APQ e shimmer) (p˂0,05) e um comportamento de aumento
das medidas cepstrais após o experimento.
Conclusão: Os resultados indicam que a aplicação do LASER de baixa potência não
influenciou a autopercepção de desconforto vocal evidenciando segurança para sua
utilização na clínica. A análise de dados isolados dos momentos pré e pós intervenção
demonstrou melhora das medidas acústicas após aplicação da luz infravermelha à 9J de
energia, podendo esses parâmetros constituírem potenciais parâmetros ótimos de irradiação
e, consequentemente, uma possível janela terapêutica a ser recomendada na clínica vocal
em mulheres de pele clara e IMC normal.

VOZ016 Avaliação vocal: recursos para treinamento das análises perceptivo-auditiva,


acústica e funcional
Autores: Priscila Campos Martins dos Santos, Ana Cristina Côrtes Gama, Marco Aurélio
Rocha Santos, Sayuri Hiasmym Guimarães Pereira dos Santos, Ualisson Nogueira do
Nascimento, Bárbara Pereira Lopes, Bárbara Silveira de Faria, Fabiana Andrade Penido,
Letícia Duarte de Almeida, Luciana Macedo de Resende
Resumo:
Objetivos: Apresentar três materiais instrucionais desenvolvidos em um programa de
pós-graduação em Ciências Fonoaudiológicas para o treinamento da avaliação vocal: 1.
Material Instrucional Avaliação Perceptivo-Auditiva da Voz (MIAPA); 2. Tutorial para Análise
de Espectrogramas de Vozes (TAEV); 3. Material Instrucional para Avaliação Funcional da
Laringe (MIAFL).
Métodos: O estudo foi aprovado pelo COEP-4.812.704. O MIAPA foi construído a partir de
material previamente desenvolvido: Tutorial de Análise Perceptivo-Auditiva da Voz. Foi
estruturado em: 1. Breve conceitualização; 2. Demonstração visual do preenchimento das
escalas; 3. Diferenciação e internalização dos parâmetros pela exposição a modelos vocais.
Três fonoaudiólogos analisaram 370 vozes, nas tarefas de fala encadeada e vogal
sustentada. Foram selecionadas amostras com classificação concordante entre pelo menos
dois avaliadores. O TAEV foi estruturado em: 1. Conceitualização; 2. Modelos de traçados
espectrográficos; 3. Outros parâmetros da análise acústica: formantes, curva de frequência
e de intensidade, duração e avaliação cepstral. As amostras foram selecionadas pelo
mesmo processo relatado no MIAPA, incluindo os espectrogramas. Para o MIAFL, foram
coletadas imagens/vídeos de domínio público e do banco de dados do ambulatório. A
seleção foi realizada por fonoaudiólogos sob a orientação de otorrinolaringologistas
experientes. Os materiais foram desenvolvidos no Power Point.
Resultados: Os materiais podem ser acessados gratuitamente pelo site
https://www.medicina.ufmg.br/observavoz/sala-de-treinamento/. O MIAPA apresenta a
definição, as vantagens e desvantagens dessa avaliação, e traz o conceito de qualidade
vocal, tarefa de fala e treinamento auditivo. A demonstração do preenchimento das escalas
GRBAI e CAPE-V foi realizada por meio de vídeo explicativo. Em seguida, o usuário é
exposto a diversos modelos vocais e suas classificações. Foram apresentadas 306
emissões e definição dos parâmetros. Para ressonância, foram apresentadas definição e
quatro emissões e vídeos para cada nível de ressonância. O TAEV apresenta definição de
espectrograma, harmônicos, formantes e dos parâmetros espectrográficos: traçado
regular/irregular; traçado ausente; grau de escurecimento forte/normal/fraco; traçado
estável/instável; ruído presente/ausente; harmônicos definidos; e presença de
sub-harmônicos. Para cada parâmetro foi apresentada emissão da voz e espectrograma.
Foram apresentadas 113 amostras. Contém modelos para cada formante, 9 modelos para
curva de frequência, 9 para curva de intensidade, 4 para duração e 2 para avaliação
cepstral. O MIAFL apresenta os instrumentos de avaliação funcional da laringe:
videolaringoscopia, videolaringoestroboscopia e HSV. Indica parâmetros a observar:
fechamento glótico, amplitude da onda de mucosa durante a vibração das PPVV, frequência
e periodicidade de vibração das PPVV, força de adução das PPVV, e movimento de
estruturas supraglóticas. Apresenta a definição e imagens ou vídeos para cada possível
classificação. Foram disponibilizadas 32 imagens/vídeos para análise.
Conclusões: As três análises, perceptivo-auditiva, acústica e funcional laríngea, dependem
da percepção do avaliador, o que pode dificultar seu aprendizado e impactar sua
confiabilidade. O treinamento favorece a padronização de referências; auxilia na
transferência do conhecimento teórico para a prática, consolidando o aprendizado;
possibilita a prática antes do primeiro contato dos acadêmicos com os pacientes,
deixando-os mais seguros; reduz o risco de erros no atendimento. Esses materiais
potencializam a avaliação vocal e beneficiam tanto os fonoaudiólogos formados e discentes
em Fonoaudiologia, quanto os pacientes.
Concorrentes aos prêmios
Disfagia
DIS008 Metodologias ativas de formação: oficinas sobre transtornos da deglutição e a
contribuição para a formação acadêmica de estudantes de Fonoaudiologia
Autores: Thales Santos Batista; Isa Cordeiro Lima; Isabelle Romagnoli; Iga Carnevalli;
Janaína Oliveira; Laura Aynoan; Luiza de Andrade e Silva Catti; Nathalie Angel da
Conceição; Renata Sol; Thaís Fonseca; Aline Mansueto Mourão; Renata Maria Moreira
Moraes Furlan; Laélia Cristina Caseiro Vicente.
Resumo:
Objetivo: analisar a contribuição da realização e planejamento de oficinas sobre transtornos
da deglutição na formação acadêmica de estudantes de Fonoaudiologia.
Métodos: trata-se de um relato de experiência, realizado por nove discentes do curso de
Fonoaudiologia, a respeito da participação na idealização e condução de oficinas para
indivíduos com transtornos da deglutição. As oficinas foram desenvolvidas no Ambulatório
de Fonoaudiologia de um hospital universitário, no segundo semestre de 2022, constituindo
parte das atividades realizadas em um projeto de extensão. Na etapa de planejamento das
oficinas, foi realizada a análise da demanda da fila de espera dos pacientes com transtornos
da deglutição do ambulatório, por meio da aplicação, via ligação telefônica, do protocolo de
avaliação e rastreio da disfagia EAT-10. Na sequência, foram realizadas reuniões com os
coordenadores e com os alunos do projeto de extensão para discussão das dinâmicas que
seriam propostas, definição do tema geral das oficinas, quantidade de participantes e
números de encontros, em conformidade com o perfil dos pacientes. Foram realizados
quatro encontros presenciais, com os seguintes eixos temáticos, respectivamente:
panorama geral dos transtornos da deglutição, sinais e sintomas da disfagia, posturas e
manobras facilitadoras para uma deglutição segura e condução de uma dinâmica de
encerramento, por meio de estratégias de autopercepção. O protocolo EAT-10 foi aplicado
novamente depois das oficinas, de forma presencial. Para guiar a análise de experiência, os
alunos foram solicitados a citar, via formulário individual online em formato Google Forms,
três aspectos sobre como a realização das oficinas contribuíram na formação acadêmica
pessoal de cada estudante. O intuito do questionário foi entender a influência das oficinas no
percurso discente. As informações coletadas foram analisadas de forma qualitativa, por meio
da técnica de análise de conteúdo e apresentação das frequências de respostas sobre os
aspectos relatados.
Resultados: os alunos atribuíram benefícios no percurso discente, proporcionado pelo
planejamento e engajamento nas oficinas. A consolidação do embasamento teórico foi um
aspecto citado seis vezes em nove respostas; com frases e expressões do tipo
“correlacionar exemplos práticos com o conteúdo teórico visto na disciplina de Motricidade
Orofacial” e “consolidação da teoria por meio da prática”. Além disso, outro aspecto
frequente nos relatos foi a construção do raciocínio clínico, aparecendo em seis das nove
respostas, com expressões como: “olhar clínico mais desenvolvido”. Os aspectos
experiência no planejamento e experiência no acolhimento foram citados três vezes, como
em “condução de oficinas em grupo, desde o planejamento até a execução” e “experiências
no acolhimento e cuidado ao paciente”, respectivamente. Por fim, o aspecto
desenvolvimento da criatividade apareceu duas vezes, como em “contribuir com atividades
dinâmicas e criativas”.
Conclusão: de acordo com a experiência e relato dos graduandos, a participação das
oficinas do projeto de extensão foi uma ótima oportunidade de atribuir mais conhecimento à
prática clínica fonoaudiológica. Além disso, a criação das oficinas possibilitou a retomada de
conceitos teóricos sobre transtornos da deglutição, alinhados com a organização e
criatividade para elaboração das estratégias aplicadas.

Fonoaudiologia Educacional
EDU002 Monitoramento da fluência leitora durante a pandemia da Covid-19
Autores: Isa Mourão Carvalho; Luiz Felipe dos Santos; Gabriela de Lima Ribeiro; Laura de
Souza Cardoso Freire; Vanessa de Oliveira Martins-Reis; Ludimila Labanca; Leticia Correa
Celeste; Luciana Mendonça Alves
Resumo:
Objetivos: As medidas adotadas para atenuar o avanço da Covid-19 impactaram
negativamente em diversas áreas, incluindo a educação. Segundo o relatório das Nações
Unidas, aproximadamente 94% dos estudantes em todo o mundo foram afetados. Pesquisas
internacionais avaliaram o impacto do fechamento de escolas no desempenho acadêmico
de alunos do ensino fundamental e observaram piora na aprendizagem de habilidades como
leitura e compreensão. Com os dados obtidos, é possível intervir de forma mais assertiva
para prevenir e superar o comprometimento do progresso acadêmico dos estudantes.
Portanto, o objetivo deste estudo foi investigar o progresso da fluência leitora em escolares
do 2° ao 5° ano do Ensino Fundamental durante o ensino remoto.
Métodos: Trata-se de um estudo observacional, longitudinal e transversal, exploratório.
Participaram do estudo alunos do 2º ao 5º ano do Ensino Fundamental de uma escola da
rede privada. As gravações das leituras foram realizadas em março, setembro e dezembro
de 2020 e março de 2021. A primeira ocorreu de forma presencial, em ambiente escolar,
utilizando um computador portátil conectado a um microfone unidirecional de cabeça e o
software Praat. As demais foram feitas de forma remota, pelo aplicativo Zoom. A avaliação
da fluência de leitura foi realizada com textos adequados para cada ano escolar. Os
parâmetros analisados foram: quantidade de palavras lidas por minuto (PPM) - taxa de
fluência - e quantidade de palavras lidas corretamente por minuto (PCPM) - acurácia.
Realizou-se a análise estatística descritiva das variáveis e utilizou-se testes Anova para
medidas repetidas com a correção de Bonferroni, no estudo longitudinal, e o teste T, no
estudo transversal.
Resultados: O estudo longitudinal incluiu 75 alunos do 2º ao 5º ano do Ensino
Fundamental. Os valores encontrados para as medidas de PPM e PCPM mostraram que
houve diferença estatisticamente significativa (p-valor <0,05) na comparação do
desempenho dos alunos no período de avaliação, evidenciando evolução da fluência leitora.
Houve um aumento das médias de PPM e PCPM entre março e dezembro de 2020, com
destaque para o 2º e 3º ano. Já em março de 2021, observou-se queda nos resultados em
todas as turmas. No estudo transversal, participaram 162 estudantes do 2º ao 5º ano do
ensino fundamental. Nesse estudo, apenas a comparação entre o 2º ano de 2020 e 2021
apresentou diferença estatisticamente relevante (p-valor <0,05). O desempenho da turma
que realizou a avaliação pré-pandemia (2020) foi melhor que o da turma que realizou
durante a pandemia (2021).
Conclusões: Observou-se evolução dos alunos do 2º ao 5º ano na habilidade de fluência
leitora durante o período de distanciamento social gerado pela COVID. Houve uma evolução
expressiva no 2º e no 3º ano com estabilidade dos anos seguintes. A queda no desempenho
dos alunos em março de 2021 pode ser explicada pelo fechamento das escolas durante as
férias escolares, o fenômeno “Summer Learning Loss”. Além disso, o 2º ano de 2021 foi a
turma mais afetada pelo contexto pandêmico considerando o desenvolvimento da leitura.

EDU005 Avaliação Automática da Fluência Leitora: uma ferramenta em desenvolvimento


Autores: Gabriela de Lima Ribeiro; Luciana Mendonça Alves; Ana Luiza Gomes Pinto
Navas; Wesley Seidel Carvalho
Resumo:
A fluência leitora é definida como capacidade de ler com precisão, rapidez e entonação
adequada. Sua avaliação possibilita monitorar o desempenho acadêmico e detectar
possíveis dificuldades na leitura, viabilizando a intervenção precoce e desenvolvimento de
estratégias específicas. Países como Estados Unidos e Austrália possuem políticas públicas
para monitorar a fluência leitora, visando intervir precocemente quando necessário. No
Brasil, este cenário ainda não é uma realidade. Está em desenvolvimento, a pedido do
Ministério da Educação (MEC), uma ferramenta para avaliação automática da fluência
leitora, sendo necessárias ações junto às escolas para os testes preliminares com o sistema
em desenvolvimento.
O objetivo do presente estudo é apresentar resultados iniciais da primeira fase do projeto de
desenvolvimento da ferramenta de avaliação automática da fluência leitora.
É um estudo observacional descritivo e transversal, com amostra selecionada por
conveniência. Participam do projeto de desenvolvimento da ferramenta: equipe de
Engenharia de Software, responsável pelo componente estrutural da ferramenta; que
desenvolveu um sistema de coleta dos áudios de leitura de fácil utilização, com
cadastramento prévio dos alunos, processo sequencial de gravação e armazenamento dos
arquivos em repositório do projeto; e equipe de Inteligência Artificial e Processamento de
Linguagens Naturais (IA-PLN), responsável pela análise de fluência no software, que
desenvolveu uma metodologia de marcação de ocorrências de leitura por meio da
ferramenta Teamtat. Paralelamente, foi desenvolvido material de aplicação das provas de
leitura, composto por uma lista com 24 palavras, 24 pseudopalavras e um texto narrativo.
Para realizar testes preliminares do software, foram feitas gravações de leitura de alunos do
2º e 3º anos de três escolas: estadual (São José dos Campos) federal e privada (Belo
Horizonte) e análise dos áudios usando o software Lepic, com posterior devolutiva para
equipe pedagógica e discussão dos casos de escolares que demandavam ajuda.
Participaram da análise e anotação dos erros cinco acadêmicos de Fonoaudiologia. Foram
marcadas 329 amostras de leitura gravadas antes da ida às escolas e disponibilizadas para
o projeto, possibilitando análise inicial da performance do software em desenvolvimento. Nas
visitas às escolas participaram dez acadêmicos de Fonoaudiologia, sob orientação da
docente responsável pelo grupo. Este momento possibilitou levantar pontos de melhoria no
coletor e avaliar seu funcionamento em diferentes condições de infraestrutura. Foram
incluídos na pesquisa 224 escolares, 119 do 2º ano e 105 do 3º ano. Os estudantes da
escola privada apresentaram a maior média de velocidade de leitura (palavras lidas por
minuto – PPM), sendo 94,22 no 2º ano e 107,94no 3º ano; seguido da escola estadual, com
médias de 74,77 PPM no 2º ano e 90,13 PPM no 3º ano. Por fim, a escola federal
apresentou média de 62,36 PPM no 2º ano e 74,69 PPM no 3º ano.
O desenvolvimento de uma ferramenta de análise automática da fluência leitora envolve
equipe especializada multidisciplinar e consiste em etapas de alinhamento das demandas e
expectativas durante o processo. A variação das médias entre as escolas enfatiza a
importância do monitoramento como política pública, permitindo identificar contextos mais
vulneráveis e intervir assertivamente.

Linguagem
LGG004 Orientações a familiares de crianças que gaguejam no ambulatório de
fonoaudiologia na clínica escola
Autores: Iga Carnevalli, Denise Brandão de Oliveira e Britto
Resumo:
Objetivo: Relatar a experiência e o efeito das orientações do grupo de pais de crianças e
adolescentes que gaguejam.
Metodologia: Trata-se de um relato de experiência. Participaram do grupo responsáveis por
crianças e adolescentes com gagueira, em tratamento semanal. Todos os participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido da instituição. Foram realizados
13 encontros, no formato de “rodas de conversa”, de 40 minutos, cada. As orientações
aconteciam enquanto as crianças eram atendidas por outros terapeutas no ambulatório de
fluência de modo a disseminar informações que pudessem amenizar condutas inadequadas
das famílias, em relação à gagueira. Foram abordados temas como: o que é a gagueira,
conhecendo mais a fundo sobre a gagueira, como intervir, bullying, soluções positivas,
direitos e deveres, a culpa não é minha, gagueira na escola, dentre outras. As rodas
possuíam um caráter sócio-interacionista onde a principal prerrogativa era promover e
estimular a interação entre a criança que gagueja, a família e a terapeuta, contavam com
atividades lúdicas de interação e apresentação, cartaz com as dúvidas, troca de
experiências, mitos e verdades, explicação sobre a gagueira, vídeos informativos,
estratégias para ajudar, produção dos pais, dinâmica e encerramento e expectativas obtidas
pré e pós grupo de orientações. Ao final da roda, os pais responderam a um questionário
com 10 perguntas de avaliação dos encontros.
Resultados: Participaram das rodas de orientações uma média de 6
responsáveis/acompanhantes por sessão, tendo um total de 8 crianças/adolescentes que
gaguejam, O tempo dos encontros foi considerado um tempo adequado por três pais e três
responderam que a duração foi curta.. Dentre os temas abordados os que tiveram maior
destaque foram: (1) a importância da família no tratamento fonoaudiológico, (2) conhecendo
mais sobre a gagueira, (3) buscando soluções positivas e (4) os direitos e deveres das
crianças que gaguejam. Todos consideraram os temas abordados como importantes e
interessantes. No questionário continha um espaço para a avaliação da terapeuta em
relação ao domínio do assunto e a sua didática durante as rodas de conversa, todos os pais
responderam de forma positiva ao questionário. Os pontos positivos relatados foram (1) o
conhecimento sobre a causa e (2) como lidar com a gagueira. Ponto negativo a ausência de
muitos pais no grupo de orientações. Ademais, os pais foram solicitados a dar uma nota de
zero a 10, sendo zero, não gostei e 10 gostei e pretendo continuar recebendo as
orientações. Todos os responsáveis deram nota 10. Além da percepção positiva sobre
mudanças no comportamento parental, os pais também avaliaram positivamente as
mudanças dos filhos, relatando melhoras nas atividades acadêmicas, no desenvolvimento
de habilidades sociais e no desenvolvimento de cuidados em prol da própria saúde.
Conclusão: Os resultados apontam que com as orientações aos pais houve melhora nas
atitudes que comprometem o desenvolvimento comunicativo, social e psicossocial. As
intervenções mostraram que os objetivos das rodas foram alcançados. Este estudo aponta
para os benefícios de uma prática positiva e indicadores de qualidade no atendimento ao
paciente com gagueira. Os ganhos advindos com novos estudos na área poderão fortalecer
no tratamento da criança com gagueira, o que poderá interessar não somente a clínicos e
pesquisadores, mas também a gestores em políticas públicas de educação, saúde e
assistência social à infância e adolescência.

LGG006 Desenvolvimento da velocidade de leitura de escolares do 2° ao 9° ano do ensino


fundamental.
Autores: Clara Cristina Melo e Ferreira; Rúbia Mara de Oliveira Rosa; Andrea Claudia
Aparecida de Oliveira Pena; Luciana Mendonça Alves; Luiz Felipe dos Santos; Izabel
Cristina Campolina Miranda; Isa Mourão Carvalho; Gabriela de Lima Ribeiro; Laura de
Souza Cardoso Freire; Vanessa de Oliveira Martins-Reis; Letícia Correa Celeste.
Resumo:
Objetivos: A fluência leitora é uma habilidade que se desenvolve gradativamente. O seu
acompanhamento e a avaliação em escolares realizados por meio do monitoramento de
parâmetros como acurácia, automaticidade e expressividade são importantes para a
identificação de casos de risco e para a intervenção precoce de forma assertiva. Nesse
sentido, os pesquisadores propõem questões relacionadas aos estudantes brasileiros como:
valores de velocidade de leitura em cada ciclo escolar, com o intuito de identificar as
ocorrências das dificuldades, e o momento de estabilização das habilidades citadas, visando
promover padrões de fluência próximos aos dos adultos. Com isso, o estudo tem como
objetivo demonstrar o grau de precisão das variáveis ​de velocidade de leitura obtidas nos
ensinos fundamental I e ​II em uma amostra probabilística representativa de uma capital da
região sudeste.
Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico transversal, cujas informações
foram coletadas em escolas da rede pública e privada do ensino fundamental, ambas
apresentavam perfis sociodemográficos e índices de educação similares. A amostra foi
composta por 535 escolares do 2º ao 9º ano, nos quais os responsáveis assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido (TCLE), e os escolares participantes assinaram o termo
de assentimento livre e esclarecido (TALE). Para a coleta de dados utilizou-se o software
Praat para a gravação da leitura oral de um texto simples, na qual foram avaliados os
seguintes parâmetros: palavras lidas por minuto (PPM) e palavras lidas corretamente por
minuto (PCPM). Para a análise dos dados utilizou-se medidas estatísticas descritivas e teste
T de student com significância de 5%, além do escore Z, padronizado e individual.
Resultados: Os resultados evidenciam o aumento da velocidade de leitura de acordo com a
evolução da escolaridade. O avanço dessa habilidade é adquirido constantemente do 2° ao
7° ano do ensino fundamental. Já entre o 7° e o 9° ano a velocidade tem um leve aumento e
alcança uma estabilização. O estudo propõe a divisão dos dados em cinco estratos, desde
valores indicativos de déficit considerável até valores não indicativos. A interpretação dos
achados é proposta através de escalas sugestivas para déficit com o auxílio da medida
numérica, z-escore. Nesse sentido, a estratificação das informações permite uma leitura
mais clara de qual faixa o escolar se encontra.
Conclusão: O estudo fornece padrões esperados para a velocidade de leitura em cada ano
escolar do Ensino Fundamental, apresentando uma referência mais tangível sobre qual
ponto o aluno se encontra nas faixas esperadas para sua escolaridade. Os dados auxiliam
no processo de avaliação do desempenho da leitura, a fim de monitoramento, no âmbito
clínico e educacional, com ênfase nas habilidades e dificuldades escolares. O levantamento
de dados aponta as necessidades dos alunos com comprometimento no processo e avanço
da leitura e velocidade, bem como intervir durante e ao longo das séries escolares.
Sugere-se, para estudo posterior, uma ampliação da amostra e representatividade de todo o
país.

LGG007 Monitoramento da fluência leitora em escolas: estudo descritivo da metodologia de


trabalho
Autores: Rebecca Chrispim Silva; Gabriela de Lima Ribeiro; Isa Mourão Carvalho; Luiza de
Andrade e Silva Catti; Luiza Vitória da Cunha Ferreira; Luciana Mendonça Alves
Resumo:
Objetivo: A fluência leitora tem sido amplamente estudada dentro do contexto das escolas,
dada a sua relevância para o desempenho acadêmico. No entanto, no Brasil há uma
carência de estudos sobre a competência, o que reforça a necessidade de estratégias
assertivas para o acompanhamento da habilidade em âmbito nacional. A mensuração e o
monitoramento desta competência auxiliam na análise da leitura proficiente e são
consideradas estratégias rápidas e preditivas do desenvolvimento das habilidades de leitura
e de compreensão de texto. Assim, o objetivo deste trabalho é apresentar a metodologia de
avaliação da fluência leitora utilizada pelo grupo de pesquisa dos autores.
Métodos: O estudo é de caráter descritivo, no qual os participantes e responsáveis foram
informados acerca da pesquisa e assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido.
Após agendamento prévio com a direção das escolas de ensino fundamental I e II, são
realizadas gravações da leitura de textos adequados para a faixa escolar, individualmente. A
gravação é executada por um microfone de cabeça conectado a um computador. É realizada
a análise da velocidade de leitura, de modo semi-automático, com o software Lepic, que
gera gráficos comparativos da turma a cada coleta. Com os resultados encontrados pelo
software, preenche-se os gráficos individuais dos estudantes. O gráfico do desempenho
coletivo é discutido junto à escola. Os resultados de cada turma são discutidos e os
professores têm a oportunidade de discutir estratégias coletivas e voltadas para alunos
específicos. Os gráficos de desempenho individual são encaminhados via escola para os
respectivos pais. Os procedimentos são realizados de duas a quatro vezes por ano.
Resultados: Por meio desta metodologia de monitoramento é possível acompanhar durante
o ano letivo os resultados de leitura dos alunos, como palavras lidas por minuto e palavras
corretas lidas por minuto. O gráfico gerado pelo software Lepic proporciona a comparação
do desempenho dos alunos em relação à sua turma. Já o gráfico individual, personalizado
para cada ano escolar considerando suas métricas, permite a comparação do estudante nos
diferentes momentos em que foi avaliado. Nele também há um espaço para observações,
que é preenchido de acordo com a observação de indicadores importantes. A devolutiva às
escolas é realizada com o intuito de apontar os pontos relevantes e, caso haja demanda,
são marcados encontros para realizar oficinas com a equipe escolar sobre como trabalhar a
habilidade em sala de aula, com esclarecimentos sobre a fluência leitora, sugestão de
atividades, campanhas e recursos.
Conclusão: Devido a alta influência no desempenho acadêmico, se faz necessária a
avaliação da fluência leitora ao longo do ensino fundamental. Neste contexto, uma boa
avaliação auxilia na visualização das habilidades linguísticas e na identificação de
dificuldades de leitura dos alunos. Sendo assim, a metodologia de avaliação descrita oferece
insights da fluência leitora, assegurando a mensuração e monitoramento da leitura destas
crianças, de forma a indicar a proficiência leitora. Além disso, a construção de gráficos
comparativos de cada aluno oferece informações a longo prazo, para demonstrar a evolução
e a importância da prática de leitura.

Motricidade Orofacial
MOO002 Comparação entre duas câmeras termográficas infravermelho
Autores: Larissa Amanda da Silva Souza; Elaine Cristina Araújo Biluca; Matheus P. Porto;
Patrícia Vieira Salles
Resumo:
Introdução: A termografia infravermelho é uma técnica não ionizante e não invasiva,
utilizada em diferentes áreas da saúde para detectar e medir as temperaturas do corpo,
mostrando, tanto seu funcionamento normal quanto possíveis alterações funcionais. O
objetivo do presente estudo foi comparar, qualitativamente e quantitativamente, imagens
termográficas tiradas por duas câmeras termográficas diferentes, buscando identificar e
comparar a distribuição térmica da superfície da face com esses dois equipamentos que
apresentam resoluções diferentes.
Método: Trata-se de um estudo observacional, transversal, retrospectivo, baseado em um
banco de dados de imagens termográficas. A presente pesquisa foi aprovada pelo comitê de
ética em pesquisa com o número CAAE 57309122.4.0000.5137. Foram analisadas 22
imagens termoanatômicas, sendo 11 tiradas na câmera C2 e 11 tiradas na câmera A315. As
imagens foram obtidas a partir de 11 indivíduos do sexo feminino, com idade variando entre
18 e 34 anos. Foram identificados e comparados 14 pontos termoanatômicos nas imagens
frontais dos lados direito e esquerdo das duas câmeras, sendo estes analisados
individualmente e obtendo-se a média entre todos os pontos nas duas hemifaces.
Resultados: Analisando os pontos termoanatômicos do lado direito da face, obteve-se a
temperatura média na câmera A315 de 33,09 ºC, com desvio padrão de 5,28 ºC, e na
câmera C2 a temperatura média encontrada foi de 32,87 ºC, com desvio padrão de 6,06 ºC.
Analisando-se o lado esquerdo da face a temperatura média obtida pela câmera A315 foi de
33,23 ºC, com desvio padrão de 4,47 ºC, enquanto que na C2 a temperatura média
encontrada foi de 33,19 ºC com desvio padrão de 4,84 ºC. Para ambas as análises
observa-se que o desvio padrão é maior na câmera C2, dados estes compatíveis com a
menor resolução desta câmera. Não foram encontradas diferenças quantitativas dos
achados entre as duas termocâmeras, somente diferenças qualitativas.
Conclusão: Existem diferenças qualitativas entre as câmeras termográficas C2 e A135,
compatíveis com as resoluções das referidas câmeras. Não foram encontradas diferenças
quantitativas entre as duas termocâmeras, o que permite que um equipamento mais
acessível, como no caso da C2, seja utilizado na área da saúde sem perda de informação.

MOO003 Efeitos da bandagem elástica na dor orofacial e movimentos mandibulares após 24


horas de uso
Autores: Marília dos Santos Faria; Gabriela Carolina Silva Teodoro; Júlia Ana Soares Silva;
Tatyana Meneses Emérito; Andréa Rodrigues Motta; Mariana Souza Amaral; Renata Maria
Moreira Moraes Furlan.
Resumo:
Objetivo: analisar a sensação de dor e a amplitude dos movimentos mandibulares de
indivíduos adultos com sinais e sintomas de disfunção temporomandibular, após uso da
bandagem elástica por 24 horas.
Método: trata-se de um estudo experimental randomizado duplo-cego, aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa, sob parecer de número 4.329.360, do qual participaram 27
sujeitos (entre 21 e 48 anos) com sinais e sintomas de disfunção temporomandibular,
alocados aleatoriamente em dois grupos. Todos os participantes foram submetidos à
aplicação do instrumento de avaliação Diagnostic Criteria for Temporomandibular Disorders
(DC/TMD). A avaliação do limiar da dor foi realizada com uso de um algômetro, para
aplicação da pressão nos músculos masseter e temporal. O participante era solicitado a
informar o nível de dor em uma escala graduada de 0 a 10. A amplitude dos movimentos
mandibulares de abertura máxima, protrusão e lateralidade foi realizada com uso de um
paquímetro digital (Marca Digimess). O grupo A foi submetido à aplicação da bandagem
sobre o músculo masseter com estiramento de 40% e o grupo B à aplicação da bandagem
sobre o músculo masseter sem estiramento. A colagem da bandagem foi realizada
bilateralmente, por técnica em I, com ponto fixo sobre a inserção e ponto móvel sobre a
origem do músculo masseter. Os participantes permaneceram com a bandagem por 24
horas e foram reavaliados utilizando-se os mesmos procedimentos da primeira avaliação,
além de um questionário para verificação de sensações geradas pelo uso da bandagem.
Utilizaram-se os testes T de Student e Exato de Fisher nas comparações entre os momentos
pré e pós aplicação e uma regressão logística simples para comparação entre os grupos. O
nível de significância utilizado em todas as análises foi de 5%.
Resultados: dos 27 sujeitos iniciais, apenas 22 concluíram a pesquisa e foram alocados
igualmente nos grupos A e B. Após a intervenção, houve alívio da dor no grupo que recebeu
a bandagem com 40% de tensão na articulação temporomandibular à direita (p=0,040) e na
origem do masseter à esquerda (p=0,025). O grupo que recebeu bandagem sem
estiramento apresentou redução da dor em região de temporal anterior à esquerda
(p=0,036). Não foram encontradas diferenças na amplitude dos movimentos mandibulares
em cada grupo após intervenção. Também não foi encontrada diferença significativa na
redução da intensidade da dor ou na diferença da amplitude dos movimentos mandibulares
entre os grupos. As sensações de incômodo, coceira, sensação de relaxamento, dor ou de
aumento da mobilidade, reportadas após o uso da bandagem, também não apresentaram
diferença significativa entre os grupos.
Conclusão: o uso da bandagem sobre o músculo masseter, por 24 horas, produziu alívio da
sensação de dor orofacial, sendo que o uso com estiramento de 40% produziu alívio da dor
na região da origem do músculo masseter e na região da articulação temporomandibular,
enquanto o uso sem estiramento diminuiu a dor em região do músculo temporal anterior.
Não houve diferença na amplitude de movimentos mandibulares após uso com ou sem
estiramento da bandagem por 24 horas.

MOO005 Utilização da bandagem elástica funcional no tratamento fonoaudiológico da


paralisia facial pós-AVC na fase aguda
Autores: Raquel Karoline Gonçalves Amaral; Laélia Cristina Caseiro Vicente; Tatiana
Simões Chaves; Aline Mansueto Mourão
Resumo:
Objetivo: Verificar a eficácia do uso da bandagem elástica funcional (BEF) associada à
terapia miofuncional no tratamento fonoaudiológico da paralisia facial (PF) pós-AVC na fase
aguda.
Métodos: Trata-se de um estudo clínico controlado randomizado de pacientes com PF
pós-AVC na internados na unidade de AVC de um hospital público aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da instituição sob o parecer 3.082.696. Foram incluídos pacientes de
ambos os sexos, acima de 18 anos, que tiveram AVC, na fase aguda e PF, conscientes,
alertas, com compreensão de ordens simples preservada. Foram coletados os dados nos
prontuários dos pacientes sobre o tipo de AVC, gravidade do comprometimento neurológico
de acordo com a National Institute of Health Stroke Scale (NIHSS) e a Medida de
Independência Funcional (MIF). A amostra foi dividida em três grupos: Grupo 1: reabilitação
com terapia miofuncional orofacial e utilização da BEF nos músculos zigomáticos maior e
menor paralisados; Grupo 2: reabilitação apenas com a terapia miofuncional orofacial para
PF; Grupo 3: sem qualquer intervenção fonoaudiológica para PF. Na avaliação da paralisia
facial foi aplicado o Protocolo de Avaliação de Paralisia Facial proposto por House e
Brackmann (1985) para investigação do grau da paralisia e da simetria da face em repouso
e em movimento e o Protocolo de Incompetência do Movimento, para as medições da face
por meio do paquímetro digital profissional. As medidas da face foram: trágus à comissura
labial (T-CL), canto interno do olho à comissura labial (CIO-CL), canto externo do olho à
comissura labial (CEO-CL) e asa do nariz ao canto interno do olho (AN-CIO). Foi realizada
avaliação inicial e as reavaliações periódicas a cada três dias, sendo realizadas no total de
quatro registros clínicos. Após os procedimentos de avaliação, foi iniciada a intervenção
fonoaudiológica com o Protocolo de Intervenção Fonoaudiológica, para os grupos 1 e 2 a e
utilização da BEF nos músculos zigomáticos maior e menor paralisados apenas para o
grupo 1. A análise estatística utilizada para verificar a evolução da incompetência do
movimento da face de cada grupo e a comparação entre eles foram das equações
generalizadas.
Resultados: Foram incluídos 88 pacientes. Não houve diferença na composição dos três
grupos quanto à idade (p = 0,082), MIF (p = 0,082) NIHSS (p = 0,165) e do grau da PF
pré-intervenção (p = 0,963). Em relação a evolução do tratamento na paralisia facial durante
a fase aguda do AVC, todos os grupos apresentaram melhora significativa pelo menos em
uma medida. O grupo 1 teve melhora significativa na medida CEO-CL, justamente na
medida mais próxima da origem e inserção dos músculos zigomáticos (p=0,006).Na
comparação inter-grupos o G1 apresentou melhores resultados quando comparado aos G2
(p= 0,02) e ao G3 (p= 0,002) na medida CEO-CL.
Conclusão: O grupo de pacientes que utilizou a BEF associada a terapia miofuncional
orofacial apresentou os melhores resultados no tratamento da PF em pacientes pós-AVC na
fase aguda na medida de incompetência do movimento da face no local onde foi aplicado a
bandagem.

MOO008 Análise termográfica da região periorbital em crianças respiradoras orais e nasais


Autores: Júlia Ana Soares Silva; Amanda Freitas Valentim; Yasmim Carvalho Telson;
Patrícia Vieira Salles; Mariana Souza Amaral; Andréa Rodrigues Motta; Renata Maria
Moreira Moraes Furlan
Resumo:
Objetivos: verificar se o modo respiratório interfere na temperatura superficial da região
periorbital e propor um método para análise termográfica dessa região.
Métodos: estudo do tipo exploratório observacional e transversal, aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa, sob o parecer 3.695.491. Participaram do estudo 28 crianças de 4 a 11
anos, de ambos os sexos, sendo 14 respiradoras orais e 14 nasais. Tais avaliações foram
realizadas por uma equipe multidisciplinar, composta por otorrinolaringologista, alergologista,
dentista e fonoaudiólogo. Para avaliação do modo respiratório e classificação dos grupos, foi
realizada observação da postura habitual de lábios por 15 minutos e um protocolo de
anamnese e exame clínico específico para identificação de crianças respiradoras orais. Para
a avaliação termográfica foi utilizada câmera FLIR A315®, lente Flir (18 mm), com resolução
de 320x240 pixels. A câmera foi posicionada em um tripé, com 90° de angulação em relação
ao chão. As condições de padronização de temperatura, umidade relativa do ar e tempo de
aclimatização para avaliação termográfica seguiram o guia prático da Academia Americana
de Termologia. As crianças foram posicionadas sentadas, com as pernas alinhadas ao solo,
a 90° em relação ao tronco e cabeça em posição habitual, com distância de um metro da
câmera. Para normalização dos valores de temperatura, foi realizada a medição da
temperatura timpânica de cada participante. Os termogramas coletados foram analisados
por meio do programa Visionfy (Thermofy®, Brasil) e a região de interesse, região periocular,
foi selecionada ao utilizar a ferramenta elipse, a qual permite obter a temperatura média
dentro de uma região oval/elíptica cujo perímetro passa por pontos de referência
específicos, e pela forma personalizada, a qual excluiu a região da órbita. Os limites
determinados para seleção da região periocular foram: limite superior (região do supercilio
onde está a sobrancelha); limite inferior (inserção da pálpebra inferior abaixo da borda
inferior orbital, junção da pálpebra ao tecido mais denso da bochecha, visualizado por uma
região mais escura); limite lateral (região mais escura, fora das comissuras oculares,
correspondendo à região de conexão entre a pálpebra inferior e superior). A região de
interesse foi subdividida em quatro, sendo arco superior direito e esquerdo e arco inferior
direito e esquerdo. A marcação das regiões de interesse e obtenção das temperaturas foram
realizadas por dois avaliadores independentes, sendo que um deles replicou 20% das
análises em dois momentos distintos. A análise comparativa das temperaturas entre os
grupos foi realizada pelo teste de Mann Whitney. A comparação inter e intra-avaliador foi
realizada por meio do coeficiente de correlação de Spearman e o nível de significância
adotado em todas as análises foi de 5%.
Resultados: a concordância intra-avaliador foi total para ambos os grupos analisados e
interavaliador foi ótima para o grupo de respiradores orais e boa para o grupo de
respiradores nasais. Na comparação dos grupos, não ocorreu diferença estatisticamente
significante das temperaturas máxima, média, mínima e temperatura média normalizada
pela análise por arco.
Conclusão: O modo respiratório não interferiu na temperatura da região infraorbital. O
método proposto mostrou boa concordância intra e interavaliador.

MOO013 Dificuldades enfrentadas por usuárias de um Ambulatório de Amamentação nos


diferentes períodos do puerpério
Autores: Carine Vieira Bicalho; Camila Dantas Martins; Amélia Augusta de Lima Friche;
Renata Maria Moreira Moraes Furlan; Andréa Rodrigues Motta
Resumo:
Objetivos: caracterizar as dificuldades enfrentadas por usuárias do Ambulatório de
amamentação do Centro de Saúde Vila Maria (Belo Horizonte, Minas Gerais) nos diferentes
períodos do puerpério .
Métodos: estudo transversal observacional, realizado com dados secundários do
Ambulatório de Amamentação do Centro de Saúde Vila Maria, localizado na regional
Nordeste, em Belo Horizonte, Minas Gerais. Foram analisados os prontuários de todas as
puérperas (n=269) atendidas no referido ambulatório, de agosto de 2019 (início de suas
atividades) até julho de 2022. Os dados foram coletados a partir de um protocolo existente
no ambulatório que contém dados de identificação, da avaliação da puérpera, da avaliação
da criança e itens da avaliação da dupla mãe-criança. Os dados coletados foram
organizados em uma planilha do EXCEL e, para entrada, processamento e análise dos
dados, foi utilizado o software SPSS, versão 25.0. A análise entre queixas para amamentar
e período do puerpério (imediato, tardio e remoto) foi realizada por meio do teste
Qui-quadrado de Pearson, com nível de significância de 5%. Foi considerado puerpério
imediato o período do 1º ao 10º dia após o parto, tardio do 11º ao 45º dia e remoto a partir
do 45º dia. O projeto de pesquisa foi submetido e aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da instituição (Parecer nº 5.041.004).
Resultados: foi observada significância estatística entre puerpério imediato e problemas
nas mamas (p=0,004) e dor ao amamentar (p=0,025). As mães que estavam no período do
puerpério tardio relataram em maior proporção que os filhos não tiveram dificuldade em
ganhar peso (p=0,008), Já as mães que estavam no período do puerpério remoto relataram
em maior proporção que os filhos tiveram dificuldade em ganhar peso (p<0,001).
Conclusões: pode-se concluir que no puerpério imediato há mais mães com problemas nas
mamas e dor, indicando a importância do acompanhamento com profissionais
especializados no pós-parto imediato. Dessa maneira será possível diminuir o risco de
desmame precoce e consequentemente o risco de perda de peso, que é uma das principais
queixas durante o puerpério remoto.

MOO018 Fatores relacionados ao desmame precoce em bebês nascidos a termo em uma


maternidade pública
Autores: Andréa Rodrigues Motta; Estevam Barbosa de Las Casas; Mirelly Sabrina Santos
Silva; Renata Maria Moreira Moraes Furlan e Sandra Raquel de Melo Gomes
Resumo:
Objetivo: Compreender como os fatores socioeconômicos, da gestação e do parto se
relacionam com a situação da alimentação no sexto mês de vida de recém-nascidos a
termo.
Metodologia: Trata-se de um estudo observacional, longitudinal, descritivo, de abordagem
quantitativa, constituído por 98 puérperas, mães de bebês termos. O estudo foi aprovado
pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer número 4.480.984. A coleta de dados foi
estruturada pela captação dos dados referentes à história clínica e ao momento do parto
consultados nos prontuários dos bebês, seguida da aplicação de dois questionários
estruturados às puérperas, com questões referentes a dados sociodemográficos, dados pré
e pós gestacionais e da alimentação do bebê no 6° mês, por meio de ligação telefônica. Foi
realizada análise descritiva dos dados, por meio da distribuição de frequência das variáveis
categóricas, utilizando o teste qui-quadrado de Pearson, sendo significativas associações
com p≤0,05.
Resultados: A maioria das mães que participaram do estudo tinha idade entre 21 e 35 anos
(75,5%), eram solteiras (65,3%), tinham ensino médio completo (73,5%), pardas (63,3%),
tinham renda familiar de dois salários mínimos ou mais (55,1%) e trabalhavam como
autônoma ou em casa (63,3%). 83,7% das mulheres referiram ter realizado 6 ou mais
consultas de pré-natal, 55,1% tiveram parto normal, 53,1% eram multíparas e 60,2% delas
apresentaram queixas sobre amamentação. Quanto aos bebês, 56,1% eram do sexo
masculino, 89,8% encontrava-se em AME no momento da alta hospitalar pós-parto, 83,7%
não receberam AME até o 6° mês de vida, 64,3% não tinham mais contato com o leite
materno no 6° mês, 34,7% estavam em aleitamento artificial no 6° mês, 56,1% já tinham
iniciado a introdução alimentar ao 6° mês sendo que 41,8% iniciou a papa a partir do 5°
mês. Houve associação entre aleitamento materno exclusivo no 6º mês e escolaridade
materna, em que foi observado que mães com ensino médio mantinham menos o
aleitamento exclusivo, quando comparadas com mães com ensino superior. Na análise de
associação entre a introdução alimentar até o 6º mês e dados sociodemográficos e
pré/pós-natais, houve associação entre a período da introdução alimentar e renda familiar.
Observou-se que famílias com maior renda iniciaram a introdução alimentar posteriormente,
quando comparadas as famílias de menor renda. As demais associações não apresentaram
resultados com significância estatística.
Conclusão: Apesar da associação entre aleitamento materno e escolaridade, e, introdução
alimentar e renda familiar, não se pode generalizar os resultados, visto que também é
importante conhecer os fatores extrínsecos e intrínsecos - além de determinantes sociais -
relacionados à decisão da mulher em manter o aleitamento materno exclusivo por um
período maior, assim como a introdução alimentar no período adequado. Espera-se que com
apoio e orientação, sua escolha em relação ao processo de amamentar seja mais
consciente, minimizando medos, dúvidas e inseguranças.

MOO021 Fatores associados ao aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar de RNPT


internados em unidade neonatal
Autores: Nathaly Aparecida da Costa Alves; Flávia Aparecida Felipe de Lima Silva; Amélia
Augusta de Lima Friche.
Resumo:
Objetivo: Analisar os fatores associados ao aleitamento materno exclusivo na alta hospitalar
de recém-nascidos pré-termo internados em unidade neonatal.
Métodos: Participaram da pesquisa recém-nascidos pré-termo sem comorbidades
associadas admitidos na Unidade Neonatal de uma instituição filantrópica, que necessitaram
de sonda gástrica para alimentação. Na análise estatística foram utilizados os testes
univariados de Qui Quadrado, Exato de Fisher e Mann Whitney. Também foram
apresentadas as estimativas de Razão de Chances por meio da Regressão Logística
univariada e multivariada.
Resultados: A amostra foi composta por 39 recém-nascidos pré-termo. A maioria das mães
dos bebês tinha idade inferior a 30 anos (56,4%), sendo que a idade média foi de 27,51
anos (desvio padrão de 7,3 anos). A alimentação na alta teve 53,9% como aleitamento
materno exclusivo, 25,6% como aleitamento misto e 20,5% como aleitamento artificial.
Foram associados aos aleitamento materno exclusivo: parto cesáreo com 92% menos
chance de receber alta com aleitamento materno exclusivo do que o tipo de parto normal,
presença da mãe na maternidade durante a internação do filho, com 34 vezes mais
chances de aleitamento materno exclusivo na alta do que as mães que não permaneceram;
e o tempo de transição para a via oral exclusiva, sendo que o aumento de um dia no uso de
sonda, houve redução de 24% nas chances do recém-nascido receber alta em aleitamento
materno exclusivo.
Conclusão: Os achados desta pesquisa permitem inferir que o aleitamento materno
exclusivo de recém-nascidos pré-termo na alta hospitalar possui relação com o tipo de parto,
a permanência da mãe na Unidade Neonatal em todo tempo de internação do bebê e com o
tempo de transição da sonda para via oral.

Saúde Coletiva
SCO002 Funcionalidade, qualidade de vida e Fonoaudiologia: análise na perspectiva da
Modelagem de Equações Estruturais
Autores: Marina Garcia de Souza Borges; Adriane Mesquita de Medeiros; Stela Maris
Aguiar Lemos
Resumo:
Objetivos: Verificar a influência direta dos aspectos clínicos, sociodemográficos e da
funcionalidade sobre a qualidade de vida de crianças e adolescentes em processo de
avaliação fonoaudiológica.
Métodos: Trata-se de estudo observacional analítico transversal aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da instituição responsável sob o parecer de número 1.174.646. Este foi
realizado com 84 crianças e adolescentes que realizaram avaliação fonoaudiológica entre
2016 e 2019. Os procedimentos da pesquisa incluíram a aplicação do Critério de
Classificação Econômica Brasil com os responsáveis e do Pediatric Quality of Life Inventory
4.0™ (PedsQL) com as crianças e adolescentes e com seus responsáveis. Foi realizada
coleta em prontuário de dados referente ao sexo, queixas e hipóteses fonoaudiológicas e
que permitissem a caracterização dos componentes Funções do Corpo, Atividades e
Participação e Fatores Ambientais da Classificação Internacional de Funcionalidade,
Incapacidade e Saúde (CIF). Para análise dos dados foi utilizada análise fatorial, visando
criar indicadores que representassem cada um dos constructos, e posteriormente, a
modelagem de equações estruturais, por permitir examinar diversas relações de
dependência ao mesmo tempo. Foi adotado um nível de 5% de significância aos modelos
finais e na avaliação da qualidade do ajuste dos modelos foi empregado o R².
Resultados: Quatro fatores foram descritos, sendo um referente à funcionalidade global e
um relativo a cada um dos componentes da CIF analisados. Além disso, um constructo para
a qualidade de vida referida pelos pais/responsáveis e um para a qualidade de vida
autorreferida foram evidenciados. Dois modelos foram construídos quanto a CIF como um
único constructo, sendo que esta sofreu influência direta e negativo do sexo, quando este
era masculino, e de variáveis de cunho clínico-assistenciais. Não houve efeito direto da
funcionalidade global sobre a qualidade de vida avaliada sob a ótica dos responsáveis ou
das crianças e adolescentes. Ser do sexo masculino e a presença de variáveis referentes
aos aspectos clínico-assistenciais também impactaram negativamente nos componentes da
CIF quando estes foram analisados separadamente nos modelos. Somente as Atividades e
Participação apresentaram influência direta e positiva sobre a qualidade de vida
autorreferida e avaliada pelos responsáveis, sendo que este resultado pode refletir a ampla
definição biopsicossocial e referente a este componente da CIF que o PedsQL apresenta.
Conclusões: As relações identificadas foram predominantemente negativas entre as
covariáveis sobre a funcionalidade global e os componentes da CIF. Quanto à qualidade de
vida, o instrumento respondido pelos responsáveis apresentou influência direta e negativa
da queixa de alterações de motricidade orofacial e o instrumento respondido por crianças e
adolescentes sofreu influência direta, mas positiva da hipótese diagnóstica de alterações de
fala. Atividades e Participação foi o único componente da CIF a exercer influência direta e
positiva na qualidade de vida autorreferida e avaliada pelos responsáveis. O uso da
modelagem de equações estruturais se fez relevante como uma estratégia de análise com a
CIF, variáveis sociodemográficas, clínico-assistenciais e qualidade de vida, elucidando
efeitos que podem ajudar nos processos de diagnóstico e de intervenção fonoaudiológica
com crianças e adolescentes.

Voz
VOZ002 Correlação anatómica cervical e musculatura laríngea alcançada pelo LASER –
referências para aplicação na terapia vocal
Autores: Elisa Meiti Ribeiro Lin Plec; Viviane Souza Bicalho Bacelete; Marco Aurélio Rocha
Santos; Flávio Barbosa Nunes; Ana Cristina Côrtes Gama
Resumo:
Objetivos: Determinar os pontos na superfície cervical que correspondem a musculatura
intrínseca da laríngea alcançada pelo LASER de baixa potência. Avaliar a intensidade e
alcance da luz do LASER na laringe através de imagens de videolaringoscopia flexível,
correlacionadas às doses de de 3 J (Joules), 6 J e 9 J nos pontos cervicais estabelecidos,
assim como a interferência do IMC e fototipocutâneo na fotobiomodulação.
Métodos: Realizou-se pesquisa observacional analítica transversal com 15 mulheres
vocalmente saudáveis, entre 18 e 50 anos, que foram divididas em três grupos, de acordo
com o IMC e fototipo cutâneo. As participantes tiveram marcados 6 pontos anatômicos no
pescoço baseados na anatomia do arcabouço laríngeo objetivando a musculatura intrínseca,
assim como pontos já utilizados na prática clínica da terapia vocal com LASER. O LASER foi
aplicado nos pontos pré-definidos e analisado concomitantemente por
videonasolaringoscopia, para verificação do alcance da luz (presente/ausente) e grau de
iluminação (desde muito fraco a muito forte) nas doses de 3 J, 6 J e 9 J em três grupos de
participantes.
Resultados: A luz foi percebida na laringe nas doses de 3 J, 6 J e 9 J, na topografia
compatível com a comissura anterior das pregas vocais, porções membranosa (músculo
tireoaritenóideo) e cartilaginosa da prega vocal e o músculo cricotireoideo. O grau de
iluminação da luz do LASER aumentou nos fototipos cutâneos moreno moderado e moreno
escuro e diminuiu nas participantes sobrepeso e obesas.
Conclusão: Na aplicação do LASER de baixa potência o IMC e o fototipocutânio
interferiram na penetração da luz. Os pontos com melhor correlação entre a superfície
cervical e a laringe visualizada endoscopicamente foram: a comissura anterior, porção
membranosa e cartilaginosa das pregas vocais e músculo cricotireoideo.

VOZ004 Índices acústicos multiparamétricos em professoras sem alterações laríngea


Autores: Jéssica Nazareno; Fabiana Andrade Penido; Ana Cristina Côrtes Gama.
Resumo:
Objetivo: investigar os escores dos índices acústicos multiparamétricos em professoras
sem alteração laríngea.
Métodos: trata-se de um estudo do tipo observacional descritivo, aprovado pelo Comitê de
Ética em pesquisa (CAAE 39351920.2.0000.5149). O estudo incluiu 48 professoras da rede
estadual de Minas Gerais, com idades entre 26 e 44 anos (média = 36,81; DP=6,64). As
professoras foram submetidas à avaliação fonoaudiológica pericial da voz, na
Superintendência Central de Perícia Médica e Saúde Ocupacional do Estado de Minas
Gerais (SCPMSO) e apresentaram exame laríngeo sem alterações, de acordo com a
descrição otorrinolaringológica. Os índices acústicos multiparamétricos Acoustic Vocal
Quality Index (AVQI), Acoustic Breathiness Index (ABI) e Dysphonia Severity Index (DSI),
foram obtidos por meio da realização das seguintes tarefas: emissão sustentada da vogal [a]
em frequência e intensidade habituais; emissão sustentada da vogal [a] em glissando
ascendente até atingir a frequência mais aguda; emissão sustentada da vogal [a] em
intensidade mais fraca possível; tempo máximo de fonação da vogal [a] e contagem de 1 a
10 em frequência e intensidade habituais. As professoras foram orientadas a ficar de pé e a
gravação procedeu-se com a utilização de um computador da marca MacBookAir, com placa
de som profissional e um microfone condensador unidirecional (modelo adaptador Andrea
Pureaudio USB e microfone Karsect HT-9), montado na cabeça, a uma distância de 10cm
entre o microfone e a comissura labial das participantes. Os escores dos índices AVQI
(v.02.06), ABI (v.02.06) e DSI (v.02.03) foram obtidos por meio da utilização de um script no
software Praat (versão 6.1.47). A análise estatística foi realizada no programa MINITAB 17,
por meio da verificação da distribuição das amostras com medidas de tendência central e
dispersão.
Resultados: os valores médios dos índices acústicos multiparamétricos AVQI, ABI e DSI
foram 1,19 (DP=1,0), 2,61 (DP=1,0) e 1,23 (DP=0,95), respectivamente.
Conclusão: os índices acústicos multiparamétricos fazem parte da análise acústica
quantitativa e são instrumentos que fornecem informações robustas em relação à qualidade
vocal dos indivíduos. Os escores médios dos índices AVQI, ABI e DSI, para professoras sem
alteração laríngea foram 1,19, 2,61 e 1,23, respectivamente.

VOZ006 Desvantagem vocal em professores da rede estadual da educação básica em


Minas Gerais
Autores: Lílian de Souza Melo; Joyce Elen Murça de Souza; Desirée Sant’Ana Haikal;
Adriane Mesquita de Medeiros; Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa
Resumo:
Objetivo: Verificar o Índice de Desvantagem Vocal (IDV-10) entre professores mineiros da
rede estadual da educação básica.
Métodos: Trata-se de estudo epidemiológico, transversal e descritivo. A população foi
composta por professores do ensino fundamental e/ou médio do estado de Minas Gerais e a
amostra foi calculada com base no número total de professores, sendo elegíveis aqueles
atuantes na regência no ano de coleta. Como critério de exclusão, considerou-se os
professores em desvio de função e com afastamento temporário do cargo. Foi aplicado o
IDV-10, instrumento que tem sido usado para avaliar a percepção do indivíduo sobre o
impacto de um problema de voz na qualidade de sua vida. É composto por dez perguntas
que incorporam cinco itens do domínio funcional: “As pessoas têm dificuldade para me ouvir
por causa da minha voz”, “As pessoas têm dificuldade para me entender em lugares
barulhentos”, “Meu problema de voz limita minha vida social e pessoal”, “Eu me sinto
excluído nas conversas por causa da minha voz”, “Meu problema de voz me causa prejuízos
econômicos”; três do domínio orgânico: “As pessoas perguntam: O que você tem na voz?”;
“Sinto que tenho que fazer força para a minha voz sair”; “Não consigo prever quando minha
voz vai sair clara”; e dois do domínio emocional: “Meu problema de voz me chateia”; “Minha
voz faz com que eu me sinta em desvantagem”. As respostas, em escala Likert, têm cinco
pontos (nunca, quase nunca, às vezes, quase sempre, sempre) e produz um escore que
varia de 0 a 40 pontos, sendo que 0 (zero) refere a nenhuma desvantagem e 40, a
desvantagem máxima. Uma pontuação geral maior que sete é indicativo de necessidade do
encaminhamento para avaliação vocal completa. A coleta de dados ocorreu entre 26 de
outubro e 31 de dezembro de 2021. O projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética sob o
número 4.964.125/2021 e financiado pela FAPEMIG APQ-00901-22. Os dados foram
analisados pelo SPSS 20.0.
Resultados: Participaram do estudo 1.782 professores no trabalho de regência. A maioria
do sexo feminino (77.0%), média de 44 anos (±9.33), 60,4% casados(as) ou união estável.
Sobre o tempo de exercício docente, 59,8% com mais de 10 anos, sendo 39,5% com 16
anos ou mais de trabalho. Ao verificar a prevalência daqueles que responderam às vezes,
quase sempre e sempre no IDV-10, pode-se observar que 35,8% referiram que as pessoas
têm dificuldade em entendê-las em lugares barulhentos, 21,0% sentem ter que fazer força
para a voz sair e 16,7% relataram que as pessoas têm dificuldade em ouvi-las por causa da
voz. A média do domínio funcional foi 2,16 (10,5%); do domínio orgânico, 1,19 (9,92%) e do
domínio emocional, 0,49 (6,13%). Nesta amostra, 21,1% obtiveram índice maior que sete
pontos, que corresponde à presença de desvantagem vocal.
Conclusão: Quase um quarto dos professores mineiros da rede estadual da educação
básica apresentaram desvantagem vocal com maior prejuízo no domínio funcional. Ações de
promoção, prevenção e reabilitação vocal são importantes para reduzir o impacto do
problema de voz na vida dos professores.

VOZ008 Instrumentos de autoavaliação da fala em público: revisão integrativa da literatura


Autores: Anna Carolina Ferreira Marinho; Letícia Caldas Teixeira; Adriane Mesquita de
Medeiros, Eduardo de Paula Lima
Resumo:
Objetivo: apresentar uma revisão integrativa de literatura sobre instrumentos de
autoavaliação da fala em público de indivíduos adultos.
Método: A questão norteadora desta revisão foi: Quais os tipos, aspectos avaliados e
categorias de resposta dos instrumentos que avaliaram a fala em público de indivíduos
adultos? Foram selecionados estudos publicados no período de 2011 a 2022, nas bases de
dados eletrônicas Medical Literature Analysis and Retrieval System online (Medline), Web Of
Science, Scopus, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e COCHRANE. Os critérios de inclusão
foram artigos originais, disponíveis na íntegra, realizados com indivíduos adultos, publicados
nos últimos 12 anos, em português, inglês ou espanhol, que apresentassem instrumentos de
autoavaliação da fala em público. Foram excluídos da revisão teses, dissertações,
monografias, anais de congressos. A estratégia de busca foi utilizada foi: (tw (("Arte de Falar
em Público" OR "Discurso Público" OR "Fala Pública" OR "Falar em Público" OR "Fala em
Público" OR oratória OR "Public Speaking" OR "Speaking, Public" OR "Verbal Behavior" OR
"Conducta Verbal" OR "Comportamento Verbal" OR "Nonverbal Communication" OR
"Comunicación no Verbal" OR "Comunicação não Verbal" OR "Communication Barriers" OR
"Barreras de Comunicación" OR "Barreiras de Comunicação" OR “Expressividade” OR
“expressiveness” OR "Speech, Language and Hearing Sciences" OR fonoaudiología OR
fonoaudiologia OR “Voice” OR “Voz”) AND ("Surveys and Questionnaires" OR "Encuestas y
Cuestionarios" OR "Inquéritos e Questionários" OR inquéritos OR "Levantamentos e
Questionários" OR "Métodos de Inquérito" OR questionários OR "Clinical Protocols" OR
"Protocolos Clínicos" OR "Self-Assessment" OR autoevaluación OR “Estudo de avaliação”
“autoavaliação” OR autoapreciação OR "Autoavaliação (Psicologia)" ) AND (db: ("LILACS"
OR "INDEXPSI" OR "BINACIS" OR "IBECS" OR "BBO" OR "SES-SP")). Para a análise dos
dados, os estudos foram selecionados com base na leitura dos títulos e resumos. O
protocolo de análise dos estudos foi estruturado nos seguintes eixos: autor e ano, local,
amostra, delineamento do estudo, especificação quanto à validação do instrumento;
aspectos avaliados e categorias de respostas dos itens avaliados.
Resultados: Foram localizados 2539 artigos, dos quais 12 foram incluídos nesta revisão. A
concentração desses estudos foi maior no período entre 2016 e 2020 (71,4%),
desenvolvidos no Brasil (85,7%), todos de delineamento transversal, 71,4% realizados com
estudantes universitários e com instrumentos validados. Quanto às categorias de resposta
dos aspectos avaliados, a escala Likert foi a mais utilizada (64,28%). A maioria dos estudos
foi desenvolvida no Brasil, realizada com universitários. Os instrumentos validados
encontrados nos estudos foram a Escala para Autoavaliação ao Falar em Público (SSPS)
que avalia reações cognitivas da ansiedade ao falar em público, a Escala de Competência
em Comunicação e Interpessoal (ECCI): Competência comunicativa interpessoal, Escala da
Ansiedade ao falar em público que avalia reações fisiológicas, cognitivas e
comportamentais.
Conclusão: Os aspectos mais avaliados são relacionados a ansiedade ao falar em público,
incluindo aspectos cognitivos e somáticos.

VOZ011 Dispositivos de Oscilação Oral de Alta Frequência na terapia de voz: revisão de


literatura
Autores: Alessandra Cardoso Ribeiro; Maria Luiza Gonçalves Laboissière; Letícia Caldas
Teixeira
Resumo:
Objetivo: apresentar uma revisão integrativa de literatura dos efeitos do uso dos
Dispositivos de Oscilação Oral de Alta Frequência (OOAF) com sonorização na voz de
pacientes adultos, com e sem queixas vocais.
Método: revisão tipo integrativa. A pergunta norteadora foi: “Qual a efetividade do uso dos
dispositivos de Oscilação Oral de Alta Frequência com Sonorização na voz de pacientes
adultos com e sem queixas vocais?” Foram selecionados estudos publicados no período de
2012 a 2022, nas bases de dados eletrônicas Medical Literature Analysis and Retrieval
System online (Medline), Web Of Science, Scopus, Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) e
COCHRANE. Os critérios de inclusão foram artigos originais, realizados com indivíduos
adultos, com e sem queixa vocal, nos idiomas português, inglês e espanhol. Os critérios de
exclusão foram livros, dissertações de mestrado, teses de doutorado e anais de congresso.
A estratégia de busca foi planejada para recuperar os estudos que contivessem pelo menos
um dos termos de cada conceito: distúrbios da voz OR voz And oscilação oral de alta
frequência. Para a análise dos dados, os estudos foram selecionados com base na leitura
dos títulos e resumos. O protocolo de análise dos estudos foi constituído dos seguintes
itens: objetivo da pesquisa, delineamento, método, variáveis analisadas e resultados.
Resultados: Foram encontrados 140 artigos e após a seleção e critérios de inclusão, 8
artigos foram considerados. A maioria dos estudos era de delineamento transversal e
haviam dois ensaios clínicos randomizados, desenvolvidos no Brasil. Os dispositivos
utilizados foram o Shaker Classic, New Shaker, Shaker Plus e Acapella Choice. A maioria
verificou os efeitos imediatos da abordagem, dois verificaram o tempo de execução do
exercício. A maioria foi realizada em sujeitos com e sem queixa vocal. As variáveis
utilizadas mais frequentes para verificar o efeito da técnica foram a autopercepção de
conforto vocal, avaliação acústica do sinal sonoro, eletroglotografia, avaliação
perceptiva-auditiva da voz, laringoscopia e medidas aerodinâmicas, respectivamente.
Conclusão: Os estudos demonstram que a técnica vocal utilizando os OOAF com
sonorização é efetiva e segura para pacientes com e sem queixas vocais, promovendo
efeitos imediatos positivos para a voz, como a redução de sintomas vocais. Em relação às
medidas acústicas observa-se que alguns estudos relatam melhora em alguns parâmetros,
outros relatam não haver diferença significativa entre os valores antes e depois do uso. O
OOAF demonstra ser eficiente para modular perfis de pressão e fluxo aéreo e promove
grandes oscilações no trato vocal. O tempo de uso da técnica indicado é de 3 minutos,
valores acima podem acarretar fadiga vocal e garganta seca. Os exercícios com o
dispositivo se mostram igualmente eficazes, quando comparados a exercícios de resistência
à água e podem ser indicados para aumentar a adesão à prática para pacientes, que não se
sentem confortáveis ao usar uma garrafa de água em determinadas circunstâncias. Por ser
uma tecnologia nova no mercado, revela-se a necessidade de mais estudos em relação ao
seu uso em pacientes com disfonia, profissionais da voz e para além de seus efeitos
imediatos.

VOZ013 Distúrbio vocal em bombeiros militares no contexto da pandemia da Covid-19.


Autores: Noeli Dias Romão; Eduardo de Paula Lima; Adriane Mesquita de Medeiros
Resumo:
Objetivo: Verificar suspeita de distúrbio vocal em bombeiros do Corpo de Bombeiros Militar
de Minas Gerais e a relação com hábitos de vida, fatores individuais, ocupacionais, saúde
mental e fatores relacionados à pandemia da Covid-19.
Método: A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o parecer número:
474.796 . Estudo observacional transversal realizado em 2021 com bombeiros que
ingressaram no Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) a partir de 2014.
Como critério de inclusão considerou-se os soldados que iniciaram a carreira na graduação
de soldado, realizaram o treinamento inicial na Academia de Bombeiros (ABM) em BH. E
como critérios de exclusão a ausência na data da coleta e recusa em participar. Foram
coletados os seguintes dados por meio de questionário autoaplicado: características
sociodemográficas, ocupacionais, hábitos de vida, situação de saúde, autorrelato de sintoma
vocal quando em uso de máscara facial na pandemia (variáveis explicativas). Os indivíduos
foram classificados com distúrbio vocal (ausente e presente) segundo o protocolo Br-DST-
Protocolo Brasileiro de Triagem de Disfonia 1. Foram considerados com presença de
distúrbio vocal com indicação para avaliação clínica da voz quem respondeu "sim'' para as
duas questões ou “sim” para segunda questão. A suspeita de transtorno mental comum
(TMC) foi mensurada com o uso do protocolo SRQ-20 - Self Report Questionnaire2, para
identificação de Transtornos Mentais Comuns (TMC). Os dados foram submetidos a análise
descritiva e de associação. Os testes estatísticos foram realizados assumindo um nível de
significância de 5%. O desfecho de distúrbio vocal foi comparado com todas as variáveis
explicativas por teste qui-quadrado de Pearson ou qui-quadrado simulado. A modelagem foi
construída a partir da regressão logística com nível de significância de 5%.
Resultados: A prevalência de suspeita de distúrbio vocal foi de 6,12 %. Verificou-se que a
maioria dos bombeiros é do sexo masculino (90,31%), na faixa etária de acima de 30 anos
(52,47%), pardos (44,39%), vivendo com companheiro (61,39%) e com ensino superior
completo ou mais (42,35%). Verificou-se que indivíduos autodeclarados pretos ou pardos
apresentaram maior percentual de distúrbio vocal (8,10%). Não houve significância
estatística com as variáveis ocupacionais, de estilo de vida e da comunicação com uso de
máscara facial. Mais de 80% dos indivíduos indicaram alguma alteração na comunicação
com o uso de máscara. No modelo final multivariado, houve diferença significativa entre os
grupos com e sem suspeita de distúrbio vocal quanto a suspeita de transtorno mental
comum e a raça. Os indivíduos pretos e pardos têm, aproximadamente 2,5 vezes mais
chance de ter suspeita de distúrbio vocal, quando comparados com o grupo de indivíduos
brancos e de outras raças. Indivíduos com suspeita de transtorno mental comum também
apresentam 2,7 vezes mais chance de apresentarem suspeita de distúrbio vocal.
Conclusão: Os bombeiros com suspeita de distúrbio vocal têm indicação para realizar a
avaliação vocal completa. Os resultados do estudo evidenciam chance aumentada de ter
distúrbio vocal no contexto da pandemia de COVID-19 em Bombeiros Militares de Minas
Gerais no grupo da raça preta ou parda e com suspeita de transtorno mental comum.

VOZ014 Treinamento da função respiratória em pacientes com lesão medular cervical -


revisão sistemática
Autores: Felipe de Oliveira Rodrigues; Marina Martins Pereira Padovani; Bárbara Pereira
Lopes; Ana Cristina Côrtes Gama.
Resumo:
Objetivo: avaliar qualitativamente a literatura e descrever os protocolos de reabilitação e
treinamento respiratório nos indivíduos com lesão medular cervical.
Métodos: realizou-se a localização e a seleção dos estudos por meio de levantamento dos
textos publicados sobre o assunto, sem períodos específicos, por meio de descritores
pré-estabelecidos: “respiratory muscle strength”, “breathing training” e “cervical spinal cord
injury”. Todas as etapas do estudo foram conduzidas independentemente pelos
pesquisadores e, quando houve discordância entre eles, a posição final foi consensual. Os
artigos selecionados foram analisados e avaliados de forma crítica quanto aos seus
objetivos; critérios e métodos de avaliação e tratamento, resultados e conclusões bem como
de seu nível de evidência científica.
Resultados: Foram identificados um total de nove artigos científicos considerados válidos,
com base nos critérios de inclusão. Tais artigos abordaram a descrição dos protocolos
utilizados na reabilitação respiratória de pacientes com lesão medular. Três dos artigos
estão entre o grau de recomendação de acordo com a Escala PEDro (Physiotherapy
Evidence Database). A força muscular respiratória diminuída impacta na voz e
consequentemente na comunicação, levando em alguns casos ao isolamento social e à
depressão. Desse modo é fundamental a atuação do fonoaudiólogo a fim de proporcionar ao
indivíduo voz e fala adequadas, comunicação efetiva e assim melhor qualidade de vida.
Conclusão: O treinamento muscular respiratório é eficiente na reabilitação dos indivíduos
com lesão na medula espinal, sendo o incentivador respiratório o instrumento mais utilizado
na intervenção da força muscular respiratória com resultados satisfatório em todos os
estudos. O protocolo de treino respiratório mais utilizado na população com lesão medular
apresenta uma quantidade de treinamento de 2 vezes ao dia, durante 5 a 7 dias na semana,
com tempo total médio de 6 semanas, sendo o incentivador respiratório mais utilizado o
Trehshold. Estudos com maior rigor metodológico e prática baseada em evidência são
necessários a fim de oferecer tratamento com padronização de procedimentos e protocolos
específicos para esta população.
VOZ015 Relação entre raça e comunicação dos bombeiros militares no contexto da
pandemia da Covid-19.
Autores: Noeli Dias Romão; Eduardo de Paula Lima; Adriane Mesquita de Medeiros
Resumo:
Objetivo: Comparar os bombeiros segundo a autodeclaração da raça quanto a
autopercepção sobre a comunicação com o uso de máscara facial no trabalho.
Método: Pesquisa aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa com o parecer número:
474.796 . Estudo do tipo observacional transversal realizado em 2021 com 442 militares do
Corpo de Bombeiros Militar de Minas Gerais (CBMMG) que ingressaram na corporação a
partir do ano de 2014. Como critério de inclusão para esse estudo considerou-se todos os
soldados que ingressaram no CBMMG a partir de 2014, além do requisito de iniciar a
carreira na graduação de soldado, ter realizado o treinamento inicial na Academia de
Bombeiros (ABM), em Belo Horizonte. Considerou-se como critérios de exclusão a ausência
no treinamento na data da coleta de dados (por falta ou licença) e a recusa em participar do
projeto. Os dados foram coletados por meio de questionário e selecionados os seguintes
dados para esse estudo : sociodemográficos (sexo, idade, estado civil e escolaridade),
dificuldade de falar ao usar máscara facial no trabalho, dificuldade de escutar quando
colegas usam máscara facial no trabalho A variável “comunicação com uso de máscara
facial no trabalho” foi criada pela combinação das respostas dessas duas questões. A
categoria "sem dificuldade" considerou quem respondeu nada para as duas questões, “com
muita dificuldade” para quem respondeu moderadamente, muito e/ou completamente para
as duas questões e “com dificuldade razoável” para aqueles indivíduos que responderam as
demais combinações de resposta. Os dados foram submetidos a análise descritiva e de
associação. Os testes estatísticos foram realizados assumindo um nível de significância de
5%. As categorias foram comparadas pelo teste exato de Fisher.
Resultados: Do total de 442 bombeiros desse estudo, 89,37% são homens, 52,4% com
mais de 30 anos de idade e a maior parte possui ensino superior completo ou mais
(n=178,40,27%). Não houve diferença significativa entre os grupos segundo a raça com as
variáveis sociodemográficas. 57,47% (n=254) dos bombeiros se declararam como negros ou
pardos. Houve diferença estatística entre brancos/outros e negros/pardos e a comunicação
com o uso de máscara facial (valor-p=0,025). A maioria dos bombeiros relatou algum grau
de dificuldade em falar ou escutar o outro devido ao uso de máscara facial. 82,5% dos
bombeiros apresentaram queixa de dificuldade de comunicação (escutar e falar) com o uso
da máscara, sendo que a maior proporção foi entre os negros e pardos (n=217; 59,9%).
Conclusão: A maioria dos bombeiros relataram dificuldade de falar ou escutar pelas
barreiras geradas pela necessidade de usar a máscara facial. No grupo de raça preta ou
parda é maior a frequência de autorrelato de prejuízo na comunicação com o uso da
máscara no contexto da pandemia da Covid-19 em Bombeiros Militares de Minas Gerais.
Posters
Audição e Equilíbrio
AUD001 Correlação entre queixas acadêmicas e queixas auditivas em adultos jovens
Autores: Luciana Cássia de Jesus, Luciana Mendonça Alves, Luciana Macedo de Resende
Resumo:
Objetivo: Correlacionar as queixas acadêmicas com queixas auditivas autorelatadas na
Escala de Autopercepção das Habilidades do Processamento Auditivo Central (EAPAC) –
expandida.
Método: A pesquisa foi aprovada pelo COEP, nº 5.137.573. A EAPAC – expandida, enviada
via correio eletrônico para funcionários e alunos da universidade, juntamente com o TCLE,
foi utilizada para coletar os dados. De 50.561 emails enviados, retornaram 702 com a escala
preenchida. Foram selecionados aqueles de indivíduos brasileiros de 18 a 59 anos, obtendo
a amostra de 692 questionários respondidos. Para a análise foi utilizada a mediana, as
medidas de frequência absoluta e relativa e a correlação de Spearman para comparação
entre as variáveis. Foi utilizado o software IBM SPSS, versão 15, e significância de 5%.
Resultados: A maioria da amostra eram mulheres (67,6%), com ensino superior incompleto
(42,2%) e idade mediana de 28 anos. A queixa de dificuldade acadêmica relacionada à
concentração apresentou correlação positiva com a dificuldade para compreender variações
na entonação vocal (r=0,085), piadas e palavras com duplo sentido (r=0,097). Houve
correlação negativa com a fluência em língua estrangeira (r= -0,082). Já a queixa de
dificuldade acadêmica relacionada à memória correlacionou positivamente com a dificuldade
para discriminar sons (r=0,78), compreender piadas e palavras com duplo sentido (r=0,081)
e negativamente com o estudo de língua estrangeira (r= -0,093). A queixa de dificuldade
acadêmica relacionada ao planejamento correlacionou positivamente com a dificuldade para
compreender a fala em ambiente ruidoso (r=0,078), piadas e palavras com duplo sentido
(r=0,094) e perceber ritmo (r=0,087). Houve correlação positiva entre a queixa de dificuldade
acadêmica relacionada à aprendizagem com a dificuldade para compreender variações na
entonação vocal (r=0,085), piadas e palavras com duplo sentido (r=0,083) e perceber ritmo
(r=0,091). Ocorreu a correlação negativa com o estudo de língua estrangeira (r= -0,082). A
queixa relacionada à dificuldade para compreender informações lidas apresentou correlação
positiva com a dificuldade para compreender a fala em ambiente ruidoso (r=0,075) e
negativa com o estudo de língua estrangeira (r= -0,088). Já a dificuldade para compreender
informações implícitas no texto correlacionou positivamente com a dificuldade para perceber
ritmo (r=0,086). A queixa autorreferida pelo indivíduos relacionada à presença de trocas de
letras, com sons semelhantes, na leitura e escrita apresentou correlação positiva com a
dificuldade para perceber o som ao longo do tempo (r=0,097), compreender variações na
entonação vocal (r=0,089), entender a fala quando parte é omitida (r=0,091) e para finalizar
tarefas complexas no prazo estipulado (r=0,095). A dificuldade para perceber pausas no
texto relacionadas à pontuação correlacionou positivamente com a dificuldade para
memorizar informações apresentadas somente pela audição (r=0,090) e perceber o som ao
longo do tempo (r=0,097). Por fim, houve correlação positiva entre a dificuldade para
aprender uma nova língua e dificuldade para reconhecer o som (r=0,161), para compreender
variações na entonação vocal (r=0,088) e entender a fala quando parte é omitida (r=0,089).
Conclusão: As dificuldades acadêmicas correlacionaram com queixas auditivas
relacionadas ao processamento sonoro no tempo, em condições degradadas, à
discriminação e ao reconhecimento auditivo, à memória auditiva e à estimulação auditiva
decorrente do aprendizado de língua estrangeira.

AUD002 Autopercepção sobre habilidades auditivas e acadêmicas de adultos universitários


e graduados
Autores: Bruna Stéfanie Pereira; Luciana Cássia de Jesus; Andrezza Gonzalez Escarce;
Luciana Macedo de Resende; Luciana Mendonça Alves
Resumo:
Objetivo: Descrever e analisar o perfil auditivo e acadêmico de universitários e graduados
com queixas auditivas e de aprendizagem.
Métodos: Trata-se de um estudo transversal descritivo, comparativo, que foi aprovado pelo
Comitê de Ética em Pesquisa (COEP) sob parecer nº 5.137.573. Todos os participantes
foram informados quanto aos objetivos e procedimentos do estudo e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). O estudo foi realizado por amostra
não-probabilística, composta por indivíduos inseridos na universidade pesquisada, que
responderam a Escala de Autopercepção das Habilidades do Processamento Auditivo -
EAPAC com adaptações realizadas pelos autores. Para isso, a Escala foi enviada via correio
eletrônico para cerca de 50561 indivíduos, funcionários e alunos da universidade em
questão. Foram obtidas 702 respostas ao Questionário, em que foram excluídas as
respostas daqueles que não possuíam Ensino Superior incompleto ou completo. A EAPAC
com adaptações foi utilizada para comprimir os objetivos da pesquisa, possuindo 14
questões sobre queixas relacionadas às habilidades auditivas e 12 relacionadas ao
ambiente acadêmico. Foi realizada a análise descritiva dos dados, por meio da distribuição
de frequência das variáveis categóricas e, para as análises de associação, foi utilizado o
teste Qui-quadrado de Pearson e considerado o nível de significância de 5%.
Resultados: Participaram da pesquisa 646 indivíduos com faixa etária entre 17 e 67 anos.
Os participantes apresentaram, majoritariamente, naturalidade brasileira, ensino Superior
Incompleto, presença concomitante de queixas auditivas e acadêmicas e eram egressos de
escola pública no Ensino Médio. As queixas mais prevalentes foram: dificuldade acadêmica
relacionada à concentração (63,16%), planejamento (58,67%) e memória (58,36%),
memorização de tarefas que foram apenas ouvidas (57,9%), e ouvir e compreender a fala no
ruído (56,8%). Houve associação com significância estatística entre a dificuldade para ouvir
e entender em ambientes ruidosos com apresentar dificuldades acadêmicas relacionadas à
memória (p0,001); queixa de memorizar tarefas e combinados apenas ouvidos com
apresentar dificuldades acadêmicas relacionadas à concentração (p0,001), memória
(p0,001) e planejamento (p0,001); dificuldades acadêmicas relacionadas à concentração
com dificuldade para ouvir e entender em ambientes ruidosos (p0,001) e dificuldade em
memorizar tarefas e combinados apenas ouvidos (p=0,001).
Conclusão: Foi possível observar que há associação entre queixas auditivas e acadêmicas
em adultos, marcada pela relação de aspectos cognitivos com aspectos auditivos. Em
especial, pode-se notar a associação das habilidades auditivas de compreender no ruído e
de memória auditiva com as funções executivas de atenção seletiva, memória de trabalho e
planejamento. É relevante que esses fatores sejam considerados ao realizar avaliações do
Processamento Auditivo Central, ao se intervir em pacientes com alterações auditivas, e na
vida estudantil.

Disfagia
DIS003 Idosos com histórico de hanseníase: rastreamento da disfagia, qualidade de vida em
deglutição e índice de vulnerabilidade clínico-funcional
Autores: Maria Clara Rocha., Aline Mansueto Mourão., Jessica Danielle Santos de Jesus.,
Laélia Cristina Caseiro Vicente., Adriane Mesquita de Medeiros
Resumo:
Objetivo: Analisar a relação entre o risco de disfagia e a vulnerabilidade clínico-funcional,
idade, sexo, condição dentária, escolaridade e institucionalização de idosos com histórico de
hanseníase e verificar a qualidade de vida em deglutição para aqueles com possibilidade de
disfagia.
Método: Trata-se de uma pesquisa observacional analítica transversal aprovada pelo
Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 2.373.001, realizada com 117 idosos, sendo os
critérios de inclusão idade igual ou superior a 60 anos, com histórico de hanseníase e sem
histórico de transtornos mentais, comprometimento cognitivo por acidente vascular cerebral
(AVC) ou síndrome demencial. Foram analisadas informações como sexo, idade,
escolaridade, institucionalização, edentulismo, uso de próteses dentárias e os protocolos
Índice de Vulnerabilidade Clínico-funcional (IVCF-20), Eating Assessment Tool (EAT-10) para
avaliar o risco para disfagia e o Quality of Life in Swallowing Disorders (SWAL-QOL), que é
um protocolo de autoavaliação da qualidade de vida relacionado à disfagia. Verificou-se a
diferença entre os grupos com e sem risco de disfagia em idosos com histórico de
hanseníase e as demais variáveis por meio dos testes estatísticos Qui Quadrado de
Pearson, teste Exato de Fisher e regressão logística. O nível de significância dos testes foi
de 5%. Foi realizada a regressão logística com estimação da odds ratio para as variáveis
com valor de p ≤0,05 nos testes de comparação.
Resultados: Houve predomínio de mulheres idosas, com idades entre 80 e 99 anos e
ensino fundamental incompleto. O risco para disfagia foi encontrado em 22 idosos (18,8%).
O domínio da qualidade de vida mais comprometido foi “duração da alimentação". Houve
diferença estatística do risco para disfagia com a idade e a vulnerabilidade clínico-funcional.
Conclusão: Os idosos mais velhos e considerados frágeis, apresentaram maior chance de
risco para disfagia. O maior comprometimento da qualidade de vida em deglutição dos
idosos com risco para disfagia foi relacionado ao domínio ''duração da alimentação''.

DIS004 Avaliação cognitiva global em pacientes portadores da síndrome Neuroacantocitose.


Autores: Amanda de Fátima Oliveira Gurgel; Isabella de Oliveira Gonçalves; Thatiely
Resiman Cordeiro; Victor Emanuel Ferreira da Silva; Tiago Attoni
Resumo:
Objetivo: Avaliar os aspectos cognitivos de sujeitos portadores da síndrome NA.
Metodologia: Neste estudo foram avaliados 11 sujeitos portadores de Neuroacantocitose,
sendo 8 homens e 3 mulheres. Além disso, os resultados foram comparados aos de sujeitos
normais, pareados por idade, sexo e escolaridade, que compuseram o grupo controle (GC).
Para a avaliação cognitiva global foi aplicado o Mini Exame do Estado Mental (MEEM) - É
um teste utilizado para avaliar a função cognitiva global, verificando vários domínios:
orientação espacial, temporal, memória imediata e de evocação, cálculo, linguagem,
nomeação, repetição, compreensão.
Resultados: Na aplicação do instrumento MEEM, que avalia a capacidade cognitiva global,
os sujeitos com NA apresentaram diferença estatisticamente significativa em seus
resultados quando comparados aos sujeitos do GC. Esta comparação feita com o GC
sugere que o grupo com NA apresenta declínio cognitivo. As diferenças estatisticamente
significativas encontradas na comparação com o GC indicam que os pacientes com NA
tiveram pior aproveitamento nas tarefas oferecidas pelo MEEM. Contudo, ao se observar os
valores das médias encontradas pela análise estatística, os valores entre GC e NA são
aproximados, com pequena diferença estatisticamente significativa. Não se pode descartar
que a limitação motora possa ter influenciado no resultado. Outra possibilidade é o número
limitado de pacientes com NA na nossa amostra.
Conclusão: Esse estudo foi capaz de identificar os aspectos cognitivos dos sujeitos com
NA. O instrumento Neuropsicológico MEEM se mostrou útil e sensível às alterações
cognitivas, indicando a presença de declínio cognitivo em NA quando comparado aos
sujeitos do GC. Contudo, ressaltamos a necessidade de estudos com maior número de
sujeitos para compreender a natureza desses acometimentos.

DIS005 Relevância da Atuação Fonoaudiológica na prática intervencionista em Instituições


de Longa Permanência para Idosos
Autores: Isabella Alencar e Silva; Bianca Alves de Castro; Helena Santana Silva; Leidiane
Tais Reis da Silva Candido; Juliana Onofre de Lira;
Resumo:
Objetivos: Analisar a atuação fonoaudiológica na disfagia em idosos residentes em
instituições de longa permanência para idosos (ILPI).
Métodos: Realizou-se revisão de literatura por meio de buscas em bases de dados sobre à
atuação fonoaudiológica em ILPI. Realizaram-se dois cruzamentos, sendo o primeiro
cruzamento com os descritores “Instituição de Longa Permanência para Idosos” AND
“disfagia” e o segundo cruzamento com os descritores “Instituição de Longa Permanência
para Idosos” AND “Fonoaudiologia” nas bases de dados BVS Salud, Lilacs e Scielo. Foram
obtidos 106 resultados e selecionados 17 artigos, publicados entre 2010 e 2022. A partir da
leitura integral dos artigos incluídos na primeira fase, foram incluídos 14 artigos e excluídos
3 artigos por não abordarem a temática. Os artigos selecionados estão relacionados a
alterações estomatognáticas e o processo de senescência.
Resultados: Conforme os artigos encontrados, o alto índice de prevalência de disfagia em
idosos residentes em ILPIs decorrentes de eventos biológicos que são inerentes ao
envelhecimento, como modificação de estruturas anatômicas e a diminuição gradativa da
função estomatognática, impactam diretamente na saúde e agravos associados a
alimentação. Em virtude disso, os sinais disfágicos frequentemente referidos na literatura
são: tosse, engasgo, sialorréia, xerostomia, trânsito oral reduzido, voz molhada, estase em
seios piriformes, aspiração, entre outros. Os sinais supracitados podem se relacionar aos
seguintes fatores de riscos: comportamento do idoso, consistências mal adaptadas, uso
inadequado de prótese dentária e mau posicionamento durante a oferta alimentar. Os
fatores de risco para disfagia evidenciados embasam sobre a necessidade de
fonoaudiólogos habilitados para atuar na prevenção, promoção, intervenção e reabilitação
da população idosa em ILPIs. Visto que, a atuação fonoaudiológica nessas instituições
engloba a reabilitação e avaliação das funções estomatognáticas. Assim como, orientação
da equipe multidisciplinar, abordagem sobre os aspectos do envelhecimento, promoção de
ações e prevenção em saúde, visando a qualidade de vida dos idosos. Todavia, ainda são
poucas as instituições que possuem em sua equipe multidisciplinar o fonoaudiólogo.
Conclusões: Pode-se concluir, consoante os artigos selecionados e revisados, que as
Instituições de Longa Permanência para Idosos majoritariamente não oferecem uma equipe
adequada de cuidado ao idoso, consequentemente, esse déficit de profissionais qualificados
impacta na eficácia da diminuição ao risco de disfagia. Desta forma, a presença do
fonoaudiólogo e da equipe multiprofissional é fundamental para a prevenção do
agravamento dos quadros de aspiração e internação por pneumonia aspirativa, sendo esses
fatores prognósticos e de risco para o óbito.

DIS007 Qualidade de vida em deglutição no laringectomizado total


Autores: Ariane Pereira Gomes, Laélia Cristina Caseiro Vicente
Resumo:
Objetivo: os objetivos do estudo foram analisar o impacto da qualidade de vida em
deglutição em pacientes laringectomizados totais e se houve associação com as condições
sociodemográficas e clínicas. ]
Método: Trata-se de estudo transversal observacional retrospectivo, com dados
secundários. A seleção dos participantes se deu por meio do banco de dados dos
atendimentos dos pacientes com câncer de cabeça e pescoço do Ambulatório de
Fonoaudiologia do Hospital das Clínicas da Universidade Federal de Minas Gerais. Foram
incluídos participantes submetidos à ressecção completa da laringe para o tratamento
oncológico, atendidos no referido ambulatório, acima de 18 anos, de ambos os sexos e que
possuíam o questionário de QV em deglutição com ênfase em Câncer de Cabeça e Pescoço
- M.D.Anderson (MDADI). O questionário analisa três domínios (emocional, funcional e
físico) e uma questão global. Os dados foram analisados descritivamente por meio de
frequência absoluta e relativa e foi realizada a regressão logística por meio do método
Forward para investigar o impacto das questões sociodemográficas e de saúde na QV. O
nível de significância adotado foi de 5%.
Resultados: Dos 37 participantes do estudo, a maioria era homem e com ensino
fundamental. A idade dos participantes variou de 46 a 85 anos. O tempo de pós-operatório
dos participantes quando responderam o questionário variou de 02 a 156 meses, sendo a
mediana de 25 meses. As respostas do questionário MDADI revelaram por meio da questão
global funcionalidade normal em 54,1% dos participantes. Todavia, quando se analisa a
presença de limitação, observou-se nos domínios emocional e físico escores piores, sendo
em 51,3% e 62,1% dos participantes respectivamente.Na análise de regressão logística
quanto ao impacto das características sociodemográficas e de saúde têm sobre a QV em
deglutição, apenas o tempo de pós-operatório foi significativo (OR = 0,974).
Conclusão: A qualidade de vida em deglutição no laringectomizado total foi impactada nos
domínios físico e quanto maior o tempo de pós-operatório, menor é a chance de ter impactar
negativamente na QV em deglutição.
DIS009 Achados clínicos e fonoaudiológicos no acidente vascular de tronco encefálico e a
caracterização da disfagia pré e pós intervenção
Autores: Julia Gonçalves Dias; Aline Mansueto Mourão; Naiany Nascimento da Silva
Figueredo; Érica de Araújo Brandão Couto;
Resumo:
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico, clínico-fonoaudiológico de pacientes com
acidente vascular de tronco encefálico internados no ambiente hospitalar e investigar o
padrão de deglutição dos pacientes disfágicos pré e pós-intervenção fonoaudiológica.
Metodologia: Trata-se de estudo observacional, descritivo, longitudinal, retrospectivo, com
base no levantamento das informações contidas nos prontuários eletrônicos dos pacientes
internados na Unidade de Acidente Vascular Cerebral, em um hospital de referência
aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o número 5.404.138
(CAAE:56351822.8.0000.5149). Foram incluídos pacientes acima de 18 anos; com
diagnóstico de acidente vascular de tronco encefálico; primeiro evento neurológico em
tronco; e que realizaram intervenção fonoaudiológica. Foram excluídos indivíduos que
apresentaram outras doenças neurológicas, quadro clínico instável para atendimento e
acompanhamento fonoaudiológico.
Resultados: Foram coletados dados de 40 pacientes, dos quais, 25 (62,5%) apresentaram
disfagia. Houve prevalência do sexo masculino e a média geral de idade foi 60 anos. A lesão
em ponte foi prevalente tanto nos pacientes disfágicos (56%) quanto não disfágicos (33%).
Do grupo dos disfágicos, 60% apresentaram lesões em outras regiões além do tronco
encefálico. A maior porcentagem de disartria e paralisia facial foi nos pacientes disfágicos.
Das alterações encontradas no padrão de deglutição, momento pré-intervenção, a mais
recorrente foi sinais clínicos sugestivos de retenção, penetração ou aspiração. No FOIS
inicial, 85% apresentaram FOIS 1 e 2, sendo que, pós-intervenção fonoaudiológica, os
pacientes com FOIS final de 1 e 2 reduziram para 30%.
Conclusão: A disfagia é frequente nos pacientes com acidente vascular de tronco
encefálico, sendo que a maioria alcançou evoluções no nível de ingestão oral recebendo alta
hospitalar aptos a terapia direta ou via oral exclusiva.

DIS010 Tempo de transição da sonda para via oral em recém-nascidos prematuros


internados em unidade neonatal
Autores: Flávia Aparecida Felipe de Lima Silva; Nathaly Aparecida da Costa Alves; Amélia
Augusta de Lima Friche.
Resumo:
Objetivos: analisar os fatores associados ao tempo de transição da sonda para via oral em
recém-nascidos pré-termo (RNPT) internados em Unidade de Terapia Intensiva Neonatal.
Métodos: estudo observacional analítico de coorte, aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da UFMG (nº 5040543) e do Hospital Sofia Feldman (nº 5077779) realizado com
45 RNPT sem patologias associadas que necessitaram de sonda gástrica para alimentação
e foram submetidos à avaliação e intervenção fonoaudiológica no período de dezembro de
2021 a janeiro de 2022 em uma unidade neonatal de Belo Horizonte/MG. Foi avaliada a
prontidão do RN para alimentação oral por meio do Preterm Oral Feeding Readiness Scale
(POFRAS); a avaliação da via oral foi realizada por meio da técnica do finger feeding e com
o uso da escala LATCH para avaliação ao seio materno e foram consideradas as
habilidades de alimentação oral de proficiência e taxa de transferência de leite e os níveis de
habilidade oral. Foi realizada análise de sobrevida para avaliar o tempo até retirada da
sonda e sua relação com as variáveis.
Resultados: idade gestacional inferior a 32 semanas, peso inferior a 1500 gramas, ausência
de prontidão para via oral e alta hospitalar em aleitamento artificial, são variáveis que estão
relacionadas à necessidade de maior tempo para transição da sonda para via oral.
Conclusão: a idade gestacional, o peso, a prontidão para via oral e a forma de alimentação
à alta hospitalar estão relacionados ao tempo despendido para alcance da via oral exclusiva
em RNPT sem patologias associadas.

Ensino
ENS002 A integralidade do cuidado em fonoaudiologia no atendimento de pessoas
transgêneros: revisão narrativa
Autores: Iga Carnevalli, Andrezza Gonzalez Escarce
Resumo:
Objetivo: Realizar investigação na literatura nacional de produções relacionadas a
Integralidade do cuidado em fonoaudiologia no atendimento de pessoas transgêneros.
Metodologia: Trata-se de revisão narrativa de literatura, cuja pergunta norteadora foi:
“Como ocorre o cuidado em saúde em fonoaudiologia no atendimento de pessoas
transgeneros?”. Para tanto, foi realizada seleção de referências teóricas nacionais
relacionadas ao tema, por meio de pesquisa nas seguintes bases de dados: portal eletrônico
Scielo (Scientific electronic library online) e a base de dados Google Acadêmico,
contemplando os descritores: ‘Integralidade do cuidado’; ‘Fonoaudiologia”; ‘Pessoas
Transgêneros”. Os critérios de inclusão utilizados para a busca foram: artigos publicados em
periódicos nacionais, disponíveis na íntegra online. Foram excluídos da busca manuais e
capítulos de livros e/ou livros sobre o tema. Foi realizado recorte temporal, de cinco anos,
das publicações sobre o tema. Após essa etapa foi realizada a leitura dos artigos pelos
títulos e resumos. Inicialmente foram encontrados um total de 598 produções científicas,
após a leitura dos resumos foram selecionados apenas oito, os demais foram excluídos por
não responderem a pergunta norteadora deste estudo. Para compilação das produções
científicas, foi elaborada uma planilha no Excel, com os seguintes itens: título, ano, objetivo,
resultados e base de dados. A análise descritiva foi realizada por meio das seguintes
etapas: a) leitura inicial dos títulos e resumos; b) leitura na íntegra dos artigos selecionados
na etapa anterior.
Resultados: Os resultados obtidos revelaram que não existem estudos na área que
respondam satisfatoriamente a pergunta norteadora. Dos artigos encontrados, três
abordaram a experiência de uma equipe multidisciplinar no atendimento a pessoas trans,
tendo como base as práticas adotadas nos ambulatórios de clínicas escola. Outros três, a
capacitação de profissionais de Núcleos de Apoio de Saúde da Família (NASF) voltada à
população LGBT e orientações de como se dá acesso aos núcleos de saúde LGBT, tendo
como premissa a Política Nacional de Saúde LGBT+, nº 2.836 de 2021. Por fim, um artigo
analisou o cuidado à saúde das pessoas trans no Sistema Único de Saúde (SUS) e outro
abordou a atuação da fonoaudiologia para a saúde da população transgênera, no âmbito do
trabalho de redesignação vocal. Reitera-se que, na maioria dos estudos pesquisados,
observou-se maior ênfase no que diz respeito a redesignação e terapia vocal na mulher
trans, além de práticas ambulatoriais no serviço fonoaudiológico de clínicas escola.
Conclusão: Com base na pergunta norteadora foram encontrados oito estudos que
abordassem o tema. Dessa forma, essa revisão nos permite concluir que faz-se necessários
novos estudos que abordem a integralidade do cuidado em saúde de pessoas transgênero
na fonoaudiologia. Ressalta-se, ainda, a importância desses estudos abordarem a
importância das equipes multidisciplinares garantirem o acolhimento e cuidado integral,
respeitando as singularidades apresentadas por cada paciente, além de considerar as
especificidades das pessoas travestis e transexuais.

ENS004 Ações de bem-estar vocal: relato de experiência discente de um projeto de


extensão em voz
Autores:Daniele Martins Teixeira; Júlia White Machado Baldi; Ana Letícia Ferreira Santos de
Ávila; Juliana de Sá Novaes; Letícia Caldas Teixeira.
Resumo:
Objetivo: Relatar as ações de um projeto de extensão em voz e seus impactos para a
formação discente.
Método: trata-se de um relato de experiência de quatro discentes, do curso de
Fonoaudiologia de uma universidade pública brasileira, participantes de um projeto de
extensão da área da voz. A equipe faz reuniões periódicas, define as propostas e o público
alvo, faz revisão de literatura sobre os temas, elabora as atividades e constrói os materiais
para as ações. As etapas são supervisionadas pela docente coordenadora do projeto.
Resultados: Em 2022 foram realizadas palestras com oficinas teórico-práticas para
professores e estudantes no formato online, abordando como assuntos principais: a
produção da voz, saúde vocal, mitos e verdades nos cuidados com a voz, comunicação oral
e oficinas de exercícios vocais universais. Desenvolveu-se videoaulas e um ebook que
sumariza os assuntos abordados para os encontros assíncronos, e nos encontros síncronos,
oficinas. As demais ações aconteceram na modalidade presencial e foram realizadas ações
em formato de palestra, seguidas de parte prática para os participantes com a distribuição
de cartilhas sobre bem-estar vocal, além de panfletagens em rua. Ao todo foram realizadas
18 palestras com oficinas teórico-práticas e panfletagens de cartilhas educativas na área
hospitalar. No mês de abril e maio, seis ações foram realizadas para divulgação da
Campanha da Voz da Sociedade Brasileira de Fonoaudiologia. Nos eventos presenciais e
panfletagens foram distribuídas cerca de 500 cartilhas sobre saúde vocal. Ao todo, as ações
de 2022 beneficiaram cerca de 300 pessoas, dentre funcionários de um hospital público
(27), professores de escolas privadas e públicas de Belo Horizonte (73), alunos de uma
escola privada de Belo Horizonte (40), crianças entre 6 e 10 anos de uma escola municipal
de Belo Horizonte (100), além de 22 professores e mestrandos. Nas panfletagens estima-se
que 300 pessoas foram beneficiadas.
Conclusão: As ações são desenvolvidas com sucesso e são bem avaliadas pela
comunidade. O projeto possibilita a formação do profissional cidadão e se credencia, cada
vez mais, junto à sociedade, que é beneficiada pela informação e pela troca de experiências
entre os discentes e a comunidade, contribuindo assim com o letramento funcional em
saúde vocal da população. Para os alunos do projeto, as ações contribuem para ampliação
do conhecimento e prática fonoaudiológica e cidadã, fornecendo mais experiência,
estimulando a criatividade e aprendizagem, além do reforço com o compromisso com a
saúde da voz, permeados pela cooperação e responsabilidade ética e profissional.

ENS005 Ação de extensão em voz e seus impactos para a formação discente: relato de
experiência
Autores: Isabelle Alana Romagnoli Pires; Ana Beatrice Peixoto Mário;Camila de Souza
Santos;Isabelle Raissa de Oliveira; Raissa Cabral Soares; Letícia Caldas Teixeira
Resumo:
Objetivos: Descrever uma ação de extensão para voz infantil e seus impactos para a
formação da equipe discente.
Método: Relato de experiência de cinco discentes, entre o quarto e décimo período do curso
de Fonoaudiologia, de uma universidade pública brasileira. As ações do projeto incluem a
elaboração, divulgação e aplicabilidade, junto à comunidade, de produtos m_health e
e_learning em voz. Os discentes realizam revisão de literatura científica, escolhem as
plataformas e ferramentas digitais nas quais os produtos serão desenvolvidos, organizam as
tarefas, elaboraram os produtos, fazem reuniões em equipe, divulgam os materiais em
site específico, no Instagram do projeto e são supervisionados pelo docente, coordenador do
projeto.
Resultado: Em 2022 o projeto construiu uma ferramenta para voz infantil intitulada “Lalá no
Mundo da Voz”, por meio das ferramentas digitais Canva e Wix. A ferramenta elaborada
conta com atividades gamificadas, e também quizzes para validação e fixação do
conhecimento adquirido, de forma interativa e ilustrativa, adaptada ao vocabulário do
público-
alvo de crianças do Ensino Fundamental II. A ferramenta segue quatro trilhas temáticas:
fisiologia vocal, saúde vocal, comportamentos vocais e a voz na sala de aula. O conteúdo
pode
ser explorado de maneira interativa pelas crianças, junto ao professor e com familiares,
misturando a diversão com o aprendizado. A m_health “Lalá no Mundo da Voz” está na
terceira etapa de desenvolvimento e será aplicada em escolas da prefeitura em 2023, para
verificar a usabilidade e aceitabilidade da ferramenta.
Conclusão: A atuação ativa e participativa dos discentes contribui para o desenvolvimento
de novas habilidades e competências, e reforça o compromisso ético e profissional no
ambiente virtual. O desenvolvimento da ferramenta proporcionou aos discentes benefícios
significativos na perspectiva acadêmica e pessoal. Foram estimuladas habilidades
empreendedoras e inovadoras de trabalho, organização e colaboração do trabalho em
equipe, aplicabilidade do conhecimento teórico à prática, desenvolvimento de habilidades
tecnológicas, conhecimento em design e layout, valorizadas no mercado de trabalho, que
está cada vez mais voltado para a tecnologia. A ação contribui para a promoção da saúde
vocal infantil e o letramento funcional em saúde vocal da comunidade em geral.

ENS006 Prática de extensão universitária em uma creche do município de Belo Horizonte.


Autores: Bárbara Raíssa Meireles Rosa;Fernanda Abalen Martins Dias;Gabriela Cristiane
Andronico;Kimberly Eduarda Feliciano Rodrigues;Letícia Ribeiro Martins;Luana Cristina
Campos Silva;Luciana Lemos de Azevedo;Rafaela Mesquita Ferreira Guimarães
Resumo:
Objetivo: Oferecer aos professores e colaboradores de uma creche do município de Belo
Horizonte informações sobre os cuidados com a voz e higiene vocal, por meio de uma
prática de extensão universitária.
Metodologia: Trata-se de uma prática de extensão universitária realizada na Creche Bom
Pastor, localizada no município de Belo Horizonte. A creche é uma instituição sem fins
lucrativos e sem mantenedora. Atualmente é conveniada com a Prefeitura de Belo Horizonte
e recebe uma verba mensal destinada ao custeio de parte dos gastos, assim como é
auxiliada por outras instituições privadas e doações da comunidade. São atendidas 80
crianças matriculadas na modalidade integral. A faixa etária das crianças atendidas na
creche é de 6 meses a 3 anos, divididos em berçário, maternal I, maternal II e maternal III. A
prática curricular de extensão teve início com o contato com a coordenadora da creche,
sendo explicado para a mesma o que é a Fonoaudiologia e suas áreas de atuação. A partir
disso, foi realizada uma proposta de uma ação direcionada às necessidades da creche .
Após a indicação da coordenação para que o público alvo fosse os professores e
colaboradores da creche, foi enviado aos mesmos, um formulário, elaborado no Google
Formulários, para o levantamento da demanda. Após a análise dos resultados do formulário,
observou-se que as questões de maior interesse dos professores e colaboradores foram os
cuidados com a voz e higiene vocal. A partir disso, foi agendado um encontro presencial
com os professores e colaboradores. Participaram 13 mulheres com idade entre 22 a 55
anos, e média de 7 anos exercendo atividades na creche, sendo 10 educadoras da
instituição, 1 coordenadora pedagógica, 1 coordenadora administrativa e 1 auxiliar de
cozinha. No primeiro momento foi realizada uma apresentação com uma breve explicação
acerca da fisiologia da produção vocal, seguido de um vídeo explicativo. Em um segundo
momento, realizou-se uma dinâmica em que as participantes foram divididas em dois
grupos, os quais receberam as mesmas imagens para serem categorizadas em fatores
positivos e negativos para a voz. Os participantes, então, deveriam expor o motivo pelo qual
consideravam os fatores dentro destas categorias. Ao mesmo tempo em que os
participantes apresentaram suas respostas, cada imagem foi explicada, sanando as dúvidas
que surgiram e ressaltando as orientações sobre higiene vocal. A prática foi finalizada com a
entrega de um copo personalizado com a logomarca da Semana da Voz de 2022, como
forma de incentivo para hidratação. Ao término foi enviado formulário para avaliação da
prática de extensão.
Resultados: 90% das participantes relataram a percepção de problemas com a voz ou fala
durante o exercício profissional. 18,5% das participantes relataram fazer uso de pastilhas e
gengibre como uma maneira de minimizar as alterações vocais, sendo assim 51,7% das
professoras não conheciam os benefícios e malefícios em relação ao uso e aos cuidados
com a voz.
Conclusão: No relato dos participantes, foi observado que a maioria apresenta queixas
vocais o que demonstra a importância da introdução de ações voltadas à saúde vocal de
professores e colaboradores de creches com o intuito de reduzir problemas de saúde de
origem ocupacional. A prática de extensão universitária, se demonstrou relevante enquanto
experiência de grande valia para o crescimento profissional de forma humanística,
ressaltando a importância do conhecimento científico para melhoria da qualidade de vida,
saúde e bem-estar da comunidade.

Fonoaudiologia Educacional
EDU001 Fluência leitora e tipologia de erros no ensino fundamental durante o Ensino
Remoto Emergencial
Autores: Thales Santos Batista; Laura de Souza Cardoso Freire; Isa Mourão Carvalho;
Gabriela de Lima Ribeiro; Vanessa de Oliveira Martins-Reis; Ludimila Labanca; Leticia
Correa Celeste; Luciana Mendonça Alves
Resumo:
Objetivos: As medidas restritivas decorrentes da pandemia da Covid-19 ocasionaram
impactos negativos na educação, principalmente para a aprendizagem da leitura dos
escolares. Pesquisas sobre tipologia de erros e fluência leitora contribuem para
compreender os mecanismos envolvidos na leitura e buscar intervenções para prevenir o
comprometimento do progresso acadêmico. O objetivo deste estudo foi descrever a
evolução dos erros de leitura, a autocorreção, a velocidade e a acurácia em escolares do
2º/3º ano e 5º/6º ano do ensino fundamental de uma escola privada durante e após as
práticas de ensino remoto emergencial.
Métodos: Participaram do estudo escolares do 2º/3° ano (grupo 1)- fase após o
desenvolvimento da fluência leitora, e 5º/6°ano (grupo 2)- período de transição entre a
literacia intermediária e a disciplinar, de uma escola particular. As gravações foram
realizadas em três momentos: setembro de 2020 e março e setembro de 2021, todos de
forma remota. Os parâmetros analisados foram o número de palavras lidas por minuto
(PPM) e de palavras lidas corretamente por minuto (PCPM), porcentagem de autocorreções
e de erros, bem como sua classificação, baseada em estudo que utilizou leitura de listas de
palavras isoladas. Adequando-se à leitura em contexto, houve o acréscimo de seis
categorias. Foram selecionados textos adequados para cada ano escolar. Realizou-se a
análise estatística descritiva das variáveis e utilizou-se testes Anova para medidas repetidas
com a correção de Bonferroni, no estudo longitudinal, e o teste T, no estudo transversal. A
correlação entre autocorreção, velocidade e porcentagem de erro foi realizada pelo teste de
correlação de Pearson.
Resultados: No estudo longitudinal observou-se no grupo 1 melhora da velocidade de
leitura e da acurácia de março de 2021 para setembro de 2021. A porcentagem de
autocorreção aumentou entre setembro de 2020 e março de 2021 e diminuiu entre março e
setembro de 2021. Houve diminuição da porcentagem de erro entre setembro de 2020 e
setembro de 2021. As tipologias de erros mais comuns foram: omissão de palavras; troca
por palavra visualmente similar; omissões e adições; plural e singular e falhas de aplicação
de regras ortográficas. No grupo 2, a porcentagem de autocorreção diminuiu entre setembro
de 2020 e março de 2021 e aumentou entre março e setembro de 2021. As tipologias de
erros mais comuns foram omissão de palavras; troca por palavra visualmente similar;
omissões e adições; falhas de aplicação de regras ortográficas e erro por desrespeito ao
sinal gráfico de acentuação. No estudo transversal, a velocidade de leitura e acurácia dos
alunos do 2° ano e 5° ano avaliados em setembro de 2020 aumentaram. A velocidade,
acurácia e porcentagem de erro dos alunos do 3° ano e 6° ano em setembro de 2021
aumentaram.
Conclusões: As medidas de PPM e PCPM tendem a aumentar com a progressão escolar,
entretanto as medidas de porcentagem de autocorreção podem ter influência de fatores
atencionais e nível dificuldade do texto lido. A tipologia de erro sofre grande interferência do
contexto e parece não se correlacionar diretamente com os outros parâmetros de leitura.

Libras
LIB001 Fatores associados ao escore de ansiedade de mães surdas e ouvintes no cuidado
materno infantil
Autores: Raquel Fabiane Nogueira de Jesus dos Santos; Larissa Carcavalli Santos; Ivana
Meyer Prado; Mirian Fernandes de Castro Braga; Saul Martins de Paiva; Lucas Guimarães
Abreu; Júnia Maria Cheib Serra-Negra
Resumo:
Este estudo teve como objetivo identificar os fatores associados aos escores de ansiedade
materna no cuidado com os filhos, avaliando a população de mães surdas e mães ouvintes
de centros de referência de Belo Horizonte, Minas Gerais. Foi realizado estudo transversal
retrospectivo comparativo, com 116 mães (29 surdas e 87 ouvintes) de crianças na faixa
etária de dois a cinco anos. As mães foram submetidas a entrevista sobre fatores
socioeconômicos e relacionados ao desenvolvimento dos filhos, além de realizarem o
preenchimento do Inventário Brasileiro de Ansiedade de Beck, nas versões para surdos e
ouvintes. O teste de normalidade de Kolmogorov-Smirnov, os testes de Kruskal Wallis,
Mann-Whitney e Regressão de Poisson foram utilizados para análises estatísticas (p<0,05).
Os escores mais altos de ansiedade foram associados a mães surdas (p<0,001) e a mães
de crianças que tinham o hábito de chupar o dedo (p=0,041). Os menores escores de
ansiedade foram associados a mães cujos filhos começaram a frequentar a creche com
idade entre sete e 12 meses de idade. Os escores de ansiedade sofreram influências de
fatores tais como a surdez da mãe, filhos com hábitos de sucção de dedo e a ida para da
criança para creches ainda bebês. A importância do caráter inclusivo da comunicação
efetiva em saúde, os aspectos culturais relacionados aos hábitos orais das crianças e o
suporte que o ambiente escolar pode oferecer para as famílias são pontos a serem
discutidos para políticas públicas da promoção da saúde.

Linguagem
LGG001 Proposta de intervenção fonoaudiológica em grupo de crianças com mau
desempenho escolar
Autores: Ariane Souza Pena Schoenel;Andrezza Gonzalez Escarce;Denise Brandão de
Oliveira e Britto;Stela Maris Aguiar Lemos
Resumo:
Objetivo: Apresentar e discutir criticamente um programa de atendimento em grupo
contemplando as habilidades do processamento fonológico para crianças com mau
desempenho escolar.
Métodos: Trata-se de estudo exploratório realizado em três etapas: (1) elaboração do
programa de intervenção fonoaudiológica em grupo; (2) aplicação da proposta preliminar em
crianças com mau desempenho escolar; e (3) análise crítica dos resultados obtidos e da
viabilidade do programa.
Resultados: O programa de intervenção fonoaudiológica em grupo elaborado demonstrou a
importância do planejamento estrutural, incluindo a preparação, desenvolvimento e
progressão das atividades de estimulação das habilidades do processamento fonológico e
sua influência positiva no processo de aprendizagem, podendo ser utilizado como recurso
terapêutico para crianças com mau desempenho escolar, além das possibilidades e desafios
da prática grupal.
Conclusão: A proposta demonstrou ter aplicabilidade para aperfeiçoar as habilidades do
processamento fonológico e potencializar os efeitos terapêuticos em crianças com mau
desempenho escolar.

LGG003 Intervenção fonoaudiológica indireta no Transtorno do Espectro do Autismo: um


relato de experiência.
Autores: Leonara Emanuelle Honório Silva; Denise Brandão de Oliveira e Britto
Resumo:
Objetivo: Relatar a experiência de participação em um projeto de pesquisa voltado para
intervenção fonoaudiológica indireta em crianças com diagnóstico ou suspeita de Transtorno
do Espectro do Autismo.
Metodologia: O estudo foi realizado após aprovação do Comitê de Ética em Pesquisa da
instituição pelo número 5.103.635. Compuseram a equipe: uma fonoaudióloga coordenadora
do projeto e quatro alunas do curso de Fonoaudiologia, sendo uma bolsista e três
voluntárias. A assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, a coleta de dados
e os encontros de orientação foram realizadas on-line via Microsoft Forms e plataforma
Zoom. Foram utilizados os seguintes instrumentos para coleta de dados: roteiro estruturado
de caracterização dos pacientes, prova de pragmática do ABFW, questionário sobre
dificuldades comunicativas, questionário sobre sobrecarga familiar, questionário de
qualidade de vida e história clínica. Ademais, foram realizados, mensalmente, cinco
encontros de orientação para os pais e/ou cuidadores de crianças de 2 a 9 anos com
diagnóstico ou risco (hipótese) de TEA que responderam aos questionários e realizaram a
filmagem necessária para aplicação da prova de pragmática. O conteúdo dos encontros
seguiram a proposta de Fernandes, 2020. Ao final dos encontros foi realizada nova coleta de
dados por meio dos mesmos instrumentos iniciais, com os pais/cuidadores que participaram
de no mínimo quatro encontros de orientação, objetivando comparar os dados antes e após
as orientações. A amostra foi composta por 31 participantes ao final.
Resultado: Foi possível, por meio dos encontros de orientação dirigidos pela aluna bolsista
e orientados pela fonoaudióloga responsável, realizar o contato direto entre famílias de
crianças com dificuldades comunicativas e o profissional, gerando uma troca mútua entre
tais partes. Os relatos dos pais fornecidos nos encontros possibilitaram às pesquisadoras a
prática do raciocínio crítico para resolução de eventuais contratempos que ocorrem no dia a
dia das crianças que estão no espectro autista. Com isso, os discentes conseguiram
relacionar a teoria à prática fonoaudiológica. A aluna bolsista cita: “Mediante aos encontros
de orientação, pude não só transmitir conhecimento aos pais que tanto anseiam por ajuda,
mas também aprender com eles sobre o comportamento linguístico das crianças em
ambientes familiares”. Os pais e cuidadores também citam os benefícios gerados pela
pesquisa, evidenciados nas falas: “A oportunidade foi de grande importância e me ajudou
muito a trabalhar com minha filha além das terapias dela”, “Gostei muito do grupo, de trocar
experiência, de ver como a intervenção precoce ajuda a desenvolver as crianças”, “O projeto
foi incrível. Esclareceu muito sobre linguagem e comunicação. Isso facilita muito, pois nos
ajuda a atuarmos de maneira mais consciente, intencional e mais assertiva”.
Conclusão: O projeto de pesquisa em questão, além do cunho acadêmico, proporcionou
benefícios também de cunho social. O fornecimento de oportunidades nas quais os alunos
conseguem vivenciar a prática do contato com a família é essencial para formação de
profissionais mais seguros e aptos para resolução de obstáculos no exercício profissional.
Além disso, estudo realizado demonstra a importância da terapia fonoaudiológica indireta
para a maximização na comunicação de crianças com TEA.

LGG009 Características das afasias durante o período de hospitalização no Acidente


Vascular Cerebral Isquêmico Maligno
Autores: Raíssa Caroline Sales Costa; Yoná Silva Rabelo; Naiany Nascimento da Silva
Figueiredo; Aline Mansueto Mourão.
Resumo:
Objetivo: Investigar os fatores clínico-neurológicos e a afasia em pacientes com AVCi
maligno no hemisfério cerebral esquerdo, submetidos ou não a craniectomia
descompressiva durante a internação hospitalar.
Métodos: Trata-se de um estudo descritivo, retrospectivo, com base em análise de
prontuário, de uma série de casos, de pacientes internados na Unidade de Acidente
Vascular Cerebral (U-AVC), de um hospital de referência. Estudo aprovado pelo comitê de
ética e pesquisa sob número 5.311.165, e realizado no período de janeiro de 2019 a
dezembro de 2021. Participaram deste estudo cinco pacientes adultos, de ambos os sexos,
acometidos por AVC Maligno em hemisfério cerebral esquerdo, selecionados a partir da
extração inicial de dados pelo setor de Tecnologia de Informação do hospital. Os critérios de
inclusão deste estudo foram pacientes acima de 18 anos, de ambos os sexos, que
receberam o diagnóstico de AVCi maligno pela Neurologia, e que passaram pela avaliação e
intervenção fonoaudiológica de linguagem na U-AVC, e os critérios de exclusão foram
pacientes com alterações de linguagem prévia ao ictus, histórico de alterações cognitivas e
nível de consciência, delirium ou outras doenças neurológicas além do AVC, uso de
traqueostomia sem condições de desinsufle do balonete no momento da avaliação da
condição de expressão oral da linguagem, pacientes que apresentaram instabilidade clínica
e/ou neurológica e que foram a óbito.
Resultados: O presente estudo teve amostra inicial de 265 pacientes internados com
diagnóstico de AVC, no entanto, após aplicação dos critérios de inclusão, apenas cinco
pacientes foram selecionados para fazer parte da pesquisa. Todos os pacientes foram
classificados com quadros afásicos não fluentes, porém com gravidades e características
diferentes. Houve prevalência do sexo feminino (60%) e a média de idade foi 58 anos. Três
dos participantes realizaram craniectomia descompressiva e todos os cinco participantes
apresentaram quadro de disfagia. O tempo, em média, para início da abordagem
Fonoaudiológica nos aspectos de linguagem foi de 10 dias e todos os pacientes
apresentaram melhora da linguagem à alta hospitalar.
Conclusão: Os pacientes apresentaram quadros afásicos não fluentes com melhora
linguística após intervenção fonoaudiológica, sendo a compreensão e a presença de
expressões orais, as principais características evolutivas observadas entre os participantes.
A intervenção fonoaudióloga precoce contribuiu para a evolução do quadro de linguagem
dos pacientes.
LGG010 Respiração na fala, comprometimento motor e disfunção dopaminérgica na doença
de Parkinson idiopática
Autores: Marina P. T. Leite, Isabelle A. R. Pires, Tereza C. Braga, Rui Rothe-Neves
Resumo:
Objetivos: comparar tempo máximo de fonação (TMF) e duração da unidade entre pausas
(UEP) no discurso de pessoas com Doença de Parkinson idiopática (DP) com as de um
grupo controle; avaliar se TMF e UEP têm sua duração alterada pela medicação
dopaminomimética; avaliar se TMF e UEP estão relacionadas entre si e com o
comprometimento motor.
Métodos: este trabalho é parte do projeto “Estudo translinguístico da disartria na doença de
Parkinson: comparação franco-brasileira” (CAAE – 31632214.8.0000.5149). Participantes
com DP foram avaliados e gravados antes (condição off) e depois (condição on) de sua
dose matinal de medicação, depois de ~12h da última dose. O comprometimento motor foi
avaliado em on e em off por neurologista utilizando a escala MDS-UPDRS, seção III. TMF foi
obtido da produção sustentada da vogal [a] em volume e pitch confortáveis ao participante.
UEP foi obtida numa tarefa em que cada participante produziu uma narrativa a partir de uma
série de figuras sem texto. Análise feita por script do programa Praat (e conferida) obteve
durações automaticamente, identificando-se as unidades de discurso separadas por pausas
de ≤ 0,3 segundos para UEP. Como variáveis dependentes, usaram-se a transformação
logarítmica dos valores de duração das variáveis TMF e UEP. As médias foram comparadas
por meio de ANOVA com correção post hoc de Bonferroni e as relações entre variáveis
estimadas por correlações de Pearson.
Resultados: foram obtidos dados de 13 homens e 7 mulheres no grupo controle (idade
média = 57.9±8.93 anos), 17 homens e 14 mulheres com DP (56.5±8.68). Os grupos não
foram diferentes por sexo (χ²(1) = 0.52, p = .47) ou idade (t = 0.56, p = .58). O
comprometimento motor sofreu efeito da medicação (UPDRS: off = 49.23±13.31, on =
33.64±15.36, t = 4.27, p < .001). Houve efeito da doença sobre TMF, F(2, 79) = 4.58, p =
.013, η = .32, e a diferença está entre o grupo controle e DP off. Não houve diferença entre o
grupo controle e DP on nem entre as duas condições (on versus off). Uma análise de
tendência linear mostrou que, de fato, a média dos grupos cresce proporcionalmente da
condição off à condição on e desta ao grupo controle, t = 2.95, p < .01. Não houve efeito da
doença nem da medicação sobre UEP, F(2, 79) = 0.83, p = .44, η = .14. Não houve
correlação significativa entre UEP e TMF. Apenas na condição off, o comprometimento
motor se mostrou relacionado ao TMF (t = –2.41, df = 29, p = .022, r = –.41) e à UEP (t =
–2.35, df = 29, p = .026, r = –.40).
Conclusões: Embora TMF não seja diferente antes e depois da medicação, esta parece ter
um efeito indireto: houve diferença entre pacientes e controles apenas antes e não após a
medicação. UEP não mostrou-se relacionada a TMF nem sofreu efeito da doença ou da
medicação, o que sugere sua relação com aspectos cognitivos da produção de linguagem.
Antes da medicação, quanto maior o comprometimento motor, menor TMF.

Motricidade Orofacial
MOO004 A relação entre a LGBTfobia percebida e o sintomas de disfunção
temporomandibular
Autores: Larissa Pereira Lourenço; Milena de Oliveira Martins Fumiã; Tiago Costa Pereira
Resumo:
Objetivo: Este estudo visou verificar a relação entre a LGBTfobia percebida e os sintomas
da DTM.
Método: Trata-se de um estudo do tipo transversal descritivo analítico indutivo dedutivo,
realizado entre os meses de abril a junho de 2022. A coleta de dados foi realizada por meio
de entrevistas semiestruturadas com 30 indivíduos da comunidade LGBTQIA+. Essas
entrevistas visaram caracterizar os indivíduos quanto a identidade de gênero, profissão,
estado geral de saúde e aplicar os critérios de inclusão (ser autodeclarado LGBTQIA+; idade
entre 18 e 60 anos) e exclusão (estudantes de Fonoaudiologia; fonoaudiólogos e quaisquer
profissionais cuja área tenha interface com o tema da pesquisa; indivíduos que sofreram
trauma de face, submetidos a cirurgia ortognática, doenças articulares). Cada indivíduo foi
avaliado por meio de dois questionários elaborados pelos pesquisadores. O primeiro
questionário consistiu em um instrumento de "Identificação de Sintomas da DTM" (IS-DTM).
Ele é composto por 10 (dez) questões cujas respostas previstas foram: “sim” ou “não”. A
análise do resultado deste questionário baseou-se em somatória simples, quanto maior o
número de respostas positivas, maior a possibilidade de ter DTM. Para avaliação da
percepção de LGBTfobia foi aplicado o segundo instrumento o “Questionário de Percepção
de LGBTfobia” (QPL) também elaborado pelos pesquisadores. Este questionário possui 10
(dez) questões, sendo quatro questões relacionadas ao domínio Psicoemocional
(correspondendo aos impactos psicoemocional sofridos diante de situações LGBTfóbicas) e
seis questões relacionadas ao domínio Relacionamento Social (correspondendo ao impacto
das situações LGBTfóbicas percebidas nas atividades sociointeracionais). As respostas às
questões foram em escala Likert, variando de 1 a 5. Estas foram analisadas por meio de
escores e quanto mais próximo de zero, piores são os impactos LGBTfobia percebida,
sendo o oposto disso os valores mais próximos de 100. O ponto de corte foi 71,6% para o
escore total, 79,5% para Psicoemocional e 74,9% para Relacionamento Social. Para análise
dos dados foi considerado as variáveis categóricas que foram expressas pelas suas
frequências absolutas e relativas e o cruzamento dos instrumentos aplicados. Foi aplicado o
teste Shapiro-Wilk para avaliação da normalidade amostral. Para os cruzamentos dos
escores do IS-DTM com as questões do QPL, foram utilizados o Teste t para as médias e o
Teste Mann-Whitney. Todos apropriados a nível de significância de 5%.
Resultados: 19 (63,3%) entrevistados referiram estalo ou crepitação ao abrir ou fechar a
boca, 17 (56,7%) indivíduos relataram sentir dores de cabeça frequentemente e têm
zumbido, 23 (76,7%) indivíduos referiram que em situações de discriminação sentem alguns
dos sintomas listados. A média dos resultados no QPL foi abaixo dos pontos de corte. A
análise estatística apontou associação significante entre o Escore Relacionamento Social e
os sintomas da DTM.
Conclusão: Atitudes LGBTfóbicas foram fatores que se associaram aos sintomas de DTM
nesta amostra. Os aspectos de relacionamento social apresentaram relação
estatisticamente significante com os sintomas de DTM. Diante disso, sugere-se investigar a
percepção do paciente sobre ações discriminatórias e, sugere-se uma pesquisa para
validação dos instrumentos utilizados neste estudo.

MOO006 Caracterização da amamentação de bebês com trissomia do cromossomo 21


Autores: Larissa Melgaço Campos; Andréa Rodrigues Motta; Ana Elisa Ribeiro Fernandes;
Henrique Pretti; Renata Maria Moreira Moraes Furlan
Resumo:
Objetivos: investigar aspectos relacionados à amamentação de bebês com Trissomia do
Cromossomo 21.
Metodologia: trata-se de um estudo observacional transversal, do qual participaram onze
mães de bebês com Trissomia do 21. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa (parecer 5.905.251). Foram incluídos mães/pais ou responsáveis de bebês com 6
meses de idade corrigida e diagnóstico de Trissomia do 21. Foram excluídos mães/pais ou
responsáveis de bebês com anquiloglossia, contraindicação para aleitamento materno e
com outras síndromes e/ou más-formações orofaciais associadas. Após o consentimento, foi
aplicado um questionário contendo quinze questões fechadas sobre quadro clínico e
aleitamento materno (exclusivo/complementado). Foi realizada uma análise descritiva, com
apresentação das frequências relativas das variáveis.
Resultados: no que diz respeito à forma de alimentação no sexto mês, 36,4% estavam em
aleitamento materno misto, 36,4% em aleitamento artificial, apenas 18,2% encontravam-se
em aleitamento materno exclusivo (AME) e 9,1% haviam iniciado alimentação
complementar. Na amostra, 81,8% nunca estiveram em AME. As mães justificam o fato por
diversos fatores, como alterações no quadro clínico, nascimento prematuro, uso de sonda e
necessidade da fórmula para ganho de peso. No que se refere à duração do aleitamento
materno (AM), 45,4% estavam em AM no sexto mês, 27,3% nunca foram amamentados, e
27,3% foram amamentados em média até o terceiro mês. Sobre o uso da fórmula, 18,2%
não fizeram uso até os 6 meses. Dos 81,8% que fizeram uso, 100% tiveram oferta na
mamadeira de bico ortodôntico e destes 33,3% usaram furo aumentado. Apenas 18,2% dos
bebês foram amamentados na primeira hora de vida. Os outros 81,8% não tiveram oferta
devido à prematuridade em sua maioria (44,4%). No que diz respeito às dificuldades na
amamentação, a maioria apresentou dificuldade na pega (54,5%), sonolência (63,6%) e/ou
cansaço para mamar (45,4%); além disso, 45,4% das mães relataram diminuição da
produção láctea. Em relação ao quadro clínico, 63,6% não apresentaram alteração e, dos
36,4% que apresentaram, 25% referiu cardiopatia, cirurgia, alteração digestiva ou pulmonar.
O diagnóstico da Trissomia do 21, na maioria, foi pós-natal (90,9%) e nenhuma mãe
recebeu orientações sobre amamentação (geral e/ou específica) em pré-natal.
Apresentaram escape extraoral durante a mamada 45,4%, destes 40% apresentam às
vezes ou sempre; 27,3% apresentaram protrusão lingual durante a mamada, sendo a
maioria na frequência “sempre” (40,4%). Em relação ao uso da chupeta, 9,1% ainda usavam
no momento da entrevista e 45,4% das mães usaram bico de silicone intermediário para
amamentar.
Conclusão: a maioria dos bebês com Trissomia do 21 nunca foi amamentada de forma
exclusiva, mas recebeu aleitamento materno associado ao uso de fórmula láctea. No
processo de amamentação destes bebês, as dificuldades mais comuns relatadas foram com
a pega, que pode estar relacionada à hipotonia dos músculos orofaciais, sonolência e
cansaço, bem como a pouca produção láctea materna, provavelmente em decorrência da
dificuldade de sucção dos bebês.

MOO009 Protocolo para análise de aplicativos móveis para auxílio à amamentação no Brasil
Autores: Iga Carnevalli; Ester Florens Guerra Gouvêa; Larissa Melgaço Campos; Ana Júlia
Delfim de Oliveira; Daiana Carola de Souza Teles;Teresa Raquel Morais Silva; Andréa
Rodrigues Motta; Renata Maria Moreira Moraes Furlan
Resumo:
Objetivos: Propor um protocolo para identificação e análise da qualidade dos aplicativos
gratuitos disponíveis nos sistemas operacionais Android e iOS para o auxílio à
amamentação.
Metodologia: Foi desenvolvido, de acordo com a metodologia proposta por Furlong e
colaboradores, em 2016, um protocolo de revisão sistemática para identificação e análise de
aplicativos móveis, nas lojas de aplicativos de celulares Google Play e Apple iTunes, para
auxílio à amamentação. A seleção dessas duas plataformas foi baseada na participação
substancial de ambas no mercado de aplicativos móveis.
Resultados: primeiramente foi elaborada a seguinte pergunta norteadora, por meio da
estratégia PCC (participantes, conceito e contexto): “Quais são os aplicativos móveis
existentes para auxílio a gestantes e nutrizes quanto ao aleitamento materno?”. A definição
dos descritores de busca foi realizada por meio da consulta a profissionais atuantes na área
do aleitamento materno, o que resultou na seleção dos seguintes termos: aleitamento
materno, lactante, lactação, nutriz e amamentação. Foram considerados como critérios de
inclusão de aplicativos: haver versões no sistema operacional Android ou iOS e apresentar
informações ou dicas sobre amamentação. Foram definidos como critérios de exclusão:
aplicativos pagos ou em língua estrangeira e aplicativos que apresentem algum problema ao
ser executado durante a testagem em três dias distintos. O protocolo desenvolvido
apresenta as seguintes etapas: localização de aplicativos móveis para apoio ao aleitamento
nas plataformas de busca de aplicativos; listagem por ícone e título para eliminação manual
das duplicatas; análise por título e ícone para averiguação dos critérios de elegibilidade
(ampla triagem); extração das informações de marketing dos aplicativos nas duas lojas;
seleção dos aplicativos (triagem focalizada), aplicando-se novamente os critérios de
elegibilidade; e avaliação de qualidade. As etapas de ampla triagem e triagem focalizada
devem ser realizadas por dois pesquisadores independentes. Posteriormente, deve ser
realizada a análise de concordância, com base na estatística Kappa de Cohen. Na etapa da
avaliação da qualidade, os aplicativos móveis incluídos serão testados e avaliados de forma
independente por dois avaliadores, de acordo com as diretrizes do protocolo MARS, o qual
avalia engajamento, funcionalidade, estética e qualidade da informação, sendo que a
pontuação média total obtida neste protocolo será calculada para cada aplicativo. Cada
aplicativo receberá, portanto, uma classificação subjetiva de cada avaliador e uma
classificação média será calculada com base nas classificações individuais. O índice de
correlação intraclasse será calculado para verificar a consistência das respostas entre os
avaliadores.
Conclusão: Foi desenvolvido um protocolo de revisão sistemática para identificação e
análise de aplicativos móveis, para auxílio à amamentação. Acredita-se que o uso de
aplicativos móveis propicia a aquisição de informações e contribui com o estabelecimento de
novos modos de relações sociais e comunicacionais, que podem ser capazes de beneficiar
a nutriz e sua rede social no que diz respeito à iniciação e manutenção da amamentação,
colaborando para mudanças de atitudes positivas nessa prática. O protocolo desenvolvido
proporcionará informações detalhadas e uma avaliação da qualidade a respeito dos
aplicativos gratuitos para auxílio à amamentação, o que poderá, ainda, direcionar a
indicação apropriada desses.

MOO010 Comportamento alimentar de crianças de 2 a 5 anos


Autores: Bruna Franciele Guimarães; Denise Brandão de Oliveira e Britto; Amélia Augusta
de Lima Friche
Resumo:
Objetivo: Analisar os comportamentos alimentares de crianças de 3 a 5 anos e 11 meses
atendidas em um serviço de referência em atenção à saúde da criança do Sistema Único de
Saúde
Método: Trata-se de estudo, aprovado pelo CAAE: 53389421.0.0000.5149, sob o parecer:
5.211.897, de caráter observacional analítico de delineamento transversal com amostra
probabilística de crianças de 2 a 5 anos, atendidas no serviço de referência em atenção à
saúde da criança. Foi realizado cálculo amostral, considerando prevalência de 35%, erro de
limite de confiança de 8 % e intervalo de confiança de 95%. Os dados foram coletados em
entrevistas com os pais na sala de espera do serviço de atenção à saúde da criança e em
entrevistas domiciliares pelas agentes comunitárias de saúde. Os dados foram coletados
após a assinatura do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE), por meio do
Questionário de amostra, Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB 2021) e Escala
Brasileira de Alimentação Infantil (EBAI). Posteriormente foram realizadas as aplicações do
protocolo AMIOFE e Escala CARS com as crianças que se encaixassem nos critérios de
inclusão. Foi realizada a análise descritiva dos dados, por meio da distribuição de frequência
das variáveis categóricas e de síntese numérica das variáveis contínuas. Para as análises
de associação foi utilizado o teste Qui-quadrado de Pearson, sendo consideradas como
associações estatisticamente significantes as que apresentaram valor de p ≤ 0,05.
Resultados: A amostra foi composta por 113 participantes, sendo que 54,9% pertencia ao
sexo feminino e 43,4% possuía quatro anos de idade. Os pais possuíam entre 30-40 anos e
54,9% pertenciam a classe B2 no CCEB. A maioria das crianças foram classificada como
sem dificuldades no EBAI (68,1%). Quanto a escala CARS, a maioria foi classificada como
ausência de autismo (80,5%). Houve associação com entre dificuldade para alimentar e
idade (p=0,002), maior porcentagem de autismo dentre as crianças que apresentam
dificuldades alimentares (p=0,001). Houve associação em respiração nasal (p=0,018),
deglutição de sólido adequada (p=0,014) e nascimento a termo (p=0,033) dentre as crianças
que não apresentaram dificuldade para alimentar. Em relação a introdução alimentar, foi
relatado ter sido difícil (p=0,007) e que se alimentavam mal até os dois anos (p=0,014),
dentre aquelas que apresentam dificuldades alimentares (p=0,007)
Conclusão: As dificuldades alimentares são mais frequentes em crianças de 2 e 3 anos,
crianças que nasceram pré-termo, que apresentaram dificuldades na introdução alimentar e
que apresentam sinais de autismo. Não foi encontrada relação entre alterações nas funções
estomatognáticas e dificuldades alimentares.
MOO012 Características da deglutição em pacientes glossectomizados: Uma revisão
sistemática de literatura
Autores: Emilly de Jesus Moitinho; Aline Mansueto Mourão; Aline Araújo Sampaio
Resumo:
Objetivo: Sintetizar os achados característicos da função de deglutição em pacientes
glossectomizados para tratamento de câncer de boca.
Métodos: A estratégia de busca específica foi aplicada às bases de dados eletrônicas
Scopus, PubMed, Web of Science, Clinical Trials e Google Acadêmico, em novembro de
2020, com restrição de língua (inglês, espanhol e português). A seleção das publicações
ocorreu em duas etapas: leitura dos títulos/resumos e leitura na íntegra dos artigos
selecionados por dois pesquisadores independentes calibrados (Kappa=0,835). Os artigos
incluídos foram avaliados quanto à qualidade metodológica.
Resultados: Nove estudos foram incluídos. A maioria identificou alteração nas fases da
deglutição, sendo as principais: estase oral e em recesso faríngeo, aspiração/penetração de
alimentos. Pacientes com fechamento primário apresentaram melhores resultados
funcionais. O risco de viés variou de baixo a alto.
Conclusão: Pacientes glossectomizados possuem alterações em todas as fases da
deglutição e que os principais métodos de avaliação dessas alterações foram a
videofluoroscopia e videoendoscopia, seguida de protocolos e questionários direcionados. O
tipo de fechamento cirúrgico, tempo de pós operatório e uso de PAP são prováveis aspectos
influenciadores no desempenho da deglutição, mas há necessidade de mais
aprofundamento nessa área, visto que a maioria dos artigos analisados possuem
considerável risco de viés.

MOO015 Análise do alcance do instagram do projeto orientações fonoaudiológicas às


gestantes e nutrizes
Autores: Maria Luiza Gonçalves Laboissière; Alessandra Cardoso Ribeiro; Izabella Marques
dos Santos; Anny Sol Rocha Batista; Anna Gabrielly de Andrade; Thales Santos Batista;
Amélia Augusta de Lima Friche; Renata Maria Moreira Morais Furlan; Andréa Rodrigues
Motta
Resumo:
Objetivo: Analisar o alcance das orientações realizadas pelo projeto Orientações
Fonoaudiológicas às Gestantes e Nutrizes por meio do Instagram.
Método: Trata-se de uma pesquisa exploratória, quantitativa, que analisou o alcance de
posts e reels da plataforma Instagram durante o período de agosto de 2020 a dezembro de
2022. Foram avaliadas 363 publicações das 400 disponíveis no perfil no momento da
coleta. Os critérios de exclusão incluem posts com temáticas comemorativas, de
apresentações de professores, lives e publicações que ultrapassaram o período de 2022.
Comparando-se o valor mês a mês das postagens dos 3 anos analisados.
Resultados: Após a análise dos resultados, tem-se que o ano de 2020 possui a média de
alcance mais baixa em comparação a dos outros anos, equivalente a 247,2, sendo
novembro o mês com a melhor média, atingindo 13,2. No ano de 2021, foi evidenciado um
crescimento significativo, alcançando uma média de 3948,3 indivíduos, sendo dezembro o
melhor mês com 947,1 alcances em média. Já o ano de 2022 manteve médias mensais
com menores variações, que entregaram uma média anual de 2982,4, sendo fevereiro o
melhor mês de interação com 443,1 de média mensal. Verificou-se que o alcance cresceu
com o avançar dos anos, entretanto não de maneira linear.
Conclusões: O estudo demonstra que a adequação do projeto ao formato virtual foi
eficiente no que tange às disseminação de informações e alcance ao público. Houve um
crescimento notável de alcance de usuários conforme o perfil foi se adequando à plataforma
por realizar mudanças ao longo dos anos, como a construção de uma nova identidade
visual, o modelo do conteúdo apresentado - adaptando a informação mais técnica para o
público leigo -, a sistematização de quantidade de posts durante a semana e acréscimo da
ferramenta de reels. Formulou-se a hipótese de que o crescimento do perfil foi impulsionado
por essa ferramenta, haja vista que a maior quantidade de impressões advinham do reels, o
que, consequentemente, contribuiu para o aumento da média mensal. Entretanto, não
foram analisados dados suficientes que comprovem o alcance no público alvo idealizado
pelo projeto e se o perfil está atingindo novos usuários. Para um melhor entendimento
acerca de métricas mais específicas sobre o engajamento do perfil, é necessário um estudo
mais abrangente.

MOO017 Relato de experiência acerca do projeto “Orientações Fonoaudiológicas às


Gestantes e Nutrizes”.
Autores: Daiana Carola de Souza Teles; Debora Camila Silva Melo; Isabela Nandiely
Barbosa Pereira; Isabelle Alana Romagnoli Pires; Júlia Martins Ribeiro Rocha; Teresa
Raquel Morais Silva; Amélia Augusta de Lima Friche; Renata Maria Moreira Moraes Furlan;
Andréa Rodrigues Motta.
Resumo:
Objetivos: Relatar a experiência dos acadêmicos de graduação de uma instituição de
ensino superior pública no funcionamento do projeto de extensão “Orientações
Fonoaudiológicas às Gestantes e Nutrizes” durante o ano de 2022.
Metodologia: O projeto tem como objetivo desenvolver ações de promoção de saúde, por
meio de orientações voltadas a gestantes e nutrizes sobre o aleitamento materno. A equipe
do projeto é composta por 20 estudantes do quarto ao sétimo período de graduação do
curso de Fonoaudiologia, supervisionados por três professoras do departamento de
Fonoaudiologia. As atividades dos acadêmicos são divididas e planejadas em diferentes
eixos de ação: criação e divulgação de postagens no Instagram em formato de story, reels,
carrossel e post estático com ênfase no tema materno-infantil; reuniões mensais para
discussão de questões organizacionais e apresentação dos estudantes sobre um tema
relacionado ao projeto escolhido por eles; reuniões mensais com um palestrante convidado
sobre diferentes assuntos que envolvem o aleitamento materno; revisão de literatura de
acordo com a bibliografia e materiais sugeridos pelas professoras.
Resultados: O perfil do projeto na plataforma Instagram alcançou com suas publicações
nos últimos 30 dias 420 contas, incluindo seguidores e não seguidores, sendo a maioria de
Belo Horizonte, com a idade entre 18 a 34 anos e do sexo feminino. O engajamento das
publicações, stories e reels foram parecidos. Em 2022 foram realizadas 9 reuniões mensais
internas do grupo e 5 reuniões mensais com palestrantes convidados.
Conclusão: O projeto de extensão tem beneficiado os estudantes que integram a
comunidade externa, por meio dos conteúdos estudados durante as reuniões, palestras e
publicações temáticas na rede social. Os conteúdos estudados apresentam uma grande
diversificação de temas relacionados às gestantes e nutrizes permitindo, portanto,
aprofundar os conhecimentos na área de amamentação. Com isso, a abordagem impacta
diretamente na formação dos estudantes e na atuação profissional futura, oferecendo, dessa
forma, segurança nos atendimentos.Espera-se que mais benefícios sejam desfrutados, uma
vez que, a cada semestre novos alunos diversificam as trocas de experiências e novas
atividades surgem.

MOO019 Programa de reabilitação da disfunção velofaríngea em pacientes com fissura


labiopalatina - Revisão de Literatura
Autores: Felipe de Oliveira Rodrigues; Bianca Alves de Castro; Éfeso de Sousa Santos;
Helena Santana Silva; Valquíria Cristina de Araújo Pereira; Cristina Lemos Barbosa Furia;
Resumo:
Objetivo: Avaliar a eficácia dos exercícios fonoterapêuticos na função velofaríngea e o
impacto na voz de pacientes com fissura labiopalatina.
Método: Realizou-se a busca por artigos, sem período específico, nas bases de dados BVS
Salud, Lilacs, PubMed e Scielo, utilizando os descritores pré-estabelecidos: “exercise”,
“velopharyngeal dysfunction”, “fissure”, “velopharyngeal closure”. Foram encontrados 69
resultados e 15 artigos foram selecionados segundo os critérios de inclusão. A partir da
leitura integral dos artigos incluídos na primeira fase, 11 artigos foram considerados válidos
para este estudo e 4 artigos foram excluídos por não abordarem a temática. Os artigos
selecionados descrevem a intervenção da reabilitação da função velofaríngea por meio de
exercícios de amplitude de movimento; força e resistência (isotônicos e isométricos).
Resultados: Estudos científicos sugerem que após a intervenção cirúrgica ou protética, a
função velofaríngea pode permanecer inadequada, impactando em alterações de fala.
Dessa maneira, a correção anatômica das estruturas não elimina as alterações funcionais já
adquiridas às quais serão reabilitadas durante a terapia fonoaudiológica. A malformação
estrutural afeta diretamente a voz e a fala do paciente fissurado, caracterizada por
hipernasalidade, produto do desequilíbrio ressonantal e por escape nasal durante a fala.
Algumas emissões podem ocorrer com fechamento velofaríngeo adequado, contudo, um
trabalho de força e resistência dessa musculatura é necessário para emissão de fonemas de
maior pressão (plosivas) ou de fluxo aéreo sustentado (fricativas). Os estudos apontam
padrões de atividade muscular diferente em indivíduos fissurados e não fissurados. Em
indivíduos com um fechamento velofaringeo adequado, estruturas como o palato mole,
paredes laterais e parede posterior da faringe auxiliam na pressão e fluxo de ar suficientes
para a produção sonora sem ressonância hipernasal. O exercício muscular ativo consiste no
treino de amplitude, força e resistência respectivamente associados a “Técnica de Emissão
de Vogal Oral e Vogal Nasal”, Manobra de “Tongue Hold”, e “Técnica de Bocejo-Suspiro com
Vogal Sustentada”. É importante ressaltar escassez de artigos publicados relacionados às
manobras e técnicas citadas para o fechamento velofaríngeo, sendo necessários mais
estudos controlados para um atendimento especializado direcionado aos indivíduos com
fissura labiopalatina baseado em evidências científica.
Conclusão: O treinamento muscular com exercícios com objetivo de proporcionar
amplitude, força e resistência às estruturas que compõe o esfíncter velofaríngeo, aplicadas
durante a terapia fonoaudiológica, impactam de forma positiva no padrão de fechamento
velofaríngeo. O fonoaudiólogo é elemento fundamental na equipe interdisciplinar em todos
os processos do tratamento dos indivíduos com fissura labiopalatina.

MOO020 Formação transversal em bioengenharia: relato de experiência


Autores: Joyce Marques Barroso, Estevam Barbosa de Las Casas, Andréa Rodrigues
Motta, Renata Maria Moreira Moraes Furlan
Resumo:
Objetivo: apresentar um relato de experiência sobre a participação na modalidade de
Estudos Transversais na pós-graduação stricto sensu, especificamente na Formação
Transversal em Bioengenharia.
Metodologia: trata-se de um relato de experiência de uma discente do Programa de
Pós-graduação (PPG) em Ciências Fonoaudiológicas da Universidade Federal de Minas
Gerais (UFMG) que participa da Formação Transversal em Bioengenharia. O intuito da
formação é possibilitar ao aluno de mestrado e doutorado realizar atividades acadêmicas,
incluindo disciplinas e pesquisa interdisciplinar na área de Bioengenharia, com maior acesso
à infraestrutura laboratorial e disciplinas de programas parceiros. Participam da Formação
Transversal em Bioengenharia dez Programas de Pós-graduação, sendo que o aluno que
ingressa em qualquer um dos programas parceiros pode se candidatar à formação, desde
que o seu projeto de pesquisa apresente interface com a Bioengenharia.
Resultados: a aluna do PPG em Ciências Fonoaudiológicas, integrante da Formação
Transversal, elegeu o PPG em Engenharia Mecânica para a parceria. Sendo assim, de
acordo com a resolução Nº 07/2020, de 8 de outubro de 2020, que regulamenta a
modalidade de Estudos Transversais na pós-graduação stricto sensu, possuiu dois
orientadores, um em cada PPG parceiro. Para ingressar no programa, a aluna formalizou
sua intenção juntamente à secretaria do colegiado do PPG de origem, por meio de um termo
de adesão, seguido da formalização no PPG da área complementar e, finalmente, o registro
foi realizado junto à Pró-reitoria de Pós-graduação. A aluna cumpriu seis créditos em
disciplinas no PPG parceiro, as quais foram escolhidas juntamente com seus orientadores,
dentre uma lista de disciplinas ofertadas pelos programas participantes da modalidade. O
projeto de pesquisa em desenvolvimento pela aluna consiste no aperfeiçoamento de um
protótipo anatômico funcional para terapia fonoaudiológica para reabilitação da força do
músculo orbicular da boca, que serve como controlador para jogos digitais. Esse dispositivo
tem como objetivo adequar força e mobilidade de lábios em crianças que apresentam
alterações nas funções orofaciais. Tal modalidade permite que a estudante desenvolva uma
formação ampla e integrada, adquirindo competências em Bioengenharia. Trata-se de uma
formação interessante especialmente para que os profissionais da saúde possam
desenvolver pesquisas que envolvam criação de soluções complexas e inovadoras que
atendam às necessidades específicas de pacientes e profissionais de saúde. Apesar de ser
uma abordagem importante para a formação dos estudantes, nota-se baixa procura por
parte dos alunos. Isso pode ocorrer pela falta de compreensão sobre as possibilidades que
ela oferece. Por isso, faz-se necessária maior divulgação da Formação Transversal em
Bioengenharia para que mais discentes reconheçam a sua relevância e façam a opção por
participarem do programa.
Conclusão: a participação da aluna na Formação Transversal em Bioengenharia foi
considerada positiva, tanto para seu desenvolvimento pessoal quanto para o projeto de
pesquisa por ela desenvolvido.

Saúde Coletiva
SCO001 Análise da influência de aspectos clínicos e sociodemográficos sobre a
funcionalidade de crianças e adolescentes
Autores: Marina Garcia de Souza Borges; Adriane Mesquita de Medeiros; Stela Maris
Aguiar Lemos
Resumo:
Objetivos: Analisar a influência de aspectos clínicos, sociodemográficos e de
autopercepção de saúde sobre a funcionalidade de crianças e adolescentes em processo de
avaliação fonoaudiológica, verificada por meio do uso da Classificação Internacional de
Funcionalidade, Incapacidade e Saúde (CIF).
Métodos: Trata-se de estudo observacional analítico transversal aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da instituição responsável sob o parecer de número 1.174.646. Este foi
realizado com crianças e adolescentes entre cinco e 16 anos que foram submetidas ao
processo de avaliação fonoaudiológica entre 2016 e 2019. Para a coleta dos dados foi
aplicado com os pais ou responsáveis o Critério de Classificação Econômica Brasil (CCEB)
e com os participantes a avaliação de autopercepção de saúde. Foram coletados dos
prontuários informações que permitiram realizar a classificação da funcionalidade, por meio
de códigos dos componentes Funções do Corpo, Atividades e Participação e Fatores
Ambientais da CIF. Além disso, foram coletadas informações quanto às queixas
fonoaudiológicas, hipóteses diagnósticas definidas após a avaliação e as condutas
elencadas a cada caso. A análise estatística foi realizada por meio de análise descritiva e
análise fatorial, na qual, quatro fatores unidimensionais foram evidenciados, sendo um para
a CIF global, um para Funções do Corpo, um para Atividades e Participação e um para os
Fatores Ambientais. Posteriormente, foi realizada regressão linear múltipla com
erros-padrões robustos para a matriz de covariância dos coeficientes estimados, adotando o
método stepwise na seleção das variáveis, com um nível de 5% de significância ao modelo
final. Na avaliação da qualidade do ajuste dos modelos foi empregado o R².
Resultados: Na análise univariada não foi verificada significância estatística para a
classificação econômica, fornecida pelo CCEB, ou para a autopercepção de saúde, sendo
que ambas as variáveis não foram incluídas nas análises multivariadas. Apresentar queixa
de alterações de fala, hipótese diagnóstica de alterações nos aspectos cognitivos da
linguagem e ter um maior número de condutas por caso influenciou negativamente a
funcionalidade global, bem como os componentes da CIF. Quanto às variáveis
sociodemográficas, ser do sexo masculino apresentou influência direta e negativa sobre o
resultado das Atividades e Participação e da CIF global. A escolaridade paterna influenciou
positivamente o constructo formado pelos Fatores Ambientais e os pacientes que com
queixa de fluência de fala apresentaram melhores resultados nas Funções do Corpo e na
CIF global.
Conclusões: O uso da análise fatorial se fez valoroso como estratégia estatística que
propicia um estudo mais robusto do grande volume de informações obtidas por meio dos
códigos da CIF, permitindo que desfechos relevantes fossem evidenciados. Além disso foi
inovador o uso da CIF como um único fator, a CIF global, analisando a funcionalidade de
forma generalizada. Influência direta de aspectos sociodemográficos e clínicos definidos no
contexto de avaliação foram associados a funcionalidade, demonstrando a importância de
se incorporar à CIF a atuação fonoaudiológica desde o contato inicial, no momento da
avaliação diagnóstica.

SCO004 Associação entre audição e funcionalidade: análise de usuários de um Centro


Especializado em Reabilitação.
Autores: Maria Luiza Diniz, Débora Soares Piotto Jardim, Isabela Nandiely Barbosa
Pereira, Stela Maris Aguiar Lemos, Tereza Carvalho Braga
Resumo:
Objetivo: verificar a associação entre o tipo e grau de perda auditiva com os fatores
demográficos e as categorias da CIF relativas a “Estruturas e Funções do corpo” e
“Atividades e Participação”, de usuários de um serviço de Reabilitação Auditiva de
um Centro Especializado em Reabilitação.
Métodos: Trata-se de um estudo observacional, analítico, transversal, com amostra
não probabilística, aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa UFMG, sob o número
3.903.587. Foi realizada análise de dados secundários, dos prontuários dos usuários do
serviço, onde foram coletados dados do exame Audiometria, Anamnese e Protocolo de
Avaliação dos candidatos ao uso de AASI, estruturado com os componentes da CIF. Os
critérios de inclusão foram: apresentar somente a perda auditiva, sem outra deficiência
associada, ter mais de 18 anos de idade, ter o exame Audiometria concluído e o Protocolo
preenchido no momento da avaliação no serviço. Foram excluídos prontuários de usuários
que tinham a avaliação audiológica incompleta ou, ainda, que não apresentaram perda
auditiva comprovada no exame realizado e/ou Protocolo não preenchido no momento da
avaliação. O grau da perda auditiva foi classificado de acordo com os critérios da
Organização Mundial de Saúde (2020) e o tipo de acordo com Silman e Silverman (1997).
Para a análise descritiva dos dados foram utilizados testes de distribuição de frequência e
medidas de tendência central e dispersão e, para a análise de associação, foi utilizado o
teste Qui-quadrado de Pearson. Considerou-se significância de 5% e os dados foram
analisados no software SPSS (versão 25).
Resultados: Participaram do estudo 122 indivíduos, desses 58,2% eram do sexo
feminino, 68,9% idosos. Houve predominância de perda auditiva progressiva
(66,7%), tipo neurossensorial, grau moderadamente severo. Houve associação
entre o tipo de perda auditiva e a idade (p0,001). Quanto à CIF, o tipo de perda
auditiva apresentou associação com as seguintes categorias: Estrutura do ouvido
médio - s250 (p=0,001), Sensação de dor – b280 (p=0,017), Funções mentais -
b167 (p=0,001), Conversar com muitas pessoas - d3504 (p=0,040), Resolver
problemas - d175 (p=0,001) e Relação familiar - d760 (p=0,001). Em relação ao
grau da perda auditiva, houve associação com Detecção dos sons - b230 (p=0,003),
Localização da fonte sonora - b2302 (p=0,002); Lateralização do som – b2303
(p=0,001), Percepção auditiva - b150 (p=0,001); Recepção da Linguagem Oral - b16700
(p=0,018), Expressão da linguagem oral - b16710 (p=0,006), Funções mentais – b167
(p=0,002), Percepção auditiva – b150 (p=0,001), Função vestibular – b235 (p=0,007),
Discriminação da fala – b2304 (p=0,001), Discriminação dos sons – b2301 (p=0,035),
Conversar com uma pessoa - d3505 (p=0,001), Conversar com muitas pessoas - d3504
(p=0,025), Comunicação-recepção de mensagens orais - d310 (p=0,003), Dirigir - d474
(p=0,011) e Conseguir manter e sair de um emprego - d845 (p=0,030).
Conclusão: o tipo e o grau de perda auditiva associaram-se com categorias de
Estruturas e funções do corpo e Atividades e participação da CIF, que revelam
impacto na comunicação, principalmente. A idade associou-se com perda auditiva
neurossensorial, achado esperado devido ao envelhecimento populacional.

SCO005 Perfil sociodemográfico, condições de saúde vocal e de trabalho dos policiais


militares
Autores: Stephanie Mayra de Moraes; Letícia Caldas Teixeira; Adriane Mesquita de
Medeiros
Resumo:
Objetivo: Descrever o perfil sociodemográfico; suspeita de distúrbio vocal; condições de
trabalho e Covid-19 dos
policiais militares.
Métodos: Trata-se de estudo transversal sobre os policiais militares de um estado brasileiro.
A pesquisa foi aprovada pelo Comitê de Ética em Pesquisa sob o parecer: 5.179.501 e
autorizada pela polícia militar com o número de protocolo: 202204051646483-2204. Os
participantes foram convidados a responder ao inquérito via web. Os critérios de inclusão
foram: ser do quadro de Praças da polícia militar e atuar no serviço operacional ou
administrativo da 1ª Região de Polícia Militar. Foram excluídos os que relataram estarem
afastados do trabalho por mais de 30 dias. Somente após a leitura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) o militar iniciou o preenchimento do questionário.
Foram coletados dados sociodemográficos, da saúde vocal por meio do Brazilian Dysphonia
Screening Tool (Br-DST), ruído e violência no trabalho e questões sobre Covid-19. Foi feita a
análise descritiva das variáveis por meio de porcentagens.
Resultados: Participaram 482 policiais militares com predomínio do sexo masculino (n=399;
82,8%), faixas etárias entre 23 e 38 anos (n=252; 52%), casados ou com união estável
(n=334; 69,3%), com escolaridade no ensino superior (n=254; 52,7%) e tempo efetivo de
trabalho entre 11 a 20 anos (n=261; 54%). Sobre os aspectos da saúde vocal, a maioria
autorrelatou não ter que fazer força para a voz sair (n=396; 82,2%), não perceber a voz
rouca (n=437; 90,7%) e perceber a voz como boa e expressiva (n=364; 75,5%). A
prevalência de autopercepção da necessidade de elevar a voz devido ao ruído intenso no
trabalho como frequente foi de 62,4% (n=301) A maioria não viveu ameaça de agressão
(n=383; 80%) ou agressão física pessoal (n=443; 93%), bem como não presenciou ameaça
de agressão ou agressão física à colega de trabalho (n=248; 80%). Verificou-se a
proximidade entre os diagnósticos negativos e positivos de Covid-19 em torno de 50% dos
militares. Entre os militares com diagnóstico positivo, a maioria autorrelatou não apresentar
problemas de saúde pós-Covid-19 (n=155; 60%), assim também como a maioria não
precisou de internação (n=472; 98,%). Nesse foco, a adesão à vacinação total, duas doses
ou dose única, ou parcial, uma de duas doses foi de 98% (n=471), enquanto a 3ª dose do
reforço da vacina em 2021 foi relatada por 44% (n=212) dos militares.
Conclusões: Os policiais militares estudados foram na maioria homens, casados, com
curso superior e mais de 10 anos de carreira. Poucos militares relataram sintomas vocais,
mas aproximadamente um quarto não considera que tem uma voz boa e expressiva. . A
percepção de ruído intenso no trabalho foi frequente e precisa ser melhor investigada. Em
relação à Covid-19, praticamente metade dos participantes recebeu o diagnóstico positivo
sem problemas graves ou consequências para a saúde no pós-Covid-19. Por fim,
ressalta-se a boa adesão à vacinação total ou parcial.

SCO006 Avaliação da funcionalidade e qualidade de vida de crianças e adolescentes com


TEA.
Autores: Thaís Maria de Almeida Fonseca; Anna Elisa dos Anjos Rocha; Stephânia Luiza
Queiroz Costa; Daiana Carola de Souza Teles; Leonara Emanuelle Honório Silva; Sallete
Cristina Silva; Saulo Rosa Ferreira; Stela Maris Aguiar Lemos
Resumo: A experiência de iniciação científica é fundamental o avanço científico e da
aproximação do estudante com temáticas atuais. Assim, o contexto a avaliação de crianças
e adolescentes atendidas com transtorno do espectro autista (TEA) pode ser uma estratégia
oportuna na formação científica em Fonoaudiologia.
Objetivo: Relatar a experiência na participação de um projeto de pesquisa de avaliação de
funcionalidade e qualidade de vida em crianças e adolescentes com transtorno do espectro
autista (TEA) atendidas em um hospital de referência.
Método: Trata-se de relato de experiência realizado pela equipe de pesquisa, composta
pela docente fonoaudióloga, um psiquiatra e seis estudantes do curso de Fonoaudiologia,
sendo duas bolsistas e quatro voluntárias. O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em
Pesquisa da instituição. Para guiar a análise de experiência os estudantes realizaram o
resgate mnemônico e documental do material de pesquisa. As etapas de inserção dos
estudantes constaram de: alinhamento conceitual, instrumentalização para aplicação e
análise dos instrumentos de coleta de dados, pesquisa de campo, redação científica e
reuniões operacionais e científicas. As atividades foram realizadas no hospital de ensino, no
laboratório de pesquisa institucional ou videoconferência.
Resultado: A coleta de dados foi realizada por meio de entrevistas com as famílias de 52
crianças e adolescentes, na faixa etária de 3 a 17 anos, na sala de espera em um Serviço
de Psiquiatria da Infância e Adolescência do hospital. Os instrumentos utilizados pelos
estudantes incluíram a Classificação Internacional de Funcionalidade, Incapacidade e saúde
(CIF), o Pediatric Quality of Life InventoryTM (PedsQL TM 4.0) version 4.0, a escala
Childhood Autism Rating Scale (CARS) e o Critério de Classificação Econômica Brasil 2020
(CCEB). A pesquisa possibilitou compreender o perfil sociodemográfico, grau de
acometimento do TEA, qualidade de vida e a classificação sobre a funcionalidade do
processo comunicativo e influência de produtos e tecnologia na comunicação das crianças e
adolescentes. Essa compreensão, em conjunto com a prática no momento das coletas,
permitiu aos discentes o aprimoramento do raciocínio crítico e correlação entre teoria e
prática, portanto, configura-se relevante para a formação acadêmica. Além disso, a coleta de
contribuiu para o aprimoramento de habilidades técnico-científicas
Conclusão: O projeto de iniciação científica tem fortalecido o compromisso social. Além
disso, relaciona ensino e pesquisa com o protagonismo do discente, deixando-o mais
preparado para a comunidade científica. Os possíveis avanços científicos são capazes de
promover melhorias no sistema de políticas públicas para a população abarcada, além de
trazer inovações para o planejamento de ações na área da saúde. Portanto, o projeto tem
sido motivador para as discentes e contribui para crescimento pessoal, acadêmico e
profissional.

SCO007 Transtorno do espectro autista, comunicação e funcionalidade: uma análise em


crianças e adolescentes.
Autores: Thaís Maria de Almeida Fonseca; Saulo Rosa Ferreira; Stela Maris Aguiar Lemos.
Resumo: Crianças e adolescentes com autismo podem apresentar sintomas em relação à
comunicação de acordo com o nível de gravidade da condição. Dessa maneira, é importante
estudar o processo comunicativo dessa população e sua interação com os fatores
ambientais para identificar as barreiras e os facilitadores existentes.
Objetivo: Investigar associação entre funcionalidade da comunicação, dados
sociodemográficos, histórico de terapia fonoaudiológica, uso de comunicação suplementar
alternativa (CSA) e grau de acometimento do autismo em crianças e adolescentes
diagnosticados.
Métodos: Estudo observacional analítico de recorte transversal com amostra não
probabilística, aprovado pelo Comitê de Ética da instituição, realizado mediante entrevista a
43 responsáveis por pacientes atendidos em um Serviço de Psiquiatria da Infância e
Adolescência de um hospital de referência. Para análise de associação, foram utilizados os
testes Qui-quadrado de Pearson e Exato de Fisher. Para entrada, processamento e análise
dos dados foi utilizado o software SPSS (Statistical Package for the Social Sciences), versão
25.0.
Resultados: A amostra foi composta por 43 participantes, na faixa etária de 3 a 17 anos. A
maior parte da amostra pertencia a classe C e a maioria era do sexo masculino. Com
relação ao diagnóstico de TEA, a média de idade foi 43,03±22,97 meses. Verificou-se que
100% dos participantes foram encaminhados para terapia fonoaudiológica. Observou-se
significância estatística entre as variáveis sexo, tipo de terapia fonoaudiológica, CCEB e
impressões gerais da Escala CARS com as categorias do core set de autismo: Falar – d330
– (p=0,020), Comunicar e Receber Mensagens Não Verbais – d315 – (p=0,022), Comunicar
e Receber Mensagens Orais – d310 - (p=0,011) e Conversação – d350 – (p=0.002) e Falar
- d330- (p=0,004), respectivamente.
Conclusões: Obteve-se associação entre parte de categorias do componente atividades e
participação da CIF com as variáveis sexo, tipo de terapia fonoaudiológica e CCEB. Houve
associação com a categoria Falar – d330 – em relação à gravidade do TEA (escala CARS) e
não houve associação com o componente fatores ambientais.

Voz
VOZ007 Relação da suspeita de distúrbio vocal com a prática de aquecimento da voz em
professores
Autores: Joyce Elen Murça de Souza; Lílian de Souza Melo; Desirée Sant'Ana Haikal;
Adriane Mesquita de Medeiros; Luiza Augusta Rosa Rossi-Barbosa
Resumo:
Objetivo: Comparar os grupos de professores da educação básica de escolas estaduais de
Minas Gerais, Brasil com e sem suspeita de distúrbio vocal com a prática de aquecimento da
voz.
Métodos: estudo epidemiológico, transversal, analítico com 1.782 professores no trabalho
de regência. A amostra foi calculada com base no número total de professores em exercício
no ano da coleta. O quantitativo foi disponibilizado pela Secretaria de Estado de Educação
de Minas Gerais. Como critério de inclusão aqueles em regência no ensino fundamental
e/ou médio no ano de coleta de dados e de exclusão, afastamento temporário do cargo de
regência. A coleta de dados ocorreu entre os dias 26 de outubro e 31 de dezembro de 2021,
por meio do GoogleForms®, cujo link foi enviado por e-mail institucional. O questionário
continha dados sociodemográficos, ocupacionais, o Índice de Triagem para Distúrbios
Vocais (ITDV) e uma questão sobre aquecimento vocal: “Você faz exercícios para a voz
antes de iniciar suas aulas?”. O ITDV contém doze sinais e sintomas vocais (rouquidão,
perda da voz, falha na voz, voz grossa, pigarro, tosse seca, tosse com secreção, dor ao
falar, dor ao engolir, secreção na garganta, garganta seca e cansaço ao falar). Os
participantes deveriam realizar a marcação conforme a frequência “nunca”, “raramente”, “às
vezes” ou “sempre”. O escore final foi obtido pela somatória de “às vezes” e “sempre”,
podendo variar de zero a doze pontos. O ponto de corte que diferencia professores com
sugestivo distúrbio de voz é ≥ 5 pontos. Foi realizado o teste do qui-quadrado de Pearson
entre as duas variáveis, sendo adotado um nível de significância de 5% (p<0,05). Os dados
foram analisados por meio do SPSS 20.0. Este estudo faz parte do projeto “Condições de
saúde e trabalho de professores da educação básica do estado de Minas Gerais: estudo
longitudinal” aprovado sob o parecer de número 4.964.125/2021 e com financiamento da
FAPEMIG APQ-00901-22.
Resultados: Na amostra estudada, 77,0% dos professores eram do sexo feminino, média
de idade de 44 anos (±9.33), 60,4% casados ou união estável, 59,8% com mais de dez anos
de trabalho docente. Sobre o ITDV, 21,1% apresentaram suspeita para distúrbios vocais.
Quanto ao aquecimento da voz, a maioria dos participantes (64,8%) não realizam exercícios
vocais antes de iniciar as aulas, 22,6% às vezes, 9,9% afirmaram que sim, 2,7%
desconhecem o que seja. As duas variáveis analisadas apresentaram nível de significância,
p-valor= 0,001.
Conclusões: Os professores com e sem suspeita de distúrbio vocal se diferenciam quanto à
prática de aquecimento vocal. Tais resultados demonstram a importância e a necessidade
dos exercícios vocais no dia a dia do professor no intuito de favorecer o uso apropriado de
seu principal instrumento de trabalho.
VOZ009 Calibrador Visual: proposta de um instrumento para ensino da análise
espectrográfica na Fonoaudiologia
Autores: Juliana Preisser de Godoy e Silva; Ana Cristina Côrtes Gama
Resumo:
Objetivos:Esse trabalho tem como objetivo apresentar o “Tutorial para Análise de
Espectrogramas de Vozes”; já desenvolvido pelo curso de Fonoaudiologia da Universidade
Federal de Minas Gerais; seu embasamento e conteúdo assim como os passos para o
processo de validação que será realizado levando ao desenvolvimento do “Calibrador
visual”, instrumento para o ensino da análise espectrográfica na Fonoaudiologia.
Métodos: Foi realizada a análise do “Tutorial para Análise de Espectrogramas de Vozes”
listando os parâmetros vocais utilizados para descrever os traçados espectrográficos, assim
como a quantidade de traçados presentes e quais aspectos de voz e fala foram levados em
consideração na formação do banco de dados para análise. Também foram descritos os
passos para o processo de validação do tutorial e desenvolvimento do Calibrador Visual.
Resultados: O Tutorial para Análise de Espectrogramas de Vozes, versão atualizada 2021
(Gama et al, 2021), desenvolvido com base em estudo previamente realizado. utiliza seis
parâmetros descritivos do espectrograma para classificar: 1) a forma do traçado
espectrográfico (regular ou irregular); 2) o grau de escurecimento dos harmônicos (forte,
normal ou fraco); 3) a estabilidade do traçado espectrográfico (estável ou instável); 4) a
presença de ruído (presente ou ausente); 5) a definição dos harmônicos e; 6) a presença ou
não de sub-harmônicos. São apresentados 112 traçados de vogal sustentada para
exemplificar todos os parâmetros espectrográficos descritos anteriormente.
Todo esse material descrito irá passar por um processo de validação que tem como passos
validar o conteúdo apresentado, determinar a confiabilidade e a validação do construto e
ainda realizar a determinação dos encargos, levando-se em conta os critérios
recomendados pelo Scientific Advisory Committee of the Medical Outcomes Trust
(Pernambuco et al, 2017).
Conclusão: Na área da saúde, os avanços tecnológicos agregam novas formas de
aprendizado ao ensino e hoje já são observados alguns instrumentos dentro da
fonoaudiologia como plataformas interativas, softwares e aplicativos
Levando-se em consideração a importância da avaliação espectrográfica na pratica clínica e
o quanto a realização de uma avaliação confiável depende da experiência e treinamento no
avaliador na avaliação visual para a descrição do traçado espectrográfico, o
desenvolvimento e a validação de instrumentos que permitam ofertar a possibilidade de se
ter um guia para essa análise tornam-se de grande importância. O desenvolvimento de um
instrumento de treino visual para avaliação espectrográfica de vozes irá contribuir ainda
mais para a prática no ensino superior e também para a avaliação clínica, a partir de
Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação (TDIC)(Costa et al, 2015)

VOZ017 Suspeita de distúrbio vocal e transtorno mental comum em professores no ensino


remoto e presencial
Autores: Priscila Cristine Santos; Adriane Mesquita de Medeiros; Ana Carolina Constantini;
Amanda Stephanie Berberick Faria dos Reis; Léslie Piccolotto Ferreira; Maria Lúcia Vaz
Masson.
Resumo:
Objetivo: Descrever a suspeita de distúrbio vocal e Transtornos Mentais Comuns (TMC) em
professores da educação básica, no ensino remoto e após retorno para às aulas presenciais
durante a pandemia da COVID-19.
Método: estudo observacional, transversal e multicêntrico, com professores dos municípios
de Belo Horizonte, Campinas, Salvador e São Paulo. O projeto foi aprovado sob o parecer
4.219.835, dos Comitês de Ética em Pesquisa das instituições envolvidas. Foi utilizada a
amostragem de conveniência e os professores após o aceite do Termo de Consentimento
Livre e Esclarecido (TCLE) responderam um questionário on-line (Google Forms®). Foram
obtidos dados sociodemográficos, e os resultados dos instrumentos Índice de Triagem do
Distúrbio de Voz (ITDV) e General Health Questionnaire (GHQ-12). O ITDV, é um protocolo
para o rastreamento da presença de alterações de voz a partir da investigação de 12
sintomas vocais autorreferidos pelos indivíduos, com respostas que variam de nunca a
sempre. A indicação de cinco ou mais sintomas na frequência de “às vezes” ou “sempre”
implica no encaminhamento do sujeito para uma avaliação diagnóstica mais precisa.
GHQ-12 é um instrumento de autoavaliação, composto por 12 perguntas. Para análise do
protocolo , em cada questão transformou-se cada opção de resposta 1 e 2 em 0, e as
respostas 3 e 4 em 1. Realizou-se somatório; e respostas acima de 4 foram consideradas
suspeita de TMC. A coleta de dados ocorreu em duas etapas. A primeira etapa foi realizada
entre fevereiro e dezembro de 2020, momento em que a maioria das aulas estava ocorrendo
em ensino remoto, com participação de 265 professores. A segunda ocorreu entre abril e
agosto de 2022, quando houve retorno das aulas para o ensino presencial, participaram do
estudo 69 professores. As mesmas questões investigadas na primeira etapa foram aplicadas
novamente. Foi realizada análise descritiva dos dados, por meio da frequência absoluta e
relativa.
Resultados: Na primeira coleta, do total de 263 professores participantes, 88,21% eram
mulheres, com média de 45,52 (+-9,01) anos de idade, sendo 84 (31,94%) atuantes em Belo
Horizonte, 22 (8,37%) em Campinas, 39 (14,83%) em Salvador e 118 (44,87%) em São
Paulo. Na análise do escore do ITDV, foi registrado 56,65 % de suspeita de distúrbio de voz.
Na análise do GHQ- 12 dos 263 professores, 64,64% apresentaram suspeita de transtorno
mental comum. Na segunda coleta, do total de 69 professores participantes, 79,70% eram
mulheres, com média de idade de 44 anos, sendo 11 (15,94%) atuantes em Belo Horizonte,
16 (23,18%) em Campinas, 24 (34,78%) em Salvador e 18 (26,10%) em São Paulo. Na
análise do escore do ITDV, foi registrado 57,98 % de suspeita de distúrbio de voz. Na
análise do GHQ- 12 dos 69 professores, 59,42% apresentaram suspeita de transtorno
mental comum.
Conclusão: Os professores desta pesquisa apresentam elevada prevalência de suspeita de
distúrbios vocais e transtornos mentais comuns, revelando impacto na voz e saúde mental
de docentes durante as duas modalidades de ensino.
PATROCINADORES

Apoio diamante: Realização:

FON
Departamento de
Fonoaudiologia

Apoio prata:

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