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Trabalho Economia

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Introdução

A gestão de risco de crédito é uma atividade fundamental e inerente à intermediação financeira. Ao


captar recursos junto a seus clientes e repassá-los àqueles que demandam crédito, os bancos
necessitam proteger estes recursos de uma possível inadimplência. Para isso mensuram o risco para
decidir a quem emprestar, o montante a ser emprestado, e o “spread” a ser cobrado (SILVA, 2004).
A importância na gestão de risco de crédito faz com que os bancos analisem o cliente antes da
concessão do crédito, para que possam minimizar os riscos da operação de crédito e por
consequência garantir maior lucro, premissa básica das Instituições Financeiras. Sabe-se que os
riscos nas operações de crédito estão diretamente ligados às taxas de juros praticadas no mercado.
Em uma época de em que há um grande incentivo à tomada de crédito para aquecer a economia, e
que as Instituições Financeiras tentam atrair cada cliente com oferta de juros menores, essa análise
de crédito tem que ser cada vez mais precisa, para que possa minimizar os riscos e assim competir
com juros mais baixos, ganhando mercado.

O “Novo Acordo de Basileia,” como refere Freitas (2005:6), conduz à “alteração no funcionamento das
instituições financeiras, muito para além das alterações ao nível dos fundos próprios e regulamentar. Com
efeito, o Novo Acordo implica uma revolução ao nível da avaliação do risco sistémico (de requisitos
adicionais de capital e dos padrões de liquidez) nas instituições financeiras, introduzindo novos métodos,
mais científicos, para a sua avaliação e gestão, com impacto em todas as áreas de negócio”. O impacto da
gestão do risco nas instituições financeiras é um tema de investigação actual. A gestão do risco é
fundamental para a sobrevivência de qualquer organização. Actualmente as instituições financeiras
divulgam, nos seus relatórios e contas, dados sobre a gestão do risco

As Instituições Financeiras vem com o passar dos anos aprimorando sua forma de gestão de riscos, e essa
reestruturação está deixando cada fez mais complexa essa atividade. Estas Instituições Financeiras são
muito importantes tanto para as empresas como para a sociedade em geral, pois movimentam os recursos
financeiros do mercado, disponibilizandoos para os tomadores que deles necessitam (VIEIRA, 2007).

Problema de Pesquisa

O problema é “uma dificuldade, teórica ou prática, no conhecimento de uma coisa de real


importância, para a qual se deve encontrar uma solução”, pelo que “definir um problema significa
especificá-lo em detalhes precisos e exactos” (Lakatos e Marconi, 2006:26). A formulação do
problema esclarece a dificuldade específica com que se depara e que se pretende resolver por
intermédio do estudo (Lakatos e Marconi, 2007).

De acordo com o objectivo do trabalho, o problema pode tomar diferentes formas (Pardinas,
1977:121-125 apud Lakatos e Marconi, 2006:27):

 Problema de estudos académicos: quando se trata de um “estudo descritivo, de carácter


informativo, explicativo ou preditivo”.

 Problema de informação: quando se trata de “colecta de dados a respeito de estruturas e condutas


observáveis, dentro de uma área de fenómenos”.

 Problema de acção: quando se trata de “campo de acção onde determinados conhecimentos sejam
aplicados com êxito”.

 Investigação pura e aplicada: quando se “estuda um problema relativo ao conhecimento científico


ou à sua aplicabilidade”.

Sabe-se que o mercado financeiro é um setor de risco, tanto para tomadores quanto para aplicadores, mas
também as Instituições Financeiras correm riscos, sejam eles riscos de mercado, riscos operacionais ou
riscos de créditos.

Justificativa

As instituições financeiras possuem a maior parte dos seus lucros gerados através da concessão de crédito
a quem precisa, e através dos anos veem procurando mecanismos para gerir de forma mais eficiente os
riscos demandados desta atividade. Foi proposto neste artigo demonstrar o risco bancário através da
relevância de uma análise crédito nas concessões de crédito e as consequências para as instituições
financeiras de um crédito mal concedido. Apesar de riscos operacionais e de mercado, que também fazem
parte do risco bancário, foi dado ênfase ao risco de crédito, já que abrange uma gama maior de
possibilidades de estudo e ser o principal risco de uma instituição financeira (Castro, 2011)

A concessão de um crédito passa por diversas etapas com descrito anteriormente e risco está inserido em
cada uma delas. Desde a solicitação de um crédito, já existe o risco de a documentação apresentada não
espelhar a verdade, por exemplo. Nas etapas de tomada de decisão que são duas dentre as cinco citadas o
risco é analisado por dois sistemas diferentes, sistema de escore e o sistema especialista.
A própria formalização apresenta risco, se a garantia oferecida não irá se degradar, seja por perda da
qualidade ou por depreciação. Além dos riscos que ocorrem na concessão do crédito, há os riscos que
existem até que o tomador honre com todos os compromissos assumidos, até que o tomador pague a
última parcela. Um crédito concedido sem uma análise precisa traz para a instituição financeira perdas no
patrimônio da instituição, traz um provisionamento de devedores duvidosos, seu esforço para captar
recursos no mercado, aplicar estes recursos, gerar receitas, vai ser prejudicado pela perda dos valores
concedidos. A participação da inadimplência na composição da sua taxa de juros vai aumentar, e ela será
obrigada a diminuir seu ganho líquido ou aumentar a taxa de juro praticada, o que a faria perder receita e
também perder mercado, já que o que mais diferencia uma instituição financeira de outra nos dias de hoje
são as taxas por elas praticadas. Outro ponto importante demonstrado foi o provisionamento de valores
decorrentes das operações de crédito. Estes provisionamentos podem ser sobre as operações normais que
apesar de recolher uma porcentagem da operação, não impacta de forma tão significativa para a instituição
já que à medida que as parcelas vão sendo quitadas os valores vão diminuindo até seu saldo zerar ( Castro,
2011).

O tema, risco de crédito, trouxe uma ideia do quão importante e o tanto que deve ser levado em conta por
uma instituição financeira seja ela bancária ou não para que estes riscos sejam minimizados e não tragam
prejuízos para estas instituições, mas existem outros outro riscos que devem ser estudados e analisados,
além de ter ainda muitos pontos a estudar e aprofundar dentro da área de risco de crédito, como os
parâmetros do cálculo que resulta na pontuação do sistema de credit scoring, os diversos sistemas de
gestão de risco, entre outros

Risco

O Risco é a probabilidade de acontecer algum evento desfavorável (Brigham, 2001). Sob o ponto de
vista de um investidor em acções,

existem quatro tipos de risco:

O Risco de Mercado “advém de factores que sistematicamente afectam a maioria das empresas:
guerras, inflação, recessões e taxas altas de juros. Como a maioria das acções tende a ser
negativamente afectada por esses factores, o risco de mercado não pode ser eliminado pela
diversificação” (Brigham, 2001:191 como citado em Sengo, 2013, p.16); o Risco Isolado incorpora
tanto o risco de mercado como o risco que pode ser eliminado caso o investidor diversifique a sua
carteira de activos; o Risco do Negócio é o risco da acção ordinária de uma empresa caso ela não
use exigível e o Risco Financeiro que é o que recai sobre os accionistas devido a decisão da
empresa de recorrer a capitais alheios, sendo de salientar que a acção preferencial também
incrementa risco financeiro (Brigham, 2001) como citado em Sengo (2013)

Risco de Negócio

Segundo Brigham (2001:566) “o risco do negócio no sentido isolado é uma função da incerteza inerente nas
projecções dos retornos futuros sobre o capital investido (ROIC) de uma empresa”. Matematicamente
pode-se definir como se segue: ROIC= NOPAT

Lucro líquido disponível aos accionistas ordinários ---- pagamentos de juros após impostos

Onde:

NOPAT – é o lucro líquido após impostos.

Se a empresa não recorrer à dívida não haverá pagamento de juros e o capital será constituído somente
por capitais próprios, pelo que a fórmula fica da seguinte forma (Brigham, 2001:566):

ROIC = lucro liquido para os accionistas ordinários

Capital proprio

O risco do negócio depende de vários factores, destacando-se os seguintes: variabilidade da


demanda, variabilidade dos preços de venda, variabilidade do custo de matéria-prima, habilidade
para ajustar os preços de venda pelas mudanças nos custos de matéria-prima, habilidade para
desenvolver novos produtos em tempo e custos adequados, exposição ao risco estrangeiro e a
extensão na qual os custos são fixos (alavancagem operacional) (Brigham, 2001, idem)

Os gestores podem usar várias formas para controlar os factores acima referidos, a título de
exemplo: de modo a estabilizar as quantidades vendidas bem como os preços de venda, os gestores
podem adoptar uma política de marketing mais agressiva (mais custos) ou, por outro lado, por
forma a reduzir a flutuação dos custos futuros de insumos, os gestores podem negociar, a longo
prazo, os contratos de mão-de-obra e 18 fornecimentos de materiais; entretanto, para a obtenção
destes contratos, a empresa poderá ter de pagar preços acima dos preços correntes (Brigham, 2001).
Relativamente à exposição ao risco estrangeiro, ainda segundo a mesma obra, pode-se dizer que as
empresas estão sujeitas a este risco quando a maior percentagem dos seus lucros são gerados no
exterior, pois flutuações das taxas de juros podem gerar declínio nos lucros e, se a empresa estiver
operando numa área politicamente instável, ela poderá estar sujeita a riscos políticos

Alavancagem Operacional

Considera-se que uma empresa tem um elevado grau de Alavancagem Operacional quando uma
elevada percentagem dos custos totais é fixa. Se os custos fixos de uma empresa são elevados, uma
pequena diminuição das vendas pode diminuir em grande medida o Retorno sobre o Património
Líquido (ROE). Assim sendo, mantendo o resto dos factores constantes, quanto mais elevados
forem os custos fixos da empresa maior será o seu risco de negócio (Brigham, 2001:568).

Os custos fixos elevados normalmente estão associados a (Brigham, 2001:568):

 Operações altamente automatizadas e indústrias de capital intensivo;

 Contratação de trabalhadores altamente especializados a serem mantidos e pagos mesmo durante


os períodos de crise.

 Altos custos de desenvolvimento de produto, uma vez que a amortização dos mesmos é
considerada um custo fixo. Em grande medida a elevada alavancagem operacional é determinada
pela tecnologia pelo que, em geral, as empresas de serviços públicos de electricidade, empresas
telefónicas, companhias aéreas, siderúrgicas e laboratórios químicos simplesmente devem
apresentar grandes investimentos resultando em elevados custos fixos e, consequentemente, elevada
alavancagem operacional (Brigham, 2001).

Risco Financeiro Como foi referido acima, “o risco financeiro é o risco adicional colocado sobre os
accionistas ordinários como um resultado da decisão de financiar com dívida”; portanto, além do
risco isolado que está associado à incerteza sobre as projecções do lucro operacional futuro, quando
a empresa recorre ao uso da dívida (alavancagem financeira), concentra o risco do negócio aos
accionistas e isto ocorre devido ao facto de os credores receberem pagamentos de juros fixos
(independentemente da situação financeira da empresa), não arcando com nada do risco do negócio
(Brigham, 2001:571).

Para Vieito (2010), além dos riscos acima apresentados, existe o risco de crédito que também é
designado risco de insolvência; que resulta da incerteza sobre se os rendimentos futuros serão
suficientes para fazer o serviço da dívida, pelo que, quanto maior o montante da dívida, maior é o
risco de incumprimento. O autor refere ainda que, a dívida é um passivo exigível quando os capitais
próprios são um passivo não exigível porque a empresa tem a obrigação de cumprir com o serviço
da dívida mas no caso da distribuição de dividendos, só ocorre quando as condições estiverem
favoráveis; ademais, em caso de falência os accionistas só são pagos após o reembolso dos
credores.

A principal novidade do Novo Acordo de Capital é a incorporação do risco operacional, mantendo-


se o risco de crédito e o risco de mercado contemplados no Acordo de 1988 e na legislação de 1996.
Deste modo, aos dois objectivos que nortearam o Basileia I capital suficiente e neutralidade
competitiva, juntaram-se no Basileia II os seguintes propósitos:

- Os requisitos de capital devem ser mais sensíveis ao risco, de modo a que os níveis de capital
acompanhem as alterações do perfil de risco das instituições;

- O regime de adequação de capital não deve limitar-se à fixação de rácios regulamentares mínimos,
sendo igualmente relevantes a actuação das autoridades sob supervisão e a disciplina de mercado;

- Deve fomentar-se a discussão das melhores práticas no sistema financeiro, desenvolvendo um


conjunto de incentivos que permite a capacidade das instituições na mensuração e gestão do risco,
porquanto o grau de solvabilidade de cada instituição depende em grande parte da eficiência da sua
estrutura de gestão e de controlo interno (Caiado, Caiado, 2008, p.70).

De acordo com os autores Caido, Caiado, 2008, referem que o Acordo de Basileia II, que entrou em
vigor em 1 de janeiro de 2008, não pode ser interpretado como um processo de ruptura, mas antes,
pelo contrário, um percurso evolutivo do Acordo de Basileia I e legislação adicional. A lias, na
alteração ocorrida em 1996, criou-se a possibilidade de utilizar modelos internos para o cálculo dos
requisitos mínimos de fundos próprios para cobrir os riscos de mercado.

Acordo Basileia I.

No primeiro Acordo de Basiléia, ou Basileia I (oficialmente denominado Internacional Convergente


of Capital Measurement and Capital Standards), “foram estabelecidos os princípios fundamentais
que devem ser usados como referência pelas autoridades públicas na supervisão dos bancos
localizados nos países que assinaram o Acordo. Destes princípios salientam-se as exigências
mínimas de capital, que devem ser respeitadas por bancos comerciais, como precaução contra o
risco de crédito” (Nunes 2011:1). Carneiro et al. (2004:5) e Silva (2008:1) referem que no Acordo
de Basileia I são recomendados, aos países que estavam “representados pelos supervisores dos
bancos centrais ou pelas autoridades com responsabilidades pela supervisão, padrões mínimos de
requisitos de capital devido ao nível de descapitalização dos bancos nos anos 80. “Em 1988, o
Comité introduz regras de cálculo de capital regulamentar, exigindo que o capital mínimo passe a
ser de 8% até ao final de 1992. Este Acordo, adotado pelos membros e por outros 100 países,
conduziu à ponderação dos ativos de acordo com o risco de incumprimento das obrigações da
contraparte, ou seja, o risco de crédito. Exige também, as melhores práticas e standards de
supervisão, cabendo às autoridades dos países membros a sua implementação”. Impacto da gestão
do risco nas instituições financeiras. O caso da banca portuguesa. Francisco Matias Página 8 De
acordo com Tanaka, (2003:219, citado por Silva, 2008:14), em Basileia I a “ponderação de risco
para empréstimos a soberanos e empresas da OCDE é respetivamente de 0% e de 100%, ou seja,
este Acordo não diferencia os bancos e mutuários e apresenta-se pouco sensível ao risco, daí a
necessidade de se ter avançado para um Novo Acordo”. Segundo Carvalho (2004:18 citado por
Carneiro et al., 2004:5), “o Acordo passou de um acerto de regras competitivas para um marco na
reorientação das estratégias de regulação prudencial no final do século XX”. Rodríguez (2003:122,
citado por Silva, 2008:14) refere que “em Junho de 1999, na primeira versão do documento de
consulta sobre o Novo Acordo, é feita pela primeira vez alusão ao risco operacional, que, com a
implementação definitiva do Acordo, passaria a ser considerado no cálculo dos requisitos de capital.
O Chairman do Basel Committee on Banking Supervision referiu que a complexidade do Novo
Acordo é uma consequência natural dos avanços e inovações dos mercados financeiros, sendo que
as atividades e gestão das organizações bancárias estão mais complexas do que na data da
implementação de Basileia I, consistindo Basileia II na necessidade da existência de uma base mais
atenta ao risco”. Pereira (2006) refere que, “não obstante Basileia I ter reforçado a estabilidade
financeira, não impediu que algumas crises, suscetíveis de abalar a confiança no sistema, tivessem
ocorrido, em especial nos chamados mercados emergentes”. Atente-se nas crises da Ásia de 1997 a
1998, da Rússia no Verão de 1998 e da Argentina em 2002 (Rodríguez, 2003:120, citado por Silva
2008:2). Pereira (2006:104) refere, citado por Matias (2012) ainda, “que por iniciativa do BIS,
iniciou-se o delinear de um conjunto de regras de harmonização da supervisão bancária muito
incentivada desde a crise asiática referida”.

Em suma, o Acordo de Basileia I entrou em vigor em 1988 como um padrão único para apurar o
capital regulamentar mínimo. Apresentava um único pilar, relativo ao requisito mínimo de capital o
que permitiu a simplificação da implementação e da comparação dos resultados entre as instituições
financeiras. Entre as lacunas de Basileia I são de destacar a pouca sensibilidade ao risco e o
estímulo da avaliação de capital regulamentar.
Acordos de Basileia II

Em 2004 foi assinado um novo Acordo em Basileia, o qual ficou conhecido como “Basileia II”. Este novo
acordo surge na sequência de diversas falências de bancos ao longo da década de 90 e centra-se em três
pilares e 25 princípios básicos sobre contabilidade e supervisão bancária (Nunes, 2011, citado por Matias,
2012). De acordo com a literatura (Carneiro et al.,2004; Alves et al.,2004; Carvalho et al., 2006; Pereira.,
2006; Silva., 2008; Alves et al., 2009; Dantas et al.,2010, citado por Matias, 2012), o BCBS como entidade
responsável a nível mundial, formulou uma proposta para definir um acordo de capitais, em cooperação
com bancos centrais e autoridades financeiras de diversos países citado por Matias (2012).

De acordo com Carvalho et al. (2006) o Acordo Basileia II procura minimizar os problemas resultantes da
padronização imposta por regras gerais, reconhecendo a possibilidade de as instituições financeiras
optarem por desenhos mais próximos de suas exposições particulares, isto é, mais aderentes ao perfil de
risco que cada uma tem em função da atividade que decidiu realizar. Na prática, as diferenças substanciais
entre Basileia I e II são estruturais. Nas duas versões, as instituições financeiras devem ter capital suficiente
para fazer frente aos riscos que reconhecem e resolvem correr em função do trade-off risco/retorno ser
favorável (dimensão da alocação de capital, Pilar 1) como citado em Matias (2012).

Segundo Silva (2008:12) “com Basileia II, não está apenas em questão uma simples norma de proporções
contabilísticas a aplicar pelos Bancos, mas, sobretudo, de instrumentos de gestão e de competitividade,
estando em causa:  Análise da exposição aos riscos;  Capacidade de definição e execução de estratégias
de gestão de riscos;  Capacidade de fixação e vigilância de limites de risco adequados;  Capacidade e
consistência na análise de performance;  Controlo e supervisão.” Dantas et al. (2010:5) evidenciam que
“as orientações expostas em Basileia II atualizam os padrões definidos no acordo de Basileia I, buscando
suprir suas deficiências e limitações, e apresentam alternativas mais sofisticadas para o cálculo do capital
mínimo regulamentar, aproximando-o do capital económico calculado pelos próprios bancos na gestão dos
seus negócios. Enquanto o Acordo anterior exigia a alocação de capital para risco de crédito e risco de
mercado, o novo referencial, além de promover mudanças conceituais relevantes em relação ao alcance do
risco de mercado1 e a considerar diferentes fatores de ponderação e mitigadores no cálculo da exposição
ponderada pelo risco, também orienta a consideração dos riscos operacionais.

Os três pilares do Basileia II

Genericamente, o Novo Acordo de Basileia encontra-se estruturado em três pilares os quais


reforçam as sinergias entre controlos internos e externos das instituições sujeitas aas determinações
deste acordo a saber:

Pilar 1- Requisitos Mínimos de fundos próprios

Este pilar tem em vista responder a dimensão de capital necessário para cobrir os riscos de crédito,
de mercado e operacional, estabelecendo a forma de cálculo dos fundos próprios mínimos, ou do
capital mínimo, e as várias opções de determinação daqueles riscos. Assim, a par dos requisitos
mínimos quantitativos e qualitativos de fundos próprios para cobertura dos riscos de crédito e de
mercado, mantiveram-se os métodos de medição do risco de mercado estabelecidos na legislação do
Basileia I de 1996 com algumas alterações (Caiado, Caiado, 2008, P. 71).

com este pilar espera-se uma maior sensibilidade dos requisitos para fazer face ao risco de crédito,
de mercado e operacional efectivos, além de que passará a ser possível validar a capacidade das
instituições utilizarem metodologias próprias para a determinação das exigências de capital.

PILAR 2- Processo de Supervisão

Este pilar visa reforçar o processo de supervisão quanto aa adequação de capital nas instituições, o
que exige a convergência de politicas e práticas de supervisão. Estas podem originar,
nomeadamente, por parte das entidades de supervisão, a fixação de requisitos mínimos de capital
diferenciados, em função dos perfis de risco ou da solidez dos sistemas de gesto e do controlo
interno daquelas entidades. Daí que assuma uma grande importância a actuação dos seus gestores
nas áreas de gestão do risco, da avaliação do capital de acordo com o perfil do risco e do controlo
de cada instituição (Caiado, Caiado, 2008, p,71).

Espera- se que com este pilar as instituições mobilizem mais recursos para identificar e analisar os
riscos que enfrentam, procurem medir com maior precisão o impacto de perdas potenciais
subjacentes a estes riscos e recorram a instrumentos de mitigação dos riscos em que incorrem, o
que aa partida poderá contribuir para a obtenção de melhores performances, designadamente na área
económica. É no âmbito deste pilar que é introduzido o processo de auto-avaliação, por cada
instituição, das necessidades de capital económico, face ao risco assumido no decurso da sua
actividade (idem p. 71).

Pilar 3- Disciplina de Mercado

O objectico do terceiro pilar é estimular uma maior disciplina do mercado através do aumento da
transparência das instituições sujeitas ao Basileia II, afim de que os agentes de mercado possam
estar bem informados e possam perceber melhor o perfil de risco dos bancos, ou seja, este pilar visa
a prestação de informação ao mercado e ao público em geral, de modo a assegurar maior
clarividência sobre a situação financeira das instituições. Entre as novas exigências de abertura, está
a forma pela qual se calculam as necessidades de capital e os métodos de avaliação de risco
(Caiado, Caiado, 2008, p71). E com o Pilar 3, que preconiza a suficiência e a consistência na
divulgação de informação nos diferentes mercados, de modo a promover a confiança e a
credibilidade.

Requisitos de capital para o risco de crédito

No âmbito do Pilar 1do Basileia II, APLICAVEL AOS BANCOS E OUTRAS INSTITUICOES DE
CRÉDITO E EMPRESAS DE INVESTIMENTO, os riscos em que estas instituições incorrem teem
de estar cobertos por um valor mínimo de capital,designado por requisitos mínimoes de caoital ou
de fundos próprios. O que se se alterou no Novo Acordo foi a forma de ponderação dos activos, e
alguns coeficientes de ponderação, pois o valor dos requisitos mínimos de capital, RC, para fazer
face aos activos sujeitos a riscos ( de crédito, de mercado e operacional), AR, mantém-se igual , ou
seja, RC/AR > 8% ( Caiado, Caiado, 2008, p.72).

O risco de crédito aponta para a necessidade de gerir as perdas da carteira de crádito, constituindo
as provisões necessitas para cobrir as perdas esperadas e afectar o capital económico aas perdas
inesperadas. Para calcular os requisitos mínimos de capital é necessário ponderar os activos e outros
elementos através da utilização de ponderadores, ou de coeficientes de risco(idem, p.72). Para tal,
exsitem três métodos de cálculo:

- Método standard;

- Método IRB Foundation;

- Método IRB advanced.

Método Standard- Risco de Crédito

Contrariamente ao que sucedia anteriormente, em que os coeficientes de ponderação de risco eram


fixos, no Acordo de BASILEIA II, UTILIZANDO O MÉTODO standard, ou método padrao
(stanadrdized approach), os ponderadores variam com o rating atribuído pelas agencias de ratinh
reconhecidas pelas autoridades de supervisão, de acordo com( Caiado, Caiado, 2008).

A tabela standrad & Poors Ratings Services, tal como outras instituidas para o efeito ( Fitch Ratings
e Moodys Investors Services), refere que a capacidade do devedor objecto de notação para cumprir
as suas obrigações pode ser: extremamente elevada – AAA; elevada – AA; forte- A; passível de ser
negativamente influenciada por alteração nas condições economeicas ou outras – BBB; idem
reduzida – BB; idem estar exposta- B; idempotencial, a qual deve ser objecto do respectivo
requisito mínimo de capital. Sendo assim , é óbvio que a qualidade da carteira de crédito da
instituição influencia significativamente o parâmetro de risco probabilidade de incumprimento, PD
(probability od dafauit) , pagamento do capital mutuado e dos respectivos juros ( idem, p.73-74).

Método IRB Foundation - Risco de Crédito

O métodod IRB Foundation ( internal rati-based approach), versao simplificada, e o método IRB
advanced, versão avançada, constituem as duas variantes do método dos ratings internos de análise
do risco de crédito que permitem calcular os requisitos de funds próprios, ou de capital, no âmbito
do Pilar 1 do Acordo de Basileia 2.

Com o método dos ratings internos, o comité de Basileia propor-se atingier dois grandes objectivos:

- A utilização de modelos de avaliacao do risco de crédito permite a determinação dos requisitos de


fundos próprios mais consentâneos com a perda potencial que poderá ocorrer nos activos da
instituição;
- o incentivo aa utilização de modelos mais avançados motivará as instituições a prosseguir as suas
práticas internas de gestão de risco ( Caiado, Caiado, 2008, p.73).

A variante dos métodos internos de analise de risco de credito, IRB Foundation, assenta no
desenvolvimento de modelos internos de medição do risco de credito, aprovados pela autoridade de
supervisão, em que o parâmetro de risco de probabilidade de incumprimento tem de ser calculado
directamente pelas instituições com base nos dado históricos das suas carteiras de crédito
(idem,p.73). Por conseguinte, quando uma instituição de credito, ao atribuir uma nota de rating ao
agente económico que lhe solicita credito, está a incorrer numa determinadad perda do sistema
financeiro.

Método IRB Advanced- Risco de Crédito

Este método caracteriza-se pelo facto dos parâmetros de risco ( PD, LGD, EAD e M), a seguir
definidos, serem todod calculados pela própria instituição, o que pode ser compensador caso a
carteira de crédito apresente boa qualidade.

O significado de cada um destes parâmetros de risco é o seguinte:

- PD (probability of default)- consiste na probabilidade de incumprimento por parte do mituário


durante o peródo de uma ano;

- LGD (lass given default)- medida de perda, caso se verifique o incumprimento, que pode ir até
100% do valor do empréstimo, dependendo dos instrumentos de redução do risco utilizados na sua
cobertura, por exemplo, garantias dadas;

- EAD (exposure at default)- medida que representa o valor total da exposição em euros, na altura
em que for declarado o incumprimento, sendo a exposição no momento do incumprimento
determinada para cada crédito individualmente considerado;

- M ( maturity)- medida de maturidade efectiva do crédito concedido, correspondendo aa média


ponderada da vida da operação de crédito, isto é, a percentagem do capital pago em cada ano
ponderada pelos anos a que respeita ( Caiado, Caiado, 2008, p.74).

A aplicação do métodod IRB exige a segmentação da carteira de activos do banco (banking book)
nas categorias de:

- Soberanos ( administrações centrais, bancos centrais e bancos miltilaterais de desenvolvimente);


- Bancos (bancos e outras instituições de crédito, empresas de investimento, administrações
regionais e locais);

- Empresas não financeiras (grandes empresas e pequenas e médias empresas);

- Retalho (crédito a pequenos negócios, crédito renovável e outros créditos a retalho, crédito
hipotecário residencial, crédito a retalho não hipotecário);

- Participações financeiras (investimentos classificados na carteira de investimento);

- Outros activos ( imobilizado corpóreo e outros activos ponderados a 100%) ( idem, p.74)

Risco de operações das Instituições Financeiras

Os bancos e as instituições financeiras em geral, no desenvolvimento da sua actividade estão


sujeitas a uma série de riscos de riscos, designadamente quando realizam operações que envolvem
activos, passivos e elementos extrapatrimoniais. A melhor forma de gerir esses riscos é proceder aa
sua identificação e avaliação e evitar e minimizar os efeitos negativos deles resultantes.

Entende-se por risco a probabilidade de ocorrerem perdas em operações realizadas pelos agentes
económicos . é habitual, no domínio financeiro, classificar essas operações de risco elevado, de
risco médio, de risco baixo e de risco nulo. No conjunto dos riscos, apresentam-se os que são
característicos das instituições de crédito, mas que também se especifica de cada uma dela.
Referem-se a seguir os riscos de carteira, de eficiência operacional, de estratégia de mercado, de
regulamentação, tecnológico, de filiais, de pães, de derivados financeiros e de globalização
( Caiado, Caiado, 2008)

Rico de carteira

O risco de carteira ou de balanço tem origem na natureza dos elementos constitutivos do


património, como aplicações em crédito sobre clientes a instituições financeiras, crédito titulado por
acções, obrigações e outros títulos , aplicações em imobilizações financeiras e outros activos.
Compreende, também a captação d e depósitos aa vista, a prazo e de poupança, a obtenção de
empréstimos interbancários e por obrigações e dos outros recursos financeiros. Enquadram-se no
risco de carteira as seguintes espécies de riscos:

Risco de Crédito- na carteira de crédito da instituição existem mutuários que podem não vir a
pagar os juros e o capital mutuado de acordo com o plano de reembolso contratado ou mesmo em
datas posteriores, implicando prejuízos que terão de ser cobertos com as necessárias provisões.

Risco de Taxa de Juro- advém do facto de a instituição ter contratado operações que vencem juros
a taxas fixas ou variáveis e que podem afectar negativamente o resultado de exploração.

Risco de endividamento- quando uma instituição capta recursos para efectuar aploicacoes de
fundos pode ser obrigada a recorrer a clientes forncecdores de fundos pouco diversificados, ficando
dependente das suas atitudes, quer na mobilização dos recursos deposistados, quer na negociação
das respectivas taxas de juro.

Risco de capital adequado- trata-se do risco me que incorrem as instituições que estão sujeitas ao
cumprimento do rácio de solvabilidade e dos requisitos para fazer faces aos riscos da carteira de
negociação, aos riscos cambiais, bem como a outros requisitos.

Risco cambial – corresponde ao eventual desequilíbrio entre os recursos e a aplicações de fundos


no dia – a –dia, ou seja, a muito curto prazo o grau de conversão em disponibilidades dos activos
pode ser inferior ao grau de exigibilidade dos correspondentes passivos ( Caiado, Caiado, 2008, p.
207—208).

Risco de eficiência operacional

O risco de eficiência operacional resulta da combinação dos elementos humanos, materiais e


técnicos, que as empresas finanaceiras têm aa sua disposição, para realizar as operações activas,
passivas e de prestação de serviços, bem como as tarefas administrativas e outras, as quais podem
não realizar-se com o grau de eficiência desejável . para minimizar os efeitos negativos que daí
poderão resultar, há que preparar convenientemente esses elementos e racionalizar a sua utilização,
através do aperfeiçoamento dos circuitos, das tarefas e dos métodos de trabalho, da formação
competente do pessoal , da eliminação de custos e dos métodos de trabalho, de formação
competente do pessoal, da eliminação de custos desnecessários e da melhoria do acesso aa
informação, bem como dotar os departamentos operacionais e de apoio com estruturas leves,
flexíveis, eficientes e ao menor custo possível, ( Caiado, Caiado, 2008).

Risco de estratégia de mercado


Qualquer plano e estratégico inclui a missão a organização, a definição dos objectivos a realizar e a
estratégia para os atingir . A elaboração de uma estratégia, cujos efeitos têm em geral um alcance a
prazo alargado, pode não abranger as áreas do mercado que melhor se adaptam aa situação corrente
e futura da organização. Há então que repensar convenientemente o conteúdo do plano estratégico,
introduzindo-lhe as modificações que estejam em sintonia com as condições do mercado. O
mercado abrange várias vertentes, desde a gama d e inúmeros produtos transacionados no
quotidiano até aos produtos mais sofisticados e de maiores complexidades. No domínio dos
clientes, assiste-se presentemente a alterações das suas preferências, quer os circunscritos na esfera
local e nacional , quer os clientes que estão sedeados no espaço europeu ou mundial . o objectivo
da opção estratégica da instituição financeira é conseguir obter performances de sucesso no
desenvolvimento da sua actividade, o que passa por um grande esforço e preocupação nas várias
áreas de actuação sobretudo a nível da inovação, tendo em vista a venda dos produtos e serviços nas
melhores condições ( caiado, Caiado, 2008, p.208).

Risco de regulamentação

Apesar de nos últimos tempos ter havido uma tendência para reduzir a regulamentação da
actividade bancária e fianceira, a fim de não se criarem entraves ao seu funcionamento, a verdade é
que as instituicoes de crédito e outras instituicoes finanaceiras não podem evitar que as autoridades
competentes possam vir a estabelecer, pontualmente , novos preceitos legais que limitem, com
maior ou menor alcance, a sua margem de manobara. Essas normas poderão surgir em períodod de
crise económica, em que as autoridades governamentais são obrigadas a inverter a marcha das
principais grandezas macroeconómicas, como o investimento, o consumo, as contas com o exterior ,
o emprego e a inflação. Se nalgumas situações é necessário limitar o acesso ao crédito, noutros
casos, pelo contrário , são criados incentivos para a expansão da actividade produtiva,
designadamente através da descida da taxa de desconto do banco central ( Caiado, Caiado ,2008, p.
208-209).

Risco Tecnológico

Na área do risco das novas tecnologias, os riscos que poderão surgir nas instituicoes financeiras
podem advir dos seguintes factores:

- Roubo , fraude, destruição e adulteração dos equipaamebtos, programs e dados;

- Disfuncoes nos sistemas tecnológicos e de informação e erros e omissões diversas;


- Acessos físicos e lógicos ilegais, bem como a divulgação de meios tecnológicos e de informação
não autorizadas;

- Contratos deficitários, custos inadequados face aa qualidade dos equipamentos e programas, erros
de gestão e outros factores (Caiado, Caiado, 2008, p.2019).

A actualização dos equipamentos de informática e comunicações e de outros elementos de trabalho


deve constituir uma preocupação permanente dos gestores responsáveis para facilitar a realização
das operações e, além disso , para criar uma imagem positiva e de confiança para com o exterior. É
o caso do fax, ATM, aa porta das instalações dos bancos e em lojas pertencentes aos bancos,
homebanking, banco telefónico, rede SWFT, guichés automáticos , cartões de crédito, cartões de
débito, cartões porta-moedas, transferências electrónicas de fundos, telemóvel, computadores,
gestão de tesouraria e modelos de planeamento informatizados.

Risco de Filiais

Caiado, Caiado (2008) referem que podendo as filiais praticar operações legais nos países onde
estão implementadas, a responsabilidade cabe, no entanto, em última análise, aa empresa-mãe, que
responde pelas irregularidades como se tivessem sido por si praticadas. Para minimizar este tipo de
risco, a gestão da empresa-mãe deve fixar regras aos gestores das filiais, delimitando as suas
competências e poderes e organizando um sistema de planeamento bem estruturado e dotado com
os mecanismos de controlo apropriados, a eficiência das suas operações que constituem a sua
missão.

Risco de Países

Este tipo de risco deriva do facto de a instituição mutuante ter no seu activo mutuário residentes em
determinados países com probabilidade de não liquidarem pontualmente as dívidas por si contraídas
e os respectivos juros, bem como e não cumprirem outros compromissos entretanto firmados. O
risco de países compreende o risco soberano, inerente à acção do próprio Estado da entidade
devedora, e o risco d e transfer ência, derivado a carências de divisas de outros valores para efectuar
o pagamento das importâncias em dívida (Caiado, Caiado, 2008).

Risco de Derivados Financeiros

As instituições de crédito têm incrementado as suas intervenções na área extrapatrimonial, assim


como no domínio dos derivados financeiros, como swaps, contratos a prazo de taxa de juro ( FRA).,
opções , futuros e outros, a fim de poderem alimentar positivamente as suas contas de exploração.. é
evidente que este tipo de envolvimento está sujeito aa s vicissitude do risco da própria operação,
com maior ou menor projecção, não contando com os riscos que estão também associados, ou seja:

Risco de Contrapartida- nas operações que envolvem derivados financeiros, a contraparte perdedora
pode não assumir a dívida perante a contraparte vencedora pelo que o rendimento obtido de forma
legitima pode traduzir-se num resultado inferior ao montante inicialmente previsto ou, em
determinadas situações mais drastcas, redundar mesmo numa perda total.

Risco de Liquidez- a instituição, que é contraparte da operação, fica privada de liquidez caso tenha
de repor a importância da operação contratada perante a contraparte vencedora, podendo vir a ser
afectada nos seu funcionamento, sobretudo quando as importâncias em causa assumem grande
projeccao.

Risco de especulação – as instituicoes que se envolvem sistematicamente em operações com


derivados financeiros, na mirade conseguirem obter lucros imediatos, podem exceder os valores
considerados razoáveis ou ideais e incorrerem em situações de risco mais ou menos graves.

Risco de informação- este tipo de risco resulta da deficiente informação utilizada para negociar
determinadas operações que envolvem derivados financeiros. A adopção desta ou daquela fonte de
informação carece de prévia ponderação dos operadores que estão encarregados de transacionar
operações de derivados financeiros.

Risco Humano- trata-se de erros involuntários que os operadores podem cometer quando
negoceiam as operações com os outros agentes económicos por vezes em ambientes de forte
pressão e celeridade, nomeadamente quando isso sucede em operações que não se pode voltar atrás
( Caido, Caiado, 2008, p. 210).

Risco de Globalização

Como refere Caiado, Caiado, (2008), que neste domínio, constata-se que , a par da interligação e
dependência das economias a nível nacional e internacional, as operações bancárias e financeira tee
vindo a assumir proporções extraordinárias, não só em número como também em valor,
dificultando o controlo e a sua regulamentação, assim com a regularização com a entidade ou
entidades envolvidas. Trata-se de um fenómeno controverso mas irreversível, que está ainda longe
de ser avaliado nas suas consequências, designadamente pelo facto de, perante incumprimentos
acidentais ou intencionais, ser nalguns casos extraordinariamente difícil e oneroso regularizar as
operações em litigio, mesmo havendo colaboração das autoridades monetárias de acolhimento de e
outras entidades públicas e privadas.
O risco de Taxa de Juro

O risco de taxa de juro pode ser definido como a possibilidades de uma inesperada alteração da taxa
de juro vir a afectar os resultados líquidos ou o valor de mercado da empresa. A minizacao dos
riscos provém da capacidade de uma previsão correcta. As previsões podem estar certas em média,
mas a eliminação do risco de juro obriga a que sejam exactas sempre e a todo o momento. Este
objectivo é na prática impossível de atingir. O risco existe porque muitas empresas têm receitas ou
custos cujo valor depende do seu nível, assim é crucial medir e gerir este risco. Poderá afirmar-se
que o valor actual líquido de uma dívida com taxa de juro fixa poderá implicar a alteração do valor
de mercado da empresa (aumento com redução das taxas de juro e diminuição com o acréscimo das
taxas de juro). Mas o risco da taxa de juro também poderá influenciar as receitas e os custos da
firma, sempre que estas variáveis sofram alterações em consequências de uma modificação da taxa
de juro. No entanto, o perfil de risco de cada empresa terá de ser avaliado individualmente , dado
que será necessário estabelecer a correlação entre receitas e custos e a sensibilidade de cada um
destes itens as variações da taxa de juro ( Caiado, Caiado, 2008). E para Fonseca (2010) define
como risco de taxa de juro a perda de valora que pode ocorrer numa obrigação ou numa carteira de
obrigações, em resultado duma variação das taxas de juro, a qual causa variações de sentido inverso
nos preços das obrigações. Essa relação inversa decorre do facto de os preços das obrigações serem
a soma dos valores actualizados, para o momento presente, dos pagamentos a que essas obrigações
vão dar lugar no futuro.

Para pires (2011) sustenta que o risco da taxa de juro decorre da incerteza relativamente à taxas de
juro futuro, este risco é medido pela variabilidade dos preços dos produtos financeiros que resulta
de variações não antecipadas nas taxas de juro futuras. Este risco está associado a alterações nas
condições de mercado, não resultando das características do emitente, e uma segunda componente
do risco da taxa de juro resulta do facto de haver incerteza quanto aas taxa a que será possível
reinvestir os cash-flows obtidos ao longo da vida da obrigação. Este risco é frequentemente
designado por risco de reinvestimento.

Mercado de crédito
O sistema financeiro tem o propósito de canalizar recursos de forma eficiente entre aforradores e
investidores. No plano microe-conómico satisfaz necessidades futuras e presentes, realocando
intemporalmente o rendimento dos agentes superavitários e deficitários, optimizando o bem-estar
dos indivíduos e o desempenho económicos. No plano macroeconómico, a sistematização dos
fluxos de recursos viabiliza investimentos na produção, intervindo para a elevação do rendimento e
da capacidade produtiva da economia ( Psico. 2010).

Ainda para Psico (2010) o crédito é um dos principais mecanismos de intermediação praticados
pelas instituições financeiras. Através dele acora-se entre as partes interessadas (credor e tomador),
a utilização de um determinado montante de dinheiro durante um período de tempo, a remuneração
que o credor em direito devido aa concessão em forma de empréstimo do seu poder de compra
presente é expressa pelas taxas de juros.

O crédito particulariza-se como um serviço cuja contrapartida do mutuário só se efectivará em


determinado momento futuro do tempo, sendo que o credor não possui informações perfeita se a sua
contraparte arcará com a sua responsabilidade. Resta-lhe a alternativa de se socorrer de
instrumentos legais para fazer valer o contrato ou a execução de garantias previstas nos casos de in
adimplência.

No mercado de crédito subsistem informações assimétricas entre as partes envolvidas na transacção


o tomador do empréstimo possui melhores condições de vaiar o risco envolvido no projecto
financiado além da sua disposição/ capacidade de pagamento, do que o credor. Na literatura
económica, os problemas causados pela assimetria de informação contemplam aqueles decorrentes
da selecção adversa e do risco moral (Psico, 2010, 24)

O problema da selecção adversa surge como consequência ao facto de que diferentes devedores
possuem diferentes probabilidades de arcar com as suas dívidas. A selecção adversa ocorre quando
a insuficiência de informação sobre potencia mutuários leva a uma, má (adversa) selecção dos
projectos relativamente aos quais o financia, então obviamente está correlacionado com a
probabilidade de pagamento desses mutuários, de foram que a instituição financeira desejaria poder
identificar aqueles com menores probabilidades de incorrerem em inadimplêcia (idem, p. 24)

Ainda na senda de Psico (2010) refere que sendo extremamente difícil selecionar bons mutuários, as
instituições financeiras passam a recorrer a uma variedade de artifícios de protecção, aumentando
assim o custo de transação ds operações. Já o problema de risco moral consiste na não observância
de determinadas atitudes, por parte de devedor, que interferem na sua capacidade de honrar a dívida
contraída, pois se o problema resultante da informação assimétrica ocorre depois da transacção
financeira temos um problema de risco moral (moral hazard). O risco moral consiste n a
possibilidade (risco) do agente que contrai um empréstimo alterar o destino dos fundos (afectando-
os a um fim diferente ou a uma actividade menos moral) depois do empréstimo ter sido concedido.
O mutuário pode saber a priori o que pretende fazer, procurando tirar vantagem do facto de não
partilhar toda a informação com a instituição financeira.

Ainda no pensamento do esmo autor (Psico) no caso de um empréstimo dirigido para uma firma,
por exemplo, este problema verifica-se quando o tomador não cumpre recomendações feitas pela
instituição financeira prejudicando o desempenho do seu empreendimento e comprometendo a sua
capacidade de reembolso do empréstimo. Para se preservar do risco moral, as instituições
financeiras endurecem as suas exigências contratuais e garantias como refere Stiglitz (1990) como
citado em Psico (2010).

As intermediárias financeiras passam então a se valer de mecanismos de protecção para se


precaverem de possíveis inadimplementos, a acarentando:

- O aumento dos custos de transacçã, com o desenvolvimento de sistemas de avaliação de risco; e

- A adopção de rígidas exigências contratuais e garantias (Psico, 2010, p. 25).

Ambos os tipos de mecanismos influem para que as instituições financeiras adoptem estratégias
conservadoras, não contemplando indivíduos ou firmas que apresentem características de risco
dificilmente mensuráveis, e que não sejam capazes de atender às exigências contratuais ou oferecer
as garantias requeridas. Entre os não atendido pelo sistema financeiro, então, incluem.se os micro e
pequenos empreendimentos.

Medidas de protecção contra alteração nas taxas de juro

Já sabemos que as obrigações estão sujeitas ao risco da taxa de juro se a taxa de juro variar de forma
não antecipada o preço da obrigação também vai sofrer variações não antecipadas. Por conseguinte,
haverá ganhos ou perdas de capital não antecipadas. Consideremos um individuo que tem de fazer
face a um certo fluxo de pagamentos no futuro e quer usar os cash-flows obtidos com uma carteira
de obrigações para fazer face a esses pagamentos. Como é que este agente se pode proteger contra o
risco da taxa de juro? (Pires, 2010) e ainda para o autor (Pires) refere que para sociedades gestoras
de fundos de pensões estes assuntos são extremamente relevantes. De facto, estas empresas têm de
pagar anuidades à pessoa que investiram nesses fundos e já atingiram a idade de reforma. Variações
na taxa de juro podem por em causa a capacidade destas empresas cumprirem os pagamentos
prometidos. É por isso que elas tentam encontrar maneiras de eliminar o risco da taxa de juro (idem,
p, 223).

Referencias

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Castro, Jonas. (20011). RISCO BANCÁRIO: ANÁLISE DAS CONCESSÕES DE CRÉDITO NAS INSTITUIÇÕES
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Lakatos, Eva Maria e Marconi, Marina de Andrade.2007. Metodologia do Trabalho Científico. 7ª Edição
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Pires , C. (2011). Mercados e investimentos financeiros. 3 edicao. Editora escolar. Lisboa.

Psico, J. (2010). Microfinanças soluções para o combate aa pobreza? Escolar editora, Lisboa.

Sengo, A. J. A ESCOLHA DA ESTRUTURA FINANCEIRA E O SEU IMPACTO SOBRE O VALOR DA EMPRESA -


CASO DA MCEL, SARL DE 2009 A 2011. Dissertação de Mestrado submetido em cumprimento parcial dos
requisitos para a obtenção do Grau de Mestre em Gestão Empresarial na Faculdade de Economia da
Universidade Eduardo Mondlane

SILVA, Flávio Guindani de Araujo e. Risco Bancário e Informação Assimétrica: Teoria e Evidência. Porto
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Silva, I. F. (2008). O Acordo de Basileia II e o impacto na gestão de riscos da banca e no financiamento das
empresas. Universidade do Minho Escola de Economia e Gestão. Dissertação de Mestrado.

VIEIRA, Batistella. Metodologia para analise na concessão de credito. Cruz Alta: Unicruz, 2007.
Pereira, J. M. (2006). Gestão do risco operacional, uma avaliação do novo acordo de capitais – Basileia II.
Revista contemporânea em contabilidade, Julho - Dezembro, ano 03, v1 nº 6 universidade federal de santa
Catarina Florianopolis, Brasil

Matias, F. j. (2012). Impacto da gestão do risco nas instituições financeiras. O caso da banca portuguesa.
Dissertação apresentada para cumprimento dos requisitos necessários à obtenção do grau De MESTRE EM
CONTABILIDADE E FINANÇAS, Setúbal.

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