#Aula 21
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Antonio
Daud
Caixa Econômica Federal - CEF (Técnico
Bancário) Conhecimentos Bancários -
2024 (Pós-Edital)
Autor:
Antonio Daud, Celso Natale,
Stefan Fantini, Mara Queiroga
Camisassa de Assis, Equipe Mara
Camisassa
04 de Março de 2024
Índice
1) FGTS (Lei 8.036/1990)_
..............................................................................................................................................................................................3
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1 - INTRODUÇÃO
Oi amigos (as),
Esta aula é específica do assunto Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS). Destaco que esta versão
da aula já considera a MP 1.107/2022, bem como as alterações promovidas pela Lei 14.179/2021 (conversão
da MP 1.028/2021).
Vamos ao trabalho!
2 - FGTS
Para iniciar o assunto Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) trago à aula os antecedentes históricos
e objetivo do Fundo, conforme lição de Amauri Mascaro Nascimento1:
“Ao empregado demitido sem justa causa após completar um ano no mesmo emprego, o
empregador era obrigado a pagar indenização de dispensa. Ao completar dez anos no
mesmo emprego, o empregado tornava-se estável. Isso quer dizer que não poderia mais
ser despedido, salvo se cometesse justa causa ou diante da ocorrência, na vida da empresa,
de um motivo de força maior. Esse sistema, que não está mais em vigor, foi substituído
pelo FGTS. A estabilidade decenal foi bastante burlada por empresas que,
sistematicamente, às vésperas dos dez anos, despediam ou transferiam o empregado para
localidades distantes, com o propósito de evitar os seus efeitos, e a indenização nem
sempre era paga, especialmente quanto a empresas quebradas. A maior transformação,
em nosso país, sobre os meios pelos quais o empregado, ao ser despedido sem justa causa,
deve ser reparado, foi em 1988, com a generalização do FGTS a todo empregado,
independentemente de opção do mesmo, como antes se exigia. Antes da modificação, a
reparação se fazia com o pagamento direto, pelo empregador, de uma indenização
proporcional ao seu salário e tempo de emprego (...). Surgiu, então, em 1967, o FGTS, com
dois objetivos: substituir a indenização e a estabilidade pela conta bancária (...). Para
1
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Op. cit., p. 383-384.
1
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dificultar a dispensa, quando sem justa causa, criou-se um direito a mais: a denominada
multa [40%] (...)”.
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)
Neste trecho da aula falaremos sobre a constituição, gestão, operação, normatização e demais aspectos
sobre a maneira como o FGTS foi concebido e organizado pela Lei 8.036/90.
Veremos as principais disposições deste diploma legal, ressaltando que este conteúdo é frequente em provas
de Tribunais do Trabalho.
➢ Conselho Curador
O FGTS é um fundo bilionário regido por um Conselho Curador: este Conselho, conforme previsto na Lei
8.036/90, será tripartite: contará com representantes de trabalhadores, empregadores e do governo (Lei
8.036/90, art. 3º).
A representação do governo, dos trabalhadores e empregadores será composta por integrantes de variados
órgãos e entidades governamentais, consoante aponta o Decreto 9.116/2017, alterado pelo Decreto
9.737/2019.
Sobre a representação dos trabalhadores e dos empregadores no Conselho Curador do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço – CCFGTS – o § 3º da Lei do FGTS assim dispõe:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como
membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por
período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
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Duração do
Comissão/Conselho Permite recondução? Fundamento
mandato
Comissão de Conciliação Prévia
1 ano 1 recondução CLT, art. 625-B, III
(CCP) – titulares e suplentes
Não (proibida reeleição por CLT, art. 510-D,
Comissões de Entendimento Direto 1 ano
2 períodos subsequentes) caput, e § 1º
Membros eleitos da CIPA 1 ano 1 reeleição CLT, art. 164, § 3º
Conselho Curador do FGTS – Lei 8.036/90, art.
2 anos 1 recondução
titulares e suplentes 3º, § 3º
Além disso, há importantes requisitos a serem observados por estes membros do CC-FGTS:
Art. 3º, § 10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos
de reputação ilibada e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes
requisitos:
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do
inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
Lei 8.036/90, art. 3º, § 8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais
com representação no Conselho Curador do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura
administrativa de suporte para o exercício de sua competência e que atuará na função de
Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao Presidente do Conselho Curador
acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva.
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Interessante é o mecanismo de transparência inerido na Lei do FGTS por meio da Lei 13.932/2019:
Art. 3º, § 4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem como gravadas e
transmitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará
acesso a todas as gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a
possibilidade de tratamento sigiloso de matérias assim classificadas na forma da lei.
➢ Interrupção contratual
Os representantes dos trabalhadores, em suas ausências para participação das atividades do Conselho
Curador, terão os contratos de trabalho interrompidos, ou seja, não haverá prestação de serviço ao
empregador, mas este afastamento será remunerado:
==1948c5==
Lei 8.036/90, art. 3º, § 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores
no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse órgão, serão abonadas,
computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a garantia provisória de emprego dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
A Lei do FGTS atribui ao órgão do Poder Executivo responsável pela política de habitação a gestão da
aplicação do FGTS, seguindo as normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador (Art. 4º).
Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.
Além dos parcos 3% ao ano, a partir da Lei 13.446, de maio de 2017 (conversão da MP 763/2016), as contas
dos trabalhadores receberão uma distribuição de parte do resultado positivo do FGTS, o que contribuirá
para elevar a rentabilidade dos valores depositados nas contas vinculadas.
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Agora, atenção porque o valor distribuído não integra a base de cálculo para a incidência da multa de 40%,
a ser paga pelo empregador no caso de dispensa sem justa causa:
Lei 8.036/1990, art. 13, § 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição
de resultado, acrescido de juros e atualização monetária, não integrará a base de cálculo
do depósito da multa rescisória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei.
Como destacado pelo art. 4º, o agente operador do FGTS é a Caixa Econômica Federal (CAIXA), segundo as
atribuições da enumeradas no artigo 7º da Lei 8.036.
Neste tópico falaremos sobre a abrangência do FGTS, assim como sobre suas bases de cálculo, alíquotas e
prazos de recolhimento.
Com a CF/88 deixou de existir a estabilidade decenal (ressalvado o direito adquirido), e em seu lugar foi
estabelecido o FGTS, que abrange os empregados regidos pela CLT.
Deste modo, o FGTS é obrigatório para os empregados em geral, devendo ser depositado na conta vinculada
do trabalhador conforme definido na Lei 8.036/90 [Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
e dá outras providências].
O empregado rural também tem direito ao FGTS, havendo previsão neste sentido na Lei do Trabalho Rural
(Lei 5889/73, art. 20).
Os trabalhadores avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade
de direitos destes com os empregados com vínculo permanente (CF/88, art. 7º, III e XXXIV).
Para não deixar dúvidas, a CLT previu, por meio da reforma trabalhista, que o trabalhador intermitente (que
é um empregado celetista) tem direito ao recolhimento do FGTS (CLT, art. 452-A, § 8o).
Os trabalhadores domésticos, antes da EC 72/2013, não tinham assegurado o direito ao FGTS. Com a EC
72/20132, alterando a redação do parágrafo único do art. 7º da CF/88, o empregador doméstico deverá
inserir seu empregado no regime do FGTS, atendidas as condições estabelecidas em lei.
2
EC 72/2013, de 02/04/2013 - Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade
de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
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Além disso, a LC 150 inovou ao criar um fundo para pagamento de indenização ao empregado no caso de
despedida sem justa causa.
Assim, além do depósito mensal do FGTS, a cada mês, o empregador doméstico é obrigado a depositar 3,2%
da remuneração mensal do empregado doméstico. Ao final do contrato de trabalho, caso o empregado seja
demitido sem justa causa, ele terá direito a sacar este fundo, de modo que esta será sua indenização.
Assim, o empregado doméstico não tem direito à multa de 40% do FGTS como os demais empregados
celetistas, já que esta foi substituída pela indenização recolhida mensalmente pelo empregador (LC 150, art.
22).
Notem que, matematicamente, esses 3,2% equivalem a 40% do valor mensal depositado pelo empregador
a título de FGTS. Ou seja, trata-se justamente de 40% da alíquota do FGTS que é de 8% ao mês.
Ainda no tocante aos empregados que têm direito ao FGTS é oportuno mencionar que a própria Lei 8.036/90
definiu, em seu artigo 15, §2º, a abrangência do regime:
Lei 8.036/90, art. 15, § 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços
a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os
autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
Desta forma, as figuras não enquadradas como empregados (por faltar-lhes algum dos elementos fático-
jurídicos da relação de emprego) não fazem jus ao FGTS. Destes a lei citou os trabalhadores eventuais e os
autônomos.
Além disso, os trabalhadores regidos por lei própria (estatuto) também não possuem direito ao FGTS.
Por fim, é de mencionar que o empregado transferido para o exterior também tem direito ao FGTS, cuja base
de cálculo serão as parcelas de natureza salarial recebidas (OJ-SDI1-232).
A lei do FGTS também fez menção ao que se considera empregador para seus fins:
Lei 8.036/90, art. 15, § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica
de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador
de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que
eventualmente venha obrigar-se.
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A base de cálculo do FGTS é a remuneração, e a alíquota, em geral, é de 8% (oito por cento) - Lei 8.036/90,
art. 15. Ainda quanto à alíquota, a Lei do FGTS estipulou regra diferenciada para o aprendiz:
Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.
Estas são, portanto, as alíquotas aplicáveis ao FGTS devido mensalmente ao empregado: 8% (empregados
em geral) e 2% (aprendizes).
Acerca da base de cálculo, não influenciam no FGTS (ou seja, não compõe sua base de cálculo) valores
recebidos a título de indenização, justamente por não terem natureza salarial.
Lei 8.036/90, art. 15, § 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as
parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Este dispositivo da Lei 8.212/91 (Plano de Custeio da Previdência Social) cita parcelas previdenciárias e
indenizatórias, corroborando o que foi afirmado anteriormente.
Nesta mesma linha, as férias indenizadas não compõem base de cálculo do FGTS:
Com relação ao aviso prévio, precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado
integram a base de cálculo dos haveres fundiários.
Esta interpretação de que o aviso indenizado compõe a base de cálculo do FGTS, provavelmente, decorre do
fato de que o aviso prévio, trabalhado ou indenizado, é computado como tempo de serviço.
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“Não concordo com a orientação de que o FGTS incide sobre o aviso-prévio indenizado. Se
não há trabalho, não se pode falar em salário ou remuneração. (...) O fato de o aviso-prévio
indenizado importar projeção do tempo de serviço para todos os fins não quer dizer que
tal pagamento tenha natureza salarial, mas de indenização, pois não há prestação de
serviços”.
Ainda com relação a verbas indenizadas que compõem a base de cálculo do FGTS, é importante observar
que a própria Lei 8.036/90 inclui nesta a gratificação de natal (13º salário), quer sejam elas pagas durante o
contrato ou indenizadas na sua rescisão:
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a oito por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os art. 457 e art. 458 da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, e a
Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (MP 1.107/2022)
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4574 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Outra observação importante sobre a base de cálculo do FGTS é que o TST entende que compõe a mesma
os adicionais eventuais:
3
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 196-197.
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O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Como aprendemos anteriormente, a verba, para ser considerada salarial, entre outros requisitos, demanda
seu pagamento com habitualidade. Aqui, entretanto, considerou-se que os adicionais eventuais também
devem ser considerados para o cálculo do FGTS.
Para finalizarmos este tópico, aproveito para referir a SUM-461, de junho de 2016, a respeito do ônus de
comprovar o regular recolhimento do FGTS:
Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:
Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros5.
Na prática esta atualização prevista na lei é conhecida como JAM – juros e atualização monetária.
Em se tratando de culpa recíproca (quando empregado e empregador dão causa à extinção do contrato,
reconhecido pela Justiça do Trabalho) a multa será de 20% - Lei 8.036, art. 18, § 2º.
Da mesma forma, em se tratando de extinção por acordo (quando empregado e empregador decidem pôr
fim ao vínculo empregatício) a multa também será de 20% - CLT, art. 484-A, I, 'b'.
No que tange à base de cálculo da multa rescisória, vimos que ela compreende o montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho.
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Não computada a distribuição do resultado a que se refere o art. 13, § 5º, da Lei 8.036/1990.
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E nos casos em que o empregado, por alguma das hipóteses legalmente admitidas, saca parte dos recursos
de sua conta bancária: este valor sacado será considerado para futura multa por dispensa sem justa causa?
A resposta é afirmativa; os valores dos saques devem, sim, ser considerados na base de cálculo (sendo
inclusive corrigidos monetariamente):
Este mesmo verbete, em seu item II, destaca que o cálculo da multa do FGTS considera a o
saldo na data do pagamento das verbas, sem considerar projeção do término do contrato
em face de aviso indenizado:
(...)
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta
vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção
do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.
É oportuno frisar o caso dos domésticos que, em função do recolhimento mensal de 3,2% do salário, estes
não terão direito à multa de 40% em caso de dispensa imotivada, mas sim ao saque deste fundo.
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Ainda com relação ao assunto FGTS na rescisão do contrato é oportuno mencionar o caso da aposentadoria
espontânea.
A resposta é negativa, pois ele pode se aposentar e continuar trabalhando na empresa. Neste caso, se, por
exemplo, o empregado trabalhou 30 (trinta) anos na empresa, se aposentou, continuou a laborar e 2 (dois)
anos depois foi demitido sem justa causa, a base de cálculo do FGTS rescisório será o montante depositado
- e devidamente atualizado - dos 32 (trinta e dois) anos (OJ-SDI1-361).
O prazo para o recolhimento mensal do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é estabelecido pelo artigo
15 da Lei do FGTS:
Art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a oito por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os art. 457 e art. 458 da
Consolidação das Leis do Trabalho, aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1943, e a
Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962. (MP 1.107/2022)
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4576 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Portanto, após a MP 1.107/2022, o prazo passou a ser o dia 20 de cada mês (não mais o dia 7).
Como definido em lei, o FGTS deve ser depositado em conta bancária vinculada, ou seja, é incabível o
pagamento diretamente ao trabalhador.
Aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao empregado. Nesta linha, se
não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.
Entretanto, a par desta regra, a lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado.
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O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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São elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho (Lei
8.036/90, art. 15, § 5º).
Deste modo, quando o empregado deixa de prestar serviços para cumprir o serviço militar obrigatório e,
também, quando está afastado em gozo de benefício previdenciário por ter sofrido acidente do trabalho,
permanece recebendo o FGTS em sua conta bancária vinculada.
Já nos casos de interrupção contratual o FGTS é devido, pois em tais circunstâncias, apensar de não haver
prestação de serviços, o salário continua sendo devido.
A partir da CF/88 exige-se concurso público para ingresso no serviço público, sem o que a admissão é nula.
Os empregados públicos, regidos pela CLT, têm direito ao FGTS. Nestes casos em que é declarada a nulidade
da admissão do empregado, este não poderá permanecer no serviço público, tendo em vista o vício ocorrido
em sua contratação.
Apesar disto, um dos direitos que o TST assegura nestes casos são os depósitos fundiários (SUM-363). Assim
também dispõe o art. 19-A da lei do FGTS.
Reuni neste tópico da aula as regras sobre critérios de saque dos recursos pelo seu titular, as principais regras
quanto à fiscalização do cumprimento das obrigações de recolhimento e, também, a prescrição aplicável ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
➢ Saque do FGTS
Os valores depositados nas contas bancárias vinculadas dos trabalhadores não são de livre movimentação
pelo seu titular.
A Lei 13.932 (resultante da conversão da medida provisória 889/2019) ampliou o rol de possibilidades de
saque do FGTS, criando a modalidade saque-aniversário.
Notem que, na nova legislação, o saque integral - a partir de 19/08/2019 - foi garantido apenas em relação
ao PIS-PASEP, em razão da modificação da redação do § 1º do artigo 4º da Lei Complementar 26/1975:
Art. 4º (...)
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A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque (movimentação), que são as seguintes:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior
[demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem o saque];
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A [extinção contratual por
acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
Em relação à hipótese acima, inserida pela reforma trabalhista, o saque fica limitado a 80% dos valores
depositados:
CLT, art. 484-A, § 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo [extinção por
acordo mútuo] permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
Lei 8.036/90, art. 20, II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus
estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de
nulidade do contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do
empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de
contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for
o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;
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a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;
(...)
Em relação ao inciso VIII acima, é preciso destacar hipótese de saque criada por meio da Lei 13.446, de maio
de 2017 (conversão da MP 763/2016)7, autorizando o saque das chamadas “contas inativas” do FGTS.
Trata-se do saque das contas de trabalhadores que tiveram vínculo extinto até 31/12/2015 e não sacaram
tais valores. Assim, se o empregado pediu demissão até 31/12/2015, ainda que tenha sido reempregado
posteriormente, ele não precisará aguardar os 3 anos previstos no inciso VIII do art. 22 para poder
movimentar sua conta.
Lei 8.036/1990, art. 20, § 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de
trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam isentas as exigências de que trata o
inciso VIII do caput deste artigo, podendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo
cronograma de atendimento estabelecido pelo agente operador do FGTS."(NR)
7
E regulamentada pelo Decreto 8.989, de fevereiro de 2017 (que alterou o Decreto 99.684/1990)
14
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X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de
7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do
saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, na data em que exercer a opção.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
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a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;
Mais três hipóteses foram criadas pela Lei 13.932/2019, que incluiu os incisos XX a XXII no artigo 20 da Lei
nº 8.036/1990:
XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não
houver ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese
prevista no inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei [distribuição de valores de contas com salvo
positivo em 31/12];
----
Para reforçar o entendimento de que pedido de demissão não permite o saque do FGTS (e as consequências
práticas que isto gera) segue abaixo trecho da obra de Amauri Mascaro Nascimento8:
“O empregado não pede mais demissão – porque sabe que nesse caso não poderá sacar os
depósitos efetuados em sua conta -, preferindo pedir para ser mandado embora; o
empregador concorda, mas quer negociar parte dos valores que teria que pagar, em alguns
casos pedindo a restituição da multa, o que é ilegal. Esse problema incentiva a
irregularidade de simulações que ocorrem quando, no termo de homologação da dispensa,
perante o Sindicato ou a Delegacia Regional do Trabalho9, ficam constando os dados como
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se o empregado tivesse sido dispensado sem justa causa, o que, na verdade, não
aconteceu”.
Buscando simplificar o pedido de movimentação da conta vinculada, a Lei 13.467, de julho de 2017,
estabeleceu que a própria anotação na CTPS do empregado é documento suficiente para o empregado
fundamentar seu pedido de movimentação:
10
O artigo 18 trata do FGTS devido nas rescisões contratuais.
17
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IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente
da remuneração;
Pode-se citar, por exemplo, os casos em que o empregador deixa de incluir na base de cálculo do FGTS
rubricas de natureza salarial como adicional de horas extraordinárias, adicional noturno, etc. Quando isto
ocorre, o FGTS é recolhido a menor.
No exemplo acima o Auditor-Fiscal do Trabalho notifica a empresa para que seja feito o recolhimento
faltante no prazo, e o não atendimento configura infração.
Por fim, também caracterizará infração se negar a promover a retificação das informações:
VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art.
17-A, no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo
administrativo que reconheceu a procedência da notificação de débito decorrente de
omissão, erro, fraude ou sonegação constatados. [MP 1.107/2022]
Além disso:
11
CLT, Título VII - DO PROCESSO DE MULTAS ADMINISTRATIVAS.
18
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Acerca deste último parágrafo é de se destacar que os AFT utilizam rotineiramente os sistemas
informatizados da CAIXA para consulta e pesquisa das contas vinculadas dos trabalhadores, para fins de
verificação da regularidade dos recolhimentos fundiários.
➢ Prescrição do FGTS
Após novembro de 2014, a prescrição do FGTS segue as mesmas regras da prescrição das demais verbas
trabalhistas: é bienal, ou seja, ele possui prazo de 2 anos (após cessado o vínculo) para ajuizar a
correspondente ação trabalhista. Além disso, existe também a prescrição quinquenal, que permite ao
empregado reclamar a falta de pagamento de valores devidos nos últimos 5 anos do contrato.
Antes de novembro de 2014, valia o prazo de 30 anos (ao invés de 5) para prescrição quanto ao recolhimento
do FGTS, com base no disposto na Lei do FGTS:
Esta interpretação era confirmada pela SUM 362 do TST, mas, com a mudança do posicionamento do STF, a
Súmula foi revista da seguinte forma:
Portanto, em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão
geral reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos
da prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.
Assim, o último entendimento do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária,
mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista. Na sequência, a Lei do FGTS foi alterada para
suprimir a menção à prescrição trintenária.
Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:
19
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Ciência da lesão ao direito após a decisão do Ciência da lesão ao direito antes da decisão do
STF STF
(13/11/2014)
O que ocorrer primeiro entre:
Mas, se, por exemplo, em novembro/2014, já houvesse 27 anos de prescrição, com o novo entendimento
do STF, restariam 5 anos ou apenas 3 para se operar a prescrição?
Como em novembro/2014 (data da decisão do STF), já havia 27 anos de prazo prescricional, se contássemos
mais 5 anos, o prazo se encerraria em 2019. E, por outro lado, se contabilizássemos os 3 anos restantes, o
prazo daria em 2017. Como a regra é pelo que ocorrer primeiro, concluímos que restariam apenas 3 anos
para a prescrição (pois valeria a trintenária).
De qualquer maneira, a prescrição do FGTS deve observar também o prazo de 2 anos após o término do
contrato. Antigamente era relevante a diferenciação entre a falta do depósito mensal e o recolhimento
fundiário a menor, já que, no primeiro caso, era trintenária a prescrição (respeitada a prescrição bienal),
sendo, no segundo quinquenal.
Com a mudança do posicionamento quanto à prescrição do FGTS esta diferenciação possui pouco relevância
prática agora.
--------
É ainda importante destacar que havendo prescrição de parcela remuneratória (por exemplo, adicional
noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:
Dessa forma, se um empregado deixou de receber horas extras, por exemplo, que lhe eram devidas e operou-
se a prescrição trabalhista em relação à pretensão de recebimento dessas horas extras, sabemos que o
empregado não mais poderá exigir tal recebimento em face do empregador. Assim sendo, como houve a
prescrição do recebimento da parcela remuneratória (horas extras), não há mais que se falar em
recebimento do respectivo recolhimento do FGTS.
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RESUMO DA AULA
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I - Garantias:
a) hipotecária;
d) hipoteca sobre outros imóveis de propriedade do agente financeiro, desde que livres e
desembaraçados de quaisquer ônus;
1
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g) seguro de crédito;
j) fiança pessoal;
m) fiança bancária;
III - taxa de juros média mínima, por projeto, de 3 (três) por cento ao ano;
A Letra (a) está incorreta. Conforme visto, não há tal previsão no art. 9º da Lei 8.036/1990.
A Letra (b) está correta. Esta é a resposta da questão, por encontrar respaldo no art. 9º, I, “n”, no
normativo.
A Letra (c) está incorreta. Conforme visto, não há tal previsão no art. 9º da Lei 8.036/1990.
A Letra (d) está incorreta. Conforme visto, não há tal previsão no art. 9º da Lei 8.036/1990.
Por fim, a Letra (e) está incorreta. Conforme visto, não há tal previsão no art. 9º da Lei 8.036/1990.
Gabarito (B)
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Um trabalhador é regido pelas regras da CLT e tem conta vinculada ao FGTS. Curioso por saber as hipóteses
de levantamento do FGTS, formula consulta ao órgão competente. Nos termos da Lei no 8.036/1990, a conta
vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada no caso de
a) aquisição de imóvel comercial
b) aposentadoria concedida pela Previdência Social
c) desligamento por justa causa
d) compra de automóvel
e) aluguel de entidade familiar
Comentários:
Segundo prevê a Lei 8.036/1990, a conta vinculada no FGTS poderá ser movimentada somente
nas situações elencadas pelo art. 20 do diploma legal:
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A da Consolidação das Leis do
Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto- Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;
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a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;
VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos fora do regime do FGTS;
X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de
7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do
saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, na data em que exercer a opção.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
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XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;
XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não houver
ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese prevista no
inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei;
(...)
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A Letra (a) está incorreta. Como se vê do art. 20, § 21, a conta vinculada poderá ser movimentada
para aquisição de imóvel residencial, não comercial conforme posto pela alternativa.
A Letra (b) está correta. A aposentadoria concedida pela Previdência Social dá ensejo à
movimentação da conta vinculada no FGTS, segundo art. 20, III, da Lei 8.036/1990.
A Letra (c) está incorreta. Conforme art. 20, I, da Lei 8.036/1990, a movimentação só poderá
ocorrer com a dispensa sem justa causa.
A Letra (d) está incorreta. Não é hipótese autorizadora da movimentação da conta vinculada no
FGTS.
Por fim, a Letra (e) está incorreta. Não é hipótese autorizadora da movimentação da conta
vinculada no FGTS.
Gabarito (B)
Art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada nas seguintes
situações:
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QUESTÕES COMENTADAS
Comentários:
Gabarito (E), segundo a Lei 8.036/90, art. 20, que prevê as hipóteses de saque. A FCC tentou confundir o
candidato com a redação dos incisos I, I-A, X, XV, XVI e XVIII do art. 20, como comentado a seguir.
A letra (A), incorreta, já que o “implante”, em regra, não permite o saque. Caso contrário, teríamos saque
do FGTS para implante de qualquer objeto, como um implante dentário ou de uma prótese de silicone, o que
iria colidir com o espírito da lei =)
Por outro lado, admite-se o saque do FGTS especificamente para aquisição de prótese ou órtese para fins de
inclusão social:
Lei 8.036/1990, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
A letra (B) peca no final da frase. A necessidade pessoal e urgente autoriza o saque, desde que decorrente
de desastre natural, nos termos de regulamentação do Poder Executivo:
Lei 8.036/1990, art. 20, XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de
desastre natural, conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
(..)
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A letra (C), incorreta, já que o prazo legal da suspensão do trabalho avulso é de 90 dias:
Lei 8.036/1990, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
Muito embora a suspensão por 120 dias se enquadre na regra acima, fica claro que a Banca desejava saber
se o candidato conhecia a regra correta.
A letra (D), incorreta, pois o saque em virtude de idade avançada se dá com 70 anos do trabalhador,
independentemente do seu gênero:
Lei 8.036/1990, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.
A letra (E), correta, tendo em vista que são hipóteses autorizadoras do saque:
Lei 8.036/1990, art. 20, I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa
recíproca e de força maior [demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem
o saque];
Lei 8.036/1990, art. 20, I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A
[extinção contratual por acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
Reparem, por fim, que a ‘extinção do contrato de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e
empregador’ tem o saque limitado a 80% dos valores depositados.
Gabarito (E)
Comentários:
Item correto de acordo com hipótese de saque prevista na Lei 8.036 (inserida pela Lei 13.146/2015):
Lei 8.036/90, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
Gabarito: correta
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Comentários:
A letra (A), incorreta, pois quando falamos em FGTS, até mesmo adicionais eventuais (e não apenas os
‘habituais’) repercutem no seu recolhimento:
A letra (B), incorreta, já que o atual entendimento é de que a prescrição do FGTS segue o mesmo prazo das
demais verbas trabalhistas:
A letra (C), incorreta, já que nas hipóteses de culpa recíproca ou força maior a multa rescisória será de 20%:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º [multa
compensatória do FGTS] será de 20 (vinte) por cento.
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A letra (D), correta, pois o entendimento do TST é de que havendo prescrição de parcela remuneratória (por
exemplo, adicional noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:
Por fim, a letra (E) está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do avulso é de
90 dias, não de 60:
Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
Gabarito (D)
Comentários:
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A proposição III, incorreta, pois tal competência é do agente operador do FGTS (Caixa):
Lei 8.036/90, art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
(..)
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
Gabarito (D)
Comentários:
Segundo a Lei do FGTS, a fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações fundiárias, especialmente
quanto aos depósitos ao FGTS, cabe à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da
Economia (na data desta prova tal competência era atribuída ao então Ministério do Trabalho):
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Gabarito: errada
Comentários:
Em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão geral
reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos da
prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.
Fazendo uso da modulação dos efeitos da sentença, o STF decidiu, ainda, que o prazo prescricional de 5 anos
somente valeria para os casos posteriores à sua decisão, sendo que, para os casos antigos, ainda valeria o
prazo que se consumar primeiro: ou 30 anos do início da contagem do prazo; ou 5 anos a partir da decisão.
Nesse cenário, em junho de 2015, o TST reviu o teor da Súmula 362, para a seguinte redação:
Assim, o recente entendimento do TST e do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais
trintenária, mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista.
Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:
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Comentários:
O gabarito é letra (B), pois trata-se da aplicação direta do disposto na Lei 8.036/90, art. 20, X, transcrito
abaixo.
Pelo mesmo motivo, a letra ‘C’ está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do
avulso é de 90 dias, não de 120:
Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
Ademais, não há necessidade alguma de autorização da suspensão pelo MTb. Portanto, a letra ‘D’ também
está incorreta.
A letra ‘E’ está incorreta porquanto o saque por motivo de idade é de 70 anos ou mais:
Lei 8.036/90, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.
Agora no início, quanto à letra ‘A’, lembramos que os trabalhadores avulsos têm os mesmos direitos
trabalhistas dos empregados, o que inclui direito ao FGTS e ao seu saque. Relembrando: Os trabalhadores
avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade de direitos destes
com os empregados com vínculo permanente:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
Caixa Econômica Federal - CEF (Técnico Bancário) Conhecimentos Bancários - 2024 (Pós-Edital) 40
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(...)
Gabarito (B)
Comentários:
Em relação à incidência do FGTS sobre a ajuda de custo, é importante lembrar que essa parcela não tem
natureza salarial (CLT, art. 457, § 2º). Portanto, não fazendo parte do salário ou da remuneração do
empregado, não haverá FGTS sobre tal parcela, já que o FGTS incide sobre as parcelas remuneratórias:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4571 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
-----
A regra geral é que, não havendo remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não haverá FGTS.
Entretanto, a par desta regra, a Lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado. São elas
o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:
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Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
Gabarito: correta
Comentários:
A Lei 8.036/90 [Lei do FGTS] delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais não se incluem a
demissão com justa causa e pedido de demissão:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, (...).
(...)
Gabarito (A)
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(C) o depósito do FGTS mensal é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar
obrigatório e licença por acidente do trabalho.
(D) o percentual da multa rescisória será de 40% sobre o montante de todos os depósitos de FGTS realizados
durante a vigência do contrato de trabalho, quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho.
(E) a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando o trabalhador permanecer
dois anos ininterruptos, fora do regime do FGTS.
Comentários:
As incorreções das alternativas (A) e (B) se verificam com a leitura do art. 15 da Lei do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4572 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
A letra (C), correta, tratou de um dos casos de suspensão contratual onde o depósito fundiário continua
sendo devido:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
Na alternativa (D) foi tratado da multa rescisória. Em geral a alíquota é de 40%, mas no caso de culpa
recíproca e força maior a multa é devida à alíquota de 20%:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais quando o empregado
permanecer três anos ininterruptos, fora do regime do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
(...)
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Gabarito (C)
Comentários:
A assertiva I, incorreta, afirma que é vedada a recondução dos membros do conselho curador do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
A assertiva II, correta, pois a base de cálculo do FGTS é a remuneração, e a alíquota, em geral, é de 8% (oito
por cento):
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Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4573 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Para deixar mais claro quanto às horas extras e aos adicionais eventuais:
A assertiva III está em perfeita consonância com a jurisprudência. Portanto, com relação ao aviso prévio,
precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado integram a base de cálculo dos
haveres fundiários.
A assertiva IV está incorreta, pois o saque por motivo de idade somente ocorre quando o trabalhador
completa 70 anos ou mais.
Gabarito (A)
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Comentários:
A letra (A) é a incorreta, pois a suspensão contratual do avulso deve ser de 90 dias para ensejar o saque do
FGTS. As demais letras encontram-se previstas na Lei 8.036/90, art. 20.
Gabarito (A)
Comentários:
O gabarito é a letra (B), porquanto a aposentadoria por invalidez consiste em suspensão do contrato de
trabalho. Nesse caso, aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao
empregado. Todavia, se não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.
- letra ‘A’: está em desacordo com a Súmula 63 do TST, segundo a qual o FGTS incide até mesmo sobre as
horas extraordinários e sobre os adicionais eventuais;
- letra ‘C’: a regra de que durante a suspensão contratual não há FGTS comporta duas exceções. São
elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
- letra ‘D’: O aprendiz terá direito ao depósito do FGTS, todavia com alíquota reduzida de 2% (dois por cento)
da sua remuneração paga ou devida.
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Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.
- letra ‘E’: Controverte-se a jurisprudência e a doutrina sobre a penhorabilidade da conta vinculada. Não
foram encontradas decisões pela possibilidade de penhora em execuções trabalhistas. Há decisões do STJ,
contudo, afirmando que seria admitida a penhora em execuções de verba alimentar.
Gabarito (B)
Comentários:
Gabarito (A)
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Comentários:
Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.
==1948c5==
Gabarito (D)
Comentários:
A alternativa (A) está incorreta porque se permite uma recondução dos representantes dos trabalhadores e
dos empregadores:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
As alternativas (B) e (C) estão incorretas porque a presidência do Conselho Curador recai sobre
representante do Ministro da Economia (ou sobre o próprio Ministro):
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Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.
Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a estabilidade provisória dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):
Quanto à alternativa (D), ela tentou iludir o candidato falando sobre candidatura (cabível no caso de
dirigente sindical). A estabilidade provisória, aqui, ocorre da nomeação até um ano após o término do
mandato:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
Por fim, a letra (E) está correta, conforme art. 3º, § 4º, da Lei 8.036/90:
Gabarito (E)
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(D) II e IV.
(E) I, II e IV.
Comentários:
A proposição I está incorreta porque a presidência do Conselho Curador recai sobre representante do
Ministro da Economia (ou sobre o próprio Ministro):
Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.
Na época da referida prova a presidência do Conselho Curador recaía sobre representante do então MTb.
A proposição II está correta, porque, de fato, os representantes dos trabalhadores e dos empregadores são
indicados por suas centrais e nomeados pelo Poder Executivo (na época desta prova era pelo Ministro do
Trabalho):
Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
A proposição III, também correta, é amparada no mesmo art. 3º, § 3º, visto acima.
Gabarito (A)
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Comentários:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
Gabarito (C)
Comentários:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
Gabarito: correta
Comentários:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
Gabarito: errada
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Comentários:
Proposição incorreta, pois todas estas hipóteses citadas na questão estão enumeradas no artigo 20, ou seja,
autorizam a movimentação. O alvará judicial, conduto, caberá apenas na hipótese de falecimento do
trabalhador.
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
Gabarito: errada
Comentários:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
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Gabarito: errada
Comentários:
Gabarito: errada
Comentários:
Proposição incorreta, pois parcelas de natureza salarial serão sempre base de cálculo do FGTS.
O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude
de prestação de serviços no exterior.
Gabarito: errada
Comentários:
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Alternativa correta. A Súmula abaixo reforça que serão base de cálculo mesmo quando pagas
eventualmente:
Gabarito: correta
Comentários:
Alternativa correta, pois os depósitos fundiários devem ser feitos em conta vinculada, não se admitindo
pagamento direto ao empregado:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4575 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Gabarito: correta
Comentários:
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O gabarito é (A).
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
Gabarito (A)
Comentários:
A resposta é letra (A) de acordo com a jurisprudência do TST e dispositivo da Lei 8.036/90:
Lei 8.036/90, art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador
cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.
Gabarito (A)
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Ainda quando anulado o contrato de trabalho de servidor público por falta de prévia aprovação em concurso
público, são devidos os valores referentes aos depósitos do FGTS.
Comentários:
Gabarito: correta
Comentários:
Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:
Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros.
Gabarito: correta
Comentários:
O gabarito é letra (C), pois a Lei do FGTS determinava que ao Fundo se aplica a prescrição trintenária.
Entretanto, também se deve observar a prescrição bienal.
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Contudo, em recente entendimento, o STF declarou que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária, mas
observaria os mesmos prazos da prescrição trabalhista, o que foi posteriormente acolhido pela TST na nova
redação da Súmula 362:
Gabarito (C)
Comentários:
Alternativa incorreta, atualmente, mas correta, à época da prova. A incorreção apresenta-se com
fundamento no entendimento recente do STF e do TST.
Gabarito: errada
Comentários:
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As hipóteses de movimentação da conta vinculada estão enumeradas no artigo 20 da Lei do FGTS, que inclui
os casos citados na presente questão:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
Gabarito: correta
Comentários:
Havia a mencionada liberalidade do empregador para incluir o doméstico no regime do FGTS 7, mas com a EC
72/2013 passou a ser direito assegurado ao doméstico. Além disso, com a nova regulamentação dos
domésticos, a LC 150 regulamentou a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS para eles.
Gabarito: errada
Comentários:
Gabarito: errada
7Lei 8.036/90, art. 15, § 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista em lei.
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GABARITO
1.
==1948c5==
B
2. B
3. A
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LISTA DE QUESTÕES
1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017
Entre as finalidades do FGTS está a de permitir ao trabalhador a formação de um patrimônio que poderá ser
sacado em momentos especiais e em situações de dificuldade. Nesse contexto, constitui hipótese autorizada
por lei para o saque do FGTS:
(A) quando o trabalhador com deficiência, por prescrição médica, necessite fazer implante.
(B) necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de prescrição médica.
(C) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 120 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(D) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 60 anos, se mulher, e 65 anos, se homem.
(E) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca, de força maior e extinção do contrato
de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e empregador.
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III. Caberá ao Conselho Curador do FGTS, na qualidade de agente operador, emitir Certificado de
Regularidade do FGTS.
IV. Quando ocorrer rescisão do contrato de trabalho por culpa recíproca ou força maior reconhecida pela
Justiça do Trabalho, o percentual devido relativo à multa pela rescisão será de 20%.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) III e IV.
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Com fundamento na legislação aplicável ao FGTS, a conta vinculada do trabalhador NÃO poderá ser
movimentada na hipótese de
(A) pedido de demissão.
(B) falecimento do trabalhador.
(C) dispensa indireta.
(D) culpa recíproca.
(E) aposentadoria concedida pela Previdência Social.
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Segundo a Lei no 8.036/1990, com relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, os depósitos
efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados
(A) pela Receita Federal, por meio do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), sem a capitalização de
juros.
(B) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança, com capitalização de juros de doze por cento ao
ano.
(C) pela Receita Federal, por meio da taxa SELIC.
(D) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de três por cento ao ano.
(E) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de seis por cento ao ano.
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O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador. As decisões deste
Conselho serão tomadas com a presença
(A) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de qualidade.
(B) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(C) da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(D) de um terço de seus membros, tendo o Presidente voto de desempate.
(E) de um terço de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de desempate.
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A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada, entre outras hipóteses, quando ocorrer
despedida sem justa causa, inclusive a indireta, rescisão contratual por culpa recíproca ou no caso de força
maior.
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GABARITO
1. E 13. B 25. C
2. C 14. A 26. C
3. D 15. D 27. A
4. D 16. E 28. A
5. E 17. A 29. C
6. C 18. C 30. C
7. B 19. C 31. C
8. C 20. E 32. E
9. A 21. E 33. C
10. C 22. E 34. E
11. A 23. E 35. E
12. A 24. E
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