Aula 11
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Autor:
Antonio Daud
25 de Fevereiro de 2023
Índice
1) FGTS (Lei 8.036/1990)
..............................................................................................................................................................................................3
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INTRODUÇÃO
Oi, amigos (as),
Esta aula é específica dos assuntos Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Seguro-Desemprego.
Destaco que esta versão da aula já considera a MP 1.107/2022, bem como as alterações promovidas pela Lei
14.179/2021 (conversão da MP 1.028/2021).
Vamos ao trabalho!
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“Ao empregado demitido sem justa causa após completar um ano no mesmo emprego, o
empregador era obrigado a pagar indenização de dispensa. Ao completar dez anos no
mesmo emprego, o empregado tornava-se estável. Isso quer dizer que não poderia mais
ser despedido, salvo se cometesse justa causa ou diante da ocorrência, na vida da empresa,
de um motivo de força maior. Esse sistema, que não está mais em vigor, foi substituído
pelo FGTS. A estabilidade decenal foi bastante burlada por empresas que,
sistematicamente, às vésperas dos dez anos, despediam ou transferiam o empregado para
localidades distantes, com o propósito de evitar os seus efeitos, e a indenização nem
sempre era paga, especialmente quanto a empresas quebradas. A maior transformação,
em nosso país, sobre os meios pelos quais o empregado, ao ser despedido sem justa causa,
deve ser reparado, foi em 1988, com a generalização do FGTS a todo empregado,
independentemente de opção do mesmo, como antes se exigia. Antes da modificação, a
reparação se fazia com o pagamento direto, pelo empregador, de uma indenização
proporcional ao seu salário e tempo de emprego (...). Surgiu, então, em 1967, o FGTS, com
dois objetivos: substituir a indenização e a estabilidade pela conta bancária (...). Para
dificultar a dispensa, quando sem justa causa, criou-se um direito a mais: a denominada
multa [40%] (...)”.
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
Neste trecho da aula falaremos sobre a constituição, gestão, operação, normatização e demais aspectos
sobre a maneira como o FGTS foi concebido e organizado pela Lei 8.036/90.
1
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Op. cit., p. 383-384.
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Veremos as principais disposições deste diploma legal, ressaltando que este conteúdo é frequente em provas
de Tribunais do Trabalho.
➢ Conselho Curador
O FGTS é um fundo bilionário regido por um Conselho Curador: este Conselho, conforme previsto na Lei
8.036/90, será tripartite: contará com representantes de trabalhadores, empregadores e do governo.
Lei 8.036/90, art. 3º O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um
Conselho Curador, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos
e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.
A representação do governo, dos trabalhadores e empregadores será composta por integrantes dos
seguintes órgãos e entidades governamentais (Decreto 10.905/2021):
VI - um representante de cada uma das três centrais sindicais com maior índice de
representatividade dos trabalhadores, nos termos do ato a que se refere o § 2º do art. 4º
da Lei nº 11.648, de 2008; e
Sobre a representação dos trabalhadores e dos empregadores no Conselho Curador do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço – CCFGTS – o § 3º da Lei do FGTS assim dispõe:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como
membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por
período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
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Duração do
Comissão/Conselho Permite recondução? Fundamento
mandato
Comissão de Conciliação Prévia
1 ano 1 recondução CLT, art. 625-B, III
(CCP) – titulares e suplentes
Não (proibida reeleição por CLT, art. 510-D,
Comissões de Entendimento Direto 1 ano
2 períodos subsequentes) caput, e § 1º
Membros eleitos da CIPA 1 ano 1 reeleição CLT, art. 164, § 3º
Conselho Curador do FGTS – Lei 8.036/90, art.
2 anos 1 recondução
titulares e suplentes 3º, § 3º
Além disso, há importantes requisitos a serem observados por estes membros do CC-FGTS:
Art. 3º, § 10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos
de reputação ilibada e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes
requisitos:
II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do
inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
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Lei 8.036/90, art. 3º, § 8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais
com representação no Conselho Curador do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura
administrativa de suporte para o exercício de sua competência e que atuará na função de
Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao Presidente do Conselho Curador
acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva.
Interessante é o mecanismo de transparência inerido na Lei do FGTS por meio da Lei 13.932/2019:
Art. 3º, § 4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem como gravadas e
transmitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará
acesso a todas as gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a
possibilidade de tratamento sigiloso de matérias assim classificadas na forma da lei.
➢ Interrupção contratual
Os representantes dos trabalhadores, em suas ausências para participação das atividades do Conselho
Curador, terão os contratos de trabalho interrompidos, ou seja, não haverá prestação de serviço ao
empregador, mas este afastamento será remunerado:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores
no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse órgão, serão abonadas,
computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.
Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a garantia provisória de emprego dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
A Lei do FGTS atribui ao órgão do Poder Executivo responsável pela política de habitação a gestão da
aplicação do FGTS, seguindo as normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador.
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Art. 4º. O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o órgão do Poder Executivo
responsável pela política de habitação, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel
de agente operador.
Acerca da aplicação dos recursos do FGTS é interessante destacar o seguinte trecho da lei:
Lei 8.036/90, art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas exclusivamente
segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS (...).
Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.
Além dos parcos 3% ao ano, a partir da Lei 13.446, de maio de 2017 (conversão da MP 763/2016), as contas
dos trabalhadores receberão uma distribuição de parte do resultado positivo do FGTS, o que contribuirá
para elevar a rentabilidade dos valores depositados nas contas vinculadas.
Agora, atenção porque o valor distribuído não integra a base de cálculo para a incidência da multa de 40%,
a ser paga pelo empregador no caso de dispensa sem justa causa:
Lei 8.036/1990, art. 13, § 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição
de resultado, acrescido de juros e atualização monetária, não integrará a base de cálculo
do depósito da multa rescisória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei.
Como destacado pelo art. 4º, o agente operador do FGTS é a Caixa Econômica Federal (CAIXA). As
atribuições da CAIXA como agente operador são enumeradas no artigo 7º:
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Lei 8.036/90, art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
(...)
X - realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por meio de sistemas informatizados
e auditáveis
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Neste tópico falaremos sobre a abrangência do FGTS, assim como sobre suas bases de cálculo, alíquotas e
prazos de recolhimento.
Com a CF/88 deixou de existir a estabilidade decenal (ressalvado o direito adquirido), e em seu lugar foi
estabelecido o FGTS, que abrange os empregados regidos pela CLT.
Deste modo, o FGTS é obrigatório para os empregados em geral, devendo ser depositado na conta vinculada
do trabalhador conforme definido na Lei 8.036/90 [Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
e dá outras providências].
O empregado rural também tem direito ao FGTS, havendo previsão neste sentido na Lei do Trabalho Rural
(Lei 5889/73):
Lei 5889/73, art. 20. Lei especial disporá sobre a aplicação ao trabalhador rural, no que
couber, do regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
Os trabalhadores avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade
de direitos destes com os empregados com vínculo permanente:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
(...)
Para não deixar dúvidas, a CLT previu, por meio da reforma trabalhista, que o trabalhador intermitente (que
é um empregado celetista) tem direito ao recolhimento do FGTS:
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CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
(...)
Como o inciso III não constava do parágrafo único, isto significava que a CF/88 não assegurou o acesso do
doméstico ao regime do FGTS.
Com a EC 72/20132 a redação do artigo único do art. 7º da CF/88 passou a ser a seguinte:
CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.
Deste modo, o empregador doméstico deverá inserir seu empregado no regime do FGTS, atendidas as
condições estabelecidas em lei.
Além disso, a LC 150 inovou ao criar um fundo para pagamento de indenização ao empregado no caso de
despedida sem justa causa.
Assim, além do depósito mensal do FGTS, a cada mês, o empregador doméstico é obrigado a depositar 3,2%
da remuneração mensal do empregado doméstico. Ao final do contrato de trabalho, caso o empregado seja
demitido sem justa causa, ele terá direito a sacar este fundo, de modo que esta será sua indenização.
Assim, o empregado doméstico não tem direito à multa de 40% do FGTS como os demais empregados
celetistas, já que esta foi substituída pela indenização recolhida mensalmente pelo empregador.
2
EC 72/2013, de 02/04/2013 - Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade
de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.
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LC 150, art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros
e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada
empregado, destinada ao pagamento da indenização compensatória da perda do
emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao empregado
doméstico o disposto nos §§ 1º a 3º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.
Notem que, matematicamente, esses 3,2% equivalem a 40% do valor mensal depositado pelo empregador
a título de FGTS. Ou seja, trata-se justamente de 40% da alíquota do FGTS que é de 8% ao mês.
Ainda no tocante aos empregados que têm direito ao FGTS é oportuno mencionar que a própria Lei 8.036/90
definiu, em seu artigo 15, §2º, a abrangência do regime:
Lei 8.036/90, art. 15, § 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços
a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os
autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.
Desta forma, as figuras não enquadradas como empregados (por faltar-lhes algum dos elementos fático-
jurídicos da relação de emprego) não fazem jus ao FGTS. Destes a lei citou os trabalhadores eventuais e os
autônomos.
Além disso, os trabalhadores regidos por lei própria (estatuto) também não possuem direito ao FGTS.
Por fim, é de mencionar que o empregado transferido para o exterior também tem direito ao FGTS, cuja base
de cálculo serão as parcelas de natureza salarial recebidas:
O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude
de prestação de serviços no exterior.
A lei do FGTS também fez menção ao que se considera empregador para seus fins:
Lei 8.036/90, art. 15, § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica
de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador
de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que
eventualmente venha obrigar-se.
Aqui é necessário ter cuidado com a questão semântica, pois nas hipóteses legalmente admitidas de
terceirização não podemos confundir o tomador da mão-de-obra com o empregador.
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Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.
Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o
dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 4574 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal (...).
Ainda quanto à alíquota, a Lei do FGTS estipulou regra diferenciada para o aprendiz:
Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.
Estas são, portanto, as alíquotas aplicáveis ao FGTS devido mensalmente ao empregado: 8% (empregados
em geral) e 2% (aprendizes).
Acerca da base de cálculo, não influenciam no FGTS (ou seja, não compõe sua base de cálculo) valores
recebidos a título de indenização, justamente por não terem natureza salarial.
Lei 8.036/90, art. 15, § 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as
parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.
Este dispositivo da Lei 8.212/91 (Plano de Custeio da Previdência Social) cita parcelas previdenciárias e
indenizatórias, corroborando o que foi afirmado anteriormente.
3
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 442.
4
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Nesta mesma linha, as férias indenizadas não compõem base de cálculo do FGTS:
Com relação ao aviso prévio, precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado
integram a base de cálculo dos haveres fundiários.
Esta interpretação de que o aviso indenizado compõe a base de cálculo do FGTS, provavelmente, decorre do
fato de que o aviso prévio, trabalhado ou indenizado, é computado como tempo de serviço.
“Não concordo com a orientação de que o FGTS incide sobre o aviso-prévio indenizado. Se
não há trabalho, não se pode falar em salário ou remuneração. (...) O fato de o aviso-prévio
indenizado importar projeção do tempo de serviço para todos os fins não quer dizer que
tal pagamento tenha natureza salarial, mas de indenização, pois não há prestação de
serviços”.
Ainda com relação a verbas indenizadas que compõem a base de cálculo do FGTS, é importante observar
que a própria Lei 8.036/90 inclui nesta a gratificação de natal (13º salário), quer sejam elas pagas durante o
contrato ou indenizadas na sua rescisão:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.
5
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 196-197.
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Outra observação importante sobre a base de cálculo do FGTS é que o TST entende que compõe a mesma
os adicionais eventuais:
Como aprendemos anteriormente, a verba, para ser considerada salarial, entre outros requisitos, demanda
seu pagamento com habitualidade. Aqui, entretanto, considerou-se que os adicionais eventuais também
devem ser considerados para o cálculo do FGTS.
Para finalizarmos este tópico, aproveito para referir a SUM-461, de junho de 2016, a respeito do ônus de
comprovar o regular recolhimento do FGTS:
Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:
Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros6.
Na prática esta atualização prevista na lei é conhecida como JAM – juros e atualização monetária.
6
Não computada a distribuição do resultado a que se refere o art. 13, § 5º, da Lei 8.036/1990.
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Quanto à nomenclatura do FGTS devido na rescisão, Sérgio Pinto Martins 7 entende que “a denominação
correta não é multa do FGTS, pois não se trata de penalidade. Trata-se de indenização em razão de dispensa
sem justa causa”.
Em que pese o fato, é recorrente o uso da expressão multa do FGTS (como disposto na própria jurisprudência
do TST).
Em se tratando de culpa recíproca (quando empregado e empregador dão causa à extinção do contrato,
reconhecido pela Justiça do Trabalho) a multa será de 20%:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
Da mesma forma, em se tratando de extinção por acordo (quando empregado e empregador decidem pôr
fim ao vínculo empregatício) a multa também será de 20%:
CLT, art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:
I - por metade:
(..)
No que tange à base de cálculo da multa rescisória, vimos que ela compreende o montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho.
E nos casos em que o empregado, por alguma das hipóteses legalmente admitidas, saca parte dos recursos
de sua conta bancária: este valor sacado será considerado para futura multa por dispensa sem justa causa?
A resposta é afirmativa; os valores dos saques devem, sim, ser considerados na base de cálculo (sendo
inclusive corrigidos monetariamente):
7
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Orientações Jurisprudenciais das SBDI 1 e 2 do TST. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 11.
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Este mesmo verbete, em seu item II, destaca que o cálculo da multa do FGTS considera a o
saldo na data do pagamento das verbas, sem considerar projeção do término do contrato
em face de aviso indenizado:
(...)
II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta
vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção
do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.
É oportuno frisar o caso dos domésticos que, em função do recolhimento mensal de 3,2% do salário, estes
não terão direito à multa de 40% em caso de dispensa imotivada, mas sim ao saque deste fundo.
Ainda com relação ao assunto FGTS na rescisão do contrato é oportuno mencionar o caso da aposentadoria
espontânea.
A resposta é negativa, pois ele pode se aposentar e continuar trabalhando na empresa. Neste caso, se, por
exemplo, o empregado trabalhou 30 (trinta) anos na empresa, se aposentou, continuou a laborar e 2 (dois)
anos depois foi demitido sem justa causa, a base de cálculo do FGTS rescisório será o montante depositado
- e devidamente atualizado - dos 32 (trinta e dois) anos:
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O prazo para o recolhimento mensal do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é estabelecido pelo artigo
15 da Lei do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.
Antes da Lei 14.438/2022 (MP 1.107/2022) o prazo para recolhimento era até o dia 7 de cada mês.
Pagamento das férias: até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período (CLT, art. 145).
Pagamento do FGTS: até o dia 20 de cada mês (Lei 8.036/90, art. 15).
Pagamento do salário: até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente ao vencido (CLT, art.
459, § 1º).
Como definido em lei, o FGTS deve ser depositado em conta bancária vinculada, ou seja, é incabível o
pagamento diretamente ao trabalhador.
Aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao empregado. Nesta linha, se
não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.
Entretanto, a par desta regra, a lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado.
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São elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
Deste modo, quando o empregado deixa de prestar serviços para cumprir o serviço militar obrigatório e,
também, quando está afastado em gozo de benefício previdenciário por ter sofrido acidente do trabalho,
permanece recebendo o FGTS em sua conta bancária vinculada.
Já nos casos de interrupção contratual o FGTS é devido, pois em tais circunstâncias, apensar de não haver
prestação de serviços, o salário continua sendo devido.
Decreto 99.648/90, art. 28. O depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também
nos casos de interrupção8 do contrato de trabalho prevista em lei, tais como:
IV - licença à gestante; e
V - licença-paternidade.
A partir da CF/88 exige-se concurso público para ingresso no serviço público, sem o que a admissão é nula:
CF/88, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.
(...)
8
Aqui temos um problema teórico, pois os períodos de prestação do serviço militar obrigatório (inciso I) e licença por acidente
(inciso III) são casos de suspensão contratual. No caso da licença-maternidade há controvérsias, mas sobrepõe-se o entendimento
de que se trata de interrupção contratual.
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Os empregados públicos, regidos pela CLT, têm direito ao FGTS. Nestes casos em que é declarada a nulidade
da admissão do empregado, este não poderá permanecer no serviço público, tendo em vista o vício ocorrido
em sua contratação.
Apesar disto, um dos direitos que o TST assegura nestes casos são os depósitos fundiários:
Lei 8.036/90, art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador
cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.
Reuni neste tópico da aula as regras sobre critérios de saque dos recursos pelo seu titular, as principais regras
quanto à fiscalização do cumprimento das obrigações de recolhimento e, também, a prescrição aplicável ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.
➢ Saque do FGTS
Os valores depositados nas contas bancárias vinculadas dos trabalhadores não são de livre movimentação
pelo seu titular.
A Lei 13.932 (resultante da conversão da medida provisória 889/2019) ampliou o rol de possibilidades de
saque do FGTS, criando a modalidade saque-aniversário.
Notem que, na nova legislação, o saque integral - a partir de 19/08/2019 - foi garantido apenas em relação
ao PIS-PASEP, em razão da modificação da redação do § 1º do artigo 4º da Lei Complementar 26/1975:
9
Servidor público (em sentido estrito), que é regido por estatuto e ocupa cargo público, não tem direito ao FGTS. Aqui a expressão
foi empregada de forma ampla, referindo-se a quem é regido pela CLT.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 20
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Art. 4º (...)
A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque (movimentação), que são as seguintes:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior
[demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem o saque];
I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A [extinção contratual por
acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
Em relação à hipótese acima, inserida pela reforma trabalhista, o saque fica limitado a 80% dos valores
depositados:
CLT, art. 484-A, § 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo [extinção por
acordo mútuo] permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.
Lei 8.036/90, art. 20, II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus
estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de
nulidade do contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do
empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de
contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for
o caso, por decisão judicial transitada em julgado;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
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a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;
a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;
(...)
Em relação ao inciso VIII acima, é preciso destacar hipótese de saque criada por meio da Lei 13.446, de maio
de 2017 (conversão da MP 763/2016)10, autorizando o saque das chamadas “contas inativas” do FGTS.
Trata-se do saque das contas de trabalhadores que tiveram vínculo extinto até 31/12/2015 e não sacaram
tais valores. Assim, se o empregado pediu demissão até 31/12/2015, ainda que tenha sido reempregado
posteriormente, ele não precisará aguardar os 3 anos previstos no inciso VIII do art. 22 para poder
movimentar sua conta.
Lei 8.036/1990, art. 20, § 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de
trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam isentas as exigências de que trata o
inciso VIII do caput deste artigo, podendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo
cronograma de atendimento estabelecido pelo agente operador do FGTS."(NR)
10
E regulamentada pelo Decreto 8.989, de fevereiro de 2017 (que alterou o Decreto 99.684/1990)
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 22
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X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.
XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de
7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do
saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, na data em que exercer a opção.
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 23
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a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;
Mais três hipóteses foram criadas pela Lei 13.932/2019, que incluiu os incisos XX a XXII no artigo 20 da Lei
nº 8.036/1990:
XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não
houver ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese
prevista no inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei [distribuição de valores de contas com salvo
positivo em 31/12];
----
Para reforçar o entendimento de que pedido de demissão não permite o saque do FGTS (e as consequências
práticas que isto gera) segue abaixo trecho da obra de Amauri Mascaro Nascimento11:
“O empregado não pede mais demissão – porque sabe que nesse caso não poderá sacar os
depósitos efetuados em sua conta -, preferindo pedir para ser mandado embora; o
empregador concorda, mas quer negociar parte dos valores que teria que pagar, em alguns
casos pedindo a restituição da multa, o que é ilegal. Esse problema incentiva a
irregularidade de simulações que ocorrem quando, no termo de homologação da dispensa,
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 24
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Buscando simplificar o pedido de movimentação da conta vinculada, a Lei 13.467, de julho de 2017,
estabeleceu que a própria anotação na CTPS do empregado é documento suficiente para o empregado
fundamentar seu pedido de movimentação:
A fiscalização quanto ao cumprimento das disposições da Lei 8.036/90, especialmente quanto aos depósitos
fundiários, cabe ao Ministério do Trabalho (atualmente).
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IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente
da remuneração;
Pode-se citar, por exemplo, os casos em que o empregador deixa de incluir na base de cálculo do FGTS
rubricas de natureza salarial como adicional de horas extraordinárias, adicional noturno, etc. Quando isto
ocorre, o FGTS é recolhido a menor.
No exemplo acima o Auditor-Fiscal do Trabalho notifica a empresa para que seja feito o recolhimento
faltante no prazo, e o não atendimento configura infração.
Por fim, também caracterizará infração se negar a promover a retificação das informações:
VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art.
17-A, no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo
administrativo que reconheceu a procedência da notificação de débito decorrente de
omissão, erro, fraude ou sonegação constatados. [MP 1.107/2022]
Além disso:
14
CLT, Título VII - DO PROCESSO DE MULTAS ADMINISTRATIVAS.
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Acerca deste último parágrafo é de se destacar que os AFT utilizam rotineiramente os sistemas
informatizados da CAIXA para consulta e pesquisa das contas vinculadas dos trabalhadores, para fins de
verificação da regularidade dos recolhimentos fundiários.
➢ Prescrição do FGTS
Após novembro de 2014, a prescrição do FGTS segue as mesmas regras da prescrição das demais verbas
trabalhistas: é bienal, ou seja, ele possui prazo de 2 anos (após cessado o vínculo) para ajuizar a
==245596==
correspondente ação trabalhista. Além disso, existe também a prescrição quinquenal, que permite ao
empregado reclamar a falta de pagamento de valores devidos nos últimos 5 anos do contrato.
Antes de novembro de 2014, valia o prazo de 30 anos (ao invés de 5) para prescrição quanto ao recolhimento
do FGTS, com base no disposto na Lei do FGTS:
Esta interpretação era confirmada pela SUM 362 do TST, mas, com a mudança do posicionamento do STF, a
Súmula foi revista da seguinte forma:
Portanto, em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão
geral reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos
da prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.
Assim, o último entendimento do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária,
mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista. Na sequência, a Lei do FGTS foi alterada para
suprimir a menção à prescrição trintenária.
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Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:
Ciência da lesão ao direito após a decisão do Ciência da lesão ao direito antes da decisão do
STF STF
(13/11/2014)
O que ocorrer primeiro entre:
Mas, se, por exemplo, em novembro/2014, já houvesse 27 anos de prescrição, com o novo entendimento
do STF, restariam 5 anos ou apenas 3 para se operar a prescrição?
Como em novembro/2014 (data da decisão do STF), já havia 27 anos de prazo prescricional, se contássemos
mais 5 anos, o prazo se encerraria em 2019. E, por outro lado, se contabilizássemos os 3 anos restantes, o
prazo daria em 2017. Como a regra é pelo que ocorrer primeiro, concluímos que restariam apenas 3 anos
para a prescrição (pois valeria a trintenária).
De qualquer maneira, a prescrição do FGTS deve observar também o prazo de 2 anos após o término do
contrato. Antigamente era relevante a diferenciação entre a falta do depósito mensal e o recolhimento
fundiário a menor, já que, no primeiro caso, era trintenária a prescrição (respeitada a prescrição bienal),
sendo, no segundo quinquenal.
Com a mudança do posicionamento quanto à prescrição do FGTS esta diferenciação possui pouco relevância
prática agora.
--------
É ainda importante destacar que havendo prescrição de parcela remuneratória (por exemplo, adicional
noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:
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Dessa forma, se um empregado deixou de receber horas extras, por exemplo, que lhe eram devidas e operou-
se a prescrição trabalhista em relação à pretensão de recebimento dessas horas extras, sabemos que o
empregado não mais poderá exigir tal recebimento em face do empregador. Assim sendo, como houve a
prescrição do recebimento da parcela remuneratória (horas extras), não há mais que se falar em
recebimento do respectivo recolhimento do FGTS.
Antes de encerrar este tópico, destaco que a legislação exige, para algumas das hipóteses de saque, que, em
regra, o próprio titular compareça à agência da Caixa e solicite pessoalmente o saque (até para evitar
fraudes):
A exceção, como visto acima, diz respeito ao titular que sofre de grave moléstia, comprovada por perícia
médica.
De toda forma, em março de 2018, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade
de tal regra15, confirmando a necessidade de comparecimento pessoal do titular da conta vinculada do FGTS
para efetuar o saque nas hipóteses previstas.
15
ADIs 2.382, 2.425 e 2.479. Decisão Plenária em 14/3/2018.
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CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)
CF/88, art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração
Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3
de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos
termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o §
3º deste artigo1.
(...)
1
Aqui se faz menção ao abono do PIS/PASEP, estudado na aula sobre “remuneração e salário”.
1
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A primeira delas é que fará jus ao benefício do seguro-desemprego o trabalhador que estiver desempregado
de forma involuntária, o que significa dizer que, quando o empregado (urbano ou rural) pede demissão, não
poderá requerê-lo.
Da mesma forma, se o empregado é demitido por justa causa ou pelo término de contrato a prazo
determinado, não fará jus ao benefício.
Outra observação a ser feita é que o seguro-desemprego também será devido nos casos em que se trate de
trabalhador resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo. Esta
possibilidade foi inserida na lei em 2002.
Os resgates são realizados por equipes de Auditores-Fiscais do Trabalho, e nas rescisões dos contratos
(realizadas sob ação fiscal) os trabalhadores que se encontravam na situação de degradância recebem as
guias para receberem o seguro-desemprego.
Além disso, os empregados domésticos também devem ter acesso ao seguro-desemprego, após a LC 150,
de junho de 2015.
Há ainda outra categoria cujo acesso ao seguro-desemprego foi regulamentado: é a dos pescadores
profissionais artesanais, que terão acesso ao seguro-desemprego durante o período de defeso (em que a
pesca é proibida para a preservação das espécies).
Estas regras gerais podem ser mais bem visualizadas no quadro abaixo:
Em caso de desemprego
Trabalhadores urbanos e
»» »» involuntário, inclusive rescisão
rurais
indireta.
Trabalhador resgatado de
Beneficiários regime de trabalho forçado Após terem sido resgatados em
»» »»
do Seguro- ou da condição análoga à de ação fiscal.
Desemprego escravo
Pescadores profissionais
»» »» Durante o período de defeso.
artesanais
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Este é um benefício previdenciário a cargo da Previdência Social (e pago pelo Ministério do Trabalho):
CF/88, art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:
(...)
Trataremos aqui das regras específicas do seguro-desemprego em relação aos empregados urbano e rural,
destacando, nos tópicos seguintes, as diferenças mais importantes.
Observa-se que algumas regras foram alteradas pela MP 665, editada em dezembro de 2014, e
posteriormente pela Lei 13.134, publicada em junho de 2015. As alterações ainda não foram
regulamentadas, já que a Resolução CODEFAT2 nº 467/05 é anterior às mudanças.
Nem todo empregado demitido fará jus ao seguro-desemprego. Alguém que, por exemplo, tenha ingressado
no mercado de trabalho formal e, após alguns dias de trabalho tenha sido demitido sem justa causa, não
poderá requerer este benefício.
I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a:
a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos dezoito meses imediatamente anteriores à data
da dispensa, quando da primeira solicitação;
b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos doze meses imediatamente anteriores à data da
dispensa, quando da segunda solicitação; e
2
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
3
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c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa quando das
demais solicitações;
V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua
família.
Para facilitar, as regras alteradas em dezembro de 2014 (e posteriormente em junho de 2015), contidas no
inciso I, encontram-se compiladas no quadro abaixo:
Demais
no mínimo 6 meses nos 6 meses anteriores à dispensa
solicitações
Ainda com relação às condições para concessão do Seguro-Desemprego, é importante saber que a Lei
7.998/90 foi alterada em 2011, ocasião em que foram incluídos os seguintes parágrafos no seu art. 3º:
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Esta alteração legislativa busca conciliar estes dois objetivos do Programa, e também dificultar as fraudes
(onde há simulação de demissão sem justa causa para o recebimento do seguro-desemprego
concomitantemente à continuidade da prestação de serviços sem o devido registro em carteira de trabalho).
§ 3º A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo
considerará, entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento
do benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.
PRONATEC é a sigla como é conhecido o Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, que busca ofertar
aos empregados desempregados o acesso a cursos de educação profissional e tecnológica. Busca-se, aqui,
qualificar o empregado segurado.
Com isso, havendo a disponibilização das bolsas-formação pelo PRONATEC, ou vaga gratuita na rede de
educação profissional e tecnológica, o empregado que requereu o seguro-desemprego deverá participar
deste curso.
Havendo recusa do trabalhador à participação no curso ou sua evasão (quando ele deixa de frequentar ou
simplesmente abandona o curso), o benefício será cancelado pelo MTb.
A Lei 8.900/1994 foi revogada em dezembro de 2014 por meio da MP 665 (convertida na Lei 13.134/2015),
condicionando o recebimento da assistência financeira temporária à quantidade de solicitações anteriores:
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de 12 a 23 meses 4 parcelas
1a solicitação
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 9 a 11 meses 3 parcelas
2a solicitação de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 6 a 11 meses 3 parcelas
Demais solicitações de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
Por fim, vale ressaltar a previsão de que fração igual ou superior a 15 dias conta como mês integral para
cálculo da quantidade de parcelas:
Art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês
integral para os efeitos do § 2º.
É possível, ainda, que o CODEFAT prolongue a quantidade de parcelas prevista no caput do artigo 4º em até
2 (duas) parcelas adicionais:
Lei 7.998/90, art. 4º, § 4º - O período máximo de que trata o caput poderá ser
excepcionalmente prolongado em até dois meses, para grupos específicos de segurados, a
critério do Codefat, (...).
3
Resolução CODEFAT nº 467, de 21 de dezembro de 2005.
7
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A título de exemplo, em 2011 o CODEFAT publicou resolução prolongando em até 2 meses a concessão do
Seguro-Desemprego aos empregados demitidos em municípios atingidos pelas enchentes ocorridas à época,
que tenham sido objeto de declaração de calamidade pública.
O valor das parcelas do seguro-desemprego deverá considerar a média dos salários dos últimos 3 (três)
meses anteriores à dispensa.
Lei 7.998/90, art. 5º, § 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos
salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em
BTN4 pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.
A mesma lei assegura que a parcela não será inferior ao salário mínimo:
Lei 7.998/90, art. 5º, § 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário
mínimo.
Sobre o valor do benefício e sua forma de cálculo segue abaixo trecho da Resolução CODEFAT nº 699, de
agosto de 2012, que alterou a Resolução 467/05:
Resolução CODEFAT 467/05, art. 9º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
média aritmética dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa.
§ 1º Os salários dos três últimos meses utilizados para o cálculo da média aritmética de que
trata o caput deste artigo, referem-se aos salários de contribuição estabelecido no Inciso
I, art. 28 da Lei 8.2125, de 24 de julho de 1991, informados no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS.
4
BTN é a sigla para Bônus do Tesouro Nacional, título extinto cujo valor oscilava de acordo com a inflação
do período.
5 Lei 8.212/90 [Plano de Custeio da Previdência Social], art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou sentença normativa;
8
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decorrentes de determinação judicial. Nestes casos, as cópias dos documentos deverão ser
arquivadas junto ao Requerimento de Seguro-Desemprego.
§ 3º O salário será calculado com base no mês completo de trabalho, mesmo que o
trabalhador não tenha trabalhado integralmente em qualquer dos três últimos meses.
O CNIS, citado acima, é uma base de dados da Previdência Social onde constam dados dos trabalhadores e
da remuneração que o empregador declarou pagar a eles.
Assim, a Resolução CODEFAT definiu que o salário de contribuição constante do CNIS será utilizado para se
encontrar a média salarial dos três últimos meses.
Nos casos em que não esteja registrado no CNIS o salário de contribuição do empregado nos meses em
referência, o § 2º admite, excepcionalmente, o uso dos valores registrados na CTPS do trabalhador no
contracheque ou, ainda, nos documentos decorrentes de determinação judicial.
Agora uma observação importante: o valor da parcela seguro-desemprego não será o valor exato da média
apurada conforme os critérios acima descritos.
Esta média apenas baliza o enquadramento do valor em alguma das faixas definidas pelo CODEFAT, em
consonância com a previsão da Lei 7.998/906.
Sendo assim, de tempos em tempos o CODEFAT publica Portaria definido e atualizando valores de referência.
Atualmente a Resolução 707, de janeiro de 20137, estipula que o valor do benefício do seguro-desemprego
obedecerá ao seguinte:
Resolução 707/2013, art. 1º - O reajuste das três faixas salariais necessárias ao cálculo do
valor do benefício Seguro-Desemprego, de que trata o artigo 5º da Lei nº 7.998/1990,
observará a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, calculado e
divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acumulada
nos doze meses anteriores ao mês de reajuste.
6Lei 7998/90, art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado
segundo 3 (três) faixas salariais, (...)
7 Revogou a Resolução 685/2011.
9
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A Resolução 707/2013, apesar de ter revogado expressamente a Resolução 685/2011, não estabeleceu as
novas faixas salariais para o cálculo do benefício. Assim, anualmente o Ministério da Economia divulga os
valores de referência do seguro-desemprego. Para o ano de 2023, foram divulgados os seguintes:
O valor da parcela pode ser calculado de maneira diferenciada nos casos em que o empregado demitido não
tenha recebido os últimos 3 salários do empregador: é o caso de quem estava no emprego há menos tempo,
tenha prestado serviço militar ou tenha ficado afastado recebendo auxílio-doença:
Inicialmente frise-se que, na dispensa imotivada, caberá ao empregador fornecer ao empregado demitido o
Requerimento do Seguro-Desemprego – RSD e a Comunicação de Dispensa – CD, com as quais o trabalhador
poderá dar entrada em seu requerimento.
Caso o empregador não cumpra este requisito, o empregado não conseguirá ter acesso ao benefício, e nestes
casos o TST entende que caberá ao empregador indenizar o empregado:
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(...)
Com relação ao prazo que o empregado demitido possui para dar entrada em seu requerimento, a Resolução
estabelece que
Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 14. Os documentos de que trata o artigo anterior
deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7º (sétimo) e até o 120º
(centésimo vigésimo) dias subsequentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho
e Emprego por intermédio dos postos credenciados das suas Delegacias, do Sistema
Nacional de Emprego – SINE e Entidades Parceiras.
Em relação ao período aquisitivo do direito à percepção de cada uma das parcelas, o mesmo normativo
estipulou a seguinte regra:
§ 1º O trabalhador fará jus ao pagamento integral das parcelas subsequentes para cada
mês, por fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de desemprego.
§ 2º A primeira parcela será liberada trinta dias após a data do requerimento e as demais
a cada intervalo de 30 (trinta) dias, contados da emissão da parcela anterior.
Se, por exemplo, o empregado faria jus a 5 parcelas mas obteve novo emprego antes de decorridos os prazos
definidos no artigo 17, mesmo já estando em novo trabalho ele continuará recebendo todas as parcelas?
Não teria lógica, né? Neste exemplo, ele receberia as parcelas relativas ao período de efetivo desemprego,
e as demais seriam suspensas. É o que veremos a seguir.
➢ Suspensão do seguro-desemprego
Disciplinando os casos em que eventos futuros, apesar de não configurarem irregularidade, incompatibilizam
a continuidade da percepção do benefício, o art. 18 elenca as hipóteses nas quais ocorre a suspensão do
seguro-desemprego. São elas:
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No primeiro caso o empregado obteve nova colocação no mercado de trabalho, e por isto deixa de fazer jus
às parcelas que seriam devidas caso continuasse na situação de desempregado.
No segundo caso o empregado passou a receber benefício de prestação continuada da Previdência Social
(por exemplo, auxílio doença) e, por este motivo, seu seguro-desemprego também será suspenso.
Ocorrendo algumas destas situações, numa futura demissão sem justa causa as parcelas não recebidas deste
mesmo período aquisitivo poderão ser retomadas.
Além destas possibilidades, outros eventos irão cancelar o benefício do seguro-desemprego. Neste caso, não
será viável retomar a percepção de parcelas não recebidas.
➢ Cancelamento do seguro-desemprego
Algumas situações estabelecidas em lei podem justificar o cancelamento do seguro-desemprego que havia
sido concedido ao empregado.
As atuais possibilidades de cancelamento foram inseridas na Lei 7.998/90 no final de 2011, e são as
seguintes:
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
§ 1º Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de 2
(dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-
desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.
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➢ Intransferibilidade do benefício
O Seguro-Desemprego é intransferível, ou seja, tem direito a recebê-lo o próprio empregado demitido que
preencheu os requisitos legais.
Desta forma, somente em casos excepcionais é que terceiros poderão receber seguro-desemprego a que
tinha direito o empregado demitido.
I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;
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Lei 7.998/90, art. 3º, § 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do
Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado
em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com carga horária mínima de 160
(cento e sessenta) horas.
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IV - ausência civil, quando serão pagas parcelas vencidas ao curador designado pelo Juiz,
mediante certidão judicial de nomeação do curador habilitado à prática do ato;
Percebam que todas as alíneas tratam de parcelas vencidas, ou seja, parcelas cujo direito já foi adquirido
pelo empregado demitido.
As parcelas vincendas (que ainda não venceram) não serão pagas a terceiros.
Quando estudamos o assunto “Término do contrato de trabalho” vimos que existe o chamado PDV -
Programa de Demissão Voluntária –, também conhecido como PIDV - Plano de Incentivo à Demissão
Voluntária.
Esta é uma situação em que o empregador oferece incentivos financeiros para a demissão dos empregados
interessados.
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O regramento sobre quantidade e valor das parcelas da assistência financeira, neste caso, é diferenciado (em
relação ao urbano e rural).
A Lei 7.998/90 (alterada em 2002 neste sentido) e a Resolução CODEFAT 306/02 estabelecem o valor fixo de
um salário mínimo e a quantidade máxima de 03 (três) parcelas:
Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).
Seguro-Desemprego do doméstico
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LC 150, art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao
benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no
valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua
ou alternada.
Assim, a regra aqui também é diferenciada em relação aos urbanos e rurais: não se aplica o limite máximo
de 05 (cinco) parcelas e nem o cálculo de médias remuneratórias para definição do valor da parcela. O valor
é fixo de 1 salário-mínimo e são, no máximo, 3 parcelas.
LC 150, art. 26, § 2º O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das
demais sanções cíveis e penais cabíveis:
I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
A lei 10.779/03 dispõe sobre a concessão do benefício de seguro desemprego, durante o período de defeso,
ao pescador profissional que exerce a atividade pesqueira de forma artesanal. Ressalta-se que esta lei foi
alterada pela MP 665, editada em dezembro de 2014.
Além da referida lei, há as Resoluções CODEFAT 657/10 e 759/2016 que também regulamentam a referida
concessão.
Sobre o beneficiário deste seguro e as condições gerais em que será devido, o artigo 1º da Lei 10.779/03
estabelece que:
Lei 10.779/03, art. 1º - O pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do inciso VII do art.
12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e a alínea “b” do inciso VII do art. 11 da Lei no
8.213, de 24 de julho de 1991, desde que exerça sua atividade profissional
ininterruptamente, de forma artesanal e individualmente ou em regime de economia
familiar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário-mínimo
mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a preservação da
espécie.
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§ 6º A concessão do benefício não será extensível às atividades de apoio à pesca e nem aos
familiares do pescador profissional que não satisfaçam os requisitos e as condições
estabelecidos nesta Lei.
Sobre as condições para concessão do seguro-desemprego aos pescadores a Lei 10.779/03, originariamente,
previa que o trabalhador deveria apresentar ao Ministério do Trabalho “atestado da Colônia de Pescadores
a que esteja filiado, com jurisdição sobre a área onde atue o pescador artesanal”, comprovando o exercício
da profissão, entre outros atributos.
Como estudamos em aula anterior, a Constituição assegura a liberdade de associação, em suas dimensões
positiva e negativa (liberdade de se associar, de não ser obrigado a filiar-se e nem de permanecer associado).
Com isso, a Lei acabou por obrigar os pescadores a se associarem à colônia de pescadores da região, sob
pena de inviabilizar o acesso ao benefício.
Apesar do nobre intuito da lei (evitar a fraude por parte de quem, sem ser pescador, declara-se como tal
durante o defeso para receber indevidamente o seguro-desemprego), esta violou a Constituição, e o citado
dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI 3.464, cuja ementa segue abaixo:
Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 2º, IV, “a”, “b” e “c”, da Lei nº 10.779/03. Filiação
à colônia de pescadores para habilitação ao seguro-desemprego. Princípios da liberdade
de associação e da liberdade sindical (arts. 5º, XX, e 8º, V, da Constituição Federal).
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Para contornar o impasse, o CODEFAT publicou Resolução que estabelece os requisitos necessários para a
habilitação dos pescadores artesanais ao seguro-desemprego:
II - possuir inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS como segurado especial;
III - possuir nota fiscal de venda do pescado a adquirente pessoa jurídica, ou pessoa física
equiparada à jurídica no período compreendido entre o término do defeso anterior e o
início do defeso atual;
IV - na hipótese de não atender ao inciso III e ter vendido sua produção a pessoa física,
possuir comprovante de recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
constando em matrícula própria no Cadastro Específico - CEI, no período compreendido
entre o término do defeso anterior e o início do defeso atual;
VI - não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho, ou outra fonte de renda
diversa da decorrente da pesca.
Após a edição da MP 665, em dezembro de 2014, caberá ao INSS (não mais ao MTb) receber e processar os
pedidos de seguro-desemprego do pescador artesanal:
Para ter direito ao benefício, o pescador deverá obedecer a algumas condições estabelecidas na MP 665:
Art. 2º, § 1º - Para fazer jus ao benefício, o pescador não poderá estar em gozo de nenhum
benefício decorrente de programa de transferência de renda com condicionalidades ou de
benefício previdenciário ou assistencial de natureza continuada, exceto pensão por morte
e auxílio-acidente.
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c) que não dispõe de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.
Em relação à quantidade de parcelas, como se verifica, não existe limite pré-definido: a duração da
assistência financeira temporária está vinculada ao período de defeso, que é determinado pelo MMA
(Ministério do Meio Ambiente)/IBAMA.
§ 2º Quando o fim do defeso for antecipado pelo MMA e MPA, o prazo para Requerimento
de que trata o caput será antecipado, observado o mesmo período.
Como o pescador artesanal não é empregado, e tendo em vista a natureza especial de sua função que enseja
o recebimento do seguro-desemprego, as condições do cancelamento são um pouco diferenciadas (em
relação ao urbano e rural).
A Resolução CODEFAT 657/10 definiu o seguinte sobre o cancelamento do seguro desemprego do pescador
artesanal:
Resolução CODEFAT 657/10, art. 14. O Seguro-Desemprego será cancelado nas seguintes
hipóteses:
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Bolsa qualificação
A bolsa qualificação é benefício que foi incluído na Lei 7.998/90 por medida provisória, e se aplicará aos casos
em que o contrato de trabalho do empregado é suspenso para participação em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador (lay-off):
CLT, art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a
cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação
profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal
do empregado (...).
Aqui não há, portanto, exatamente uma situação de desemprego: a bolsa qualificação será concedida aos
empregados cujos contratos de trabalho estejam suspensos, aos moldes do art. 476-A da CLT.
Conforme previsto na Lei 7.998/90, esta bolsa será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT),
assim como o Seguro-Desemprego, adequando-se à finalidade deste Programa indicada no inciso II de seu
art. 2º9, da seguinte forma:
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Lei 7.998/90, art. 2º-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, fica instituída a bolsa
de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à
qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de
participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo
celebrado para este fim.
Estabelecida a suspensão contratual por meio de negociação coletiva e aquiescência formal do empregado,
para viabilizar a concessão da bolsa qualificação o empregador deve tomar as seguintes providências:
Resolução CODEFAT 591/09, art. 3º Para concessão do benefício de que trata o caput do
art. 1º, o empregador deverá informar à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
a suspensão do contrato de trabalho acompanhado dos seguintes documentos:
Cumpridas estas formalidades, os empregados atingidos pela medida deverão se dirigir aos postos de
atendimento do MTb para dar entrada em seus requerimentos.
Por fim, ressaltam-se abaixo as hipóteses de suspensão e cancelamento da bolsa qualificação, que possuem
algumas diferenças em relação ao seguro-desemprego em face da situação peculiar em que é concedida:
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de
orientação, recolocação e qualificação profissional.
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RESUMO
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CONCLUSÃO
Bom pessoal, estamos chegando ao final de nossa aula.
A Lei do FGTS é curta, e a jurisprudência do TST sobre o tema não é extensa; precisamos garantir um bom
desempenho em questões deste assunto.
É interessante atentar para o fato de que o FGTS, com a EC 72/2013 e a LC 150/2015, foi assegurado aos
domésticos.
Espero que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos à
disposição para auxiliá-los(as).
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QUESTÕES COMENTADAS
FGTS
Comentários:
Gabarito (E), segundo a Lei 8.036/90, art. 20, que prevê as hipóteses de saque. A FCC tentou confundir o
candidato com a redação dos incisos I, I-A, X, XV, XVI e XVIII do art. 20, como comentado a seguir.
A letra (A), incorreta, já que o “implante”, em regra, não permite o saque. Caso contrário, teríamos saque
do FGTS para implante de qualquer objeto, como um implante dentário ou de uma prótese de silicone, o que
iria colidir com o espírito da lei =)
Por outro lado, admite-se o saque do FGTS especificamente para aquisição de prótese ou órtese para fins de
inclusão social:
Lei 8.036/1990, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
A letra (B) peca no final da frase. A necessidade pessoal e urgente autoriza o saque, desde que decorrente
de desastre natural, nos termos de regulamentação do Poder Executivo:
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Lei 8.036/1990, art. 20, XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de
desastre natural, conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
(..)
A letra (C), incorreta, já que o prazo legal da suspensão do trabalho avulso é de 90 dias:
Lei 8.036/1990, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
Muito embora a suspensão por 120 dias se enquadre na regra acima, fica claro que a Banca desejava saber
se o candidato conhecia a regra correta.
A letra (D), incorreta, pois o saque em virtude de idade avançada se dá com 70 anos do trabalhador,
independentemente do seu gênero:
Lei 8.036/1990, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.
A letra (E), correta, tendo em vista que são hipóteses autorizadoras do saque:
Lei 8.036/1990, art. 20, I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa
recíproca e de força maior [demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem
o saque];
Lei 8.036/1990, art. 20, I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A
[extinção contratual por acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;
Reparem, por fim, que a ‘extinção do contrato de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e
empregador’ tem o saque limitado a 80% dos valores depositados.
Gabarito (E)
Comentários:
Item correto de acordo com hipótese de saque prevista na Lei 8.036 (inserida pela Lei 13.146/2015):
Lei 8.036/90, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.
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Gabarito: Correta
(E) A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando houver suspensão total do
trabalho avulso por período igual ou superior a sessenta dias, comprovada por declaração do sindicato
representativo da categoria profissional.
Comentários:
A letra (A), incorreta, pois quando falamos em FGTS, até mesmo adicionais eventuais (e não apenas os
‘habituais’) repercutem no seu recolhimento:
A letra (B), incorreta, já que o atual entendimento é de que a prescrição do FGTS segue o mesmo prazo das
demais verbas trabalhistas:
A letra (C), incorreta, já que nas hipóteses de culpa recíproca ou força maior a multa rescisória será de 20%:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º [multa
compensatória do FGTS] será de 20 (vinte) por cento.
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A letra (D), correta, pois o entendimento do TST é de que havendo prescrição de parcela remuneratória (por
exemplo, adicional noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:
Por fim, a letra (E) está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do avulso é de
90 dias, não de 60:
Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
Gabarito (D)
Comentários:
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A proposição III, incorreta, pois tal competência é do agente operador do FGTS (Caixa):
Lei 8.036/90, art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
(..)
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
Gabarito (D)
Comentários:
Segundo a Lei do FGTS, a fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações fundiárias, especialmente
quanto aos depósitos ao FGTS, cabe ao Ministério do Trabalho:
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Gabarito: Errada
Comentários:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;
A alternativa (A), incorreta, já que não há qualquer exceção para as entidades sem fins lucrativos. Elas
também são obrigadas ao recolhimento do FGTS de seus empregados:
Lei 8.036/1990, art. 15, § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica
de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador
de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que
eventualmente venha obrigar-se.
A alternativa (B), incorreta, já que os trabalhadores que estiverem sob o regime da estabilidade (anterior à
CF88) podem optar, a qualquer momento, pelo regime do FGTS:
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Lei 8.036/1990, art. 14, §4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo
FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à data de sua admissão, quando
posterior àquela.
A alternativa (C), incorreta, já que, neste caso, o pagamento não é diretamente ao empregado, mas
mediante depósito na conta vinculada do trabalhador:
Lei 8.036/1990, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros.
A alternativa (E), incorreta, já que as empresas poderão efetuar o recolhimento do FGTS de seus diretores
que não sejam empregados:
Lei 8.036/1990, art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação
trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores
sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração
previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo.
Gabarito (D)
Comentários:
Em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão geral
reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos da
prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.
Fazendo uso da modulação dos efeitos da sentença, o STF decidiu, ainda, que o prazo prescricional de 5 anos
somente valeria para os casos posteriores à sua decisão, sendo que, para os casos antigos, ainda valeria o
prazo que se consumar primeiro: ou 30 anos do início da contagem do prazo; ou 5 anos a partir da decisão.
Nesse cenário, em junho de 2015, o TST reviu o teor da Súmula 362, para a seguinte redação:
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Assim, o recente entendimento do TST e do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais
trintenária, mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista.
Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:
Gabarito: correta
Comentários:
O gabarito é letra (B), pois trata-se da aplicação direta do disposto na Lei 8.036/90, art. 20, X, transcrito
abaixo.
Pelo mesmo motivo, a letra ‘C’ está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do
avulso é de 90 dias, não de 120:
Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.
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Ademais, não há necessidade alguma de autorização da suspensão pelo MTb. Portanto, a letra ‘D’ também
está incorreta.
A letra ‘E’ está incorreta porquanto o saque por motivo de idade é de 70 anos ou mais:
Lei 8.036/90, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.
Agora no início, quanto à letra ‘A’, lembramos que os trabalhadores avulsos têm os mesmos direitos
trabalhistas dos empregados, o que inclui direito ao FGTS e ao seu saque. Relembrando: Os trabalhadores
avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade de direitos destes
com os empregados com vínculo permanente:
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
(...)
Gabarito (B)
Comentários:
Em relação à incidência do FGTS sobre a ajuda de custo, é importante lembrar que essa parcela não tem
natureza salarial (CLT, art. 457, § 2º). Portanto, não fazendo parte do salário ou da remuneração do
empregado, não haverá FGTS sobre tal parcela, já que o FGTS incide sobre as parcelas remuneratórias:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
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A regra geral é que, não havendo remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não haverá FGTS.
Entretanto, a par desta regra, a Lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado. São elas
o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
Gabarito: Correta
Comentários:
A Lei 8.036/90 [Lei do FGTS] delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais não se incluem a
demissão com justa causa e pedido de demissão:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
1
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, (...).
(...)
Gabarito (A)
Comentários:
As incorreções das alternativas (A) e (B) se verificam com a leitura do art. 15 da Lei do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4572 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
A letra (C), correta, tratou de um dos casos de suspensão contratual onde o depósito fundiário continua
sendo devido:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
2
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Na alternativa (D) foi tratado da multa rescisória. Em geral a alíquota é de 40%, mas no caso de culpa
recíproca e força maior a multa é devida à alíquota de 20%:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais quando o empregado
permanecer três anos ininterruptos, fora do regime do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
(...)
Gabarito (C)
Comentários:
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A assertiva I, incorreta, afirma que é vedada a recondução dos membros do conselho curador do FGTS:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 4573 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal (...).
Para deixar mais claro quanto às horas extras e aos adicionais eventuais:
A assertiva III está em perfeita consonância com a jurisprudência. Portanto, com relação ao aviso prévio,
precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado integram a base de cálculo dos
haveres fundiários.
A assertiva IV está incorreta, pois o saque por motivo de idade somente ocorre quando o trabalhador
completa 70 anos ou mais.
Gabarito (A)
3
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Conforme previsão legal, a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada em algumas
situações, EXCETO:
(A) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 60 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(B) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior.
(C) aposentadoria concedida pela Previdência Social.
(D) extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei nº
6.019/74.
(E) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 70 anos.
Comentários:
A letra (A) é a incorreta, pois a suspensão contratual do avulso deve ser de 90 dias para ensejar o saque do
FGTS. As demais letras encontram-se previstas na Lei 8.036/90, art. 20.
Gabarito (A)
Comentários:
O gabarito é a letra (B), porquanto a aposentadoria por invalidez consiste em suspensão do contrato de
trabalho. Nesse caso, aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao
empregado. Todavia, se não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.
- letra ‘A’: está em desacordo com a Súmula 63 do TST, segundo a qual o FGTS incide até mesmo sobre as
horas extraordinários e sobre os adicionais eventuais;
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- letra ‘C’: a regra de que durante a suspensão contratual não há FGTS comporta duas exceções. São
elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:
Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.
- letra ‘D’: O aprendiz terá direito ao depósito do FGTS, todavia com alíquota reduzida de 2% (dois por cento)
da sua remuneração paga ou devida.
Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.
- letra ‘E’: Controverte-se a jurisprudência e a doutrina sobre a penhorabilidade da conta vinculada. Não
foram encontradas decisões pela possibilidade de penhora em execuções trabalhistas. Há decisões do STJ,
contudo, afirmando que seria admitida a penhora em execuções de verba alimentar.
Gabarito (B)
Comentários:
Gabarito (A)
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Comentários:
Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.
Gabarito (D)
Comentários:
A alternativa (A) está incorreta porque se permite uma recondução dos representantes dos trabalhadores e
dos empregadores:
Lei 8.036/90, art. 3º, Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
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Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 72
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titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
As alternativas (B) e (C) estão incorretas porque a presidência do Conselho Curador recai sobre
representante do Ministério do Trabalho:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.
Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a estabilidade provisória dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):
Quanto à alternativa (D), ela tentou iludir o candidato falando sobre candidatura (cabível no caso de
dirigente sindical). A estabilidade provisória, aqui, ocorre da nomeação até um ano após o término do
mandato:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.
Por fim, a letra (E) está correta, conforme art. 3º, § 4º, da Lei 8.036/90:
Gabarito (E)
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Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 73
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III. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato de
dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
IV. O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:
(A) II, III e IV.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I, II e IV.
Comentários:
A proposição I está incorreta porque a presidência do Conselho Curador recai sobre representante do
Ministério do Trabalho:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.
A proposição II está correta, porque, de fato, os representantes dos trabalhadores e dos empregadores são
indicados por suas centrais e nomeados pelo "Poder Executivo" (na época desta prova a nomeação era
atribuída ao então Ministério do Trabalho):
Lei 8.036/90, art. 3º, §3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
A proposição III, também correta, é amparada no mesmo art. 3º, § 3º, visto acima.
Gabarito (A)
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Comentários:
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
Gabarito (C)
Comentários:
Lei 8.036/90, art. 3º, §3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.
Gabarito: Correta
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Nos casos de dispensa sem justa causa, rescisão indireta e dispensa com culpa recíproca judicialmente
reconhecida, cabe ao empregador o pagamento do acréscimo rescisório de 40% do montante de todos os
depósitos realizados do FGTS, atualizados monetariamente e acrescidos dos juros legais, mediante o
depósito em conta bancária vinculada em nome do empregado.
Comentários:
Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.
Gabarito: Errada
Comentários:
Proposição incorreta, pois todas estas hipóteses citadas na questão estão enumeradas no artigo 20, ou seja,
autorizam a movimentação. O alvará judicial, conduto, caberá apenas na hipótese de falecimento do
trabalhador.
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;
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Gabarito: Errada
Comentários:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4574 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Gabarito: Errada
Comentários:
Gabarito: Errada
Comentários:
Proposição incorreta, pois parcelas de natureza salarial serão sempre base de cálculo do FGTS.
4
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude
de prestação de serviços no exterior.
Gabarito: Errada
Comentários:
Alternativa correta. A Súmula abaixo reforça que serão base de cálculo mesmo quando pagas
eventualmente:
Gabarito: Correta
Comentários:
Alternativa correta, pois os depósitos fundiários devem ser feitos em conta vinculada, não se admitindo
pagamento direto ao empregado:
Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4575 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).
Gabarito: Correta
5
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Comentários:
O gabarito é (A).
Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
Gabarito (A)
Comentários:
Alternativa correta.
Gabarito: Correta
23
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No caso de nulidade de contratação do empregado, por ausência de prévia aprovação em concurso público,
esse empregado tem direito a receber, com relação ao período em que trabalhou, o salário acordado entre
empregador e empregado,
(A) bem como os valores referentes aos depósitos do FGTS, somente.
(B) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a multa indenizatória de 40% sobre o FGTS.
(C) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a anotação da CTPS.
(D) os valores referentes aos depósitos do FGTS, o aviso prévio, o décimo terceiro salário, as férias
proporcionais, o depósito e multa de 40% do FGTS, mas não se reconhece o vínculo de emprego.
Comentários:
A resposta é letra (A) de acordo com a jurisprudência do TST e dispositivo da Lei 8.036/90:
Lei 8.036/90, art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador
cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.
Gabarito (A)
Comentários:
Gabarito: Correta
6
Servidor público (em sentido estrito), que é regido por estatuto e ocupa cargo público, não tem direito ao FGTS. Aqui a expressão
foi empregada de forma ampla, referindo-se a quem é regido pela CLT.
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Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 80
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As despedidas imotivadas, feitas pelo empregador, garantem ao empregado, nos contratos por prazo
indeterminado, indenização compensatória correspondente, como multa rescisória, a 40% do valor do FGTS
devido.
Comentários:
Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:
Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros.
Gabarito: Correta
Comentários:
O gabarito é letra (C), pois a Lei do FGTS determinava que ao Fundo se aplica a prescrição trintenária.
Entretanto, também se deve observar a prescrição bienal.
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Contudo, em recente entendimento, o STF declarou que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária, mas
observaria os mesmos prazos da prescrição trabalhista, o que foi posteriormente acolhido pela TST na nova
redação da Súmula 362:
Gabarito (C)
Comentários:
Alternativa incorreta, atualmente, mas correta, à época da prova. A incorreção apresenta-se com
fundamento no entendimento recente do STF e do TST.
Gabarito: Errada
Comentários:
As hipóteses de movimentação da conta vinculada estão enumeradas no artigo 20 da Lei do FGTS, que inclui
os casos citados na presente questão:
Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:
I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;
Gabarito: Correta
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Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 82
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Comentários:
Aviso prévio não trabalhado (indenizado) é um caso em que, apesar da verba ser indenizatória, será incluído
na base de cálculo do FGTS devido.
Com relação ao aviso prévio, então, precisamos ficar atentos: tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado
integram a base de cálculo dos haveres fundiários:
Gabarito: correta
Comentários:
Como aprendemos anteriormente, a verba, para ser considerada salarial, entre outros requisitos, demanda
seu pagamento com habitualidade. Aqui, entretanto, considerou-se que os adicionais eventuais também
devem ser considerados para o cálculo do FGTS.
Gabarito: correta
Comentários:
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Havia a mencionada liberalidade do empregador para incluir o doméstico no regime do FGTS7, mas com a EC
72/2013 passou a ser direito assegurado ao doméstico. Além disso, com a nova regulamentação dos
domésticos, a LC 150 regulamentou a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS para eles.
Gabarito: errada
Comentários:
Gabarito: Errada
7
Lei 8.036/90, art. 15, § 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista
em lei.
28
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QUESTÕES COMENTADAS
Seguro Desemprego
Comentários:
Gabarito: Correta
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I. Marcos não faz jus à indenização do valor relativo ao seguro-desemprego, pois a relação laboral com
Henrique somente teve duração de quatro meses.
II. Marcos deve receber indenização substitutiva, observando-se parâmetro correspondente a três parcelas
do seguro-desemprego.
III. Apenas o mês integralmente trabalhado será reputado para os efeitos de apuração do período máximo
de percepção das parcelas de seguro-desemprego ou indenização substitutiva, quando frustrado o benefício
pelo ex-empregador.
Está respaldado na legislação vigente, nas Súmulas e nas Orientações Jurisprudenciais do Tribunal Superior
do Trabalho o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) II.
(C) I e III. ==245596==
(D) I.
Comentários:
A assertiva I está incorreta. Como foi dispensado sem justa causa, o empregador era obrigado a fornecer a
guia para o empregado. O não fornecimento gera o direito à indenização, nos termos da jurisprudência do
TST:
(...)
Em primeiro lugar, notem que Marcos trabalhou de 30/11/2016 a 31/3/2017. Todavia, com a projeção do
aviso prévio (30 dias), nos termos do art. 487, § 1º, da CLT, sabemos que seu contrato vigeu de 30/11/2016
a 30/4/2017, totalizando, neste vínculo, 5 meses de contrato.
Além disso, é possível constatar a existência de vínculo anterior do mesmo empregado, de 10/04/2016 a
13/08/2016. Em relação a este vínculo pretérito, temos o cômputo de mais 4 meses, nos termos do
dispositivo abaixo:
Lei 7.998/90, art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será
havida como mês integral para os efeitos do § 2º.
Ou seja, computam-se os meses de abril (mais de 15 dias de trabalho), maio, junho e julho. Estes 4 meses
somados aos 5 meses do último vínculo, totalizam 9 meses de vínculo.
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Assim, como trata-se da segunda solicitação do empregado e temos o cômputo de 9 meses de vínculo,
Marcos terá direito a 3 parcelas, com fundamento no inciso II do §2º do art. 4º da Lei 7.998:
(..)
A assertiva III, incorreta, tendo em vista que a fração igual ou superior a 15 dias também deve ser
considerada:
Lei 7.998/90, art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será
havida como mês integral para os efeitos do § 2º.
Gabarito (B)
Comentários:
de 12 a 23 meses 4 parcelas
1a solicitação
no mínimo 24 meses 5 parcelas
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de 9 a 11 meses 3 parcelas
2a solicitação de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 6 a 11 meses 3 parcelas
Demais solicitações de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
Gabarito (D)
Comentários:
Consultando a tabela-resumo do art. 4º da Lei 7.998/90, observamos que Marta terá sim direito a receber o
benefício, de onde já eliminamos as alternativas (B), (C) e (D).
Agora, é preciso perceber que, para a primeira solicitação, exige-se, no mínimo, 12 meses de vínculo
empregatício, ao passo que, na segunda, este requisito cai para 9 meses.
Gabarito (E)
Comentários:
Embora a Lei 7.998 chame de “finalidade”, podemos observar os objetivos de “assistência temporária do
trabalhador desempregado” e “qualificação profissional” no seu art. 2º.
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Mas veja que o Seguro-Desemprego não tem por objetivo a “preservação do emprego. Em geral, o
empregado já se encontrada em situação de desemprego quando é socorrido pelo SD.
Gabarito: Errada
Comentários:
Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).
Gabarito: Errada
Comentários:
Trata-se da bolsa-qualificação, também custeada com recursos do FAT, referente ao lay-off regulamentado
no art. 476-A da CLT1:
1
CLT, art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do
empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão
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Lei 7.998/90, art. 2º-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º2, fica instituída a bolsa
de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à
qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de
participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo
celebrado para este fim.
Gabarito: Correta
Comentários:
Alternativa incorreta, pois a Lei 7.998/90 (alterada em 2002 neste sentido) e a Resolução CODEFAT 306/02
estabelecem o valor fixo de um salário mínimo e a quantidade máxima de 03 (três) parcelas:
Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).
Gabarito: Errada
contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o
disposto no art. 471 desta Consolidação.
2
Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:
(...)
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional.
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Comentários:
Alternativa incorreta, pois o seguro-desemprego somente será devido na dispensa involuntária (sem justa
causa):
CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
(...)
Gabarito: Errada
Comentários:
Alternativa correta, pois se o empregado demitido possui outra fonte de renda que lhe permita sustentar
sua família, ele não faz jus ao seguro-desemprego:
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II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica durante,
pelo menos, 06 (seis) meses nos últimos 36 (trinta e seis) meses que antecederam a data
de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego;
IV - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente a sua manutenção e de sua
família.
Gabarito: Correta
Comentários:
Gabarito: Errada
Comentários:
Lei 7.998/90, art. 5º, § 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário
mínimo.
Gabarito: Errada
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Comentários:
Alternativa incorreta. Uma das finalidades do seguro é a assistência financeira temporária, e se o empregado
conseguiu obter novo emprego, não faria sentido continuar pagando o benefício a ele.
No primeiro caso o empregado obteve nova colocação no mercado de trabalho, e por isto deixa de fazer jus
às parcelas que seriam devidas caso continuasse na situação de desempregado.
No segundo caso o empregado passou a receber benefício de prestação continuada da Previdência Social
(por exemplo, auxílio doença) e, por este motivo, seu seguro-desemprego também será suspenso.
Gabarito: Errada
Comentários:
Como comentamos na aula, as atuais possibilidades de cancelamento foram inseridas na Lei 7.998/90 no
final de 2011, e são as seguintes:
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
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Gabarito: Correta
Comentários:
Como se pode verificar no art. 8º da Lei 7.998/90 (citado na questão anterior) a falsidade de declaração é
motivo para cancelamento do benefício.
Gabarito: Errada
Comentários:
I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;
Sobre morte e seguro-desemprego, há que se atentar para o fato de que as parcelas já vencidas poderão ser
recebidas pelos herdeiros:
I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;
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Gabarito: Errada
Comentários:
Existe previsão de que o requerimento deve ser feito a partir do 7º dia contado da data da dispensa:
Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 14. Os documentos de que trata o artigo anterior
deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7º (sétimo) e até o 120º
(centésimo vigésimo) dias subsequentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho
e Emprego por intermédio dos postos credenciados das suas Delegacias, do Sistema
Nacional de Emprego – SINE e Entidades Parceiras.
Gabarito: Errada
Comentários:
De fato, no caso dos resgatados o valor da parcela é fixo e o limite máximo de parcelas é 03 (três):
Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).
Gabarito: Correta
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como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido à condição análoga à de escravo, em decorrência
de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
c) não é devido aos que percebam qualquer benefício previdenciário, porquanto não deve servir de plus
remuneratório.
d) poderá ser convertido em indenização do equivalente em dinheiro, cujo recurso deverá provir do Fundo
de Amparo ao Trabalhador, caso o empregador não forneça as guias necessárias e o trabalhador comprove
perante o órgão competente sua situação de desemprego, além do preenchimento dos demais requisitos
legais.
e) poderá ser usufruído pelos herdeiros ou sucessores do segurado, caso a morte deste último sobrevenha
quando em curso o recebimento das parcelas reconhecidas como devidas.
Comentários:
A alternativa (B) está incorreta porque a previsão legal é de que, regra geral, haja 03 a 05 parcelas do
benefício:
Na alternativa (C) sugere-se que o seguro-desemprego “não deve servir de plus remuneratório”. Esta
assertiva está correta, e, por este motivo, quando o empregado demitido possui outra fonte de renda
(suficiente a sua manutenção e de sua família) ele não receberá o benefício.
Entretanto, a legislação ressalva as hipóteses em que o segurado esteja recebendo auxílio-acidente e pensão
por morte. Assim, o erro da alternativa é falar da incompatibilidade do seguro com “qualquer benefício
previdenciário”:
Sobre a alternativa (D), quando o empregado não tem acesso ao seguro-desemprego por não ter recebido
as guias, fará jus a indenização, mas este ônus caberá ao empregador, e não ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT):
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(...)
(...)
I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;
Gabarito (A)
Comentários:
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O gabarito é letra (E), pois a morte do segurado é hipótese de cancelamento do benefício (vide questão
anterior).
A alternativa (A) está incorreta pelo que comentamos anteriormente: existem exceções quanto a benefícios
de prestação continuada.
Na alternativa (B), incorreta, a questão sugeriu que o parâmetro para a definição do valor do benefício seria
a prova dos valores percebidos durante o período aquisitivo.
Resolução CODEFAT 467/05, art. 9º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
média aritmética dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa.
§ 1º Os salários dos três últimos meses utilizados para o cálculo da média aritmética de que
trata o caput deste artigo, referem-se aos salários de contribuição estabelecido no Inciso
I, art. 28 da Lei 8.2123, de 24 de julho de 1991, informados no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS.
A alternativa (C) também está incorreta, pois o demitido que possui renda própria suficiente para manter
sua família não tem direito ao benefício:
(...)
3
Lei 8.212/90 [Plano de Custeio da Previdência Social], art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;
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IV - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente a sua manutenção e de sua
família.
Sobre a alternativa (D), a legislação estabelece, como regra, o período aquisitivo de 16 meses:
Gabarito (E)
Comentários:
A modalidade de extinção contratual denominada culpa recíproca não consta na lei como sendo hipótese de
percepção do seguro-desemprego.
Gabarito: Errada
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LISTA DE QUESTÕES
FGTS
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 100
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II. O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à contribuição para o
FGTS.
III. Caberá ao Conselho Curador do FGTS, na qualidade de agente operador, emitir Certificado de
Regularidade do FGTS.
IV. Quando ocorrer rescisão do contrato de trabalho por culpa recíproca ou força maior reconhecida pela
Justiça do Trabalho, o percentual devido relativo à multa pela rescisão será de 20%.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) III e IV.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 101
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Um trabalhador avulso teve seu trabalho suspenso de forma total pelo período de 90 dias, tendo sido tal
suspensão comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional. Nesse caso, em
relação ao FGTS, de acordo com a legislação aplicável, os valores depositados em sua conta vinculada
(A) não poderão ser sacados tendo em vista que o saque de FGTS do trabalhador avulso só ocorre por ocasião
da aposentadoria do mesmo.
(B) poderão ser sacados, eis que preenchidos os requisitos legais para tanto.
(C) não poderão ser sacados, uma vez que a suspensão do trabalho não completou o período de 120 dias.
(D) só poderão ser sacados se a suspensão do trabalho for autorizada pelo Ministério do Trabalho.
(E) só poderão ser sacados se o trabalhador tiver completado 65 anos de idade.
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II. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados
pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo Ministro do Trabalho e da
Previdência Social.
III. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato de
dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
IV. O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:
(A) II, III e IV.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I, II e IV.
==245596==
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As despedidas imotivadas, feitas pelo empregador, garantem ao empregado, nos contratos por prazo
indeterminado, indenização compensatória correspondente, como multa rescisória, a 40% do valor do FGTS
devido.
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GABARITO
1. E 14. B 27. C
2. C 15. A 28. A
3. D 16. D 29. C
4. D 17. E 30. A
5. E 18. A 31. C
6. D 19. C 32. C
7. C 20. C 33. C
8. B 21. E 34. E
9. C 22. E 35. C
10. A 23. E 36. C
11. C 24. E 37. C
12. A 25. E 38. E
13. A 26. C 39. E
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LISTA DE QUESTÕES
Seguro Desemprego
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a) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 15 meses.
b) terá direito a 5 parcelas do seguro-desemprego.
c) terá direito a 6 parcelas do seguro-desemprego.
d) terá direito a 4 parcelas do seguro-desemprego.
e) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 18 meses.
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do grupo móvel, será dessa situação resgatado e terá direito a seis parcelas de seguro-desemprego no valor
de um salário mínimo cada.
Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 111
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Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do Trabalho - AFT) Direito do Trabalho - 2023 (Pré-Edital) 112
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GABARITO
1. C 8. E 15. E
2. B 9. E 16. E
3. D 10. C 17. E
4. E 11. E 18. C
5. E 12. E 19. A
6. E 13. E 20. E
7. C 14. C 21. E
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