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Aula 11

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Aula 11

Ministério do Trabalho (Auditor Fiscal do


Trabalho - AFT) Direito do Trabalho -
2023 (Pré-Edital)

Autor:
Antonio Daud

25 de Fevereiro de 2023

78664969515 - Maria Auxiliadora Silva Araujo


Antonio Daud
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Índice
1) FGTS (Lei 8.036/1990)
..............................................................................................................................................................................................3

2) Seguro-desemprego (Lei 7.998/1990)


..............................................................................................................................................................................................
30

3) Questões Comentadas - FGTS (Lei 8.036/1990) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
57

4) Questões Comentadas - Seguro-Desemprego (Lei 7.998 de 1990) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
85

5) Lista de Questões - FGTS (Lei 8.036/1990) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
100

6) Lista de Questões - Seguro-Desemprego (Lei 7.998 de 1990) - Cebraspe


..............................................................................................................................................................................................
109

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INTRODUÇÃO
Oi, amigos (as),

Estamos quase no final do curso!

Esta aula é específica dos assuntos Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e Seguro-Desemprego.
Destaco que esta versão da aula já considera a MP 1.107/2022, bem como as alterações promovidas pela Lei
14.179/2021 (conversão da MP 1.028/2021).

Vamos ao trabalho!

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FGTS (LEI 8.036/1990)


Para iniciar o assunto Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) trago à aula os antecedentes históricos
e objetivo do Fundo, conforme lição de Amauri Mascaro Nascimento1:

“Ao empregado demitido sem justa causa após completar um ano no mesmo emprego, o
empregador era obrigado a pagar indenização de dispensa. Ao completar dez anos no
mesmo emprego, o empregado tornava-se estável. Isso quer dizer que não poderia mais
ser despedido, salvo se cometesse justa causa ou diante da ocorrência, na vida da empresa,
de um motivo de força maior. Esse sistema, que não está mais em vigor, foi substituído
pelo FGTS. A estabilidade decenal foi bastante burlada por empresas que,
sistematicamente, às vésperas dos dez anos, despediam ou transferiam o empregado para
localidades distantes, com o propósito de evitar os seus efeitos, e a indenização nem
sempre era paga, especialmente quanto a empresas quebradas. A maior transformação,
em nosso país, sobre os meios pelos quais o empregado, ao ser despedido sem justa causa,
deve ser reparado, foi em 1988, com a generalização do FGTS a todo empregado,
independentemente de opção do mesmo, como antes se exigia. Antes da modificação, a
reparação se fazia com o pagamento direto, pelo empregador, de uma indenização
proporcional ao seu salário e tempo de emprego (...). Surgiu, então, em 1967, o FGTS, com
dois objetivos: substituir a indenização e a estabilidade pela conta bancária (...). Para
dificultar a dispensa, quando sem justa causa, criou-se um direito a mais: a denominada
multa [40%] (...)”.

Na atual Constituição Federal o direito ao FGTS consta do seu artigo 7º:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

Estrutura e gestão do FGTS


INCIDÊNCIA EM PROVA: MÉDIA

Neste trecho da aula falaremos sobre a constituição, gestão, operação, normatização e demais aspectos
sobre a maneira como o FGTS foi concebido e organizado pela Lei 8.036/90.

1
NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Op. cit., p. 383-384.

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Veremos as principais disposições deste diploma legal, ressaltando que este conteúdo é frequente em provas
de Tribunais do Trabalho.

➢ Conselho Curador

O FGTS é um fundo bilionário regido por um Conselho Curador: este Conselho, conforme previsto na Lei
8.036/90, será tripartite: contará com representantes de trabalhadores, empregadores e do governo.

Lei 8.036/90, art. 3º O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um
Conselho Curador, composto por representação de trabalhadores, empregadores e órgãos
e entidades governamentais, na forma estabelecida pelo Poder Executivo.

A representação do governo, dos trabalhadores e empregadores será composta por integrantes dos
seguintes órgãos e entidades governamentais (Decreto 10.905/2021):

I - um representante do Ministério do Trabalho e Previdência, que o presidirá;

II - um representante da Casa Civil da Presidência da República;

III - dois representantes do Ministério da Economia;

IV - um representante do Ministério da Infraestrutura;

V - um representante do Ministério do Desenvolvimento Regional;

VI - um representante de cada uma das três centrais sindicais com maior índice de
representatividade dos trabalhadores, nos termos do ato a que se refere o § 2º do art. 4º
da Lei nº 11.648, de 2008; e

VII - três representantes dos empregadores, indicados pelas seguintes entidades:

a) Confederação Nacional da Indústria;

b) Confederação Nacional do Sistema Financeiro; e

c) Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo.

Sobre a representação dos trabalhadores e dos empregadores no Conselho Curador do Fundo de Garantia
do Tempo de Serviço – CCFGTS – o § 3º da Lei do FGTS assim dispõe:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como
membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por
período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

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Comparando a duração do mandato e a possibilidade de recondução do Conselho Curador do FGTS com


outras comissões estudadas, temos o seguinte:

Duração do
Comissão/Conselho Permite recondução? Fundamento
mandato
Comissão de Conciliação Prévia
1 ano 1 recondução CLT, art. 625-B, III
(CCP) – titulares e suplentes
Não (proibida reeleição por CLT, art. 510-D,
Comissões de Entendimento Direto 1 ano
2 períodos subsequentes) caput, e § 1º
Membros eleitos da CIPA 1 ano 1 reeleição CLT, art. 164, § 3º
Conselho Curador do FGTS – Lei 8.036/90, art.
2 anos 1 recondução
titulares e suplentes 3º, § 3º

Além disso, há importantes requisitos a serem observados por estes membros do CC-FGTS:

Art. 3º, § 10. Os membros do Conselho Curador do FGTS serão escolhidos dentre cidadãos
de reputação ilibada e de notório conhecimento, e deverão ser atendidos os seguintes
requisitos:

I - ter formação acadêmica superior;

II - não se enquadrar nas hipóteses de inelegibilidade previstas nas alíneas “a” a “q” do
inciso I do caput do art. 1º da Lei Complementar nº 64, de 18 de maio de 1990.
(Incluído pela Lei nº 13.932, de 2019)

Quanto às reuniões do Conselho Curador é oportuno destacar o que segue:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada


bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido
convocação, qualquer de seus membros poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias.
Havendo necessidade, qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na
forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.

Lei 8.036/90, art. 3º, § 6º As despesas porventura exigidas para o comparecimento às


reuniões do Conselho constituirão ônus das respectivas entidades representadas.

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Lei 8.036/90, art. 3º, § 8º O Poder Executivo designará, entre os órgãos governamentais
com representação no Conselho Curador do FGTS, aquele que lhe proporcionará estrutura
administrativa de suporte para o exercício de sua competência e que atuará na função de
Secretaria Executiva do colegiado, não permitido ao Presidente do Conselho Curador
acumular a titularidade dessa Secretaria Executiva.

Interessante é o mecanismo de transparência inerido na Lei do FGTS por meio da Lei 13.932/2019:

Art. 3º, § 4º-A. As reuniões do Conselho Curador serão públicas, bem como gravadas e
transmitidas ao vivo por meio do sítio do FGTS na internet, o qual também possibilitará
acesso a todas as gravações que tiverem sido efetuadas dessas reuniões, resguardada a
possibilidade de tratamento sigiloso de matérias assim classificadas na forma da lei.

➢ Interrupção contratual

Os representantes dos trabalhadores, em suas ausências para participação das atividades do Conselho
Curador, terão os contratos de trabalho interrompidos, ou seja, não haverá prestação de serviço ao
empregador, mas este afastamento será remunerado:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 7º As ausências ao trabalho dos representantes dos trabalhadores
no Conselho Curador, decorrentes das atividades desse órgão, serão abonadas,
computando-se como jornada efetivamente trabalhada para todos os fins e efeitos legais.

➢ Estabilidade dos representantes dos trabalhadores

Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a garantia provisória de emprego dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):

Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.

Abaixo uma questão de prova sobre o assunto, correta:

CESPE – CAIXA - Advogado – 2010 (Adaptada)


O membro do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), representante dos
trabalhadores, tem estabilidade garantida desde a nomeação até um ano após o final do seu mandato, que
será de dois anos.
➢ Gestão da aplicação do FGTS

A Lei do FGTS atribui ao órgão do Poder Executivo responsável pela política de habitação a gestão da
aplicação do FGTS, seguindo as normas e diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador.

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Art. 4º. O gestor da aplicação dos recursos do FGTS será o órgão do Poder Executivo
responsável pela política de habitação, e caberá à Caixa Econômica Federal (CEF) o papel
de agente operador.

Acerca da aplicação dos recursos do FGTS é interessante destacar o seguinte trecho da lei:

Lei 8.036/90, art. 9º As aplicações com recursos do FGTS serão realizadas exclusivamente
segundo critérios fixados pelo Conselho Curador do FGTS (...).

§ 2º Os recursos do FGTS deverão ser aplicados em habitação, em saneamento básico, em


infraestrutura urbana e em operações de crédito destinadas às entidades hospitalares
filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência,
e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS, desde que as
disponibilidades financeiras sejam mantidas em volume que satisfaça as condições de
liquidez e de remuneração mínima necessária à preservação do poder aquisitivo da moeda.

§ 3º O programa de aplicações deverá destinar:

I - no mínimo, 60% (sessenta por cento) para investimentos em habitação popular; e,

II - 5% (cinco por cento) para operações de crédito destinadas às entidades hospitalares


filantrópicas, bem como a instituições que atuam no campo para pessoas com deficiência,
e sem fins lucrativos que participem de forma complementar do SUS.

Quanto à forma de correção do valor depositado, a lei determina os seguintes parâmetros:

Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

Além dos parcos 3% ao ano, a partir da Lei 13.446, de maio de 2017 (conversão da MP 763/2016), as contas
dos trabalhadores receberão uma distribuição de parte do resultado positivo do FGTS, o que contribuirá
para elevar a rentabilidade dos valores depositados nas contas vinculadas.

Agora, atenção porque o valor distribuído não integra a base de cálculo para a incidência da multa de 40%,
a ser paga pelo empregador no caso de dispensa sem justa causa:

Lei 8.036/1990, art. 13, § 7º O valor creditado nas contas vinculadas a título de distribuição
de resultado, acrescido de juros e atualização monetária, não integrará a base de cálculo
do depósito da multa rescisória de que tratam os §§ 1º e 2º do art. 18 desta Lei.

➢ Agente operador do FGTS

Como destacado pelo art. 4º, o agente operador do FGTS é a Caixa Econômica Federal (CAIXA). As
atribuições da CAIXA como agente operador são enumeradas no artigo 7º:

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Lei 8.036/90, art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:

I - centralizar os recursos do FGTS, manter e controlar as contas vinculadas, e emitir


regularmente os extratos individuais correspondentes às contas vinculadas e participar da
rede arrecadadora dos recursos do FGTS;

II - expedir atos normativos referentes aos procedimentos adiministrativo-operacionais dos


bancos depositários, dos agentes financeiros, dos empregadores e dos trabalhadores,
integrantes do sistema do FGTS;

III - definir procedimentos operacionais necessários à execução dos programas


estabelecidos pelo Conselho Curador, com base nas normas e diretrizes de aplicação
elaboradas pelo gestor da aplicação;

IV - elaborar as análises jurídica e econômico-financeira dos projetos de habitação popular,


infra-estrutura urbana e saneamento básico a serem financiados com recursos do FGTS;

V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;

VI - elaborar as demonstrações financeiras do FGTS, incluídos o Balanço Patrimonial, a


Demonstração do Resultado do Exercício e a Demonstração de Fluxo de Caixa, em
conformidade com as Normas Contábeis Brasileiras, e encaminhá-las, até 30 de abril do
exercício subsequente, ao gestor de aplicação;

VII - implementar atos emanados do gestor da aplicação relativos à alocação e à aplicação


dos recursos do FGTS, de acordo com as diretrizes estabelecidas pelo Conselho Curador;

(...)

IX - garantir aos recursos alocados ao FI-FGTS, em cotas de titularidade do FGTS, a


remuneração aplicável às contas vinculadas, na forma do caput do art. 13 desta Lei.

X - realizar todas as aplicações com recursos do FGTS por meio de sistemas informatizados
e auditáveis

XI - colocar à disposição do Conselho Curador, em formato digital, as informações


gerenciais que estejam sob gestão do agente operador e que sejam necessárias ao
desempenho das atribuições daquele colegiado.

Conceitos, base de cálculo, alíquota e prazo de recolhimento


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Neste tópico falaremos sobre a abrangência do FGTS, assim como sobre suas bases de cálculo, alíquotas e
prazos de recolhimento.

➢ Empregados abrangidos pelo regime do FGTS

Com a CF/88 deixou de existir a estabilidade decenal (ressalvado o direito adquirido), e em seu lugar foi
estabelecido o FGTS, que abrange os empregados regidos pela CLT.

Deste modo, o FGTS é obrigatório para os empregados em geral, devendo ser depositado na conta vinculada
do trabalhador conforme definido na Lei 8.036/90 [Dispõe sobre o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço,
e dá outras providências].

O empregado rural também tem direito ao FGTS, havendo previsão neste sentido na Lei do Trabalho Rural
(Lei 5889/73):

Lei 5889/73, art. 20. Lei especial disporá sobre a aplicação ao trabalhador rural, no que
couber, do regime do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

Os trabalhadores avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade
de direitos destes com os empregados com vínculo permanente:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

(...)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e


o trabalhador avulso.

Para não deixar dúvidas, a CLT previu, por meio da reforma trabalhista, que o trabalhador intermitente (que
é um empregado celetista) tem direito ao recolhimento do FGTS:

CLT, art. 452-A, § 8o O empregador efetuará o recolhimento da contribuição previdenciária


e o depósito do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, na forma da lei, com base nos
valores pagos no período mensal e fornecerá ao empregado [intermitente] comprovante
do cumprimento dessas obrigações.

Os trabalhadores domésticos, antes da EC 72/2013, não tinham assegurado o direito ao FGTS.

Vejamos o que estabelecia a CF/88:

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CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

(...)

Parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos os direitos


previstos nos incisos IV, VI, VIII, XV, XVII, XVIII, XIX, XXI e XXIV, bem como a sua integração
à previdência social.

Como o inciso III não constava do parágrafo único, isto significava que a CF/88 não assegurou o acesso do
doméstico ao regime do FGTS.

Com a EC 72/20132 a redação do artigo único do art. 7º da CF/88 passou a ser a seguinte:

CF/88, art. 7º, parágrafo único. São assegurados à categoria dos trabalhadores domésticos
os direitos previstos nos incisos IV, VI, VII, VIII, X, XIII, XV, XVI, XVII, XVIII, XIX, XXI, XXII, XXIV,
XXVI, XXX, XXXI e XXXIII e, atendidas as condições estabelecidas em lei e observada a
simplificação do cumprimento das obrigações tributárias, principais e acessórias,
decorrentes da relação de trabalho e suas peculiaridades, os previstos nos incisos I, II, III,
IX, XII, XXV e XXVIII, bem como a sua integração à previdência social.

Deste modo, o empregador doméstico deverá inserir seu empregado no regime do FGTS, atendidas as
condições estabelecidas em lei.

A LC 150/2015 regulamentou o dispositivo constitucional, de modo que é sim obrigatório o pagamento de


FGTS também aos trabalhadores domésticos (na alíquota de 8%).

Além disso, a LC 150 inovou ao criar um fundo para pagamento de indenização ao empregado no caso de
despedida sem justa causa.

Assim, além do depósito mensal do FGTS, a cada mês, o empregador doméstico é obrigado a depositar 3,2%
da remuneração mensal do empregado doméstico. Ao final do contrato de trabalho, caso o empregado seja
demitido sem justa causa, ele terá direito a sacar este fundo, de modo que esta será sua indenização.

Assim, o empregado doméstico não tem direito à multa de 40% do FGTS como os demais empregados
celetistas, já que esta foi substituída pela indenização recolhida mensalmente pelo empregador.

2
EC 72/2013, de 02/04/2013 - Altera a redação do parágrafo único do art. 7º da Constituição Federal para estabelecer a igualdade
de direitos trabalhistas entre os trabalhadores domésticos e os demais trabalhadores urbanos e rurais.

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LC 150, art. 22. O empregador doméstico depositará a importância de 3,2% (três inteiros
e dois décimos por cento) sobre a remuneração devida, no mês anterior, a cada
empregado, destinada ao pagamento da indenização compensatória da perda do
emprego, sem justa causa ou por culpa do empregador, não se aplicando ao empregado
doméstico o disposto nos §§ 1º a 3º do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990.

Notem que, matematicamente, esses 3,2% equivalem a 40% do valor mensal depositado pelo empregador
a título de FGTS. Ou seja, trata-se justamente de 40% da alíquota do FGTS que é de 8% ao mês.

Ainda no tocante aos empregados que têm direito ao FGTS é oportuno mencionar que a própria Lei 8.036/90
definiu, em seu artigo 15, §2º, a abrangência do regime:

Lei 8.036/90, art. 15, § 2º Considera-se trabalhador toda pessoa física que prestar serviços
a empregador, a locador ou tomador de mão-de-obra, excluídos os eventuais, os
autônomos e os servidores públicos civis e militares sujeitos a regime jurídico próprio.

Desta forma, as figuras não enquadradas como empregados (por faltar-lhes algum dos elementos fático-
jurídicos da relação de emprego) não fazem jus ao FGTS. Destes a lei citou os trabalhadores eventuais e os
autônomos.

Além disso, os trabalhadores regidos por lei própria (estatuto) também não possuem direito ao FGTS.

Por fim, é de mencionar que o empregado transferido para o exterior também tem direito ao FGTS, cuja base
de cálculo serão as parcelas de natureza salarial recebidas:

OJ-SDI1-232 FGTS. INCIDÊNCIA. EMPREGADO TRANSFERIDO PARA O EXTERIOR.


REMUNERAÇÃO

O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude
de prestação de serviços no exterior.

➢ Empregador para fins da Lei 8.036/90

A lei do FGTS também fez menção ao que se considera empregador para seus fins:

Lei 8.036/90, art. 15, § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica
de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador
de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que
eventualmente venha obrigar-se.

Aqui é necessário ter cuidado com a questão semântica, pois nas hipóteses legalmente admitidas de
terceirização não podemos confundir o tomador da mão-de-obra com o empregador.

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Sobre a terminologia do dispositivo citado, Mauricio Godinho Delgado3 explica que

“É óbvio que, do ponto de vista técnico-jurídico, o tomador de serviços terceirizados não


constitui empregador do obreiro terceirizado, uma vez que este se vincula à empresa
terceirizante (ao contrário do que fala, portanto, o § 1º do art. 15 citado)”.

➢ Base de cálculo e alíquota do FGTS mensal

A base de cálculo do FGTS é a remuneração, e a alíquota, em geral, é de 8% (oito por cento):

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.

Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a depositar, até o
dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância correspondente a 8
(oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada trabalhador,
incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 4574 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal (...).

Ainda quanto à alíquota, a Lei do FGTS estipulou regra diferenciada para o aprendiz:

Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.

Estas são, portanto, as alíquotas aplicáveis ao FGTS devido mensalmente ao empregado: 8% (empregados
em geral) e 2% (aprendizes).

Acerca da base de cálculo, não influenciam no FGTS (ou seja, não compõe sua base de cálculo) valores
recebidos a título de indenização, justamente por não terem natureza salarial.

Na Lei do FGTS consta disposição de que:

Lei 8.036/90, art. 15, § 6º Não se incluem na remuneração, para os fins desta Lei, as
parcelas elencadas no § 9º do art. 28 da Lei nº 8.212, de 24 de julho de 1991.

Este dispositivo da Lei 8.212/91 (Plano de Custeio da Previdência Social) cita parcelas previdenciárias e
indenizatórias, corroborando o que foi afirmado anteriormente.

3
DELGADO, Mauricio Godinho. Op. cit., p. 442.
4
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.

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Nesta mesma linha, as férias indenizadas não compõem base de cálculo do FGTS:

OJ-SDI1-195 FÉRIAS INDENIZADAS. FGTS. NÃO-INCIDÊNCIA

Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.

Com relação ao aviso prévio, precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado
integram a base de cálculo dos haveres fundiários.

SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO


PRÉVIO

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a


contribuição para o FGTS.

Esta interpretação de que o aviso indenizado compõe a base de cálculo do FGTS, provavelmente, decorre do
fato de que o aviso prévio, trabalhado ou indenizado, é computado como tempo de serviço.

Sobre esta interpretação Sérgio Pinto Martins5 assim se posiciona:

“Não concordo com a orientação de que o FGTS incide sobre o aviso-prévio indenizado. Se
não há trabalho, não se pode falar em salário ou remuneração. (...) O fato de o aviso-prévio
indenizado importar projeção do tempo de serviço para todos os fins não quer dizer que
tal pagamento tenha natureza salarial, mas de indenização, pois não há prestação de
serviços”.

Para fins de prova, vale o posicionamento do TST.

Ainda com relação a verbas indenizadas que compõem a base de cálculo do FGTS, é importante observar
que a própria Lei 8.036/90 inclui nesta a gratificação de natal (13º salário), quer sejam elas pagas durante o
contrato ou indenizadas na sua rescisão:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.

5
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Súmulas do TST. 11 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 196-197.

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Como vimos, então, o aviso prévio indenizado (além do trabalhado) e o 13º


proporcional entram na base de cálculo do FGTS, mas isto não acontece em
relação às férias indenizadas!

Outra observação importante sobre a base de cálculo do FGTS é que o TST entende que compõe a mesma
os adicionais eventuais:

SUM-63 FUNDO DE GARANTIA

A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

Como aprendemos anteriormente, a verba, para ser considerada salarial, entre outros requisitos, demanda
seu pagamento com habitualidade. Aqui, entretanto, considerou-se que os adicionais eventuais também
devem ser considerados para o cálculo do FGTS.

Para finalizarmos este tópico, aproveito para referir a SUM-461, de junho de 2016, a respeito do ônus de
comprovar o regular recolhimento do FGTS:

SUM-461 - FGTS. DIFERENÇAS. RECOLHIMENTO. ÔNUS DA PROVA

É do empregador o ônus da prova em relação à regularidade dos depósitos do FGTS, pois o


pagamento é fato extintivo do direito do autor (art. 373, II, do CPC de 2015).

➢ Base de cálculo e alíquota do FGTS rescisório

Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:

Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros6.

Na prática esta atualização prevista na lei é conhecida como JAM – juros e atualização monetária.

6
Não computada a distribuição do resultado a que se refere o art. 13, § 5º, da Lei 8.036/1990.

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Quanto à nomenclatura do FGTS devido na rescisão, Sérgio Pinto Martins 7 entende que “a denominação
correta não é multa do FGTS, pois não se trata de penalidade. Trata-se de indenização em razão de dispensa
sem justa causa”.

Em que pese o fato, é recorrente o uso da expressão multa do FGTS (como disposto na própria jurisprudência
do TST).

Em se tratando de culpa recíproca (quando empregado e empregador dão causa à extinção do contrato,
reconhecido pela Justiça do Trabalho) a multa será de 20%:

Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.

Da mesma forma, em se tratando de extinção por acordo (quando empregado e empregador decidem pôr
fim ao vínculo empregatício) a multa também será de 20%:

CLT, art. 484-A. O contrato de trabalho poderá ser extinto por acordo entre empregado e
empregador, caso em que serão devidas as seguintes verbas trabalhistas:

I - por metade:

(..)

b) a indenização sobre o saldo do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, prevista no §


1o do art. 18 da Lei no 8.036, de 11 de maio de 1990;

No que tange à base de cálculo da multa rescisória, vimos que ela compreende o montante de todos os
depósitos realizados na conta vinculada durante a vigência do contrato de trabalho.

E nos casos em que o empregado, por alguma das hipóteses legalmente admitidas, saca parte dos recursos
de sua conta bancária: este valor sacado será considerado para futura multa por dispensa sem justa causa?

A resposta é afirmativa; os valores dos saques devem, sim, ser considerados na base de cálculo (sendo
inclusive corrigidos monetariamente):

OJ-SDI1-42 FGTS. MULTA DE 40%

I - É devida a multa do FGTS sobre os saques corrigidos monetariamente ocorridos na


vigência do contrato de trabalho. Art. 18, § 1º, da Lei nº 8.036/90 e art. 9º, § 1º, do Decreto
nº 99.684/90.

7
MARTINS, Sérgio Pinto. Comentários às Orientações Jurisprudenciais das SBDI 1 e 2 do TST. 3 ed. São Paulo: Atlas, 2012, p. 11.

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Este mesmo verbete, em seu item II, destaca que o cálculo da multa do FGTS considera a o
saldo na data do pagamento das verbas, sem considerar projeção do término do contrato
em face de aviso indenizado:

OJ-SDI1-42 FGTS. MULTA DE 40%

(...)

II - O cálculo da multa de 40% do FGTS deverá ser feito com base no saldo da conta
vinculada na data do efetivo pagamento das verbas rescisórias, desconsiderada a projeção
do aviso prévio indenizado, por ausência de previsão legal.

Resumindo as bases de cálculo e alíquotas comentadas no tópico:

Base de cálculo Alíquota

Remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada


FGTS mensal 8%
trabalhador, incluídas gorjetas, salário in natura e 13º salário.
Remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
FGTS mensal do aprendiz 2%
trabalhador, incluídas gorjetas, salário in natura e 13º salário.

FGTS rescisório Montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada


(demissão sem justa durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados 40%
causa) monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

FGTS rescisório (culpa Montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada


recíproca e extinção por durante a vigência do contrato de trabalho, atualizados 20%
acordo) monetariamente e acrescidos dos respectivos juros.

É oportuno frisar o caso dos domésticos que, em função do recolhimento mensal de 3,2% do salário, estes
não terão direito à multa de 40% em caso de dispensa imotivada, mas sim ao saque deste fundo.

Ainda com relação ao assunto FGTS na rescisão do contrato é oportuno mencionar o caso da aposentadoria
espontânea.

O trabalhador, depois de cumprir os requisitos previdenciários de idade e tempo de contribuição, conforme


o caso, pode se aposentar. Quando ele se aposenta, automaticamente o vínculo empregatício termina?

A resposta é negativa, pois ele pode se aposentar e continuar trabalhando na empresa. Neste caso, se, por
exemplo, o empregado trabalhou 30 (trinta) anos na empresa, se aposentou, continuou a laborar e 2 (dois)
anos depois foi demitido sem justa causa, a base de cálculo do FGTS rescisório será o montante depositado
- e devidamente atualizado - dos 32 (trinta e dois) anos:

OJ-SDI1-361 APOSENTADORIA ESPONTÂNEA. UNICIDADE DO CONTRATO DE TRABALHO.


MULTA DE 40% DO FGTS SOBRE TODO O PERÍODO

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A aposentadoria espontânea não é causa de extinção do contrato de trabalho se o


empregado permanece prestando serviços ao empregador após a jubilação. Assim, por
ocasião da sua dispensa imotivada, o empregado tem direito à multa de 40% do FGTS sobre
a totalidade dos depósitos efetuados no curso do pacto laboral.

➢ Prazo para recolhimento

O prazo para o recolhimento mensal do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço é estabelecido pelo artigo
15 da Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta Lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o vigésimo dia de cada mês, em conta vinculada, a importância
correspondente a 8% (oito por cento) da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a
cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 457 e 458
da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei nº 5.452, de 1º de
maio de 1943, e a Gratificação de Natal de que trata a Lei nº 4.090, de 13 de julho de 1962.

Antes da Lei 14.438/2022 (MP 1.107/2022) o prazo para recolhimento era até o dia 7 de cada mês.

Pagamento das férias: até 2 (dois) dias antes do início do respectivo período (CLT, art. 145).

Pagamento do FGTS: até o dia 20 de cada mês (Lei 8.036/90, art. 15).

Pagamento do salário: até o 5º (quinto) dia útil do mês subsequente ao vencido (CLT, art.
459, § 1º).

Como definido em lei, o FGTS deve ser depositado em conta bancária vinculada, ou seja, é incabível o
pagamento diretamente ao trabalhador.

➢ Obrigatoriedade do recolhimento em afastamentos do empregado

Aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao empregado. Nesta linha, se
não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.

Entretanto, a par desta regra, a lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado.

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São elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:

Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.

Deste modo, quando o empregado deixa de prestar serviços para cumprir o serviço militar obrigatório e,
também, quando está afastado em gozo de benefício previdenciário por ter sofrido acidente do trabalho,
permanece recebendo o FGTS em sua conta bancária vinculada.

Já nos casos de interrupção contratual o FGTS é devido, pois em tais circunstâncias, apensar de não haver
prestação de serviços, o salário continua sendo devido.

O Decreto 99.648/90, que regulamenta a lei 8.036/90, assim prevê:

Decreto 99.648/90, art. 28. O depósito na conta vinculada do FGTS é obrigatório também
nos casos de interrupção8 do contrato de trabalho prevista em lei, tais como:

I - prestação de serviço militar;

II - licença para tratamento de saúde de até quinze dias;

III - licença por acidente de trabalho;

IV - licença à gestante; e

V - licença-paternidade.

➢ Empregado público admitido sem concurso

A partir da CF/88 exige-se concurso público para ingresso no serviço público, sem o que a admissão é nula:

CF/88, art. 37, II - a investidura em cargo ou emprego público depende de aprovação prévia
em concurso público de provas ou de provas e títulos, de acordo com a natureza e a
complexidade do cargo ou emprego, na forma prevista em lei, ressalvadas as nomeações
para cargo em comissão declarado em lei de livre nomeação e exoneração.

(...)

8
Aqui temos um problema teórico, pois os períodos de prestação do serviço militar obrigatório (inciso I) e licença por acidente
(inciso III) são casos de suspensão contratual. No caso da licença-maternidade há controvérsias, mas sobrepõe-se o entendimento
de que se trata de interrupção contratual.

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§ 2º - A não observância do disposto nos incisos II e III implicará a nulidade do ato e a


punição da autoridade responsável, nos termos da lei.

Os empregados públicos, regidos pela CLT, têm direito ao FGTS. Nestes casos em que é declarada a nulidade
da admissão do empregado, este não poderá permanecer no serviço público, tendo em vista o vício ocorrido
em sua contratação.

Apesar disto, um dos direitos que o TST assegura nestes casos são os depósitos fundiários:

SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS

A contratação de servidor9 público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso


público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

Assim também dispõe o art. 19-A da lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador
cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.

Regras gerais do FGTS


INCIDÊNCIA EM PROVA: ALTA

Reuni neste tópico da aula as regras sobre critérios de saque dos recursos pelo seu titular, as principais regras
quanto à fiscalização do cumprimento das obrigações de recolhimento e, também, a prescrição aplicável ao
Fundo de Garantia do Tempo de Serviço.

➢ Saque do FGTS

Os valores depositados nas contas bancárias vinculadas dos trabalhadores não são de livre movimentação
pelo seu titular.

A Lei 13.932 (resultante da conversão da medida provisória 889/2019) ampliou o rol de possibilidades de
saque do FGTS, criando a modalidade saque-aniversário.

Notem que, na nova legislação, o saque integral - a partir de 19/08/2019 - foi garantido apenas em relação
ao PIS-PASEP, em razão da modificação da redação do § 1º do artigo 4º da Lei Complementar 26/1975:

9
Servidor público (em sentido estrito), que é regido por estatuto e ocupa cargo público, não tem direito ao FGTS. Aqui a expressão
foi empregada de forma ampla, referindo-se a quem é regido pela CLT.

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Art. 4º (...)

§ 1º Fica disponível a qualquer titular da conta individual dos participantes do PIS-Pasep o


saque integral do seu saldo a partir de 19 de agosto de 2019.

A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque (movimentação), que são as seguintes:

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior
[demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem o saque];

I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A [extinção contratual por
acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT),
aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;

Em relação à hipótese acima, inserida pela reforma trabalhista, o saque fica limitado a 80% dos valores
depositados:

CLT, art. 484-A, § 1º A extinção do contrato prevista no caput deste artigo [extinção por
acordo mútuo] permite a movimentação da conta vinculada do trabalhador no Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço na forma do inciso I-A do art. 20 da Lei no 8.036, de 11 de
maio de 1990, limitada até 80% (oitenta por cento) do valor dos depósitos.

Retomando o rol do art. 20:

Lei 8.036/90, art. 20, II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus
estabelecimentos, filiais ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de
nulidade do contrato de trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do
empregador individual sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de
contrato de trabalho, comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for
o caso, por decisão judicial transitada em julgado;

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;

V - pagamento de parte das prestações decorrentes de financiamento habitacional


concedido no âmbito do Sistema Financeiro da Habitação (SFH), desde que:

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a) o mutuário conte com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do FGTS, na
mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) o valor bloqueado seja utilizado, no mínimo, durante o prazo de 12 (doze) meses;

c) o valor do abatimento atinja, no máximo, 80 (oitenta) por cento do montante da


prestação;

VI - liquidação ou amortização extraordinária do saldo devedor de financiamento


imobiliário, observadas as condições estabelecidas pelo Conselho Curador, dentre elas a de
que o financiamento seja concedido no âmbito do SFH e haja interstício mínimo de 2 (dois)
anos para cada movimentação;

VII – pagamento total ou parcial do preço de aquisição de moradia própria, ou lote


urbanizado de interesse social não construído, observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de 3 (três) anos de trabalho sob o regime do
FGTS, na mesma empresa ou empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o SFH;

(...)

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de


1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês
de aniversário do titular da conta.

Em relação ao inciso VIII acima, é preciso destacar hipótese de saque criada por meio da Lei 13.446, de maio
de 2017 (conversão da MP 763/2016)10, autorizando o saque das chamadas “contas inativas” do FGTS.

Trata-se do saque das contas de trabalhadores que tiveram vínculo extinto até 31/12/2015 e não sacaram
tais valores. Assim, se o empregado pediu demissão até 31/12/2015, ainda que tenha sido reempregado
posteriormente, ele não precisará aguardar os 3 anos previstos no inciso VIII do art. 22 para poder
movimentar sua conta.

Lei 8.036/1990, art. 20, § 22. Na movimentação das contas vinculadas a contrato de
trabalho extinto até 31 de dezembro de 2015, ficam isentas as exigências de que trata o
inciso VIII do caput deste artigo, podendo o saque, nesta hipótese, ser efetuado segundo
cronograma de atendimento estabelecido pelo agente operador do FGTS."(NR)

Retornando às demais hipóteses de movimentação:

10
E regulamentada pelo Decreto 8.989, de fevereiro de 2017 (que alterou o Decreto 99.684/1990)

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IX - extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos


pela Lei nº 6.019, de 3 de janeiro de 1974;

X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 90 (noventa) dias,
comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional.

XI - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for acometido de neoplasia


maligna.

XII - aplicação em quotas de Fundos Mútuos de Privatização, regidos pela Lei n° 6.385, de
7 de dezembro de 1976, permitida a utilização máxima de 50 % (cinqüenta por cento) do
saldo existente e disponível em sua conta vinculada do Fundo de Garantia do Tempo de
Serviço, na data em que exercer a opção.

XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;

XIV - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes estiver em estágio terminal,


em razão de doença grave, nos termos do regulamento;

XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta anos.

XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de desastre natural, conforme
disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:

a) o trabalhador deverá ser residente em áreas comprovadamente atingidas de Município


ou do Distrito Federal em situação de emergência ou em estado de calamidade pública,
formalmente reconhecidos pelo Governo Federal;

b) a solicitação de movimentação da conta vinculada será admitida até 90 (noventa) dias


após a publicação do ato de reconhecimento, pelo Governo Federal, da situação de
emergência ou de estado de calamidade pública; e

c) o valor máximo do saque da conta vinculada será definido na forma do regulamento.

XVII - integralização de cotas do FI-FGTS, respeitado o disposto na alínea i do inciso XIII do


art. 5º desta Lei, permitida a utilização máxima de 30% (trinta por cento) do saldo existente
e disponível na data em que exercer a opção.

Mais uma hipótese, incluída em 2015 na Lei do FGTS:

XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição, necessite adquirir órtese ou
prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.

E uma outra hipótese, incluída em 2017:

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XIX - pagamento total ou parcial do preço de aquisição de imóveis da União inscritos em


regime de ocupação ou aforamento, a que se referem o art. 4o da Lei no 13.240, de 30 de
dezembro de 2015 [imóveis da União inscritos em ocupação], e o art. 16-A da Lei no 9.636
[regularização de bens imóveis da União], de 15 de maio de 1998, respectivamente,
observadas as seguintes condições:

a) o mutuário deverá contar com o mínimo de três anos de trabalho sob o regime do FGTS,
na mesma empresa ou em empresas diferentes;

b) seja a operação financiável nas condições vigentes para o Sistema Financeiro da


Habitação (SFH) ou ainda por intermédio de parcelamento efetuado pela Secretaria do
Patrimônio da União (SPU), mediante a contratação da Caixa Econômica Federal como
agente financeiro dos contratos de parcelamento;

c) sejam observadas as demais regras e condições estabelecidas para uso do FGTS.

Mais três hipóteses foram criadas pela Lei 13.932/2019, que incluiu os incisos XX a XXII no artigo 20 da Lei
nº 8.036/1990:

XX - anualmente, no mês de aniversário do trabalhador, por meio da aplicação dos valores


da tabela constante do Anexo, observado o disposto no art. 20-D;

XXI - a qualquer tempo, quando seu saldo for inferior a R$ 80,00 (oitenta reais) e não
houver ocorrido depósitos ou saques por, no mínimo, 1 (um) ano, exceto na hipótese
prevista no inciso I do § 5º do art. 13 desta Lei [distribuição de valores de contas com salvo
positivo em 31/12];

XXII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for, nos termos do


regulamento, pessoa com doença rara, consideradas doenças raras aquelas assim
reconhecidas pelo Ministério da Saúde, que apresentará, em seu sítio na internet, a relação
atualizada dessas doenças.

----

Para reforçar o entendimento de que pedido de demissão não permite o saque do FGTS (e as consequências
práticas que isto gera) segue abaixo trecho da obra de Amauri Mascaro Nascimento11:

“O empregado não pede mais demissão – porque sabe que nesse caso não poderá sacar os
depósitos efetuados em sua conta -, preferindo pedir para ser mandado embora; o
empregador concorda, mas quer negociar parte dos valores que teria que pagar, em alguns
casos pedindo a restituição da multa, o que é ilegal. Esse problema incentiva a
irregularidade de simulações que ocorrem quando, no termo de homologação da dispensa,

11 NASCIMENTO, Amauri Mascaro. Op. cit., p. 388.

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perante o Sindicato ou a Delegacia Regional do Trabalho12, ficam constando os dados como


se o empregado tivesse sido dispensado sem justa causa, o que, na verdade, não
aconteceu”.

➢ Forma de movimentação da conta vinculada

Buscando simplificar o pedido de movimentação da conta vinculada, a Lei 13.467, de julho de 2017,
estabeleceu que a própria anotação na CTPS do empregado é documento suficiente para o empregado
fundamentar seu pedido de movimentação:

CLT, art. 477, § 10. A anotação da extinção do contrato na Carteira de Trabalho e


Previdência Social é documento hábil para requerer o benefício do seguro-desemprego e
a movimentação da conta vinculada no Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, nas
hipóteses legais, desde que a comunicação prevista no caput deste artigo tenha sido
realizada.

➢ Fiscalização do cumprimento da Lei 8.036/90

A fiscalização quanto ao cumprimento das disposições da Lei 8.036/90, especialmente quanto aos depósitos
fundiários, cabe ao Ministério do Trabalho (atualmente).

Seguem abaixo os trechos mais relevantes para fins de prova:

Lei 8.036/90, Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a verificação do


cumprimento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das
infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de serviço, que os notificará para
efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e cumprirem as demais
determinações legais. [MP 1.107/2022]

art. 23. Competirá à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da


Economia a verificação do cumprimento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à
apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de
serviço, que os notificará para efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e
cumprirem as demais determinações legais.

§ 1º Constituem infrações para efeito desta lei:

I - não depositar mensalmente o percentual referente ao FGTS, bem como os valores


previstos no art. 1813 desta Lei, nos prazos de que trata o § 6o do art. 477 da Consolidação
das Leis do Trabalho - CLT;

12 A nomenclatura atual é Superintendência Regional do Trabalho e Emprego (SRTE).


13
O artigo 18 trata do FGTS devido nas rescisões contratuais.

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II - omitir as informações sobre a conta vinculada do trabalhador; [MP 1.107/2022]

III - apresentar as informações ao Cadastro Nacional do Trabalhador, dos trabalhadores


beneficiários, com erros ou omissões; [MP 1.107/2022]

IV - deixar de computar, para efeito de cálculo dos depósitos do FGTS, parcela componente
da remuneração;

Pode-se citar, por exemplo, os casos em que o empregador deixa de incluir na base de cálculo do FGTS
rubricas de natureza salarial como adicional de horas extraordinárias, adicional noturno, etc. Quando isto
ocorre, o FGTS é recolhido a menor.

V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais, após ser notificado pela


fiscalização;

V - deixar de efetuar os depósitos e os acréscimos legais do FGTS constituído em notificação


de débito, no prazo concedido pelo ato de notificação da decisão definitiva exarada no
processo administrativo; [MP 1.107/2022]

No exemplo acima o Auditor-Fiscal do Trabalho notifica a empresa para que seja feito o recolhimento
faltante no prazo, e o não atendimento configura infração.

VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omissões, as informações de que


trata o art. 17-A [elaborar a folha de pagamento e declarar valores do FGTS] e as demais
informações legalmente exigíveis;

VI - deixar de apresentar, ou apresentar com erros ou omissões, as informações de que


tratam o art. 17-A e as demais informações legalmente exigíveis; e[MP 1.107/2022]

Por fim, também caracterizará infração se negar a promover a retificação das informações:

VII - deixar de apresentar ou de promover a retificação das informações de que trata o art.
17-A, no prazo concedido na notificação da decisão definitiva exarada no processo
administrativo que reconheceu a procedência da notificação de débito decorrente de
omissão, erro, fraude ou sonegação constatados. [MP 1.107/2022]

Além disso:

§ 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas reger-se-á pelo


disposto no Título VII14 da CLT.

14
CLT, Título VII - DO PROCESSO DE MULTAS ADMINISTRATIVAS.

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§ 6º Quando julgado procedente o recurso interposto na forma do Título VII da CLT, os


depósitos efetuados para garantia de instância serão restituídos com os valores atualizados
na forma de lei.

§ 7º A rede arrecadadora e a Caixa Econômica Federal deverão prestar ao Ministério do


Trabalho e da Previdência Social as informações necessárias à fiscalização.

Acerca deste último parágrafo é de se destacar que os AFT utilizam rotineiramente os sistemas
informatizados da CAIXA para consulta e pesquisa das contas vinculadas dos trabalhadores, para fins de
verificação da regularidade dos recolhimentos fundiários.

➢ Prescrição do FGTS

Após novembro de 2014, a prescrição do FGTS segue as mesmas regras da prescrição das demais verbas
trabalhistas: é bienal, ou seja, ele possui prazo de 2 anos (após cessado o vínculo) para ajuizar a
==245596==

correspondente ação trabalhista. Além disso, existe também a prescrição quinquenal, que permite ao
empregado reclamar a falta de pagamento de valores devidos nos últimos 5 anos do contrato.

Antes de novembro de 2014, valia o prazo de 30 anos (ao invés de 5) para prescrição quanto ao recolhimento
do FGTS, com base no disposto na Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 23, § 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas


reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT, respeitado o privilégio do FGTS à prescrição
trintenária.

Esta interpretação era confirmada pela SUM 362 do TST, mas, com a mudança do posicionamento do STF, a
Súmula foi revista da seguinte forma:

SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO

I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a


prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato;

II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-


se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial,
ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).

Portanto, em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão
geral reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos
da prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.

Assim, o último entendimento do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária,
mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista. Na sequência, a Lei do FGTS foi alterada para
suprimir a menção à prescrição trintenária.

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Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:

Ciência da lesão ao direito após a decisão do Ciência da lesão ao direito antes da decisão do
STF STF

(13/11/2014)
O que ocorrer primeiro entre:

a) 5 anos contados da decisão do STF


5 anos
(13/11/2014); ou

b) 30 anos a partir da lesão (termo inicial).

Portanto, se o FGTS é deixado de recolher hoje em dia, vale a prescrição de 5 anos.

Mas, se, por exemplo, em novembro/2014, já houvesse 27 anos de prescrição, com o novo entendimento
do STF, restariam 5 anos ou apenas 3 para se operar a prescrição?

Como em novembro/2014 (data da decisão do STF), já havia 27 anos de prazo prescricional, se contássemos
mais 5 anos, o prazo se encerraria em 2019. E, por outro lado, se contabilizássemos os 3 anos restantes, o
prazo daria em 2017. Como a regra é pelo que ocorrer primeiro, concluímos que restariam apenas 3 anos
para a prescrição (pois valeria a trintenária).

A regra acima foi cobrada na seguinte questão, correta:

FCC/TST – Analista Judiciário - 2017


Quanto aos depósitos do FGTS, para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em
13/11/2014, aplica-se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial,
ou cinco anos, a partir de 13/11/2014.

De qualquer maneira, a prescrição do FGTS deve observar também o prazo de 2 anos após o término do
contrato. Antigamente era relevante a diferenciação entre a falta do depósito mensal e o recolhimento
fundiário a menor, já que, no primeiro caso, era trintenária a prescrição (respeitada a prescrição bienal),
sendo, no segundo quinquenal.

Com a mudança do posicionamento quanto à prescrição do FGTS esta diferenciação possui pouco relevância
prática agora.

--------

É ainda importante destacar que havendo prescrição de parcela remuneratória (por exemplo, adicional
noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:

SUM-206 FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS

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A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo


recolhimento da contribuição para o FGTS.

Dessa forma, se um empregado deixou de receber horas extras, por exemplo, que lhe eram devidas e operou-
se a prescrição trabalhista em relação à pretensão de recebimento dessas horas extras, sabemos que o
empregado não mais poderá exigir tal recebimento em face do empregador. Assim sendo, como houve a
prescrição do recebimento da parcela remuneratória (horas extras), não há mais que se falar em
recebimento do respectivo recolhimento do FGTS.

➢ Legitimidade para solicitar o saque

Antes de encerrar este tópico, destaco que a legislação exige, para algumas das hipóteses de saque, que, em
regra, o próprio titular compareça à agência da Caixa e solicite pessoalmente o saque (até para evitar
fraudes):

Lei 8.036/1990, art. 20, § 18. É indispensável o comparecimento pessoal do titular da


conta vinculada para o pagamento da retirada nas hipóteses previstas nos incisos I
[despedida sem justa causa, culpa recíproca e força maior], II [extinção da empresa ou
filiais], III [aposentadoria], VIII [3 anos fora do regime do FGTS], IX [extinção normal do
contrato a termo] e X [suspensão do trabalho avulso – 90 dias] deste artigo, salvo em caso
de grave moléstia comprovada por perícia médica, quando será paga a procurador
especialmente constituído para esse fim.

A exceção, como visto acima, diz respeito ao titular que sofre de grave moléstia, comprovada por perícia
médica.

De toda forma, em março de 2018, o Plenário do Supremo Tribunal Federal declarou a constitucionalidade
de tal regra15, confirmando a necessidade de comparecimento pessoal do titular da conta vinculada do FGTS
para efetuar o saque nas hipóteses previstas.

15
ADIs 2.382, 2.425 e 2.479. Decisão Plenária em 14/3/2018.

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SEGURO-DESEMPREGO (LEI 7.998/1990)


O Seguro-Desemprego (SD) possui previsão constitucional, tendo sido regulamentado pela Lei nº 7.998/90,
que trata de sua finalidade, valores, prazos etc.:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social: (...)

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

Ainda no tocante à previsão constitucional do Seguro-Desemprego é relevante mencionar o seguinte artigo,


que trata do financiamento do Programa:

CF/88, art. 239. A arrecadação decorrente das contribuições para o Programa de Integração
Social, criado pela Lei Complementar nº 7, de 7 de setembro de 1970, e para o Programa
de Formação do Patrimônio do Servidor Público, criado pela Lei Complementar nº 8, de 3
de dezembro de 1970, passa, a partir da promulgação desta Constituição, a financiar, nos
termos que a lei dispuser, o programa do seguro-desemprego e o abono de que trata o §
3º deste artigo1.

(...)

§ 4º - O financiamento do seguro-desemprego receberá uma contribuição adicional da


empresa cujo índice de rotatividade da força de trabalho superar o índice médio da
rotatividade do setor, na forma estabelecida por lei.

As finalidades do seguro-desemprego, segundo a Lei 7.998/90, são:

Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para


tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.

Assim, o Programa de Seguro-Desemprego não compreende apenas as prestações financeiras (assistência


financeira temporária), mas também a reinserção do empregado no mercado de trabalho por meio de
orientação, recolocação e qualificação profissional.

1
Aqui se faz menção ao abono do PIS/PASEP, estudado na aula sobre “remuneração e salário”.
1

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Destes dispositivos inicialmente citados podemos extrair outras observações importantes.

A primeira delas é que fará jus ao benefício do seguro-desemprego o trabalhador que estiver desempregado
de forma involuntária, o que significa dizer que, quando o empregado (urbano ou rural) pede demissão, não
poderá requerê-lo.

Da mesma forma, se o empregado é demitido por justa causa ou pelo término de contrato a prazo
determinado, não fará jus ao benefício.

Assim, de maneira geral, o acesso ao seguro-desemprego ocorrerá na modalidade de extinção do contrato


de trabalho denominada demissão sem justa causa. Adicionalmente, a Lei assegura a percepção do benefício
nos casos de rescisão indireta.

Outra observação a ser feita é que o seguro-desemprego também será devido nos casos em que se trate de
trabalhador resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo. Esta
possibilidade foi inserida na lei em 2002.

Os resgates são realizados por equipes de Auditores-Fiscais do Trabalho, e nas rescisões dos contratos
(realizadas sob ação fiscal) os trabalhadores que se encontravam na situação de degradância recebem as
guias para receberem o seguro-desemprego.

Além disso, os empregados domésticos também devem ter acesso ao seguro-desemprego, após a LC 150,
de junho de 2015.

Há ainda outra categoria cujo acesso ao seguro-desemprego foi regulamentado: é a dos pescadores
profissionais artesanais, que terão acesso ao seguro-desemprego durante o período de defeso (em que a
pesca é proibida para a preservação das espécies).

Estas regras gerais podem ser mais bem visualizadas no quadro abaixo:

Em caso de desemprego
Trabalhadores urbanos e
»» »» involuntário, inclusive rescisão
rurais
indireta.

Trabalhador resgatado de
Beneficiários regime de trabalho forçado Após terem sido resgatados em
»» »»
do Seguro- ou da condição análoga à de ação fiscal.
Desemprego escravo

Quando demitido sem justa


»» Empregados domésticos »»
causa.

Pescadores profissionais
»» »» Durante o período de defeso.
artesanais

Sobre a natureza do Seguro-Desemprego é importante frisar que ele não é salário.

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Este é um benefício previdenciário a cargo da Previdência Social (e pago pelo Ministério do Trabalho):

CF/88, art. 201. A previdência social será organizada sob a forma de regime geral, de caráter
contributivo e de filiação obrigatória, observados critérios que preservem o equilíbrio
financeiro e atuarial, e atenderá, nos termos da lei, a:

(...)

III - proteção ao trabalhador em situação de desemprego involuntário;

Feitas as considerações gerais, passemos agora às regras pertinentes ao Seguro-Desemprego em relação a


cada uma das categorias beneficiárias do mesmo.

Seguro-Desemprego do trabalhador urbano e rural

Trataremos aqui das regras específicas do seguro-desemprego em relação aos empregados urbano e rural,
destacando, nos tópicos seguintes, as diferenças mais importantes.

Observa-se que algumas regras foram alteradas pela MP 665, editada em dezembro de 2014, e
posteriormente pela Lei 13.134, publicada em junho de 2015. As alterações ainda não foram
regulamentadas, já que a Resolução CODEFAT2 nº 467/05 é anterior às mudanças.

➢ Condições para concessão

Nem todo empregado demitido fará jus ao seguro-desemprego. Alguém que, por exemplo, tenha ingressado
no mercado de trabalho formal e, após alguns dias de trabalho tenha sido demitido sem justa causa, não
poderá requerer este benefício.

Segundo a legislação pertinente, as condições para a percepção do seguro-desemprego são as seguintes:

Lei 7.998/1990, Art. 3º Terá direito à percepção do seguro-desemprego o trabalhador


dispensado sem justa causa que comprove:

I - ter recebido salários de pessoa jurídica ou pessoa física a ela equiparada, relativos a:

a) pelo menos 12 (doze) meses nos últimos dezoito meses imediatamente anteriores à data
da dispensa, quando da primeira solicitação;

b) pelo menos 9 (nove) meses nos últimos doze meses imediatamente anteriores à data da
dispensa, quando da segunda solicitação; e

2
Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador.
3

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c) cada um dos 6 (seis) meses imediatamente anteriores à data da dispensa quando das
demais solicitações;

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada,


previsto no Regulamento dos Benefícios da Previdência Social, excetuado o auxílio-
acidente e o auxílio suplementar previstos na Lei nº 6.367, de 19 de outubro de 1976, bem
como o abono de permanência em serviço previsto na Lei nº 5.890, de 8 de junho de 1973;

IV - não estar em gozo do auxílio-desemprego; e

V - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente à sua manutenção e de sua
família.

VI - matrícula e frequência, quando aplicável, nos termos do regulamento, em curso de


formação inicial e continuada ou de qualificação profissional habilitado pelo Ministério da
Educação, nos termos do art. 18 da Lei no 12.513, de 26 de outubro de 2011, ofertado por
meio da Bolsa-Formação Trabalhador concedida no âmbito do Programa Nacional de
Acesso ao Ensino Técnico e Emprego (Pronatec), instituído pela Lei no 12.513, de 26 de
outubro de 2011, ou de vagas gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica.

Para facilitar, as regras alteradas em dezembro de 2014 (e posteriormente em junho de 2015), contidas no
inciso I, encontram-se compiladas no quadro abaixo:

Solicitação Período de carência Período total

1a solicitação no mínimo 12 meses nos 18 meses anteriores à dispensa

2a solicitação no mínimo 9 meses nos 12 meses anteriores à dispensa

Demais
no mínimo 6 meses nos 6 meses anteriores à dispensa
solicitações

Ainda com relação às condições para concessão do Seguro-Desemprego, é importante saber que a Lei
7.998/90 foi alterada em 2011, ocasião em que foram incluídos os seguintes parágrafos no seu art. 3º:

Lei 7.998/90, art. 3º, § 1º A União poderá condicionar o recebimento da assistência


financeira do Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da
frequência do trabalhador segurado em curso de formação inicial e continuada ou
qualificação profissional, com carga horária mínima de 160 (cento e sessenta) horas.

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Inicialmente comentamos que o Programa do Seguro-Desemprego não abrange apenas a assistência


financeira temporária, mas também o auxílio aos trabalhadores na busca ou preservação do emprego,
promovendo ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.

Esta alteração legislativa busca conciliar estes dois objetivos do Programa, e também dificultar as fraudes
(onde há simulação de demissão sem justa causa para o recebimento do seguro-desemprego
concomitantemente à continuidade da prestação de serviços sem o devido registro em carteira de trabalho).

§ 2º O Poder Executivo regulamentará os critérios e requisitos para a concessão da


assistência financeira do Programa de Seguro-Desemprego nos casos previstos no § 1º,
considerando a disponibilidade de bolsas-formação no âmbito do Pronatec ou de vagas
gratuitas na rede de educação profissional e tecnológica para o cumprimento da
condicionalidade pelos respectivos beneficiários.

§ 3º A oferta de bolsa para formação dos trabalhadores de que trata este artigo
considerará, entre outros critérios, a capacidade de oferta, a reincidência no recebimento
do benefício, o nível de escolaridade e a faixa etária do trabalhador.

PRONATEC é a sigla como é conhecido o Programa de Acesso ao Ensino Técnico e Emprego, que busca ofertar
aos empregados desempregados o acesso a cursos de educação profissional e tecnológica. Busca-se, aqui,
qualificar o empregado segurado.

Com isso, havendo a disponibilização das bolsas-formação pelo PRONATEC, ou vaga gratuita na rede de
educação profissional e tecnológica, o empregado que requereu o seguro-desemprego deverá participar
deste curso.

Havendo recusa do trabalhador à participação no curso ou sua evasão (quando ele deixa de frequentar ou
simplesmente abandona o curso), o benefício será cancelado pelo MTb.

➢ Duração da assistência financeira temporária

A quantidade de parcelas do seguro-desemprego a serem recebidas pelos empregados urbanos e rurais é de


3 (três) a 5 (cinco), dependendo do tempo de serviço do empregado nos 36 meses anteriores à dispensa que
motivou a percepção deste benefício e da quantidade de solicitações já realizadas pelo benecificário.

A Lei 8.900/1994 foi revogada em dezembro de 2014 por meio da MP 665 (convertida na Lei 13.134/2015),
condicionando o recebimento da assistência financeira temporária à quantidade de solicitações anteriores:

Lei 7.998/90, art. 4º - O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador


desempregado, por período máximo variável de 3 (três) a 5 (cinco) meses, de forma
contínua ou alternada, a cada período aquisitivo, contados da data de dispensa que deu
origem à última habilitação, cuja duração será definida pelo Conselho Deliberativo do
Fundo de Amparo ao Trabalhador (Codefat).

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§ 1º O benefício do seguro-desemprego poderá ser retomado a cada novo período


aquisitivo, satisfeitas as condições arroladas nos incisos I, III, IV e V do caput do art. 3º.

§ 2º A determinação do período máximo mencionado no caput observará a seguinte


relação entre o número de parcelas mensais do benefício do seguro-desemprego e o tempo
de serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis) meses que antecederem a data de dispensa
que originou o requerimento do seguro-desemprego, vedado o cômputo de vínculos
empregatícios utilizados em períodos aquisitivos anteriores:

I - para a primeira solicitação:

a) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa


jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo,
23 (vinte e três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº 13.134, de
2015)

b) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de
referência;

II - para a segunda solicitação:

a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze)
meses, no período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)

b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa


jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23
(vinte e três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)

c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de
referência;

III - a partir da terceira solicitação:

a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 6 (seis) meses e, no máximo, 11 (onze)
meses, no período de referência; (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)

b) 4 (quatro) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa


jurídica ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 12 (doze) meses e, no máximo, 23
(vinte e três) meses, no período de referência; ou (Incluído pela Lei nº 13.134, de 2015)

c) 5 (cinco) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 24 (vinte e quatro) meses, no período de
referência.
6

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Para facilitar, segue o quadro-resumo:


Solicitação Duração do vínculo Nº de parcelas a receber

de 12 a 23 meses 4 parcelas
1a solicitação
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 9 a 11 meses 3 parcelas
2a solicitação de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 6 a 11 meses 3 parcelas
Demais solicitações de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas

Por fim, vale ressaltar a previsão de que fração igual ou superior a 15 dias conta como mês integral para
cálculo da quantidade de parcelas:

Art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será havida como mês
integral para os efeitos do § 2º.

CODEFAT é o Conselho Deliberativo do Fundo de Amparo ao Trabalhador, e, por resolução 3, conforme


descrito no caput do art. 2º, foi definido o período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses para a percepção do
seguro-desemprego:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 5º O Seguro-Desemprego será concedido ao


trabalhador desempregado, por um período máximo variável de 03 (três) a 05 (cinco)
meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses
(...).

É possível, ainda, que o CODEFAT prolongue a quantidade de parcelas prevista no caput do artigo 4º em até
2 (duas) parcelas adicionais:

Lei 7.998/90, art. 4º, § 4º - O período máximo de que trata o caput poderá ser
excepcionalmente prolongado em até dois meses, para grupos específicos de segurados, a
critério do Codefat, (...).

Lei 7.998/90, art. 4º, § 5º - Na hipótese de prolongamento do período máximo de


percepção do benefício do seguro-desemprego, o Codefat observará, entre outras
variáveis, a evolução geográfica e setorial das taxas de desemprego no País e o tempo
médio de desemprego de grupos específicos de trabalhadores.

3
Resolução CODEFAT nº 467, de 21 de dezembro de 2005.
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A título de exemplo, em 2011 o CODEFAT publicou resolução prolongando em até 2 meses a concessão do
Seguro-Desemprego aos empregados demitidos em municípios atingidos pelas enchentes ocorridas à época,
que tenham sido objeto de declaração de calamidade pública.

➢ Valor da prestação financeira

O valor das parcelas do seguro-desemprego deverá considerar a média dos salários dos últimos 3 (três)
meses anteriores à dispensa.

Lei 7.998/90, art. 5º, § 1º Para fins de apuração do benefício, será considerada a média dos
salários dos últimos 3 (três) meses anteriores à dispensa, devidamente convertidos em
BTN4 pelo valor vigente nos respectivos meses trabalhados.

A mesma lei assegura que a parcela não será inferior ao salário mínimo:

Lei 7.998/90, art. 5º, § 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário
mínimo.

Sobre o valor do benefício e sua forma de cálculo segue abaixo trecho da Resolução CODEFAT nº 699, de
agosto de 2012, que alterou a Resolução 467/05:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 9º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
média aritmética dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa.

§ 1º Os salários dos três últimos meses utilizados para o cálculo da média aritmética de que
trata o caput deste artigo, referem-se aos salários de contribuição estabelecido no Inciso
I, art. 28 da Lei 8.2125, de 24 de julho de 1991, informados no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS.

§ 2º Se, excepcionalmente, o salário de contribuição de que trata o parágrafo primeiro


deste artigo não constar na base CNIS, este deverá ser obtido na Carteira de Trabalho e
Previdência Social – CTPS, atualizado, no contracheque ou, ainda, nos documentos

4
BTN é a sigla para Bônus do Tesouro Nacional, título extinto cujo valor oscilava de acordo com a inflação
do período.

5 Lei 8.212/90 [Plano de Custeio da Previdência Social], art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a
totalidade dos rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o
trabalho, qualquer que seja a sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os
adiantamentos decorrentes de reajuste salarial, quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à
disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo
coletivo de trabalho ou sentença normativa;
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decorrentes de determinação judicial. Nestes casos, as cópias dos documentos deverão ser
arquivadas junto ao Requerimento de Seguro-Desemprego.

§ 3º O salário será calculado com base no mês completo de trabalho, mesmo que o
trabalhador não tenha trabalhado integralmente em qualquer dos três últimos meses.

§ 4º O valor do Seguro-Desemprego será calculado com base no salário mensal, tomando-


se por parâmetro o mês de 30 (trinta) dias ou 220 (duzentos e vinte) horas, exceto para
quem tem horário especial, inferior a 220 horas mensais.

O CNIS, citado acima, é uma base de dados da Previdência Social onde constam dados dos trabalhadores e
da remuneração que o empregador declarou pagar a eles.

Assim, a Resolução CODEFAT definiu que o salário de contribuição constante do CNIS será utilizado para se
encontrar a média salarial dos três últimos meses.

Nos casos em que não esteja registrado no CNIS o salário de contribuição do empregado nos meses em
referência, o § 2º admite, excepcionalmente, o uso dos valores registrados na CTPS do trabalhador no
contracheque ou, ainda, nos documentos decorrentes de determinação judicial.

Agora uma observação importante: o valor da parcela seguro-desemprego não será o valor exato da média
apurada conforme os critérios acima descritos.

Esta média apenas baliza o enquadramento do valor em alguma das faixas definidas pelo CODEFAT, em
consonância com a previsão da Lei 7.998/906.

Sendo assim, de tempos em tempos o CODEFAT publica Portaria definido e atualizando valores de referência.
Atualmente a Resolução 707, de janeiro de 20137, estipula que o valor do benefício do seguro-desemprego
obedecerá ao seguinte:

Resolução 707/2013, art. 1º - O reajuste das três faixas salariais necessárias ao cálculo do
valor do benefício Seguro-Desemprego, de que trata o artigo 5º da Lei nº 7.998/1990,
observará a variação do Índice Nacional de Preços ao Consumidor – INPC, calculado e
divulgado pela Fundação Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística – IBGE, acumulada
nos doze meses anteriores ao mês de reajuste.

6Lei 7998/90, art. 5º O valor do benefício será fixado em Bônus do Tesouro Nacional (BTN), devendo ser calculado
segundo 3 (três) faixas salariais, (...)
7 Revogou a Resolução 685/2011.
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A Resolução 707/2013, apesar de ter revogado expressamente a Resolução 685/2011, não estabeleceu as
novas faixas salariais para o cálculo do benefício. Assim, anualmente o Ministério da Economia divulga os
valores de referência do seguro-desemprego. Para o ano de 2023, foram divulgados os seguintes:

MÉDIA DOS ÚLTIMOS 3 SALÁRIOS


VALOR DA PARCELA DO BENEFÍCIO
ANTERIORES À DISPENSA
O resultado da média salarial multiplicado pelo
Até R$ 1.968,36
fator 0,8 (80%)
Fator 0,8 (80%) até o limite da linha anterior e, no
Compreendida entre que exceder, o fator 0,5 (50%).

R$ 1.968,37 e R$ 3.280,93 O valor da parcela será a soma desses dois


valores
Superior a R$ 3.280,93 Será, invariavelmente, R$ 2.230,97

O valor da parcela pode ser calculado de maneira diferenciada nos casos em que o empregado demitido não
tenha recebido os últimos 3 salários do empregador: é o caso de quem estava no emprego há menos tempo,
tenha prestado serviço militar ou tenha ficado afastado recebendo auxílio-doença:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 10. Para o trabalhador em gozo de auxílio-doença ou


convocado para prestação do serviço militar, bem assim na hipótese de não ter percebido
do mesmo empregador os 03 (três) últimos salários, o valor do benefício basear-se-á na
média dos 2 (dois) últimos ou, ainda, no valor do último salário.

➢ Requerimento do benefício e aquisição do direito às parcelas

Inicialmente frise-se que, na dispensa imotivada, caberá ao empregador fornecer ao empregado demitido o
Requerimento do Seguro-Desemprego – RSD e a Comunicação de Dispensa – CD, com as quais o trabalhador
poderá dar entrada em seu requerimento.

Esta documentação consta da Resolução CODEFAT 467/05:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 13. O Requerimento do Seguro-Desemprego – RSD, e


a Comunicação de Dispensa – CD devidamente preenchidas com as informações
constantes da Carteira de Trabalho e Previdência Social, serão fornecidas pelo empregador
no ato da dispensa, ao trabalhador dispensado sem justa causa.

Caso o empregador não cumpra este requisito, o empregado não conseguirá ter acesso ao benefício, e nestes
casos o TST entende que caberá ao empregador indenizar o empregado:

SUM-389 SEGURO-DESEMPREGO. (..) DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE


GUIAS

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(...)

II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-


desemprego dá origem ao direito à indenização.

Com relação ao prazo que o empregado demitido possui para dar entrada em seu requerimento, a Resolução
estabelece que

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 14. Os documentos de que trata o artigo anterior
deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7º (sétimo) e até o 120º
(centésimo vigésimo) dias subsequentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho
e Emprego por intermédio dos postos credenciados das suas Delegacias, do Sistema
Nacional de Emprego – SINE e Entidades Parceiras.

Em relação ao período aquisitivo do direito à percepção de cada uma das parcelas, o mesmo normativo
estipulou a seguinte regra:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 17. O pagamento da primeira parcela corresponderá


aos 30 (trinta) dias de desemprego, a contar da data da dispensa.

§ 1º O trabalhador fará jus ao pagamento integral das parcelas subsequentes para cada
mês, por fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de desemprego.

§ 2º A primeira parcela será liberada trinta dias após a data do requerimento e as demais
a cada intervalo de 30 (trinta) dias, contados da emissão da parcela anterior.

Se, por exemplo, o empregado faria jus a 5 parcelas mas obteve novo emprego antes de decorridos os prazos
definidos no artigo 17, mesmo já estando em novo trabalho ele continuará recebendo todas as parcelas?

Não teria lógica, né? Neste exemplo, ele receberia as parcelas relativas ao período de efetivo desemprego,
e as demais seriam suspensas. É o que veremos a seguir.

➢ Suspensão do seguro-desemprego

Disciplinando os casos em que eventos futuros, apesar de não configurarem irregularidade, incompatibilizam
a continuidade da percepção do benefício, o art. 18 elenca as hipóteses nas quais ocorre a suspensão do
seguro-desemprego. São elas:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 18. O pagamento do Seguro-Desemprego será


suspenso nas seguintes situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego; e

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto


o auxílio-acidente e a pensão por morte.

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No primeiro caso o empregado obteve nova colocação no mercado de trabalho, e por isto deixa de fazer jus
às parcelas que seriam devidas caso continuasse na situação de desempregado.

No segundo caso o empregado passou a receber benefício de prestação continuada da Previdência Social
(por exemplo, auxílio doença) e, por este motivo, seu seguro-desemprego também será suspenso.

Ocorrendo algumas destas situações, numa futura demissão sem justa causa as parcelas não recebidas deste
mesmo período aquisitivo poderão ser retomadas.

Além destas possibilidades, outros eventos irão cancelar o benefício do seguro-desemprego. Neste caso, não
será viável retomar a percepção de parcelas não recebidas.

Passemos então aos comentários pertinentes sobre o cancelamento do seguro-desemprego.

Não confunda as hipóteses de suspensão e cancelamento do


Seguro-Desemprego!

➢ Cancelamento do seguro-desemprego

Algumas situações estabelecidas em lei podem justificar o cancelamento do seguro-desemprego que havia
sido concedido ao empregado.

As atuais possibilidades de cancelamento foram inseridas na Lei 7.998/90 no final de 2011, e são as
seguintes:

Lei 7.998/90, art. 8º O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-


desemprego; ou

IV - por morte do segurado.

§ 1º Nos casos previstos nos incisos I a III deste artigo, será suspenso por um período de 2
(dois) anos, ressalvado o prazo de carência, o direito do trabalhador à percepção do seguro-
desemprego, dobrando-se este período em caso de reincidência.

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§ 2º O benefício poderá ser cancelado na hipótese de o beneficiário deixar de cumprir a


condicionalidade de que trata o § 1º do art. 3º desta Lei8, na forma do regulamento.

➢ Intransferibilidade do benefício

O Seguro-Desemprego é intransferível, ou seja, tem direito a recebê-lo o próprio empregado demitido que
preencheu os requisitos legais.

Lei 7.998/90, art. 6º O seguro-desemprego é direito pessoal e intransferível do


trabalhador, podendo ser requerido a partir do sétimo dia subsequente à rescisão do
contrato de trabalho.

Desta forma, somente em casos excepcionais é que terceiros poderão receber seguro-desemprego a que
tinha direito o empregado demitido.

As possibilidades de outras pessoas receberem as parcelas do seguro em nome do trabalhador estão


enumeradas na citada Resolução CODEFAT 467/05, que neste trecho foi alterada em 2011:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 11. O benefício Seguro-Desemprego é direito pessoal e


intransferível, nos termos da Lei nº 7.998/1990, e será pago diretamente ao beneficiário,
salvo em caso de morte do segurado, ausência, moléstia contagiosa e beneficiário preso,
observadas as seguintes condições:

I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;

II - grave moléstia do segurado, comprovada pela perícia médica do Instituto Nacional de


Seguridade Social – INSS, quando serão pagas parcelas vencidas ao seu curador legalmente
designado ou representante legal, mediante apresentação de Mandato outorgado por
instrumento público, com finalidade específica para o benefício a ser recebido;

III - moléstia contagiosa ou impossibilidade de locomoção, devidamente comprovada


mediante perícia médica do Instituto Nacional de Seguridade Social – INSS, quando serão
pagas parcelas vencidas a procurador designado em instrumento público, com poderes
específicos para receber o benefício;

8
Lei 7.998/90, art. 3º, § 1o A União poderá condicionar o recebimento da assistência financeira do
Programa de Seguro-Desemprego à comprovação da matrícula e da frequência do trabalhador segurado
em curso de formação inicial e continuada ou qualificação profissional, com carga horária mínima de 160
(cento e sessenta) horas.
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IV - ausência civil, quando serão pagas parcelas vencidas ao curador designado pelo Juiz,
mediante certidão judicial de nomeação do curador habilitado à prática do ato;

V - beneficiário preso, impossibilitado de comparecer pessoalmente à instituição financeira


responsável pelo pagamento, quando as parcelas vencidas serão pagas por meio de
instrumento público com poderes específicos para o ato.

Percebam que todas as alíneas tratam de parcelas vencidas, ou seja, parcelas cujo direito já foi adquirido
pelo empregado demitido.

As parcelas vincendas (que ainda não venceram) não serão pagas a terceiros.

➢ Programa de Desligamento Voluntário

Quando estudamos o assunto “Término do contrato de trabalho” vimos que existe o chamado PDV -
Programa de Demissão Voluntária –, também conhecido como PIDV - Plano de Incentivo à Demissão
Voluntária.

Esta é uma situação em que o empregador oferece incentivos financeiros para a demissão dos empregados
interessados.

Quem adere ao PDV faz jus ao Seguro-Desemprego? A resposta é negativa:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 6º A adesão a Planos de Demissão Voluntária ou similar


não dará direito ao benefício, por não caracterizar demissão involuntária.

Em face de questionamentos judiciais sobre a [in]compatibilidade do SD aos demitidos no âmbito de PDV, o


TST assim se manifestou, se alinhando à previsão do CODEFAT acima transcrita:

RECURSO DE REVISTA DA RECLAMADA. SEGURO-DESEMPREGO. ADESÃO AO PDV.


LIBERAÇÃO DAS GUIAS PELO EMPREGADOR. IMPOSSIBILIDADE. A Lei n.º 7.998/90, em seus
arts. 2.º, inciso I, 3.º, assegura a percepção do seguro-desemprego ao empregado que foi
dispensado imotivadamente. Por sua vez, o art. 6.º da Resolução n.º 252/2000 do
CODEFAT, revogada pela Resolução n.º 467/2005, que manteve a mesma redação ao
mencionado dispositivo, estatui que -a adesão a Planos de Demissão Voluntária ou
similares, não dará direito ao benefício, por não caracterizar demissão involuntária-. Ora,
estando incontroverso que o Reclamante foi dispensado em virtude de sua adesão ao
Programa de Desligamento Voluntário, não faz jus à percepção do seguro-desemprego, ou
à indenização equivalente pela não liberação das guias pelo empregador. Precedentes da
Corte. (...)

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(RR - 187500-80.2008.5.15.0102, Relatora Ministra: Maria de Assis Calsing, Data de


Julgamento: 27/06/2012, 4ª Turma, Data de Publicação: 03/08/2012)

Seguro-Desemprego do trabalhador resgatado

A previsão do cabimento de seguro-desemprego ao trabalhador resgatado, conforme vimos, está na própria


Lei 7.998/90:

Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

O regramento sobre quantidade e valor das parcelas da assistência financeira, neste caso, é diferenciado (em
relação ao urbano e rural).

A Lei 7.998/90 (alterada em 2002 neste sentido) e a Resolução CODEFAT 306/02 estabelecem o valor fixo de
um salário mínimo e a quantidade máxima de 03 (três) parcelas:

Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).

Resolução CODEFAT 306, art. 5º O valor do benefício do Seguro-Desemprego do


trabalhador resgatado corresponderá a um salário-mínimo e será concedido por um
período máximo de três meses, a cada período aquisitivo de doze meses a contar da última
parcela recebida (...).

Durante a ação de resgate, o empregado resgatado receberá o Requerimento do Seguro-Desemprego do


Trabalhador Resgatado– RSDTR e a Comunicação de Dispensa do Trabalhador Resgatado – CDTR, com as
quais o trabalhador poderá dar entrada em seu requerimento.

Seguro-Desemprego do doméstico

O doméstico passou a ter acesso ao Programa do Seguro-Desemprego definitivamente com a publicação da


LC 150/2015, já que antes seu acesso era condicionado ao recolhimento do FGTS pelo empregador.

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Segundo a atual redação da LC 150/2015, temos as seguintes condicionantes:

LC 150, art. 26. O empregado doméstico que for dispensado sem justa causa fará jus ao
benefício do seguro-desemprego, na forma da Lei no 7.998, de 11 de janeiro de 1990, no
valor de 1 (um) salário-mínimo, por período máximo de 3 (três) meses, de forma contínua
ou alternada.

Assim, a regra aqui também é diferenciada em relação aos urbanos e rurais: não se aplica o limite máximo
de 05 (cinco) parcelas e nem o cálculo de médias remuneratórias para definição do valor da parcela. O valor
é fixo de 1 salário-mínimo e são, no máximo, 3 parcelas.

A LC previu, também, algumas hipóteses de cancelamento do benefício:

LC 150, art. 26, § 2º O benefício do seguro-desemprego será cancelado, sem prejuízo das
demais sanções cíveis e penais cabíveis:

I - pela recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-


desemprego; ou

IV - por morte do segurado.

Seguro-Desemprego do pescador artesanal

A lei 10.779/03 dispõe sobre a concessão do benefício de seguro desemprego, durante o período de defeso,
ao pescador profissional que exerce a atividade pesqueira de forma artesanal. Ressalta-se que esta lei foi
alterada pela MP 665, editada em dezembro de 2014.

Além da referida lei, há as Resoluções CODEFAT 657/10 e 759/2016 que também regulamentam a referida
concessão.

Sobre o beneficiário deste seguro e as condições gerais em que será devido, o artigo 1º da Lei 10.779/03
estabelece que:

Lei 10.779/03, art. 1º - O pescador artesanal de que tratam a alínea “b” do inciso VII do art.
12 da Lei no 8.212, de 24 de julho de 1991, e a alínea “b” do inciso VII do art. 11 da Lei no
8.213, de 24 de julho de 1991, desde que exerça sua atividade profissional
ininterruptamente, de forma artesanal e individualmente ou em regime de economia
familiar, fará jus ao benefício do seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário-mínimo
mensal, durante o período de defeso de atividade pesqueira para a preservação da
espécie.
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§ 1º Considera-se profissão habitual ou principal meio de vida a atividade exercida durante


o período compreendido entre o defeso anterior e o em curso, ou nos 12 (doze) meses
imediatamente anteriores ao do defeso em curso, o que for menor.

§ 2º O período de defeso de atividade pesqueira é o fixado pelo Instituto Brasileiro do Meio


Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis - IBAMA, em relação à espécie marinha,
fluvial ou lacustre a cuja captura o pescador se dedique.

§ 3º Considera-se ininterrupta a atividade exercida durante o período compreendido entre


o defeso anterior e o em curso, ou nos 12 (doze) meses imediatamente anteriores ao do
defeso em curso, o que for menor.

§ 4º Somente terá direito ao seguro-desemprego o segurado especial pescador artesanal


que não disponha de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.

§ 5º O pescador profissional artesanal não fará jus a mais de um benefício de seguro-


desemprego no mesmo ano decorrente de defesos relativos a espécies distintas.

§ 6º A concessão do benefício não será extensível às atividades de apoio à pesca e nem aos
familiares do pescador profissional que não satisfaçam os requisitos e as condições
estabelecidos nesta Lei.

Sobre as condições para concessão do seguro-desemprego aos pescadores a Lei 10.779/03, originariamente,
previa que o trabalhador deveria apresentar ao Ministério do Trabalho “atestado da Colônia de Pescadores
a que esteja filiado, com jurisdição sobre a área onde atue o pescador artesanal”, comprovando o exercício
da profissão, entre outros atributos.

Como estudamos em aula anterior, a Constituição assegura a liberdade de associação, em suas dimensões
positiva e negativa (liberdade de se associar, de não ser obrigado a filiar-se e nem de permanecer associado).

Com isso, a Lei acabou por obrigar os pescadores a se associarem à colônia de pescadores da região, sob
pena de inviabilizar o acesso ao benefício.

Apesar do nobre intuito da lei (evitar a fraude por parte de quem, sem ser pescador, declara-se como tal
durante o defeso para receber indevidamente o seguro-desemprego), esta violou a Constituição, e o citado
dispositivo foi declarado inconstitucional pelo STF na ADI 3.464, cuja ementa segue abaixo:

Ação direta de inconstitucionalidade. Art. 2º, IV, “a”, “b” e “c”, da Lei nº 10.779/03. Filiação
à colônia de pescadores para habilitação ao seguro-desemprego. Princípios da liberdade
de associação e da liberdade sindical (arts. 5º, XX, e 8º, V, da Constituição Federal).

1. Viola os princípios constitucionais da liberdade de associação (art. 5º, inciso XX) e da


liberdade sindical (art. 8º, inciso V), ambos em sua dimensão negativa, a norma legal que
condiciona, ainda que indiretamente, o recebimento do benefício do seguro-desemprego
à filiação do interessado a colônia de pescadores de sua região.

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2. Ação direta julgada procedente.

Para contornar o impasse, o CODEFAT publicou Resolução que estabelece os requisitos necessários para a
habilitação dos pescadores artesanais ao seguro-desemprego:

Resolução CODEFAT 657/2010, art. 2º Terá direito ao Seguro-Desemprego o pescador que


preencher os seguintes requisitos no processo de habilitação:

I - ter registro como Pescador Profissional, categoria artesanal, devidamente atualizado no


Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, emitido pelo MPA, com antecedência mínima
de um ano da data do início do defeso;

II - possuir inscrição no Instituto Nacional do Seguro Social - INSS como segurado especial;

III - possuir nota fiscal de venda do pescado a adquirente pessoa jurídica, ou pessoa física
equiparada à jurídica no período compreendido entre o término do defeso anterior e o
início do defeso atual;

IV - na hipótese de não atender ao inciso III e ter vendido sua produção a pessoa física,
possuir comprovante de recolhimento ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS,
constando em matrícula própria no Cadastro Específico - CEI, no período compreendido
entre o término do defeso anterior e o início do defeso atual;

V - não estar em gozo de nenhum benefício de prestação continuada da Previdência ou da


Assistência Social, exceto auxílio-acidente, auxílio-reclusão e pensão por morte; e

VI - não ter vínculo de emprego ou outra relação de trabalho, ou outra fonte de renda
diversa da decorrente da pesca.

Após a edição da MP 665, em dezembro de 2014, caberá ao INSS (não mais ao MTb) receber e processar os
pedidos de seguro-desemprego do pescador artesanal:

Art. 2º Cabe ao Instituto Nacional do Seguro Social - INSS receber e processar os


requerimentos e habilitar os beneficiários nos termos do regulamento.

Para ter direito ao benefício, o pescador deverá obedecer a algumas condições estabelecidas na MP 665:

Art. 2º, § 1º - Para fazer jus ao benefício, o pescador não poderá estar em gozo de nenhum
benefício decorrente de programa de transferência de renda com condicionalidades ou de
benefício previdenciário ou assistencial de natureza continuada, exceto pensão por morte
e auxílio-acidente.

§ 2º - Para se habilitar ao benefício, o pescador deverá apresentar ao INSS os seguintes


documentos:

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I - registro como Pescador Profissional, categoria artesanal, devidamente atualizado no


Registro Geral da Atividade Pesqueira - RGP, emitido pelo Ministério da Pesca e
Aquicultura, com antecedência mínima de 1 (um) ano, contados da data do requerimento
do benefício;

II - cópia do documento fiscal de venda do pescado a empresa adquirente, consumidora ou


consignatária da produção, em que conste, além do registro da operação realizada, o valor
da respectiva contribuição previdenciária, de que trata o § 7º do art. 30 da Lei nº 8.212, de
24 de julho de 1991, ou comprovante do recolhimento da contribuição previdenciária, caso
tenha comercializado sua produção a pessoa física; e

III - outros estabelecidos em ato do Ministério Previdência Social que comprovem:

a) o exercício da profissão, na forma do art. 1º desta Lei;

b) que se dedicou à pesca, em caráter ininterrupto, durante o período definido no § 3º do


art. 1º desta Lei; e

c) que não dispõe de outra fonte de renda diversa da decorrente da atividade pesqueira.

Em relação à quantidade de parcelas, como se verifica, não existe limite pré-definido: a duração da
assistência financeira temporária está vinculada ao período de defeso, que é determinado pelo MMA
(Ministério do Meio Ambiente)/IBAMA.

Neste sentido, a Resolução CODEFAT 657/10:

Art. 4º O benefício do Seguro-Desemprego poderá ser requerido a partir do trigésimo dia


que anteceder o início do defeso, até o seu final, não podendo ultrapassar o prazo de cento
e oitenta dias, a contar da data de início do defeso.

§ 1º Quando houver prorrogação do defeso considerar-se-á a data final da prorrogação


para requerer o benefício, desde que não ultrapasse o prazo de cento e oitenta dias, a
contar da data de início do defeso.

§ 2º Quando o fim do defeso for antecipado pelo MMA e MPA, o prazo para Requerimento
de que trata o caput será antecipado, observado o mesmo período.

Como o pescador artesanal não é empregado, e tendo em vista a natureza especial de sua função que enseja
o recebimento do seguro-desemprego, as condições do cancelamento são um pouco diferenciadas (em
relação ao urbano e rural).

A Resolução CODEFAT 657/10 definiu o seguinte sobre o cancelamento do seguro desemprego do pescador
artesanal:

Resolução CODEFAT 657/10, art. 14. O Seguro-Desemprego será cancelado nas seguintes
hipóteses:
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I - existência de vínculo de emprego ou de outra relação de trabalho;

II - desrespeitar o período ou quaisquer proibições estabelecidas em normas de defeso;

III - obtenção de renda proveniente da pesca de espécies alternativas não contempladas


no ato que fixar o defeso;

IV - suspensão do defeso da espécie para a qual estiver autorizado;

V - morte do segurado, exceto em relação às parcelas vencidas;

VI - início de percepção de benefício previdenciário, de prestação continuada, exceto


auxílio-acidente, auxílio-reclusão e pensão por morte;

VII - prestação de declaração falsa; e

VIII - comprovação de fraude.

Bolsa qualificação

A bolsa qualificação é benefício que foi incluído na Lei 7.998/90 por medida provisória, e se aplicará aos casos
em que o contrato de trabalho do empregado é suspenso para participação em curso ou programa de
qualificação profissional oferecido pelo empregador (lay-off):

CLT, art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a
cinco meses, para participação do empregado em curso ou programa de qualificação
profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão contratual,
mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal
do empregado (...).

Aqui não há, portanto, exatamente uma situação de desemprego: a bolsa qualificação será concedida aos
empregados cujos contratos de trabalho estejam suspensos, aos moldes do art. 476-A da CLT.

Este benefício também é chamado de Seguro-Desemprego – modalidade Bolsa Qualificação.

Conforme previsto na Lei 7.998/90, esta bolsa será custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT),
assim como o Seguro-Desemprego, adequando-se à finalidade deste Programa indicada no inciso II de seu
art. 2º9, da seguinte forma:

9 Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:


(...)
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Lei 7.998/90, art. 2º-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º, fica instituída a bolsa
de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à
qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de
participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo
celebrado para este fim.

Estabelecida a suspensão contratual por meio de negociação coletiva e aquiescência formal do empregado,
para viabilizar a concessão da bolsa qualificação o empregador deve tomar as seguintes providências:

Resolução CODEFAT 591/09, art. 3º Para concessão do benefício de que trata o caput do
art. 1º, o empregador deverá informar à Superintendência Regional do Trabalho e Emprego
a suspensão do contrato de trabalho acompanhado dos seguintes documentos:

a) cópia da convenção ou do acordo coletivo celebrado para este fim;

b) relação dos trabalhadores a serem beneficiados pela medida;

c) plano pedagógico e metodológico contendo, no mínimo, objetivo, público alvo, estrutura


curricular e carga horária.

Cumpridas estas formalidades, os empregados atingidos pela medida deverão se dirigir aos postos de
atendimento do MTb para dar entrada em seus requerimentos.

Por fim, ressaltam-se abaixo as hipóteses de suspensão e cancelamento da bolsa qualificação, que possuem
algumas diferenças em relação ao seguro-desemprego em face da situação peculiar em que é concedida:

Resolução CODEFAT 591/09, art. 8° O pagamento do benefício bolsa de qualificação


profissional será suspenso nas seguintes situações:

I. se ocorrer a rescisão do contrato de trabalho;

II. início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto


auxílio-acidente e pensão por morte;

III. comprovada ausência do empregado nos cursos de qualificação, observada a


frequência mínima de 75% (setenta e cinco por cento).

II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de
orientação, recolocação e qualificação profissional.
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Resolução CODEFAT 591/09, art. 9° O benefício bolsa de qualificação profissional será


cancelado, nas seguintes situações:

I. fim da suspensão contratual e retorno ao trabalho;

II. por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III. por comprovação de fraude com vistas à percepção indevida da bolsa; e,

IV. por morte do beneficiário.

==245596==

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RESUMO

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CONCLUSÃO
Bom pessoal, estamos chegando ao final de nossa aula.

A Lei do FGTS é curta, e a jurisprudência do TST sobre o tema não é extensa; precisamos garantir um bom
desempenho em questões deste assunto.

É interessante atentar para o fato de que o FGTS, com a EC 72/2013 e a LC 150/2015, foi assegurado aos
domésticos.

Além disso, atentem-se ao novo entendimento quanto ao prazo prescricional do FGTS.

Espero que tenham gostado da aula, e se surgir alguma dúvida quanto ao assunto apresentado, estamos à
disposição para auxiliá-los(as).

Grande abraço e bons estudos,

Prof. Antonio Daud Jr

https://www.facebook.com/professordaud

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QUESTÕES COMENTADAS

FGTS

1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017


Entre as finalidades do FGTS está a de permitir ao trabalhador a formação de um patrimônio que poderá ser
sacado em momentos especiais e em situações de dificuldade. Nesse contexto, constitui hipótese autorizada
por lei para o saque do FGTS:
(A) quando o trabalhador com deficiência, por prescrição médica, necessite fazer implante.
(B) necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de prescrição médica.
(C) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 120 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(D) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 60 anos, se mulher, e 65 anos, se homem.
(E) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca, de força maior e extinção do contrato
de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e empregador.

Comentários:

Gabarito (E), segundo a Lei 8.036/90, art. 20, que prevê as hipóteses de saque. A FCC tentou confundir o
candidato com a redação dos incisos I, I-A, X, XV, XVI e XVIII do art. 20, como comentado a seguir.

A letra (A), incorreta, já que o “implante”, em regra, não permite o saque. Caso contrário, teríamos saque
do FGTS para implante de qualquer objeto, como um implante dentário ou de uma prótese de silicone, o que
iria colidir com o espírito da lei =)

Por outro lado, admite-se o saque do FGTS especificamente para aquisição de prótese ou órtese para fins de
inclusão social:

Lei 8.036/1990, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.

A letra (B) peca no final da frase. A necessidade pessoal e urgente autoriza o saque, desde que decorrente
de desastre natural, nos termos de regulamentação do Poder Executivo:

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Lei 8.036/1990, art. 20, XVI - necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorra de
desastre natural, conforme disposto em regulamento, observadas as seguintes condições:
(..)

A letra (C), incorreta, já que o prazo legal da suspensão do trabalho avulso é de 90 dias:

Lei 8.036/1990, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.

Muito embora a suspensão por 120 dias se enquadre na regra acima, fica claro que a Banca desejava saber
se o candidato conhecia a regra correta.

A letra (D), incorreta, pois o saque em virtude de idade avançada se dá com 70 anos do trabalhador,
independentemente do seu gênero:

Lei 8.036/1990, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.

A letra (E), correta, tendo em vista que são hipóteses autorizadoras do saque:

Lei 8.036/1990, art. 20, I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa
recíproca e de força maior [demissão com justa causa e pedido de demissão não permitem
o saque];

Lei 8.036/1990, art. 20, I-A - extinção do contrato de trabalho prevista no art. 484-A
[extinção contratual por acordo entre empregado e empregador] da Consolidação das Leis
do Trabalho (CLT), aprovada pelo Decreto-Lei no 5.452, de 1o de maio de 1943;

Reparem, por fim, que a ‘extinção do contrato de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e
empregador’ tem o saque limitado a 80% dos valores depositados.

Gabarito (E)

2. CESPE/DPU – Defensor Público – 2017


O empregado com deficiência poderá movimentar sua conta vinculada ao FGTS quando, por prescrição
médica, necessitar adquirir órtese ou prótese para favorecer sua acessibilidade e inclusão social.

Comentários:

Item correto de acordo com hipótese de saque prevista na Lei 8.036 (inserida pela Lei 13.146/2015):

Lei 8.036/90, art. 20, XVIII - quando o trabalhador com deficiência, por prescrição,
necessite adquirir órtese ou prótese para promoção de acessibilidade e de inclusão social.

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Gabarito: Correta

3. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017


Quanto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, segundo ordenamento jurídico e jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho:
(A) A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida
ao empregado, inclusive horas extras e adicionais, desde que habituais.
(B) É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra a falta de recolhimento de contribuição para o
FGTS, observado o prazo de cinco anos após o término do contrato.
(C) Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o
percentual da multa rescisória será reduzido para dez por cento.
(D) A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da
contribuição para o FGTS.
==245596==

(E) A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando houver suspensão total do
trabalho avulso por período igual ou superior a sessenta dias, comprovada por declaração do sindicato
representativo da categoria profissional.

Comentários:

A letra (A), incorreta, pois quando falamos em FGTS, até mesmo adicionais eventuais (e não apenas os
‘habituais’) repercutem no seu recolhimento:

SUM-63 FUNDO DE GARANTIA

A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

A letra (B), incorreta, já que o atual entendimento é de que a prescrição do FGTS segue o mesmo prazo das
demais verbas trabalhistas:

SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO

I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a


prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato;

A letra (C), incorreta, já que nas hipóteses de culpa recíproca ou força maior a multa rescisória será de 20%:

Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º [multa
compensatória do FGTS] será de 20 (vinte) por cento.

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A letra (D), correta, pois o entendimento do TST é de que havendo prescrição de parcela remuneratória (por
exemplo, adicional noturno), haverá também a prescrição do recolhimento relativo ao FGTS desta parcela:

SUM-206 FGTS. INCIDÊNCIA SOBRE PARCELAS PRESCRITAS

A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo


recolhimento da contribuição para o FGTS.

Por fim, a letra (E) está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do avulso é de
90 dias, não de 60:

Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.

Gabarito (D)

4. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017


Com relação ao FGTS, considere:
I. A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da estabilidade prevista na
CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo indevidos valores a título de reposição de diferenças.
II. O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à contribuição para o
FGTS.
III. Caberá ao Conselho Curador do FGTS, na qualidade de agente operador, emitir Certificado de
Regularidade do FGTS.
IV. Quando ocorrer rescisão do contrato de trabalho por culpa recíproca ou força maior reconhecida pela
Justiça do Trabalho, o percentual devido relativo à multa pela rescisão será de 20%.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) III e IV.

Comentários:

A proposição I, correta, conforme SUM-98 do TST:

SUM-98. FGTS. INDENIZAÇÃO. EQUIVALÊNCIA. COMPATIBILIDADE

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I - A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da


estabilidade prevista na CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo indevidos
valores a título de reposição de diferenças.

A proposição II, correta, pois é transcrição da SUM-305 do TST:

SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO


PRÉVIO

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a


contribuição para o FGTS.

A proposição III, incorreta, pois tal competência é do agente operador do FGTS (Caixa):

Lei 8.036/90, art. 7º À Caixa Econômica Federal, na qualidade de agente operador, cabe:
(..)

V - emitir Certificado de Regularidade do FGTS;

A proposição IV, correta, de acordo com a regra da multa rescisória:

Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.

Gabarito (D)

5. CESPE/PGE-AM – Procurador - 2016


Compete ao Ministério da Fazenda fiscalizar o cumprimento, pelos empregadores, da exigência de depósitos
mensais do percentual referente ao FGTS.

Comentários:

Segundo a Lei do FGTS, a fiscalização quanto ao cumprimento das obrigações fundiárias, especialmente
quanto aos depósitos ao FGTS, cabe ao Ministério do Trabalho:

Lei 8.036/90, Art. 23. Compete ao Ministério do Trabalho e Previdência a verificação do


cumprimento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à apuração dos débitos e das
infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de serviço, que os notificará para
efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e cumprirem as demais
determinações legais [MP 1.107/2022]

art. 23. Competirá à Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da


Economia a verificação do cumprimento do disposto nesta Lei, especialmente quanto à
apuração dos débitos e das infrações praticadas pelos empregadores ou tomadores de
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serviço, que os notificará para efetuarem e comprovarem os depósitos correspondentes e


cumprirem as demais determinações legais.

Gabarito: Errada

6. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016


Em relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, com base na Lei no 8.036/90, é correto afirmar:
(A) As pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas na forma da lei como entidades
beneficentes de assistência social, estão dispensadas do recolhimento do FGTS.
(B) É direito dos trabalhadores, a qualquer tempo da vigência do contrato, optar pelo regime do FGTS,
retroativamente à 05/10/1978 ou à data da sua admissão, se esta última for mais recente.
(C) Na hipótese de dispensa sem justa causa, a sociedade anônima empregadora pagará, juntamente com as
demais parcelas devidas pelo distrato, diretamente ao empregado, importância igual a 40% do montante de
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante o contrato de trabalho, atualizados
monetariamente e acrescidos os respectivos juros.
(D) É hipótese de movimentação pelo trabalhador de sua conta vinculada, no curso do contrato de trabalho,
quando algum dependente seu for portador do vírus HIV.
(E) A critério da empresa, seus diretores, apenas os que forem empregados, poderão ser incluídos no regime
do FGTS.

Comentários:

O gabarito é letra (D), conforme hipótese de saque contida na Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

XIII - quando o trabalhador ou qualquer de seus dependentes for portador do vírus HIV;

A alternativa (A), incorreta, já que não há qualquer exceção para as entidades sem fins lucrativos. Elas
também são obrigadas ao recolhimento do FGTS de seus empregados:

Lei 8.036/1990, art. 15, § 1º Entende-se por empregador a pessoa física ou a pessoa jurídica
de direito privado ou de direito público, da administração pública direta, indireta ou
fundacional de qualquer dos Poderes, da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos
Municípios, que admitir trabalhadores a seu serviço, bem assim aquele que, regido por
legislação especial, encontrar-se nessa condição ou figurar como fornecedor ou tomador
de mão-de-obra, independente da responsabilidade solidária e/ou subsidiária a que
eventualmente venha obrigar-se.

A alternativa (B), incorreta, já que os trabalhadores que estiverem sob o regime da estabilidade (anterior à
CF88) podem optar, a qualquer momento, pelo regime do FGTS:

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Lei 8.036/1990, art. 14, §4º Os trabalhadores poderão a qualquer momento optar pelo
FGTS com efeito retroativo a 1º de janeiro de 1967 ou à data de sua admissão, quando
posterior àquela.

A alternativa (C), incorreta, já que, neste caso, o pagamento não é diretamente ao empregado, mas
mediante depósito na conta vinculada do trabalhador:

Lei 8.036/1990, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros.

A alternativa (E), incorreta, já que as empresas poderão efetuar o recolhimento do FGTS de seus diretores
que não sejam empregados:

Lei 8.036/1990, art. 16. Para efeito desta lei, as empresas sujeitas ao regime da legislação
trabalhista poderão equiparar seus diretores não empregados aos demais trabalhadores
sujeitos ao regime do FGTS. Considera-se diretor aquele que exerça cargo de administração
previsto em lei, estatuto ou contrato social, independente da denominação do cargo.

Gabarito (D)

7. CESPE/AGU – Procurador - 2015


Segundo decisão recente do STF, o prazo prescricional relativo aos valores não depositados no FGTS é
quinquenal, haja vista esse fundo ser crédito de natureza trabalhista; entretanto, caso o prazo prescricional
já esteja em curso, deverá ser aplicado o que ocorrer primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou
cinco anos, a partir do referido julgado.

Comentários:

Em novembro de 2014, o STF, em sede de julgamento de recurso extraordinário, com repercussão geral
reconhecida (ARE 70912), entendeu que a prescrição do FGTS deveria observar os mesmos cinco anos da
prescrição trabalhista, já que o FGTS é também um direito trabalhista constante do art. 7º da CF.

Fazendo uso da modulação dos efeitos da sentença, o STF decidiu, ainda, que o prazo prescricional de 5 anos
somente valeria para os casos posteriores à sua decisão, sendo que, para os casos antigos, ainda valeria o
prazo que se consumar primeiro: ou 30 anos do início da contagem do prazo; ou 5 anos a partir da decisão.

Nesse cenário, em junho de 2015, o TST reviu o teor da Súmula 362, para a seguinte redação:

I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a


prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato;

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II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-


se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial,
ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).

Assim, o recente entendimento do TST e do STF é no sentido de que a prescrição do FGTS não seria mais
trintenária, mas sim de cinco anos, consoante a prescrição trabalhista.

Além disso, a regra de transição contida na SUM 362 do TST pode ser esquematiza da seguinte forma:

Lesão do direito após a decisão do STF


Lesão do direito antes da decisão do STF
(13/11/2014)
O que ocorrer primeiro entre:

5 anos i) 5 anos contados da decisão do STF


(13/11/2014); ou
ii) 30 anos a partir da lesão (termo inicial).

Gabarito: correta

8. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2014


Um trabalhador avulso teve seu trabalho suspenso de forma total pelo período de 90 dias, tendo sido tal
suspensão comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional. Nesse caso, em
relação ao FGTS, de acordo com a legislação aplicável, os valores depositados em sua conta vinculada
(A) não poderão ser sacados tendo em vista que o saque de FGTS do trabalhador avulso só ocorre por ocasião
da aposentadoria do mesmo.
(B) poderão ser sacados, eis que preenchidos os requisitos legais para tanto.
(C) não poderão ser sacados, uma vez que a suspensão do trabalho não completou o período de 120 dias.
(D) só poderão ser sacados se a suspensão do trabalho for autorizada pelo Ministério do Trabalho.
(E) só poderão ser sacados se o trabalhador tiver completado 65 anos de idade.

Comentários:

O gabarito é letra (B), pois trata-se da aplicação direta do disposto na Lei 8.036/90, art. 20, X, transcrito
abaixo.

Pelo mesmo motivo, a letra ‘C’ está incorreta, pois o prazo para saque no caso de suspensão do trabalho do
avulso é de 90 dias, não de 120:

Lei 8.036/90, art. 20, X - suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior
a 90 (noventa) dias, comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria
profissional.

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Ademais, não há necessidade alguma de autorização da suspensão pelo MTb. Portanto, a letra ‘D’ também
está incorreta.

A letra ‘E’ está incorreta porquanto o saque por motivo de idade é de 70 anos ou mais:

Lei 8.036/90, art. 20, XV - quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a setenta
anos.

Agora no início, quanto à letra ‘A’, lembramos que os trabalhadores avulsos têm os mesmos direitos
trabalhistas dos empregados, o que inclui direito ao FGTS e ao seu saque. Relembrando: Os trabalhadores
avulsos também têm direito ao FGTS, até mesmo pela previsão constitucional de igualdade de direitos destes
com os empregados com vínculo permanente:

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

III - fundo de garantia do tempo de serviço;

(...)

XXXIV - igualdade de direitos entre o trabalhador com vínculo empregatício permanente e


o trabalhador avulso.

Gabarito (B)

9. CESPE/PG-DF – Procurador - 2013


Conforme a jurisprudência dominante do TST, a CF e a legislação pertinente, julgue os itens que se seguem.
Não há incidência do fundo de garantia do tempo de serviço sobre o valor pago a título de ajuda de custo,
participação em lucros ou resultados e férias indenizadas. Por outro lado, há manutenção da incidência dessa
contribuição em algumas hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, como, por exemplo, em caso de
afastamento para a prestação do serviço militar obrigatório.

Comentários:

Vamos separar a análise deste item em duas partes.

Em relação à incidência do FGTS sobre a ajuda de custo, é importante lembrar que essa parcela não tem
natureza salarial (CLT, art. 457, § 2º). Portanto, não fazendo parte do salário ou da remuneração do
empregado, não haverá FGTS sobre tal parcela, já que o FGTS incide sobre as parcelas remuneratórias:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
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anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.


4571 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).

Portanto, realmente não incidirá FGTS sobre a ajuda de custo.

-----

Em relação ao recolhimento do FGTS em algumas hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, como


afastamento para prestação do serviço militar obrigatório (SMO), esta parte também está correta.

A regra geral é que, não havendo remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não haverá FGTS.
Entretanto, a par desta regra, a Lei 8.036/90 traz duas exceções, que configuram suspensão do contrato de
trabalho, mas mantêm a obrigatoriedade de o empregador recolher o FGTS do empregado afastado. São elas
o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:

Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.

Gabarito: Correta

10. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Com fundamento na legislação aplicável ao FGTS, a conta vinculada do trabalhador NÃO poderá ser
movimentada na hipótese de
(A) pedido de demissão.
(B) falecimento do trabalhador.
(C) dispensa indireta.
(D) culpa recíproca.
(E) aposentadoria concedida pela Previdência Social.

Comentários:
A Lei 8.036/90 [Lei do FGTS] delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais não se incluem a
demissão com justa causa e pedido de demissão:

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

1
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, (...).

(...)

Gabarito (A)

11. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Oficial Justiça Avaliador Federal - 2013


Conforme legislação específica que regulamenta o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço − FGTS,
(A) os empregadores são obrigados a depositar mensalmente na conta do FGTS do empregado a importância
correspondente a 10% sobre a remuneração do mesmo.
(B) o recolhimento do FGTS não incide sobre o valor da gratificação natalina dos empregados.
(C) o depósito do FGTS mensal é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar
obrigatório e licença por acidente do trabalho.
(D) o percentual da multa rescisória será de 40% sobre o montante de todos os depósitos de FGTS realizados
durante a vigência do contrato de trabalho, quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho.
(E) a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando o trabalhador permanecer
dois anos ininterruptos, fora do regime do FGTS.

Comentários:

As incorreções das alternativas (A) e (B) se verificam com a leitura do art. 15 da Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4572 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).

A letra (C), correta, tratou de um dos casos de suspensão contratual onde o depósito fundiário continua
sendo devido:

Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.

2
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Na alternativa (D) foi tratado da multa rescisória. Em geral a alíquota é de 40%, mas no caso de culpa
recíproca e força maior a multa é devida à alíquota de 20%:

Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.

A Lei 8.036/90 delimitou quais são as possibilidades de saque, entre as quais quando o empregado
permanecer três anos ininterruptos, fora do regime do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

(...)

VIII - quando o trabalhador permanecer três anos ininterruptos, a partir de 1º de junho de


1990, fora do regime do FGTS, podendo o saque, neste caso, ser efetuado a partir do mês
de aniversário do titular da conta.

Gabarito (C)

12. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013


A respeito do FGTS, considere:
I. O conselho curador do FGTS é composto por representantes dos trabalhadores e dos empregadores que
terão mandato de dois anos, vedada a recondução.
II. A contribuição para o FGTS corresponde a 8% sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive
horas extras e adicionais eventuais.
III. O pagamento do período de aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado, está sujeito a contribuição para
o FGTS.
IV. Ao completar 65 anos de idade o trabalhador poderá sacar a quantia depositada em seu FGTS.
Está correto o que se afirma APENAS em
( A) II e III.
(B) I, II e III.
(C) III e IV.
( D) I e IV.
(E) II, III e IV.

Comentários:

Os itens II e III estão corretaos.

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A assertiva I, incorreta, afirma que é vedada a recondução dos membros do conselho curador do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 3º - Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e


seus suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações
nacionais, serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e
poderão ser reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa
como membro titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por
período consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

A assertiva II, correta, pois a base de cálculo do FGTS é a remuneração, e a alíquota, em


geral, é de 8% (oito por cento):

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam obrigados a
depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a importância
correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts. 4573 e 458 da CLT e a
gratificação de Natal (...).

Para deixar mais claro quanto às horas extras e aos adicionais eventuais:

SUM-63 FUNDO DE GARANTIA

A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

A assertiva III está em perfeita consonância com a jurisprudência. Portanto, com relação ao aviso prévio,
precisamos ficar atentos: é que tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado integram a base de cálculo dos
haveres fundiários.

SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO


PRÉVIO

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a


contribuição para o FGTS.

A assertiva IV está incorreta, pois o saque por motivo de idade somente ocorre quando o trabalhador
completa 70 anos ou mais.

Gabarito (A)

13. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013

3
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Conforme previsão legal, a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada em algumas
situações, EXCETO:
(A) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 60 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(B) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior.
(C) aposentadoria concedida pela Previdência Social.
(D) extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei nº
6.019/74.
(E) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 70 anos.

Comentários:

A letra (A) é a incorreta, pois a suspensão contratual do avulso deve ser de 90 dias para ensejar o saque do
FGTS. As demais letras encontram-se previstas na Lei 8.036/90, art. 20.

Gabarito (A)

14. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Acerca do FGTS, assinale a opção correta.
(A) A contribuição para o FGTS incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, não repercutindo,
segundo posicionamento do TST, sobre as horas extras trabalhadas.
(B) O empregador não é obrigado a efetuar os depósitos de FGTS durante o período em que perdurar a
aposentadoria por invalidez de empregado que tenha sofrido acidente de trabalho.
(C) Durante a prestação de serviço militar obrigatório, não há recolhimento de FGTS, já que o contrato de
trabalho fica suspenso.
(D) A contribuição para o FGTS é devida para os empregados urbanos e rurais, exceto para os aprendizes,
sujeitos a contrato de trabalho considerado especial.
(E) Na execução trabalhista, é permitido ao oficial de justiça penhorar contas vinculadas ao FGTS em nome
do trabalhador, observada a ordem de preferência dos bens.

Comentários:

O gabarito é a letra (B), porquanto a aposentadoria por invalidez consiste em suspensão do contrato de
trabalho. Nesse caso, aprendemos que a base de cálculo do FGTS é a remuneração paga ou devida ao
empregado. Todavia, se não há remuneração (como nos casos de suspensão contratual) não há FGTS.

As demais estão incorretas porque:

- letra ‘A’: está em desacordo com a Súmula 63 do TST, segundo a qual o FGTS incide até mesmo sobre as
horas extraordinários e sobre os adicionais eventuais;

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- letra ‘C’: a regra de que durante a suspensão contratual não há FGTS comporta duas exceções. São
elas o afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente do trabalho:

Lei 8.036/90, art. 15, § 5º O depósito de que trata o caput deste artigo é obrigatório nos
casos de afastamento para prestação do serviço militar obrigatório e licença por acidente
do trabalho.

- letra ‘D’: O aprendiz terá direito ao depósito do FGTS, todavia com alíquota reduzida de 2% (dois por cento)
da sua remuneração paga ou devida.

Lei 8.036/90, art. 15, § 7º Os contratos de aprendizagem terão a alíquota a que se refere o
caput deste artigo reduzida para dois por cento.

- letra ‘E’: Controverte-se a jurisprudência e a doutrina sobre a penhorabilidade da conta vinculada. Não
foram encontradas decisões pela possibilidade de penhora em execuções trabalhistas. Há decisões do STJ,
contudo, afirmando que seria admitida a penhora em execuções de verba alimentar.

Gabarito (B)

15. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2011


Viviane e Carolina receberam aviso prévio de sua empregadora, a empresa Z, relacionado à rescisão de seus
contratos de trabalho por prazo indeterminado. O aviso prévio de Viviane é indenizado e o de Carolina não.
Assim, o pagamento relativo ao período de
(A) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS.
(B) apenas o aviso prévio de Viviane está sujeito à contribuição para o FGTS.
(C) apenas o aviso prévio de Carolina está sujeito à contribuição para o FGTS.
(D) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS, mas a contribuição do aviso de Viviane é pela
metade.
(E) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS, mas a contribuição do aviso de Carolina é pela
metade.

Comentários:

O gabarito é letra (A), pelo que vimos anteriormente:

SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO


PRÉVIO

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a


contribuição para o FGTS.

Gabarito (A)

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16. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2011


Segundo a Lei no 8.036/1990, com relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, os depósitos
efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados
(A) pela Receita Federal, por meio do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), sem a capitalização de
juros.
(B) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança, com capitalização de juros de doze por cento ao
ano.
(C) pela Receita Federal, por meio da taxa SELIC.
(D) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de três por cento ao ano.
(E) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de seis por cento ao ano.

Comentários:

O gabarito é (D), conforme literalidade do art. 13 da Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 13. Os depósitos efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos
monetariamente com base nos parâmetros fixados para atualização dos saldos dos
depósitos de poupança e capitalização juros de (três) por cento ao ano.

Gabarito (D)

17. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2011


O FGTS é regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
(A) cujos representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato
de dois anos, vedada a recondução.
(B) presidido pelo representante do Tesouro Nacional.
(C) presidido pelo representante da Caixa Econômica Federal.
(D) cujos membros representantes dos trabalhadores têm estabilidade no emprego da inscrição da
candidatura até cinco meses após o término do mandato.
(E) que reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.

Comentários:

A alternativa (A) está incorreta porque se permite uma recondução dos representantes dos trabalhadores e
dos empregadores:

Lei 8.036/90, art. 3º, Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro

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titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

As alternativas (B) e (C) estão incorretas porque a presidência do Conselho Curador recai sobre
representante do Ministério do Trabalho:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.

§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida por representante do Ministério do


Trabalho e Previdência. (MP 1058/2021)

Já havíamos comentado, em aula anterior, sobre a estabilidade provisória dos representantes dos
trabalhadores (titulares e suplentes):

Quanto à alternativa (D), ela tentou iludir o candidato falando sobre candidatura (cabível no caso de
dirigente sindical). A estabilidade provisória, aqui, ocorre da nomeação até um ano após o término do
mandato:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes
dos trabalhadores, efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da
nomeação até um ano após o término do mandato de representação, somente podendo
ser demitidos por motivo de falta grave, regularmente comprovada através de processo
sindical.

Por fim, a letra (E) está correta, conforme art. 3º, § 4º, da Lei 8.036/90:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada


bimestre, por convocação de seu Presidente. Esgotado esse período, não tendo ocorrido
convocação, qualquer de seus membros poderá fazê-la, no prazo de 15 (quinze) dias.
Havendo necessidade, qualquer membro poderá convocar reunião extraordinária, na
forma que vier a ser regulamentada pelo Conselho Curador.

Gabarito (E)

18. FCC/TR4 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2011


Considere as seguintes assertivas a respeito do Conselho Curador do FGTS:
I. A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo representante da Caixa Econômica Federal.
II. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados
pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo Ministro do Trabalho e da
Previdência Social.

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III. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato de
dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
IV. O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:
(A) II, III e IV.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I, II e IV.

Comentários:

A proposição I está incorreta porque a presidência do Conselho Curador recai sobre representante do
Ministério do Trabalho:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo Ministro
de Estado da Economia ou por representante, por ele indicado, da área fazendária do
governo.

§ 1º A Presidência do Conselho Curador será exercida por representante do Ministério do


Trabalho e Previdência.

A proposição II está correta, porque, de fato, os representantes dos trabalhadores e dos empregadores são
indicados por suas centrais e nomeados pelo "Poder Executivo" (na época desta prova a nomeação era
atribuída ao então Ministério do Trabalho):

Lei 8.036/90, art. 3º, §3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

A proposição III, também correta, é amparada no mesmo art. 3º, § 3º, visto acima.

Por fim, a proposição IV também está correta, fundamentada no § 4º do mesmo artigo:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 4º O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada


bimestre, por convocação de seu Presidente (...).

Gabarito (A)

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19. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2010


O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador. As decisões deste
Conselho serão tomadas com a presença
(A) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de qualidade.
(B) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(C) da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(D) de um terço de seus membros, tendo o Presidente voto de desempate.
(E) de um terço de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de desempate.

Comentários:

O gabarito é (C). Segue o amparo legal:

Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.

Gabarito (C)

20. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O membro do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), representante dos
trabalhadores, tem estabilidade garantida desde a nomeação até um ano após o final do seu mandato, que
será de dois anos.

Comentários:

Proposição correta, de acordo com previsão da Lei do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 3º, §3º Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus
suplentes serão indicados pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais,
serão nomeados pelo Poder Executivo, terão mandato de 2 (dois) anos e poderão ser
reconduzidos uma única vez, vedada a permanência de uma mesma pessoa como membro
titular, como suplente ou, de forma alternada, como titular e suplente, por período
consecutivo superior a 4 (quatro) anos no Conselho.

§ 9º Aos membros do Conselho Curador, enquanto representantes dos trabalhadores,


efetivos e suplentes, é assegurada a estabilidade no emprego, da nomeação até um ano
após o término do mandato de representação, somente podendo ser demitidos por motivo
de falta grave, regularmente comprovada através de processo sindical.

Gabarito: Correta

21. CESPE/BRB – Advogado - 2010


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Antonio Daud
Aula 11

Nos casos de dispensa sem justa causa, rescisão indireta e dispensa com culpa recíproca judicialmente
reconhecida, cabe ao empregador o pagamento do acréscimo rescisório de 40% do montante de todos os
depósitos realizados do FGTS, atualizados monetariamente e acrescidos dos juros legais, mediante o
depósito em conta bancária vinculada em nome do empregado.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois na culpa recíproca a multa é devida pela metade:

Lei 8.036, art. 18, § 2º Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho, o percentual de que trata o § 1º será de 20 (vinte)
por cento.

Gabarito: Errada

22. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


No caso de demissão por justa causa ou aposentadoria, o empregado pode movimentar livremente o fundo
de garantia por tempo de serviço (FGTS). Já em situações de falecimento do trabalhador ou de extinção da
pessoa jurídica que o empregava, o acesso ao FGTS requer ordem judicial.

Comentários:

Proposição incorreta, pois todas estas hipóteses citadas na questão estão enumeradas no artigo 20, ou seja,
autorizam a movimentação. O alvará judicial, conduto, caberá apenas na hipótese de falecimento do
trabalhador.

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

II - extinção total da empresa, fechamento de quaisquer de seus estabelecimentos, filiais


ou agências, supressão de parte de suas atividades, declaração de nulidade do contrato de
trabalho nas condições do art. 19-A, ou ainda falecimento do empregador individual
sempre que qualquer dessas ocorrências implique rescisão de contrato de trabalho,
comprovada por declaração escrita da empresa, suprida, quando for o caso, por decisão
judicial transitada em julgado;

III - aposentadoria concedida pela Previdência Social;

IV - falecimento do trabalhador, sendo o saldo pago a seus dependentes, para esse fim
habilitados perante a Previdência Social, segundo o critério adotado para a concessão de
pensões por morte. Na falta de dependentes, farão jus ao recebimento do saldo da conta
vinculada os seus sucessores previstos na lei civil, indicados em alvará judicial, expedido a
requerimento do interessado, independente de inventário ou arrolamento;

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Antonio Daud
Aula 11

Gabarito: Errada

23. CESPE/BACEN – Procurador - 2009


O 13.º salário não sofre a incidência do FGTS.

Comentários:

Item incorreto. O 13º (gratificação de natal) é base de cálculo do FGTS:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4574 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).

Gabarito: Errada

24. CESPE/PGE-PE – Procurador do Estado - 2009


Incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.

Comentários:

Afirmativa incorreta, o que inclusive é reforçado pela OJ 195 do TST:

OJ-SDI1-195 FÉRIAS INDENIZADAS. FGTS. NÃO-INCIDÊNCIA

Não incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.

Gabarito: Errada

25. CESPE/PGE-PE – Procurador do Estado - 2009


O FGTS não incide sobre as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude de prestação de
serviços no exterior.

Comentários:

Proposição incorreta, pois parcelas de natureza salarial serão sempre base de cálculo do FGTS.

OJ-SDI1-232 FGTS. INCIDÊNCIA. EMPREGADO TRANSFERIDO PARA O EXTERIOR.


REMUNERAÇÃO

4
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Antonio Daud
Aula 11

O FGTS incide sobre todas as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude
de prestação de serviços no exterior.

Gabarito: Errada

26. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009


Os valores pagos a título de horas extras integram a base de cálculo do fundo de garantia por tempo de
serviço.

Comentários:

Alternativa correta. A Súmula abaixo reforça que serão base de cálculo mesmo quando pagas
eventualmente:

SUM-63 FUNDO DE GARANTIA

A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

Gabarito: Correta

27. FCC/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


Os valores mensais correspondentes ao FGTS não podem ser pagos diretamente ao empregado.

Comentários:

Alternativa correta, pois os depósitos fundiários devem ser feitos em conta vinculada, não se admitindo
pagamento direto ao empregado:

Lei 8.036/90, art. 15. Para os fins previstos nesta lei, todos os empregadores ficam
obrigados a depositar, até o dia 7 (sete) de cada mês, em conta bancária vinculada, a
importância correspondente a 8 (oito) por cento da remuneração paga ou devida, no mês
anterior, a cada trabalhador, incluídas na remuneração as parcelas de que tratam os arts.
4575 e 458 da CLT e a gratificação de Natal (...).

Gabarito: Correta

28. FCC/TRT16 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009


As decisões do Conselho Curador do FGTS serão tomadas com a presença
(A) da maioria simples de seus membros.

5
O art. 457 trata do salário e gorjetas, e o art. 458 do salário in natura.
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Antonio Daud
Aula 11

(B) exclusiva de seu Presidente e de todos os seus Conselheiros.


(C) da maioria absoluta de seus membros.
(D) de 1/3 dos seus membros.
(E) exclusiva de seu Presidente e 1/3 de seus Conselheiros.

Comentários:

O gabarito é (A).

Lei 8.036/90, art. 3º, § 5º As decisões do Conselho serão tomadas com a presença da
maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.

Gabarito (A)

29. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008


O aprendiz terá direito ao depósito do FGTS, com alíquota reduzida de 2% (dois por cento) da sua
remuneração paga ou devida.

Comentários:

Alternativa correta.

Segue a tabela com o resumo das bases de cálculo e alíquotas aplicáveis:

Base de cálculo Alíquota


Remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada
FGTS mensal trabalhador, incluídas gorjetas, salário in natura e 13º 8%
salário.

Remuneração paga ou devida, no mês anterior, a cada


FGTS mensal do
trabalhador, incluídas gorjetas, salário in natura e 13º 2%
aprendiz
salário.

Montante de todos os depósitos realizados na conta


FGTS rescisório
vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
(demissão sem 40%
atualizados monetariamente e acrescidos dos
justa causa)
respectivos juros.

Montante de todos os depósitos realizados na conta


FGTS rescisório vinculada durante a vigência do contrato de trabalho,
20%
(culpa recíproca) atualizados monetariamente e acrescidos dos
respectivos juros.

Gabarito: Correta

30. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008

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Antonio Daud
Aula 11

No caso de nulidade de contratação do empregado, por ausência de prévia aprovação em concurso público,
esse empregado tem direito a receber, com relação ao período em que trabalhou, o salário acordado entre
empregador e empregado,
(A) bem como os valores referentes aos depósitos do FGTS, somente.
(B) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a multa indenizatória de 40% sobre o FGTS.
(C) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a anotação da CTPS.
(D) os valores referentes aos depósitos do FGTS, o aviso prévio, o décimo terceiro salário, as férias
proporcionais, o depósito e multa de 40% do FGTS, mas não se reconhece o vínculo de emprego.

Comentários:

A resposta é letra (A) de acordo com a jurisprudência do TST e dispositivo da Lei 8.036/90:

SUM-363 CONTRATO NULO. EFEITOS

A contratação de servidor6 público, após a CF/1988, sem prévia aprovação em concurso


público, encontra óbice no respectivo art. 37, II e § 2º, somente lhe conferindo direito ao
pagamento da contraprestação pactuada, em relação ao número de horas trabalhadas,
respeitado o valor da hora do salário mínimo, e dos valores referentes aos depósitos do
FGTS.

Lei 8.036/90, art. 19-A. É devido o depósito do FGTS na conta vinculada do trabalhador
cujo contrato de trabalho seja declarado nulo nas hipóteses previstas no art. 37, § 2º, da
Constituição Federal, quando mantido o direito ao salário.

Gabarito (A)

31. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado – 2008 (Adaptada)


Ainda quando anulado o contrato de trabalho de servidor público por falta de prévia aprovação em concurso
público, são devidos os valores referentes aos depósitos do FGTS.

Comentários:

Alternativa correta, conforme comentários anteriores.

Gabarito: Correta

32. CESPE/Aracaju-SE – Procurador – 2008

6
Servidor público (em sentido estrito), que é regido por estatuto e ocupa cargo público, não tem direito ao FGTS. Aqui a expressão
foi empregada de forma ampla, referindo-se a quem é regido pela CLT.
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Antonio Daud
Aula 11

As despedidas imotivadas, feitas pelo empregador, garantem ao empregado, nos contratos por prazo
indeterminado, indenização compensatória correspondente, como multa rescisória, a 40% do valor do FGTS
devido.

Comentários:

Nos casos de demissão sem justa causa, o empregador arcará com a multa compensatória do FGTS, o que,
como vimos, substituiu a então existente estabilidade decenal:

Lei 8.036, art. 18, § 1º Na hipótese de despedida pelo empregador sem justa causa,
depositará este, na conta vinculada do trabalhador no FGTS, importância igual a quarenta
por cento do montante de todos os depósitos realizados na conta vinculada durante a
vigência do contrato de trabalho, atualizados monetariamente e acrescidos dos respectivos
juros.

Gabarito: Correta

33. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008


O prazo prescricional para reclamar o não-recolhimento do FGTS é de
(A) dois anos, a contar do fim do contrato de trabalho, podendo o interessado reclamar os últimos cinco
anos.
(B) cinco anos, por ter o FGTS a natureza jurídica de tributo.
(C) dois anos a contar do fim do contrato de trabalho, podendo o interessado reclamar os últimos trinta anos.
(D) dez anos, por ter o FGTS a natureza jurídica de contribuição previdenciária.

Comentários:

O gabarito é letra (C), pois a Lei do FGTS determinava que ao Fundo se aplica a prescrição trintenária.
Entretanto, também se deve observar a prescrição bienal.

Lei 8.036/90, art. 23, § 5º O processo de fiscalização, de autuação e de imposição de multas


reger-se-á pelo disposto no Título VII da CLT, respeitado o privilégio do FGTS à prescrição
trintenária.

Esta interpretação era confirmada pela seguinte Súmula do TST:

SUM-362 FGTS. PRESCRIÇÃO

É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não recolhimento da contribuição


para o FGTS, observado o prazo de 2 (dois) anos após o término do contrato de trabalho.

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Antonio Daud
Aula 11

Contudo, em recente entendimento, o STF declarou que a prescrição do FGTS não seria mais trintenária, mas
observaria os mesmos prazos da prescrição trabalhista, o que foi posteriormente acolhido pela TST na nova
redação da Súmula 362:

I – Para os casos em que a ciência da lesão ocorreu a partir de 13.11.2014, é quinquenal a


prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento de contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato;

II – Para os casos em que o prazo prescricional já estava em curso em 13.11.2014, aplica-


se o prazo prescricional que se consumar primeiro: trinta anos, contados do termo inicial,
ou cinco anos, a partir de 13.11.2014 (STF-ARE-709212/DF).

Gabarito (C)

34. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado - 2008 (Adaptada)


É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato de trabalho.

Comentários:

Alternativa incorreta, atualmente, mas correta, à época da prova. A incorreção apresenta-se com
fundamento no entendimento recente do STF e do TST.

Gabarito: Errada

35. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado - 2008 (Adaptada)


A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada, entre outras hipóteses, quando ocorrer
despedida sem justa causa, inclusive a indireta, rescisão contratual por culpa recíproca ou no caso de força
maior.

Comentários:

As hipóteses de movimentação da conta vinculada estão enumeradas no artigo 20 da Lei do FGTS, que inclui
os casos citados na presente questão:

Lei 8.036/90, art. 20. A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada
nas seguintes situações:

I - despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior;

Gabarito: Correta

36. MPT – 13° Concurso para Procurador do Trabalho - 2007

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Aula 11

A propósito da jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, o pagamento referente ao aviso


prévio não trabalhado está sujeito à contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

Comentários:

Aviso prévio não trabalhado (indenizado) é um caso em que, apesar da verba ser indenizatória, será incluído
na base de cálculo do FGTS devido.

Com relação ao aviso prévio, então, precisamos ficar atentos: tanto o aviso trabalhado quanto o indenizado
integram a base de cálculo dos haveres fundiários:

SUM-305 FUNDO DE GARANTIA DO TEMPO DE SERVIÇO. INCIDÊNCIA SOBRE O AVISO


PRÉVIO

O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito a


contribuição para o FGTS.

Gabarito: correta

37. MPT – 13° Concurso para Procurador do Trabalho - 2007


Considerando a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, a contribuição para o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS incide sobre as horas extras eventuais.

Comentários:

Alternativa correta, conforme interpretação disposta na Súmula 63:

SUM-63 FUNDO DE GARANTIA

A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração


mensal devida ao empregado, inclusive horas extras e adicionais eventuais.

Como aprendemos anteriormente, a verba, para ser considerada salarial, entre outros requisitos, demanda
seu pagamento com habitualidade. Aqui, entretanto, considerou-se que os adicionais eventuais também
devem ser considerados para o cálculo do FGTS.

Gabarito: correta

38. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2007


O FGTS não se encontra, pela Constituição Federal, como direito devido aos empregados domésticos,
podendo, contudo, nos termos de lei específica, ser recolhido por liberalidade dos respectivos
empregadores.

Comentários:

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Antonio Daud
Aula 11

A alternativa foi correta, e hoje seria incorreta.

Havia a mencionada liberalidade do empregador para incluir o doméstico no regime do FGTS7, mas com a EC
72/2013 passou a ser direito assegurado ao doméstico. Além disso, com a nova regulamentação dos
domésticos, a LC 150 regulamentou a obrigatoriedade de recolhimento do FGTS para eles.

Gabarito: errada

39. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2007


O FGTS, embora rotulado como direito dos trabalhadores, tem prescrição trintenária e não qüinqüenal,
observado o prazo de dois anos a partir da rescisão contratual.

Comentários:

Alternativa correta, à época da prova, conforme comentários anteriores. Atualmente, segundo


entendimento do STF (e nova redação da SUM 362 do TST) a assertiva estaria incorreta.

Gabarito: Errada

7
Lei 8.036/90, art. 15, § 3º Os trabalhadores domésticos poderão ter acesso ao regime do FGTS, na forma que vier a ser prevista
em lei.
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Antonio Daud
Aula 11

QUESTÕES COMENTADAS

Seguro Desemprego

1. CESPE/DPU – Defensor Público - 2017


Caso se identifique, em ação de fiscalização do Ministério do Trabalho, situação em que trabalhadores
estejam reduzidos a condição análoga à de escravo, esses trabalhadores deverão ser resgatados e terão
direito ao recebimento do seguro-desemprego.

Comentários:

Trata-se do seguro-desemprego pago ao trabalhador resgatado:

Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

Gabarito: Correta

2. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017 (adaptada)


Marcos trabalhou como recepcionista no consultório odontológico de Henrique, com exercício efetivo de
atividades no período de 30/11/2016 a 31/03/2017, sendo dispensado sem justa causa. Não houve
comunicação regular e prévia acerca da terminação contratual. Na CTPS do trabalhador, foi registrada como
data de saída 31/03/2017. Diante do ajuizamento de ação trabalhista por Marcos em 10/06/2017, Henrique
quitou, em audiência, aviso-prévio indenizado, décimo terceiro salário e férias mais 1/3, comprovando os
recolhimentos de FGTS + multa de 40%. Recusou-se, entretanto, à retificação da data de saída na CTPS e à
indenização do valor correspondente ao benefício do seguro-desemprego, sob os argumentos de que a data
constante na CTPS se tratou do último dia efetivamente trabalhado por Marcos e de que não forneceu as
guias para habilitação à época por ter sido reduzida a duração o período do contrato de emprego. Considere
que, à época do vínculo havido com Henrique, já existia, na CTPS do trabalhador Marcos, anterior registro
de emprego com empregador distinto, no que tange ao período de 10/04/2016 a 13/08/2016. Considere
também que se trataria da segunda solicitação de Marcos quanto ao benefício do seguro-desemprego, tendo
a primeira ocorrido há cinco anos. Nessa situação hipotética:

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I. Marcos não faz jus à indenização do valor relativo ao seguro-desemprego, pois a relação laboral com
Henrique somente teve duração de quatro meses.
II. Marcos deve receber indenização substitutiva, observando-se parâmetro correspondente a três parcelas
do seguro-desemprego.
III. Apenas o mês integralmente trabalhado será reputado para os efeitos de apuração do período máximo
de percepção das parcelas de seguro-desemprego ou indenização substitutiva, quando frustrado o benefício
pelo ex-empregador.
Está respaldado na legislação vigente, nas Súmulas e nas Orientações Jurisprudenciais do Tribunal Superior
do Trabalho o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) II.
(C) I e III. ==245596==

(D) I.

Comentários:

A assertiva I está incorreta. Como foi dispensado sem justa causa, o empregador era obrigado a fornecer a
guia para o empregado. O não fornecimento gera o direito à indenização, nos termos da jurisprudência do
TST:

SUM-389 SEGURO-DESEMPREGO. (..) DIREITO À INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE


GUIAS

(...)

II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-


desemprego dá origem ao direito à indenização.

A assertiva II está correta.

Em primeiro lugar, notem que Marcos trabalhou de 30/11/2016 a 31/3/2017. Todavia, com a projeção do
aviso prévio (30 dias), nos termos do art. 487, § 1º, da CLT, sabemos que seu contrato vigeu de 30/11/2016
a 30/4/2017, totalizando, neste vínculo, 5 meses de contrato.

Além disso, é possível constatar a existência de vínculo anterior do mesmo empregado, de 10/04/2016 a
13/08/2016. Em relação a este vínculo pretérito, temos o cômputo de mais 4 meses, nos termos do
dispositivo abaixo:

Lei 7.998/90, art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será
havida como mês integral para os efeitos do § 2º.

Ou seja, computam-se os meses de abril (mais de 15 dias de trabalho), maio, junho e julho. Estes 4 meses
somados aos 5 meses do último vínculo, totalizam 9 meses de vínculo.

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Assim, como trata-se da segunda solicitação do empregado e temos o cômputo de 9 meses de vínculo,
Marcos terá direito a 3 parcelas, com fundamento no inciso II do §2º do art. 4º da Lei 7.998:

Lei 7.998/90, art. 4º, § 2º A determinação do período máximo mencionado no caput


observará a seguinte relação entre o número de parcelas mensais do benefício do seguro-
desemprego e o tempo de serviço do trabalhador nos 36 (trinta e seis) meses que
antecederem a data de dispensa que originou o requerimento do seguro-desemprego,
vedado o cômputo de vínculos empregatícios utilizados em períodos aquisitivos anteriores:

(..)

II - para a segunda solicitação:

a) 3 (três) parcelas, se o trabalhador comprovar vínculo empregatício com pessoa jurídica


ou pessoa física a ela equiparada de, no mínimo, 9 (nove) meses e, no máximo, 11 (onze)
meses, no período de referência;

A assertiva III, incorreta, tendo em vista que a fração igual ou superior a 15 dias também deve ser
considerada:

Lei 7.998/90, art. 4º, § 3º A fração igual ou superior a 15 (quinze) dias de trabalho será
havida como mês integral para os efeitos do § 2º.

Gabarito (B)

3. FCC/TRT15 - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


De acordo com as novas regras do seguro-desemprego, previstas na Lei nº 13.134/2015, na primeira
solicitação, o trabalhador que comprovar vínculo empregatício de 14 meses com pessoa jurídica, no período
de referência,
a) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 15 meses.
b) terá direito a 5 parcelas do seguro-desemprego.
c) terá direito a 6 parcelas do seguro-desemprego.
d) terá direito a 4 parcelas do seguro-desemprego.
e) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 18 meses.

Comentários:

Resposta é (D) conforme nosso quadro-resumo (Lei 7.998/90, art. 4º):

Solicitação Duração do vínculo Nº de parcelas a receber

de 12 a 23 meses 4 parcelas
1a solicitação
no mínimo 24 meses 5 parcelas

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de 9 a 11 meses 3 parcelas
2a solicitação de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
de 6 a 11 meses 3 parcelas
Demais solicitações de 12 a 23 meses 4 parcelas
no mínimo 24 meses 5 parcelas
Gabarito (D)

4. FCC/TRT23 - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


Marta está preocupada com sua situação perante a empresa X, uma vez que o estabelecimento está
pretendendo dispensar diversos empregados no ano de 2016. Na hipótese de o contrato de trabalho de
Marta ser rescindido no dia 4 de julho de 2016 e não gozando ela de nenhum benefício previdenciário, bem
como considerando que nesta ocasião Marta teria recebido 11 meses de salários nos últimos 12 meses
imediatamente anteriores à data da dispensa, no tocante ao seguro-desemprego, tratando-se da segunda
solicitação de Marta, ela
a) terá direito de receber o referido benefício independentemente de ser a primeira ou a segunda
solicitação.
b) não terá direito ao recebimento deste benefício porque não recebeu, pelo menos, 18 meses de salários
nos últimos 24 meses imediatamente anteriores.
c) não terá direito ao recebimento deste benefício porque não recebeu, pelo menos, 15 meses de salários
nos últimos 18 meses imediatamente anteriores.
d) não terá direito ao referido benefício porque não recebeu 12 meses de salários.
e) terá direito de receber o referido benefício.

Comentários:

Consultando a tabela-resumo do art. 4º da Lei 7.998/90, observamos que Marta terá sim direito a receber o
benefício, de onde já eliminamos as alternativas (B), (C) e (D).

Agora, é preciso perceber que, para a primeira solicitação, exige-se, no mínimo, 12 meses de vínculo
empregatício, ao passo que, na segunda, este requisito cai para 9 meses.

Gabarito (E)

5. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014 (adaptada)


O Seguro-Desemprego tem por objetivos a assistência temporária do trabalhador desempregado, a
qualificação profissional e a preservação do emprego.

Comentários:

Embora a Lei 7.998 chame de “finalidade”, podemos observar os objetivos de “assistência temporária do
trabalhador desempregado” e “qualificação profissional” no seu art. 2º.

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Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para


tanto, ações integradas de orientação, recolocação e qualificação profissional.

Mas veja que o Seguro-Desemprego não tem por objetivo a “preservação do emprego. Em geral, o
empregado já se encontrada em situação de desemprego quando é socorrido pelo SD.

Gabarito: Errada

6. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014


O trabalhador comprovadamente resgatado de regime forçado ou da condição análoga à escravidão terá
direito a 6 (seis) parcelas de seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário mínimo, sendo vedado o
recebimento do mesmo benefício, em situação similar, nos 12 (doze) meses seguintes à percepção da última
parcela.

Comentários:

Item errado já que, nesta hipótese, são apenas 3 parcelas:

Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).

Gabarito: Errada

7. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014


O trabalhador empregado poderá receber bolsa de qualificação profissional, desde que tenha o contrato
suspenso para participação em curso previsto em Acordo ou Convenção Coletiva com essa finalidade

Comentários:

Trata-se da bolsa-qualificação, também custeada com recursos do FAT, referente ao lay-off regulamentado
no art. 476-A da CLT1:

1
CLT, art. 476-A. O contrato de trabalho poderá ser suspenso, por um período de dois a cinco meses, para participação do
empregado em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo empregador, com duração equivalente à suspensão

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Lei 7.998/90, art. 2º-A. Para efeito do disposto no inciso II do art. 2º2, fica instituída a bolsa
de qualificação profissional, a ser custeada pelo Fundo de Amparo ao Trabalhador - FAT, à
qual fará jus o trabalhador que estiver com o contrato de trabalho suspenso em virtude de
participação em curso ou programa de qualificação profissional oferecido pelo
empregador, em conformidade com o disposto em convenção ou acordo coletivo
celebrado para este fim.

Gabarito: Correta

8. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho – 2008


Trabalhadores foram atraídos por falsas promessas para laborarem em outro estado da federação. Durante
o período (alguns por 5 meses, outros por 14 meses) em que permaneceram no local da prestação de
serviços, cerceados da liberdade de ir e vir, os trabalhadores operaram em condições degradantes, sem
pagamento dos salários. Diante desses fatos, podemos afirmar que o trabalhador identificado como
submetido a regime de trabalho em condições análogas à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização
do grupo móvel, será dessa situação resgatado e terá direito a seis parcelas de seguro-desemprego no valor
de um salário mínimo cada.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois a Lei 7.998/90 (alterada em 2002 neste sentido) e a Resolução CODEFAT 306/02
estabelecem o valor fixo de um salário mínimo e a quantidade máxima de 03 (três) parcelas:

Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).

Resolução CODEFAT 306, art. 5º O valor do benefício do Seguro-Desemprego do


trabalhador resgatado corresponderá a um salário-mínimo e será concedido por um
período máximo de três meses, a cada período aquisitivo de doze meses a contar da última
parcela recebida (...).

Gabarito: Errada

contratual, mediante previsão em convenção ou acordo coletivo de trabalho e aquiescência formal do empregado, observado o
disposto no art. 471 desta Consolidação.
2
Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:
(...)
II - auxiliar os trabalhadores na busca ou preservação do emprego, promovendo, para tanto, ações integradas de orientação,
recolocação e qualificação profissional.

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9. CESPE/MTE – Agente Administrativo - 2008


É finalidade do programa de seguro-desemprego prover a assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado, em virtude de qualquer tipo de dispensa, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de
regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois o seguro-desemprego somente será devido na dispensa involuntária (sem justa
causa):

CF/88, art. 7º São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:

(...)

II - seguro-desemprego, em caso de desemprego involuntário;

A Lei 7.998/90 estende o benefício aos casos de rescisão indireta:

Lei 7.998/90, 2º O Programa de Seguro-Desemprego tem por finalidade:

I - prover assistência financeira temporária ao trabalhador desempregado em virtude de


dispensa sem justa causa, inclusive a indireta, e ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo;

Gabarito: Errada

10. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


Não terá direito de receber as parcelas do seguro-desemprego o trabalhador desempregado que possuir
renda própria de qualquer natureza, a qual seja suficiente para a manutenção de sua família.

Comentários:

Alternativa correta, pois se o empregado demitido possui outra fonte de renda que lhe permita sustentar
sua família, ele não faz jus ao seguro-desemprego:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 3º Terá direito a perceber o Seguro-Desemprego o


trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive a indireta, que comprove:

I - ter recebido salários consecutivos no período de 6 (seis) meses imediatamente


anteriores à data da dispensa, de uma ou mais pessoas jurídicas ou físicas equiparadas às
jurídicas;

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II - ter sido empregado de pessoa jurídica ou pessoa física equiparada à jurídica durante,
pelo menos, 06 (seis) meses nos últimos 36 (trinta e seis) meses que antecederam a data
de dispensa que deu origem ao requerimento do Seguro-Desemprego;

III - não estar em gozo de qualquer benefício previdenciário de prestação continuada,


previsto no Regulamento de Benefícios da Previdência Social, excetuando o auxílio-
acidente e a pensão por morte; e

IV - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente a sua manutenção e de sua
família.

Gabarito: Correta

11. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O período máximo durante o qual um trabalhador desempregado pode receber o benefício do seguro-
desemprego é de seis meses.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois a quantidade de parcelas do seguro-desemprego a serem recebidas pelos


empregados urbanos e rurais é de 03 (três) a 5 (cinco), dependendo do tempo de serviço do empregado nos
36 meses anteriores à dispensa que motivou a percepção deste benefício:

Lei 8.900/94, art. 2º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador


desempregado por um período máximo variável de três a cinco meses, de forma contínua
ou alternada, a cada período aquisitivo, cuja duração será definida pelo Codefat.

Gabarito: Errada

12. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


Dependendo do salário recebido pelo beneficiário, o valor do seguro-desemprego poderá ser menor que um
salário mínimo.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois a Lei assegura o valor do salário mínimo:

Lei 7.998/90, art. 5º, § 2º O valor do benefício não poderá ser inferior ao valor do salário
mínimo.

Gabarito: Errada

13. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A admissão do trabalhador em novo emprego não gera a suspensão do pagamento do seguro-desemprego.

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Comentários:

Alternativa incorreta. Uma das finalidades do seguro é a assistência financeira temporária, e se o empregado
conseguiu obter novo emprego, não faria sentido continuar pagando o benefício a ele.

As hipóteses de suspensão do seguro-desemprego são as seguintes:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 18. O pagamento do Seguro-Desemprego será


suspenso nas seguintes situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego; e

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto


o auxílio-acidente e a pensão por morte.

No primeiro caso o empregado obteve nova colocação no mercado de trabalho, e por isto deixa de fazer jus
às parcelas que seriam devidas caso continuasse na situação de desempregado.

No segundo caso o empregado passou a receber benefício de prestação continuada da Previdência Social
(por exemplo, auxílio doença) e, por este motivo, seu seguro-desemprego também será suspenso.

Gabarito: Errada

14. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego, condizente com sua qualificação
profissional e com a remuneração que recebia anteriormente, é motivo para o cancelamento do seguro-
desemprego.

Comentários:

Como comentamos na aula, as atuais possibilidades de cancelamento foram inseridas na Lei 7.998/90 no
final de 2011, e são as seguintes:

Lei 7.998/90, art. 8º O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-


desemprego; ou

IV - por morte do segurado.

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Gabarito: Correta

15. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


De acordo com a Lei n.º 7.998/1990, a comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias
à habilitação do trabalhador no benefício do seguro-desemprego causa a suspensão do pagamento do
benefício.

Comentários:

Como se pode verificar no art. 8º da Lei 7.998/90 (citado na questão anterior) a falsidade de declaração é
motivo para cancelamento do benefício.

Gabarito: Errada

16. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A morte do segurado não cancela o pagamento do seguro-desemprego, uma vez que seus herdeiros podem
se habilitar para continuar recebendo o benefício.

Comentários:

Alternativa incorreta, pois morte cancela o seguro-desemprego.

Lei 7.998/90, art. 8º O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

I - pela recusa por parte do trabalhador desempregado de outro emprego condizente com
sua qualificação registrada ou declarada e com sua remuneração anterior;

II - por comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias à habilitação;

III - por comprovação de fraude visando à percepção indevida do benefício do seguro-


desemprego; ou

IV - por morte do segurado.

Sobre morte e seguro-desemprego, há que se atentar para o fato de que as parcelas já vencidas poderão ser
recebidas pelos herdeiros:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 11. O benefício Seguro-Desemprego é direito pessoal e


intransferível, nos termos da Lei nº 7.998/1990, e será pago diretamente ao beneficiário,
salvo em caso de morte do segurado, ausência, moléstia contagiosa e beneficiário preso,
observadas as seguintes condições:

I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;

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Gabarito: Errada

17. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O seguro-desemprego pode ser requerido imediatamente após a rescisão do contrato de trabalho, desde
que o trabalhador não possua outra renda.

Comentários:

Existe previsão de que o requerimento deve ser feito a partir do 7º dia contado da data da dispensa:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 14. Os documentos de que trata o artigo anterior
deverão ser encaminhados pelo trabalhador a partir do 7º (sétimo) e até o 120º
(centésimo vigésimo) dias subsequentes à data da sua dispensa ao Ministério do Trabalho
e Emprego por intermédio dos postos credenciados das suas Delegacias, do Sistema
Nacional de Emprego – SINE e Entidades Parceiras.

Gabarito: Errada

18. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O trabalhador que for identificado como submetido a condição análoga à de escravo deve ser resgatado
dessa condição, tendo o direito de receber três parcelas de seguro-desemprego, no valor de um salário
mínimo cada parcela.

Comentários:

De fato, no caso dos resgatados o valor da parcela é fixo e o limite máximo de parcelas é 03 (três):

Lei 7.998/90, art. 2º-C O trabalhador que vier a ser identificado como submetido a regime
de trabalho forçado ou reduzido a condição análoga à de escravo, em decorrência de ação
de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, será dessa situação resgatado e terá
direito à percepção de três parcelas de seguro-desemprego no valor de um salário mínimo
cada (...).

Gabarito: Correta

19. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2006


O benefício do seguro-desemprego
a) também tem por finalidade prover a assistência financeira temporária ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo, sendo que tal previsão legal
não constava no texto originário que regula tal programa.
b) será equivalente, considerando o mínimo e o máximo de três a seis parcelas, respectivamente, ao salário
mínimo vigente, quando visar a prover a assistência financeira ao trabalhador que vier a ser identificado

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como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido à condição análoga à de escravo, em decorrência
de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
c) não é devido aos que percebam qualquer benefício previdenciário, porquanto não deve servir de plus
remuneratório.
d) poderá ser convertido em indenização do equivalente em dinheiro, cujo recurso deverá provir do Fundo
de Amparo ao Trabalhador, caso o empregador não forneça as guias necessárias e o trabalhador comprove
perante o órgão competente sua situação de desemprego, além do preenchimento dos demais requisitos
legais.
e) poderá ser usufruído pelos herdeiros ou sucessores do segurado, caso a morte deste último sobrevenha
quando em curso o recebimento das parcelas reconhecidas como devidas.

Comentários:

A previsão de assistência financeira temporária do Seguro-Desemprego ao trabalhador resgatado foi inserida


na Lei 7.998/90 em 2002, de onde temos que a letra (A) está correta.

A alternativa (B) está incorreta porque a previsão legal é de que, regra geral, haja 03 a 05 parcelas do
benefício:

Lei 8.900/94, art. 2º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador


desempregado por um período máximo variável de três a cinco meses, de forma contínua
ou alternada, a cada período aquisitivo, cuja duração será definida pelo Codefat.

Na alternativa (C) sugere-se que o seguro-desemprego “não deve servir de plus remuneratório”. Esta
assertiva está correta, e, por este motivo, quando o empregado demitido possui outra fonte de renda
(suficiente a sua manutenção e de sua família) ele não receberá o benefício.

Entretanto, a legislação ressalva as hipóteses em que o segurado esteja recebendo auxílio-acidente e pensão
por morte. Assim, o erro da alternativa é falar da incompatibilidade do seguro com “qualquer benefício
previdenciário”:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 18. O pagamento do Seguro-Desemprego será


suspenso nas seguintes situações:

I - admissão do trabalhador em novo emprego; e

II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto


o auxílio-acidente e a pensão por morte.

Sobre a alternativa (D), quando o empregado não tem acesso ao seguro-desemprego por não ter recebido
as guias, fará jus a indenização, mas este ônus caberá ao empregador, e não ao Fundo de Amparo ao
Trabalhador (FAT):

SUM-389 SEGURO-DESEMPREGO. COMPETÊNCIA DA JUSTIÇA DO TRABALHO. DIREITO À


INDENIZAÇÃO POR NÃO LIBERAÇÃO DE GUIAS

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(...)

II - O não-fornecimento pelo empregador da guia necessária para o recebimento do seguro-


desemprego dá origem ao direito à indenização.

A alternativa (E) está incorreta porque o seguro-desemprego é pessoal e intransferível, e a morte do


segurado cancela o benefício:

Lei 7.998/90, art. 8º O benefício do seguro-desemprego será cancelado:

(...)

IV - por morte do segurado.

As parcelas já vencidas, estas sim, poderão ser recebidas pelos herdeiros:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 11. O benefício Seguro-Desemprego é direito pessoal e


intransferível, nos termos da Lei nº 7.998/1990, e será pago diretamente ao beneficiário,
salvo em caso de morte do segurado, ausência, moléstia contagiosa e beneficiário preso,
observadas as seguintes condições:

I - morte do segurado, quando serão pagas parcelas vencidas até a data do óbito, aos
sucessores, mediante apresentação de Alvará Judicial;

Gabarito (A)

20. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010


Assinale a opção correta, em relação ao seguro-desemprego.
a) O direito ao seguro-desemprego não é compatível com a percepção simultânea de qualquer benefício
previdenciário de prestação continuada.
b) A prova dos valores percebidos durante o período que a lei define como aquisitivo do seguro-desemprego
é que serve de parâmetro para a definição do valor do benefício, mas que nunca poderá ser inferior ao salário
mínimo.
c) Não impede a percepção do benefício do seguro-desemprego a existência de renda própria de que seja
destinatário o trabalhador, desde que de origem privada.
d) A legislação define como período aquisitivo do benefício do seguro-desemprego o de 6 (seis) meses
imediatamente anteriores à dispensa, e que se considera devidamente provado com a percepção de salários
de pessoa física ou jurídica.
e) A morte do segurado é causa de cancelamento do benefício do seguro-desemprego.

Comentários:

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O gabarito é letra (E), pois a morte do segurado é hipótese de cancelamento do benefício (vide questão
anterior).

A alternativa (A) está incorreta pelo que comentamos anteriormente: existem exceções quanto a benefícios
de prestação continuada.

Em outras palavras, a percepção de alguns benefícios da Previdência Social permite o recebimento


concomitante do seguro-desemprego:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 18. O pagamento do Seguro-Desemprego será


suspenso nas seguintes situações:
I - admissão do trabalhador em novo emprego; e
II - início de percepção de benefício de prestação continuada da Previdência Social, exceto
o auxílio-acidente e a pensão por morte.

Na alternativa (B), incorreta, a questão sugeriu que o parâmetro para a definição do valor do benefício seria
a prova dos valores percebidos durante o período aquisitivo.

Em verdade, para a definição do valor das parcelas do SD o que se considera é o salário-de-contribuição


informado pelo empregador:

Resolução CODEFAT 467/05, art. 9º Para fins de apuração do benefício, será considerada a
média aritmética dos salários dos últimos três meses anteriores à dispensa.

§ 1º Os salários dos três últimos meses utilizados para o cálculo da média aritmética de que
trata o caput deste artigo, referem-se aos salários de contribuição estabelecido no Inciso
I, art. 28 da Lei 8.2123, de 24 de julho de 1991, informados no Cadastro Nacional de
Informações Sociais – CNIS.

A alternativa (C) também está incorreta, pois o demitido que possui renda própria suficiente para manter
sua família não tem direito ao benefício:

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 3º Terá direito a perceber o Seguro-Desemprego o


trabalhador dispensado sem justa causa, inclusive a indireta, que comprove:

(...)

3
Lei 8.212/90 [Plano de Custeio da Previdência Social], art. 28. Entende-se por salário-de-contribuição:
I - para o empregado e trabalhador avulso: a remuneração auferida em uma ou mais empresas, assim entendida a totalidade dos
rendimentos pagos, devidos ou creditados a qualquer título, durante o mês, destinados a retribuir o trabalho, qualquer que seja a
sua forma, inclusive as gorjetas, os ganhos habituais sob a forma de utilidades e os adiantamentos decorrentes de reajuste salarial,
quer pelos serviços efetivamente prestados, quer pelo tempo à disposição do empregador ou tomador de serviços nos termos da
lei ou do contrato ou, ainda, de convenção ou acordo coletivo de trabalho ou sentença normativa;

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IV - não possuir renda própria de qualquer natureza suficiente a sua manutenção e de sua
família.

Sobre a alternativa (D), a legislação estabelece, como regra, o período aquisitivo de 16 meses:

Lei 8.900/94, art. 2º O benefício do seguro-desemprego será concedido ao trabalhador


desempregado por um período máximo variável de três a cinco meses, de forma contínua
ou alternada, a cada período aquisitivo, cuja duração será definida pelo Codefat.

Resolução CODEFAT nº 467/05, art. 5º O Seguro-Desemprego será concedido ao


trabalhador desempregado, por um período máximo variável de 03 (três) a 05 (cinco)
meses, de forma contínua ou alternada, a cada período aquisitivo de 16 (dezesseis) meses
(...).

Gabarito (E)

21. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010


O trabalhador cujo contrato de trabalho foi extinto por culpa recíproca tem direito à percepção do seguro-
desemprego.

Comentários:

A modalidade de extinção contratual denominada culpa recíproca não consta na lei como sendo hipótese de
percepção do seguro-desemprego.

Gabarito: Errada

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LISTA DE QUESTÕES
FGTS

1. FCC/TST – Analista Judiciário–Área Administrativa - 2017


Entre as finalidades do FGTS está a de permitir ao trabalhador a formação de um patrimônio que poderá ser
sacado em momentos especiais e em situações de dificuldade. Nesse contexto, constitui hipótese autorizada
por lei para o saque do FGTS:
(A) quando o trabalhador com deficiência, por prescrição médica, necessite fazer implante.
(B) necessidade pessoal, cuja urgência e gravidade decorram de prescrição médica.
(C) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 120 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(D) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 60 anos, se mulher, e 65 anos, se homem.
(E) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca, de força maior e extinção do contrato
de trabalho em decorrência de acordo entre empregado e empregador.

2. CESPE/DPU – Defensor Público – 2017


O empregado com deficiência poderá movimentar sua conta vinculada ao FGTS quando, por prescrição
médica, necessitar adquirir órtese ou prótese para favorecer sua acessibilidade e inclusão social.

3. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2017


Quanto ao Fundo de Garantia por Tempo de Serviço – FGTS, segundo ordenamento jurídico e jurisprudência
sumulada do Tribunal Superior do Trabalho:
(A) A contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço incide sobre a remuneração mensal devida
ao empregado, inclusive horas extras e adicionais, desde que habituais.
(B) É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra a falta de recolhimento de contribuição para o
FGTS, observado o prazo de cinco anos após o término do contrato.
(C) Quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior, reconhecida pela Justiça do Trabalho, o
percentual da multa rescisória será reduzido para dez por cento.
(D) A prescrição da pretensão relativa às parcelas remuneratórias alcança o respectivo recolhimento da
contribuição para o FGTS.
(E) A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando houver suspensão total do
trabalho avulso por período igual ou superior a sessenta dias, comprovada por declaração do sindicato
representativo da categoria profissional.

4. FCC/TRT11 – Analista Judiciário – Área Judiciária – 2017


Com relação ao FGTS, considere:
I. A equivalência entre os regimes do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço e da estabilidade prevista na
CLT é meramente jurídica e não econômica, sendo indevidos valores a título de reposição de diferenças.

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Antonio Daud
Aula 11

II. O pagamento relativo ao período de aviso prévio, trabalhado ou não, está sujeito à contribuição para o
FGTS.
III. Caberá ao Conselho Curador do FGTS, na qualidade de agente operador, emitir Certificado de
Regularidade do FGTS.
IV. Quando ocorrer rescisão do contrato de trabalho por culpa recíproca ou força maior reconhecida pela
Justiça do Trabalho, o percentual devido relativo à multa pela rescisão será de 20%.
Está correto o que se afirma APENAS em
(A) I e II.
(B) I, II e III.
(C) II, III e IV.
(D) I, II e IV.
(E) III e IV.

5. CESPE/PGE-AM – Procurador - 2016


Compete ao Ministério da Fazenda fiscalizar o cumprimento, pelos empregadores, da exigência de depósitos
mensais do percentual referente ao FGTS.

6. FCC/TRT1 - Juiz do Trabalho - 2016


Em relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço, com base na Lei no 8.036/90, é correto afirmar:
(A) As pessoas jurídicas de direito privado, sem fins lucrativos, reconhecidas na forma da lei como entidades
beneficentes de assistência social, estão dispensadas do recolhimento do FGTS.
(B) É direito dos trabalhadores, a qualquer tempo da vigência do contrato, optar pelo regime do FGTS,
retroativamente à 05/10/1978 ou à data da sua admissão, se esta última for mais recente.
(C) Na hipótese de dispensa sem justa causa, a sociedade anônima empregadora pagará, juntamente com as
demais parcelas devidas pelo distrato, diretamente ao empregado, importância igual a 40% do montante de
todos os depósitos realizados na conta vinculada durante o contrato de trabalho, atualizados
monetariamente e acrescidos os respectivos juros.
(D) É hipótese de movimentação pelo trabalhador de sua conta vinculada, no curso do contrato de trabalho,
quando algum dependente seu for portador do vírus HIV.
(E) A critério da empresa, seus diretores, apenas os que forem empregados, poderão ser incluídos no regime
do FGTS.

7. CESPE/AGU – Procurador - 2015


Segundo decisão recente do STF, o prazo prescricional relativo aos valores não depositados no FGTS é
quinquenal, haja vista esse fundo ser crédito de natureza trabalhista; entretanto, caso o prazo prescricional
já esteja em curso, deverá ser aplicado o que ocorrer primeiro: trinta anos, contados do termo inicial, ou
cinco anos, a partir do referido julgado.

8. FCC/TRT2 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2014

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Aula 11

Um trabalhador avulso teve seu trabalho suspenso de forma total pelo período de 90 dias, tendo sido tal
suspensão comprovada por declaração do sindicato representativo da categoria profissional. Nesse caso, em
relação ao FGTS, de acordo com a legislação aplicável, os valores depositados em sua conta vinculada
(A) não poderão ser sacados tendo em vista que o saque de FGTS do trabalhador avulso só ocorre por ocasião
da aposentadoria do mesmo.
(B) poderão ser sacados, eis que preenchidos os requisitos legais para tanto.
(C) não poderão ser sacados, uma vez que a suspensão do trabalho não completou o período de 120 dias.
(D) só poderão ser sacados se a suspensão do trabalho for autorizada pelo Ministério do Trabalho.
(E) só poderão ser sacados se o trabalhador tiver completado 65 anos de idade.

9. CESPE/PG-DF – Procurador - 2013


Conforme a jurisprudência dominante do TST, a CF e a legislação pertinente, julgue os itens que se seguem.
Não há incidência do fundo de garantia do tempo de serviço sobre o valor pago a título de ajuda de custo,
participação em lucros ou resultados e férias indenizadas. Por outro lado, há manutenção da incidência dessa
contribuição em algumas hipóteses de suspensão do contrato de trabalho, como, por exemplo, em caso de
afastamento para a prestação do serviço militar obrigatório.

10. FCC/TRT9 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Com fundamento na legislação aplicável ao FGTS, a conta vinculada do trabalhador NÃO poderá ser
movimentada na hipótese de
(A) pedido de demissão.
(B) falecimento do trabalhador.
(C) dispensa indireta.
(D) culpa recíproca.
(E) aposentadoria concedida pela Previdência Social.

11. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Oficial Justiça Avaliador Federal - 2013


Conforme legislação específica que regulamenta o Fundo de Garantia por Tempo de Serviço − FGTS,
(A) os empregadores são obrigados a depositar mensalmente na conta do FGTS do empregado a importância
correspondente a 10% sobre a remuneração do mesmo.
(B) o recolhimento do FGTS não incide sobre o valor da gratificação natalina dos empregados.
(C) o depósito do FGTS mensal é obrigatório nos casos de afastamento para prestação do serviço militar
obrigatório e licença por acidente do trabalho.
(D) o percentual da multa rescisória será de 40% sobre o montante de todos os depósitos de FGTS realizados
durante a vigência do contrato de trabalho, quando ocorrer despedida por culpa recíproca ou força maior,
reconhecida pela Justiça do Trabalho.
(E) a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada quando o trabalhador permanecer
dois anos ininterruptos, fora do regime do FGTS.
12. FCC/TRT15 – Analista Judiciário – Oficial Avaliador - 2013

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Aula 11

A respeito do FGTS, considere:


I. O conselho curador do FGTS é composto por representantes dos trabalhadores e dos empregadores que
terão mandato de dois anos, vedada a recondução.
II. A contribuição para o FGTS corresponde a 8% sobre a remuneração mensal devida ao empregado, inclusive
horas extras e adicionais eventuais.
III. O pagamento do período de aviso prévio, seja trabalhado ou indenizado, está sujeito a contribuição para
o FGTS.
IV. Ao completar 65 anos de idade o trabalhador poderá sacar a quantia depositada em seu FGTS.
Está correto o que se afirma APENAS em
( A) II e III.
(B) I, II e III.
(C) III e IV.
( D) I e IV.
(E) II, III e IV.

13. FCC/TRT18 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Conforme previsão legal, a conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada em algumas
situações, EXCETO:
(A) suspensão total do trabalho avulso por período igual ou superior a 60 dias, comprovada por declaração
do sindicato representativo da categoria profissional.
(B) despedida sem justa causa, inclusive a indireta, de culpa recíproca e de força maior.
(C) aposentadoria concedida pela Previdência Social.
(D) extinção normal do contrato a termo, inclusive o dos trabalhadores temporários regidos pela Lei nº
6.019/74.
(E) quando o trabalhador tiver idade igual ou superior a 70 anos.

14. CESPE/TRT8 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2013


Acerca do FGTS, assinale a opção correta.
(A) A contribuição para o FGTS incide sobre a remuneração mensal devida ao empregado, não repercutindo,
segundo posicionamento do TST, sobre as horas extras trabalhadas.
(B) O empregador não é obrigado a efetuar os depósitos de FGTS durante o período em que perdurar a
aposentadoria por invalidez de empregado que tenha sofrido acidente de trabalho.
(C) Durante a prestação de serviço militar obrigatório, não há recolhimento de FGTS, já que o contrato de
trabalho fica suspenso.
(D) A contribuição para o FGTS é devida para os empregados urbanos e rurais, exceto para os aprendizes,
sujeitos a contrato de trabalho considerado especial.
(E) Na execução trabalhista, é permitido ao oficial de justiça penhorar contas vinculadas ao FGTS em nome
do trabalhador, observada a ordem de preferência dos bens.

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15. FCC/TRT23 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2011


Viviane e Carolina receberam aviso prévio de sua empregadora, a empresa Z, relacionado à rescisão de seus
contratos de trabalho por prazo indeterminado. O aviso prévio de Viviane é indenizado e o de Carolina não.
Assim, o pagamento relativo ao período de
(A) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS.
(B) apenas o aviso prévio de Viviane está sujeito à contribuição para o FGTS.
(C) apenas o aviso prévio de Carolina está sujeito à contribuição para o FGTS.
(D) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS, mas a contribuição do aviso de Viviane é pela
metade.
(E) ambos os avisos estão sujeitos à contribuição para o FGTS, mas a contribuição do aviso de Carolina é pela
metade.

16. FCC/TRT24 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2011


Segundo a Lei no 8.036/1990, com relação ao Fundo de Garantia do Tempo de Serviço – FGTS, os depósitos
efetuados nas contas vinculadas serão corrigidos monetariamente com base nos parâmetros fixados
(A) pela Receita Federal, por meio do IGPM (Índice Geral de Preços do Mercado), sem a capitalização de
juros.
(B) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança, com capitalização de juros de doze por cento ao
ano.
(C) pela Receita Federal, por meio da taxa SELIC.
(D) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de três por cento ao ano.
(E) para atualização dos saldos dos depósitos de poupança e capitalização de juros de seis por cento ao ano.

17. FCC/TRT14 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2011


O FGTS é regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador,
(A) cujos representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato
de dois anos, vedada a recondução.
(B) presidido pelo representante do Tesouro Nacional.
(C) presidido pelo representante da Caixa Econômica Federal.
(D) cujos membros representantes dos trabalhadores têm estabilidade no emprego da inscrição da
candidatura até cinco meses após o término do mandato.
(E) que reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.

18. FCC/TR4 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2011


Considere as seguintes assertivas a respeito do Conselho Curador do FGTS:
I. A Presidência do Conselho Curador será exercida pelo representante da Caixa Econômica Federal.

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II. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes serão indicados
pelas respectivas centrais sindicais e confederações nacionais e nomeados pelo Ministro do Trabalho e da
Previdência Social.
III. Os representantes dos trabalhadores e dos empregadores e seus respectivos suplentes terão mandato de
dois anos, podendo ser reconduzidos uma única vez.
IV. O Conselho Curador reunir-se-á ordinariamente, a cada bimestre, por convocação de seu Presidente.
Está correto o que se afirma SOMENTE em:
(A) II, III e IV.
(B) I e III.
(C) II e III.
(D) II e IV.
(E) I, II e IV.
==245596==

19. FCC/TRT12 – Analista Judiciário – Área Judiciária - 2010


O FGTS será regido por normas e diretrizes estabelecidas por um Conselho Curador. As decisões deste
Conselho serão tomadas com a presença
(A) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de qualidade.
(B) da maioria absoluta de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(C) da maioria simples de seus membros, tendo o Presidente voto de qualidade.
(D) de um terço de seus membros, tendo o Presidente voto de desempate.
(E) de um terço de seus membros, tendo o Presidente e o Vice-Presidente votos de desempate.

20. CESPE/CAIXA – Advogado – 2010 (Adaptada)


O membro do Conselho Curador do Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS), representante dos
trabalhadores, tem estabilidade garantida desde a nomeação até um ano após o final do seu mandato, que
será de dois anos.

21. CESPE/BRB – Advogado - 2010


Nos casos de dispensa sem justa causa, rescisão indireta e dispensa com culpa recíproca judicialmente
reconhecida, cabe ao empregador o pagamento do acréscimo rescisório de 40% do montante de todos os
depósitos realizados do FGTS, atualizados monetariamente e acrescidos dos juros legais, mediante o
depósito em conta bancária vinculada em nome do empregado.

22. CESPE/MPU – Analista Processual - 2010


No caso de demissão por justa causa ou aposentadoria, o empregado pode movimentar livremente o fundo
de garantia por tempo de serviço (FGTS). Já em situações de falecimento do trabalhador ou de extinção da
pessoa jurídica que o empregava, o acesso ao FGTS requer ordem judicial.

23. CESPE/BACEN – Procurador - 2009


O 13.º salário não sofre a incidência do FGTS.

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24. CESPE/PGE-PE – Procurador do Estado - 2009


Incide a contribuição para o FGTS sobre as férias indenizadas.

25. CESPE/PGE-PE – Procurador do Estado - 2009


O FGTS não incide sobre as parcelas de natureza salarial pagas ao empregado em virtude de prestação de
serviços no exterior.

26. CESPE/TRT5 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009


Os valores pagos a título de horas extras integram a base de cálculo do fundo de garantia por tempo de
serviço.

27. FCC/TRT17 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2009


Os valores mensais correspondentes ao FGTS não podem ser pagos diretamente ao empregado.

28. FCC/TRT16 – Analista Judiciário – Área Administrativa - 2009


As decisões do Conselho Curador do FGTS serão tomadas com a presença
(A) da maioria simples de seus membros.
(B) exclusiva de seu Presidente e de todos os seus Conselheiros.
(C) da maioria absoluta de seus membros.
(D) de 1/3 dos seus membros.
(E) exclusiva de seu Presidente e 1/3 de seus Conselheiros.

29. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho - 2008


O aprendiz terá direito ao depósito do FGTS, com alíquota reduzida de 2% (dois por cento) da sua
remuneração paga ou devida.

30. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008


No caso de nulidade de contratação do empregado, por ausência de prévia aprovação em concurso público,
esse empregado tem direito a receber, com relação ao período em que trabalhou, o salário acordado entre
empregador e empregado,
(A) bem como os valores referentes aos depósitos do FGTS, somente.
(B) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a multa indenizatória de 40% sobre o FGTS.
(C) os valores referentes aos depósitos do FGTS e a anotação da CTPS.
(D) os valores referentes aos depósitos do FGTS, o aviso prévio, o décimo terceiro salário, as férias
proporcionais, o depósito e multa de 40% do FGTS, mas não se reconhece o vínculo de emprego.

31. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado – 2008 (Adaptada)


Ainda quando anulado o contrato de trabalho de servidor público por falta de prévia aprovação em concurso
público, são devidos os valores referentes aos depósitos do FGTS.

32. CESPE/Aracaju-SE – Procurador – 2008

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As despedidas imotivadas, feitas pelo empregador, garantem ao empregado, nos contratos por prazo
indeterminado, indenização compensatória correspondente, como multa rescisória, a 40% do valor do FGTS
devido.

33. CESPE/Natal-RN – Procurador Municipal - 2008


O prazo prescricional para reclamar o não-recolhimento do FGTS é de
(A) dois anos, a contar do fim do contrato de trabalho, podendo o interessado reclamar os últimos cinco
anos.
(B) cinco anos, por ter o FGTS a natureza jurídica de tributo.
(C) dois anos a contar do fim do contrato de trabalho, podendo o interessado reclamar os últimos trinta anos.
(D) dez anos, por ter o FGTS a natureza jurídica de contribuição previdenciária.

34. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado - 2008 (Adaptada)


É trintenária a prescrição do direito de reclamar contra o não-recolhimento da contribuição para o FGTS,
observado o prazo de dois anos após o término do contrato de trabalho.

35. CESPE/PGE-CE – Procurador do Estado - 2008 (Adaptada)


A conta vinculada do trabalhador no FGTS poderá ser movimentada, entre outras hipóteses, quando ocorrer
despedida sem justa causa, inclusive a indireta, rescisão contratual por culpa recíproca ou no caso de força
maior.

36. MPT – 13° Concurso para Procurador do Trabalho - 2007


A propósito da jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, o pagamento referente ao aviso
prévio não trabalhado está sujeito à contribuição para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço;

37. MPT – 13° Concurso para Procurador do Trabalho - 2007


Considerando a jurisprudência uniforme do Tribunal Superior do Trabalho, a contribuição para o Fundo de
Garantia do Tempo de Serviço – FGTS incide sobre as horas extras eventuais.

38. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados – 2007


O FGTS não se encontra, pela Constituição Federal, como direito devido aos empregados domésticos,
podendo, contudo, nos termos de lei específica, ser recolhido por liberalidade dos respectivos
empregadores.

39. CESPE/TRT9 – Analista Judiciário – Área Execução de Mandados - 2007


O FGTS, embora rotulado como direito dos trabalhadores, tem prescrição trintenária e não qüinqüenal,
observado o prazo de dois anos a partir da rescisão contratual.

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GABARITO

1. E 14. B 27. C
2. C 15. A 28. A
3. D 16. D 29. C
4. D 17. E 30. A
5. E 18. A 31. C
6. D 19. C 32. C
7. C 20. C 33. C
8. B 21. E 34. E
9. C 22. E 35. C
10. A 23. E 36. C
11. C 24. E 37. C
12. A 25. E 38. E
13. A 26. C 39. E

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LISTA DE QUESTÕES
Seguro Desemprego

1. CESPE/DPU – Defensor Público - 2017


Caso se identifique, em ação de fiscalização do Ministério do Trabalho, situação em que trabalhadores
estejam reduzidos a condição análoga à de escravo, esses trabalhadores deverão ser resgatados e terão
direito ao recebimento do seguro-desemprego.

2. FCC/Juiz do Trabalho – 1º Concurso Nacional – 2017 (adaptada)


Marcos trabalhou como recepcionista no consultório odontológico de Henrique, com exercício efetivo de
atividades no período de 30/11/2016 a 31/03/2017, sendo dispensado sem justa causa. Não houve
comunicação regular e prévia acerca da terminação contratual. Na CTPS do trabalhador, foi registrada como
data de saída 31/03/2017. Diante do ajuizamento de ação trabalhista por Marcos em 10/06/2017, Henrique
quitou, em audiência, aviso-prévio indenizado, décimo terceiro salário e férias mais 1/3, comprovando os
recolhimentos de FGTS + multa de 40%. Recusou-se, entretanto, à retificação da data de saída na CTPS e à
indenização do valor correspondente ao benefício do seguro-desemprego, sob os argumentos de que a data
constante na CTPS se tratou do último dia efetivamente trabalhado por Marcos e de que não forneceu as
guias para habilitação à época por ter sido reduzida a duração o período do contrato de emprego. Considere
que, à época do vínculo havido com Henrique, já existia, na CTPS do trabalhador Marcos, anterior registro
de emprego com empregador distinto, no que tange ao período de 10/04/2016 a 13/08/2016. Considere
também que se trataria da segunda solicitação de Marcos quanto ao benefício do seguro-desemprego, tendo
a primeira ocorrido há cinco anos. Nessa situação hipotética:
I. Marcos não faz jus à indenização do valor relativo ao seguro-desemprego, pois a relação laboral com
Henrique somente teve duração de quatro meses.
II. Marcos deve receber indenização substitutiva, observando-se parâmetro correspondente a três parcelas
do seguro-desemprego.
III. Apenas o mês integralmente trabalhado será reputado para os efeitos de apuração do período máximo
de percepção das parcelas de seguro-desemprego ou indenização substitutiva, quando frustrado o benefício
pelo ex-empregador.
Está respaldado na legislação vigente, nas Súmulas e nas Orientações Jurisprudenciais do Tribunal Superior
do Trabalho o que se afirma APENAS em
(A) II e III.
(B) II.
(C) I e III.
(D) I.

3. FCC/TRT15 - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


De acordo com as novas regras do seguro-desemprego, previstas na Lei nº 13.134/2015, na primeira
solicitação, o trabalhador que comprovar vínculo empregatício de 14 meses com pessoa jurídica, no período
de referência,

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a) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 15 meses.
b) terá direito a 5 parcelas do seguro-desemprego.
c) terá direito a 6 parcelas do seguro-desemprego.
d) terá direito a 4 parcelas do seguro-desemprego.
e) não terá direito ao seguro-desemprego, uma vez que não atingiu o mínimo de 18 meses.

4. FCC/TRT23 - Juiz do Trabalho Substituto - 2015


Marta está preocupada com sua situação perante a empresa X, uma vez que o estabelecimento está
pretendendo dispensar diversos empregados no ano de 2016. Na hipótese de o contrato de trabalho de
Marta ser rescindido no dia 4 de julho de 2016 e não gozando ela de nenhum benefício previdenciário, bem
como considerando que nesta ocasião Marta teria recebido 11 meses de salários nos últimos 12 meses
imediatamente anteriores à data da dispensa, no tocante ao seguro-desemprego, tratando-se da segunda
solicitação de Marta, ela
a) terá direito de receber o referido benefício independentemente de ser a primeira ou a segunda
solicitação.
b) não terá direito ao recebimento deste benefício porque não recebeu, pelo menos, 18 meses de salários
nos últimos 24 meses imediatamente anteriores.
c) não terá direito ao recebimento deste benefício porque não recebeu, pelo menos, 15 meses de salários
nos últimos 18 meses imediatamente anteriores.
d) não terá direito ao referido benefício porque não recebeu 12 meses de salários.
e) terá direito de receber o referido benefício.

5. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014 (adaptada)


O Seguro-Desemprego tem por objetivos a assistência temporária do trabalhador desempregado, a
qualificação profissional e a preservação do emprego.

6. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014


O trabalhador comprovadamente resgatado de regime forçado ou da condição análoga à escravidão terá
direito a 6 (seis) parcelas de seguro-desemprego, no valor de 1 (um) salário mínimo, sendo vedado o
recebimento do mesmo benefício, em situação similar, nos 12 (doze) meses seguintes à percepção da última
parcela.

7. TRT2 - Juiz do Trabalho/2014


O trabalhador empregado poderá receber bolsa de qualificação profissional, desde que tenha o contrato
suspenso para participação em curso previsto em Acordo ou Convenção Coletiva com essa finalidade

8. MPT – 14° Concurso para Procurador do Trabalho – 2008


Trabalhadores foram atraídos por falsas promessas para laborarem em outro estado da federação. Durante
o período (alguns por 5 meses, outros por 14 meses) em que permaneceram no local da prestação de
serviços, cerceados da liberdade de ir e vir, os trabalhadores operaram em condições degradantes, sem
pagamento dos salários. Diante desses fatos, podemos afirmar que o trabalhador identificado como
submetido a regime de trabalho em condições análogas à de escravo, em decorrência de ação de fiscalização

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do grupo móvel, será dessa situação resgatado e terá direito a seis parcelas de seguro-desemprego no valor
de um salário mínimo cada.

9. CESPE/MTE – Agente Administrativo - 2008


É finalidade do programa de seguro-desemprego prover a assistência financeira temporária ao trabalhador
desempregado, em virtude de qualquer tipo de dispensa, e ao trabalhador comprovadamente resgatado de
regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo.

10. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


Não terá direito de receber as parcelas do seguro-desemprego o trabalhador desempregado que possuir
renda própria de qualquer natureza, a qual seja suficiente para a manutenção de sua família.

11. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O período máximo durante o qual um trabalhador desempregado pode receber o benefício do seguro-
desemprego é de seis meses.
==245596==

12. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


Dependendo do salário recebido pelo beneficiário, o valor do seguro-desemprego poderá ser menor que um
salário mínimo.

13. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A admissão do trabalhador em novo emprego não gera a suspensão do pagamento do seguro-desemprego.

14. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A recusa, por parte do trabalhador desempregado, de outro emprego, condizente com sua qualificação
profissional e com a remuneração que recebia anteriormente, é motivo para o cancelamento do seguro-
desemprego.

15. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


De acordo com a Lei n.º 7.998/1990, a comprovação de falsidade na prestação das informações necessárias
à habilitação do trabalhador no benefício do seguro-desemprego causa a suspensão do pagamento do
benefício.

16. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


A morte do segurado não cancela o pagamento do seguro-desemprego, uma vez que seus herdeiros podem
se habilitar para continuar recebendo o benefício.

17. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O seguro-desemprego pode ser requerido imediatamente após a rescisão do contrato de trabalho, desde
que o trabalhador não possua outra renda.

18. CESPE/MTE – Agente Administrativo – 2008


O trabalhador que for identificado como submetido a condição análoga à de escravo deve ser resgatado
dessa condição, tendo o direito de receber três parcelas de seguro-desemprego, no valor de um salário
mínimo cada parcela.

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19. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2006


O benefício do seguro-desemprego
a) também tem por finalidade prover a assistência financeira temporária ao trabalhador comprovadamente
resgatado de regime de trabalho forçado ou da condição análoga à de escravo, sendo que tal previsão legal
não constava no texto originário que regula tal programa.
b) será equivalente, considerando o mínimo e o máximo de três a seis parcelas, respectivamente, ao salário
mínimo vigente, quando visar a prover a assistência financeira ao trabalhador que vier a ser identificado
como submetido a regime de trabalho forçado ou reduzido à condição análoga à de escravo, em decorrência
de ação de fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego.
c) não é devido aos que percebam qualquer benefício previdenciário, porquanto não deve servir de plus
remuneratório.
d) poderá ser convertido em indenização do equivalente em dinheiro, cujo recurso deverá provir do Fundo
de Amparo ao Trabalhador, caso o empregador não forneça as guias necessárias e o trabalhador comprove
perante o órgão competente sua situação de desemprego, além do preenchimento dos demais requisitos
legais.
e) poderá ser usufruído pelos herdeiros ou sucessores do segurado, caso a morte deste último sobrevenha
quando em curso o recebimento das parcelas reconhecidas como devidas.

20. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010


Assinale a opção correta, em relação ao seguro-desemprego.
a) O direito ao seguro-desemprego não é compatível com a percepção simultânea de qualquer benefício
previdenciário de prestação continuada.
b) A prova dos valores percebidos durante o período que a lei define como aquisitivo do seguro-desemprego
é que serve de parâmetro para a definição do valor do benefício, mas que nunca poderá ser inferior ao salário
mínimo.
c) Não impede a percepção do benefício do seguro-desemprego a existência de renda própria de que seja
destinatário o trabalhador, desde que de origem privada.
d) A legislação define como período aquisitivo do benefício do seguro-desemprego o de 6 (seis) meses
imediatamente anteriores à dispensa, e que se considera devidamente provado com a percepção de salários
de pessoa física ou jurídica.
e) A morte do segurado é causa de cancelamento do benefício do seguro-desemprego.

21. ESAF/MTE – Auditor Fiscal do Trabalho – 2010


O trabalhador cujo contrato de trabalho foi extinto por culpa recíproca tem direito à percepção do seguro-
desemprego.

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GABARITO

1. C 8. E 15. E
2. B 9. E 16. E
3. D 10. C 17. E
4. E 11. E 18. C
5. E 12. E 19. A
6. E 13. E 20. E
7. C 14. C 21. E

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