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Parâmetros técnicos para a produção de sementes florestaisTechnical


parameters to forest seed production

Book · January 2007

CITATIONS READS

2 5,346

4 authors, including:

Fatima Pina Rodrigues Juliana Freire


Universidade Federal de São Carlos Brazilian Agricultural Research Corporation (EMBRAPA)
161 PUBLICATIONS 1,158 CITATIONS 30 PUBLICATIONS 155 CITATIONS

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Parâmetros Técnicos para Produção de
Sementes Florestais

Organizadores
Fátima C.M. Piña-Rodrigues, Juliana Müller Freire,
Paulo Sérgio dos Santos Leles e Tiago Böer Breier

1ª edição

Seropédica
2007
COPYRIGHT©2007

ORGANIZADORES
Fátima C.M. Piña-Rodrigues
Juliana Müller Freire
Paulo Sérgio dos Santos Leles
Tiago Böer Breier

REVISORES
Alexandre Magno Sebbenn
Antonio da Silva
Antônio Rioyei Higa
Fabiana Umetsu
Jorge Mitiyo Maeda
Juliana Müller Freire
Luciana Duque Silva
Luciano Lopes Reis
Márcia Balistiero Figliolia
Maria Célia Peixoto
Tiago Böer Breier

PROJETO GRÁFICO E DIAGRAMAÇÃO


João Marcelo Vieira Heinz

634,9562 Parâmetros técnicos para produção de


P222 sementes florestais / Rede Mata
Atlântica de Sementes Florestais;
Organizadores: Fátima C.M. Piña-Rodrigues, ...
[et.al.] - 1. ed. - Seropédica: EDUR, 2007.
Seropédica: UFRRJ, 2007.
186 f : il.

Inclui bibliografias.

1. Plantas florestais - Semente. 2.


Tecnologia de Semente. 3. Sementes. I. Rede
Mata Atlântica de Sementes Florestais. II.
Piña-Rodrigues, Fátima C.M., 1956- . III.
Título.
978-85-85720-58-2
AUTORES

Érika de Souza Nogueira


Engenheira Florestal, doutoranda do Curso de Ciências Ambientais e Florestais da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Analista Ambiental do
Ministério de Meio Ambiente (MMA/Programa Nacional de Florestas).
erika.nogueira@mma.gov.br

Fátima C.M. Pina-Rodrigues


Engenheira Florestal, Doutora. Prof. Universidade Federal de São Carlos- Campus
Sorocaba. fpina@ufscar.br

José de Arimatéa Silva


Engenheiro Florestal, Prof. Departamento Silvicultura - Instituto de Florestas,
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. arimatea@ufrrj.br

Juliana Müller Freire


Bióloga, doutoranda do Curso de Ciências Ambientais e Florestais da Universidade
Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Gerente Executiva da Rede Mata Atlântica
de Sementes Florestais RJ-ES-BA. julianafreire@uol.com.br

Luciana Duque Silva


Engenheira Florestal, doutoranda da Universidade Federal do Paraná
lucianaduques@yahoo.com.br

Luciano Lopes Reis


Engenheiro Florestal, analista ambiental do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente
e Recursos Naturais Renováveis (IBAMA/ Diretoria de Florestas)
llopesreis@yahoo.com.br

Márcia Balistiero Figliolia


Engenheira Florestal, Doutora do Instituto Florestal de São Paulo,
mafigliolia@iflorestal.sp.gov.br

Maria Célia Peixoto


Engenheira Florestal, técnica de nível superior do Instituto de Florestas da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. celia1702@hotmail.com

Sílvio Nolasco de Oliveira Neto


Engenheiro Florestal, Doutor. Prof. Departamento de Engenharia Florestal
Universidade Federal de Viçosa. snolasco@ufv.br
REVISORES

Alexandre Magno Sebbenn


Eng. Florestal - Instituto Florestal de São Paulo

Antonio da Silva
Eng. Florestal - Instituto Florestal de São Paulo

Antônio Rioyei Higa


Eng. Florestal / Prof. Universidade Federal do Paraná

Fabiana Umetsu
Doutoranda / Universidade de São Paulo (USP)

Jorge Mitiyo Maeda


Engenheiro Florestal
Prof. Departamento de Silvicultura / Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Luciana Duque Silva


Engenheira Florestal
Doutoranda da Universidade Federal do Paraná

Luciano Lopes Reis


Engenheiro Florestal - IBAMA/ Diretoria de Florestas

Márcia Balistiero Figliolia


Engenheira Florestal / Instituto Florestal de São Paulo

Maria Célia Peixoto


Engenheira Florestal
Departamento de Silvicultura / Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro

Tiago Böer Breier


Biólogo
Prof. Departamento de Silvicultura / Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
Este livro é dedicado a todos aqueles
que acreditaram e colaboraram
com a Rede Mata Atlântica de
Sementes Florestais (RioEsBa).
Àqueles que sonharam, nos ajudaram a sonhar
e transformaram o sonho em realidade.

À Prof. Linda Caldas, nossa mestre eterna.


Agradecimentos

Ao Fundo Nacional do Meio Ambiente- Ministério do Meio


Ambiente
À Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro
A todos os parceiros
ÍNDICE

Capítulo 1 Estado da arte da produção de sementes de espécies florestais


na Mata Atlântica
Fatima C. M. Piña-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira
Maria Célia Peixoto
Luciano Lopes Reis ...........................................................11

Capítulo 2 Áreas protegidas e a produção de sementes florestais sob o


ponto de vista legal
Sílvio Nolasco de Oliveira Neto
José de Arimatéa Silva.......................................................35

Capítulo 3 Parâmetros genéticos para colheita de sementes de espécies


florestais
Fatima C.M. Piña-Rodrigues
Juliana Müller Freire
Luciana Duque Silva ........................................................50

Capítulo 4 Estado da arte da pesquisa em tecnologia de sementes de


espécies florestais na Mata Atlântica
Fatima C. M. Piña-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira
Maria Célia Peixoto ........................................................102

Capítulo 5 Controle de qualidade de sementes florestais: propostas de


parâmetros técnicos
Márcia Balistiero Figliolia
Fátima C.M Pina-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira ................................................141
APRESENTAÇÃO

Em 1999 e 2000, como parte do programa de políticas públicas do


Ministério de Meio Ambiente, o Fundo Nacional de Meio Ambiente lançou
um edital para formação de Redes de Fomento à Oferta de Sementes e
Propágulos de Espécies Nativas. Como resultado foram formadas oito redes,
no Brasil, conhecidas como: Rede Norte de Sementes, Rede de Sementes da
Amazônia Meridional, Rede de Sementes do Pantanal, Rede de Sementes do
Cerrado, Rede de Sementes da Caatinga, Rede de Sementes Florestais RJ-SP
e Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais dos Estados do Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia, mais conhecida como a Rede RioEsBa.
O surgimento destas Redes pode ter seu efeito comparado ao impacto
exercido pelos incentivos fiscais ao reflorestamento vigente nas décadas de
70-80. Ambos geraram a propulsão dos setores de sementes e melhoramento
florestal que lançaram o Brasil na vanguarda da pesquisa nestas áreas, nas
regiões tropicais.
Cada Rede teve como pré-requisitos básicos envolver mais de uma
unidade da Federação, atuar em um único bioma e cumprir cinco metas:
definição de parâmetros técnicos, capacitação de comunidades em colheita
de sementes, geração de informações on line sobre sementes florestais,
estabelecimento de demandas futuras para o setor e desenvolver mecanismos
de auto-gestão da produção e comercialização de sementes.
Como um dos resultados da articulação promovida pelas redes pode-
se citar a regulamentação da Lei de Sementes e Mudas 10.711/03, onde foi
essencial o acúmulo de experiências e conhecimentos obtidos. Uma
contribuição importante das Redes para estruturação legal do setor foi a
proposição de parâmetros técnicos para espécies de sua área de abrangência.
Este é o objetivo do presente livro que aborda e condensa os resultados dos
vários workshops, encontros, reuniões e debates desenvolvidos pela Rede
Mata Atlântica de Sementes Florestais dos Estados do Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia-
O livro é o veículo de divulgação das pesquisas realizadas no âmbito
da Floresta Atlântica sudeste e que foram apresentadas e discutidas em vários
eventos como forma de propor os parâmetros técnicos da Rede RioEsBa. É
um documento de consulta, porém que deve ser analisado no contexto do
período abrangido pelo trabalho face à velocidade em que as mudanças no
setor vêm ocorrendo. Também da mesma forma, não pode ser dissociado do
que vem sendo feito em outras redes, em especial, a Rede Rio-São Paulo, sua
co-irmã e parceira em várias etapas de sua existência, e a Rede Cerrado, fonte
inspiradora nos momentos mais cruciais de tomadas de decisão. Nas várias
etapas de elaboração passaram por suas páginas, através de leituras, críticas e
debates muitos atores, participantes das reuniões, estagiários, professores,
pesquisadores, enfim um grupo bastante coeso e participativo.
Aos leitores e interessados, convidamos a conhecer, no Capítulo 1, um
pouco da história do setor de sementes florestais, obtida em documentos
inéditos e de difícil acesso, mas que foram gentilmente cedidos por vários
personagens que dela participaram. No Capítulo 2 apresentamos o resultado
do evento realizado em 2000, com o apoio do Projeto PRODETAB-Paraty
(Convênio Embrapa/SCI- Banco Mundial/Universidade Federal Rural do
Rio de Janeiro) e com a participação do IBAMA, que debateram alternativas
legais para a produção de sementes em unidades de conservação e áreas de
preservação permanente. O Capítulo 3, que aborda como produzir semente
com qualidade genética, contou com a colaboração de técnicos do Instituto
Florestal de São Paulo na sua revisão final e consolida os debates ocorridos ao
longo de vários eventos realizados pelas Redes RioEsBa e Rio-São Paulo,
com apoio do Comitê Técnico de Sementes Florestais da Associação
Brasileira de Tecnologia de Sementes-ABRATES e da Rede Brasileira de
Sementes Florestais. O Capítulo 4 resulta de pesquisas em campo, entrevistas
e coleta de dados em várias fontes revisando as principais pesquisas
realizadas no tema tecnologia de sementes florestais e apresenta
recomendações técnicas e políticas para serem adotadas, tanto no âmbito da
Rede RioEsBa quanto por outros atores. E, finalmente, o Capítulo 5
consolida o resultado de reuniões de grupos de trabalho ocorridas nas Redes
RioEsBa e Rio-São Paulo sobre análise de sementes florestais. Na
oportunidade também atualiza propostas anteriores que podem ser adotadas
como parâmetros técnicos para espécies da Floresta Atlântica.
Por todo o trabalho aqui apresentado, não podemos finalizar esta
apresentação sem agradecer aos integrantes de todos os workshops, alunos,
estagiários e revisores que nos ajudaram a realizar este livro. A todos, o nosso
agradecimento e admiração.

Fátima C.M. Piña-Rodrigues


Juliana Müller Freire
CAPÍTULO 1
ESTADO DA ARTE DA PRODUÇÃO DE SEMENTES DE
ESPÉCIES FLORESTAIS NA MATA ATLÂNTICA

Fátima C. M. Piña-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira
Maria Célia Peixoto
Luciano Lopes Reis

Apresentação
A Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais dos estados do Rio de
Janeiro, Espírito Santo e Bahia (RIOESBA) surgiu com o objetivo de
organizar um sistema integrado de informação para fomentar a produção de
sementes de espécies florestais nativas. A realização deste levantamento
sobre o estado da arte da produção e tecnologia de sementes florestais no
âmbito da Floresta Atlântica insere-se nas prioridades da Rede como parte de
seu compromisso em apoiar as ações de pesquisa e conservação dos recursos
florestais.
Os trabalhos de pesquisa de sementes no Brasil podem ser resumidos
em duas grandes áreas: produção e tecnologia de sementes. A produção de
sementes envolve as atividades de seleção de áreas e material genético,
marcação de matrizes e a colheita de sementes, enquanto a tecnologia
abrange as práticas de manejo pós-colheita, incluindo a extração,
beneficiamento, secagem, armazenamento e o controle de sua qualidade. O
uso de uma espécie florestal para fins silviculturais ou de conservação
depende dos conhecimentos gerados pela pesquisa e por sua aplicação
prática.
O objetivo deste trabalho foi efetuar um levantamento do estado da
arte sobre a produção e tecnologia de sementes florestais na região de
inserção da Mata Atlântica e um resgate histórico dos principais
acontecimentos do setor visando dar suporte às ações dos parceiros da Rede
Mata Atlântica de Sementes Florestais e de outras Redes.

Metodologia
Para a obtenção dos dados sobre o estado da arte em produção e
tecnologia de sementes florestais foram desenvolvidas entre 2004-2006, em
várias etapas de trabalhos: (a) consultas a documentos históricos e
bibliografia especializada; (b) pesquisa via web; (c) resgate de informações e
documentações junto ao Comitê Técnico de Sementes Florestais (CTSF) da

11
Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes; (d) visitas técnicas in loco;
(e) aplicação de questionários via web e via entrevistas pessoais.
As consultas bibliográficas foram realizadas nas bibliotecas da Escola
Superior de Agricultura Luiz de Queiróz (ESALQ), da Universidade Federal
de Viçosa (UFV), da Universidade Federal de Lavras (UFLA), do Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) e da UNICAMP (Universidade
Estadual de Campinas). A pesquisa via web utilizou ferramentas de busca
para acessar informações sobre a palavra-chave “sementes florestais da Mata
Atlântica”. O resgate de informações do Comitê Técnico de Sementes
Florestais foi realizado com o apoio da Coordenação do Comitê e dos bancos
de dados e levantamento bibliográfico elaborados por pesquisadores da
Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, Instituto de Botânica de São
Paulo e Instituto Florestal de São Paulo.
Para as visitas técnicas foram selecionadas as instituições de maior
representatividade no âmbito da produção de sementes florestais no bioma
Mata Atlântica. Para este fim foram visitados os Laboratórios das
Universidades Federais de Viçosa (UFV), Lavras (UFLA) e Rural (UFRRJ),
do Instituto Florestal de São Paulo (IFSP) e da CEMIG (Companhia Elétrica
de Minas Gerais) e a sede da Associação Profissional dos Engenheiros
Florestais da Bahia (APEFEBA).
A aplicação dos questionários foi efetuada nas instituições visitadas,
realizando-se entrevistas pessoais com os responsáveis técnicos pelo setor de
sementes. Complementando esta ação questionários foram enviados a várias
instituições parceiras da Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais e
membros do CTSF na área da Floresta Atlântica. Os levantamentos visaram
quantificar a produção de sementes, origem do material produzido, método
de produção, espécies produzidas, demanda localizada e métodos de
produção.
Dados e documentos obtidos junto a membros da Comissão Nacional
de Sementes criada pela Portaria Normativa 10-DR, de 12/05/77 do Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal, atual IBAMA, permitiram a
reconstituição histórica do setor de sementes florestais abrangendo as
décadas de 70 a 90. As informações foram compiladas efetuando-se planilhas
comparativas entre as áreas e atividades desenvolvidas pela Comissão e
dados fornecidos por instituições entrevistadas.

Histórico da Produção de Sementes Florestais no Brasil


A produção de sementes está diretamente ligada ao melhoramento
florestal, que tem como referência os trabalhos pioneiros de Lindquist (1948)
e Larsen (1956), na Suécia, ambos dirigidos à aplicação da genética florestal,
e o trabalho de Krug & Alves (1949) inaugurando o melhoramento genético

12
florestal na silvicultura moderna brasileira. Surgiram, então, as áreas de
genética florestal e o melhoramento florestal (Shimizu, 2000). No setor
florestal já haviam sido realizados estudos com 66 espécies florestais, todas
exóticas, sendo 55 espécies de Pinus, três espécies de Cupressus, Taxodium e
Callitris com duas espécies cada, e o gêneros Abies, Agathis, Cryptomeria e
Thuja com uma espécie cada. Estes estudos foram realizados em uma ou mais
das 16 dependências do serviço florestal (Shimizu, 2000).
No estado de São Paulo a produção de sementes teve início em 1916,
junto à extinta Cia. Paulista de Estradas de Ferro, hoje Ferrovia Paulista S/A
(FEPASA). De 1916 a 1966, a produção e comercialização de sementes
florestais, em especial de Eucalyptus, foram realizadas quase que
exclusivamente pela Cia. Paulista de Estrada de Ferro, com sementes
provenientes de seus hortos florestais (Martini, 2004).
Em 1966, o governo federal do Brasil resolveu instituir o programa de
incentivos fiscais. Em 1968, foi criado o Instituto de Pesquisa e Estudos
Florestais (IPEF), tendo como principal objetivo a produção de sementes
melhoradas. No período de 1970 a 1984 foram cadastrados pelo IPEF 1.651
lotes de sementes envolvendo 98 espécies que haviam sido introduzidas.
O setor de produção de sementes florestais teve seu auge nas décadas
de 70 e 80 como conseqüência da Lei de Incentivos Fiscais para
Reflorestamentos (Lei 5106/66) e do Decreto Lei 289/67 que criou o Instituto
Brasileiro de Desenvolvimento Florestal (Silva et al., 2001). A necessidade
de implementar o setor florestal gerou o crescimento dos empreendimentos
florestais, em especial com a introdução de espécies do gênero Eucalyptus e
Pinus. Para regulamentar a introdução de espécies e a origem do material
genético foi instituída, pelo Ministério da Agricultura, a COMISSÃO DE
CONTROLE DE SEMENTES FLORESTAIS, criada pela Portaria
Normativa 10-DR, de 12/05/77. Posteriormente, para gerar subsídios
técnicos, a COMISSÃO TÉCNICA DE SEMENTES FLORESTAIS foi
o
criada pela Portaria Ministerial n 77/82, de 23 de março de 1982, visando
disciplinar a produção, importação, exportação e utilização de sementes de
essências florestais. Através das Portarias 188/82-P e 189/82-P de 24/05/82 e
25/05/82, do IBDF, foram aprovadas as normas de funcionamento da
Comissão e nomeados os seus membros.
Dentre as principais competências da Comissão estavam a proposição
de políticas de sementes florestais a serem desenvolvidas no país, normas
regulamentares para os diversos programas relacionados a sementes
florestais, sugestão de alterações na legislação sobre sementes florestais,
apresentando à Comissão Nacional de Sementes e Mudas (CONASEM)
propostas de padrões mínimos de qualidade para a produção e
comercialização de sementes e alterações nas Regras de Análise de

13
Sementes.1
A partir da recomendação da Comissão Técnica de Sementes
Florestais, durante sua 1a Reunião, realizada em 23/03/82, ficou estabelecida
a proibição da importação de sementes de Pinus elliottii e Pinus taeda.
Paralelamente foi determinado que, para a aprovação de projetos florestais
com incentivos fiscais, as empresas deveriam empregar apenas sementes de
origem certificada, provenientes de pomares e áreas de produção de sementes
florestais, excluindo-se, portanto, a concessão de estímulos fiscais para as
sementes importadas e provenientes de áreas de colheita de sementes. Nesta
reunião ficou estabelecida a necessidade de classificação de povoamentos
produtores de sementes e de definição de critérios. Para realizar esta tarefa,
foi instituído pela EMBRAPA, dentro do Programa Nacional de Pesquisa
Florestal (PNPF) e instalado com recurso do Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal (IBDF), o GRUPO DE TRABALHO DE
MELHORAMENTO GENÉTICO FLORESTAL.
A certificação de áreas de produção de sementes florestais tornou-se
uma necessidade para suprir as demandas geradas pela obrigatoriedade de
uso de sementes de origem certificada, instituída pela Comissão Técnica de
Sementes Florestais e referendada pela Comissão de Controle de Sementes
Florestais, em sua 13a reunião. A obtenção do certificado foi regulamentada
o o
através do artigo 5 , parágrafo 1 da Portaria Normativa número 10-DR.
Foram estabelecidos convênios entre o IBDF e o Instituto de
Pesquisas e Estudos Florestais (IPEF) 2 visando a identificação, avaliação e
instalação de áreas produtoras de sementes em acordo com as normas
estabelecidas pela Comissão de Controle de Sementes e baseado nos critérios
emanados do Grupo Técnico de Melhoramento Florestal.
Para caracterizar, avaliar e credenciar as áreas foram efetuadas
observações de parâmetros silviculturais, tais como: tipicidade da espécie,
aspecto fitossanitário, forma do fuste, bifurcação e floração, parâmetros
dendrométricos (altura, largura e diâmetro da copa, DAP) e densidade de
plantas por área, grau de isolamento, técnicas de manejo adotadas e
capacidade produtiva de sementes das áreas.
Em termos de tecnologia de sementes, a Comissão de Controle de
Sementes recomendou a realização das análises de sementes em laboratórios
credenciados pelo Ministério da Agricultura. Para a definição de padrões
mínimos de qualidade de sementes, foram instituídos os seguintes
parâmetros: teor de umidade, germinação, pureza (número de sementes

1 Diário Oficial da União, 23/05/1982-Seção 1-9475


2 Convênio IBDF/IPEF de 21/05/1982.

14
viáveis/kg) e vigor. Por decisão da Comissão foi efetuada uma consulta às
instituições que atuavam com pesquisa em sementes florestais visando
propor padrões mínimos de qualidade. Desta consulta resultaram os padrões
apresentados na Tabela 1.

Tabela 1: Padrões mínimos de qualidade estabelecidos pela extinta Comissão de


Controle de Sementes Florestais para as espécies dos gêneros Pinus e Eucalyptus.

Espécies Germinação Pureza Teor de Número de


(%) (%) água (%) sementes puras/kg
Pinus spp. 75 95 12 *
Eucalyptus alba Reinw. ex Blume 80 * 12 400.000
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden 80 * 12 400.000
Eucalyptus saligna Sm. 80 * 12 400.000
Eucalyptus paniculata Sm. 80 * 12 400.000
Eucalyptus dunnii Maiden 80 * 12 400.000
Eucalyptus urophylla S.T. Blake 80 * 12 400.000
Eucalyptus viminalis Labill. 80 * 12 200.000
Eucalyptus maculata Hook. 80 * 12 100.00
Eucalyptus citriodora Hook. 80 * 12 100.00

* Para as espécies do gênero Eucalyptus é utilizada uma análise de pureza simplificada, através da qual são
retiradas apenas as sementes de outras espécies presentes na amostra e o material inerte que não os de
origem seminal. Isso ocorre devido à impossibilidade de diferenciar a semente madura de óvulos não-
fertilizados ou não-desenvolvidos. Para Pinus e outras espécies as quais têm sementes maiores, utiliza-se
pureza.

Através do ofício circular 003/81, a Comissão de Controle de


Sementes Florestais do IBDF realizou, em 25/03/81, consulta pública com o
objetivo solicitar subsídios técnicos e proposições de normas visando à
comercialização de sementes florestais. Foi proposta a adoção das seguintes
exigências do Latin American Forest Seed Bank (Turrialba, Costa Rica):3
certificado fitossanitário, número do lote das semente, quantidade de
sementes, data da expedição, nome nativo, nome científico, data da colheita,
nome do colhedor, país de origem, localidade, latitude, longitude, altitude,
índice de pluviosidade em milímetros, média anual de temperatura, déficit
hídrico, tipo de solo e grau de fertilidade, número de árvores que foram
colhidas as sementes, altura das árvores porta-sementes, diâmetro das

3 Proposta condensada apresentada através do Ofício/DRN/048/81 da Dra Clara Pandolfo- Diretora


Geral do Departamento de Recursos Naturais da SUDAM.

15
árvores porta-sementes, número de sementes por quilo, método de
armazenamento, tratamentos aos quais foram submetidas as sementes,
métodos recomendados para novo armazenamento, tratamento recomendado
antes da semeadura; índice de germinação, data do teste de germinação, e
nível de melhoramento genético (área de produção de sementes, pomar de
sementes etc...). Parte das recomendações foram incorporadas nas Portarias
Ministeriais 088, 093, 094 e 095 de 1982, publicadas no Diário Oficial de
16/04/1982.
colhidas as sementes, altura das árvores porta-sementes, diâmetro das
árvores porta-sementes, número de sementes por quilo, método de
armazenamento, tratamentos aos quais foram submetidas as sementes,
métodos recomendados para novo armazenamento, tratamento recomendado
antes da semeadura; índice de germinação, data do teste de germinação, e
nível de melhoramento genético (área de produção de sementes, pomar de
sementes etc...). Parte das recomendações foram incorporadas nas Portarias
Ministeriais 088, 093, 094 e 095 de 1982, publicadas no Diário Oficial de
16/04/1982.
Os incentivos foram extintos em novembro de 1987, gerando o
esgotamento do modelo de concessão de incentivos e, conseqüentemente, do
mecanismo que previa a obrigatoriedade de uso de sementes de áreas
certificadas, encerrando-se também as ações da Comissão de Controle de
Sementes Florestais do IBDF. O resultado desta atividade foi a certificação de
várias áreas de produção de sementes.
No Instituto Florestal de São Paulo foram certificados 51 talhões de
produção de sementes de Pinus (seis espécies) e de Eucalyptus (oito
espécies), totalizando 14 espécies em 13 localidades. Várias empresas foram
certificadas e suas áreas classificadas de acordo com o nível de
melhoramento adotado (Tabela 2).
No período de 10 anos, entre 1980 e 1990, foram credenciadas 13 áreas
de produção de sementes (APS) de Eucalyptus e 14 de Pinus, sete áreas de
colheita de sementes (ACS) de Eucalyptus e oito de Pinus, e cinco pomares
de sementes de Pinus.

16
Tabela 2: Áreas credenciadas para a produção de sementes florestais na região sul-
sudeste brasileira, no período de 1980-1990.

Espécie Tipo da área Área (ha) Local


Eucalyptus citriodora Hook. APS 8,15 Marliéria (MG)
Eucalyptus citriodora Hook. ACS 10,40 Bauru (SP)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 31,76 Itabira (MG)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 53,36 Mogi-Guaçu (SP)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 43,73 Aguaí (SP)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 22,26 Mogi-Guaçu (SP)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 2,40 Morungaba (SP)
Eucalyptus grandis W. Hill ex Maiden APS 15,50 Salto (SP)
Eucalyptus microcorys F. Muell. ACS 1,0 Rio Claro (SP)
Eucalyptus microcorys F. Muell. APS 4,60 Belo Oriente (MG)
Eucalyptus paniculata Sm. APS 10,45 Córrego Novo (MG)
Eucalyptus paniculata Sm. ACS 10,18 Rio Claro (SP)
Eucalyptus saligna Sm. APS 8,82 Itabira (MG)
Eucalyptus saligna Sm. ACS 181,35 Itatinga (SP)
Eucalyptus saligna Sm. APS 1,50 Rio Claro (SP)
Eucalyptus saligna Sm. APS 2,30 Sorocaba (SP)
Eucalyptus tereticornis Sm. ACS 4,0 Pradópolis (SP)
Eucalyptus urophylla S.T. Blake ACS 35,92 Lençóis Paulista (SP)
Eucalyptus urophylla S.T. Blake APS 0,54 Salto (SP)
Eucalyptus viminalis Labill. ACS 215,18 Canela (RS)
Pinus caribaea Morelet APS 12,68 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet ACS 172,80 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet APS 12,0 Lençóis Paulista (SP)
Pinus caribaea Morelet PCS 3,0 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet APS 53,86 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet ACS 292,30 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet PCS 1,30 Mogi-Guaçu (SP)
Pinus caribaea Morelet PCS 25,92 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet APS 301,11 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet ACS 753,05 Agudos (SP)
Pinus caribaea Morelet APS 72,95 Casa Branca (SP)
Pinus elliottii Engelm. APS 27,70 Telêmaco Borba (PR)
Pinus elliottii Engelm. ACS 3,20 Três Barras (SC)
Pinus elliottii Engelm. ACS 35,71 Guarapuava (PR)
Pinus elliottii Engelm. APS 82,00 Capão Bonito (SP)
Pinus kesiya Royle ex Gordon APS 37,85 Agudos (SP)
Pinus kesiya Royle ex Gordon ACS 80,02 Agudos (SP)
Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl. PCS 25,20 Agudos (SP)
Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl. APS 253,91 Agudos (SP)
Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl. ACS 721,27 Agudos (SP)
Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl. APS 41,40 Lençóis Paulista (SP)
Pinus oocarpa Schiede ex Schltdl. APS 44,86 Casa Branca (SP)
Pinus strobus L. APS 6,98 Agudos (SP)
Pinus taeda L. APS 22,20 Três Barras (SC)
Pinus taeda L. ACS 28,88 Guarapuava (PR)
Pinus taeda L. APS 84,30 Telêmaco Borba (PR)
TOTAL 3859,85

17
As conseqüências do incentivo fiscal
Durante o período de concessão dos incentivos fiscais houve rápida
organização do setor de produção de sementes, que se refletiu na formulação
de padrões de qualidade mínimos para as sementes (Tabela 1) e na formação
de um mecanismo controlador da produção, de definição de normas e
regulamentações e que também atuou na indicação dos agentes certificadores
de qualidade (Comissão de Controle de Sementes Florestais).
Como agentes certificadores de qualidade foram indicados o IPEF
(produção) e os laboratórios credenciados pelo Ministério da Agricultura. A
Figura 1 procura esboçar o papel de cada ator no processo de produção de
sementes de espécies florestais durante a vigência dos incentivos fiscais.

Instituto Brasileiro de
Desenvolvimento Florestal

Credenciamento Comissão de Controle de Normatização e


de agências regulamentação
Sementes Florestais
certificadoras

Agência certificadora Incentivos fiscais


IPEF Padrões mínimos de
apenas para uso
de sementes de qualidade
áreas certificadas

Agência certificadora de qualidade


Ministério da Agricultura

Áreas certificadas Boletins de análises

Figura 1: Esquema referente à organização do sistema governamental de controle da


produção de sementes florestais, durante a vigência dos incentivos fiscais.

18
O resultado obtido com a organização da produção de sementes
florestais permitiu que, mesmo ao fim da vigência dos incentivos fiscais, as
empresas e instituições de pesquisa mantivessem um vasto acervo de material
genético de alta qualidade, com 3860 hectares de áreas certificadas. Este
panorama se refletiu no desenvolvimento do melhoramento florestal e na
implementação de programas que levaram ao aumento da qualidade genética
dos plantios comerciais de Pinus e Eucalyptus no Brasil.
Mesmo ao final dos mecanismos que obrigavam as empresas a utilizar
sementes de origem conhecida (áreas certificadas), não houve um retrocesso
na produção de sementes florestais das espécies de Pinus e Eucalyptus, mas
observou-se a redução da implantação de novas áreas. No estado de São
Paulo foram instaladas novas áreas em Anhembi, Itatinga e em algumas
unidades do Instituto Florestal de São Paulo, mantendo as já existentes.
Várias empresas mantiveram seu programa de melhoramento
florestal expandindo o número de espécies de Eucalyptus e Pinus para a
produção de sementes melhoradas. Isto se observou no estado de São Paulo
com as empresas Champion Papel e Celulose S.A, RIPASA S.A, Duratex e
Eucatex, entre outras. No Espírito Santo e Minas Gerais foi constatado um
processo semelhante de expansão da produção de sementes melhoradas,
especialmente de Eucalyptus.
Em relação às espécies nativas, a vigência do incentivo fiscal não
produziu qualquer alteração no quadro de produção destas espécies no
âmbito da Mata Atlântica. Isto porque a legislação sobre incentivos fiscais
enfocava quase que exclusivamente as espécies consideradas de valor
comercial para a produção de celulose, papel, resina e carvão.

Recentes avanços do setor


Em relação às espécies nativas da Mata Atlântica é preciso
desenvolver um mecanismo que leve à implementação da regulamentação do
sistema de produção. Isto passa pela aplicação dos métodos e propostas
oriundas da nova legislação brasileira de sementes florestais.
o
A nova legislação iniciou-se com o Projeto de Lei do Senado n
o
4.828/98, que substituiu a Lei n 6.507, de 19/12/1977, que tratava da
produção, do comércio e da fiscalização de sementes. Apesar da necessidade
da nova lei, as análises efetuadas por especialistas da área indicaram que o
projeto em avaliação não atendia aos interesses da comunidade florestal.
A audiência pública realizada para apresentar e discutir com a
sociedade a nova legislação foi estrategicamente realizada em Rio Branco
(Acre), onde a produção florestal responde por substancial parte da geração
de trabalho e renda, sendo as sementes florestais uma das atividades inerentes
aos planos de manejo florestal. Das discussões realizadas resultou a inclusão

19
do artigo 47 na nova Lei 10.711 de 5/08/2003 que estabelecia “Fica o MAPA
autorizado a estabelecer mecanismos específicos e, no que couber, exceções
ao disposto nesta Lei, para regulamentação da produção e do comércio de
sementes de espécies florestais, nativas ou exóticas, ou de interesse medicinal
ou ambiental, bem como para as demais espécies referidas no parágrafo único
do art. 24”.
As diversas articulações entre as Redes de Sementes Florestais, os
Workshops realizados em novembro de 1999 pela Rede Rio-São Paulo, em
São Paulo (SP), e em maio de 2000, em Linhares (ES), pela Rede Mata
Atlântica de Sementes Florestais - RioEsBa foram os marcos iniciais para a
proposição das novas categorias de sementes florestais e processos de
produção a serem implementados na regulamentação da Lei 10.711/03.
Posteriormente, estas discussões se estenderam por todas as redes de
sementes e culminaram em propostas que foram encaminhadas ao Ministério
da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) durante o XII Congresso
Brasileiro de Sementes Florestais, em Foz do Iguaçú, pelo Comitê Técnico de
Sementes Florestais da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes
(CTSF/ABRATES). Neste ofício, os técnicos reunidos solicitavam a re-
edição pelo MAPA da Comissão Técnica de Sementes Florestais com o
objetivo de contribuir com a regulamentação do setor.
Com a edição da nova Lei em 5 de agosto de 2003, a sua
regulamentação foi estabelecida através do Decreto 5.153 de 23 de julho de
2004, o qual incorporava no Capítulo XII as propostas oriundas de diversas
reuniões realizadas junto ao MAPA e ao Ministério do Meio Ambiente com os
técnicos do setor de sementes, com a participação ativa das redes de
sementes, instituições de pesquisa e ensino e o setor empresarial.
Vários encontros se sucederam até que, através da portaria 265 do
MAPA de 24 de maio de 2005, foi criada a Comissão Técnica de Sementes e
Mudas de Espécies Florestais Nativas e Exóticas. No entanto, somente em 13
de outubro de 2005 a portaria nº 428 nomeou os membros que se reuniram
pela primeira vez em Brasília, nos dias 9 e 10 de novembro de 2005 onde foi
estabelecido o plano de trabalho.
Desde a criação da Comissão foram realizadas reuniões e instaladas
sub-comissões que atuaram na elaboração das normas referentes aos temas
“produção de sementes e mudas”, “marcação de matrizes”, “colhedores de
sementes” “padrões de sementes florestais”, “procedimentos de análise de
sementes” e “certificação da produção”. A partir dessas atividades foram
estabelecidos conceitos, definidos procedimentos e documentação
necessária para a regulamentação do setor com ampla participação das bases
pela forte ação participativa das redes de sementes florestais, empresas e
ONGs.

20
Principais definições empregadas na legislação sobre sementes florestais
Como resultado dos trabalhos das sub-comissões são apresentadas as
principais definições estabelecidas na legislação.

Espécie nativa: no sentido amplo, plantas que ocorrem naturalmente no


Brasil; em sentido restrito, plantas que ocorrem naturalmente no local.

Origem: localização geográfica dentro de sua área de ocorrência natural de


onde se originaram as sementes ou propágulos.

Procedência: localização geográfica das matrizes fornecedores das


sementes ou propágulos.

Região de procedência: região bioclimática distinta podendo incluir várias


populações de uma mesma espécie.

População: grupo de indivíduos da mesma espécies ocorrendo em um local,


que compartilham do mesmo acervo genético, isto é, se intercruzam.

Matriz: planta fornecedora de material de propagação sexuada ou


assexuada cujas características genéticas e de sanidade sejam mantidas sob
responsabilidade da entidade ou do responsável técnico que a marcou.

Matriz marcada: planta fornecedora de material de propagação sexuada ou


assexuada cujas características genéticas, de sanidade e de localização
(definida através de croqui ou georreferenciamento) que irá compor um
Cadastro de Matrizes mantidas sob responsabilidade da entidade ou do
responsável técnico que a marcou.

Cadastro de matrizes: registro contendo informações sobre a identificação


botânica da espécie, localização, e outras informações importantes para o
fornecimento de material de propagação sexuada ou assexuada, mantidas
sob responsabilidade da entidade ou do responsável técnico que a marcou.

Árvore selecionada: árvore selecionada fenotipicamente ou geneticamente,


com base em critérios e intensidade de seleção bem definidos.

Clone: grupo de plantas geneticamente idênticas derivadas assexualmente


de um único indivíduo.

Híbrido: indivíduo obtido de cruzamento controlado entre diferentes pais.

21
Propagação sexuada: obtenção de plantas através de sementes.

Produtor de sementes certificadas de espécies florestais: pessoa física ou


jurídica, credenciada anualmente pela Entidade Certificadora para
produzir sementes certificadas.

Colhedor credenciado de sementes certificadas de espécies florestais:


pessoa física, devidamente aprovada em processo de capacitação e
credenciada pela Entidade Certificadora para coletar sementes florestais
certificadas em Áreas Naturais de Coletas de Sementes-ANCS's .

Categorias de produção de sementes propostas pela legislação


A regulamentação da produção de sementes pelo Decreto 5.153 de 23
de julho de 2004 requereu a definição de categorias de sementes que possuem
diferentes graus de melhoramento genético e estão diretamente associadas
aos tipos de práticas empregadas na sua produção. As novas categorias de
sementes propostas e as terminologias são apresentadas a seguir:

Categoria Identificada: sementes e mudas identificadas com o nome da


espécie e procedência das sementes. Incluem nessa categoria, as sementes
coletadas em Áreas Naturais ou Áreas Alteradas de Coleta de Sementes. São
povoamentos florestais nativos ou plantados, com ou sem marcação e
registro individual de matrizes. As sementes e mudas incluídas nesta
categoria terão a produção e comercializações controladas, mas não serão
certificadas.

Categoria Selecionada: material coletado em Áreas de Coleta de Sementes


com Matrizes Selecionadas ACS-MS. Isso significa que a área e as matrizes
produtoras de sementes foram selecionadas para alguma característica. O
critério de seleção fenotípica e a condição ecológica onde foi feita a seleção
devem ser informados. É a categoria de entrada no processo da certificação.

Categoria Qualificada: material coletado de matrizes selecionadas em


populações selecionadas, isoladas contra pólen externo e manejadas para
produção de sementes. Incluem sementes produzidas em Área de Produção
de Sementes (APS), Pomar Clonal de Sementes (PCS), Pomar de Sementes
por Mudas (PSM). Nesse caso, deve-se informar, também, o critério de
seleção. As principais diferenças entre esta categoria e a categoria anterior
(selecionada) é o isolamento contra pólen externo e a intensidade de seleção.

Categoria Testada: material coletado de matrizes selecionadas

22
geneticamente, com base em testes de progênie ou testes aprovados pela
entidade certificadora ou pelo certificador para a região bioclimática
especificada, em área isolada contra pólen externo. Esta categoria difere da
anterior pelo tipo de seleção. A categoria testada envolve seleção genética e
a categoria qualificada, a seleção fenotípica. É importante salientar que a
seleção genética deverá ser relacionada com a região bioclimática onde a
seleção foi realizada. Isso significa que as sementes produzidas em um pomar
testado serão enquadradas como testadas, apenas para os locais testados.

Sistema de produção de sementes propostas pela legislação


A produção de sementes será realizada através do sistema de produção
estabelecido de acordo com a legislação, do qual fazem parte as seguintes
áreas para a produção de sementes:

Área Natural de Coleta de Sementes - ANCS: semente de povoamento


nativo com origem conhecida (permitida somente para espécies nativas),
com ou sem a necessidade de marcação e registro das matrizes.

Área de Coleta de Sementes - ACS: semente de ACS com


origem/procedência conhecida com seleção, marcação e registro das
matrizes.

Área de Produção de Sementes - APS: semente de APS com


origem/procedência conhecida, com marcação e registro das matrizes.

Pomar de Sementes: semente de Pomar Clonal de Sementes PCS ou Pomar


de Sementes por Mudas- PMS, com especificação dos critérios de seleção
fenotípica e registro das matrizes .

Pomar de Sementes Testado: semente de Pomar Clonal de Sementes - PCS


ou Pomar de Sementes por Mudas- PMS, com especificação dos critérios de
seleção genética e registro das matrizes. A seleção genética deverá ser
baseada em testes de progênies plantados em áreas representativas dos
locais para onde o material será certificado

Panorama da produção de sementes florestais


Apesar do avanço na produção de sementes florestais de espécies do
gênero Pinus e Eucalyptus, não havia nas décadas de 50 a 80, igual demanda
para as espécies florestais nativas e mesmo para outras exóticas. Somente
com o aumento da conscientização ambiental, a partir de meados dos anos 80,
intensificou-se a preocupação com a produção de sementes de espécies

23
nativas.
Dados do Instituto Florestal de São Paulo indicam uma queda de até
50% na demanda por sementes de espécies exóticas, a partir da extinção dos
incentivos fiscais. Paralelamente a este decréscimo, a partir dos anos 90
houve o incremento da demanda por espécies nativas.
As instituições pioneiras na produção de sementes florestais nativas,
neste período, foram o Instituto Florestal de São Paulo, o IPEF-Piracicaba, a
Reserva Florestal da Vale do Rio Doce, em Linhares (ES) e o IBAMA através
de suas várias unidades como por exemplo, a Floresta Nacional (Flona)
Mario Xavier (Seropédica, RJ), a Flona do Rio Preto (Conceição da Barra,
ES) e a Flona de Lorena (Lorena, SP), com a instalação de áreas plantadas de
espécies florestais nativas.
A produção de sementes florestais no estado de São Paulo é realizada
por agentes públicos e privados, sendo que o volume total produzido e
comercializado não é conhecido, estimando-se uma produção anual entre 10
a 15 toneladas.
Apesar de haver grande participação de produtores no setor privado, a
produção e comercialização de sementes florestais, principalmente de
espécies nativas, é ainda uma atividade artesanal. As sementes produzidas
pelo IPEF e pela Fundação Florestal (em parceria com Instituto Florestal) são
comercializadas com informações sobre origem, procedência, germinação,
pureza, sementes por quilo, umidade, data de colheita, condições de
armazenamento e outros dados para aferição de qualidade.
Tabela 3: Instituições que atuam na produção de sementes florestais no estado de
São Paulo.
Instituição Natureza Espécies
Instituto Florestal/Fundação Florestal Público Nativas e Exóticas
IPEF Privado Nativas e Exóticas
Associações de Reposição Florestal Privado Nativas e Exóticas
Empresas públicas Público Nativas
Empresas particulares Privado Nativas e/ou Exóticas
Prestadores de serviços Privado Nativas e/ou Exóticas
Auto-consumo Privado/Público Nativas e/ou Exóticas
Fonte: Projeto Rede Rio-São Paulo, MMA, edital 04/2000.

Segundo informações constantes no projeto Rede Rio-São Paulo de


Sementes Florestais, a produção de sementes no estado de São Paulo destina-
se a atender:

24
- A demanda local e regional: quando a colheita é realizada pelo
próprio consumidor ou por instituições que atuam em grupo, como é o caso
das Associações de Reposição Florestal;

- Produção voltada para a comercialização: situação constatada


na Fundação Florestal e no IPEF. No caso de espécies nativas, a colheita é
realizada no estado de São Paulo e a distribuição/comercialização é feita em
todo o país. Recentemente o IPEF vem ampliando suas áreas de coleta com
parcerias em outros estados.
Considerando apenas a produção realizada pelo Instituto Florestal e
Fundação Florestal, a colheita de sementes origina-se em diversas áreas
(cerca de 85 dependências), que englobam as diversas regiões fitogeográficas
do estado: Floresta Ombrófila (Densa e Mista), Floresta Estacional, Cerrado
e Áreas de Tensão Ecológica, de acordo com a classificação do IBGE.
As associações de reposição florestal vêm intensificando suas
atividades de produção de sementes motivadas pelas dificuldades de
obtenção deste produto no mercado. A Flora Tietê, a mais antiga destas
associações, produz sementes originadas em diversos municípios da
chamada Região Noroeste do estado de São Paulo, especialmente nos
municípios de Promissão, Sabino, Penápolis, José Bonifácio, Guararapes,
Rubiácea, Valparaíso, Araçatuba e outros. O destino das sementes é
prioritariamente para outras associações de reposição florestal, com vendas
de aproximadamente 350 Kg por ano, nos estados de Mato Grosso, Mato
Grosso do Sul e São Paulo.
A Verde Tambaú, associação de reposição florestal da região de
Ribeirão Preto, obtém sementes em áreas de Floresta Estacional da região e o
destino principal é a área do projeto, no campus da USP de Ribeirão Preto.
No estado de São Paulo, as principais áreas produtoras de sementes de
nativas pertencem ao IPEF e ao Instituto Florestal de São Paulo. As áreas do
IPEF estão localizadas em Anhembi e em Itatinga. Do total de espécies
nativas produzidas, 62% são de obtidas em logradouros públicos (praças,
ruas e rodovias), 21% provêm de áreas de produção implantadas em Anhembi
e Itatinga e apenas 14% são de áreas naturais (florestas).
No Instituto Florestal de São Paulo (IFSP), a produção de sementes é
diversificada entre locais próprios de produção (parques, áreas de produção-
APS e de colheita-ACS) e em áreas de terceiros (publicos e privados). Das 80
a 100 espécies nativas produzidas, 22% são oriundas de áreas de produção
(APS) instaladas nos municípios de Pederneiras, Luis Antônio, Jaú e Assis. O
restante provém de colheitas efetuadas em áreas privadas, pertencentes à
CESP e SABESP, e de colheitas efetuadas em florestas naturais em parques e
estações experimentais do IFSP.

25
Em relação à produção de sementes do estado de São Paulo, o que se
observa é a concentração em regiões de floresta atlântica semi-decidual e
decidual, predominante nas regiões onde se encontram instaladas as áreas
produtoras e mesmo os locais de colheita. Faltam ao estado áreas de produção
instaladas nas zonas de floresta ombrófila densa, tipologia predominante nas
vertentes atlântica.
No Espírito Santo, a Reserva Natural da Vale do Rio Doce implantou
durante os anos 80 as suas primeiras áreas produtoras de sementes de espécies
nativas e implementou um programa de produção e um de tecnologia de
sementes florestais em cooperação com a Universidade Federal Rural do Rio
de Janeiro, envolvendo cerca de 203 espécies nativas. Deste total 5,4%
possuem áreas de colheita de sementes implantadas na própria Vale do Rio
Doce. O restante é produzido a partir de colheitas efetuadas em matrizes
selecionadas e marcadas nos 22.000 ha da Reserva.
As unidades do IBAMA no Espírito Santo também apresentam
arboretos que são empregados na produção de sementes florestais. O mais
tradicional dentre eles é a FLONA de Rio Preto, que dispõe de plantios de
espécies nativas e exóticas.
No Rio de Janeiro a produção de sementes é efetuada desde a década
de 40 pela FLONA Mario Xavier, situada em Seropédica. A lista de espécies
da FLONA até o final da década de 90 atingia 156 táxons, incluindo nove
espécies de Eucalyptus e outras 13 de exóticas utilizadas em arborização
urbana. Deste total, 63% são oriundas de áreas naturais e 22% provêm de
áreas de colheita na própria FLONA. As 15% restantes são obtidas em
logradouros públicos, rodovias e praças.
Outra instituição que tradicionalmente produz sementes no Rio de
Janeiro é o Jardim Botânico. A produção em pequena escala destina-se à
pesquisa e intercâmbios. A produção é efetuada a partir de sementes colhidas
na própria área do Jardim Botânico e em unidades de conservação vinculadas
ao IBAMA. Também a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e o
Instituto Estadual de Florestas (IEF) produzem sementes, mas em pequena
escala, para atender as demandas de seus projetos de recuperação ambiental e
produção de mudas. Na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro a
produção envolve 35 espécies localizadas em seu campus de 3.300 ha.
Devido à proximidade, a FLONA Mario Xavier também realiza colheitas de
sementes nas ruas e arboretos do campus da UFRRJ.
A produção de sementes do IEF decorre de colheitas realizadas em
suas áreas de conservação, como os Parques Estaduais da Pedra Branca,
Desengano e Tiririca. A sua produção é irregular, atendendo a demandas
pontuais.
A Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro concentra a maior

26
capacidade produtiva de sementes do estado, visando atender a uma demanda
de 4.000.000 de mudas anuais para o Projeto Mutirão Reflorestamento. São
produzidas sementes de 150 espécies de cerca de 1500 matrizes. A maior
parte destas matrizes estão situadas em fragmentos urbanos da cidade.

Espécies exóticas
Dentre as espécies exóticas, a produção de sementes concentra-se
ainda nas espécies dos gêneros Eucalyptus e Pinus. Os estados de São Paulo,
Minas Gerais e Espírito Santo, no âmbito da Floresta Atlântica, concentram
85% das áreas produtoras de sementes implantadas.
Talhões plantados de Acacia mangium Willd., Acacia auriculiformis
A. Cunn. ex Benth. e Mimosa caesalpiniifolia Benth. foram instalados no
Rio de Janeiro (EMBRAPA-Agrobiologia e na Universidade Federal Rural
do Rio de Janeiro, ambos em Seropédica) e no Espírito Santo pela Companhia
Vale do Rio Doce. Estas espécies são utilizadas para recuperação de áreas
degradadas, tendo elevada procura em projetos de reabilitação de
ecossistemas.
Após cerca de 11 anos do fim dos incentivos fiscais, a produção de
sementes de espécies exóticas plantadas nas regiões da Floresta Atlântica
ainda está concentrada nas espécies de Eucalyptus e Pinus. No entanto, a
tendência observada é um aumento da área plantada para a produção de
espécies exóticas utilizadas na recuperação de áreas degradadas e a colheita
de sementes diretamente de áreas que já foram recuperadas.

Espécies nativas
Em termos de produção de sementes melhoradas de nativas são poucas
as instituições que investiram nesta área. Os talhões plantados para a
produção de sementes estão mais ligados a projetos de conservação de
recursos genéticos, associados à produção de sementes. Este é o caso do IPEF
e do Instituto Florestal de São Paulo. São considerados como métodos de
produção de sementes melhoradas as áreas de colheita, as áreas de produção e
os pomares de sementes.
Entre as instituições pesquisadas foi observado que são produzidas
sementes de 614 espécies, entre nativas da Floresta Atlântica e exóticas. As
espécies nativas produzidas pelo maior número de instituições foram
Bauhinia sp., Cedrela fissilis Vell., Cupania vernalis Cambess., Lecythis
pisonis Cambess. e Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong. E as
exóticas produzidas pelo maior número de instituições foram Eucalyptus,
Pinus e Acacia.
O Instituto Florestal de São Paulo (IFSP) é a instituição que mais
produz sementes (média de 4 ton/ano) quando comparada com as outras

27
instituições pesquisadas, produzindo um total de 190 espécies entre exóticas
e nativas (31% das espécies produzidas). A instituição possui áreas de
produção de sementes de 22 espécies florestais nativas, instaladas sob a
forma de bancos genéticos ex-situ. Cada espécie foi plantada em uma a três
regiões distintas visando estudar a interação genótipo e ambiente.
O IPEF, em suas áreas de Itatinga e Anhembi, produz sementes das
espécies nativas Croton floribundus, Enterolobium contortisiliquum,
Dimorphandra mollis, Gochnatia polymorpha e Ligustrum japonicum.
No Rio de Janeiro a produção de sementes a partir de espécies nativas é
voltada para a recuperação de áreas degradadas. Apenas uma empresa
florestal (BIOVERT Florestal e Agrícola Ltda) e a FLONA Mario Xavier
mantém áreas plantadas com a finalidade específica de produção de
sementes. As demais instituições, embora possuam colheita em áreas
próprias, limitam-se a plantas situadas em arboretos, vias públicas e praças.
Parte das áreas produtoras de sementes de espécies nativas resultam
dos trabalhos iniciados através da Comissão de Controle de Sementes criada
pelo antigo IBDF (ver item 1). Foram instaladas na época, áreas de nativas e
exóticas que visavam o credenciamento. Do total de 10 espécies, quatro delas
estão instaladas na região sul e os demais na sudeste. Na Tabela 4 estão
relacionadas as principais áreas produtoras de sementes de espécies nativas e
de exóticas, excluindo as dos gêneros Eucalyptus e Pinus.

Tabela 4: Áreas utilizadas para a produção e colheita de sementes florestais.


Espécies Estado Instituição
Guazuma ulmifolia Lam. SP IFSP
Mimosa caesalpiniifolia Benth. SP IFSP
Trema micrantha (L.) Blume SP IFSP
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. SP IFSP
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. SP IFSP
Machaerium villosum Vogel SP IFSP
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong SP IFSP
Pterogyne nitens Tul. SP IFSP
Myracrodruon urundeuva Allemão SP IFSP
Myroxylon peruiferum L. f. SP IFSP
Astronium graveolens Jacq. SP IFSP
Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb. SP IFSP
Tabebuia vellosoi Toledo SP IFSP

28
Espécies Estado Instituição
Dipteryx alata Vogel SP IFSP
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. SP IFSP
Gallesia gorarema (Vell.) Moq. SP IFSP
Balfourodendron sp. SP IFSP
Esenbeckia leiocarpa Engl. SP IFSP
Hymenaea courbaril L. SP IFSP
Genipa americana L. SP IFSP
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze SP IFSP
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. SP IFSP
Persea perseiphylla (C.K. Allen) van der Werff SP IFSP
Prunus myrtifolia (L.) Urb. SP IIFSP
Acacia mearnsii De Wild. RS EMBRAPA

Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. RS EMBRAPA

Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. MG -

Esenbeckia leiocarpa Engl. SP EMBRAPA

Joannesia princeps Vell. MG -

Parapiptadenia rigida (Benth.) Brenan RS EMBRAPA

Piptadenia peregrina (L.) Benth. MG -

Plathymenia foliolosa Benth. MG -

Podocarpus lambertii Klotzsch ex Endl. RS EMBRAPA

Lecythis pisonis Cambess. RJ FLONA

Lonchocarpus discolor Huber RJ FLONA

Ormosia arborea (Vell.) Harms RJ FLONA

Caryocar sp. RJ FLONA

Protium spruceanum (Benth.) Engl. RJ UFRRJ

Gmelina arborea Roxb. ex Sm. RJ UFRRJ

Couroupita guianensis Aubl. RJ UFRRJ

Mimosa caesalpiniifolia Benth. RJ UFRRJ

Acacia mangium Willd. RJ EMBRAPA

29
A maior concentração de espécies colhidas em zonas de floresta
estacional (semi-decidual) ressalta a necessidade de se ampliar a colheita
para outras zonas, em especial a floresta ombrófila densa. A consequência é
uma maior produção de sementes de espécies com frutos secos, o que pode
refletir a colheita de espécies predominantemente de estádios sucessionais
mais iniciais.
A recuperação de áreas degradadas demanda que se estabeleça um
processo de recomposição de modo a gerar o retorno da resiliência local, ou
seja, da capacidade do ecossistema auto-regenerar-se. Para promover este
papel é muito importante a utilização de espécies florestais zoocóricas,
capazes de atrair a fauna e com isto dispersar sementes vindas de outras
fontes.
O suprimento da demanda para a recuperação de áreas degradadas,
apenas para cumprimento das exigências legais, requer a produção de cerca
de 2,5 bilhões de mudas, apenas no estado do Rio de Janeiro5. Para atender
esta demanda, pelo menos 50% das espécies deveriam apresentar síndrome
de dispersão zoocórica, visando atrair a fauna, contribuindo para a
recuperação da área via chuva de sementes.
Os dados obtidos mostram que apenas 13,4% de espécies apresentam
frutos com esta característica, indicando a necessidade de se incrementar a
produção de mais espécies capazes de atrair a avifauna. Se por um lado este
fator é desejável, por outro pode vir a representar, no futuro, a necessidade de
maiores estudos sobre estas espécies uma vez que, em geral, elas tendem a
necessitar de maiores cuidados durante as fases de colheita, secagem e
armazenamento.
Em termos de planejamento da produção, a concentração das
atividades de colheita em espécies que produzem sementes nos períodos de
março-abril (zoocóricas) e julho a outubro (frutos secos) permitiria uma
melhor concentração de esforços, reduzindo o universo amostral de espécies,
mas ganhando maior eficiência.
O acompanhamento fenológico teria a finalidade de determinar as
variações individuais e possibilitar a seleção de indivíduos precoces para a
produção de sementes florestais. Como já foi discutido, uma das grandes
prioridades para a implementação de um programa de produção de sementes
de espécies da Mata Atlântica seria a instalação de áreas de produção, visando
não só reduzir os custos de produção, mas também garantir a fonte de
sementes.

5 Dados baseados em informações coletadas com base em imagens de satélite produzidas pela Fundação
CIDE (Centro de Informações e Dados do Rio de Janeiro).

30
Ø Produção - Aumentar a produção de sementes de espécies florestais
ocorrentes em áreas de floresta ombrófila densa, no domínio da Mata
Atlântica; e aumentar a produção de sementes de espécies de estádios
mais tardios de desenvolvimento.
Ø Selecão de espécies - Colheita de espécies florestais com síndrome
zoocórica aptas para utilização na recuperação de áreas degradadas;
priorizar a produção de sementes de espécies que frutifiquem no período
de março a abril e de julho a outubro.
Ø Acompanhamento fenológico das espécies florestais a serem colhidas
marcando os indivíduos observados.
Ø Seleção de indivíduos precoces para a implantação de áreas produtoras de
sementes.

Estratégias políticas propostas pela Rede RioEsBa para a


implementação de um sistema de produção de sementes de espécies
nativas
A implementação do processo de produção de sementes depende
diretamente da normatização da atual legislação sobre sementes florestais em
tramitação na Comissão de Sementes e Mudas Florestais. No entanto, em
termos de produção de sementes, o que se deve discutir são os mecanismos e
políticas públicas que podem ser implementadas para gerar a utilização de
sementes de origem conhecida e de boa qualidade genética, física e
fisiológica e, em médio prazo, dentro das categorias de sementes
estabelecidas pela legislação.
Semelhante aos procedimentos que foram adotados durante a
vigência dos incentivos fiscais, o uso de sementes dentro dos padrões de
qualidade estabelecidos por uma entidade certificadora ou credenciadora
pode passar a ser obrigatório no cumprimento das exigências legais de
reposição florestal exigidas (artigos 15, 19, 20 e 21 da Lei 4771 e Instrução
Normativa 01 de 5/09/1997), para projetos de recuperação de áreas
degradadas em atendimento às Leis 6938 de 28/01/2000 e 9961 e medidas
compensatórias estabelecidas pelos governos estaduais e municipais.
Em termos de políticas públicas, o próprio Ministério do Meio
Ambiente pode atuar como o fomentador do uso de sementes de boa
qualidade. Para tanto pode-se propor que os projetos aprovados com recursos
do PPG-7 (Programa Piloto de Florestas Tropicais), do Fundo Nacional do
Meio Ambiente (FNMA), FUNBIO, PDA-Projetos Demonstrativos, entre
outros, utilizem, obrigatoriamente, sementes dentro dos padrões de
qualidade dentro das novas normas e por agentes credenciados para esta
finalidade.
O delineamento de uma proposta com esta finalidade é apresentado na

31
Figura 2, onde se identificam os potenciais agentes implementadores das
ações políticas que visariam a produção e o uso de sementes florestais de boa
qualidade.
Considerando as instituições que atuam na produção de sementes
através de colhedores treinados, a sua inclusão dentro do sistema produtivo
pode vir a transformar a semente florestal em um produto capaz de gerar
alternativas de renda para as comunidades próximas a áreas de florestas.
Na nova legislação, a figura do “colhedor de sementes” foi inspirada
nas práticas conduzidas pelo CEMAVE- Centro de Monitoramento de Aves
do IBAMA que credencia anilhadores após treinamento específico e fornece
a cada anilhador legalizado, um conjunto numerado de anilhas numeradas.
No caso das Redes, os colhedores que vêm sendo treinados desde 1994,
passaram por programas de capacitação e somente se habilitariam a ser
credenciados após cursos de capacitação e registro no MAPA.

Ministério do Meio Ambiente Normatização do


uso de sementes
certificadas ou de
áreas credenciadas
IBAMA e órgãos estaduais

Restabelecimento da
Comissão de Sementes Normatização e
Padrões Redes de Florestais regulamentação
mínimos de sementes
qualidade

USO DE Padrões mínimos


SEMENTES NA de qualidade
Credenciamento REPOSIÇÃO
de agências FLORESTAL E
certificadoras RECUPERAÇÃO
AMBIENTAL

Agência certificadora de qualidade


Agências Ministério da Agricultura
certificadoras
regionais

Boletins de
análises
Áreas, e/ou
matrizes
colhedores
credenciados

Figura 2: Esquema delineado para o estabelecimento de medidas regulatórias e


políticas que possam levar à implementação de um programa de produção e controle
de qualidade de sementes florestais em nível federal e estadual.

32
Bibliografia

Lindquist B. 1948. Deterioration of the genetic quality of Sweden's Forests as


a result of earlier forest exploitation. Genetics in Swedish Forestry
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Larsen, C.S. 1956. Genetics in silviculture. Oliver and Boyd, London. 224 p.
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Heredity 40: 133-50.
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Navarro de Andrade. Dissertação Mestrado, Universidade de São Paulo,
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armazenamento de sementes de ipê rosa (Tabebuia heterophylla (A.P.
Candolle) Britton)-Bignoniaceae. Revista Brasileira de Sementes. 23:
252-259.

33
34
CAPÍTULO 2
ÁREAS PROTEGIDAS E A PRODUÇÃO DE SEMENTES
FLORESTAIS SOB O PONTO DE VISTA LEGAL

Sílvio Nolasco de Oliveira Neto


José de Arimatéa Silva

Introdução
Nas últimas décadas, as fortes pressões antrópicas sobre os recursos
florestais e os impactos delas decorrentes têm despertado a atenção da
sociedade em âmbito nacional e internacional. Entretanto, iniciativas têm
sido adotadas com o objetivo de reduzir ou minimizar estes impactos.
Envolvem desde ações para racionalizar o uso destes recursos, ampliar áreas
de preservação e conservação, até ações destinadas a recuperar áreas já
alteradas.
Face às exigências legais, recuperar áreas degradadas implica em
revegetá-las com o uso de espécies arbóreas nativas. Isso só é possível
quando há disponibilidade de sementes para produção de mudas,
ressalvando-se, evidentemente, situações em que a regeneração natural
apresenta potencial para revegetação da área. Entretanto, a disponibilidade
de sementes não deve ser considerada somente em termos quantitativos,
diante da grande extensão de áreas degradadas existentes no Brasil, mas
também em termos qualitativos. A qualidade de sementes florestais não está
relacionada apenas à diversidade de espécies, mas também à diversidade
genética. Para que esta seja mantida, as áreas produtoras de sementes, assim
como as árvores matrizes, devem ser criteriosamente selecionadas, de modo
que um adequado número de populações seja alvo de coleta. Diante disso, as
“áreas protegidas” assumem posição de grande potencial, por disporem de
extensas superfícies contínuas e de melhor estado de conservação, quando
comparadas a outras áreas florestais alteradas. Dado o caráter de
conservação/proteção intrínseco, o uso destas áreas é limitado e disciplinado
por extenso aparato legislativo.
No Brasil, o grande marco legal sobre florestas e demais formas de
vegetação foi estabelecido com o Decreto nº 23.793, de 23 de janeiro de 1934.
Com força de lei, este instrumento instituiu o primeiro Código Florestal
Brasileiro. Com a Lei 4.771 surgiu um novo Código Florestal, em 15 de
setembro de 1965. A Lei 9.985 de 18 de julho de 2000 estabeleceu o Sistema
Nacional de Unidades de Conservação da Natureza SNUC, regulamentado
pelo Decreto 4340 de 22 de agosto de 2002. O Código Florestal é o

35
instrumento disciplinador da proteção e uso dos recursos florestais do país em
âmbito geral enquanto o SNUC o faz, no domínio das unidades de
conservação. A legislação a fim e correlata, envolvendo medidas provisórias,
decretos, resoluções, instruções normativas e portarias, complementam o
discisplinamento estabelecido nessas duas leis (Brasil, 1934; Brasil, 1965;
SNUC, 2002).
Esse aparato legislativo limita o uso das “áreas protegidas”. Nesse
contexto, insere-se este trabalho, cujo objetivo é analisar as limitações para
produção de sementes florestais em escala comercial em áreas protegidas
federais e dos estados do Rio de Janeiro, do Espírito Santo e da Bahia.

Áreas Protegidas
Pode-se sistematizar as “áreas protegidas” em três modalidades:
Unidades de Conservação (UCs), definidas na lei do SNUC; Reserva Legal
(RL) e Áreas de Preservação Permanente (APP), estabelecidas no Código
Florestal. UCs, RLs e APPs podem localizar-se tanto em áreas de domínio
público quanto privado, exceto algumas categorias de UCs cujas terras são
exclusivamente públicas. A lei possibilita a criação de UCs por qualquer dos
entes da federação: União, Estados, Distrito Federal ou Municípios. Nas
Unidades de Conservação Estaduais do Rio de Janeiro, Espírito Santo e
Bahia os critérios e normas de gestão baseiam-se no SNUC, cabendo a gestão
e a fiscalização das unidades aos órgãos ambientais respectivos. As Áreas de
Preservação Permanente e a Reserva Legal são da competência legislativa
federal e estadual quando a unidade federada dispuser de lei florestal.

Áreas Públicas Protegidas


O Sistema Nacional de Unidades de Conservação é constituído pelo
conjunto das unidades de conservação federais, estaduais e municipais. Na
esfera federal, as principais áreas públicas protegidas são as UCs que fazem
parte do Sistema. A lei do SNUC estabelece 12 categorias de unidades de
conservação, com características específicas, divididas em dois grupos: I)
Unidades de proteção integral e II) Unidades de uso sustentável. Cinco
categorias fazem parte do primeiro grupo 1) Estação ecológica, 2) Reserva
Biológica, 3) Parque Nacional, 4) Monumento Natural e 5) Refúgio da Vida
Silvestre. O segundo grupo contém sete categorias: 6) Área de Proteção
Ambiental, 7) Área de Relevante Interesse Ecológico, 8) Floresta Nacional,
9) Reserva Extrativista, 10) Reserva de Fauna, 11) Reserva de
Desenvolvimento Sustentável e 12) Reserva Particular do Patrimônio
Natural. Além destas, poderão compor o Sistema outras unidades de
conservação criadas pelos estados e municípios, para atender peculiaridades
regionais ou locais e que não possam ser enquadradas em nenhuma das

36
categorias estabelecidas na lei (SNUC, 2000; Silva, 2001).
No estado do Rio de Janeiro, além das unidades do SNUC, existem
áreas de proteção especial não enquadradas neste Sistema. Exemplos desta
situação são a Reserva Biológica e Arqueológica de Guaratiba e a Reserva
Ecológica de Juatinga. De modo semelhante, existem unidades de
conservação municipais que não são contempladas pelo SNUC, como é o
caso da Área de Proteção Ambiental e Recuperação Urbana, no Município do
Rio de Janeiro. O art. 55 da lei do SNUC determina que as áreas criadas com
base em legislações anteriores devem ser revistas no prazo de até dois anos,
visando definir a destinação segundo a categoria e função para as quais foram
criadas (ATLAS, 2001; SNUC, 2000).
No estado do Espírito Santo, além das unidades federais de domínio
público, existem as denominadas áreas de interesse especial, que estão
descritas na Legislação Estadual (Decreto Nº 4.124 de 12 de junho de 1997),
compostas por: i) Unidades de Conservação Estaduais e Municipais, de posse
do poder público, conforme SNUC; ii) Monumentos do Patrimônio Natural e
Cultural do Estado.
No estado da Bahia, acrescentam-se às Unidades Federais de domínio
público as seguintes Unidades de Conservação, descritas na Lei 6.569 de 17
de janeiro de 1994, que dispõe sobre a Política Florestal do estado: i) Parque
Estadual ou Municipal; ii) Refúgio da Vida Silvestre; iii) Reserva Florestal;
iv) Floresta Estadual ou Municipal; v) Monumento Natural.
Nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, as unidades de
conservação têm suas gestões orientadas basicamente pelo SNUC. Nestes
dois últimos estados encontram-se em tramitação projetos de lei para criação
do Sistema Estadual de Unidades de Conservação (SISEUC). Entretanto, no
Rio de Janeiro não existe, até o momento, nenhuma mobilização dos órgãos
públicos no sentido de elaborar uma legislação estadual referente às
Unidades de Conservação. É relevante mencionar que nos três estados a
administração das unidades de conservação é feita por órgãos de natureza
distinta.
A existência de Unidades de Conservação Estaduais e Municipais
eleva consideravelmente o número de áreas públicas protegidas (Tabela 1).
Observa-se que nos estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia as
unidades sob a administração estadual e municipal inseridas no domínio da
Mata Atlântica correspondem, respectivamente, a 49%, 68% e 63% do total
de unidades de conservação daquele bioma. Além destas, destacam-se as
unidades sob administração privada, que correspondem a 32%, 12% e 20%
do total de UCs dos respectivos estados. Informações sobre as UC's podem
ser obtidas nos seguintes endereços eletrônicos:

37
- http://www.ibama.gov.br/siucweb (UC's Federais)
- http://www.feema.rj.gov.br/unidade-conservacao.asp?cat=85 e
http://www.ief.rj.gov.br/ (UC's do estado do Rio de Janeiro);
- http://www.iema.es.gov.br/default.asp (UC's do estado do
Espírito Santo);
- http://www.ba.gov.br/ (Secretaria do Meio Ambiente e
Recursos Hídricos do estado da Bahia)
http://www.seia.ba.gov.br/uc/ (UC's do estado da Bahia) .

Tabela 1: Número de Unidades de Conservação no domínio da Mata Atlântica dos


estados do Rio de Janeiro, Espírito Santo e Bahia, por categoria de uso e
administração.

Estado Categoria de uso Administração


Uso Proteção Total Federal Estadual Municipal Privada
Sustentável Integral

RJ 20 55 75 14 33 4 24
ES 12 29 41 8 25 3 5
BA 39 39 78 13 45 4 16
Fonte: Instituto Sócio-Ambiental (2001).

Os números da Tabela 1 evidenciam a importância de serem traçadas


estratégias capazes de viabilizar a colheita de sementes florestais em
unidades de conservação estaduais e municipais.
Neste sentido, após o 55o Congresso Brasileiro de Botânica, em julho
de 2004, a Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais Rio de Janeiro,
Espírito Santo e Bahia - RioEsBa encaminhou à Secretaria de Biodiversidade
uma carta onde expressava a sua preocupação com o cumprimento das metas
estabelecidas pelo Governo, em relação ao reflorestamento de 50.000 ha
anuais de áreas degradadas, a qual dificilmente poderia ser executada sem a
utilização de unidades de conservação. No mesmo documento solicitava que
a questão fosse analisada pelo Conselho Nacional de Meio Ambiente.
Paralelamente, com o mesmo objetivo, o Instituto de Botânica de São Paulo
encaminhou, em 2005, correspondência ao mesmo órgão, justificando a
necessidade da colheita de sementes em unidades de conservação face às
novas regulamentações no estado, que determinavam o aumento da
diversidade de espécies em plantios de recuperação ambiental.

38
Esta ação iniciada deve se estender a toda sociedade, tendo as redes
um importante papel como indutoras do processo, sugerindo diretrizes e
propondo mecanismos técnicos e científicos viáveis para produção e
comercialização de sementes florestais. Como a regulamentação do SNUC
não considerou a matéria, uma estratégia interessante seria a aproximação
das Redes, e em especial da RioEsBa com os órgãos ambientais dos estados
do Espírito Santo e Bahia. No decorrer da tramitação dos Projetos de Lei dos
Sistemas Estaduais de Unidades de Conservação (SISEUC's), propostas
poderiam ser encaminhadas e estudos sugeridos para incorporação às leis e
implantação futura dos respectivos Sistemas. No estado do Rio de Janeiro
seria necessário sensibilizar as autoridades competentes e mobilizar os
profissionais da área para se elaborar um projeto de criação do SISEUC-RJ.
No estado do Espírito Santo, a Rede RioEsBa vem atuando junto ao órgão
ambiental, o Instituto Estadual de Meio Ambiente - IEMA, em estreita
parceria que visa fomentar esta discussão.

Áreas Particulares Protegidas


As áreas particulares protegidas são compostas pelas Áreas de
Preservação Permanente e de Reserva Legal estabelecidas no Código
Florestal para cada propriedade e por algumas categorias de Unidade de
Conservação definidas no SNUC. Monumento Natural e Refúgio de Vida
Silvestre são as UCs do grupo de Proteção Integral que podem ser
constituídas por áreas particulares. No grupo das Unidades de Uso
Sustentável, podem ser particulares a Área de Proteção Ambiental e a
Reserva Particular do Patrimônio Natural. Situação peculiar apresenta a
Reserva Extrativista, que é de domínio público, mas o uso é concedido às
populações extrativistas tradicionais. O uso e posse das áreas ocupadas por
estas populações são regulados por contratos.
É importante mencionar que as categorias Monumento Natural e
Refúgio de Vida Silvestre poderão ser desapropriadas, tornando-se áreas
públicas, caso exista incompatibilidade entre as atividades privadas e os
objetivos da categoria, ou discordância do proprietário às condições
propostas pelo órgão responsável pela administração da unidade.
No estado da Bahia, às Áreas de Proteção Ambiental somam-se as
unidades particulares protegidas e as Reservas Extrativistas, tendo as últimas
uma peculiar natureza dominial de áreas concedidas às populações
tradicionais. No Espírito Santo, deve-se somar também os Monumentos do
Patrimônio Natural e Cultural do Estado e os entornos das Unidades de
Conservação e de Reservas Indígenas. Nos três estados (RJ, ES e BA),
acrescentam-se as áreas particulares protegidas as RPPN's, unidades sob
administração privada que mais se expandem atualmente, elevando

39
consideravelmente o número de UCs, principalmente nos estados do Rio de
Janeiro e Bahia, conforme evidenciam os dados da Tabela 1.

O que diz a lei sobre Áreas Públicas Protegidas


A reclassificação das Unidades de Conservação pelo SNUC não
alterou os objetivos das unidades. Assim, as Unidades de Proteção Integral,
anteriormente classificadas como de Uso Indireto, objetivam preservar a
natureza, sendo admitido apenas o uso indireto de seus recursos naturais.
Entretanto, as Unidades de Uso Sustentável, antes Unidades de Uso Direto,
têm como objetivo compatibilizar a conservação da natureza com o uso
sustentável de seus recursos naturais. Todavia, algumas atividades de uso
direto são limitadas nas unidades desta categoria, a exemplo das RPPN's.
As áreas públicas protegidas pertencentes ao grupo das Unidades de
Proteção Integral e incluem as Estações Ecológicas, as Reservas Biológicas e
os Parques Nacionais. Estas são obrigatoriamente desapropriadas no
processo de criação. As atividades nestas categorias são muito limitadas e
dependem de autorização prévia do órgão responsável pela administração,
sujeitas às condições e restrições por ele estabelecidas, além daquelas
previstas em regulamento.
Nestas Unidades de Conservação, a colheita de sementes para
comercialização, como proposto pela RioEsBa, é praticamente inviável
diante das limitações legais. Entretanto, se for considerado o projeto de cunho
técnico-científico da RioEsBa, é de se esperar que estratégias sejam
elaboradas com a finalidade de buscar um mínimo de contribuição destas
Unidades no fornecimento de sementes florestais. Tais unidades, diante das
suas particularidades, principalmente referente à diversidade genética,
poderiam contribuir expressivamente para otimizar as propostas da Rede,
conseqüentemente, para a manutenção e recuperação de ecossistemas
florestais brasileiros.
As Florestas Nacionais, as Reservas Extrativistas, as Reservas de
Fauna e as Reservas de Desenvolvimento Sustentável são de posse e domínio
públicos. Pertencem ao grupo Uso Sustentável e apresentam potencial para
produção de sementes florestais de acordo com as propostas apresentadas
pela RioEsBa, uma vez que tem como objetivo compatibilizar a conservação
da natureza com o uso sustentável de seus recursos naturais. Entretanto, a
atividade de colheita de sementes poderá ser ainda restrita nestas unidades,
face ao seu reduzido número nos três estados abrangidos pelo projeto.

40
O que diz a lei sobre Áreas Particulares Protegidas - Unidades de
Conservação
De acordo com o SNUC, as unidades denominadas Monumento
Natural e Refúgio de Vida Silvestre, pertencentes ao grupo Proteção Integral,
podem ser constituídas por áreas particulares, desde que seja possível
compatibilizar os objetivos da unidade com a utilização da terra e dos
recursos naturais local pelos proprietários. Sendo assim, estas áreas
apresentam potencial de uso para produção de sementes florestais,
dependendo de suas particularidades.
No grupo das Unidades de Uso Sustentável, as Áreas de Proteção
Ambiental e as Áreas de Relevante Interesse Ecológico podem ser
constituídas de terras privadas. Para estas duas categorias, a legislação não
restringe a colheita de sementes florestais, tornando-as potenciais para o
projeto da Rede. As APA's destacam-se pelo elevado número existente nos
estados abrangidos pela RioEsBa. São 19 unidades no estado do Rio de
Janeiro, seis no Espírito Santo e 24 na Bahia, todas localizadas no domínio da
Mata Atlântica.
O rápido crescimento do número de RPPN's também deve ser
destacado. Embora classificada no grupo em que o uso sustentável dos
recursos naturais deve ser compatibilizado com a conservação da natureza, o
uso direto dos recursos não é permitido nesse tipo de unidade. Destina-se
apenas à proteção integral dos recursos naturais, ao desenvolvimento de
pesquisas científicas, educação ambiental, lazer e recreação (Fernandes,
2001).

O que diz a lei sobre Áreas Particulares Protegidas - Área de Reserva


Legal e Área de Preservação Permanente
O Código Florestal Brasileiro estabelece no seu artigo primeiro que
“as florestas existentes no território nacional e as demais formas de
vegetação, reconhecidas de utilidade às terras que revestem, são bens de
interesse comum a todos os habitantes do País...”. Vinte e quatro anos mais
tarde, a Lei 7.804 (de 18/07/1989) incluiria na Lei da Política Nacional do
Meio Ambiente (6.938, de 31/08/1981) as florestas no conceito amplo de
recursos ambientais. Essa relevância social coletiva das florestas seria
também incorporada na Constituição Brasileira de 1988, que estabeleceu no
seu artigo 225 um Capítulo sobre o Meio Ambiente, propugnando que “todos
têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso
comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as
presentes e futuras gerações” (Brasil, 1965; Brasil, 1988; Silva, 2001)
Adicionalmente a nova Constituição estabeleceu que compete à

41
União, Estados e Distrito Federal legislar concorrentemente sobre florestas,
caça, pesca, fauna, conservação da natureza, defesa do solo e dos recursos
naturais, proteção do meio ambiente e controle da poluição, limitando-se à
União estabelecer normas gerais, sem prejuízo da competência suplementar
dos estados (Brasil, 1988).
Diante da competência para legislar sobre esse amplo espectro, vários
estados brasileiros elaboraram suas legislações específicas. Com essas
providências no campo legislativo, os estados procuram adequar, atualizar e
aprimorar os mecanismos legais relativos à conservação, proteção e
exploração dos seus recursos florestais. Entre os diversos estados brasileiros,
é notório observar a existência de peculiaridades e especificidades nas áreas
florestal e ambiental.
São 14 os estados que já aprovaram suas leis florestais, algumas delas
inclusive já regulamentadas. Minas Gerais foi pioneiro na aprovação de uma
lei florestal estadual, buscando equacionar, sobretudo, problemas ambientais
resultantes da desordenada exploração da vegetação nativa destinada à
produção de carvão vegetal.
Dos estados abrangidos pelo Projeto RioEsBa, o Rio de Janeiro não
possui legislação florestal própria. No estado do Espírito Santo, a política
florestal é disciplinada pela Lei nº 5.361 de 30 de dezembro de 1996,
regulamentada pelo decreto nº 4.124-N, de 12 de junho de 1997. No estado da
Bahia, a Lei nº 6.569 de 17 de janeiro de 1994 dispõe sobre a política florestal,
e o decreto nº 6.785, de 23 de setembro de 1997 a regulamenta.
Em decorrência dos diferentes problemas relacionados aos recursos
florestais nos vários estados brasileiros, é de se esperar que as legislações
estaduais assumam determinadas especificidades. Entretanto, dentro do
contexto legal, estas legislações não podem confrontar com a lei federal.
Entre as legislações florestais do Espírito Santo e da Bahia é
interessante observar que para uma mesma abordagem existem diferentes
redações. Exemplo disso pode ser observado nas redações dos artigos que
tratam das Áreas de Preservação Permanente e das Áreas de Reserva Legal,
omissas sobre as possibilidades de uso destas áreas, inclusive para produção
de sementes florestais.
Sobre as Áreas de Preservação Permanente, a legislação do estado do
Espírito Santo assim se manifesta:
Art. 6º - Para fins previstos na Lei nº 5.361/96, entende-se por:
Florestas de Preservação Ambiental aquelas que se destinam,
exclusivamente, à produção de benefícios ambientais e culturais, podendo
estar ou não inseridas nas Florestas de Preservação Permanente.
Comprovando-se, quando for o caso, o estádio de decrepitude dessas
florestas, permitir-se-á a aplicação do manejo florestal, como objetivo único

42
Art. 8º - “Consideram-se de preservação ambiental as florestas e
áreas de preservação que objetivam, exclusivamente, a produção de
benefícios ambientais e culturais, previstas nas legislações federal, estadual
e municipal”.
Art. 9º - “Consideram-se de preservação ambiental as florestas e
demais formas de vegetação natural situadas:
1 - ao longo dos rios ou de qualquer curso d'água...”

As limitações de uso das Áreas de Preservação Ambiental estão


inseridas no Art. 17 da Lei 5.361, onde está definido que “Ficam proibidos o
corte, a exploração e a supressão das Florestas de Preservação Ambiental.”
O que parece não estar claro neste artigo é a expressão exploração, que
tecnicamente é entendida como sendo a exploração de produtos madeireiro
mediante a supressão total ou parcial da vegetação.
Na lei florestal do estado da Bahia, a abordagem referente às Áreas de
Preservação Permanente é assim descrita:
Art. 4º - “Consideram-se de preservação permanente, no estado da
Bahia, as florestas e demais formas de vegetação natural situadas:
I nos locais de pouso de aves de arribação...
II ao longo dos rios ou de outro qualquer curso d'água...”
§ 3º - “A supressão de espécies ou alteração total ou parcial das
florestas e demais formas de vegetação nas áreas de preservação permanente
só será permitida mediante prévia autorização do Conselho Estadual do
Meio Ambiente CEPRAM, com base nos laudos técnicos emitidos pelo
Departamento de Desenvolvimento Florestal DDF, nas seguintes hipóteses:
III para fins técnico-científicos, mediante projeto aprovado pelo
Departamento de Desenvolvimento Florestal DDF.”

No âmbito federal o Código Florestal no seu Art. 1o. (§ 2º, inciso II)
assim define Área de Preservação Permanente: “área protegida nos termos
o o
dos arts. 2 e 3 desta Lei, coberta ou não por vegetação nativa, com a função
ambiental de preservar os recursos hídricos, a paisagem, a estabilidade
geológica, a biodiversidade, o fluxo gênico de fauna e flora, proteger o solo e
assegurar o bem-estar das populações humanas”
E no Art. 4º estabelece:
“A supressão de vegetação em área de preservação permanente
somente poderá ser autorizada em caso de utilidade pública ou de interesse
social, devidamente caracterizados e motivados em procedimento
administrativo próprio, quando inexistir alternativa técnica e locacional ao
empreendimento proposto”.
O parágrafo 7º deste mesmo Art. 4º é taxativo:

43
“É permitido o acesso de pessoas e animais às áreas de preservação
permanente, para obtenção de água, desde que não exija a supressão e não
comprometa a regeneração e a manutenção a longo prazo da vegetação
nativa.” (NR)
Diante as definições de Áreas de Preservação Permanente, permanece
a polêmica sobre a possibilidade ou não de uso destas áreas para
determinadas atividades. Entre alguns especialistas observa-se consenso
sobre a impossibilidade de qualquer uso destas áreas. Wiedmann & Dornelles
(1999), por exemplo, mencionam que as áreas de mata ciliares, definidas
como Áreas de Preservação Permanente, não são suscetíveis de
aproveitamento econômico. Entretanto, os autores não fazem uma
explanação clara de quais atividades, produtos ou subprodutos florestais
seriam, realmente, proibidas em tais áreas. O fato é que, quando se discutem
as possibilidades de uso destas áreas, em geral, a idéia de exploração
madeireira, com corte ou supressão da vegetação, sempre é vislumbrada em
um primeiro momento.
Considerando a abrangência da proteção das Áreas de Preservação
Permanente, segundo a definição estabelecida no Código Florestal
(anteriormente transcrita), o fato de servirem como área de produção de
sementes florestais, com base em critérios técnicos definidos, não
comprometeria a preservação destas áreas.
Dentro deste contexto, a Resolução 369 do Conselho Nacional do
Meio Ambiente CONAMA, de 28 de março de 2006, estabeleceu a
possibilidade “da intervenção ou supressão eventual e de baixo impacto
ambiental de vegetação em áreas de Preservação Permanente”:
Art. 10 fica estabelecido que “O órgão ambiental competente poderá
autorizar em qualquer ecossistema a intervenção ou supressão de vegetação,
eventual ou de baixo impacto ambiental, em Área de Preservação
Permanente”. Entre as várias atividades de intervenção ou supressão de
vegetação, eventual ou de baixo impacto ambiental, permitidas em APP o
Art. 11 estabelece em seu inciso IX a “coleta de produtos não
madeireiros para fins de subsistência e produção de mudas, como sementes,
castanhas e frutos, desde que eventual e respeitada a legislação específica a
respeito do acesso a recursos genéticos.”
Entretanto, o caráter de concessão de uso de APP's para colheita de
sementes estabelecido na Resolução 369 não sobressai sobre as restrições
ainda existentes. Tal fato pode ser observado na interpretação do Art. 3 da
resolução, onde é explícito que “a intervenção ou supressão de vegetação em
APP somente poderá ser autorizada quando requerente, entre outras
exigências comprovar: I a inexistência de alternativa técnica ou locacional
às obras, planos, atividades ou projetos propostos; entre outras

44
o
considerações. Além desta restrição, o § 2 , do Art. 11, relata que “a
intervenção ou supressão, eventual e de baixo impacto ambiental, da
vegetação em APP não pode, em qualquer caso, exceder ao percentual de 5%
(cinco por cento) da APP impactada localizada na posse ou propriedade.”
As decisões sobre a possibilidade de uso das Áreas de Preservação
Permanente para colheita de sementes são restritivas e conflitantes, uma vez
que, além de atender o estabelecido na Resolução 369 do CONAMA, todo e
qualquer procedimento de intervenção em APP deverá atender os requisitos
previstos noutras normas federais, estaduais e municipais aplicáveis.
Diante do apresentado, nos deparamos com a dualidade dos fatos. De
um lado, a necessidade da existência e do rigor da legislação, que é
perfeitamente justificável diante tamanha agressividade ambiental de
diversas atividades antrópicas, inclusive em APP's. Por outro, existe a
necessidade de recomposição de inúmeras áreas degradadas, a qual demanda
sementes em quantidade e qualidade, para a produção de mudas de espécies
florestais. Entre as áreas de preservação permanentes a serem recuperadas,
destacam-se as matas ciliares, com variadas espécies endêmicas às áreas
marginais de cursos d'água. Neste sentido, cabe ressaltar os diversos
programas dos governos federais e estaduais criados com a finalidade de
incentivar a recuperação de matas ciliares. A relevância do problema reflete-
se nos importantes eventos técnicos-científicos já realizados no Brasil sobre o
tema, a exemplo do SIMPÓSIO SOBRE MATA CILIAR (1989) e
SIMPÓSIO MATA CILIAR CIÊNCIA E TECNOLOGIA (1999), e o
estabelecido no Programa Nacional de Florestas que fixa como meta a
recuperação de 50.000 hectares de áreas degradadas por ano.
O Projeto Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais recebeu apoio
financeiro de um órgão do poder público. Assim, espera-se que articulações
técnicas, mesmo políticas, possam viabilizar a utilização das Áreas de
Preservação Permanente como áreas de produção de sementes florestais.
Assim como as Áreas de Preservação Permanente, as definições de
Áreas de Reserva Legal nas legislações florestais dos estados do Espírito
Santo e da Bahia apresentam redações diferenciadas. Entretanto, ao contrário
do que aparenta na definição de Áreas de Preservação Permanente, a
possibilidade de uso destas áreas para colheita de sementes parece ser viável
do ponto de vista legal.
Na legislação do estado do Espírito Santo, a Reserva Legal é assim
definida no Art. 22: “é a área de, no mínimo, 20% (vinte por cento) de cada
propriedade, preferencialmente em uma única parcela, onde não é permitido
o corte raso, e a supressão de florestas de preservação ambiental, com as
exceções previstas na legislação pertinente e, em especial, na Lei nº 5.361/96
e no regulamento da mesma.”

45
A legislação menciona que o uso destas áreas é possível mediante a
elaboração do Plano de Manejo. Consta no Art. 27 do Decreto nº 4.124-
N/97: “As florestas em estágio inicial, médio e avançado de regeneração
natural existentes na Área de Reserva Legal poderão ser manejadas, de
modo sustentado, visando a recuperação e a produção de bens e serviços, de
acordo com o plano de manejo previamente aprovado pelo IDAF, excluindo
dessa exigência o que está estabelecido no Parágrafo 4º do Art. 16 da Lei nº
5.631/96.”
Não fica claro se a exploração de produtos não madeireiros, como
sementes, necessitaria da aprovação de um Plano de Manejo. A legislação
deixa transparecer, entretanto, que qualquer exploração em Reserva Legal no
estado do Espírito Santo deverá ser precedida de uma autorização. Isso
porque no quadro de especificações das penalidades pecuniárias, no número
de ordem 03, está escrito que “promover qualquer tipo de exploração em
áreas de reserva legal, sem prévia autorização” submete o infrator a pagar
multa de 13,92 a 6.960,50 UFIR, além do embargo das atividades, apreensão
dos produtos e equipamentos ou materiais utilizados e reparação ambiental.
Sendo assim, entende-se que mesmo diante da possibilidade de se utilizar
áreas de Reserva Legal para a produção de sementes florestais, seriam
necessárias providências junto aos órgãos ambientais competentes.
O Decreto 6.785, que regulamenta a lei da política florestal do estado
da Bahia, em seu Art. 19, Parágrafo 1º, menciona que: “A reserva legal
representa um mínimo de 20% (vinte por cento) de cada propriedade ou
posse rural, com cobertura vegetal representativa do imóvel rural, locado a
critério do Departamento de Desenvolvimento Florestal DDF, onde não é
permitido o corte raso.” Complementando, o Parágrafo 4º esclarece que: “A
exploração das áreas de reserva legal se destina, exclusivamente, ao uso
doméstico e à construção na propriedade rural, onde será permitido somente
o corte seletivo ou catação”.
Considerando que a colheita seletiva de sementes florestais não
ocasiona o corte nem a supressão de indivíduos arbóreos em uma
determinada área, e que a redação da lei referente à Reserva Legal não faz
qualquer restrição à colheita seletiva de sementes florestais, pressupõe-se que
é possível a exploração destas áreas para a referida finalidade, devendo-se,
sempre, verificar os procedimentos legais para intervenção na floresta.

46
Conclusões e Considerações Finais
- As imposições legais estabelecidas no SNUC impossibilitam a
colheita de sementes florestais, para fins comerciais, nas Unidades de
Conservação Federais pertencentes ao grupo Proteção Integral, e em
algumas das categorias pertencentes ao grupo de Uso Sustentado. Assim
sendo, sugere-se que para os estados do Espírito Santo e da Bahia sejam
elaboradas pela RioEsBa estratégias no sentido de se viabilizar a atividade de
colheita de sementes nas categorias de unidades estaduais destes grupos;

- Considerando que as Unidades de Conservação devem possuir uma


zona de amortecimento, e que estas deverão ser normatizadas pelo órgão
administrador das unidades, torna-se viável uma análise da importância
destas áreas para colheita de sementes diante da expectativa de existência de
recursos naturais relevantes nessas zonas;

- Uma estratégia viável a longo prazo para aproveitamento do


potencial genético existente nas Unidades de Conservação de Proteção
Integral poderia ser alcançada através da implantação de áreas de colheita e
de pomares de produção de sementes de espécies florestais;

- A legislação abre a possibilidade de colheita de sementes em Áreas


de Preservação Permanente, porém de maneira bastante restritiva,
considerando que apenas 5% da área poderia ser destinada a este fim, além de
outras situações impeditivas. Considerando que a preservação e a
recuperação de matas ciliares é uma estratégia fundamental para a proteção
dos recursos hídricos, espera-se que os órgãos públicos ambientais venham a
considerar a revisão de suas legislações;

- Considerada a hipótese de produção de sementes nas Áreas de


Preservação Permanente, sugere-se que o projeto RioEsBa proponha aos
órgãos públicos ambientais a elaboração de um formulário/roteiro de projeto
técnico padrão para encaminhamento de solicitação de autorização no
sentido de desburocratizar as atividades de colheita de sementes nas
possíveis áreas;

- As definições e limitações de uso das Áreas de Reserva Legal


existentes na legislação não limitam a colheita de sementes nestas áreas;

- Possíveis utilizações de Áreas de Preservação Permanente e Áreas


de Reserva Legal devem ser precedidas de autorizações dos órgãos
ambientais competentes.

47
Bibliografia

Atlas das Unidades de Conservação da Natureza do estado do Rio de


Janeiro. 2001. São Paulo: Metalivros.
o
Brasil. 1934. Decreto n 23.793. Aprova o Código Florestal. Diário Oficial da
República Federativa do Brasil, Rio de Janeiro, 23 jan. p. 25538.
Brasil. 1965. Lei no 4.771, de 15 de setembro de 1965. Institui o Novo Código
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set. 1965, p. 9529, retificado no D.O. de 28 set., p. 9914.
Brasil. 2000. Constituição da República Federativa do Brasil: promulgada
em 5 de outubro de 1988. 25 ed.. São Paulo: Saraiva.
Brasil. 2001. Medida Provisória 2.166-67, de 24 de agosto de 2001. Altera
artigos e acresce dispositivos à Lei 4.771. (http://www.planalto.gov.br).
Acesso em: 11 out. 2002.
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Disponível em (http:/www.mma.gov.br/conama/res/res06/Res36906.
xlm). Acesso em: 05 jun. 2006.
o
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Regulamento da Política Florestal do Estado do Espírito Santo.
Bahia (Estado). 1997. Decreto nº 6.785 de 23 de setembro de 1997.
Regulamenta a Lei nº 6.569, sobre a Política Florestal do Estado da
Bahia.
Fernandes, G. 2001. Áreas particulares protegidas: situação atual e
perspectivas. Revista Ação Ambiental 19: 32-34.
Instituto Sócio Ambiental. 2001. Dossiê Mata Atlântica. (Publicação em CD
Rom).
Silva, J. de A. 2001. Funções de estado na área florestal. Floresta e Ambiente
8: 223-226.
SNUC. 2000. Sistema Nacional de Unidades de Conservação SNUC: Lei nº
a
9.985, de 18 de julho de 2000; decreto 4.340, de 22 de agosto de 2002. 2
ed. Aum. Brasília: MMA/SBF, 2002. 52p.
Wiedmann, S.M.P.; & Dornelles, L.D.C. 1999. Legislação Ambiental
Aplicada à Mata Ciliar. In: Simpósio “Mata Ciliar”: Ciência e
Tecnologia, 1999, Belo Horizonte. Anais... Belo Horizonte:
UFLA/FAEPE/CEMIG. p.235.

48
49
CAPÍTULO 3
PARÂMETROS GENÉTICOS PARA COLHEITA DE
SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS

Fátima C.M. Piña-Rodrigues


Juliana Müller Freire
Luciana Duque Silva

Introdução
A Floresta Atlântica é constituída de um complexo vegetacional
dominado pela Floresta Pluvial Montana, e localiza-se sobre uma imensa
cadeia montanhosa, que ocorre ao longo da costa brasileira, desde o Rio
Grande do Sul até o nordeste brasileiro (Barros Filho, 1997), englobando
2.428 municípios e 16 estados brasileiros. Sua idade data de cerca de
70.000.000 anos, sendo considerada uma das formações vegetais mais
antigas do Brasil (Leitão Filho, 1987). Originalmente, sua área abrangia 12%
2
do território nacional, correspondendo a cerca de 1.300.000 Km , sendo
2
atualmente restrita a apenas 7% da cobertura inicial (95.000 Km ), em
virtude, principalmente, da ocupação humana na costa brasileira (Dean,
1995).
A diversidade florística neste tipo de formação florestal indica uma
grande variedade de espécies, sendo estimada a existência de
aproximadamente 20.000 espécies de plantas vasculares (Conservation
International, 2005). Esta alta diversidade é atribuída, em grande parte, às
variações climáticas que ocorrem ao longo de sua área de distribuição. De
acordo com Leitão Filho (1987) podem-se distinguir duas formações de Mata
Atlântica: a primeira a partir do sul do estado de São Paulo, incluindo o litoral
dos estados do Paraná, Santa Catarina até o norte do Rio Grande do Sul, onde
predominam espécies típicas das florestas do planalto. E a segunda formação
inclui o litoral norte do estado de São Paulo em direção ao Nordeste. Estima-
se que 8.000 espécies vegetais sejam endêmicas da Mata Atlântica.
Entretanto, o acelerado ritmo de devastação deste importante bioma
tem acarretado a extinção de um número incalculável de populações de
plantas e animais, de comunidades e ecossistemas. De acordo com a
Fundação SOS Mata Atlântica, entre os anos 1990-1995 a taxa de degradação
da Mata Atlântica girava em torno de 5,76% em relação a sua área. Os
remanescentes de florestas nativas atuais se distribuem em fragmentos

50
florestais, estando 87,5% situados em propriedades particulares e 12,5% em
áreas protegidas por lei na forma de Unidades de Conservação (SOS Mata
Atlântica, 2001).
Uma nova lista vermelha da flora brasileira, elaborada por quase 300
pesquisadores ao longo dos últimos dois anos, mas ainda não oficializada,
mostrou que o número de espécies de plantas ameaçadas de extinção no
Brasil é de 1.538, mais de dez vezes acima do que o número da lista atual,
divulgada pelo IBAMA em 1992, que é de 107 espécies. De acordo com a
nova lista, mais de 80% das espécies de plantas ameaçadas estão na mata
atlântica (45,59%) e no cerrado (35,25%), o que confirma a posição desses
dois biomas como os mais ameaçados do País. Em seguida vem caatinga
(10,33%), pampas (4,13%), Amazônia (4,07%) e pantanal (0,63%). A lista foi
entregue ao MMA em dezembro de 2005 e aguarda a aprovação do governo
para ser oficializada (Estado de São Paulo, 2007). Dentre as espécies arbóreas
nativas ameaçadas de extinção pode-se citar o pau-brasil, o jacarandá, a
peroba, o pau-marfim e o palmito.
Em função da grande diversidade de espécies animais e vegetais das
florestas tropicais úmidas, do quase total desconhecimento quantos aos seus
recursos genéticos e da sua alta taxa de devastação, esses ecossistemas são os
mais urgentes quanto à sua conservação (Roche e Dourojeanni, 1984). A
recuperação de áreas degradadas (RAD) com utilização de espécies nativas
tem sido uma alternativa para a minimização dos impactos ambientais
decorrentes da perda da cobertura vegetal da Mata Atlântica e de outros
biomas. Sua realização está intimamente relacionada às políticas públicas e à
obrigatoriedade de reposição florestal e plantios comerciais (Lei no 4.771/65;
Decreto-Lei no 1.134/70; Decreto-Lei 1.282/94; Instrução Normativa
001/96), termos de ajustamento de conduta e pagamento de multas (Lei de
o
Crimes Ambientais - Lei n 9.605/98), medidas compensatórias pela
supressão de vegetação (leis municipais), reflorestamento de matas ciliares,
o
áreas de preservação permanente e reserva legal (Código Florestal, Lei n
4.771/65), dentre outros dispositivos legais (Constituição Federal (Art. 225
VII), Decreto no 750/93, Decreto no 3.179/99; Lei 6.985/81).
Atualmente, é crescente o número de projetos de RAD, existindo no
Rio de Janeiro, um total de 328.613,9 hectares de áreas degradadas passíveis
de reflorestamento (CIDE, 2000). Somente na região norte-fluminense existe
uma previsão de cerca de 80.000 hectares de áreas a serem revegetadas
(Harago & Piña-Rodrigues, 1999).
As mudas e sementes atualmente disponíveis no mercado carecem de
informações sobre procedências e número de matrizes que deram origem ao
lote. Estes problemas derivam da falta de critérios técnicos a serem adotados

51
na colheita de sementes florestais. A maior parte das instituições coletam
sementes de árvores matrizes situadas em logradouros públicos, e em
fragmentos com poucas árvores da mesma espécie. Os efeitos desta prática
resultam em sementes com baixa taxa de germinação, e mudas com
desenvolvimento inferior (Duque Silva, 2004), e que apresentam pouca
resistência aos ataques de pragas e doenças, ramificação excessiva e má
distribuição da copa.
A obtenção de sementes e mudas de espécies nativas de boa
qualidade depende de tecnologias apropriadas que permitam garantir não só
sua qualidade física e fisiológica, como também sua qualidade genética. De
acordo com Frankel & Soulé (1981), as espécies necessitam de um potencial
de diversidade genética para continuidade da evolução, devido a constante
mudança do ambiente biótico e à contínua adaptação das espécies frente ao
regime de seleção dos seus predadores, hospedeiros, simbiontes e
competidores.
A qualidade genética das sementes depende de uma boa amostragem
da diversidade genética da população, que pode ser obtida através da colheita
de sementes de um número representativo de árvores que compõe a
população e que não apresentem nenhum ou que tenham um baixo grau de
parentesco, em áreas de ocorrência natural da espécie. Os métodos mais
eficazes para determinação do grau de parentesco das plantas envolvem
análise do DNA e eletroforese de isoenzimas. Entretanto, é inviável
economicamente utilizar estes métodos cada vez que for colher sementes de
uma determinada espécie.
Muitos estudos genéticos com espécies nativas têm sido realizados
nos últimos anos e alguns padrões têm sido encontrados, relacionando
diversidade genética e características reprodutivas e ecológicas, como tipo de
dispersão e polinização, grupo ecológico etc. Através da extrapolação dos
resultados de estrutura genética encontrados nestes estudos para espécies que
possuem características semelhantes, tem se determinado algumas normas
práticas que orientam a colheita de sementes com vistas à maior qualidade
genética das sementes florestais.
O presente trabalho tem como objetivo fazer uma revisão sobre os
principais fatores que afetam a diversidade genética das espécies arbóreas
tropicais e sobre os métodos utilizados para resguardar esta diversidade na
prática de colheita de sementes. Pretende-se expor as fundamentações
teóricas relativas à estrutura genética das populações arbóreas visando
responder questões práticas comuns ao colhedor de sementes, como:
! Que espécies escolher?
! Que critérios adotar para colher a semente?

52
! Que critérios adotar para selecionar indivíduos e populações?
! Qual o número de árvores necessário para compor um lote de
sementes?
! Qual o número de sementes deve-se colher de cada matriz?
! Quais os locais adequados para obtenção de sementes?
! Como misturar os lotes de sementes?

Parte-se do princípio que a colheita de sementes terá como alvo


espécies nativas com a finalidade de recuperação de áreas degradadas. Neste
sentido, a metodologia a ser adotada difere daquela adotada pelos melhoristas
florestais em plantios de Eucalyptus e Pinus, onde se pratica a seleção de
características fenotípicas de interesse comercial.
As recomendações práticas para a colheita de sementes discutidas
neste capítulo foram tema de amplo debate entre geneticistas, técnicos,
colhedores de sementes e viveiristas, durante as reuniões de parâmetros
técnicos das Redes de Sementes, a saber: I Workshop sobre Seleção e
Marcação de Matrizes da Rede de Sementes Rio-São Paulo realizado no
período de 05 a 07 de novembro de 2001 em São Paulo, promovido pela Rede
de Sementes Rio-SP; I Workshop da Rede Mata Atlântica de Sementes
Florestais (RioEsBa) realizado em Linhares no período de 21 a 23 de maio de
2002 pela Rede RioEsBa; II Workshop de Parâmetros Técnicos em Sementes
Florestais realizado na UFRRJ (Seropédica, RJ) no período de 12 e 13 de
agosto de 2004 pela Rede RioEsBa.

Seleção de espécies de acordo com a finalidade de uso


As sementes de espécies nativas tem sido utilizadas para diversos fins,
dentre os quais podem-se destacar: artesanato, produção de mudas visando a
recuperação de áreas degradadas, sistemas agroflorestais, arborização
urbana, paisagismo, produção de madeira, produção de frutos, produção de
celulose, papel, resina e carvão, óleos, alimentação e fins medicinais. Para
cada finalidade de uso, existem algumas características desejáveis da espécie
nativas que orientam sua escolha. A relação de espécies comumente
utilizadas para cada uma das finalidades apresentadas a seguir consta no
Anexo 1.

Arborização urbana
As característica desejáveis são: espécies de rápido crescimento, flores
vistosas ou atrativos visuais (forma), resistente a poluição, raiz pouco
agressiva e sem desrama e deiscência natural.

53
Produção madeireira
As característica desejáveis são: volume (altura e diâmetro), forma do
fuste, resistência a doenças, copa pequena, ramos finos, qualidade e valor da
madeira.

Recuperação de áreas degradadas


As características desejáveis são: espécies de vários grupos
ecológicos, espécies que atraem a fauna (polinizadores e ou dispersores),
espécies autóctone (nativa da região) ou exóticas de rápido crescimento, e
espécies capazes de incorporar nitrogênio ao solo.
Artesanato
As característica desejáveis são: cores e ou formas atraentes, fácil
modelação, resistente a pragas, alta produtividade. As sementes podem ser de
espécies nativas ou exóticas. Deve-se adotar métodos de desvitalização
(morte) da semente, pois a mesma deve estar morta para ser utilizada como
biojóia.

Agroflorestais
As característica desejáveis são: rápido crescimento, alta
produtividade foliar (adubação verde), qualidade da madeira (uso
madeireiro), frutíferas, atração de fauna, medicinais.

Alimentação para o homem e frutíferas silvestres


As característica desejáveis são: valor nutricional, presença de óleos e
frutíferas.

De maneira geral é observada uma baixa diversidade de espécies


arbóreas sendo utilizada em projetos de arborização urbana e
reflorestamento, em comparação com a diversidade presente na Mata
Atlântica, estimada em 20.000 espécies arbóreas (Conservation
International, 2005). Este baixo aproveitamento é decorrente, muitas vezes,
do desconhecimento de técnicos e viveiristas em relação ao potencial das
espécies nativas, e da baixa diversidade de mudas no mercado. Duque Silva
& Higa (2006) identificaram 812 espécies ofertadas em todo o território
nacional. Outro levantamento realizado em 2001 em 30 viveiros no estado de
São Paulo constatou a produção de 340 espécies nativas, sendo que a maioria
produzia em média 30 espécies em cada viveiro (Barbosa, 2003). Segundo
esses autores, levantamentos realizados a fim de avaliar a efetividade dos
programas de recuperação ambiental mostraram que apenas parte das mudas
plantadas sobreviveram, reduzindo assim a diversidade inicial do plantio.

54
Outro levantamento efetuado junto a 37 viveiros nos Estados do Rio de
Janeiro e São Paulo identificou um total de 705 espécies arbóreas nativas
sendo comercializadas (Avalon, não publicado). Neste mesmo trabalho,
observou-se que apenas dez espécies produzidas nos viveiros constam na
Lista Oficial de Espécies Vegetais Ameaçadas de Extinção do IBAMA
(1992), de um universo de 106 espécies constantes na lista.
Algumas medidas já vêm sendo adotadas por alguns estados visando
aumentar o número de espécies produzidas e comercializadas pelos viveiros e
nos projetos de reflorestamento. É o caso do estado de São Paulo que através
das Portarias SMA 21/01 e SMA 47/03 determinou a obrigatoriedade de
plantio de no mínimo 80 espécies em projetos de reflorestamento com mais
de um hectare, e o uso de espécies nativas da tipologia florestal de ocorrência
local.
A falta de trabalhos por parte das instituições de pesquisa ou mesmo a
não divulgação dos trabalhos já existentes sobre práticas de manejo de
sementes e mudas destas espécies, também contribui para o uso de uma baixa
diversidade de espécies em programas de recuperação florestal e arborização
urbana. Esta defasagem de conhecimento aumenta as perdas e os custos de
produção, levando produtores a desistirem de muitas espécies nativas
promissoras. Em levantamento realizado pela RIOESBA em diversas
instituições de pesquisa foi constatado que as espécies mais demandadas pelo
mercado, não são necessariamente as mais pesquisadas, existindo uma
defasagem de pesquisa em relação às espécies mais produzidas. Apenas 7,6%
das espécies produzidas são alvo de pesquisas científicas (vide capítulo 4).
Buscando direcionar os trabalhos de pesquisa e disponibilizar
informações sobre as espécies nativas a Rede RioEsBa selecionou uma lista
de espécies prioritárias (Tabela 1) para cada finalidade de uso, considerando a
demanda de colhedores e viveiristas na área de abrangência da Rede. Estas
espécies são prioritárias para implantação de áreas produtoras de sementes
com alta variabilidade genética, realização de pesquisas, elaboração de
protocolos de análise da qualidade da semente, colheita e comercialização de
sementes. A escolha destas espécies foi feita no I Workshop da Rede Mata
Atlântica de Sementes Florestais.

55
Tabela 1: Espécies prioritárias da Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais -
RioEsBa. Classes de uso: raras e ameaçadas (A), ornamentais arbóreas (B),
Recuperação de áreas degradadas (C), frutíferas silvestres (D), madeireiras (E),
energéticos (F), não-madeiráveis (G).

56
Princípios da colheita de sementes
São três os princípios básicos para os entusiastas da colheita
sustentada:
1 Respeito: aos animais que se alimentarem das sementes e às plantas,
que precisam se reproduzir. Como: colher até 70% dos frutos da copa para as
espécies que possuem dispersão abiótica (vento, explosão, queda livre), e até
50% para as espécies com dispersão biótica (por animais).
2 - Sustentabilidade: adota-se a mesma moral da Fábula da Galinha dos
Ovos de Ouro, descrita pelo grego Esopo. Quem tudo quer tudo perde. Como:
colher quantidades de sementes que não causem impacto a flora e à fauna,
respeitando as indicações acima.
3 - Equilíbrio: coleta-se um pouco de semente em cada árvore,
buscando mais diversidade genética. Pouca (semente) de muitas (árvores) ao
invés de muita de poucas.

É recomendável que se faça a identificação correta da árvore, que será


como a certidão de nascimento das sementes. Para aferir a qualidade
(identificação) das sementes, pelo Sistema Nacional de Sementes e Mudas, é
necessário que se colete informações sobre a matriz, a população e o
ambiente de colheita. Dentre estas informações é essencial saber: a
localização geográfica (GPS ou endereço) da área de colheita, nome
científico das espécies colhidas, e se é uma população natural ou plantada.
Outro princípio desejável é o de visar lotes de sementes contendo alta
diversidade genética, principalmente se o objetivo da colheita for a produção
de mudas para recuperação de áreas degradadas, enriquecimento de
fragmentos, implantação de corredores ecológicos ou até arborização urbana.
A diversidade genética é indicada para a sobrevivência das espécies e como
matéria-prima para obtenção de inúmeros produtos de uso na alimentação,
medicina, carpintaria, entre outros.
A importância de se representar a diversidade genética para o uso da
semente em projetos de recuperação ambiental está relacionada à adaptação e
tolerância das espécies às condições ambientais, à contínua seleção dos seus
predadores, hospedeiros e competidores e à resistência a novos patógenos e
pragas (Frankel & Soulé, 1981; Weir, 1990). A perda da diversidade genética
pode aumentar as possibilidades de extinção das espécies em decorrência do
aumento de endogamia e coancestria. Em outras palavras, quando os

57
indivíduos são geneticamente parecidos (parentes), irão responder a um
determinado estímulo de forma semelhante, arriscando as chances de
sobrevivência da população e da espécie.
Embora a proteção dessas espécies seja uma questão altamente
prioritária, a conservação e o manejo da biodiversidade nos trópicos, mesmo
em áreas preservadas, ainda constitui um desafio por uma série de razões
(Cardoso et al., 2005). A questão é como representar a diversidade genética
de cada espécie? O processo de amostragem é dependente do padrão de
variação genética na sua área de distribuição natural e da quantidade de
variabilidade dentro de cada população (Allard, 1972). A este padrão de
distribuição da variação genética entre e dentro das populações denomina-se
estrutura genética (Kageyama & Patiño, 1985).
A expressão da variabilidade genética ocorre de forma diferenciada
nas diversas etapas de crescimento de uma espécie. A sua identificação ao
nível do fenótipo tem sido uma tarefa difícil tendo em vista a complexidade
da expressão gênica e a influência dos fatores ambientais (Ferreira &
Grattapaglia, 1998). Deste modo, a análise do DNA, através de marcadores
moleculares há muito passou a ser o principal método para se detectar a
variabilidade genética (Ferreira & Grattapaglia, 1998). Os marcadores
moleculares possuem algumas vantagens sobre os marcadores morfológicos,
sendo um deles o fato de não serem afetados pelo ambiente e pelo estádio
fisiológico da planta, permitindo o acesso rápido (poucos meses) à variação
genética de um grande número de indivíduos, com apenas uma pequena
amostra de tecido (folhas, raízes, cambio, pólen, sementes). Como os
marcadores genéticos são neutros, ou seja, não são influenciados pelo
ambiente, a interpretação dos padrões de estrutura genética restringe-se a
fatores amostrais (deriva genética), mutações e migração.
Muitos estudos genéticos com espécies nativas têm sido realizados nos
últimos anos (Tabela 2) e alguns padrões têm sido encontrados, relacionando
diversidade genética e características reprodutivas e ecológicas, como tipo de
dispersão e polinização, grupo ecológico etc. Os resultados destes estudos
tem indicado que as árvores exibem tipicamente altos níveis de diversidade
genética com altos níveis de heterozigosidade e proporção de locos
polimórficos em comparação com as plantas não lenhosas e que há muito
mais variação dentro de populações que entre populações (Hamrick, 1992).

58
Tabela 2: Referências bibliográficas de trabalhos sobre estrutura genética de algumas
espécies arbóreas nativas do Brasil.

Nome vulgar
Amendoim-
bravo
Aroeira

Biriba
Cabreúva
Cacau
Cagaitera
Caixeta

Candeia

Canela
Catiguá-amarelo
Cedro

Copaíba

Crindiúva
Cumbaru
Cupuaçu

Embaúba
Espinheira-santa
Faveira
Genipapo
Guanandi
Guapuruvu

Guarantã
Jatobá

Jequitibá
Juçara

Mogno
Paineira
Pau-brasil
Pequi

Pindaíba

59
Nome Vulgar Nome científico Uso

Fatores que afetam a estrutura genética


A estrutura genética das espécies vegetais é afetada pelas seguintes
características: distribuição geográfica da espécie, sistema reprodutivo, fluxo
gênico através da dispersão do pólen e sementes, estágio da sucessão onde a
espécie é freqüente e tamanho efetivo das populações (Hamrick, 1983). A
seguir serão detalhados alguns destes tópicos, buscando expor de que
maneira estes fatores podem afetar a estrutura genética das espécies e como
este conhecimento pode ser aplicado efetivamente em medidas que visem à
conservação genética, através da prática de colheita de sementes.

Sistema reprodutivo ou sistema de cruzamento


Para marcação de árvores matrizes e colheita de sementes é
importante conhecer o sistema reprodutivo da espécie, pois este indica como
os genes são recombinados e mantidos pela espécie para perpetuação de sua
variabilidade genética natural, base do seu contínuo potencial evolutivo
(Sebbenn et al., 1999). O sistema reprodutivo de uma população influencia o
grau e distribuição da variabilidade genética, a porcentagem de homozigose,
a manutenção ou não da freqüência gênica de uma geração para a outra, e o
grau de correlação genética entre parentes (Frankel, 1977).
Os sistemas reprodutivos conhecidos mais comuns são a autogamia e
a alogamia. As autógamas são as plantas de auto-fecundação que toleram até
10% de cruzamentos e as alógamas são aquelas que têm fecundação cruzada,
ou aberta (com flores de outros indivíduos), e que toleram até 10% de
autofecundação. As demais são chamadas de intermediárias ou mistas
(Finkeldey, 2005) - Figura 1. As espécies com fecundação cruzada
(alógama) também realizam auto-fecundação (exceto as que possuem
mecanismos de auto-incompatibilidade ou as dióicas), e esta proporção pode
se alterar de acordo com o grau de isolamento da matriz. Por esta razão, a
colheita em matrizes isoladas pode acarretar em lotes de sementes com alto
grau de parentesco, não sendo recomendada para produção de mudas com

60
recuperação de áreas degradadas. Os critérios de isolamento são discutidos
no tópico de fluxo gênico.

SISTEMA REPRODUTIVO

AUTOGAMIA INTERMEDIÁRIA OU MISTA ALOGAMIA

Autofertilização. Fecundação As flores efetuam autofertilização e Fecundação cruzada. Fecundação


de uma flor através do próprio fecundação cruzada em proporção de uma flor pelo pólen de outra flor
pólen, característica das flores equilibrada (mais de 10%). de outra planta. Toleram até 10%
hermafroditas. Toleram até 10% de autogamia. É o tipo mais
de alogamia. comum.

Figura 1: Definição dos tipos de sistema reprodutivo das plantas vasculares com
sementes.

O sistema sexual tem importância fundamental no sistema


reprodutivo e apresenta uma ampla variedade de tipos nas espécies vegetais.
Os principais sistemas reprodutivos encontrados são: dioicia, bissexualidade
(monóicas e hermafroditas), trioicia, ginodioicia e androdioicia e apomixia,
cujas definições são apresentadas na Tabela 3.
De acordo com o tipo de sexo apresentado, a espécie poderá
apresentar sistema reprodutivo autógamo e alógamo. As espécies
hermafroditas, monóicas ou polígamas poderão ser autógamas ou alógamas,
1
dependendo da existência de mecanismos de auto-incompatibilidade de
cruzamento e ou de aspectos demográficos. Já as espécies dióicas terão
obrigatoriamente reprodução cruzada, ou seja, alogamia. O sistema
reprodutivo poderá ainda, sofrer gradações dentro de uma mesma espécie,
como foi encontrado por Bawa (1974) para Allophylus occidentalis,
Coccoloba sp., Bursera graveolens e Bursera simaruba.

1 A auto-incompatibilidade (AI) é a incapacidade de uma planta fértil formar sementes


quando fertilizada por seu próprio pólen.

61
Tabela 3. Sistemas sexuais mais freqüentes encontrados em espécies arbóreas.

Nas florestas tropicais foi constatado por Bawa & Opler (1975) o
predomínio de espécies hermafroditas, seguida de espécies dióicas, enquanto
que nas florestas temperadas prevalecem as monóicas. A maior taxa de
dioicismo nas florestas tropicais em relação às florestas temperadas pode ser
explicada pelo fato dos trópicos apresentarem maior diversidade de espécies
arbóreas em relação às regiões temperadas (Bawa, 1980). Sabe-se que a
dioicia ocorre predominantemente nas espécies de hábito arbóreo, havendo
uma forte relação entre a sexualidade e o hábito do vegetal. Bullock (1985)
constatou predominância de hermafroditismo em ordem decrescente nas
epífitas, ervas, trepadeiras, arbustos e árvores, tendo o dioicismo ocorrido em
relação inversa.
Algumas famílias como Anacardiaceae, Arecaceae, Burseraceae,
Caricaceae e Dioscoreaceae são representadas majoritamente ou até
exclusivamente por espécies dióicas, enquanto que Euphorbiaceae,
Cucurbitaceae, Boraginaceae e Rubiaceae são predominantemente monóicas
(Bullock, 1985). Bawa & Opler (1975) encontraram uma taxa de 22% de
espécies arbóreas dióicas na floresta tropical de Costa Rica. Estes autores
chamam atenção para a dificuldade de se determinar a freqüência real de
espécies dióicas, uma vez que na maioria dos casos as flores têm ambos os

62
órgãos sexuais, sendo apenas um funcional.
Apesar da maior parte das espécies possuir flores hermafroditas, a
auto-fecundação é evitada por grande parte das espécies através de
mecanismos efetivos de auto-incompatibilidade, assegurando assim o fluxo
de genes (Brown et al., 1985; Yeh et al. 1989). O mesmo resultado não pode
ser generalizado para plantas herbáceas, que de acordo com Bullock (1985),
se apresentam no geral como auto-compatíveis. Bawa (1974) ao estudar a
proporção relativa de auto-compatibilidade e auto-incompatibilidade de 130
espécies na floresta tropical úmida de Costa Rica concluiu que: 54% eram
auto-incompatíveis 14% auto-compatíveis. Seu estudo é corroborado pelos
de Bullock (1985) que ao efetuar um estudo de biologia reprodutiva em uma
floresta neotropical encontrou 75% de espécies hermafroditas e destas 76%
auto-incompatíveis.
Suspeita-se que as espécies com baixa densidade na floresta podem ter
taxas mais elevadas de auto-incompatibilidade (Bawa et al., 1985),
apresentando também uma maior heterogeneidade genética espacial
(Hamrick et al., 1993). Contudo, apesar da alta freqüência de espécies dióicas
nas florestas tropicais, é importante lembrar que a dioicia não significa que
não possa haver cruzamentos entre indivíduos aparentados (Kageyama &
Dias, 1982) e a geração de endogamia nas populações. O mesmo pode ser dito
em relação à auto-incompatibilidade. No entanto, o cruzamento entre
parentes é uma forma mais branda de geração de endogamia nas populações
do que a auto-fecundação, que aumenta a homozigose para alelos idênticos
por descendência em 50% a cada geração, enquanto que o cruzamento entre
parentes aumenta na mesma taxa que o grau de coancestria entre os parentes
que estão se cruzando.
Existem diversos outros dispositivos que dificultam a autogamia nas
flores hermafroditas, tais como a heterostilia, ou seja, a diferença de
comprimento entre os estiletes e os estames, havendo casos em que o estilete
é maior que os estames e outros em que o estilete é menor. E a ocorrência de
diferença no desenvolvimento fisiológico dos estames e do gineceu,
fenômeno conhecido por dicogamia. Há dois casos de dicogamia: a
protandria ou proterandria, quando as anteras atingem a maturidade antes do
estigma; e a protoginia ou proteroginia, quando o estígma amadurece antes
das anteras, tornando-se receptivo ao pólen.
Existe uma forte associação entre o sistema reprodutivo e a biologia
floral nas florestas tropicais: a maior parte das espécies dióicas tendem a
apresentar flores pequenas de coloração variando entre o amarelo e o verde, e
adaptadas à visitação e polinização de insetos pequenos de várias ordens,
especialmente de abelhas pequenas. Estas espécies tendem a possuir frutos
carnosos, com poucas sementes e dispersos por animais, principalmente por

63
pássaros. Já as hermafroditas tendem a apresentar flores maiores, polinizadas
por espécies de aves e de dispersão anemocórica (Bawa, 1980; Bawa &
Opler, 1975). Em relação à fenologia, Jansen (1973) afirma a coincidência
entre o pico de floração das espécies dióicas arbóreas com o pico da época
chuvosa, quando há emergência de maioria dos insetos pequenos.
Em princípio espécies alógamas e autógamas apresentam estruturas de
populações completamente diferentes, requerendo estratégias de
amostragem substancialmente diferentes para a conservação (Hamrick,
1982). Espécies alógamas mostram altos níveis de diversidade dentro das
populações, relativamente pouca variação entre populações (Kanowski &
Boshier, 1997). Logo, para estas espécies, a colheita de sementes pode ser
concentrada em uma mesma população, envolvendo um número mínimo de
árvores, escolhidas aleatoriamente e com distância mínima de 100 m entre si.
Em contraste, espécies autógamas ou endogâmicas, mostram menores níveis
de diversidade dentro das populações e maior entre populações, contendo
maior quantidade de homozigotos nos locos. Para estas espécies, deve-se
colher sementes de um maior número de indivíduos, de preferência em
diferentes populações (Figura 2). O número mínimo de árvores recomendado
para a colheita de semente é discutido no tópico de tamanho efetivo
populacional.

Maior diversidade dentro


Hermafroditas de populações e menor
Espécies alogâmicas diversidade entre
Monóicas populações
Espécies autogâmicas /
Polígamas Menor diversidade dentro
endogâmicas de populações e maior
Dióicas diversidade entre
populações

Figura 2. Sistema reprodutivo e estrutura genética: relação esperada.

Marcadores moleculares ou isoenzimáticos vem sendo utilizados com


grande eficiência nos estudos de determinação de sistemas de reprodução
(em especial os marcadores de herança codominante e altamente
polimórficos, como os microsatélites), demonstrando que a grande maioria
das espécies arbóreas tropicais são alógamas (Hamrick & Godt, 1990;
O´Malley & Bawa, 1987; Murawski et al., 1990). Exemplos de espécies
alógamas são apresentadas na Tabela 4. Não há registro de trabalhos
publicados de espécies autógamas para espécies arbóreas florestais nativas.
Comparando o sistema reprodutivo entre espécies de diferentes

64
estágios sucessionais de espécies arbóreas, Bawa (1974) demonstrou que
tanto para espécies pioneiras quanto para espécies climácicas predominou a
alogamia, não havendo diferença quanto ao grupo ecológico.
O sistema reprodutivo depende de fatores genéticos (depressão
endogâmica, sistema sexual, maturidade reprodutiva) e ambientais
(fenologia, comportamento de polinizadores e isolamento da árvore)
(Sebbenn, 2006). A taxa de cruzamento pode variar entre populações
(Sebbenn et al. 2000, Rocha & Aguilar, 2001; Ribeiro & Lovato, 2004;
Sobieraiski et al. 2006), entre matrizes de uma população (Murawski &
Hamrick, 1991; Lemes, 2000; Sebbenn et al., 2000; Seoane et al., 2001;
Gusson et al., 2005; Giudice-Neto et al., 2005), entre eventos reprodutivos da
mesma população (Rocha & Aguilar, 2001) e entre flores de uma mesma
árvore (Patterson et al. 2001).
Na tabela 4 é apresentada a forma de sexo, o sistema reprodutivo e
os principais polinizadores das espécies-alvo da RioEsBa.

65
Tabela 4: Tipos de sistemas sexuais e reprodutivo de algumas espécies florestais nativas.

Nome Nome Sexo Sistema de Polinização Dispersão Referência


Vulgar científico cruzamento
Angico- Anadenanthera Hermafrodita Abelhas e insetos Anemocórica -
branco colubrina pequenos
(Vell.) Brenan
Aroeira Schinus Dióica (flores Alógama Abelhas, moscas e Zoocórica (pássaros e Lenzi & Orth (2004); Backes &
terebinthifolius diclinas) Xenogamia vespas formigas) Irgang (2002)
Raddi
Boleira Joannesia Dióica Alógama Abelhas e insetos Barocórica e zoocórica Heringer (1947); Carvalho
princeps Vell. pequenos (roedores silvestres, (2003)
como cutia (Dasyprocta
azarae)
Cambará Gochnatia Dióica Abelhas e insetos Anemocórica (vento) Occhioni & Hastschbach
polymorpha pequenos (1972); Maixner & Ferreira
(Less.) Cabrera (1978); Morellato & Leitão
Filho (1995)
Cedro-rosa Cedrela fissilis Hermafrodita Autógama Mariposa e abelhas Anemocórica (vento) Morellato & Leitão Filho
Vell. ou monóica (1995); Steinbach & Longo,
(1992)
Crindiúva Trema Polígama (ora Alógama Vento e abelhas Ornitocórica (aves) e Ribas & Kageyama (2004);
micrantha (L.) hermafrodita, Ictiocórica (peixe) Souza-Stevaux et al. (1994);
Blume ora dióica) Bawa et al. (1985); Morellato &
Leitão Filho (1995)
Farinha-seca Peltophorum Hermafrodita Abelhas e insetos Anemocórica e Carvalho (2003); Backes &
dubium pequenos barocórica Irgang (2002)
(Spreng.) Taub.
Genipapo Genipa Dioicia Alogamia e Abelhas pequenas e Barocórica, zoocórica -
americana L. funcional apomixia médias (morcegos, macacos,
roedores), hidrocórica e
ictiocórica
Guapuruvu Schizolobium Hermafrodita Abelhas, Anemocórica e Carvalho (2003); Backes &
parahyba principalmente Apis barocórica Irgang (2002)
(Vell.) Blake melifera
Ipê-felpudo Zeyheria Hermafrodita Abelhas Anemocórica Morellato & Leitão Filho
tuberculosa (1995); Carvalho (2003);
(Vell.) Bureau Lorenzi (1992)
Ipê-ovo-de- Tabebuia Hermafrodita Abelhas grandes Anemocórica Silva Junior (2005)
macuco serratifolia
(Vahl) G.
Nome Nome Sexo Sistema de Polinização Dispersão Referência
Vulgar científico cruzamento
Guapuruvu Schizolobium Hermafrodita Abelhas, Anemocórica e Carvalho (2003); Backes &
parahyba principalmente Apis barocórica Irgang (2002)
(Vell.) Blake melifera
Ipê-felpudo Zeyheria Hermafrodita Abelhas Anemocórica Morellato & Leitão Filho
tuberculosa (1995); Carvalho (2003);
(Vell.) Bureau Lorenzi (1992)
Ipê-ovo-de- Tabebuia Hermafrodita Abelhas grandes Anemocórica Silva Junior (2005)
macuco serratifolia
(Vahl) G.
Nicholson
Ipê-roxo Tabebuia Hermafrodita Abelhas, Anemocórica Carvalho (2003)
impetiginosa principalmente
(Mart. ex DC.) mamangava
Standl.
Jacarandá- Dalbergia nigra Hermafrodita Abelhas e insetos Anemocórica Carvalho (2003)
da-Bahia (Vell.) Allemão pequenos
ex Benth.
Jatobá Hymenaea Hermafrodita Protiginia e Morcegos e beija- Zoocórica (por Pedroni & Galetti (1995);
courbaril L. alogamia flores mamíferos como anta, Carvalho (2003)
paca, cutia, macaco),
barocórica e autocórica
Jequitibá- Cariniana Monóica Abelhas Barocórica e Sebbenn et al. (2000);
rosa legalis (Mart.) anemocórica Morellato & Leitão Filho
Kuntze (1995)
Jussara Euterpe edulis Monóica Abelhas Zoocórica (morcegos, Charão & Vaca (2000);
Mart. anta, porcos-do-mato, Kuhkmann & Kuhn (1947);
aves , lagarto-teiú). Reis et al. (2000)
Louro Cordia Hermafrodita Abelhas e insetos Anemocórica Carvalho (2003)
trichotoma e polígama pequenos
(Vell.) Arráb.
ex Steud.
Orelha-de- Enterolobium Hermafrodita Abelhas e insetos Zoocórica (mamíferos
negro contortisiliquum pequenos terrestres).
(Vell.) Morong
Paineira Chorisia Hermafrodita Alógama Borboletas, beija- Anemocórica Ramirez Castillo (1986);
speciosa A. St.- flores e morcegos Morellato & Leitão Filho
Hil. (1995)
Pata-de- Bauhinia Hermafrodita Alógama, Morcegos Autocórica, barocórica Araújo & Shepherd (1996);
vaca forficata Link funcional gueitonogam Morellato & Leitão Filho
ia (1995)
Pau-brasil Caesalpinia Hermafrodita Alógama, Abelhas e insetos Autocórica, barocórica
Nome Nome Sexo Sistema de Polinização Dispersão Referência
Vulgar científico cruzamento
Orelha-de- Enterolobium Hermafrodita Abelhas e insetos Zoocórica (mamíferos
negro contortisiliquum pequenos terrestres).
(Vell.) Morong
Paineira Chorisia Hermafrodita Alógama Borboletas, beija- Anemocórica Ramirez Castillo (1986);
speciosa A. St.- flores e morcegos Morellato & Leitão Filho
Hil. (1995)
Pata-de- Bauhinia Hermafrodita Alógama, Morcegos Autocórica, barocórica Araújo & Shepherd (1996);
vaca forficata Link funcional gueitonogam Morellato & Leitão Filho
ia (1995)
Pau-brasil Caesalpinia Hermafrodita Alógama, Abelhas e insetos Autocórica, barocórica
echinata Lam. autocompatí pequenos
vel
Pau-d´alho Gallesia Hermafrodita, Abelhas e insetos Anemocórica Morellatto & Leitão Filho
integrifolia há árvores pequenos (1995); Heringer (1947)
(Spreng.) estéreis
Harms
Pau-ferro Caesalpinia Hermafrodita Abelhas e insetos Barocórica, e zoocórica.
ferrea Mart. pequenos
Pau-formiga Triplaris Dióica Alógama Anemocórica
brasiliana
Cham.
Pau-jacaré Piptadenia Hermafrodita Abelhas e insetos Barocórica, e
gonoacantha pequenos anemocórica.
(Mart.) J.F.
Macbr.
Peroba-rosa Aspidosperma Hermafrodita Mariposa Anemocórica Morellato & Leitão Filho
polyneuron (1995)
Müll. Arg.
Quaresma Tibouchina Apomixia Mariposa Anemocórica
granulosa
(Desr.) Cogn.
Fluxo gênico
O fluxo gênico é definido como o movimento de genes entre
populações. Em plantas, a transferência de genes pode ocorrer tanto pelo
movimento de organismos individuais (sementes, rizomas, estolões), como
pelo movimento de gametas (pólen). Nas florestas tropicais, esta
movimentação se dá principalmente por agentes bióticos (90 %), sendo o
entendimento dos padrões de comportamento dos animais fundamental para
se traçar estratégias de marcação de matrizes e colheita de sementes.
Levin & Kerster (1974) e Antonovics (1968) ao analisarem a
influência do fluxo gênico na estrutura genética das espécies consideraram
importante a diferenciação entre polinização e a dispersão de sementes.
Segundo eles, na polinização, a quantidade de heterozigotos aumentará na
população acima do esperado; enquanto que na dispersão de sementes a
freqüência de heterozigotos não se desviará do esperado, uma vez que estes
novos indivíduos não se cruzam na geração de referência e não contribuíram
efetivamente para a incorporação de genes na população.
O fluxo gênico pode ser classificado como de curta distância ou longa
distância. O fluxo gênico a curta distância é promovido através da
polinização por pequenos insetos, e da dispersão de sementes próximas à
planta mãe por explosão do fruto (ex. Caesalpinia peltophoroides,
Caesalpinia echinata), ou por gravidade (ex. Joannesia princeps). Já o fluxo
gênico a longa distância é promovido por espécies polinizadas e/ou dispersas
por mariposas e borboletas, morcegos, aves e, em alguns casos, pelo vento.
Kageyama (1987) propõe que pode haver uma gradação nas espécies
arbóreas, desde aquelas com distribuição tipicamente em agrupamento e vôo
curto de pólen e semente, até aquelas com distribuição na forma bem dispersa
e com longo alcance de pólen e semente. Isso permitiria estabelecer um
critério para se separar as espécies quanto a seu provável padrão de
variabilidade genética. Dessa forma, poder-se-ia ter espécies com estrutura
genética para suas populações muito semelhantes às tipicamente autógamas,
até o outro extremo com espécies similares às espécies alógamas dispersas
pelo vento (Figura 3).
O fluxo de genes dentro de populações de plantas está condicionado
tanto pela densidade e arranjo espacial dos indivíduos como pelas relações de
natureza genética existentes entre eles, como a presença de auto-
incompatibilidade (Martins, 1987; Murawski & Hamrick, 1990). A
densidade das espécies se apresenta bastante diferenciada, existindo espécies
com mais de 100 indivíduos adultos por hectare, até aqueles com um
indivíduo adulto a cada 66 hectares (Kageyama & Viana, 1991). Pressupõe-
se que as espécies de baixa densidade populacionais (menos de um indivíduo
por hectare) sejam polinizadas por polinizadores de vôo longo e as de alta

69
densidade por polinizadores de vôo curto (Kageyama et al., 1991). Fatores
ecológicos bióticos e abióticos, assim como estratégias de sobrevivência
como a formação de banco de sementes no solo também pode influenciar o
fluxo gênico (Martins, 1987).

Polinizadores de vôo curto Reduz a diversidade dentro Deve-se colher sementes


de populações e aumenta a em mais de uma população
diversidade entre para obter lotes com alta
Dispersão a curta distância populações diversidade genética

Polinizadores de vôo longo


Aumenta a diversidade Deve-se colher sementes
dentro de populações e em muitos indivíduos
reduz a diversidade entre (ideal 30) de uma mesma
Dispersão a longa distância populações população

Figura 3: Relação entre fluxo gênico e estrutura genética

Se o fluxo gênico efetivo é limitado e a troca gênica entre árvores


vizinhas é comum, espera-se uma alta proporção de endogamia dentro das
populações e alta divergência entre as populações (Coles & Fowler, 1976).
Neste caso, para se ter um lote com alta variabilidade genética, recomenda-se
colher sementes em mais de uma população. Se o movimento de genes via
pólen for longo e via sementes for restrito espera-se baixa endogamia dentro
das populações, moderados níveis de divergência genética entre populações,
mas alto parentesco dentro das populações (população estruturada em
famílias).
Na Figura 4 são apresentadas duas situações, a primeira (A) ilustra em
dois tempos (t1 e t2) como se dará a troca gênica entre populações de uma
espécie que possua fluxo gênico a curta distância (polinização por abelhas,
por exemplo), e no segundo caso (B) também em dois tempos é ilustrada a
troca gênica entre populações de uma espécie com fluxo gênico a longa
distância (polinização por morcegos). Observa-se que as três populações
ilustradas no t1 apresentam cores diferentes em ambas as situações. A cor
representa a freqüência gênica das populações. Em t1, da situação A, a troca
gênica se restringe a uma mesma população, não havendo troca gênica entre
as populações, desta maneira em t2 as populações crescem mas permanecem
com a freqüência gênica original (não há mistura de cores entre as
populações). Já segundo a situação (B), ocorre troca gênica entre as
populações em t1, promovendo em t2 a mistura de genes (cores) entre as
mesmas, que se tornam mais diversificadas e semelhantes.

70
Os sistemas de populações locais conectadas através do fluxo de
indivíduos que se dispersam de uma população local a outra é denominado
metapopulação (Hanski & Gilpin, 1991). Este conceito está relacionado com
ambientes compostos por manchas de habitat onde as populações ocupam
algumas ou todas estas manchas, persistindo numa escala maior através de
um balanço entre extinção e colonização local (Ebenhard, 1991; Harrison,
1991).
A B

População 2
População 2

População 1 População 1

População 3 População 3

t1 t1

População 2 População 2

População 1 População 1

< variação intra- > variação intra-


populacional População 3 População 3
populacional
> variação entre < variação entre
populações t2 t2
populações

Figura 4: Efeitos esperados do fluxo gênico (polinização) a curta distância (A) e a


longa distância (B) na variação genética intra e entre populações de uma espécie.
Cores iguais representam similaridade genética (freqüência gênica igual).

71
Diversos trabalhos têm feito referência à estimativa do fluxo gênico,
de forma direta (observação direta dos polinizadores e/ou marcadores
morfológicos) ou indireta (marcadores genéticos através da análise do grau
de parentesco). O cedro, Cedrela fissilis (1 indivíduo adulto a cada 8 ha) na
Mata Atlântica e a tauari, Couratari multiflora (1 árvore a cada 10 ha) na
Amazônia têm distâncias de fluxo gênico, quantificadas através de
isoenzimas, de 950 metros e 1000 metros respectivamente. O palmito jussara,
Euterpe edulis (122 indivíduos por hectare) tem distância de fluxo gênico na
Mata Atlântica de 56 metros, estimada através de técnicas de paternidade
com uso de marcadores baseados em DNA (microssatélites). Para o jatobá
(Hymenaea courbaril), Toledo (2005) detectou um fluxo gênico, via pólen,
de 7.123 m, através de técnicas de paternidade com uso de marcadores
baseados em DNA (microssatélites) no Pontal do Paranapanema.

4.2.1. Polinização
A polinização é o transporte do pólen dos órgãos masculinos da planta
até a estrutura feminina, sendo uma etapa de reprodução que tem impacto
direto na qualidade e quantidade da semente obtida (Piña-Rodrigues &
Piratelli, 1993). O movimento do pólen influencia diretamente a estrutura
genética da população de árvores, determinando a área de vizinhança
reprodutiva das espécies (local onde ocorre grande parte dos cruzamentos). O
padrão de dispersão de pólen entre populações está diretamente relacionado
ao comportamento dos agentes polinizadores, dos padrões de vôo
(direcionalidade, distância), distribuição de plantas na área e fenologia
(Freire & Piña-Rodrigues, 2006). Aspectos comportamentais como
territorialidade, especificidade ao recurso, disponibilidade de recursos e
sociabilidade dos animais podem ser determinantes dos padrões de distância
de transporte de pólen. Segundo Stacy et al. (1996) mais de 90% do
movimento de pólen ocorre com o co-específico mais próximo, ou com o
vizinho mais próximo, em especial quando as plantas são agrupadas.
Hamrick & Murawski (1990) relatam que a polinização por abelha
pode alcançar uma distância de 750 m em espécies arbóreas. Degen & Roubik
(2004) observaram para Jacaranda copaia e Dipteryx odorata, espécies
polinizadas por abelhas, uma distância de pólen de 162 m e 352 m,
respectivamente. Roubik (1999) detectou área de forrageamento de Apis
mellifera superior a 1,6 km. Outros estudos já detectaram 8 km (Roubik,
1989). Crane (1985) afirma que a Apis mellifera pode alcançar até 24 km em
busca de alimento. Métodos de medição direta do fluxo gênico, através de
técnica de marcação de pólen com pó fluorescente, isoenzimas ou
microssatélites têm detectado distâncias bem menores de fluxo de pólen,
variando de 350 m a 1000 m (Chase et al., 1996; Lepsch-Cunha, 1996;

72
73
Konuma et al., 2000). A máxima distância do pólen via abelhas foi estimado
em 8 km, em estudo realizado na África por Roubik (1989) através do método
de marcação e captura, sendo a distância média do vôo das abelhas estimada
em 300 m. A distância do pólen via morcegos foi estimada em 18,6 km, em
estudo realizado com marcadores genético na espécie Ceiba pentandra por
Gribel et al. (1999), sendo a distância média dos morcegos de 1 km. A
distância de polinização pelo vento foi estimada em 1 km por Hamrick &
Loveless (1989) para Tachigali versicolor (Tabela 5).

Tabela 5: Estimativa de distância de fluxo de genes via polinização, de acordo com o


agente polinizador.

Agente Estimativa de distância Referências


Abelhas 300 m, podendo chegar a Roubik (1989); Dutech et al. (2002);
8.000 m Konuma et al. (2000); Stacy et al. (1996);
Lepsch-Cunha (1996); Dick et al. (2003)
Moscas 100 m, podendo chegar a Yeang & Chevalier (1999); Silva (2005)
1.100 m
Morcegos 1.100 m, podendo chegar a Gribel et al. (1999); Santos (2004)
18.000 m
Aves Depende de características Feisinger (1983); Mendonça & Anjos
comportamentais e do (2003)
tamanho do animal
Vento 600 m, podendo chegar a Silva (2005)
1.000 m
Mariposa e Potencial para longa Faltam estudos envolvendo marcadores
borboletas distância genéticos e espécies florestais

A interação planta-polinizador através da polinização determina: a


proporção de polinização cruzada, autopolinização e endogamia, o número e
a origem espacial de diferentes doadores de pólen que efetivamente
contribuem para a progênie (tamanho efetivo de população e fluxo gênico via
pólen) e a efetividade de transmissão da diversidade genética dos adultos para
a progênie. A ocorrência de polinização por diferentes agentes e o próprio
padrão de visita dos polinizadores podem originar a produção de sementes
numa mesma planta tendo diferentes pais doadores de pólen. Assim, na
mesma planta as sementes podem ser meios-irmãos, irmãos-completos ou
mesmo irmãos de autofecundação (Sebbenn, 2002), fatores que geram
endogamia e reduzem a variabilidade genética.
Hamrick (1983) relaciona a efetividade da distância de vôo do
polinizador com a distribuição da variação genética entre e dentro de
populações de espécies arbóreas polinizadas por animais, sugerindo padrões
de variação próximos aos das espécies autógamas, para aquelas cujos

73
polinizadores são de vôo curtos; até padrões similares aos das espécies
alógamas, com dispersão de pólen pelo vento, para aquelas que tem
polinizadores de vôos longos (Figura 3). Se o movimento de genes é extenso,
a longa distância, espera-se baixa endogamia biparental (cruzamento entre
indivíduos aparentados) dentro das populações e baixa divergência genética
entre populações. O fluxo gênico a longa distância ocorre quando a
polinização e a dispersão são realizadas pelo vento, por aves, mamíferos
(morcegos, macacos, roedores).

Síndromes de polinização
Existem várias características nas flores que se repetem de acordo
com o tipo de polinização. Faegri & Van der Pijl (1979) reuniram estas
características em grupos denominados de síndromes de polinização (Tabela
6). Através da observação destas síndromes é possível reconhecer o tipo de
polinizador de acordo com as características das flores. Por exemplo: as aves
possuem hábitos diurnos, visão aguçada e olfato pouco desenvolvido. As
flores polinizadas por aves possuem antese (abertura) diurna, cores vivas
(vermelho, azul) e sem odores. Já os insetos se guiam pelo odor e pelas cores,
sendo as flores polinizadas por insetos mais coloridas e cheirosas. De acordo
com estas características é possível identificar o agente polinizador apenas
através da observação das características da flor de uma determinada espécie.

Tabela 6: Conjunto de características usualmente encontradas nas flores de acordo


com o tipo de polinizador (síndromes de polinização).
Agente polinizador / exemplos Síndromes de polinização
Flores pequenas/grandes e abundantes
ENTOMOFILIA (abelhas) Antese matinal
Ex.Schizolobium parahyba Coloração
Nectários
Glicose (< 10%)
Glândulas de odor
Comportamento ao acaso (baixa
fidelidade)
Flores GRANDES
ORNITOFILIA (aves) Antese diurna
Ex. Ruellia breviflora Cores vivas, sem odor (vermelha, azul)
Odor pouco expressivo
Forma geralmente tubular
Néctar diluído
Glicose (> 20%)
Distância entre órgãos reprodutivos e fonte
de néctar -

74
Agente polinizador / exemplos Síndromes de polinização
FALENOFILIA (mariposas) Flores tubulares
Ex. Aspidosperma sp.; Presença de nectários
Cedrela fissilis Antese NOTURNA
Glândulas de odor

Flores grandes
QUIROPTEROFILIA (morcegos) Posição dos órgãos florais
Ex. Chorisia speciosa Presença de nectários
Pseudobombax grandiflorum Antese NOTURNA
Bauhinia forficata Coloração INEXPRESSIVA
Glicose (10-20%)
Glândulas de odor
Odor desagradável
ANEMOFILIA (vento) Não apresentam recompensa ao dispersor
Ex. Araucaria angustifolia Não apresentam cores, formas ou odores
atrativos
MIOFILIA (moscas) Coloração creme
Ex. Hevea brasiliensis Perfume suave
Bagassa guianensis Tipos florais variados (polinizadores pouco
Pleurothallis johannesis específicos e irregulares)

Dispersão de sementes
A dispersão de sementes faz parte do processo reprodutivo, e se
caracteriza pelo desligamento do propágulo da planta mãe e o seu transporte
até o local para o estabelecimento de uma nova planta. Este transporte varia
de espécie para espécie, estando relacionado a vários fatores como: fenologia
reprodutiva, tamanho da semente, suas características de odor e sabor,
morfologia e número de sementes (Leão, sem data).
A dispersão de sementes é o primeiro passo no processo de
determinação da densidade e modelo de dispersão de populações de plantas.
O sistema de dispersão de sementes pode explicar em muitos casos a sucessão
secundária e a manutenção da composição heterogênea das florestas tropicais
(Kageyama, 1982). Se os vetores de dispersão de sementes não forem
eficientes, muitas das sementes podem ser dispersas nas vizinhanças das
árvores maternas, dando origem à estrutura genética espacial, onde
indivíduos próximos tendem a serem mais semelhantes entre si do que
indivíduos espacialmente distantes. Isto gera uma distribuição não aleatória
de genótipos dentro das populações, caracterizada por manchas onde a
freqüência de certos alelos é maior do que seria esperado pela casualidade
(Gusson et al., 2005).

75
Tabela 7: Características encontradas nos frutos de acordo com o seu tipo de
dispersão.
Dispersão abiótica Dispersão biótica
Não apresenta recompensa ao dispersor Apresenta recompensa ao dispersor (polpa,
arilo)
Produção abundante de frutos Produção de frutos em quantidade variável
e ou irregular
Não apresenta cores, formas ou odores Apresenta cores, formas e odores atrativos
atrativos
Produção concentrada em uma época com Maturação irregular ou unifome no próprio
maturação rápida homogênea indivíduo, ou frutos verdes por longo tempo
maturação rápida

Tamanho efetivo de populações


Em termos genéricos, pode-se dizer que o tamanho efetivo
populacional (Ne) refere-se ao tamanho genético de uma população
reprodutiva e não ao número de indivíduos que a compõe. Esta é uma medida
do número de indivíduos que estão contribuindo com seus genes para a
próxima geração, ou seja, o número de indivíduos que efetivamente se
reproduz, contribuindo para a variabilidade genética das gerações
subseqüentes
Whight (1951) definiu tamanho efetivo populacional como sendo o
número de indivíduos que acasalando ao acaso e com a mesma chance de
deixarem filhos gerem a mesma taxa de endogamia observada na população
inteira em estudo. A taxa de aumento da endogamia média da população é
inversamente proporcional ao tamanho efetivo da mesma.
A importância destes conceitos torna-se mais clara à medida que se
leva em consideração que é uma amostra de genes de uma determinada
população que será transmitida à próxima. Assim, a freqüência gênica na
progênie será influenciada pela variação amostral que será tanto maior
quanto menor for o número de pais.
Uma das principais conseqüências da redução drástica do número de
indivíduos de uma população é a perda de alelos, especialmente aqueles
raros, reduzindo a variabilidade genética populacional (Barrett & Kohn,
1991). Desta maneira, para se manter a qualidade genética na prática de
colheita de sementes, deve-se estar atento a selecionar populações que
detenham um número mínimo de indivíduos que estejam efetivamente se
cruzando e que sustentem esta variabilidade genética.
Vencovsky (1987) adaptou o conceito do tamanho efetivo
populacional, como medida da representatividade genética, às atividades de

76
coleta e preservação de germoplasma de espécies alógamas, concluindo que
ao compor uma amostra de sementes deve-se procurá-la colher de um maior
número possível de plantas genitoras, tomadas ao acaso, e de preferência com
número igual de sementes por planta.
Com vista à restauração ambiental, alguns autores têm recomendado
que o lote de sementes seja composto por no mínimo 15 a 25 árvores matrizes
(Barner, 1973; Brune, 1981; Shimizu et al. 1982). Sebbenn (2002) sugeriu
coletar sementes em pelo menos 25 árvores matrizes para reflorestamentos de
áreas menores do que 100 ha e em 30 árvores se houver indícios de
endogamia na população de origem das sementes. Para reflorestamentos de
áreas entre 100 e 500 ha, o autor sugere que se colete sementes em 40 a 50
árvores e em áreas maiores com pelo menos 400 árvores matrizes.
Frankel & Soulé (1981) sugerem o tamanho efetivo de 50 para manter
o coeficiente de endogamia a uma taxa de 1% por geração, até 10 gerações,
em locos com dois alelos, em populações de espécies com gerações discretas.
Considerando-se uma população com 200 árvores, 100 árvores
polinizadoras e colhendo-se 1.000 sementes por matriz, Mori (2001),
considera que a faixa satisfatória de numero de matrizes por população situa-
se em torno de 15 a 30, dada a significativa captura de genes raros, propiciado
por tal margem.
Piña-Rodrigues (2000) recomenda que, a estratégia de seleção de
matrizes deve ser adequada à situação a que as árvores se encontram. Desta
forma, sugere-se:

! Árvores agregadas: de cada família (mesmo grupo), selecionar de 3 a


5 matrizes, com distância mínima entre famílias de 100 m.
! Árvores dispersas (distribuição rarefeita): árvores matrizes devem
estar distantes entre si, no mínimo 100 m.
! Árvores em praças públicas: marcar tantas árvores quanto
necessárias para compor um lote de sementes.
! Árvores isoladas: marcar uma matriz a cada 100 a 200 m de distância
entre árvores.

A fragmentação da paisagem e o corte seletivo de árvores ao reduzir o


tamanho das populações promovem o seu isolamento e altera o
comportamento dos polinizadores, afetando o tamanho efetivo das
populações remanescentes. Altas taxas de autofecundação, cruzamentos
endogâmicos e cruzamentos biparentais, também podem reduzir o tamanho

77
efetivo na descendência, sendo nestes casos recomendável a coleta de
sementes em um número maior de árvores matrizes, para compensar a baixa
variabilidade (Sebbenn, 2002).
Em estudo realizado por Sebbenn et al.(1998; 2003), onde foi
determinada a variabilidade genética, o sistema reprodutivo, a estrutura
genética, o número de matrizes para coleta de sementes e a área mínima
viável para conservação de uma população de Genipa americana,
recomenda a colheita de sementes de 20 árvores para atingir um tamanho
efetivo de 50, para fins de conservação ex-situ, e uma área mínima viável para
conservação in-situ de 50 ha.
Para a coleta de sementes de biriba, Eschweilera ovata, para fins de
conservação ex-situ e recuperação de áreas degradadas são necessárias
sementes de pelo menos 23 árvores para reter o tamanho efetivo de 50 e deve-
se respeitar uma distância mínima entre matrizes de 50 m evitando-se colher
amostras de sementes de árvores parentes. Sugere-se uma área mínima de 40
hectares, considerando uma densidade de 20 indivíduos por hectare, para
uma conservação a curto prazo, e de 400 hectares para conservação a longo
prazo da espécie.
Melo Junior (2003) recomenda a coleta de sementes em 82 árvores
matrizes de pequi, Caryocar brasiliense, para que se garanta a variabilidade
genética nas sementes. Não foi encontrada estruturação genética espacial
para esta espécie, podendo a coleta de sementes ser feita a qualquer distância
da matriz. Semelhante resultado foi encontrado para Platypodium elegans
(Hamrick et al, 1993), Cedrela fissilis (Gandara, 1996; Povoa, 2002),
Chorisia speciosa (Souza, 1997), Aspidosperma polyneurum (Maltez, 1997),
Genipa americana (Sebbenn, 1997), Machaerium villosum (Giudice Neto,
1999), Myracrodruon urundeuva (Lacerda, 1997).

Distribuição geográfica
O conhecimento da distribuição geográfica de uma espécie é o
primeiro passo para identificação de populações naturais e para se traçar
estratégias de colheita de sementes que visem uma amostragem correta
quanto às populações.
De acordo com Lleras (1988), um dos maiores problemas enfrentados
ao programarem-se expedições de colheita para produtos específicos a
qualquer região consiste na falta de dados quase generalizada sobre
distribuição geográfica. Desta maneira, é sugerido que sejam efetuadas
prospecções antes de se iniciarem a colheita, além da definição das áreas de
alta diversidade para espécies ou de alta variabilidade genética quando se
trata de um produto já definido.

78
As espécies vegetais podem apresentar distribuição geográfica ampla
ou ocorrer de forma endêmica numa área restrita e, dentro de sua amplitude
de distribuição, podem ocorrer de forma esparsa ou concentrada formando
colônias. Além disso, as populações podem apresentar variações periódicas
ou estacionais de densidade (Martins, 1988). A seleção natural tende a
promover maior variabilidade genética entre populações quando estas estão
expostas a uma ampla gama de variação ambiental. Assim, quanto maior a
área de distribuição natural de uma espécie, maior será a diversidade
ambiental em sua área de ocorrência, e consequentemente maior a
variabilidade genética (Callaham, 1964; Kageyama, 1977). Pesquisas sobre
adaptação das plantas ao microhabitat, história de vida, genética demográfica
e adaptações fisiológicas de espécies vegetais têm contribuído para a
compreensão do efeito da seleção natural sobre as populações vegetais, com
enfoque a sua estrutura genética (Hamrick, 1982).
Neste sentido, o zoneamento das áreas de colheita de acordo com a
ocorrência de diferentes fatores ambientais tem sido adotado como
metodologia de colheita para muitas espécies. Os principais fatores
ambientais considerados tem sido a altitude, o clima e o solo. As espécies
quando localizadas na sua área de ocorrência natural, podem conter genes
para adaptação local, de maneira que a colheita de sementes nestes locais
permitirá amostrar esta diversidade criada regionalmente.
Cardoso et al. (2005) estudando o nível e a distribuição da variação
genética entre e dentro de populações de pau-brasil, utilizando marcadores
RAPD, encontrou alta divergência entre as populações, sugerindo, para fins
de conservação genética da espécie, que não haja mistura de plantas com
diferentes procedências.

Deriva gênica
A expressão “à deriva” quer dizer sem governo, ao sabor dos
acontecimentos. O termo deriva gênica ou genética é o nome dado à flutuação
puramente randômica (ao acaso) nas freqüências alélicas de uma população
ao longo do tempo, devido a um efeito de amostragem. Esta mudança
observada na freqüência gênica de uma geração para outra tende a ocorre em
populações pequenas e isoladas, e não é causada por seleção natural, mutação
ou imigração, mas sim por problemas amostrais (Houaiss et al., 2001). Quem
primeiro observou este fenômeno foi Sewall Wright (1889-1988), um dos
pais da genética de populações e da síntese evolucionária moderna, que
verificou que, quando o tamanho efetivo da população é pequeno, podem ser
observadas variações importantes nas freqüências alélicas de uma geração
para outra por causa da deriva genética. Este fenômeno tende a produzir uma
perda da variabilidade genética dentro das populações afetadas e um aumento

79
da variabilidade entre populações.
Uma das principais conseqüências da redução drástica do número de
indivíduos de uma população é a perda de alelos, especialmente aqueles
raros, reduzindo a variabilidade genética populacional (Barret & Kohn,
1991). Na deriva gênica, os desvios das freqüências gênicas são muito
grandes, de tal forma que a simples ação do acaso, a freqüência de um gene
poderá atingir 0% (eliminação), enquanto seu alelo atinge a de 100%
(fixação), sejam eles neutros, desfavoráveis ou favoráveis. Exemplo deste
efeito é apresentado na figura abaixo em simulação da ação da deriva
amostral feita com populações de 20 e de 200 indivíduos, após 20 gerações
consecutivas.

N=20 N=200
1.0
Frequência gênica

0.5

0 10 20 0 10 20
Gerações

Figura 5: Simulações em computador das alterações da freqüência gênica sob ação


somente da deriva amostral. Cinco populações foram mantidas por 20 gerações, com
populações de tamanho (N) de 20 e 200 indivíduos. (Segundo Cook, 1976,
modificado de Kimura, 1955).
A solução simples para manter a população de uma espécie é garantir
a esta um tamanho mínimo que permita sua auto-sustentabilidade em face de
variações ambientais, ou seja, uma população mínima viável. Este tamanho
populacional deve ser grande o bastante de maneira que esta permaneça fora
do perigo das extinções estocásticas que acontecem através de eventos
aleatórios (Ricklefs, 1996).
Frankel & Soulé (1981) colocam que o tamanho de uma população
mínima viável seria de 500 indivíduos, desde que esta população tenha
cruzamento ao acaso, número igual de machos e fêmeas, não flutuação da
população, não sobreposição de gerações e uma distribuição ao acaso de
progênies entre famílias, condições estas muito difíceis de obter em

80
condições naturais, fazendo com que esse número deva ser multiplicado por 2
ou 3. Kemp et al (1976) sugere que o número mínimo de indivíduos para uma
população em conservação varia de 200 até 10.000 indivíduos para espécies
arbóreas. Para conservação da diversidade genética em longo prazo, o
tamanho das populações varia de 500 a 2.500 indivíduos (Brown & Moran,
1981; Namkoong & Kang, 1990). Soulé (1987) afirma que embora existam
alguns componentes que tendenciem a definição do tamanho mínimo
populacional, não há nenhuma regra que possa ser aplicado a todas as
situações, sendo cada caso um caso.

Endogamia
Endogamia é a homozigose para alelos idênticos por descendência e o
coeficiente de endogamia é a probabilidade de que dois genes em um loco
qualquer num indivíduo sejam idênticos por descendência (Lynch & Walsh,
1998). A endogamia em plantas pode ser causada por auto-fecundações e por
cruzamentos endogâmicos. O efeito da endogamia é o aumento da
homozigose, a qual resulta em menos variação genética dentro do grupo e
mais variação entre grupos. Uma das conseqüências do alto grau de
homozigose é a depressão endogâmica que se manifesta no fenótipo
produzindo defeitos de vários tipos como redução do vigor e da fertilidade
(Weber et. al., 1997). De acordo com Hamrick & Loveless (1986), a
endogamia acarreta uma diminuição dos níveis de variação genética
resultando numa baixa taxa de cruzamento e potencial risco de extinção. O
grau de endogamia está relacionado ao tamanho da população.

Considerações finais
Face ao intenso processo de fragmentação que as florestas nativas
encontram-se e vem sofrendo, e seus efeitos na estrutura genética de cada
espécie, principalmente quanto ao tamanho mínimo populacional, a seleção
de matrizes e de populações deve considerar as características do ambiente
onde estão inseridas. Neste sentido, a definição de parâmetros técnicos
básicos que orientem a colheita de acordo com o tamanho do fragmento,
distância mínima entre fragmentos pequenos, existência de corredores de
fluxo gênico ou outros fatores que possam interferir na estrutura genética das
espécies serão necessários para proceder uma correta amostragem das
populações estudadas.
A importância da variabililidade genética está relacionada à garantia
do vigor e da resistência das populações futuras. Nestes casos, se o lote de
sementes for originado de uma ou poucas árvores e reflorestamentos forem

81
realizados com tais sementes, quando estas plantas entrarem em fase
reprodutiva ocorrerá o cruzamento entre irmãos e a regeneração natural
tenderá a apresentar baixo vigor e resistência, comprometendo a
sustentabilidade destes plantios.
Dentre as conseqüências da fragmentação florestal sobre as
populações vegetais pode-se citar: a extinção local de algumas espécies e a
redução da produção pelo aumento do parentesco e a perda da diversidade
genética dentro das populações remanescentes. A redução do tamanho
populacional é causada principalmente pela deriva genética e pela
endogamia, sendo que a primeira provoca a perda da variação genética e a
segunda é responsável pela perda da heterozigosidade, ou seja, a
variabilidade genética (Ellstrand & Ellan, 1993).
As respostas das espécies à fragmentação dependem da auto-ecologia
e do habitat particular de cada espécie, sendo que o equilíbrio de uma
população pode ser afetado diretamente por mudanças ambientais com
conseqüentes efeitos negativos nas interações intra e interespecíficas das
populações além de efeitos na dinâmica do fragmento.
Os fragmentos pequenos, com menos de 10 hectares, são os que
apresentam maior risco de extinção de espécies, sendo este mecanismo
denominado de extinção estocástica de pequenas populações (Ricklefs,
1996). Entretanto, são justamente estes pequenos fragmentos os últimos
depositários da biodiversidade nativa de boa parte de nossas florestas,
segundo Viana & Tabanez (1996).
O tamanho mínimo de fragmento para realização da colheita de
semente dependerá da espécie alvo da colheita. Caso seja uma espécie de
baixa densidade, com um ou menos indivíduos por hectare, deve-se colher de
fragmentos com no mínimo 200 hectares, considerando um tamanho mínimo
populacional de 200 indivíduos. Uma espécie pioneira que apresente uma
densidade de 50 indivíduos por hectare poderia, a priori, ser colhida em um
fragmento de quatro hectares, considerando um tamanho mínimo
populacional de 200 indivíduos.
Dentre os fatores que afetam a estrutura genética das espécies, cujos
preceitos são passíveis de aplicação na definição de estratégias de colheita,
pode-se citar: o tamanho efetivo de população, o tipo de reprodução e a
distribuição geográfica.
Os resultados de estudos de eletroforese de isoenzimas e RAPDs tem
indicado que as árvores exibem tipicamente altos níveis de diversidade
genética com altos níveis de heterozigosidade e proporção de locos

82
polimórficos em comparação com as plantas não lenhosas e que há muito
mais variação dentro de populações que entre populações (Hamrick,
1992).
Os métodos de colheita que visem à representatividade da
variabilidade genética têm como premissa básica a amostragem de
populações naturais. Neste sentido, o conhecimento da distribuição
geográfica da espécie é o primeiro passo para a identificação das populações
in situ. Não há controle quanto à diversidade genética de populações
introduzidas, sendo estas, muitas vezes, originadas de um baixo número de
matrizes.
O conhecimento do tipo de reprodução da espécie-alvo da colheita é
necessário para o planejamento da estratégia de amostragem a ser adotada,
uma vez que, a princípio espécies alógamas e autógamas apresentam
estruturas de populações completamente diferentes (Hamrick, 1982). As
espécies alogâmicas mostram altos níveis de diversidade dentro das
populações e relativamente pouca variação entre populações (Kanowski &
Boshier, 1997). Em contraste, as espécies endogâmicas mostram menores
níveis de diversidade dentro das populações e maior entre populações,
contendo maior quantidade de homozigotos nos locos.
O tamanho efetivo de população, definido como o tamanho genético
de uma população reprodutiva, deve ser considerado na seleção de
populações naturais. Considerando o intenso processo de fragmentação da
Mata Atlântica, a aplicação deste preceito está intimamente relacionada à
seleção de tamanho mínimo de fragmento que comporte o tamanho mínimo
populacional. O conhecimento da densidade da espécie, neste sentido, será
necessário para seleção do tamanho mínimo de área que comporte o tamanho
mínimo populacional. Obviamente, muitos fatores influenciarão na
distribuição da variabilidade genética, mas é procedente o estabelecimento
de métodos que garantam um mínimo de confiabilidade.
Para composição de um lote de sementes de alta variabilidade
genética para fins de recuperação de áreas degradadas, a colheita de sementes
deve ser efetuada em árvores não aparentadas, em fragmentos florestais que
contenham populações grandes da espécie-alvo. No entanto, em função da
dificuldade de se determinar o grau de parentesco das árvores no campo,
adota-se uma distância mínima de 100 metros entre as árvores, conforme
recomendado por Barner (1973); Brune (1981); Shimizu et al. (1982). Além
disso, a colheita de semente deve ser feita em, no mínimo, 25 indivíduos não
aparentados, pois este número representaria um tamanho efetivo
populacional de 50 a 60, conforme recomendado por Resende (2002). Na

83
impossibilidade de se obter a quantidade de indivíduos recomendada em um
mesmo fragmento, a colheita pode ser realizada em outros fragmentos, desde
que estes se encontrem em condições ambientais semelhantes.
Cruzando estas informações com o tipo de reprodução da espécie,
incluindo os agentes polinizadores e dispersores, será possível o
estabelecimento de estratégias de amostragens que se aproximem mais da
realidade do que a adoção de métodos de colheita generalistas que não levem
em consideração as particularidades de cada táxon. Estas recomendações
deverão ser ajustadas à medida que novos conhecimentos sobre estrutura
genética das populações sejam disponíveis.

84
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98
ANEXO 1

Algumas espécies utilizadas para arborização


Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson (ipê-amarelo)
Tabebuia riodocensis A.H. Gentry (ipê-amarelo)
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.) Standl. (ipê-roxo)
Tabebuia roseoalba (Ridl.) Sandwith (ipê-rosa)
Caesalpinia peltophoroides Benth. (sibipiruna)
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (baba-de-boi)
Erythrina speciosa Andrews (suinã)
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. (quaresmeira)
Bauhinia variegata L. (pata-de-vaca)
Lafoensia glyptocarpa Koehne (mirindiba)
Senna multijuga (Rich.) H.S. Irwin & Barneby (aleluia)
Cassia grandis L. f. (Cássia-rosa)
Cedrela fissilis Vell. (cedro)
Pterygota brasiliensis Allemão (pau-rei)
Jacaranda cuspidifolia Mart. (caroba)
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch (oiti)
Chorisia speciosa A. St.-Hil. (paineira)
Caesalpinia ferrea Mart. (pau-ferro)
Triplaris brasiliana Cham. (pau-formiga)
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. (peroba-rosa)
Caesalpinia peltophoroides Benth. (sibipiruna)

Algumas espécies utilizadas para produção madeireira


Cedrela fissilis Vell. (cedro-rosa)
Bagassa guianensis Aubl. (tatajuba)
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze (jequitibá)
Hymenaea courbaril L. (jatobá)
Araucaria angustifolia (Bertol.) Kuntze (pinheiro-do-paraná)
Licania tomentosa (Benth.) Fritsch (oiti)
Calophyllum brasiliense Cambess. (guanandi)
Melanoxylon brauna Schott (braúna)
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. (canafístula)
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. (jacarandá-da-bahia)
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb. ex Steud. (louro-da-serra)
Caesalpinia echinata Lam. (Pau-brasil)
Peltogyne angustiflora Ducke (roxinho)
Plathymenia foliolosa Benth. (vinhático)

99
Algumas espécies utilizadas para recuperação de áreas degradadas
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan (angico-branco)
Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira)
Joannesia princeps Vell. (boleira)
Gochnatia polymorpha (Less.) Cabrera (cambará)
Trema micrantha (L.) Blume (crindiúva)
Peltophorum dubium (Spreng.) Taub. (canafístula)
Genipa americana L. (genipapo)
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu)
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão ex Benth. (jacarandá-da-bahia)
Hymenaea courbaril L. (jatobá)
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze (jequitibá)
Euterpe edulis Mart. (juçara)
Enterolobium contortisiliquum (Vell.) Morong (orelha-de-negro)
Gallesia integrifolia (Spreng.) Harms (pau-d´alho)
Piptadenia gonoacantha (Mart.) J.F. Macbr. (pau-jacaré)
Tapirira guianensis Aubl. (pau-pombo)

Algumas espécies utilizadas para artesanato com sementes


Hymenaea courbaril L. (jatobá)
Ormosia arborea (Vell.) Harms (olho-de-cabra)
Sapindus saponaria L. (saboneteira)
Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu)
Ormosia friburgensis Taub. ex Harms (angelim - tento)
Abarema sp. (olho-de-cabra)
Parkia multijuga Benth. (tamã)
Caesalpinia ferrea Mart. (pau-ferro)
Erythrina sp. (mulungu)

Algumas espécies utilizadas para agrofloresta


Schizolobium parahyba (Vell.) S.F. Blake (guapuruvu)
Euterpe edulis Mart. (juçara)
Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira)
Pouteria sp.(abiu)
Genipa americana L. (jenipapo)
Cordia alliodora (Ruiz & Pav.) Oken (louro-branco)
Cedrela fissilis Vell. (cedro)
Maytenus obtusifolia Mart. (Espinheira-santa)
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman (baba-de-boi)

100
Algumas espécies frutíferas silvestres utilizadas para alimentação
do homem e para animais
Bixa orellana L. (urucum)
Schinus terebinthifolius Raddi (aroeira)
Hymenaea courbaril L. (jatobá)
Euterpe edulis Mart. (juçara)
Eugenia sp. (diversas)
Lecythis pisonis Cambess. (sapucaia)
Dipteryx alata Vogel (baru)
Calophyllum brasiliense Cambess. (guanandi)
Campomanesia phaea (O. Berg) Landrum (cambuci)
Spondias purpurea L. (cajá)
Anacardium occidentale L. (caju)
Genipa americana L. (genipapo)
Inga sp. (ingá)
Myrciaria trunciflora O. Berg (jaboticabeira)

101
CAPÍTULO 4
ESTADO DA ARTE DA PESQUISA EM TECNOLOGIA DE
SEMENTES DE ESPÉCIES FLORESTAIS DA MATA
ATLÂNTICA

Fátima C. M. Piña-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira
Maria Célia Peixoto

Histórico da tecnologia de sementes florestais no Brasil


A pesquisa em tecnologia de sementes no Brasil representou 5,9% dos
trabalhos com espécies florestais publicados até 1970, sendo que 65% deles
1
se concentraram nas décadas de 60 e 70 . Em 1972 houve um primeiro
esforço de coordenação da pesquisa em sementes, com o Plano Nacional de
Sementes - PLANASEM e com o acordo internacional para sua implantação
(AGIPLAN), que equipou e adequou as instalações de várias instituições
nacionais de ensino e pesquisa (Bianchetti, 1990).
A publicação brasileira mais antiga que se tem notícias sobre sementes
florestais foi produzida em 1945 pelo Prof. Luiz Carvalho de Araújo.
Posteriormente, destacaram-se as pesquisas e publicações efetuadas pela
equipe conduzida pela Dra. Yone Páztor, do Instituto Florestal de São Paulo.
Mas foi na década de 70 que houve um grande avanço no que se refere
às pesquisas em produção e tecnologia de sementes. Isso foi um reflexo direto
da política de incentivos fiscais ao reflorestamento e da legislação que
obrigava o uso de sementes de áreas produtoras certificadas. Nesse período
de cerca de 15 anos, as pesquisas se concentravam nas espécies dos gêneros
Eucalyptus e Pinus. Grupos isolados de pesquisadores das regiões Norte, Sul
e Sudeste atuavam em pesquisas básicas, praticamente sem apoio de
instituições financiadoras (Piña-Rodrigues & Cottini, 1988).
A ampliação das pesquisas envolvendo espécies florestais nativas foi
observada somente após a segunda metade da década de 80, com alterações
na conjuntura política e econômica do país, associadas às pressões nacionais
e internacionais, face ao desmatamento em curso na Região Amazônica
(Silva, 2001). Estas pesquisas priorizavam não apenas o desenvolvimento de

1 Dados do Comitê Técnico de Sementes Florestais (CTSF) da Associação Brasileira de


Tecnologia de Sementes (ABRATES)

102
metodologias visando a reposição e plantio, como também a geração de
subsídios à conservação de recursos genéticos. Em função destas
modificações, fortaleceu-se e ampliou-se o número de instituições e
pesquisadores envolvidos na área de tecnologia de sementes florestais (Piña-
Rodrigues & Cottini, 1988).
Em 1984, foi criado o Comitê Técnico de Sementes Florestais (CTSF)
da Associação Brasileira de Tecnologia de Sementes (ABRATES). Entre suas
funções estava o fomento à pesquisa e a difusão de conhecimentos. Vários
trabalhos, workshops e congressos foram realizados visando ampliar e
melhorar a qualidade de sementes florestais.
As décadas de 80-90 foram marcadas por um aumento das pesquisas
básicas sobre sementes florestais e um fortalecimento das agências de
financiamento. Foi também neste período que se observou a ampliação da
publicação de livros textos, manuais e artigos científicos sobre o tema
específico de sementes florestais. Seguiu-se nessa etapa um incremento nas
pesquisas com espécies nativas o que levou o CTSF a propor prioridades de
pesquisa a partir de 1986. Após a realização de levantamentos junto aos seus
membros, a CTSF constatou uma concentração de pesquisas em poucas
espécies, dentre elas o palmito jussara (Euterpe edulis). Por recomendação do
CTSF foram criados grupos de trabalho que atuaram na organização e
compilação das pesquisas efetuadas, e na proposição de prioridades de
pesquisa. Como resultado, foram publicadas várias coletâneas de
informações que se constituem até hoje em textos de referência por
apresentarem dados de pesquisas muitas vezes ainda não publicados nos
sistemas formais (Figliolia & Piña-Rodrigues, 1995; Silva et al., 1995;
Aguiar et al., 1993; Piña-Rodrigues & Vieira, 1988).
No presente trabalho o objetivo principal foi a realização de um
levantamento da pesquisa em sementes florestais, com ênfase no domínio da
Mata Atlântica, visando: (a) analisar e diagnosticar a situação atual da
pesquisa; (b) identificar e avaliar os fatores limitantes das técnicas para o
manejo das sementes florestais e (c) propor linhas de pesquisa e prioridades.

Metodologia
A análise do estado da arte em tecnologia de sementes foi efetuada em
conjunto com as pesquisas realizadas para o Capítulo 1 sobre “Estado da arte
da produção de sementes florestais”. Para complementar as informações,
procedeu-se a levantamentos bibliográficos, no período de 1990 a 2003,
enfatizando anais dos Congressos Brasileiros de Sementes e Seminários Pan-
americanos de Sementes. Para a coleta de informações não publicadas foram
feitas consultas aos arquivos e correspondências do Comitê Técnico de
Sementes Florestais (CTSF) da Associação Brasileira de Sementes

103
(ABRATES). No Anexo 1 é apresentada a lista das bibliografias pesquisadas.
Quinze pesquisadores membros do CTSF considerados como
informantes-chave foram entrevistados e consultados buscando resgatar
dados inéditos e opiniões. Buscas em anais de eventos foram também
realizadas para analisar as pesquisas em desenvolvimento nas instituições. As
informações obtidas foram consolidadas em bancos de dados, analisadas e
sistematizadas em gráficos, quadros e tabelas por tópicos e temas de
pesquisa. As análises consideraram o tema abordado nas pesquisas, as
instituições dos pesquisadores e as espécies.

Resultados sobre Produção de Sementes


As espécies mais colhidas pelas instituições pesquisadas, com base nas
informações levantadas, não são necessariamente as mais pesquisadas.
Existe uma defasagem de pesquisa em relação às espécies mais produzidas.
Entre as instituições que atuam na região da Mata Atlântica, observa-se um
grande número de espécies exóticas, especialmente entre as mais produzidas
(Tabela 1). Este é o caso das espécies do gênero Acacia que juntas
representam 1,8% do total de espécies produzidas (n= 364).
Entre as 20 espécies mais produzidas e pesquisadas estão Cedrela
fissilis, Cabralea canjerana, Hymenaea courbaril, Peltophorum dubium e
Tabebuia impetiginosa. Observa-se que, apesar do equilíbrio entre o número
de espécies pesquisadas e produzidas (Figura 1), apenas 7,6% das espécies
produzidas são alvo de pesquisas científicas. No entanto, cabe ressaltar que,
em relação às mais produzidas, 73% delas também são alvo de pesquisa.
O resultado obtido pode indicar menores problemas em relação às
que são mais produzidas. De maneira geral, entre elas predominam espécies
pioneiras que, segundo Kageyama & Viana (1991), tendem a não apresentar
problemas de produção, obtendo-se um volume alto de sementes pequenas
por planta, mas que podem apresentar problemas de dormência.

104
Tabela 1: Relação das espécies mais produzidas e espécies mais pesquisadas nas instituições. Período 1999-2003.

Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas


% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Bauhinia sp. 100,0 Inga uruguensis Hook. & Arn. 11 2,1
Cedrela fissilis Vell. 83,3 X X Cedrela fissilis Vell. 9 1,7
Cupania vernalis Cambess. 83,3 X X Copaifera langsdorffii Desf. 9 1,7
Enterolobium contortisiliquum Virola surinamensis (Rol. ex
83,3 X X 8 1,5
(Vell.) Morong Rottb.) Warb.
Dalbergia nigra (Vell.) Allemão
Lecythis pisonis Cambess. 83,3 X X 7 1,3
ex Benth.
Aspidosperma polyneuron Müll. Senna macranthera (DC. ex
66,7 X X 6 1,1
Arg. Collad.) H.S. Irwin & Barneby
Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 66,7 X X Acacia senegal (L.) Willd. 5 0,9
Cariniana estrellensis (Raddi)
66,7 Cabralea canjerana (Vell.) Mart. 5 0,9
Kuntze
Eucalyptus grandis W. Hill ex
Cassia grandis L. f. 66,7 X X 5 0,9
Maiden
Chorisia speciosa A. St.-Hil. 66,7 X X Euterpe edulis Mart. 5 0,9
Delonix regia (Bojer ex Hook.)
66,7 X X Hymenaea courbaril L. 5 0,9
Raf.
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Kielmeyera coriacea Mart. &
Hymenaea courbaril L. 66,7 X X 5 0,9
Zucc.
Miconia cinnamomifolia (DC.)
66,7 X X Acacia polyphylla DC. 4 0,8
Naudin
Peltophorum dubium (Spreng.) Astronium urundeuva (Allemão)
66,7 X X 4 0,8
Taub. Engl.
Piptadenia gonoacantha (Mart.)
66,7 X X Bactris gasipaes Kunth 4 0,8
J.F. Macbr.
Schinus terebinthifolius Raddi 66,7 X X Eucalyptus citriodora Hook. 4 0,8
Schizolobium parahyba (Vell.)
66,7 X X Eugenia stipitata McVaugh 4 0,8
S.F. Blake
Sterculia chicha A. St.-Hil. ex
66,7 Mimosa caesalpiniifolia Benth. 4 0,8
Turpin
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex Peltophorum dubium (Spreng.)
66,7 X X 4 0,8
DC.) Standl. Taub.
Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Tabebuia impetiginosa (Mart. ex
66,7 X X 4 0,8
Nicholson DC.) Standl.
Tapirira guianensis Aubl. 66,7 X X Trema micrantha (L.) Blume 4 0,8
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Acacia polyphylla DC. 50,0 X X Adenanthera pavonina L. 3 0,6
Amburana cearensis (Allemão) Araucária angustifolia (Bertol.)
50,0 X X 3 0,6
A.C. Sm. Kuntze
Anadenanthera colubrina (Vell.)
50,0 X X Bertholletia excelsa Bonpl. 3 0,6
Brenan
Anadenanthera falcata (Benth.)
50,0 Bowdichia virgilioides Kunth 3 0,6
Speg.
Adenanthera pavonina L. 50,0 Caesalpinia ferrea Mart. 3 0,6
Balfourodendron riedelianum
50,0 Carapa procera DC. 3 0,6
(Engl.) Engl.
Caesalpinia peltophoroides
50,0 Cassia grandis L. f. 3 0,6
Benth.
Calophyllum brasiliense
50,0 X X Copaifera langsdorffii Desf. 3 0,6
Cambess.
Cariniana legalis (Mart.) Kuntze 50,0 Guarea guidonia (L.) Sleumer 3 0,6
Casearia lasiophylla Eichler 50,0 Guazuma ulmifolia Lam. 3 0,6
Centrolobium tomentosum Hevea brasiliensis (Willd. ex A.
50,0 X X 3 0,6
Guillemin ex Benth. Juss.) Müll. Arg.
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Clitoria fairchildiana R.A.
50,0 Jacaratia spinosa (Aubl.) A. DC. 3 0,6
Howard
Copaifera langsdorffii Desf. 50,0 X X Joannesia princeps Vell. 3 0,6
Mimosa bimucronata (DC.)
Croton floribundus Spreng. 50,0 X X 3 0,6
Kuntze
Ochroma pyramidale (Cav. ex
Croton urucurana Baill. 50,0 X X 3 0,6
Lam.) Urb.
Cryptocarya aschersoniana Mez 50,0 X X Ocotea catharinensis Mez 3 0,6
Citharexylum myrianthum Cham. 50,0 X X Parkia multijuga Benth. 3 0,6
Erythrina crista-galli L. 50,0 Psidium guajava L. 3 0,6
Erythrina falcata Benth. 50,0 X X Pterogyne nitens Tul. 3 0,6
Esenbeckia leiocarpa Engl. 50,0 X X Sapindus saponaria L. 3 0,6
Eugenia pyriformis Cambess. 50,0 Tapirira guianensis Aubl. 3 0,6
Acacia longifolia (Andrews)
Eugenia uniflora L. 50,0 2 0,4
Willd.
Gallesia integrifolia (Spreng.)
50,0 Acacia mangium Willd. 2 0,4
Harms
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Alchornea triplinervia (Spreng.)
Genipa americana L. 50,0 X X 2 0,4
Müll. Arg.
Amburana cearensis (Allemão)
Guarea guidonia (L.) Sleumer 50,0 X X 2 0,4
A.C. Sm.
Anadenanthera macrocarpa
Hovenia dulcis Thunb. 50,0 X X 2 0,4
(Benth.) Brenan
Aspidosperma polyneuron Müll.
Inga uruguensis Hook. & Arn. 50,0 X X 2 0,4
Arg.
Astronium fraxinifolium Schott ex
Jacaranda mimosifolia D. Don 50,0 2 0,4
Spreng.
Lafoensia pacari A. St.-Hil. 50,0 X X Bauhinia variegata L. 2 0,4
Calophyllum brasiliense
Lithraea molleoides (Vell.) Engl. 50,0 2 0,4
Cambess.
Luehea divaricata Mart. 50,0 X X Cariniana micrantha Ducke 2 0,4
Machaerium villosum Vogel 50,0 Ceiba pentandra (L.) Gaertn. 2 0,4
Maclura tinctoria (L.) D. Don ex Centrolobium tomentosum
50,0 X X 2 0,4
Steud. Guillemin ex Benth.
Mimosa scabrella Benth. 50,0 X X Clarisia racemosa Ruiz & Pav. 2 0,4
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Ocotea odorifera (Vellozo)
50,0 X X Colubrina glandulosa Perkins 2 0,4
Rohwer
Ormosia arborea (Vell.) Harms 50,0 X X Copaifera langsdorffii Desf. 2 0,4
Parapiptadenia rigida (Benth.)
50,0 X X Copaifera multijuga Hayne 2 0,4
Brenan
Persea pyrifolia (D. Don) Spreng. 50,0 X X Copaifera officinalis (Jacq.) L. 2 0,4
Cordia trichotoma (Vell.) Arráb.
Psidium sp 50,0 X X 2 0,4
ex Steud.
Sapindus saponaria L. 50,0 X X Cryptocarya aschersoniana Mez 2 0,4
Senna macranthera (DC. ex
50,0 X X Dipteryx odorata (Aubl.) Willd. 2 0,4
Collad.) H.S. Irwin & Barneby
Senna multijuga (Rich.) H.S. Endlicheria paniculata (Spreng.)
50,0 X X 2 0,4
Irwin & Barneby J.F. Macbr.
Stryphnodendron adstringens Enterolobium contortisiliquum
50,0 X X 2 0,4
(Mart.) Coville (Vell.) Morong
Tabebuia avellanedae Lorentz ex
50,0 X X Erythrina verna Vell. 2 0,4
Griseb.
Tabebuia chrysotricha (Mart. ex
50,0 X X Erythrina falcata Benth. 2 0,4
A. DC.) Standl.
Espécies mais produzidas Espécies mais pesquisadas
% de No de % de
Nome científico Produção Pesquisa Nome científico
instituições trabalhos trabalhos
Tabebuia roseoalba (Ridl.)
50,0 Esenbeckia leiocarpa Engl. 2 0,4
Sandwith
Tibouchina granulosa (Desr.)
50,0 X X Esenbeckia leiocarpa Engl. 2 0,4
Cogn.
Tipuana tipu (Benth.) Kuntze 50,0 X X Eugenia dysenterica DC. 2 0,4
Produção de Sementes

331 (44%)
53 (7%)

364 (49%)
PRODUZIDAS
PESQUISADAS
PROD E PESQ

Figura 1: Número de espécies produzidas, número de espécies pesquisadas e número


de espécies que são ao mesmo tempo produzidas e pesquisadas de acordo com
levantamento de dados de produção realizado em levantamento bibliográfico (1990-
2003), questionários e entrevistas aplicados no período de 2000-2001.

Seleção de espécies
A seleção das espécies mais produzidas pelas instituições indicou a
colheita de sementes com uso predominante para a recuperação de áreas
degradadas e plantios homogêneos (38%), com este mesmo fim (Figura 2).
Do total de espécies empregadas na recuperação ambiental, 4% são
exclusivamente espécies utilizadas na revegetação de áreas de mata ciliar.
Cerca de 33% das espécies produzidas pelas instituições são de espécies para
ornamentação e 29% para arborização.
Esse panorama é bastante distinto do que havia nos anos 70-80, quando
predominava a produção de sementes de espécies exóticas utilizadas em
reflorestamentos comerciais. Dados de Piña-Rodrigues & Cottini (1988)
mostram que, apesar da produção intensiva de espécies do gênero Eucalyptus
e Pinus, 80% das pesquisas desenvolvidas de 1973-1987 concentravam-se
em espécies nativas, mas a produção restringia-se a 1,9% delas.
De acordo com o levantamento realizado, as espécies mais utilizadas
para arborização urbana e ornamentação foram: Acacia polyphylla, Bauhinia
sp, Cassia grandis e Tabebuia sp. Dentre as mais utilizadas para
reflorestamento e recuperação de áreas degradadas pode-se citar Cedrela
fissilis, Cupania vernalis, Enterolobium contortisiliqqum e Aspidosperma
polyneurum.

112
45,0
38
40,0
35,0 33
29
30,0
25,0
20,0
15,0
10,0
4
5,0
0,0

Ornamentação

Mata Ciliar
Reflorestamento
e Recuperação

Arborização
Figura 2: Percentagem de espécies para diferentes usos de acordo com a produção,
dados de levantamento bibliográfico (1990-2003), questionários e entrevistas apliados
no período de (2000-2001).

O panorama apresentado revela que, apesar de existir uma produção de


sementes para a recuperação de áreas degradadas, a arborização urbana é a
responsável pelo maior número de espécies. Isto pode significar maior
demanda por estas espécies, levando as instituições a ampliarem o número de
espécies utilizadas para este fim (228 espécies).

Seleção de matrizes
Quando se pretende estabelecer um programa de produção de
sementes, o objetivo é obter amostras da população-base (áreas naturais),
porém o material selecionado é menos variável que a população original.
Certas combinações genéticas podem se perder ou serem deliberadamente
excluídas na busca de características desejáveis. Esse processo continua nas
gerações subseqüentes e causa a redução da variabilidade genética (Keiding
1991).
A seleção de matrizes é de importância fundamental para a
planificação de um programa de produção, seja para fins de melhoramento
genético ou mesmo para a conservação de recursos genéticos. A amostragem
deve responder à seguinte questão básica: como combinar a conservação da
variabilidade genética com a produção de sementes de boa qualidade?
Dentre as instituições ou empresas pesquisadas, a única que possuía as
matrizes marcadas e referenciadas foi a CEMIG, que utiliza um mapa simples
para sua localização. Suas matrizes são selecionadas de acordo com o destino
das sementes, o vigor, o estado fitossanitário da matriz, o número de

113
indivíduos da espécie, a qualidade e a quantidade de frutos e as espécies
nativas da região.
Existem instituições em que a marcação de matrizes não foi citada
como realizada até 2001, por ocasião dos levantamentos e entrevistas. Este
era o caso da Universidade Federal de Lavras-UFLA, Escola Superior de
Agricultura Luís de Queiróz-ESALQ e do Instituto Florestal de São Paulo-
IFSP, mas que passaram a adotar esta prática posteriormente. A Rede de
Sementes Rio-São Paulo e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro,
em conjunto com o IDACO e a Rede Mata Atlântica de Sementes Florestais
RJ-ES-BA efetuaram em 2001, a marcação de 169 matrizes de 46 espécies e
20 famílias em área de floresta natural no município de Paraty (RJ).
A ESALQ desenvolveu através de projetos apoiados pela Fundação de
Amparo à Pesqusa do Estado de São Paulo- FAPESP, a seleção de matrizes e
seu georeferenciamento para a colheita de sementes. A meta do projeto foi
marcar em dois anos um total de 15.000 matrizes em várias zonas eco-
geográficas do Estado. Em menor escala a Prefeitura da Cidade do Rio de
Janeiro (PCRJ) em convênio com a Universidade Federal Rural do Rio de
Janeiro realizou a marcação de matrizes de 37 espécies florestais, com 360
matrizes georeferenciadas e plotadas em mapas digitalizados escalas
1:50.000 e 1:2000. Para cada matriz foi atrelado um banco de dados contendo
informações desde sua localização (detalhes de endereço) até a foto da planta.
O banco de dados inclui 22 campos de registro (aspectos da biologia
reprodutiva até qualidade da madeira). As avaliações das matrizes foram
efetuadas através de Ficha de Avaliação de Matrizes contendo dados sobre
altura (m), CAP (circunferência a altura do peito cm), presença e altura de
ramificação e bifurcação, intensidade da frutificação e eventualmente, de
floração, presença de doenças, síndrome de dispersão e distribuição. Maiores
informações sobre esta metodologia podem ser consultadas em Freire et al
(2003).
O número médio de árvores matrizes por espécie marcadas pelas
instituições foi bastante variável, no entanto, a maioria das instituições usa
uma média de cinco a oito árvores, procurando-se adotar critérios na seleção
dos indivíduos e na quantidade de matrizes a serem cadastradas. Várias
instituições entrevistadas utilizam como critério para seleção de matrizes as
práticas recomendadas por Piña-Rodrigues (2002).

Maturação e colheita de sementes florestais


A pesquisa em maturação de sementes está ligada ao reconhecimento
dos padrões de produção de sementes e os índices de maturação que podem
ser empregados para sua avaliação. Várias espécies foram estudadas com a
finalidade de desenvolver índices de maturação.

114
A obtenção de sementes de boa qualidade depende da retirada das
sementes na época adequada, evitando assim a deterioração acelerada que
ocorre durante sua permanência no campo, sujeita a predação e oscilações de
temperatura e umidade (Aguiar et al., 1993). Embora esse seja um fator
relevante na qualidade das sementes, as determinações de índices de
maturação são efetuadas ainda com base em conhecimentos empíricos, como
alteração de coloração, abertura dos frutos entre outros. Poucas são as
pesquisas com a finalidade de desenvolver índices baseados na obtenção de
sementes em suas máxima capacidade germinativa e vigor.
Na análise desses dados foram computados 1015 registros de pesquisa
(temas pesquisados). Os temas maturação, patologia, fenologia e colheita
foram os que apresentaram o menor percentual de pesquisas ou referências (<
1,3%). Foram registrados apenas dois trabalhos de pesquisa sobre sementes
florestais enfocando o processo de colheita, e a espécie estudada foi Cedrela
fissilis Vell.
Apenas 1,3 % das pesquisas realizadas com sementes florestais
enfocaram o processo de maturação. As espécies estudadas foram as
seguintes: Bactris gasipaes, Clarisia racemosa, Cedrela fissilis, Copaifera
langsdorffii, Inga uruguensis, Pterygota brasiliensis, Tabebuia avellanedae
e Trema micrantha.
Em relação ao método de colheita, na maioria das instituições
pesquisadas e entrevistadas, as colheitas são realizadas diretamente no chão
ou com o emprego de lonas (50%). Os equipamentos mais utilizados foram o
podão e escadas. O uso de alpinismo foi observado em 43% das instituições, a
espora em 29% e as escadas em 43% delas. A colheita do fruto tem sido feita
na árvore e no chão com auxílio de alguns equipamentos como: lona, alicate
de poda, podão, escada, espora e sacos de aniagem. Algumas instituições
possuem veículo de colheita. Geralmente a colheita tem sido realizada
cortando-se os galhos com frutos, com auxílio do podão e com a lona
estendida sob árvore. Em áreas urbanas, a escada foi o equipamento mais
utilizado.
As equipes de colheitas foram treinadas por especialistas através de
cursos, a exemplo da CEMIG, que tem sua equipe treinada pelo curso
promovido na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e UFLA. Do
total, 57% das instituições apresentaram pessoal treinado e equipamentos
adequados para a colheita.
Todas as instituições visitadas (n= 15) e entrevistadas (n= 22)
mostraram-se bem estruturadas para a colheita, mantendo sistema de
registros de dados, equipamentos cronogramas de colheita, no entanto, a falta
de pessoal foi um dos fatores mais citados como impeditivos.

115
Manejo e processamento de sementes
Esse tema tem como principal objetivo a aplicação de metodologias
adequadas que visem melhorias no padrão da qualidade fisiológica das
sementes. Esta qualidade depende de estudos tecnológicos desde a formação
até a maturação fisiológica da semente, incluindo todas as etapas pós-colheita
que incluem a extração, beneficiamento, secagem e armazenamento.
Na maturação as sementes apresentam elevado grau de umidade, em
especial as espécies como frutos carnosos (15-20%) e as recalcitrantes
(>20%). Um dos mais importantes aspectos para preservar a qualidade das
sementes é a secagem. Segundo Eichelberger et al (2001) os dois mais
importantes fatores para preservar a qualidade das sementes após a colheita
são as características da própria espécie (longevidade natural) e o grau de
umidade no momento da colheita. O retardamento da secagem pode resultar
em perda da viabilidade. O elevado grau de umidade permite que as sementes
mantenham a respiração e a atividade microbiana acelerada. A temperatura
tende a aumentar na massa de sementes e causa danos aos tecidos vivos do
embrião (Lehninger, 1995).

Extração e secagem
Apesar da importância do tema para a produção de sementes, este é
um aspecto pouco abordado pelas pesquisas e que não vem sendo prioritário
nas instituições estudadas. Na maioria das instituições as sementes foram
processadas e beneficiadas na própria sede, com exceção do IFSP, que
também faz o beneficiamento nas áreas de produção e da Universidade
Federal de Viçosa-UFV que faz no viveiro. A extração em 90% das
instituições é efetuada manualmente (frutos indeiscentes) ou através da sua
exposição ao sol, manualmente. Apenas duas instituições utilizam secadores
artificiais para auxiliar no processamento.
O método de secagem mais utilizado foi o natural (ao sol e à sombra).
Somente a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro e a ESALQ utilizam
secadores artificiais e a UFLA emprega a câmara seca. O tempo de secagem
só é controlado pela CEMIG e UFV. Todas as instituições fazem testes de
germinação e umidade antes e depois da secagem, com exceção da UFLA que
só faz o teste de umidade
A maioria das instituições (>90%) utiliza a secagem natural e a cura
(secagem a meia-sombra). Conforme já foi citado, o retardamento nos
procedimentos para retirada de umidade de sementes pode ter como resultado
a redução da viabilidade das sementes. Em média, as pesquisas indicaram que
o processo de secagem natural demora 15 dias. Este tempo é elevado em
especial quando se consideram espécies de curta longevidade natural como é
o caso das do gênero Tabebuia. Segundo Kageyama & Márquez (1981) a

116
curta viabilidade das sementes de ipê está associada a sua pequena
quantidade de reservas e ao elevado teor de óleo na sua composição química
(Silva et al., 2001). De maneira geral as sementes ricas em óleo perdem a
viabilidade com maior facilidade do que as ricas em proteínas e amiláceos.
A pesquisa tem atuado na abordagem do tema secagem aplicado a
várias espécies recalcitrantes (Tabela 2). Entre elas destacam-se Virola
surinamensis, Euterpe edulis, Euterpe espiritosantensis, Inga uruguensis,
além de exóticas (Quercus robur). De acordo com o levantamento
bibliográfico, dos 1015 trabalhos revisados, apenas 22 (2,2%) se concentram
no tema secagem. Desses somente 7 destinam as sementes para uso na
restauração de mata ciliar, os outros se aplicam a espécies utilizadas na
recuperação de áreas degradadas e reflorestamento, arborização e
ornamentais.
A liofilização é um processo de secagem que vem sendo utilizada em
várias espécies arbóreas (Natale & Carvalho, 1983; Figliolia et al, 1988). Por
esse processo as sementes são desidratadas a baixo grau de umidade, sem
alteração de sua composição química e podem ser armazenadas em
ambientes naturais (sem controle de temperatura e umidade) por longos
períodos, sem deterioração. As espécies onde foram aplicados estes
tratamentos são Tabebuia sp (ipê roxo) e Tabebuia vellosoi e para a espécie
Cariniana estrellensis foi testado o armazenamento a vácuo com nitrogênio
líquido (Figliolia et al 2000).

Tabela 2: Relação de espécies mais pesquisadas no tema secagem de acordo com


levantamento de dados de produção realizado em levantamento bibliográfico (1990-
2001), questionários e entrevistas aplicados no período de 2000-2001.Legenda: n =
número de trabalhos.

Espécie estudada n Espécie estudada n


Couroupita guianensis Aubl. 2 Euterpe espiritosantensis Fernandes 1
Eucalyptus citriodora Hook. 2 Inga uruguensis Hook. & Arn. 1
Virola surinamensis (Rol. ex Rottb.) Warb. 2 Jacarandá acutifolia Bonpl. 1
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. 1 Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc. 1
Avicennia marina (Forssk.) Vierh. 1 Litchi chinensis Sonn. 1
Bactris gasipaes Kunth 1 Parkia multijuga Benth. 1
Clausena lansium (Lour.) Skeels 1 Quercus robur L. 1
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. 1 Schinus terebinthifolius Raddi 1
Esenbeckia leiocarpa Engl. 1 Tabebuia heterophylla (DC.) Britton 1
Euterpe edulis Mart. 1

117
Armazenamento de sementes
O armazenamento visa conservar a viabilidade das sementes por maior
tempo possível, mantendo suas funções metabólicas em baixo nível através
do ambiente macro (câmaras) e micro (embalagens). A eficiência do
armazenamento das sementes está diretamente relacionada com o teor de
água inicial das sementes (Zanon & Ramos, 1986).
Vários estudos conduzidos indicam que o tema armazenamento tem
sido bastante pesquisado na área de tecnologia de sementes florestais (Tabela
3). No total, 268 espécies foram pesquisadas considerando o tema
armazenamento. Com 364 trabalhos de pesquisa levantados, foi o tema de
maior importância no cenário da tecnologia de sementes florestais, em
termos de pesquisa (Figura 3).

Tabela 3: Relação de espécies mais pesquisadas sobre o tema armazenamento de


acordo com levantamento de dados de produção realizado (1990-2003),
questionários e entrevistas aplicados no período de 2000-2001. Legenda: N =
número total de trabalhos publicados levantados; n = número de trabalhos publicados
sobre armazenamento.

Nome científico N n Percentual


Inga uruguensis Hook. & Arn. 11 6 54,5
Astronium urundeuva Allemão 5 3 60,0
Cedrela fissilis Vell. 11 3 27,3
Copaifera langsdorffii Desf. 17 3 17,6
Cryptocarya aschersoniana Mez 6 3 50,0
Erytrhina verna Vell. 3 3 100,0
Kielmeyera coriacea Mart. & Zucc 6 3 50,0
Ocotea odorífera (Vellozo) Rohwer 4 3 75,0
Schinus terebinthifolius Raddi 5 3 60,0
Tabebuia heptaphylla (Vell.) Toledo 3 3 100,0
Tabebuia impetiginosa (Mart. ex DC.)
Standl. 5 3 60,0
Tabebuia serratifolia (Vahl) G. Nicholson 5 3 60,0
Acacia polyphylla DC. 5 2 40,0
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex
Record 6 2 33,3
Anadenanthera colubrina (Vell.) Brenan 2 2 100,0
Aspidosperma cylindrocarpon Müll. Arg. 2 2 100,0
Aspidosperma polyneuron Müll. Arg. 4 2 50,0
Bertholletia excelsa Bonpl. 3 2 66,7
Bowdichia virgiloides Kunth 4 2 50,0

118
TECNOLOGIA DE SEMENTES
400
350
300
250
200
150
100
50
0
armazenamento

dormência

beneficiamento

germinação

morfologia

Maturação
secagem

patologia

fenologia

colheita
vigor

Figura 3: Número de trabalhos realizados por temas em tecnologia de sementes


florestais de acordo com levantamento de dados de produção realizado em
levantamento bibliográfico (1990-2003), questionários e entrevistas aplicados no

A pesquisa em armazenamento também se destaca quando se observa


sua importância relativa a cada espécie. Observa-se que, para várias delas, o
tema representa 100% da pesquisa realizada, ou seja, todos os trabalhos
levantados versavam sobre este tema. No entanto, ao se analisar as 70
espécies mais produzidas, apenas 17% delas apresentam estudos sobre
armazenamento. Isto reflete a necessidade de se implementar a pesquisa de
armazenamento voltada para estas espécies, procurando concatenar os
objetivos da produção e o desenvolvimento de métodos adequados de
conservação.

Análise de sementes
A análise de sementes envolve o desenvolvimento de técnicas que
serão aplicadas na avaliação da qualidade das sementes. As práticas
recomendadas para as espécies são regulamentadas e padronizadas através
das Regras para Análise de Sementes, publicadas pelo Ministério da
Agricultura. No entanto, faltam padrões para as espécies florestais nativas.
Os principais testes utilizados na avaliação da qualidade das sementes são:
teste de germinação, teste de umidade, testes de pureza, peso de mil sementes
e teste de tetrazólio.

119
Análise de germinação
Apesar da falta de padrões para as sementes florestais nativas, a
pesquisa em análise de sementes tem se concentrado em estudos sobre
germinação de sementes e quebra de dormência. No contexto global da
pesquisa em germinação, dos 212 trabalhos realizados, apenas 19,6%
referem-se ao desenvolvimento de metodologias para análise de sementes
florestais, além de envolverem menos de 10% das espécies mais produzidas
(Tabela 1). Em relação ao levantamento realizado nas instituições, as que
atuam na pesquisa em tecnologia de sementes apresentaram uniformização
das práticas utilizadas para avaliação da qualidade das sementes (Tabela 4).

Tabela 4: Condições do teste de germinação mais empregadas nas instituições


entrevistadas.

Instituição Substrato Recipiente Temp. (ºC)


UFLA Areia Bandeja 25
UFV Papel Bandeja, gerbox ou 25
placas de Petri
UFRRJ Areia ou papel Bandejas ou gerbox 30
IFSP Papel ou vermiculita Gerbox ou pirex -
CEMIG Areia Bandejas 25, 30, 35

Em relação à pesquisa bibliográfica, nos 212 trabalhos publicados, a


espécie mais estudada foi a Virola surinamensis, com cinco trabalhos, em
seguida Acacia senegal, Cedrela fissilis e Euterpe edulis, com três trabalhos
cada.
As condições mais utilizadas e testadas nas pesquisas levantadas são
apresentadas na Tabela 5 e indicam a grande variedade de técnicas e
combinações utilizadas para cada espécie.

120
Tabela 5: Condições testadas nos ensaios de germinação com sementes de várias espécies florestais de acordo com
levantamento de dados de produção realizado em levantamento bibliográfico (1990-2003), questionários e entrevistas
aplicados no período de 2000-2001.

Metodologias aplicadas nos Testes de germinação das sementes Total


As melhores temperaturas para germinação em laboratório são temperaturas alternada de 20ºC - 30ºC e substrato
rolo de papel. 1
Areia é o melhor substrato para germinação em laboratório, nas temperaturas de 25ºC ou 30ºC 1
Germinação foi realizada em substrato de papel toalha, em germinador a 25ºC 1
Temperatura para germinação em laboratório foi obtida submetendo-se a semente em substrato areia úmida por um
período de 4 dias à temperatura de 4 a 5ºC 1
Temperaturas e substratos para germinação em laboratório são: substrato de areia a 26ºC e 30ºC, papel mata-borrão
branco a 22ºC e 26ºC e papel toalha a 24ºC e 26ºC 1
Temperaturas para germinação em laboratório são 20ºC a 25ºC e os melhores substratos são: areia, vermiculite nº 3,
papel toalha e papéis mata-borrão verde e branco. 1
Temperaturas para germinação em laboratório são 25ºC e 30ºC; os substratos são entre terra e areia 1
As sementes foram colocadas em caixas de germinação, utilizando-se como substrato o papel mata-borrão branco e
em germinador regulado à temperatura de 25ºC 2
Metodologias aplicadas nos Testes de germinação das sementes Total
As sementes germinaram melhor em substrato areia média esterilizada e papel de filtro à temperatura de 25ºC, foi
utilizado germinador de sala da marca "Biomatic". Para diminuir a ação de patógenos durante a germinação, as
sementes foram tratadas com Thiram 1
Devido à elevada presença de fungos, as avaliações de germinação foram realizadas em casa de vegetação,
utilizando-se solo como substrato 1
Em germinador à temperatura de 25ºC e substrato papel toalha 1
Em germinador tipo câmara regulado a 25ºC em substrato rolo de papel 2
Em laboratório deve ser feito em germinador à temperatura de 25ºC utilizando-se, como substrato, papel toalha,
areia, papel mata-borão ou vermiculita 1
Em laboratório, em germinador a 25ºC com iluminação constante, em caixas plásticas com substrato papel mata-
borrão 1
Foi conduzido em germinador de sala, regulado a temperatura de 20ºC, tendo papel toalha como substrato 1
Foi executado em germinador a 25ºC e substrato papel toalha 1
Foi realizado em substrato de areia colocado em bandejas de plástico, a temperatura do germinador foi de 30ºC 1
Metodologias aplicadas nos Testes de germinação das sementes Total
Para a avaliação de germinação em laboratório, recomenda-se os substratos vermiculita, papel mata-borrão e areia, à
temperatura de 25ºC e o substrato papel-toalha à temperatura de 30ºC 1
Pode ser conduzido no substrato de papel de filtro à temperatura de 30ºC, foi utilizado germinador de sala da marca
"Biomatic". 1
Substrato papel mata-borrão, sob temperatura contínua de 25ºC 1
Total Global 22
Dormência
Os estudos de dormência são fundamentais para a tecnologia de
sementes florestais. Segundo Kageyama & Viana (1991), muitas espécies
florestais pioneiras, utilizadas em recuperação de áreas degradadas, são
dormentes. Dessa forma se configura a necessidade de pesquisas
considerando o predomínio da produção de sementes para este fim.
Do total de pesquisadas efetuadas, 23,9% abordam o tema dormência,
estudado para 181 espécies (42% das espécies com trabalhos de pesquisa).
Depois desse tema, armazenamento foi o mais pesquisado.
As espécies mais produzidas têm, no contexto geral, metodologias que
podem permitir a sua utilização nessa etapa. No entanto cabe ressaltar a
grande variação existente no grau de dormência entre locais para uma mesma
espécie. Esse é um fato que foi observado por Piña-Rodrigues & Freire
(2001) para sementes de Trema micrantha e por Freire (2005) para
Schizolobium parahyba. Dados de pesquisa efetuados em São Paulo
indicavam o uso de ácido sulfúrico de 10 a 30 minutos para a quebra de
dormência de sementes de Trema micrantha, no entanto os ensaios montados
com sementes do Estado do Rio de Janeiro indicaram a necessidade de
permanência das sementes em ácido por 90 minutos.
Entre as espécies pesquisadas, apenas 10% delas estão entre as mais
produzidas. (Tabelas 1 e 6). Como no caso do armazenamento, observa-se a
desvinculação entre a pesquisa e a produção. No caso dos objetivos da Rede
Mata Atlântica de Sementes Florestais RJ-ES-BA, a sugestão seria
concentrar as pesquisas nas espécies-alvo do projeto.

Panorama da pesquisa em análise de sementes florestais


Os trabalhos levantados permitiram destacar que as pesquisas foram
realizadas seguindo interesses locais ou regionais, sem necessariamente
atender às espécies mais produzidas. Houve um nítido descompasso entre o
que é pesquisado e o que é produzido. Além disto, um aspecto a ser
considerado é a necessidade de se implementar sistemas e metodologias que
conduzam à padronização dos ensaios de germinação para fins de inclusão
das espécies nas Regras para Análise de Sementes. Este objetivo, no
panorama atual, ainda está muito longe de ser atingido não apenas pelas
dificuldades já discutidas de sua execução, mas principalmente pela falta de
pesquisas com este objetivo específico. Ficou clara a falta de pesquisas em
outros testes de determinação da qualidade das sementes (teor de água, vigor,
peso de mil sementes). Esta situação se configura um retrocesso do setor
considerando-se que os dados obtidos por Piña-Rodrigues & Cottini (1988) e
Bianchetti (1990) no período de 1973-1987 mostravam que 2,3% das
pesquisas no setor eram conduzidos para estudos sobre testes de umidade,

124
1,8 % relacionadas ao vigor e 1,1 % relacionada à pureza.

Tabela 6: Lista de espécies mais pesquisadas no tema dormência de acordo com


levantamento de dados de produção realizado em levantamento bibliográfico (1990-
2003), questionários e entrevistas aplicados no período de 2000-2001.
N. total de N. de trabalhos
Espécie trabalhos sobre dormência
Albizia polycephala (Benth.) Killip ex Record 6 3
Calophyllum brasiliense Cambess. 6 3
Sapindus saponaria L. 7 3
Acacia mangium Willd. 6 3
Acacia podalyriifolia A. Cunn. ex G. Don 4 3
Albizia lebbeck (L.) Benth. 5 3
Cassia ferruginea (SCHRADER) Schrader ex DC. 5 3
Gmelina arborea Roxb. ex Sm. 4 3
Leucaena leucocephala (Lam.) de Wit 7 3
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze 5 3
Mimosa scabrella Benth. 6 3
Psidium sp. 5 3

Apesar dos esforços dos pesquisadores em sementes florestais, poucos


foram os avanços em termos de consolidação técnica e política do setor. Em
termos técnicos, o resultado mais esperado seria a inclusão de maior número de
espécies nativas nas atuais Regras para Análise de Sementes Florestais (Brasil,
1996).
As Regras para Análise de Sementes (RAS) apresentam
recomendações para várias espécies exóticas, com a inserção de poucas
nativas. As RAS são o mais importante instrumento do setor, uma vez que
contém os padrões e procedimentos adotados e recomendados pelo Ministério
da Agricultura para a avaliação da qualidade das sementes. Estes padrões
(procedimentos e recomendações) são definidos após uma ampla pesquisa em
vários laboratórios credenciados pelo Ministério e que geram informações que
passam a constar nas RAS. Os padrões adotados baseiam-se nas regras
internacionais conduzidas através da ISTA (International Seed Technology
Association).

125
As principais dificuldades apontadas pelos pesquisadores para inserir
as espécies florestais nativas nas regras, tanto nacionais quanto
internacionais, são as seguintes:
(a) Falta de sementes - para a realização dos testes de aferição de
metodologia são necessárias grandes quantidades de sementes que são
enviadas aos vários laboratórios credenciados. Como foi discutido no
capítulo 1, a irregularidade de produção, a alta predação de sementes e a falta
de áreas de produção dificultam a obtenção das quantidades necessárias de
sementes da mesma espécie, em um mesmo local. Ressalte-se que a ampla
variabilidade de características e desuniformidade de maturação prejudicam
a obtenção de lotes homogêneos, como requerem os testes de aferição.
(b) Falta de laboratórios florestais credenciados - ainda são poucos os
laboratórios de sementes florestais credenciados, havendo dois na região sul
e três na região sudeste.
(c) Pesquisa - os resultados das pesquisas muitas vezes são somente
aplicáveis a determinadas regiões ecológicas ou não possuem
representatividade em termos de número de sementes ou metodologia
adotada, dificultando a sua aferição para fins de padronização dos testes e
ensaios de avaliação da qualidade das sementes.
Em termos políticos o setor ainda não obteve representatividade para
atuar nas Comissões Estaduais de Sementes e Mudas, estabelecidas nos
o
Estados por força da Lei n 6.507, de 19/12/1977 e que foi atualizada com a
o
nova Lei de Sementes e Mudas n 10.711, de 5 de agosto de 2003, que
regulamenta a produção, comercialização e fiscalização de sementes no país.
De acordo com as informações coletadas, apenas nos estados de São Paulo,
Rio de Janeiro e Paraná participam representantes do Comitê Técnico de
Sementes Florestais. O resultado dessa atuação já se refletiu no Decreto
5.153, que regulamenta a produção de sementes e mudas, e na criação da
Comissão Nacional de Sementes e Mudas Florestais, instituída pela Portaria
265 do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, de 24 de maio
de 2005.
As perspectivas atuais são que sejam incorporadas as propostas que
vêm sendo discutidas amplamente no setor e, principalmente no âmbito das
Redes de Sementes Florestais, estabelecidas a partir dos editais 04/2000 e
01/2001 do Fundo Nacional do Meio Ambiente.
O próprio Ministério do Meio Ambiente tem poder para legislar sobre
o tema no que se refere às sementes florestais ou mesmo apresentar propostas
de regulamentação do uso de sementes florestais em empreendimentos ou
atividades ligadas aos projetos e políticas públicas por ele implementado.
A Constituição de 1988, Capítulo VI, artigo 24, estabeleceu que os
estados e municípios têm competência plena para legislar sobre temas no

126
caso de inexistência de normas gerais. Havendo legislação federal
superveniente, sob forma de normas gerais, a eficácia da lei estadual é
suspensa, no que colidir com a primeira, mas pode ser mais criteriosa, não
divergindo da federal e sim complementando-a. No nível estadual e
municipal, as perspectivas são buscar a regulamentação através dos órgãos
responsáveis pela política ambiental. Exemplo da adoção desta prática foi o
selo verde para mudas de plantas ornamentais estabelecido em conjunto pela
Prefeitura Municipal do Rio de Janeiro, as associações de classe e produtores
em 2002. Entretanto, este programa não teve continuidade na gestão
seguinte. Outro exemplo é a discussão realizada no estado de São Paulo para a
Resolução SMA-47/2005.
Tanto padrões mínimos de qualidade quanto procedimentos para
certificação e/ou credenciamento de áreas e produtores, procedimentos e
padrões de qualidade e análise já podem ser estabelecidos para muitas
espécies nativas, face ao desempenho da pesquisa na área. Assim sendo, o
presente trabalho pretende contribuir para esse debate através da análise da
situação do setor, visando dar respaldo às ações técnicas e políticas que
venham consolidar o setor na área florestal brasileira, em especial no âmbito
da Floresta Atlântica.

127
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130
ANEXO 1 LITERATURA REVISADA PARA A PESQUISA

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140
CAPÍTULO 5
CONTROLE DE QUALIDADE DE SEMENTES
FLORESTAIS: PROPOSTAS DE PARÂMETROS TÉCNICOS

Márcia Balistiero Figliolia


Fátima C.M Pina-Rodrigues
Érika de Souza Nogueira
Apresentação
Como parte das atividades desenvolvidas pelas Redes de Sementes
Florestais foram realizados vários encontros e reuniões para discutir temas de
interesse do setor. As questões referentes à análise de sementes foram
inicialmente abordadas no I Workshop sobre Parâmetros Técnicos da Rede
Mata Atlântica de Sementes Florestais-RioEsBa, em Linhares (ES), no ano de
2001. Posteriormente, foram realizados novos debates, em São Paulo pela Rede
Rio-São Paulo na 1a Reunião Técnica, e no II Workshop sobre Parâmetros
Técnicos da RioEsBa, em Seropédica, de 12 a 13 de agosto de 2004. O resultado
desses encontros, os critérios estabelecidos, suas principais decisões e o
trabalho produzido são sintetizados no presente capítulo.
Assim sendo, nosso objetivo é contribuir para o acúmulo de
conhecimentos e a sua sistematização a partir da experiência acumulada pelos
diversos técnicos e instituições atuantes no setor.
O mercado consumidor de sementes de essências florestais nativas tem
aumentado consideravelmente nos últimos 20 anos, devido ao crescente
interesse econômico e mais recentemente, pela preocupação conservacionista
em recuperar as áreas intensamente devastadas, gerando aumento considerável
de estudos realizados em análise de sementes florestais no Brasil. No entanto, o
avanço tecnológico não tem sido conclusivo no sentido de se estabelecer
oficialmente normas e/ou prescrições pelas Regras de Análise de Sementes
(RAS). Esforços nesse sentido foram feitos por Piña-Rodrigues (1988) e
Oliveira et al (1989).
A grande dificuldade em se trabalhar com espécies florestais utilizando-
se as RAS incide no fato de que todas as normas e prescrições empregadas na
análise de sementes de essências florestais são, na sua grande totalidade,
baseadas e/ou adaptadas das prescrições estabelecidas para as espécies
agrícolas.
Atualmente, as espécies florestais brasileiras contidas nas RAS
representam cerca de 0,2%, dado esse inexpressivo diante da grande
diversidade de espécies que compõem os diversos biomas vegetais brasileiros.
Como conseqüência, não se encontram disponíveis aos laboratórios florestais

141
procedimentos corretos e adequados para a análise de sementes florestais
ocasionando, muitas vezes, o fornecimento de dados equivocados aos
viveiristas e com isso, comprometendo a idoneidade dos órgãos expeditores.
Face a isso, os analistas têm-se deparado com questões e situações que
carecem de ampla discussão e de ações que visem o estabelecimento de
normas específicas para as espécies florestais, em função da natureza peculiar
de cada unidade de dispersão, associada à biologia reprodutiva de cada
espécie.
A principal problemática consiste na grande variação bio-morfológica
dos diásporos, o que requer estudos minuciosos e inclusão de critérios
específicos para cada espécie. Por outro lado, o volume de estudos em análise
de sementes já permite que se iniciem ações junto aos órgãos e laboratórios
competentes para o estabelecimento de padrões de análise de sementes
florestais. Reportando ao trabalho de Oliveira et al. (1989), os autores
constataram há 13 anos que, dos estudos com análise de sementes, 40,4%
referiam-se à germinação e 17,3% à dormência sendo que apenas 4%
envolviam estudos de pureza, tetrazólio e umidade. Esse perfil sofreu
algumas modificações como discutido no capítulo 4.
A análise de sementes constitui-se numa ferramenta empregada no
controle de qualidade das sementes produzidas e expressa a qualidade física e
fisiológica das sementes para fins de semeadura e armazenamento. Permite,
também, o estabelecimento de parâmetros de comparação entre diferentes
lotes e de condições adequadas de armazenamento.
No entanto, os tecnologistas que trabalham com sementes se deparam
constantemente com problemas de avaliação, uma vez que não existe
padronização para a maioria das espécies brasileiras sendo utilizadas as
prescrições e recomendações da RAS (Brasil, 1992) para espécies agrícolas.
Tendo em vista as peculiaridades dos diásporos (sementes e/ou frutos) de
cada espécie torna-se necessário uma análise mais aprofundada com
formulação de definições e de conceitos metodológicos, que em alguns casos,
específicos às espécies florestais, com sugestões de alterações nas RAS.
A padronização de metodologia requer a realização de aferições de
técnicas, já testadas empiricamente ou em estudos científicos, por diferentes
laboratórios visando a obtenção de resultados uniformes para um mesmo lote
de sementes e que possibilitam avaliar a qualidade física e fisiológica das
sementes produzidas. Além disso, é necessária também a avaliação da
qualidade genética das sementes uma vez que as espécies nativas encontram-
se no seu estado dito selvagem, sem submissão a qualquer grau de
melhoramento genético. Para isso é preciso constar no boletim de análise o
número de plântulas anormais, poliembrionia, albinismo e sementes
chochas.

142
Outro aspecto importante a ser considerado, reportando Oliveira et al.
(1989), é a necessidade de se relacionar os termos plântulas normais,
anormais, sementes duras, firmes e mortas definidos pelas RAS com o
possível diagnóstico da qualidade genética e fisiológica da semente. Para
isso, os técnicos sugerem algumas definições desses termos, interpretadas à
luz de técnicas da ciência florestal e que serão apresentadas no item
respectivo ao teste de germinação.
Várias propostas para inclusão de metodologias nas RAS vêm sendo
desenvolvidas desde a década de 80. Apesar disto, trabalho desenvolvido
durante o encontro sobre tecnologia de sementes florestais, realizado em
Lavras (MG) em 1989, não se reverteu na inclusão nas RAS de metodologias
propostas e consolidadas por Oliveira et al. (1989), a pedido do Comitê
Técnico de Sementes Florestais da Associação Brasileira de Sementes
(ABRATES). Sendo assim, os membros reunidos nos Workshops das Redes
RioEsBa e Rio-São Paulo, decidiram pela reapresentação da proposta como
parte dos parâmetros técnicos a serem adotados no âmbito da Rede Mata
Atlântica de Sementes Florestais-RioEsBa. De acordo com os técnicos
reunidos nos diversos encontros, os temas considerados mais relevantes em
tecnologia de sementes de sementes florestais são apresentados a seguir.

Objetivos
O objetivo principal das reuniões para a definição de parâmetros
técnicos de análise de sementes florestais foi contribuir para:
! Estabelecer critérios específicos para análise de sementes de
essências florestais;
! Estabelecer padrões de análise mediante a aferição de metodologias;
! Estabelecer critérios de classificação de sementes como pequenas,
médias e grandes;
! Estabelecer critérios de amostragem segundo o tamanho das
sementes;
! A elaboração das Regras para Análise de Sementes Florestais.

Definições e propostas

Lote: quantidade definida de sementes de uma espécie, composta de


sementes colhidas em uma mesma época, de árvores de um mesmo local ou de
vários locais diferentes, com características ecológicas e edafoclimáticas
semelhantes e, submetidas às mesmas condições de secagem e
beneficiamento, identificada por número, letra ou combinação dos dois na
qual cada porção é uniforme, dentro de tolerâncias permitidas, quanto às
determinações contidas na identificação.

143
Homogeneização: uma amostra será proporcionalmente representativa do
lote proveniente, a medida que aumentar a homogeneidade das sementes que
o constituem. Em alguns casos, quer seja pelo tamanho do lote, pela
natureza dos diásporos ou ainda pelos recursos das unidades de
beneficiamento de sementes, é muito difícil de se conseguir a
homogeneidade desejável. Além do que o setor ainda não dispõe de
equipamentos apropriados às sementes de tamanhos médio e grande comum
a muitas espécies florestais. Em função dos problemas encontrados para se
efetuar a homogeneização adequada dos lotes de sementes para as
diferentes espécies estabeleceu-se a seguinte recomendação:
- Sementes classificadas como pequenas: homogeneizadores convencionais.
- Sementes classificadas como médias e grandes: utilizar método mecânico
(betoneira) ou manual (com rastelo, sobre encerados de lona ou sobre
superfície cimentada).

Amostragem: a amostragem tem como objetivo a obtenção de uma amostra


de sementes que contenha os mesmos componentes e em proporções
semelhantes ao lote de sementes a ser analisado e, com quantidade
suficiente para as análises a serem determinadas. O procedimento adotado
em muitos laboratórios de análise de sementes florestais é a realização de
testes dentro dos limites mínimos de confiança estabelecidos pelas RAS.
Normalmente, no caso de sementes grandes e de lotes pequenos são
utilizadas 4 repetições de 25 sementes para o teste de germinação e 2
repetições de 25 sementes para o teste de umidade. Zappia (1979) considera
que 2 repetições de 100 sementes seja um número suficiente para obter
estimativa de viabilidade. Como em geral, a quantidade de sementes contida
na amostra enviada ao laboratório é muito pequena em relação ao lote
analisado é preciso se assegurar que todos os procedimentos de amostragem
e de redução da amostra em laboratório tenham sido efetuados corretamente
de modo que as determinações representem com segurança o lote em
questão.

Amostra simples: é cada pequena porção de sementes retirada de diferentes


recipientes ou ponto de amostragem do lote, manualmente ou por meio de
amostrador.

Amostra composta: compõe a mistura de todas as amostras simples


retiradas do lote. Normalmente, para a grande totalidade das espécies
florestais, essa amostra é a porção enviada ao laboratório para análise.
Para algumas espécies, necessita de ser reduzida antes de ser enviada ao
laboratório.

144
Amostra média: constitui a porção de sementes recebida pelo laboratório e
que será submetida à análise. É geralmente resultante da homogeneização e
redução da amostra composta, podendo ser a mesma quando seu peso e/ou
número de sementes estiver em conformidade com o exigido. O tamanho
mínimo da amostra média para sementes florestais é o principal problema
encontrado pelos analistas devido, entre outros fatores, à produção de
sementes ser muito variável, podendo ser abundante em um ano e escassa ou
nula em outros. A amostra média deve conter quantidade suficiente de
sementes para a realização dos testes de germinação e de umidade. Oliveira
et al. (1989) apresentam no Anexo 1 valores confiáveis para a proposição do
tamanho mínimo das amostras médias.

Critérios adotados para a proposição do tamanho mínimo da


amostra média
Para as espécies com sementes de tamanho pequeno e médio, o
tamanho mínimo da amostra média deve ser de 2.500 sementes conforme
prescrição das RAS. No entanto, para as espécies com sementes maiores
(menos de 50.000 sementes/Kg), esse número não seria adequado, adotando-
se portanto o número mínimo de 250 sementes. As propostas de tamanho
mínimo de lote são apresentadas no Anexo 1. As recomendações sugeridas
foram as seguintes:
- Fixação de um valor que, indiretamente, force o produtor e/ou
comerciante a empregar um número mínimo de matrizes para compor o lote
de sementes, estabelecido atualmente em 12 árvores;
- Estabelecer um tamanho de amostra com base na quantidade mínima
de sementes necessárias para os testes de germinação e umidade, sendo:
a) 100 sementes para o teste de germinação (4 repetições de 25
sementes cada);
b) 50 sementes para o teste de umidade (2 repetições de 25 sementes
cada) e,
c)Para espécies com menos de 200 sementes por quilograma, o
tamanho mínimo para o teste de umidade foi considerado como sendo
10 sementes por repetição.

Amostra de trabalho: é a amostra obtida no laboratório, por


homogeneização e redução da amostra média até os pesos mínimos
requeridos para as determinações necessárias.

145
ANÁLISES FÍSICAS

Análise de pureza
O teste de pureza para as espécies nativas é pouco utilizado pelo fato
de a colheita ser feita individualmente e diretamente na árvore e, com isso,
apresentar ma maioria dos casos, 100% de pureza. A análise é realizada para
as espécies de difícil beneficiamento e comercializadas na forma de fruto
como Peltophorum dubium ou, com propágulo do tipo sâmara, com asas,
como é o caso de Platypodium elegans, Pterogyne nitens, Centrolobium
tomentosum entre outros semelhante. Nesses casos adota-se o critério de
considerar cada fruto, propágulo ou unidade como semente pura.
Em função desses aspectos é preciso estabelecer normas para
classificação em função da natureza da unidade de dispersão, separando em
frutos deiscentes e indeiscentes e critérios específicos para sâmaras e para
frutos que são utilizados como unidades de dispersão (Peltophorum dubium e
Tipuana tipu).

Teste de germinação
Estabelecer critérios considerando-se: tamanho e forma das sementes,
sementes utilizadas como unidades de dispersão e para sâmaras.

a) Recipientes: testar e utilizar bandejas, pirex, gerbox e placas de petri.


b) Substrato: testar e utilizar: areia, papel e vermiculita.
c) Condição: testar e utilizar: sob, entre e sobre substrato e rolo de
papel.
d) Número de repetição e de sementes por repetição: considerar o
tamanho das sementes e o peso do lote. Para sementes pequenas e
médias: 5 x 40 (5 repetições de 40 sementes cada) e 4 x 50. Para
sementes grandes: 5 x 20; 4 x 25; 4 x 20; 4 x 15 e 4 x 10.
Teste de umidade
Falta um padrão para metodologia, considerando o tamanho, forma e
dureza dos frutos utilizados como unidades de dispersão e sâmaras. Deve-se
efetuar testes para aferir ensaios em temperaturas a 105oC por 24 horas e a
70oC até peso constante. Recomenda-se também efetuar ensaio para
definição de número mínimo de sementes e repetição em função do peso do
lote amostrado.

Teste de tetrazólio
a) Vantagens: rapidez na obtenção dos resultados, mesmo para
sementes dormentes, abrevia o tempo de emissão do laudo, facilitando

146
a tomada de decisões.
b) Desvantagens: é um teste subjetivo, de alto custo, sem padrão e
experiência para espécies florestais e requer conhecimento das
estruturas vitais.

Determinações adicionais
As determinações do peso de mil sementes e peso hectolítrico são
importantes para verificar as diferenças por região de coleta e para o
estabelecimento de ações voltadas à aquisição, transporte e estocagem.
a) Peso de mil sementes: estudar o número de repetições e metodologia.
b) Peso hectolítrico: estabelecer a relação entre volume e peso das
sementes para facilitar definição de volume para transporte e
estocagem e estudar o número de repetições e a metodologia.

PROPOSTAS
Tamanho da amostra média
a) A amostra média deve representar uma quantidade mínima de
sementes que signifique a colheita de no mínimo 12 matrizes;
b) Que seja reduzido o número mínimo de sementes para as amostras de
trabalho face às dificuldades de colheita e ao tamanho das sementes de
algumas espécies;
c) Que para as espécies com menos de 50.000 sementes por
quilograma, o número mínimo para a amostra média seja de 250
sementes;
d) Que para as espécies com menos de 200 sementes por quilograma, o
número mínimo para amostra média seja de 220 sementes;
e) Que sejam calculadas novas tabelas de tolerância para estes limites
propostos.

Teste de Pureza
a) Redução do tamanho mínimo da amostra de trabalho para as espécies
com mais de 1 milhão de sementes por quilograma (gêneros
Tibouchina, Cecropia, Ficus);
b) Que a amostra de trabalho para essas espécies seja de 1,0 grama.

Determinação do Grau de Umidade


Os teores médios de água obtidos para várias espécies florestais são
apresentadas na Tabela 1. Os seguintes procedimentos foram sugeridos
durante os encontros:
a) Que seja reduzido o tamanho mínimo das amostras de trabalho para

147
espécies com sementes grandes (maior que 2 cm de comprimento ou de
diâmetro);
b) Que sejam iniciados os trabalhos de aferição de metodologia de
determinação de umidade para as espécies a seguir relacionadas.

Tabela 1: Propostas de metodologias para o teste de determinação do grau de


umidade de sementes de espécies florestais, de acordo com as Redes de Sementes
Florestais reunidas no I e II Workshop de Parâmetros Técnicos da Rede Mata
Atlântica de Sementes Florestais-RioEsBa.
Espécie Temperatura (ºC)
Nome científico Nome comum 70ºC 105ºC
Acacia polyphylla DC. Monjoleiro 12,26 17,34
Cedrela fissilis Vell. Cedro-rosa 3,67 5,91
Chorisia speciosa A. St.-Hil. Paineira 7,77 11,95
Copaifera langsdorffii Desf. Óleo-de-copaiba 8,10 9,71
Cordia trichotoma (Vell.) Arrab. ex Steud. Louro-pardo 16,3 17,5
Croton urucurana Baill. Sangra-d’água 10,27 11,01
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Benth. Jacarandá-da- 7,57 7,35
bahia
Euterpe edulis Mart. Fruto Palmito-juçara 17,73 18,08
Semente 14,92 16,14
Genipa americana L. Jenipapo 10,81 12,35
Myracroduon urundeuva Allemão Aroeira-brava 11,54 21,32
Rapanea ferruginea (Ruiz & Pav.) Mez Capororoca 11,71 12,28
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glass. Jerivá 9,97 10,34
Fruto / Semente 10,22 10,36
Tabebuia avellanedae Lorentz ex Griseb. Ipe-roxo 5,43 13,12
Tabebuia ochraceae (Cham.) Standl. Ipe-amarelo 10,48 14,37

Teste de Germinação
As propostas de metodologias para avaliação da qualidade de
sementes florestais são apresentadas nos Anexos 2 e 3. As sugestões
resultantes das reuniões foram as seguintes:

a) Que sejam incluídas no boletim de análise as informações referente à


porcentagem de plântulas anormais, plântulas albinas e sementes
chochas;
b) Que o boletim de análise inclua, como informações adicionais, o

148
número de matrizes, origem e/ou procedência e tipo de área de
produção;
c) Que se adote para aferição, as condições de germinação apresentadas
no Anexo 3, para as espécies mais pesquisadas;
d) Que seja incluída a vermiculita como substrato prescrito pelas RAS;
e) Que sejam iniciados os trabalhos de aferição de metodologia de
germinação.

Padrões mínimos de qualidade


As propostas padrões de qualidade, em termos de capacidade de
germinação das sementes são apresentadas na Tabela 2.

Tabela 2: Propostas de padrões mínimos e máximos de germinação (%) para


sementes de espécies florestais, de acordo com as Redes de Sementes Florestais
reunidas no I e II Workshop de Parâmetros Técnicos da Rede Mata Atlântica de
Sementes Florestais-RioEsBa.
Espécie Germinação (%)
Nome científico Nome comum Máxima Mínima

Aspidosperma parvifolium A. DC. Guatambu 98 93,5


Cabralea canjerana (Vell.) Mart. Canjarana 41 24,7
Cariniana estrellensis (Raddi) Kuntze Jequitibá-branco 81 62
Cassia ferruginia (SCHRADER) Chuva-de-ouro 94 68
Schrader ex DC.
Cordia sellowiana Cham. Chá-de-bugre 41 0
Caesalpinia echinata Lam. Pau-brasil 61 32,9
Centrolobium robustum (Vell.) Mart. Arariba 77,5 20
ex Benth.
Cedrela fissilis Vell. Cedro-rosa 99 78,6
Dalbergia nigra (Vell.) Allemao ex Jacarandá-da-mata 90 70,7
Benth.
Chorisia speciosa A. St.-Hil. Paineira 94 53,2
Copaifera langsdorffii Desf. Óleo-de-copaiba 99 70,7
Cryptocarya aschersoniana Mez Canela-batalha 94 47,5
Erythrina speciosa Andrews Mulungu-do-litoral 50 48

149
Espécie Germinação (%)
Nome científico Nome comum Máxima Mínima

Eugenia uniflora L. Pitanga-vermelha 99 87


Eugenia pyriformis Cambess. Uvaia 51 5
Genipa americana L. Jenipapo 94 52
Inga uruguensis Hook. & Arn. Inga-banana 100 59
Jacaranda micrantha Cham. Caroba 53
Lonchocarpus subglaucescens Mart. embira-de-sapo 95 43
ex Benth.
Mimosa bimucronata (DC.) Kuntze Espinho-de-marica 90 38
Nectandra megapotamica (Spreng.) Canelinha 91 51
Mez
Platymiscium floribundum Vogel Sacambu 98,5 40,7
Senna multijuga(Rich.) H.S. Irwin & Pau cigarra 83 1,0
Barneby
Syagrus romanzoffiana (Cham.) Palmeira-jerivá 90 30
Glassman
Schizolobium parahybum (Vell.) S.F. guapuruvu 89 53
Blake
Tibouchina granulosa (Desr.) Cogn. Manaca-da-serra 98 68

Estratégias Propostas
a) Levantamento de laboratórios aptos à aferição das metodologias de
análise de sementes, em função das espécies e locais de colheita.
b) Definição de responsabilidade por pesquisador e instituição para:
revisão e troca de informações e material bibliográfico;
estabelecimento de informações e parâmetros a serem determinados e
os laboratórios a serem envolvidos nas determinações técnicas.
c) Troca de informações levantadas entre outros projetos da Rede.
d) Envolvimento político da ABRATES substanciado pelo Comitê
Técnico de Sementes Florestais e de outras instituições para apoio
financeiro e fomento das atividades.
e) Consolidação dos parâmetros em documento único, endossado pelas
redes regionais, a ser enviado ao Ministério da Agricultura (LANARV)
para contribuir para a publicação da RAS-Florestal.

150
Linhas de Pesquisa a serem investigadas
Considerando os aspectos técnicos abordados, sugerimos as seguintes
linhas de pesquisa:

Fenologia e Maturação
a) Época de maturação de espécies pioneiras, oportunistas e
tolerantes;
b) Período e duração dos eventos fenológicos
c) Determinação de índices de maturação específicos a cada espécie
d) Verificação dos dispersores efetivos e principais predadores;
e) Prioridade de estudos para fenologia de espécies oportunistas e
tolerantes.

Secagem, extração e beneficiamento


a) Definição de métodos de secagem para as sementes recalcitrantes
(no âmbito da pesquisa visando a ampliação do tempo de
viabilidade);
b) Definição de métodos de beneficiamento para as espécies com
frutos indeiscentes e sâmaras.

Armazenamento
a) Prioridade de estudos para as espécies oportunistas e tolerantes;
b) Definição de métodos de conservação de sementes recalcitrantes a
curto prazo.

Germinação
a) Definição de métodos de superação de dormência em sementes de
espécies pioneiras;
b) Investigação sobre os mecanismos de germinação de espécies
pioneiras;
c) Investigação sobre dormência e germinação de espécies tolerantes
com dormência fisiológica.
Análise de sementes
a) Padrões de germinação para espécies florestais nativas não
constante nas RAS
b) Aferição de metodologia para as espécies já estudadas;
c) Estabelecimento de metodologias para o teste de tetrazólio;
d) Aferição de metodologia para o teste de umidade para as espécies
já estudadas.

151
Propostas de Espécies Alvo
NOME CIENTÍFICO NOME COMUM GRUPO COLHEITA
ECOLÓGICO
Alchornea glandulosa Tanheiro/tapiá Pioneira Set/jan
Alchornea triplinervia Tapiá Pioneira Out/nov
Anadenanthera colubrina Angico-branco Sec. Inicial Jul/ago
Andira fraxinifolia Angelim-do-mato Sec. Inicial Fev/abr
Aspidosperma parvifolium Guatambu Sec. Tardia Set/out
Cabralea canjerana Canjarana Sec. Tardia Set/out
Campomanesia guazumifolia Araçá-do-mato; Sec. Tardia Mar/mai
Campomanesia phaea Cambuci Sec. Tardia Jan/fev
Cariniana estrellensis Jequitibá-branco Sec. Tardia Jul/set
Casearia sylvestris Guaçatonga Pioneira Set/nov
Cassia ferruginea Chuva-de-ouro Sec. Inicial Abr/out
Cordia sellowiana Chá-de-bugre Sec. Inicial Set/out
Croton urucurana Sangra dágua Sec. Inicial Fev/jun
Cryptocarya aschersoniana Canela-batalha Clímax Fev/abr
Dendropanax cuneatus Maria mole Sec. Tardia Jul/set
Duguetia lanceolata Pindaiva Sec. Tardia Mar/mai
Eriotheca candolleana Embiruçu-do-litoral Sec. Inicial Out/nov
candolleana
Erythrina falcata Corticeira-da-serra Sec. Inicial Set/nov
Erythrina speciosa Mulungu-do-litoral Sec. Inicial Out/nov
Eugenia leitonii Araçá-piranga Sec. Tardia Fev/mar
Eugenia pyriformis Uvaia Sec. Tardia Set/jan
Eugenia speciosa . Laranjinha-do-mato Sec. Tardia ñt
Inga uruguensis Inga Sec. Inicial Nov/fev
Jacaranda micrantha Caroba Pioneira Jul/set
Jacaranda puberula Carobinha Pioneira Fev/mar
Lonchocarpus embira-de-sapo Sec. Inicial Jun/ago
subglaucescens
Mabea brasiliensis Canudo-de-pito Sec. Inicial Ñt
Maytenus ilicifolia Espineira-santa Sec. Tardia Jan/mar
Mimosa bimucronata Espinho-de-marica Sec. Inicial Abr/jun
Nectandra megapotamica Canelinha Clímax Nov/jan
Ocotea pulchella Canela-preta Clímax Mai/jun
Peschiera fuchsiaefolia Leiteiro Pioneira Mai/jun
Platymiscium floribundum Sacambu Sec. Inicial Ago/set
Rapanea ferruginea Capororoca Pioneira Out/dez
Senna macranthera Fedegoso Sec. Inicial Jul/ago

152
Participantes e principais colaboradores do Grupo de Trabalho “Tecnologia
de Sementes” presentes no Workshop de Parâmetros Técnicos (Linhares,
2002).

Participantes Instituiçao Endereço


Antonio da Silva IF-SP/Rede Rio-SP asilva@iflorestsp.br
Emerson Espíndula Rede RioEsBa csmuj@terra.com.br
Érika de S. Nogueira UFRRJ nogueiras@bol.com.br
Fatima C.M. Piña-Rodrigues UFRRJ fpinarodrigues@hotmail.com
Juliana Muller Freire Rede RioEsBa julianafreire@uol.com.br
Leila Martins CATI/SP leila@cati.sp.gov.br
Linda Caldas Rede Cerrado
Luiz Alberto D. dos Santos lpluiz@hotmail.com.br
Márcia Balistiero Figliolia IF-SP/Rede Rio-SP mfigliolia@iflorestsp.br
Priscila Facina Monnerat pricamomila@bol.com.br
Selma Herling ESESFA shebling@bol.com.br
Sérgio dos Santos Silva Univ. Estadual de ssilva@uesc.br
Santa Cruz/BA
Sidney F. Caldeira Univ. Federal de sidcal@terra.com.br
Mato Grosso

153
ANEXO 1. Propostas para tamanho mínimo de amostra média com base em características biológicas da espécie. Tamanhos mínimos
estabelecidos com critérios baseados: (a) nas Regras para Análise de Sementes- RAS (mínimo de 2.500 sementes/amostra), (b) em função do
número mínimo de sementes necessários para a realização de testes de germinação e pureza e (c) com base em revisão bibliográfica.
Reproduzido de Oliveira et al (1989) e adaptado de Ettori et al. (1986); Jesus e Piña-Rodrigues (1984); Leão (1984); Amaral (1984) e Alcalay et
al. (1988). (1)Espécies exóticas.

Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na


N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Acacia decurrens1 89.000 30 3
(Acácia-negra)
Acacia podalyriaefolia 28.360 180(1)
(Acácia-mimosa)
Acacia mearnsii 72.992 80(1)
(Acácia-negra)
Acacia longifolia 64.641 80(1)
(Acácia-trinervis)
Albizzia austrobrasilica 25.786 200
(Angico-pururuca)
Aleurites fordii 293 2.000
(Tungue)
Amburana cearensis 1.800 140
(Cerejeira)
Anadenanthera falcata 20.000 130 13
(Angico-do-cerrado)
Anadenanthera macrocarpa 9.000 280 28
(Angico-preto)
Apuleia leiocarpa 9.551 520
(Grapia)
Araucaria angustifolia 200 1.100
(Pinheiro-brasileiro) 142 2.000
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Araucaria excelsa1 2.000 125
(Araucária-excelsa)
Aspidosperma cylindrocarpon 4.100 60
(Peroba-poca)
Aspidosperma gomesianum 5.200 50
(Pequiá-sobre)
Aspidosperma olivaceum 5.000 500 50
(Guatambu)
Aspidosperma polyneuron 1.000 230 23
(Peroba-rosa)
Astronium balansae 1.562.500 6
(Pau-ferro)
Astronium fraxinifolium 6.400 40 4
(Gonçalo-alves)
Astronium graveolens 36.700 70 7
(Aderne)
Astronium lecointei 14.000 200 20
(Aroeira)
Astronium urundeuva 46.000 55 6
(Aroeira)
Ateleia glazioviana 23.046 220
(Timbó)
Bagassa guianensis 202.000 15 2
(Tatajuba)
Balfourodendron riedelianum 2.000 125
(Pau-marfim)
Basiloxylon brasiliensis 1.500 170
(Pau-rei)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Bauhinia purpurea1 4.000 65
(Bauhinia-rosa)
Bauhinia variegata var. candida1 4.000 65
(Bauhinia-branca)
Bombacopsis stenopetala 1.600 160
(Paineira)
Bowdichia virgilioides 9.000-40.000 60-300 6-30
(Sucupira-do-campo)
Brachychyton populneus 8.218 640
(Braquiquito)
Buchenavia sp 8.700 30
(Pelada)
Cabralea canjerana 5.002 1.020
(Canjerana)
Caesalpinia echinata 54.000 50 5
(Pau-brasil)
Caesalpinia ferrea var. 11.000 250 25
leiostachia
(Pau-ferro) 8.543 600
Caesalpinia ferrea var. 6.200 40
parvifolia
(Giúna)
Caesalpinia pelthophoroides 3.500 750 75
(Sibipiruna)
Cariniana estrellensis 14.000 180 18
(Jequitibá-branco)
Cariniana legalis 24.000-32.000 80-100 8-10
(Jequitibá-rosa)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Caryocar barbineve 35 6.500 6.300
(Pequi-vinagreiro)
Caryocar villosum 29 8.700 7.600
(Piquiá)
Cassia alata 11.000 250 25
(Cassiolata)
Cassia bicapsularis 5.100 500 50
(Canudo-de-pito)
Cassia ensiformis var. ensiformis 64.000 40 4
(Angico-branco)
Cassia excelsa 30.000 85 9
(Cássia-excelsa)
Cassia ferruginea 10.600 250 25
(Chuva-de-ouro)
Cassia fistula1 5.000 500 50
(Cássia-imperial) 6.676 750
Cassia grandis 5.400 500 50
(Cássia)
Cassia javanica1 7.000 400 40
(Cássia-javanica)
Cassia leptophylla 5.000 500 50
(Cássia) 6.798 70
Cassia macranthera 22.983 220
(Manduirana)
Cassia multijuga 80.000 350 35
(Pau-cigarra) 95.592 60
Cassia siamea1 60.000 50 5
(Cássia-siamesa)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Cassia speciosa 62.500 50 5
(Manduirana)
Cedrella angustifolia 30.000 90 9
(Cedro-rosa)
Cedrella fissilis 24.000 200 20
(Cedro-rosa) 33.255 150
Cedrella odorata 76.000 350 35
(Cedro-vermelho)
Centrolobium robustum 100 2.200
(Araribá-amarelo)
Centrolobium tomentosum 100 2.200
(Araribá-rosa)
Chorisia speciosa 4.700 550 55
(Paineira)
Chrysalidocarpus lutescens1 1.500 170
(Palmeira-areca-bambu)
Clarisia racemosa 350 750 650
(Oiticica)
Capaifera langsdorffii 200-2.200 120-1.250 1.100
(Óleo-de-copaíba)
Cordia alliodora 83.333 30 3
(Freijó-louro)
Cordia bicolor 6.937 40
(Freijó-branco)
Cordia goeldiana 33.670 75 8
(Freijó-cinza)
Cordia trichotoma 40.000 65 7
(Louro-pardo)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Criptomeria japonica1 400.000 7
(Criptomeria-japônica)
Cryptocarya moschata 400 625
(Canela-batalha)
Cupania vernalis 50.083 980
(Camboatá-vermelho)
Cupressus lusitanica1 250.000 10
(Cipreste-português)
Cyclolobium vecchii 1.000 250
(Louveira)
Dalbergia nigra 14.000 180 18
(Jacarandá-da-bahia)
Delonix regia1 2.000 125
(Flamboyant) 2.679 2.000
Dialium divaricatum 3.000 90
(Jataípeba)
Dimorphandra exaltata 1.690 150
(Pau-para-tudo)
Dinizia excelsa 5.500 45
(Angelim-pedra)
Dipteryx alata 60 4.200 4.000
(Cumbaru)
Dipteryx odorata 525 480
(Cumaru)
Drypmis brasiliensis 16.000 160 16
(Casca-d’anta)
Enterolobium contortosiliquum 4.200 600 60
(Tamboril, Orelha-de-negro)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Erioteca macrophylla 4.600 55
(Imbiruçu)
Erisma uncinatum 1.980 130
(Quarubarana)
Erythrina falcata 3.700 700 70
(Suinã)
Erythrina speciosa 2.400 110
(Suinã-mulungu)
Esenbeckia leiocarpa 12.200 210 21
(Guarantã)
Eugenia jambolana1 1.300 195
(Jambolão, Jambo)
Eugenia uniflora 2.300 110
(Pitanga)
Euplassa cantareirae 330 760 680
(Carvalho-nacional)
Euterpe edulis 800 320
(Palmito-branco, Palmiteiro) 568 2.000
Ficus sp 1.200.000 2
(Figueira-branca)
Genipa americana 3.000 850 85
(Genipapo)
Gmelina arborea1 21.190 120 12
(Gmelina)
Goniorrhachis marginata 1.100 250
(Guaribú-amarelo)
Grevillea robusta1 80.000 35
(Grevilea-robusta)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Hidrogaster trinervis 1.250 200
(Bomba-d’água)
Holocalyx balansae 400 550 625
(Alecrim-de-campinas)
Hovenia dulcis 49.627 100
(Uva-do-japão)
Hymenaea aurea 180 1.400 1.300
(Jatobá)
Hymenaea courbaril 161 1.600 1.400
(Jutaí-açu)
Hymenaea parvifolia 312 800
(Jutaí-mirim)
Hymenaea sp 250 1.000 880
(Jatobá)
Inga sp 4.800 550 55
(Ingá-do-mato)
Ilex paraguariensis 148.588 30
(Erva-mate)
Jacaranda acutifolia 197.500 15 2
(Jacarandá-mimoso)
Jacaranda copaia 195.312 15 2
(Parapará)
Jacaranda micrantha 151.285 30
(Caroba)
Jacaranda mimosaefolia 125.628 40
(Jacarandá-mimoso)
Johanesia princeps 170-200 1.300 1.100
(Anda-açu, Boleira)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Laetia procera 169.492 15 2
(Pau-jacaré)
Lafoensia glyptocarpa 37.000 70 7
(Mirindiba-rosa)
Lafoensia pacari 32.000 80 8
(Dedaleiro) 51.098 100
Lecythis pisonis 260-280 900-970 850
(Sapucaia)
Licania tomentosa 100 2.200
(Oití)
Lonchocarpus sp 9.389 540
(Rabo-de-bugio-branco)
Luehea divaricata 203.500 12 2
(Açoita-cavalo) 303.951 16
Machaerium scleroxylon 14.000 250 25
(Caviúna)
Machaerium aff. nictitans 9.700 260 26
(Bico-de-pato)
Machaerium sp 13.000 200 20
(Sapuva)
Machaerium villosum 3.000 850 85
(Jacarandá-paulista)
Manilkara bella 1.000 250
(Paraju)
Manilkara salzmannii 4.800 55
(Massaranduba)
Melanoxylon brauna 10.600-15.000 200-250 20-25
(Brauna)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Melia azedarach1 2.000 125
(Cinamomo)
Metrodorea pubescens 11.300 250 25
(Caputuna)
Mimosa scabrella 57.000 50 5
(Bracatinga) 70.175 70
Moldenhaurea floribunda 1.200 210
(Caingá)
Myrcianthes pungens 3.258
(Guabiju)
Myroxylon balsamum 1.850 140
(Cabreúva)
Nectandra puberula 2.300 110
(Canela-parda)
Ocotea odorifera 650 400 340
(Canela-sassafrás)
Ocotea organensis 1.400 180
(Canela-preta)
Ocotea porosa 500 500 400
(Canela-imbuia)
Ocotea puberula 7.861 640
(Canela-guaicá)
Ocotea pulchella 6.672 750
(Canela-do-brejo)
Ormosia arborea 980-1.200 200-260
(Olho-de-cabra)
Paivea langsdorffii 22.000 120 12
(Cambuci)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Parapiptadenia rigida 10.000-15.000 200-250 20-25
(Angico-vermelho) 36.310 140
Parkia pendula 8.000 350 35
(Jueirana-vermelha)
Patagonula americana 51.440 100
(Guajuvira)
Peltogyne angustifolia 900 300
(Roxinho)
Peltophorum dubium 5.000 500 50
(Canafístula)
Piptadenia cobi 5.100 500 50
(Cobi)
Piptadenia contorta 30.000 85 9
(Angico-rosa)
Piptadenia sp 10.000 250 25
(Angico-branco)
Piptadenia gonoacantha 13.400 200 20
(Pau-jacaré)
Pithecollobium sp 11.000 220 22
(Orelha-de-macaco)
Platyciamus regnelli 1.390 180
(Pau-pereira)
Platymiscium floribundum 42.000 60 6
(Saguaragi)
Platypodium elegans 4.500 550 55
(Amendoim-do-campo)
Podocarpus lambertii 59.323 130
(Pinheiro-bravo)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Pterocarpus violaceus 1.850-2.400 100-140
(Aldrago, Pau-sangue)
Pterodon pubescens 1.100 250
(Faveiro)
Pterogyne nitens 4.500 550 55
(Amendoim-bravo)
Richardella butyrocarpa 160 1.600 1.400
(Mantegueira)
Roystonea oleracea1 2.000 125
(Palmeira-real)
Roystonea regia1 2.000 125
(Palmeira-imperial)
Sapindus saponaria 1.500 170
(Sabão-de-soldado)
Sesbania punicea 10.449 480
(Cássia-sesbânea)
Schinus terebinthifolius 37.453 140
(Aroeira-precoce)
Schyzolobium amazonicum 991 255
(Paricá)
Schyzolobium parahyba 500 500 440
(Guapuruvu) 673 2.000
Simaruba amara 3.100 90
(Caxeta)
Spathodea campanulata1 160.000 15 2
(Espatodea)
Spondias macrocarpa 290 900 800
(Cajá-mirim)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Spondias purpurea 130 1.700
(Cajá)
Stenolobium stans 82.000 35 4
(Ipê-de-jardim)
Stryphnodendron adstringens 5.500 455 45
(Barbatimão)
Stryphnodendron pulcherriumum 1.685 150
(Fava-barbatimão)
Styrax leprosus 7.554 680
(Carne-de-vaca)
Swietenia macrophylla 1.660 150
(Mogno)
Syagrus romanzoffiana 634 400
(Palmeira-gerivá)
Tabebuia avellanedae 40.000 65 7
(Ipê-rosa)
Tabebuia avellanedae var. 25.000 100 10
paulensis
(Ipê-rosa-anão)
Tabebuia chrysotricha 150.000 20 2
(Ipê-amarelo-do-cerrado)
(Ipê-amarelo) 87.719 40
Tabebuia heptaphylla 18.000 140 14
(Ipê-roxo)
Tabebuia impetigiosa 13.500 185 20
(Ipê-roxo, Pau-d’arco)
Tabebuia sp 25.614 190
(Ipê-roxo)
Tamanho mínimo da amostra média (g) Baseado na
N° de
Espécie (quantidade total de sementes/amostra) literatura
sementes/kg
2.500 250 220 (g)
Tabebuia ochraceae 92.000 30 3
(Ipê-amarelo-do-campo)
Tabebuia roseo-alba 66.000 40 4
(Ipê-branco)
Tabebuia serratifolia 82.000 35 4
(Ipê-amarelo-cascudo)
(Pau-d’arco) 32.144 8
Tabebuia sp 16.000 160 20
(Ipê-lilás)
Tabebuia vellosoi 46.000-81.000 35-50 4-5
(Ipê-amarelo-casca-lisa)
Tapirira guianensis 9.950 250 25
(Tatapiririca)
Terminalia catappa1 200 1.250 1.100
(Chapéu-de-sol)
Tibouchina granulosa 3.800.000 1
(Quaresmeira-roxa e rosa)
Tipuana speciosa 1.500 170
(Tipuana)
Tipuana tipu 1.096 2.000
(Tipuana)
Trema micrantha 625.000 4
(Curumim)
Triplaris surinamensis 17.000 150 15
(Pau-formiga)
Virola meninonii 565 450
(Ucuuba-da-terra-firme)
Vismia guianensis 2.000 125
(Lacre-branco)
ANEXO 2. Propostas de condições de germinação para os testes de germinação de espécies florestais, determinadas com base em dados
de experimentação em análise de sementes publicadas por diversos autores. Siglas utilizadas descritas na base da tabela.

Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Acacia decurrens var.
20-30 SP(q) 7-21 Amaral (1984)
mollissima
(Acácia-negra)
Anadenanthera
20;25;20-30 SV-EV 8-10 SP Figliolia (1984)
macrocarpa
(Angico-vermelho)
Apuleia leiocarpa 30 SP(r) 7-14 Amaral (1984)
(Grápia)
Araucaria angustifólia 25 SP 7 Amaral (1984)
(Pinheiro-brasileiro)
Aspidosperma
25(b) SP-SA-ST 13 SP Barbosa (1982)
olivaceum
(Guatambu) RL-EA-ET-EP
Aspidosperma
20;25 SV-EV SP Figliolia (1984)
polyneuron
(Peroba-rosa)
20 MBV PR Ramos e Bianchetii (1984)
25 V-MBV,MBB
Astronium balansae 25 A RS Alcalay et al. (1985)
(Pau-ferro) Amaral (1985)
Astronium fraxinifolium 20;25(i) SP;EC ES Jesus e Piña-Rodrigues (1990b)
(Gonçalo-alves) e Piña-Rodrigues e Jesus (1990a)
Astronium concinum EA(j) 30 Jesus e Piña-Rodrigues (1989)
(Aderne) 30 RL
EA;EC(j) 25 Piña-Rodrigues e Jesus (1990)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Astronium urundeuva 20-30 SP Cavallari (1989)
(Aroeira)
20-30 V-SP DF Cavallari (1989a)
Atteleia glazioviana 25 SP 7 Amaral (1984)
(Timbó)
Bauhinia variegata var.
20;25;20-30;30 SP-SV-EV SP Figliolia (1984)
candida
(Bauhinia-branca)
Bixa orellana 20-35 RL 12-16 PB Gomes et al. (1989)
(Urucum)
Buchenavia sp 25 RL ES Jesus e Piña-Rodrigues (1985)
(Pelada)
Caesalpinia leiostachia 25(b) ST-SA-SP 91 SP Barbosa (1982)
(Pau-ferro) RL-EA-ET-EP
Cassia leptophylla 25(b) SA SP Barbosa et al. (1985)
(Cassia-fistula)
20-30 RL(s) 7-14 Amaral (1984)
Cedrella fissilis 25;30;20-30 SP RS Alcalay e Amaral (1981)
(Cedro)
20;25;20-30;30 SP-SV-EV SP Figliolia (1984)
30 A 7-14 Amaral (1984)
Cedrella sp 25 SP 7-14 Amaral (1984)
(Cedro-branco)
Cedrella sp 25 SP 7-14 RS Amaral (1984)
(Cedro-vermelho)
Clarisia racemosa 30 EC(i) ES Piña-Rodrigues e Jesus (1990)
(Oiticica) 20 EA
Cordia goeldiana 30;25 V PA Leão (1984)
(Freijó)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Cordia trichotoma 20-30 RL RS Alcalay e Amaral (1981)
(Louro)
20 RL-EP SP Figliolia e Zandarin (1987)
25 SP-RL-EP
SV-EV
20-30 SP-EP-SV-EV
30 EP-SV-EV
(Louro-amarelo) 20-30 RL(e) 14-21 Amaral (1984)
(Louro-branco) 25 A 14-21
(Louro-preto) 25 SP(e) 14-21
Chorisia speciosa 20;25 SP SP Figliolia (1984)
(Paineira) 20;25;20-30;30 EP
Chrysalidocarpus
20-30 Amaral et al. (1986)
lutescens(c)
(Areca-bambu)
Copaifera langsdorffii 25(j) SA(d) DF Silva e Afonso (1985)
(Copaíba)
30 V Cavallari (1989)
20-30;30 V DF Cavallari (1989a)
Couropita guyanensis 30 EV 12-28 RJ Cunha et al. (1989)
(Abricó-de-macaco)
Dalbergia variabilis 25 RL 7-14 Amaral (1984)
(Canela-do-brejo)
Delonix regia 20 EP-EV SP Figliolia e Zandarin (1987)
(Flamboyant) 25;30 EP-SV-EV
20-30 SP-EV
Didymopanax
20;30 V PA Leão (1984)
morototoni
(Morototó)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Euterolobium
20-30 RL(t) 7-14 Amaral (1984)
contortisiliquun
(Timbaúva)
Esenbeckia leiocarpa 20 RL-EP SP Figliolia e Zandarin (1987)
(Guarantã) 25 EP
20-30 EP-SV-EV
Euterpe edulis 25;20-35 20-30 RS Alcalay e Amaral (1981)
(Palmiteiro)
25 SP(e) RS Amaral (1973)
25 SA-SP 49-90 Amaral e Popinigis (1985)
25 A 30 Amaral (1984)
20-35 A;S;V 19-40 SP Bovi et al. (1989)
Euterpe oleracea 20-35 A;S;V 15-32 SP Bovi et al. (1989)
(Açaizeiro)
Barbosa, Barbosa e Barbosa et al.
Erythrina falcata 25(b) ET SP
(1985)

Barbosa, Barbosa e Barbosa et al.


Eugenia brasiliensis 30 EA SP
(1985)
(Grumixama)
Barbosa, Barbosa e Barbosa et al.
Eugenia uvalha 30 ET SP
(1985a)
(Uvaia)
Gmelina arborea 25 V DF Netto et al. (1985)*
Hevea brasiliensis 20-30 Wetzel et al. (1981)
(Seringueira)
25(j) RP 15-25
Hovenia dulcis 20 A-PT-V até 28 PR Ramos e Bianchetti (1984)
(Uva-do-japão)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
(s)
25 RL 7-14 Amaral (1984)
25;20-30 RL 7-14 RS Antonio et al. (1984)
Amaral (1984)
Inga edulis 25(b) EA 14 SP Barbosa (1982)
(Ingá)
Inga lentiscifolia 25 A 7 Amaral (1984)
(Ingá)
Jacaranda micrantha 25 A até 28 PR Ramos e Bianchetti (1984)
(Caroba) 20 V
20;25 MBB-PT
30 A 7 Amaral (1984)
Kielmeyera coriacea 22 a 27 - Dionello e Basta (1981)
(Pau-santo)
Lafoensia replicata 25 SA-ST-SP 12 SP Barbosa (1982)
(Dedaleiro)
Luehea divaricata 25 SP 7-14 Amaral (1984)
(Açoita-cavalo)
Manilkara salzmanii 30 EC ES Jesus e Piña-Rodrigues (1985)
(Massaranduba)
Mimosa scabrella 20;30 SP PR Bianchetti (1981)
(Bracatinga) 20;25;30 PT
20;25 V
A-V-MBV-
22;24;26(f) PR Ramos e Bianchetti (1984)
MBB-PT
20-30 RL(u) 7-14 Amaral (1984)
25 SP(d) 5 SC Kanashiro et al. (1979)
20-30;30 SP(d)
Myrocarpus frondosus 25 A 7-21 Amaral (1984)
(Cabreúva)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
(d)
Myroxylon balsamum 20 A MG Borges et al. (1980)
(Bálsamo)
Ochroma pyramidale 30 SP DF Netto e Wetzel (1985)(k)
(Pau-de-balsa)
Ocotea puberula 25 A 7-21 Amaral (1984)
(Canela-guaiçá)
Paivea langsdorffii 30 ET SP Barbosa, et al. (1985ª)
(Cambuci)
Parapiptadenia rigida 25 RL RS Alcalay e Amaral (1981)
(Angico) 20;25 SA-V-MBV PR Ramos Bianchetti (1984)
MBB-PT Amaral (1984)
25 RL 7
Patagonula americana 25 SP 14-21 Amaral (1984)
(Guajuvira)
Pelthophorum dubium 20;25;30 A-V-SP-PT PR Bianchetti (1981)
(Canafístula) 30 SA-V-SP-PT
25 SP RS Amaral et al. (1978)
26;30(h) A PR Ramos Bianchetti (1984)
22;26(h) MBB
24;26(h) PT
30 SP(e) 7-14 Amaral (1984)
25;20-30 SP(o) 3-8 MG Alvarenga e Davide (1987)
25;20-30;30 PT(o) 3-8
Piptadenia sp 8 a 10 Amaral et al. (1986)
Piptadenia macrocarpa 30 PT(d) 5a8 GO Reis e Wetzel (1981)
(Angico-vermelho)
Piptadenia rigida 25 RL RS Amaral et al. (1978)
Phoebe porosa 25(b) EA 76 SP Barbosa (1982)
(Imbúia)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Podocarpus lambertii 25 SP;RL;A 21-35 RS Seibt (1985) e Amaral (1984)
(Pinho-bravo)
Poeppigia procera 20;25 EC;SP ES Piña-Rodrigues e Jesus (1990)
(Coco-d’óleo)
Prunus brasiliensis 20;25 SA-V PR Bianchetti (1981)
(pessegueiro-bravo) 30 PT
20;26 A-V-MBV PR Ramos e Bianchetti (1984)
MBB-PT
Pterogyne nitens 25(b) SA-ST-SP 49 SP Barbosa (1982)
(Amendoim-bravo) RL-EA-ET-EP
25 PT(d) DF Reis e Wetzel (1981)
Robini pseudoacacia 17-30 SP(e) 10-25 Amaral (1984)
(Robinia)
Schizolobium parahyba 25;30(g) A PR Bianchetti (1981)
(Guapuruvu) Ramos e Bianchetti (1984)
25 SP 7 Amaral (1984)
Schinus molle 25 SP(v) 7-14 Amaral (1984)
(Aroeira-piriquita)
Schinus terebinthifolius 25 SP(v) 7-14 Amaral (1984)
(Aroeira-precoce)
Shinopsis brasiliensis 20-30;30(p) V Cavallari (1989 e 1989ª)
(Brauna)
Stenobium stans 25;30 SP 3-8 MG Alvarenga e Davide (1987)
(Falso-ipê) 20-30 PT 4-13
Sterculia stricta 30 RL SP Márquez et al. (1978)
(Pau-rei)
Styrax leprosum 20-30 SP 7-14 Amaral (1984)
(Carne-de-vaca)
Swietenia macrophyla 20-30 V PA Leão (1984)
(Mogno)
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
Tabebuia avellanedae 25 SA 9 SP Barbosa (1982)
(Ipê-rosa) 25 A 7-14 Amaral (1984)
Tabebuia cassinoides 30 A PR Ramos e Bianchetti (1984)
(Caixeta) 20 MBV
Tabebuia chrysotricha 25;30 SP-SA 7-14 Alcalay e Amaral (1981)
(Ipê-roxo) e Amaral (1984)
20;25;20-
25 SP(d) Amaral (1973)
30
20;25;30;
Euterpe edulis 25 SA-SP Amaral e Pipinigis(1985)
20-30
(Palmiteiro) 20-35
25 A Amaral (1984)
20-35 A;S;V 35;20-35 Bovi et al. (1984)
20 A-PT-V 20;25;30 Ramos e Bianchetti (1984)
Hovenia dulcis 25 RL(a) Amaral (1984)
20;25;30;
(Uva-do-japão) 25;20-30 RL Antonio et al. (1984)
20-30
20;25;30;
25 A Ramos e Bianchetti (1984)
35
Jacarandá micrantha 20 V
(Caroba) 20;25 MBB-PT
30 A Amaral (1984)
20;30 SP 20;25;30 Bianchetti (1981)
Mimosa scabrella 20;25;30 PT
(Bracatinga) 20;25 V
A-V-MBV- 20;22;24;
22;24;26(f) Ramos e Bianchetti (1984)
MBB-PT 26;30
20-30 RL(e) Amaral (1984)
25;30;20-
25 SP Kanashiro et al. (1979)
30
Temperatura Duração
Espécie Substrato(*) Origem Fontes
(°C) (dias)
20-30;30 SP
20;25;30;
25 RL Alcalay e Amaral (1981)
20-30
A-V-MBB- 20;25;30;
Parapiptadenia rigida 20;25 Ramos e Bianchetti (1984)
MBV-RL 35
(Angico) 25 RL Amaral (1984)
A-V-
Pelthophorum dubium 20;25;30 20;25;30 Bianchetti (1981)
MBB;MBV;PT
(Canafístula) 25 SP Amaral (1984)
25;30(f) A 20;25;30 Ramos e Bianchetti (1984)
22;26(f) MBB
24;26(f) RL
30 SP(d) Amaral (1984)
(g) 25;20-
25;20-30 SP Alvarenga e Davide (1987)
30(b);30
(g)
25;20-30 PT
Prunus brasiliensis 20;25 A-V 20;25;30 Bianchetti (1981)
(Pessegueiro-bravo) 30 PT
A-V-MBB-
20;26 20;24;26 Ramos e Bianchetti (1984)
MBV-RL
Pterogyne nitens 25 SA-ST-SP 25 Barbosa (1982)
(Amendoim-bravo) RL-EA-ET-EP
25;20-
25 PT Reis e Wetzel (1981)
30;20;35
Schizolobium parahyba 25;30(h) A 25-30 Ramos e Bianchetti (1984)
(Guapuruvu) 25 SP Amaral (1984)
Tabebuia avellanedae 25 SA Barbosa (1982)
(Ipê-rosa) 25 A Amaral (1984)
LEGENDA DO ANEXO 2
(*) Substratos utilizados: A-areia; C-carvão + serragem; E-esfagno; EA-entre areia; EC-entre carvão; EP-entre papel; ESo-
entre solo; ET-entre terra; EV-entre vermiculita; MBB-Mata borrão branco; MBV-Mata borrão verde; PT-papel toalha;
RL-rolo de papel toalha; RP-rolo de pano; S-serragem; SA-sobre areia; SSo-sobre solo; SP-sobre papel; ST-sobre
terra; SV-sobre vermiculita; V-vermiculita.
(a) H2SO4, 75% por 15 minutos
(b) 20°C por 10 horas e 30°C durante 14 horas.
(c) No escuro.
(d) Quebra de dormência por escarificação mecânica.
(e) Água quente à 80°C por 3 minutos.
(f) Escarificação mecânica por 6 segundos.
(g) Quebra de dormência H2SO4 por 3 minutos.
(h) Quebra de dormência com imersão e água quente e posterior repouso por 24 horas.
(i) Com ou sem luz.
(j) No escuro.
(k) Melhores resultados podem ser obtidos com quebra de dormência em água quente por 4 minutos.
(l) Condições de luminosidade testadas: luz contínua, fotoperíodo de 12 horas, escuro. A germinação ocorreu nas duas
primeiras condições, sendo nula no escuro.
(m) Alternância de luz, 8 horas de luz e 16 horas de escuro.
(n) Quebra de dormência com corte no tegumento e aplicação de fungicida (thiran, benomul e captan).
(o) Quebra de dormência em H2SO4 por 3 minutos.
(p) Nova pesquisa deve ser realizada, segundo a autora, devido ao baixo percentual de germinação obtido (38%).
(q) Fervura 3 minutos.
(r) H2SO4, 75% por 5 minutos.
(s) H2SO4, 75% por 15 minutos.
(t) H2SO4, 75% por 1 hora e 30 minutos.
(u) Água quente a 80°C por 3 minutos.
(v) Sem casca.
ANEXO 3. Comparação entre as condições de germinação, temperatura, substrato, pesquisadas por mais de um autor. Condições
recomendadas: referem-se a ensaios de germinação onde as condições apresentadas foram utilizadas pelos autores. Condições testadas: referem-
se a condições utilizadas em ensaios e que, após experimentação, foram recomendadas pelos autores. Siglas utilizadas descritas na base da tabela.

Condições recomendadas Condições testadas


Espécie Temperatura
Substrato(*) Temperaturas (°C) Substratos(*) Fonte
(°C)
SP;RL;EA;E
Astronium fraxinifolium 20;25 SP;EC 20;25;30 Piña-Rodrigues (1989)
C
(Gonçalo-alves) 20-30 RL 20-30 RL Cavallari e Faiad (1987)
Astronium urundeuva 20-30 RL 20-30 RL Cavallari e Faiad (1987)
(Aroeira) 20-30 SP 20-30;30 SP;A;V Cavallari (1989)
20-30 V-SP 20-30;30 SR;A;V Cavallari (1989)
SSo;ESo;SA;
Cassia leptophylla 25 SA 25 Barbosa et al. (1985)
EA;SP;EP
(a)
(Cássia-fístula) 20-30 RL Amaral (1984)
Cedrella fissilis 25;30;20-30 SP 20;25;20-30;30 A;RL;SP Acalay e Amaral (1981)
SP;EP;RL;S
(Cedro) 20;25;20-30;30 SP-SV-EV 20;25;30;20-30(b) Figliolia (1984)
V;EV
30 A Amaral (1984)
Copaifera langsdorffii 25(c) SA 20;25;30;35;40-41 SA Silva e Afonso (1985)
(Óleo-de-copaíba) 30 V 20-30;30 SP;A;V Cavallari (1989)
20-30;30 V 20-30;30 SP;A;V Cavallari (1989)
Cordia trichotoma 20-30 RL 20;25;20-30;30 A;RL;SP Acalay e Amaral (1981)
SP;RL;EP;S Figliolia e Zandarin
(Louro) 20 RL-EP 20;25;20-30(b)
V;EV (1987)
25 SP-RL-EP
SV-EV
SP-EP-SV-
20-30(b)
EV
30 EP-SV-EV
Condições recomendadas Condições testadas
Espécie Temperatura
Substrato(*) Temperaturas (°C) Substratos(*) Fonte
(°C)
Tabebuia pulcherrima 25 SP RS Amaral et al. (1978)
(Ipê-amarelo)
Tibouchina sellowiana 30(l) SP SP Barbosa et al. (1985)
(Quaresmeira)
Tipuana tipu 25 RL 7-14 Amaral (1984)
(Tipuana)
Alvarenga e Davide
Tryplaris brasiliensis 25;20-30 PT 4-13 MG
(1987)
(Pau-formiga)

(a) Substratos utilizados: A-areia; C-carvão; E-esfagno; EA-entre areia; EC-entre carvão; EP-entre papel; ESo-entre solo; ET-entre terra; EV-
entre vermiculita; MBB-Mata borrão branco; MBV-Mata borrão verde; PT-papel toalha; RL-rolo de papel toalha; RP-rolo de pano; S-
serragem; SA-sobre areia; SSo-sobre solo; SP-sobre papel; ST-sobre terra; SV-sobre vermiculita; V-vermiculita.
(b) Temperatura fixa, não foram efetuadas comparações.
(c) Dormência notória.
(d) Não foram testados outros tipos de substratos.
(e) Quebra de dormência por escarificação mecânica.
(f) Quebra de dormência com imersão em ácido sulfúrico por 4 minutos.
(g) Quebra de dormência com imersão em água quente e posterior repouso por 48 horas.
(h) Escarificação mecânica por 6 segundos.
(i) Com ou sem luz.
(j) No escuro.
(k) Melhores resultador podem ser obtidos com quebra de dormência em água quente por 4 minutos.
(l) Condições de luminosidade testadas: luz contínua, fotoperíodo de 12 horas, escuro. A germinação ocorreu nas duas primeiras
condições, sendo nula no escuro.
(m) Alternância de luz, 8 horas de luz e 16 horas de escuro.
(n) Quebra de dormência com corte no tegumento e aplicação de fungicida (thiran, benomul e captan).
(o) Quebra de dormência em H2SO4 por 3 minutos.
(p) Nova pesquisa deve ser realizada, segundo a autora, devido ao baixo percentual de germinação obtido
(38%).
(q) Fervura 3 minutos.
(r) H2SO4, 75% por 5 minutos.
(s) H2SO4, 75% por 15 minutos.
(t) H2SO4, 75% por 1 hora e 30 minutos.
(u) Água quente a 80°C por 3 minutos.
(v) Sem casca.
(x) Os autores constaram efeito apenas nos frutos colhidos há 12 meses.
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185
PARCEIROS DA REDE MATA ATLÂNTICA DE SEMENTES
FLORESTAIS DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO,
ESPÍRITO SANTO E BAHIA (RioEsBa)

Rio de Janeiro - Instituto Estadual de Florestas (IEF); Universidade


Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ); Rede de Trabalhos Sócio-
ambientais Brasil Japão (JBN); OSCIP Prima - Mata Atlântica e
Sustentabilidade; Prefeitura da Cidade do Rio de Janeiro (PCRJ);
Universidade Estadual Norte Fluminense (UENF); Instituto Pró-
Natura (Instituto Brasileiro de Pesquisas e Estudos Ambientais);
Biovert Florestal e Agrícola S.A.; Federação das Indústrias do Estado
do Rio de Janeiro (FIRJAN); Rede Brasileira Agroflorestal
(REBRAF); ONG Educa Mata Atlântica; Fundação SOS Mata
Atlântica; Cooperativa de Trabalhadores Estruturar; Instituto
Bioatlântica; Instituto Terra Nova; Ministério da Agricultura, Pesca e
Abastecimento / Superintendência Federal de Agricultura do Rio de
Janeiro; IBAMA/RJ.

Espírito Santo - Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal do


Espírito Santo (IDAF); Instituto Capixaba e Pesquisa, Assistência
Técnica e Extensão Rural (INCAPER); Secretaria de Estado para
Assuntos de Meio Ambiente (SEAMA /IEMA); Centro de Ciências
Agrárias da Universidade Federal do Espírito Santo; Flona do Rio
Preto (IBAMA-ES); Aracruz Celulose; Centro Universitário Vila
Velha (UVV); Faculdade de Tecnologia FAESA; Escola de Ensino
Superior do Educandário São Francisco de Assis (Esesfa); Arcos
Marco Raposo.

Bahia - Associação Profissional dos Engenheiros Florestais da Bahia


(APEFEBA); Universidade Estadual de Santa Cruz (UESC); Suzano-
BahiaSul Celulose; Veracel Celulose S.A.; Suçuarana Florestal Ltda.

Se você deseja participar da Rede Mata Atlântica de Sementes


Florestais ou saber mais informações a nosso respeito mande um e-
mail para rioesba@ufrrj.br. Visite nosso site: www.if.ufrrj.br/rioesba.

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