8.5 - Decisão Judicial Favorável
8.5 - Decisão Judicial Favorável
8.5 - Decisão Judicial Favorável
I - RELATÓRIO -
II – VOTO -
Lembro que as hipóteses que autorizam o manejo do incidente de
uniformização encontram-se previstas no art. 14 da Lei n.º 10.259/2001, que
estabelece a competência desta Turma Nacional de Uniformização dos Juizados
Especiais Federais quando demonstrada divergência entre decisões de Turmas de
diferentes Regiões ou quando presente decisão proferida em contrariedade a
súmula ou jurisprudência dominante do Superior Tribunal de Justiça. Este órgão
colegiado também já pacificou o entendimento de ser cabível a interposição do
incidente em face de acórdão que profira, revelando sua posição pacificada.
Feitas essas considerações, vinco, de início, que os paradigmas
originados do eg. Tribunal Regional Federal são imprestáveis à configuração da
pretendida divergência, por ausência de previsão legal.
Reconheço, no entanto, a aptidão do Incidente de Uniformização
prolatado por esta Turma Nacional de Uniformização de Jurisprudência para
provocar o conhecimento e julgamento deste Pedido de Uniformização, uma vez
que consolida entendimento vigente nesta Turma à época da propositura deste
incidente, contrário ao posicionamento veiculado no acórdão recorrido.
Pontuo, de início, que não é objeto deste incidente o
reconhecimento da constitucionalidade ou inconstitucionalidade do teto
legalmente imposto para o salário-de-benefício (art. 29, §2º, da Lei n.º 8.213/91).
Limita-se a pretensão do recorrente ao afastamento do teto originalmente
imposto na data do cálculo da renda mensal inicial para fins de cálculo do
primeiro reajuste, pleiteando, após, a observância do novo teto então vigente.
A despeito de as partes não terem esclarecido, suficientemente,
detalhes acerca da concessão e da revisão administrativa do benefício
concedido ao autor, consegue-se aferir, mediante análise do Sistema Único de
Benefícios DATAPREV que o autor-recorrente é beneficiário de aposentadoria por
tempo de contribuição (35 anos, 01 mês e 13 dias) que lhe foi concedida em
16/07/1996. Na concessão originária, o salário-de-benefício foi calculado em
R$884,36, abaixo do então vigente teto do salário de contribuição, motivo pelo
qual a renda mensal inicial foi fixada em R$884,36.
Ocorre que o autor-recorrente foi beneficiado por revisão do cálculo
de seu benefício, por força da incorporação do índice de fevereiro de 1994 na
correção dos salários-de-contribuição posteriores a esse mês. O recálculo de seu
salário-de-benefício fez com que alcançasse o valor de R$963,97, superior ao teto
vigente para o salário-de-contribuição, motivo pelo qual a sua renda mensal
inicial foi limitada em R$957,56. Assim, se trata de segurado potencialmente
beneficiado pelo acolhimento da tese veiculada no incidente ora julgado.
PODER JUDICIÁRIO
TURMA NACIONAL DE UNIFORMIZAÇÃO DE JURISPRUDÊNCIA
DOS JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS
(...)
Conclui-se facilmente que o legislador jamais pretendeu aplicar
retroativamente o artigo 14 da Emenda n.º 20 aos benefícios anteriormente
concedidos, nem mesmo com relação às prestações a vencer após a sua
vigência, pois, se assim fosse, teria que se manifestar expressamente, não só
em função do princípio da retroatividade, mas também em função do
princípio da legalidade, previsão do art. 5º, II, da Constituição Federal, visto
que à Administração Pública só é permitido fazer o que a lei autoriza.”
É como voto.
Requerido: INSS
Proc./Adv.: GEORGIOS LIMA DUIM SILVEIRA
CERTIDÃO
Participaram da sessão de julgamento, os Srs. Juízes e Sras. Juízas Federais: JOSÉ SAVARIS, JOSÉ
EDUARDO DO NASCIMENTO, RONIVON DE ARAGÃO, SIMONE LEMOS FERNANDES, ANTONIO
SCHENKEL, VANESSA MELLO, VLADIMIR VITOVSKY, ALCIDES SALDANHA, PAULO ARENA e
JORGE GUSTAVO SERRA DE MACEDO COSTA.
VOTO DIVERGENTE
Pedi vista para melhor análise da matéria debatida nos autos e, com a vênia da
ilustre relatora, manifesto minha divergência nos seguintes termos.
Ainda que o autor-recorrente não logre formular a sua pretensão com a clareza
exigível pela ciência jurídica, é possível compreender que devolve a esta TNU a tese da
inconstitucionalidade do art. 29, §2º, da Lei n. 8.213/91, de modo que o primeiro reajuste
deveria se dar sem a observância deste limite máximo.
base de cálculo para o primeiro reajuste deve ser a renda mensal inicial, e não o salário-de-
benefício apurado sobre os salários-de-contribuição sem a incidência do teto redutor.
Precedentes: processos n. 2007.51.51.00.2048-7 e n. 2007.72.54.00.1608-2. 4. Pedido de
Uniformização parcialmente conhecido e, na parte conhecida, não provido”
Requerido: INSS
Proc./Adv.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
CERTIDÃO
Certifico que a Egrégia Turma de Uniformização, ao apreciar o processo em epígrafe, em sessão
realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão:
Após o voto da Juíza Relatora conhecendo do incidente e dando-lhe parcial provimento, pediu vista,
antecipadamente, o Juiz Federal José Savaris. (Sessão de 05/05/2011)
Prosseguindo o julgamento, após o voto-vista do Juiz Federal José Savaris, não conhecendo do
incidente, pediu vista o Juiz Federal Antonio Schenkel. Aguardam os Juízes VANESSA MELLO,
VLADIMIR VITOVSKY, ALCIDES SALDANHA, PAULO ARENA, JORGE GUSTAVO MACEDO
COSTA, CRISTIANE CHMATALIK e RONIVON DE ARAGÃO.
Participaram da sessão de julgamento, os Srs. Juízes e Sras. Juízas Federais: JOSÉ SAVARIS,
RONIVON DE ARAGÃO, SIMONE LEMOS FERNANDES, ANTONIO SCHENKEL, VANESSA MELLO,
VLADIMIR VITOVSKY, ALCIDES SALDANHA, PAULO ARENA, JORGE GUSTAVO SERRA DE
MACEDO COSTA e CRISTIANE CONDE CHMATALIK , em substituição ao Juiz Federal JOSÉ
EDUARDO DO NASCIMENTO.
VOTO - VISTA
1. O pedido, expresso à fl. 8 in fine, revela que a parte autora busca afastar o
teto no reajuste do benefício previdenciário.
CERTIDÃO DE JULGAMENTO
Requerido(a): INSS
Proc./Adv.: PROCURADORIA-GERAL FEDERAL
CERTIDÃO
ACÓRDÃO