Nefro III
Nefro III
Nefro III
O metabolismo gera substâncias ácidas ou básicas; as células geram ácido, mas não conseguem trabalhar em meio
ácido.
A resposta compensatória
Acidose metabólica = hiperventilação
o PCO2 esperado = (1,5 x HCO3) + 8 (variação ± 2)
Exemplo:
pH = 7,2
pCO2 = 26
HCO3 = 12
É uma acidose metabólica (pelo HCO3 baixo)
Esta compensada? (1,5x12) + 8 = 26 Acidose metabólica simples/pura/compensada
ACIDOSE METABÓLICA
Causas:
Acidose lática (principal)
Cetoacidose
Uremia (IR)
Intoxicações
Perdas digestivas baixas (diarreia prolongada)
o Perda abaixo do piloro gera acidose pela perda de bases!
Acidoses tubulares renais
Soro fisiológico 0,9%
o É um soro acidificante (o RL é alcalinizante) por causa do cloro (NaCl).
Na acidose metabólica, como o bicarbonato cai, ou aumenta o cloro ou aumenta o ânion gap!
Tratamento
Tratar a condição de base! Lembrar que nas duas principais causas não é rotineiro administrar bicarbonato de sódio.
Acidose lática e cetoacidose: não fazer NaHCO3.
Uremia e intoxicações: fazer NaHCO3.
Hiperclorêmicas: reposição de bases citrato de potássio e/ou suspender SF 0,9%
ALCALOSE METABÓLICA
Diuréticos tiazídicos/furosemida
Hiperaldo primário
Adenoma viloso do cólon (paciente hipopotassêmico pois impede que jogue H+ embora)
HAS reno-vascular
Perdas digestivas altas: vômitos ou SNG, estenose hipertrófica do piloro
o Pelo vômito ocorre perda de H+ e Cl-
o Hipovolemia: queda do H+ e Cl-, K+ também diminui.
Ativa o SRAA, retendo sódio e excretando potássio (pela ação da aldosterona).
Hipocalemia! K+ sérico baixo
No caso de hipovolemia, no TCP, o sódio é reabsorvido, pois traz água consigo, mas não consegue eliminar o
bicarbonato. Assim, a urina fica ácida!
HCO3 urinário: baixo (acidúria paradoxal)
Cl urinário: baixo (< 20 mEq/L)
DISTÚRBIOS DO SÓDIO
Na hipovolemia ocorre ativação do SRAA, com ação da aldosterona, retendo sódio e água e eliminando potássio e
hidrogênio. Também há liberação de ADH, com retenção de água. O balanço final é a retenção maior de água do que
sódio, proporcionalmente.
Água corpórea
Lactente: 75% do peso
Homem: 60% do peso
Mulher: 50% do peso
2/3 intracelular
1/3 extracelular
O valor normal do sódio é entre 135 – 145 mEq/L, e sua maior parte está extracelular.
A osmolaridade plasmática é definida pela fórmula: Osmpl = 2xNa + Gli/18 + U/6 = 285 - 295 mOsm/L
A osmolaridade plasmática efetiva (tonicidade) é dada por: 2xNa + Gli/18
Controle da osmolaridade
O controle da osmolaridade é feito pelo ADH e o centro da sede;
A célula que mais sofre com a variação de sódio é o neurônio;
A intoxicação exógena mais comum é o coma alcóolico, pois o neurônio sofre mais que as outras células. A
osmolaridade está aumentada, e deve ser administrado um soro hipotônico.
HIPONATREMIA
Tipos de hiponatremia:
Hiponatremia hipo-osmolar
Hiponatremia hiperosmolar diabetes; principal complicação da DM2 é EHH!
Pseudo-hiponatremia
Causas de hiponatremia
Hiponatremia hipo-osmolar
Hiponatremia hipovolêmica
o Vômitos, hemorragia, abuso de tiazídicos (furosemida não, gera hipernatremia), hipoaldosteronismo
Tiazídicos inibem o carreador Na/Cl no TCD, perdendo sódio e consequentemente, água. Se
a medula renal for hipertônica, a água é reabsorvida no ducto coletor. Se o paciente evolui
com hiponatremia, significa que a dose está elevada. Ocorre também perda de potássio e
hidrogênio.
Hiponatremia Hipervolêmica – redução do volume circulante efetivo, ativa SRAA e ADH trazendo mais água
que sódio. Mesmo motivo do hipovolêmico, excesso de ADH, mas tem volume
o ICC (mais baixa o sódio, pior a ICC, pois mais água retorna pelo maior excesso de ADH)
o Cirrose hepática
Hiponatremia normovolêmica
SIAD – Síndrome da Secreção Inapropriada de ADH/Sd da antidiurese inapropriada
SIAD
Grande reabsorção de água no coletor → hipervolemia → hiponatremia → liberação de PNA (peptídeo natriurético
atrial) → normovolemia + hiponatremia + natriurese + hipouricemia → sódio urinário alto (> 40 mEq/L =
osmolaridade urinária alta)
Causas
Doenças pulmonares: pneumonia por Leishionella, CA pulmão oat cells
Doenças SNC: TCE, AVE, meningite
Pós-operatório
Drogas: clorpropamida, carbamazepina, opioides, ATD tricíclico, ecstasy
Cuidar com a síndrome cerebral perdedora de sal: libera o peptídeo natriurético cerebral (ventricular) →
hipovolemia → aumento do ADH reabsorção de H2O no coletor → hipovolemia + hiponatremia → sódio
urinário alto (>40 mEq/L)
Clínica: a água do extracelular, na hiponatremia, tende a entrar na célula (neurônio), causando edema celular, que
cursa com cefaleia, vômitos, sonolência, crise convulsiva, torpor e coma. Se o excesso de água ocorrer de forma
rápida, abrupta, em menos de 48h, ocorre edema celular.
Se a hiponatremia for de instalação gradual, o neurônio expulsa soluto e o paciente evolui de forma assintomática.
Hipernatremia
Causas
Diarreia (infância)
Incapacidade de pedir líquidos (coma/RN/idoso)
Diabetes Insipidus (central/nefrogênico)
O quadro clínico caracteriza-se por cefaleia, vômitos, convulsões, sonolência, torpor e coma.
DISTÚRBIOS DO POTÁSSIO
O potássio é um íon que em na sua maioria está dentro da célula, principalmente no miócito. Hiper/hipocalemia
fazem com que a musculatura sofra, como câimbras, fraqueza muscular, parestesias, mas principalmente o músculo
cardíaco e o diafragma.
Hipo: insulina, adrenalina e beta2-agonistas guardam potássio na célula. O hiperaldosteronismo gera perda
urinária de K+, assim como a alcalose, pois ela joga o K + para dentro da célula e tira H +, bem como
aminoglicosídeos e anfotericina B.
Hiper: rabdomiólise e síndrome da lise tumoral tiram K + da célula, por exemplo, assim como a acidose, pois,
ao contrário da alcalose, ela quer manter H + na célula, que é trocado pelo K +. A insuficiência renal e
hipoaldosteronismo, assim como iECA e espironolactona, retêm K+ pelo rim.
Hipercalemia
Aldosterona realiza excreção de potássio no tubo coletor, reabsorvendo o sódio e excretando potássio.
Na acidose, o corpo excreta o hidrogênio e reabsorve o sódio, o potássio permanece no organismo, fazendo
hipercalemia.
IECA → menos aldosterona, mais potássio.
Espironolactona → menor ação da aldosterona, mais potássio.
Hipocalemia
Na alcalose, há pouco hidrogênio, assim o sódio é reabsorvido e potássio excretado.
HAS renovascular tem hipocalemia!
Furosemida/tiazídico fazem perda de potássio, pois há muito sódio sendo excretado.
ECG na hipocalemia
Achatamento da onda T
Onda U proeminente (maior que a onda T)
Onda P apiculada
Tratamento
Se K+ > 3
o Reposição VO xarope KCl 6% - 1 medida VO (15ml) 3-4x/dia (3-6g/dia)
o Se prefere a oral pois todo potássio é absorvido
Se K+ < 3, sintomático, alteração de ECG
o Reposição EV KCl 10% amp 10ml
o 10g KCl --- 100ml
o 1g KCl --- 10ml (1 ampola tem 1g)
o 1g --- 13 mEq de K+
o Velocidade de infusão: 20-40 mEq/h (máximo de 3 ampolas)!
o Salina 0,45% 210ml + KCl 10% 40ml – correr em 4h