RC UCT 13.docx
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Alan Eduardo
Distúrbios do sódio……………………………………………………………………………...…
-É preocupante quando o sódio está menor que 120 = hiponatremia, e maior que 150 =
hipernatremia.
-Mecanismo da sede.
-A variação do sódio não é resultado do ganho ou perda de sódio. Ele caminha com a
água. Seu distúrbio nasce principalmente pelo ganho ou perda dela.
→ Hiponatremia:
-Exceções:
a. Hiponatremia hiperosmolar:
*Na aguda não dá tempo desse mecanismo acontecer, por isso gera o edema.
-Causa mais comum. Perde água e sódio que gera hipovolemia e estimula a liberação
de ADH que retém água livre.
-Perda extrarrenal: desidratação, diarréia, vômitos, perda para terceiro espaço. Sódio
urinário <20 mEq/l.
d. Hiponatremia hipervolêmica:
e. Hiponatremia euvolêmica:
-Causas: neoplasias malignas (75% tumor de oat cell), distúrbios no SNC TCE,
infecção, hidrocefalia, doenças pulmonares: (TB, Pneumonia, infecção fúngica) e
drogas (haloperidol, carbamazepina, antidepressivos).
-Emergência médica.
-Causas:
a. Pós operatório de cirurgia neurológica e grandes cirurgias.
b. Pós operatório de cirurgia de próstata.
c. Administração excessiva de soluções hipotônicas ou água em paciente com
hiponatremia.
-Tratamento:
a. Reposição EV no sódio com salina hipertônica 3%.
b. Aumentar a natremia de forma lenta.
c. Objetivo: 3-6 mEq/l primeiras 3 horas. 8-10 mEq/l nas primeiras 24 horas e 18
mEq/l nas 48 horas.
-Fórmula de correção para o sódio ser reposto: 0,6 x peso x (Na final-Na inicial). 0,5 se
mulher.
*Por isso fazer 3 mEq/l é mais rápido para aliviar os sintomas do paciente.
→ Caso clínico:
-"Um homem de 50 anos, 60kg, no segundo dia de pós operatório de colectomia
subtotal, evolui com cefaleia, convulsões e rebaixamento do nível de consciência.
Na=110 mEq/l". Quanto de sódio deve ser reposto?
1. Etapa 1:
-Objetivo: 3-6 mEq/l nas primeiras 3 horas. E 8-10 mEq/l nas primeiras 24 horas.
-Em 3 horas → 0,6 x peso x (Na final - Na inicial) = 0,6 x 60 x (113-110) = 108 mEq/l.
2. Etapa 2:
-Converter mEq/l em g de NaCl.
3. Etapa 3:
-Regra de 3 para Salina 3%.
3 g de NaCl — 100 ml
6,3 g — x
x = 210 mL de salina 3% durante 3 horas.
→ Hipernatremia:
→ Caso clínico:
-"Paciente mulher 75 anos, 55kg, desidratado e torporoso. Na = 165 mEq/l".
-Déficit de água livre: água corporal total x [(Na paciente / Na desejado) -1] → 0,5 x 55
x [(165/140) -1] = 5l.
5l — 25 mEq/l
V — 10 mEq/l
V= 2l em 24 horas.
→ Diabetes insipidus:
Distúrbios do potássio……………………………………………………...…………………...…
→ Calemia:
-Apenas 2% do potássio corporal está no meio extracelular, porém a concentração
plasmática deve ser mantida numa faixa estreita, entre 3,5 - 5 mEq/l, para evitar
distúrbios neuromusculares.
→ Controle do potássio:
-Os rins desempenham um papel dominante no equilíbrio do potássio. 90% é excretado
pela urina.
-Perda urinária:
1- Uso de diuréticos: diurético tiazídico bloqueia o cotransportador de sódio
clorídrico nas células parietais do túbulo contorcido distal; e Diurético de alça
bloqueia o cotransportador de Na+K+2Cl- na parte ascendente da alça de Henle.
Aumento de sódio no túbulo coletor → aumento da excreção urinária de
potássio.
2- Poliúria: diabéticos
3- Alcalose metabólica: efeito caliurético → troca de K+ por Na no túbulo coletor,
poupando o H+.
4- Hiperaldosteronismo: Primário (adquirido ou congênito): +aldosterona
(hiperplasia adrenal congênita ou adenoma); ou Secúndário: corticoide em altas
doses → além do efeito mineralocorticoide (aldosterônico). Estenose de artéria
renal + renina.
→ Hipocalemia:
-Alterações no ECG são prenúncio das arritmias. Onda U após a onda T aparece em
situações de hipocalemia (abaixo de 3 → grave).
→ Hipercalemia (hiperpotassemia):
-Se a função renal está adequada a hipercalemia por consumo de potássio não é
esperada.
-Sinais e sintomas: fraqueza muscular, paralisia, arritmias e pcr (FV, atividade elétrica
sem pulso, assistolia).
-Tratamento:
● Leve a moderada (K+ <6,5): tratar a causa;
● Grave com alteração do ECG: gluconato de cálcio 10% (primeira medida:
estabiliza a célula do coração e o miocárdio contra a hipercalemia, tem 60m para
tentar diminuir o potássio a longo prazo.
● Glicose + insulina (glicoinsulina);
● Beta-2-agonista;
● Bicarbonato de sódio → acidose metabólica;
● Terapia de manutenção: furosemida e resina de troca.
● Hipercalemia refratária na IR faz-se diálise de urgência.
→ Questões:
1- "Paciente é admitido no pronto-socorro, com poliúria, desidratação e naúseas.
Exames mostram glicemia de 485 mg/dl, sódio de 130 mEq/l, potássio de 3,9 mEq/l e
bicarbonato de 12 mEq/L (normal 22-26). Após com hidratação com SF 0,9%, insulina
e bicarbonato de sódio o paciente evolui com fraqueza generalizada, hipoventilação e
arritmia cardíaca. Qual é a causa mais provável destas complicações?"
-Primeiro faz o gluconato, e depois pensar em outras medidas para tentar reduzir o
potássio devagar.
Opiáceos e opióides………………………………………………...…………………………...…
● Receptores:
-Analgesia.
-Supressão da tosse.
● Tolerância e dependência:
-Dependência - ao cessar o uso, provoca síndrome de abstinência que pode durar dias
ou semanas e leva a sintomas como: irritação, agressividade, diarreia, perda de peso,
coriza, piloereção, tremores.
● Opióides fracos:
→ Codeína
-Dose inicial: 30 mg a cada 6 horas.
→ Tramadol
● Opióides fortes:
→ Morfina simples
-Dose inicial: comprimidos de 10 e 30 mg. Injetável 1mg ml, 10 mg ml. VO iniciar 5 mg,
EV 2 mg.
-Dose máxima: não tem efeito teto, o que limita o aumento de dose é efeito colateral.
-Farmacologia: por sua meia-vida curta e início de ação rápido, a morfina simples
costuma ser a droga de escolha para analgesia de resgate em pacientes em uso de
opióides fortes.
-Dose inicial: considerar dose prévia de opioide (ver seção abaixo “Rotação de
opioide”); a menor posologia disponível é 30 mg VO de 12/12h.
-Dose máxima: não tem efeito teto, o que limita o aumento de dose é efeito colateral.
→ Oxicodona
-Equipotência analgésica: cerca de duas vezes mais potente que morfina oral.
→ Fentanil transdérmico
→ Buprenorfina transdermica
-Dose inicial: considerar dose prévia de opioide (ver seção rotação de opioides), a
menor posologia disponível é 5 mcg/hora a cada 7 dias.
-Farmacologia: pode demorar até três dias após a aplicação do primeiro adesivo para
que se alcance o efeito da medicação.
1. Letargia ou coma;
2. Depressão respiratória;
3. Pupilas puntiformes e dilatadas.
Distúrbios do
cálcio………………………………………………...…………………………...…
● O cálcio:
-A grande parte está no esqueleto (osso).
-70% encontra-se ligado a albumina e 30% são íons livres (mais importante
fisiologicamente e regulado por controle hormonal).
-Cálcio total: 8,6 a 10,2 mg/dl.
● Funções:
● Metabolismo do cálcio:
Paratormônio (PTH):
-Hormônio produzido pelas paratireóides, é o principal hormônio responsável pela
calcemia.
-Intestino → a ação intestinal do PTH é indireta, por meio da síntese de calcitriol que
aumenta a absorção de cálcio e fósforo.
● Vitamina D:
-Possui duas fontes - por ação do raio UV e dieta.
● Hipercalcemia:
-Como o PTH tem ação central no controle do cálcio as causas foram divididas em 2
grandes grupos:
a. Dependente do PTH:
-Hiperparatireoidismo primário;
-Hiperparatireoidismo secundário e terciário na insuficiência renal;
-Hipercalciúria familiar;
-Hipercalcemia induzida pelo lítio.
b. Independente do PTH:
-Neoplasias malignas: humoral (proteína relacionada ao PTH-PTHrP) ou local
(osteolítica);
-Doenças granulomatosas e linfoma;
-Doença endócrina (hipertireoidismo, insuficiência adrenal, feocromocitoma, vipoma);
-Medicações: diuréticos tiazídicos, intoxicação por Vitamina A e D, Tamoxifeno e
Aminofilina.
→ Caso clínico:
"Mulher de 28 anos de idade procurou o ambulatório de clínica médica, relatando que
há 1 mês vem apresentando fadiga e fraqueza. Seu exame clínico estava dentro do
limite do normal".
-Perguntar sobre o humor (triagem para depressão), sono, ciclo menstrual, perda de
peso, antecedentes patológicos, antecedentes familiares, exposição ocupacional.
● Hipocalcemia:
-Etiologia:
1. Hipoparatireoidismo (PTH reduzido);
2. Pseudo hipoparatireoidismo (resistência ao PTH);
3. Paratireóide normal (PTH normal)
3.1 Distúrbios relacionados à vitamina D;
3.2 Outros distúrbios: sepse, pancreatite, hiperfosfatemia, transfusões maciças.
-A hipocalcemia aguda causa sintomas mais intensos do que a crônica, que se instala
de forma insidiosa.
→ Sinal de Chvostek: contração dos músculos faciais após percussão do nervo facial
abaixo do arco zigomático.
→ Sinal de Trousseau: espasmo cárpico (adução do polegar + flexão do metacarpo
após insuflação do manguito 20mmhg acima de PAS).
● Hipoparatiroidismo:
→ Caso clínico:
"Paciente do sexo feminino, 30 anos, foi submetida a uma tireoidectomia total por
carcinoma papilífero de tireóide. Doze horas após cirurgia apresentou espasmo
musculares em seguida convulsões, tetania".
Magnésio e
cloro………………………………………………...……………….……………...…
● Magnésio:
-A maior parte do magnésio está situada no ambiente intracelular, principalmente no
tecido ósseo.
-É obtido através da ingesta alimentar (carnes, folhas verdes, frutas e alguns cereais).
→ Mecanismos de hipomagnesemia:
→ Manifestações clínicas:
-Taquicardia ventricular polimórfica: Torsades de Pointes. FC > 100 bpm/min com
variações frequentes do eixo QRS, morfologia ou ambos. Evolui da síndrome do
intervalo QT longo.
→ Tratamento:
-Hipomagnesemia grave sintomática (<1,0 mg/dL): Sulfato de magnésio 10% 1-2g em
15 minutos, seguido de infusão contínua e tratar a causa.
● Hipermagnesemia:
-Distúrbio raro (> 2,5 mg/dL).
-Causas: DRC avançada ou IRA grave, infusão venosa de sulfato de magnésio
excessiva (sulfatação muito utilizada na eclâmpsia).
→ Quadro clínico:
-A maioria dos pacientes são assintomáticos.
-Mg2+ entre 4,8 e 7,2 mg/dL: náusea, cefaléia, letargia e redução dos reflexos
tendinosos.
-Mg2+ > 12,0 mg/dL: paralisia muscular, insuficiência respiratória, bloqueios cardíacos
e parada cardiorrespiratória.
→ Tratamento:
-Quando a função renal está preservada e não há sintomas a conduta é expectorante.
→ Caso clínico:
-"Davi, 54 anos, etilista, hipertensão, obeso, DRGE em uso de Hidroclorotiazida, utiliza
IBPs, é admitido na emergência do instituto de cardiologia por palpitações, hipotensão,
dispneia, rebaixamento no nível de consciência, sendo realizado eletrocardiograma que
revelou taquicardia ventricular tipo torsades de pointes. O tratamento indicado neste
momento para essa arritmia é?"
-Desfibrilação elétrica para paciente instável. Caso o paciente estivesse estável (caso
leve) faria o sulfato de magnésio.
● Cloro:
● Hipocloremia:
-Perdas de líquidos corporais por vômitos ou aspirado gástrico, diarréia, sudorese
excessiva, febre alta e uso de diuréticos.
→ Tratamento: pode ser feito através da infusão EV de NaCL 0,9%, tratar a causa e
realizar avaliação seriada para observar sua regularização.
● Hipercloremia:
→ Acidose metabólica:
-PH normal: 7,35 - 7,45.
-Acidose metabólica PH >7,35 HCO3 <22.
→ Tratamento:
-Como a hipercloremia está relacionada, na maioria das vezes com a hipernatremia, o
tratamento é feito da mesma forma.