Nutrição Aplicada
Nutrição Aplicada
Nutrição Aplicada
NUTRICIONAL
APLICADA
Introdução
Os métodos propostos para a avaliação nutricional, como a antropo-
metria, a avaliação bioquímica e os exames de composição corporal
são importantes para identificação do estado nutricional, porém, ne-
nhum método isolado é capaz de responder quanto ao risco nutri-
cional do paciente. Diante da complexidade de fatores envolvidos na
relação entre doença, estado nutricional e prognóstico do paciente,
um novo método de avaliação foi proposto, visando a valorizar a his-
tória clínica do paciente e a determinar o risco nutricional: a avaliação
subjetiva global do estado nutricional (ASG).
Neste texto, você conhecerá este método de avaliação nutricional
e aprenderá a utilizá-lo e interpretá-lo na prática clínica.
A – HISTÓRIA
1. Peso
Peso habitual:______ kg
( ) Sim ( ) Não
Se sim:
( ) Vômitos ( ) Náuseas
4. Capacidade funcional
(Continua)
Avaliação nutricional subjetiva global 21
B – EXAME FÍSICO
( ) Edema de tornozelo
( ) Edema sacral
( ) Ascite
( ) Nutrido
( ) Gravemente desnutrido
História clínica
Cinco elementos importantes serão avaliados na história clínica: peso, ingestão
alimentar, sintomas gastrintestinais, capacidade funcional e demanda metabó-
lica de acordo com o diagnóstico (doença principal). Confira-os a seguir!
Peso
Ingestão alimentar
Sintomas gastrintestinais
Capacidade funcional
Este é o último item que compõe a história clínica do paciente. Embora faça
parte da ASG proposta por Detsky et al. (1987), o próprio autor sugeriu sua
retirada, pela dificuldade de padronização da avaliação.
Avaliação nutricional subjetiva global 25
Exame físico
O exame físico deve ser realizado utilizando-se a palpação e a inspeção clí-
nica. A avaliação será direcionada para verificar os sinais de deficiência e
para avaliar a perda de gordura e massa muscular e a presença de líquidos no
espaço extravascular.
Você verá, na sequência, a descrição dos itens a serem avaliados no exame
físico para investigar perda de gordura subcutânea, perda de massa muscular
e presença de líquido no espaço extravascular.
Cada item deve ser pontuado de 0 a 3, sendo atribuída a pontuação “0” na ausência
de alterações, “1” para modificações leves, “2” para moderadas e “3” para alterações
consideradas graves.
a b
cacifo. Quanto maior o cacifo, pior o edema, o qual também pode ser um sinal
de perda importante e aguda de proteínas.
A: bem nutrido.
B: moderadamente desnutrido ou com suspeita de desnutrição.
C: gravemente desnutrido.
28 Avaliação nutricional aplicada
Observações:
Para classificar o paciente em grau C (gravemente desnutrido), é preciso que ele
apresente um destes critérios: perda de peso maior do que 10% ou perda celular
ou muscular importante.
Quando a perda de peso se encontrar entre 5 e 10% e os sinais de desnutrição
não forem tão evidentes, o paciente deve ser classificado como B (moderada-
mente desnutrido ou com suspeita de desnutrição).
O paciente que apresentar recuperação do peso nas últimas semanas e melhora
evidente no apetite e na ingestão alimentar deve ser classificado no grau A (nu-
trido), visto que esses sinais indicam recuperação nutricional.
ASG B –
ASG A – moderadamente ASG C –
nutrido desnutrido gravemente desnutrido
Uma das limitações da ASG diz respeito à precisão diagnóstica estar as-
sociada com a experiência do investigador. Outra dificuldade encontrada con-
siste na utilização do método para monitoramento da evolução dos pacientes,
tendo em vista a ausência de critérios quantitativos.
Considerações finais
Em função da facilidade de aplicação e da reprodutibilidade, a ASG tem sido
indicada para avaliação do risco nutricional em diferentes situações. Por essa
razão, diversas adaptações ao método foram propostas conforme as diferentes
condições clínicas.
Para que os resultados sejam confiáveis, é necessário que o avaliador co-
nheça o método e tenha treinamento adequado para realizar a avaliação com
precisão. Nenhum método isolado fornece informações suficientes sobre a
avaliação do estado nutricional, mas, como você pôde compreender a partir
da leitura deste capítulo, a ASG é um método de escolha para avaliação do
risco nutricional.
Avaliação nutricional subjetiva global 31
MAYO CLINIC. Site. Rochester: Mayo Clinic, c2016. Disponível em: <http://www.mayocli-
nic.org>. Acesso em: 7 ago. 2016.
Leituras recomendadas
BARBOSA-SILVA, M. C. G.; BARROS, A. J. D. Avaliação nutricional subjetiva: parte 1 – revi-
são de sua validade após duas décadas de uso. Arquivos de Gastroenterologia, São Paulo,
v. 39, n. 3, p. 181-187, 2002.
GOMES, N. S.; MAIO, R. Avaliação subjetiva global produzida pelo próprio paciente e
indicadores de risco nutricional no paciente oncológico em quimioterapia. Revista Bra-
sileira de Cancerologia, Salvador, v. 61, n. 3, p. 235-242, 2015.
WAITZBERG, D. L. Nutrição oral, enteral e parenteral na prática clínica. 4. ed. São Paulo:
Atheneu, 2009.
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