Aulas-Ondas Do Mar
Aulas-Ondas Do Mar
Aulas-Ondas Do Mar
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ONDAS DO MAR
NAMIBEMOÇAMEDES
2024
DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS DA NATUREZA
REGÊNCIA DO CURSO DE LICENCIATURA EM OCEANOGRAFIA
ONDAS DO MAR
DOCENTE:
Eduardo Saquenha
DOCENTE MONITOR:
Andelson Francisco
Namibe/Moçâmedes
2024
INTRODUÇÃO
Objectivos
Depois da apresentação desta aula, o estudante deverá estar apto a:
• Compreender o conceito de Onda;
• Descrever os parâmetros de uma onda marinha;
• Caracterizar o comportamento de uma onda marinha em diferentes regiões do
oceano;
• Classificar as ondas do mar;
• Resolver exercícios de ondas do mar;
1. Conceito de Onda
Considere o seguinte exemplo: se deixamos cair uma pedrinha sobre a superfície de uma
piscina de água parada, a perturbação produzida se propaga na forma de uma onda
circular, com centro no ponto perturbado (fig.1). Quando se coloca, por exemplo, uma
rolha de cortiça flutuando na superfície da água, ela não será transportada durante a
passagem da onda. Verifica-se que a rolha se movimenta para cima e para baixo e, ao
mesmo tempo, sofre um pequeno deslocamento para a frente e para trás, revelando que
ela recebeu energia da onda (Ramalho, Gilberto, & Toledo, 2009).
Podemos então anunciar que uma onda transfere energia de um ponto para outro sem o
transporte de matéria entre os pontos.
Em relação à direção de propagação da energia nos meios materiais elásticos, as ondas
são classificadas em:
• Unidimensionais: quando se propagam numa só direção, como numa corda;
• Bidimensionais: quando se propagam ao longo de um plano, como na superfície
da água;
• Tridimensionais: quando se propagam em todas as direções, como ocorre com
as ondas sonoras no ar atmosférico;
1.1. Natureza de uma onda
Quanto à sua natureza, as ondas se classificam em eletromagnéticas e mecânicas.
Ondas eletromagnéticas: são aquelas originadas por cargas elétricas oscilantes, como,
por exemplo, elétrons oscilando na antena transmissora de uma estação de rádio ou TV.
Elas não necessitam obrigatoriamente de um meio material para se propagarem.
A luz emitida por uma lanterna, as ondas de rádio, as micro-ondas, os raios X, etc. são
exemplos de ondas eletromagnéticas.
Ondas mecânicas: são aquelas originadas pela deformação de uma região de um meio
elástico e que, para se propagarem, necessitam de um meio material.
As ondas numa corda e na superfície da água, que vimos no item anterior, são exemplos
de ondas mecânicas. Outro exemplo de ondas dessa natureza são as ondas sonoras, que
se propagam nos gases (como o ar), nos líquidos e nos sólidos
O vento transfere parte da sua energia para as ondas ao exercer na superfície da água uma
força resultante de diferenças de pressão provocadas por flutuações na velocidade do
vento próximo à interface ar-mar. A superfície perturbada é restabelecida por acção da
gravidade. A interação cíclica entre a força de pressão exercida pelo vento e a força da
gravidade, faz com que ondas se propaguem, se distanciando progressivamente de sua
zona de geração. Ondas desse tipo também podem ocorrer em lagos e lagoas.
Figura 5: Parâmetros de uma onda: perfil vertical de duas ondas oceânicas idealizadas;
As ondas oceânicas são classificadas pela força perturbadora que as cria, pela força
restauradora que tenta achatá-la e pele seu comprimento de ondas (Garrison, 2008).
Ondas capilares: são as primeiras ondas a serem formadas quando o vento sopra.
ventos muito fracos provocam distúrbios muito pequenos na superfície do mar, gerando
as ondas capilares, com alturas de décimos de centímetros, comprimentos de poucos
centímetros e períodos de décimos de segundos.
Todas ondas com comprimentos maiores que 1,73 cm dependem principalmente da gravidade
como força restauradora. A gravidade puxa as cristas para baixo mas o momentum da água faz
com que as cristas ultrapassem a linha de equilíbrio e se tornem cavas. A natureza repetitiva deste
movimento, como um peso pendurado em uma mola se movendo para cima e para baixo, dá
origem às órbitas circulares das moléculas indviduais de água em uma zona oceânica. O
movimento circular das moléculas de água em uma onda acontece praticamente sem atrito, e
portanto, as ondas de gravidade podem viajar pela superfície do mar por milhares de kilômetros
sem se dessiparem, para eventualmente quebrarem em uma costa distante.
No marulho as cristas e cavados formam linhas longas e retas, que se estendem por pelo
menos 6 ou 7 comprimentos de onda, perpendicularmente à direção de propagação. Uma
única crista viaja uma distância Lnum tempo T, de modo que a velocidade de fase da onda
ou celeridade é dada por c = L / T, variando tipicamente de 3 a 10 m/s (10 a 36 km/h). O
marulho representa ondas geradas pelo vento que viajaram para fora da área de atuação
do vento, ou o vento local cessou.
A situaçao é diferente para ondas geradas pelo vento próximo à costa. As órbitas das
moléculas de água em ondas se movendo por meio de águas rasas são achatadas pela
proximidade com fundo. A água imediatamente acima do fundo do mar não pode se
mover em uma trajectória circular, apenas para frente e para trás.
Ondas em águas mais rasas que 1/5 de seu comprimento são conhecidas como ondas de
águas rasas. Para águas rasas (h / L < 0,05), a velocidade de propagação das ondas é:
Ondas intermediárias viajam pela lâmina de água com profundidade maiores que 1/20
do seu comprimento de onda, mais raso que a matede desse valor. Em nosso exemplo
acima seria uma coluna de água com profundidade em 1 e 10 metros. Assim sendo, para
se calcular onda em águas rasas, utiliza-se a seguinte equação:
𝑔𝐿 ℎ
𝐶 = √ 𝑡𝑎𝑛ℎ 2𝜋
2𝜋 𝐿
Dos cincos tipos de ondas da tabela (figura 7) apenas a ondas capilares e de águas
profundas e as geradas pelo vento podem ser de águas profundas. Para entender o porquê
disso, lembre-se de que a maior parte do assolho marinho, está em profundidade maior
do que 125 metros, o que corresponde a metade de comprimento de ondas muito grandes,
geradas pelo vento. As ondas maiores têm também comprimento muito maiores: o
compriemnto de uma onda marinha sísmica normalmente passa dos 100 quilômetros.
Nenhuma parte do oceano tem uma profundidade de 50 quilômetros; assim, seiches, das
ondas sísmicas marinhas e marés, estão permanentemente em águas que para eles são
rasas e intermédiárias. Sua imensa órbita circular são achatadas contra um fundo distante
que está sempre a uma distância que a metade de seu comprimento de onda.
De maneira geral, quanto maior for o comprimento de onda, mais rapidamente a energia
da onda irá se mover pela água. Para ondas de águas profundas essa relação é mostrada
𝐿
pela fórmula 𝐶 = 𝑇.
Figura 13: Refração ondas atingindo uma praia retilínea com isobatimetria paralela à linha da
praia;
1. Ondas de propagação em águas profundas, com determinada direcçao e velocidade
𝑔𝐿
𝑐 = √2𝜋 ;
3º - Por quanto tempo um Marinheiro pode perseguir uma onda em um lago profundo a uma
velocidade de v = 20 km/h?
4º - Qual é a velocidade de uma canoa com comprimento de L = 5 m, se sua proa flui com a
crista da onda e sua popa ainda está na crista da próxima onda? O lago é profundo.
5º - Calcule a energia de uma onda de 10m de comprimento, em uma região do Atlântico Sul,
cuja densidade da água é de .
1) Em águas rasas
6º - Calcule a energia de uma onda cuja amplitude é de 2m, em uma região do Atlântico Sul,
cuja densidade da água é de .
a) Em águas rasas
b) Em águas profundas
REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA
Catello, J. P., & Krug, L. C. (2017). Introdução Às Ciências do Mar. São Paulo: Texto.
Garrison, T. (2008). Fundamento de Oceanografia. Brasil: Cengage Learning.
Harari, J. (2021). Noções de Oceanografia. São Paulo: Universidade de São Paulo.